Slavoj Zizek e Jacques Rancière (LISBOA)

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Slavoj Zizek e Jacques Rancière: a reconstrução da crítica dialética Viver Perigosamente – Colóquio Zizek Universidade de Lisboa, abril de 2014 Resumo : Em nossa comunicação, buscaremos acompanhar as proximidades entre duas tentativas contemporâneas de reconstrução da dialética como modelo fundamental de pensamento crítico, em oposição a certa voga antihegeliana (herdada principalmente do pós-estruturalismo francês). A partir da localização, na portentosa exposição de Zizek em Menos que nada, da ideia fundamental de Jacques Rancière de uma "parcela dos sem-parcela" como motor do processo dialético, faz-se possível recuperar um sentido forte de Política como desentendimento e antagonismo. No desenvolvimento dessa perspectiva, será imprescindível a negação das políticas do sublime, isso é, de projetos que proponham uma irrupção do Real como acontecimento imediato, e a construção de uma visão estética dos processos políticos, isso é, uma visão que parta da inescapabilidade das representações. Por fim, na discussão desse último ponto, discutiremos a pertinência das críticas feitas por Rancière a Zizek, relativas à evidência que o esloveno concederia a certo Horror ontológico, que paralisaria a dialética topológica proposta pelo francês.

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Slavoj Zizek e Jacques Rancire: a reconstruo da crtica dialticaViver Perigosamente Colquio ZizekUniversidade de Lisboa, abril de 2014

Resumo: Em nossa comunicao, buscaremos acompanhar as proximidades entre duas tentativas contemporneas de reconstruo da dialtica como modelo fundamental de pensamento crtico, em oposio a certa voga antihegeliana (herdada principalmente do ps-estruturalismo francs). A partir da localizao, na portentosa exposio de Zizek emMenos que nada,da ideia fundamental de Jacques Rancire de uma "parcela dos sem-parcela" como motor do processo dialtico, faz-se possvel recuperar um sentido forte de Poltica como desentendimento e antagonismo. No desenvolvimento dessa perspectiva, ser imprescindvel a negao das polticas do sublime, isso , de projetos que proponham uma irrupo do Real como acontecimento imediato, e a construo de uma visoestticados processos polticos, isso , uma viso que parta da inescapabilidade das representaes. Por fim, na discusso desse ltimo ponto, discutiremos a pertinncia das crticas feitas por Rancire a Zizek, relativas evidncia que o esloveno concederia a certo Horror ontolgico, que paralisaria a dialtica topolgica proposta pelo francs.