SISTEMATICA DE VALORAÇAO MONETARIA DE DANOS AMBIENTAIS - PARTE 1.pdf
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SISTEMTICA DE VALORAO ECO-NMICA DE DANOS AMBIENTAIS
PARTE I AVALIAO DO POTENCIAL ECOLGICO E DOSIMPACTOS AMBIENTAIS ESTUDO DE CASOS
DR. GEORGES KASKANTZIS NETO
MAUI - UFPR/ UNIVERSIDADE DE STUGARTT / SENAI PRDEZEMBRO DE 2013
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Na primeira parte deste documento apresentam-se os mtodos
de avaliao do estado de conservao de ecossistemas e dos ser-
vios ambientais oriundos destes. Na segunda parte, apresentam-se
as tcnicas usualmente adotadas para anlise dos impactos adver-
sos provocados sobre os componentes naturais. Na terceira parte do
texto, apresentam-se os mtodos de valorao monetria de danos
ambientais e os estudos de casos e os exemplos da sua aplicao.
Os modelos matemticos de valorao dos danos ambientaispodem ser categorizados com base nos componentes que so con-
templados por estes modelos de avaliao monetria ambiental.
Os componentes ambientais que podem ser valorados com os
modelos a serem descritos so o solo, os sedimentos, as guas sub-
terrneas e as superficiais, doces e salinas, as espcies da flora e da
fauna aqutica, terrestre e area, os servios ambientais provenien-
tes dos ecossistemas e os aspectos econmicos e operacionais que
advm das aes e dos impactos adversos a natureza.
Finalmente, alm dos mtodos de valorao monetria de da-
nos ambientais devero ser apresentados os mtodos de avaliao
de riscos sade de populaes localizadas no entorno dos empre-
endimentos e atividades potencialmente perigosas a integridade do
homem. Os estudos de casos a serem apresentados para os eventos
dessa natureza contemplam o clculo das probabilidades de morte
dos receptores que se encontram situados na zona fatal.
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ANLISE DO POTENCIAL ECOLGICO
Nesta seo do texto se encontram apresentadas a sistemtica
e as tcnicas de avaliao do potencial ecolgico dos ecossiste-
mas supostamente alterados pelas atividades produtivas adversas
ou por eventos acidentais. Essa metodologia foi originalmente pro-
posta pelo Instituto de Polticas Sustentveis da Costa Rica (IPS, 2005).
Os indicadores geralmente adotados na valorao do poten-
cial ecolgico de ecossistemas so as qualidades intrnsecas dos re-
cursos naturais, a saber: escala; fragilidade; renovabilidade; repre-
sentatividade; complexidade e os componentes chaves. Na TABELA
1, apresentam-se as definies e os exemplos das qualidades intrn-
secas dos recursos naturais
Aps a identificao dos indicadores escolhidos pela equipe,
os avaliadores determinam a importncia que cada um dos indica-
dores apresenta quanto contribuio para o potencial ecolgico
do recurso, atribuindo, para tanto, um peso que varia de 0 a 100%.
Essa etapa da valorao do potencial ecolgico denomina-se pon-derao das qualidades intrnsecas dos recursos naturais.
Em seguida, a equipe de analistas atribui uma nota para cada
indicador que varia entre zero e dez unidades de uma escala num-
rica realizando deste modo a etapa da valorao nominal. Em se-
guida faz-se a valorao ponderal dos recursos naturais analisados.
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Tabela 1. Qualidades intrnsecas dos recursos naturais definidas por VEGA no ano de 2004 [IPSA, 2005]
Qualidades Comentrio Exemplos
Escala
Dimenso: magnitude do efeito do impacto sobre osrecursos naturais em funo do espao e do tempo.A escala espacial classificada em trs categorias:Macro escala ampla (km); Mesoescala (ha); Microes-cala (m).
Uma represa contaminada causa impactos adversos em escalamaior que uma rea de pastagem. A evaporao das guas dalagoa da hidroeltrica de Itaipu no microclima da regio maiorque na lagoa do Parque Birigui.
Fragilidade
Indica a velocidade ou taxa com que a populaodo ecossistema retorna ao estado de equilbrio aps
o dano. A elasticidade ou renovabilidade um casoparticular da fragilidade, e indica a capacidade queos recursos tm de suportar impactos adversos, apsatingirem estado irreversvel.
Os plipos coral falecem ao serem pisoteados indicando a sua fra-gilidade e baixa capacidade de recuperao. As mariposas tmaltas taxas de reproduo, portanto, grande elasticidade. Por ou-tro lado, uma ave de aparncia robusta pode ser frgil devido sua limitada capacidade de reproduo e reduzida populao.
Renovabilidade
Capacidade que os recursos tm para restabelecerou regressar ao estado inicial aps o dano. A elastici-dade indica a capacidade de recuperao dos re-cursos. Os processos cclicos capacidade de reiniciarciclos. A capacidade de recupera o fator ambientalinjuriado.
Extino: a recuperao do sapo dourado no mais possvel,logo a sua extino irreversvel. A recuperao das populaesde crocodilos possvel, pois existem indivduos que podem se re-produzir. Ecossistema: o bosque secundrio tem uma maior capa-cidade de recuperao que o bosque maduro. Hidrologia: a re-novabilidade do rio maior que o crescimento do bosque. Os ci-clos biogeoqumicos tm mais capacidade de renovao que ossedimentos.
RepresentatividadeIndica indivduo com caractersticas singulares nogrupo, no sistema ou regio em determinado mo-mento.
O Parque Nacional do Iguau o representante do bosque -mido. Araucria representante do bosque do planalto parana-ense.
Complexidade Quantidade de interaes em que participa e as a-feta. Variedade de elementos e as interaes entreos mesmos
O bosque tropical um sistema complexo, pois apresenta mais es-
pcies e interaes do que o bosque temperado. Um bosque na-tural mais complexo que a florestal plantada em relao ao n-
mero e tipo de espcies e suas interaes.
Componente chaveIndica componentes de sustentao e dependnciado ecossistema, em relao variedade e outros fa-tores.
Quando a espcie chave de uma populao afetada as esp-cies que dependem da mesma desaparecem, como os mariscosem pntanos.
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PONDERAO DAS QUALIDADES INTRNSECAS DO CARVALHO
O resultado desta etapa de valorao do potencial ecolgico
da rea do Carvalho se encontra apresentado na TABELA 2. Os pe-
sos mdios de cada um dos indicadores escolhidos foram determi-
nados fazendo a mdia dos pesos atribudos por cada um dos mem-
bros da equipe de avaliadores.
TABELA 2. PONDERAO DAS QUALIDADES DA REA DO CARVALHO.Qualidades intrnsecas Peso mdio (%)
Beleza cnica 7,16Patrimnio histrico-cultural 7,56
Redes trficas 17,22Biomassa e abundncia 9,67Diversidade de espcies 7,89
Qualidade do ar 9,44Qualidade da gua superficial 14,00
Regulao hdrica 9,11
Regulao climtica 10,44Ecoturismo 7,51Soma 100
[AUTOR]
A partir do resultado apresentado na TABELA 2 verifica-se que
a equipe definiu as redes trficas com aquelas que mais contribuem
no potencial ecolgico representando 17,22% do potencial, em se-
gundo lugar encontra-se a qualidade da gua superficial, com 14%
de contribuio; depois a regulao climtica com 10,44% de par-
ticipao no potencial da rea. A biomassa e a qualidade do ar e
a regulao hdrica esto em quarto lugar, com 9,41% de contribui-
o e com 7,53% se encontram empatados os demais indicadores
adotados pelos especialistas.
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TABELA 3. QUALIFICAO PONDERAL E NOMINAL DOS RECURSOS.Qualidade ambiental Peso (%) Valorao nominal Valorao ponderal
Beleza cnica 7,16 8,56 0,55
Patrimnio histrico-cultural 7,56 7,56 0,58
Redes trficas 17,22 9,33 1,63Biomassa e abundncia 9,67 8,78 0,86Diversidade de espcies 7,89 8,22 0,66
Qualidade do ar 9,44 9,00 0,86Qualidade da gua superficial 14,00 9,67 1,38
Regulao hdrica 9,11 8,56 0,79Regulao climtica 10,44 8,78 0,93
Ecoturismo 7,51 7,00 0,47Soma 100 85,46 8,71
[AUTOR]
FIGURA 2. RESULTADO DA VALORAO DOS RECURSOS NATURAIS QUEDETERMINAM O POTENCIAL ECOLGICOS DA REA DO CARVALHO.
Com base nas classes do potencial ecolgico citadas, pode-se
verificar que o potencial ecolgico do Carvalho muito alto.
0.00.20.40.60.81.01.21.4
1.61.8
Ecoturismo (EC)
Beleza cnica (BC)
Patrimnio HistricoCultural (PHC)
Redes trficas (RT)
Regulao Hdrica(RH)
Diversidade deespcies (DE)
Qualidade do ar (QAr)
Regulao Climtica(RC)
Qualidade equantidade de gua
superficial (QAq)
Biomassa e
abundncia (BA)
Qualificao real (ponderada)
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Analisando os resultados da valorao ponderada do po-
tencial ecolgico da rea do Carvalho pode-se notar que as redes
trficas continuaram apresentando a maior contribuio no poten-
cial, mas, as ordens dos valores nominal e ponderado da valorao
no so Iguais, indicando a influncia do peso atribudo aos fatores
pelos membro da equipe julgadora.
Na TABELA 4 os valores de qualificao nominal e ponde-
ral dos recursos naturais da rea do Carvalho so comparadas.
TABELA 4. COMPARAO DOS VALORES NOMINAL E PONDERAL ORDE-NADOS DAS QUALIDADES INTRNSECAS DA REA DO CARVALHO.
EXERCCIO CENRIO HIPOTTICO
Em razo da suposta invaso da rea do Carvalho por uma co-
munidade formada por 500 famlias, certamente haver a degrada-
o da qualidade dos recursos naturais. Adotando os mesmos valo-
res dos pesos atribudos pela equipe de especialista obtenha o valor
do potencial ecolgico da rea do Carvalho aps a sua invaso.
Qualidade ambiental Valorao nominal Valorao ponderalEcoturismo 7.00 0.47
Beleza cnica 8.56 0.55
Patrimnio histrico-cultural 7.56 0.58
Diversidade de espcies 8.22 0.66
Regulao hdrica 8.56 0.79
Biomassa e abundncia 8.78 0.86
Qualidade do ar 9.00 0.86
Regulao climtica 8.78 0.93
Qualidade da gua superficial 9.67 1.38
Redes trficas 9.33 1.63
Soma 85.46 8.71
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O SISTEMA AMBIENTAL
Visando a identificao dos impactos ambientais decorren-
tes de atividades ou de eventos acidentais, inicialmente preciso
identificar os componentes do sistema ambientais. Os componen-
tes ambientais usualmente considerados nos estudos tcnicos en-
contram-se ilustrados na FIGURA 3.
FIGURA 3 . COMPONENTES DO SISTEMA AMBIENTAL[AUTOR)
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AVALIAO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
Apesar da aparente simplicidade do diagrama do sistema am-
biental ilustrado na FIGURA 3, os componentes que o constituem es-
to relacionados, um com o outro, significando que ao sofrerem al-
teraes a qualidade de todo o sistema ambiental se modifica.
Em geral, a qualidade de todo o sistema ambiental diminui em
funo dos impactos adversos que so imputados sobre um ou mais
de um componente ambiental. Por exemplo, a retirada da cober-
tura vegetal do solo, alm de potencializar a eroso provoca tam-
bm a diminuio da qualidade da gua subterrnea, assim como,
a diminuio da diversidade de espcies, vez que, acarreta a perca
dos habitats da micro e da macro fauna terrestre.
Por outro lado, o grau de alterao sofrida pelos componentes
ambientais diferente, significando que alguns destes recebem im-
pactos adversos de maior ou menor importncia e magnitude, de-
pendo do evento que se desenvolve. As principais questes a serem
resolvidas pelo analista so aquelas referentes a identificao e va-lorao dos componentes mais afetados pelos impactos de maior
incidncia, para depois realizar a valorao econmica dos danos.
A metodologia recomendada para esta tarefa a matriz de avalia-
o de impactos ambientais.
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Nesse sentido deve-se observar que, apesar da ferramenta ser
a mesma, a avaliao de impactos ambientais que se executa nos
Estudos de Impacto Ambiental (EIA) so diferentes daqueles realiza-
dos nos estudos de valorao monetria dos danos ambientais. Ob-
serva-se que o processo da valorao monetria de leses ambien-
tais, em geral, realizado depois que o evento adverso aconteceu.
A melhor metodologia aquela que possibilita a identificao
dos componentes mais alterados em funo dos impactos de maiorimportncia e magnitude decorrentes de eventos e de aes ines-
peradas.
oportuno tambm citar que os procedimentos adotados para
avaliar os impactos, na sua grande maioria, so subjetivos, logo, de-
pendem do modo como so interpretados pelo analista ambiental.
Outra dificuldade que, em geral, encontra-se na valorao dos im-
pactos a heterogeneidade das unidades de medida dos compo-
nentes ambientais a serem analisados.
Por exemplo, como se pode comparar os impactos decorrentes
da eliminao da flora arbustiva com aqueles originados pela perca
de espcies da fauna? Neste sentido, os mtodos de avaliao dos
impactos que empregam funes, do tipo, dose-reposta podem ser
aplicados, desde que se conhece a relao de proporcionalidade
dos componentes afetados. A matriz de Battelle-Columbus um dos
mtodos de avaliao de impactos que adota as citadas funes.
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Deve-se observar que o processo da valorao dos danos am-
bientais no visa a anlise detalhada dos impactos ambientais, pro-
priamente ditos, apesar desta etapa ser indispensvel para estimar,
de forma satisfatria, o valor monetrio das leses dos componentes
que constituem os ecossistemas.
O escopo a ordenao dos impactos adversos mais relevan-
tes, pois so aqueles que causam as maiores alteraes dos fatores
e dos elementos naturais. A duas metodologias a serem apresenta-das na sequncias, na opinio do autor deste texto, so capazes o
suficiente para fornecerem os resultados almejados pelo analista. Os
modelos de avaliao de impactos ambientais chamados matriz de
Pastkia e matriz de interao sero descritos atravs da sua aplica-
o ao estudo de caso, a saber:
ESTUDO DE CASO AVALIAO DE IMPACTOS ADVERSOS
Em certa ocasio, solicitou-se a valorao monetria de danos
ambientais, supostamente provocados por dois vazamentos aciden-
tais, o primeiro, de uma emulso asfltica e o segundo de cido clo-
rdrico, os quais aconteceram, praticamente ao mesmo tempo, em
uma unidade industrial localizada no Estado de Minas Gerais.
O derrame de aproximadamente 28 mil quilos de asfalto, a par-
tir do rompimento da vlvula de fundo de uma carreta-tanque cau-
sou a contaminao das guas superficiais e dos sedimentos de um
crrego da regio, tendo originado resduos da classe 1, a partir dos
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materiais utilizados no atendimento a emergncia (areia, adsorven-
tes, solo, soluo oleosa, barreiras de conteno e outros).
O segundo evento acidental foi causado pelo rompimento deuma vlvula de plstico inadequado instalada no tanque de arma-
zenamento de cido clordrico (HCl) concentrado (35% p/p). Neste
acidente ocorrido quinze dias depois do primeiro foram derramados,
cerca de 13 mil quilos de cido clordrico que atravessou o piso da
bacia de conteno, tendo contaminado o solo, o subsolo e o fre-tico. Neste acidente foram contaminados, cerca de, 335 mil metros
cbicos de gua subterrnea e 4,0 mil toneladas de solo. O valor da
leso ambiental provocada pelo derrame acidental do cido clor-
drico foi da ordem de R$ 1.865.000,00 (reais).
AVALIAO CRTICA DOS IMPACTOS DOS ACIDENTES
Como citado, os vazamentos acidentais de resduo de asfalto e da so-
luo aquosa concentrada de cido clordrico provocaram a modificao
da qualidade ambiental do solo, do subsolo, da gua subterrnea, dos sedi-
mentos, da gua superficiais e a perturbao da rotina de vida da popula-
o residente no entorno do empreendimento, onde os fatos aconteceram.
No mosaico das imagens ilustradas na FIGURA 4 podem ser observados
os equipamentos afetados e a situao do tanque de cido clordrico, aps
o encerramento das atividades de atendimento a emergncia. Para decidir
quais impactos deveriam ser includos na valoraes monetria dos danos
originados pelos vazamentos do resduo e do cido clordrico, realizou-se a
anlise da importncia dos impactos empregando a equao, a saber:
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FIGURA 4. Imagens dos acidentes do resduo de asfalto e do HCl [AUTOR].
EQUAO DE ANLISE DA IMPORTNCIA DOS IMPACTOS
A equao de avaliao da importncia dos impactos adversos oriun-
dos dos vazamentos acidentais do resduo de asfalto e do cido clordrico em
soluo definida como:
IPimpacto = N A (3 I N + 2 E X + M O + P E + RV + S I + A C + P R + M C ) eq.(1)
Sendo: NA a natureza do impacto; IN a intensidade do impacto; EX aextenso do impacto; MO o momento do impacto; PE a persistncia doimpacto; RV a reversibilidade do impacto; SI a sinergia do impacto; AC oacmulo do impacto; PR o perodo do impacto e; MC a recuperao doimpacto.
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Os valores das variveis da equao de valorao dos impac-
tos ambientais que podem ser adotados pelo analista se encontram
apresentados na TABELA 5.
TABELA 5. VALORES DOS PARMETROS DA EQUAO (1).VARIVEL QUALIFICAO VALORAO1. Natureza do impacto Benfico +1,0
Prejudicial - 1,0
2. Extenso do impactoPontual 1,0Parcial 2,0Extenso 4,0
Total 8,0
3. Persistncia do impacto Fugaz 1,0
Temporrio 2,0Permanente 8,0
4. Perodo do impacto Descontnuo 1,0Peridico 2,0Contnuo 4,0
5. Sinergia do impacto Ausente 1,0Sinrgico 2,0
Muito sinrgico 4,0
6. Intensidade do impacto Baixa 1,0Mdia 2,0
Alta 4,0
7. Momento do impacto Longo prazo 1,0Mdio prazo 2,0Imediato 4,0
8. Reversibilidade do impacto Curto prazo 1,0Mdio prazo 2,0
Irreversvel 4,0
9. Recuperao do impactoImediata (< 1 ano) 1,0
Mdio prazo (1-3 anos) 2,0Longo prazo (3 10 anos) 4,0
Permanente 8,0[AUTOR]
A soma dos valores atribudos as variveis da equao de va-
lorao dos impactos definem as classes do impacto, a saber:
Zero < IP < 25 impacto irrelevante; 25 < IP < 50 impacto moderado; 50 < IP < 75 impacto severo; IP > 75 impacto crtico.
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COMPARAO DA IMPORTNCIA DOS IMPACTOS
Tendo sido definidos os parmetros de avaliao da importn-
cia dos impactos ambientais oriundos dos derrames dos resduos de
asfalto e do cido clordrico podem ser comparados os resultados,
que se encontram apresentados na TABELA 6.
Analisando os resultados pode-se notar que a razo dos soma-
trios dos valores de qualificao dos impactos provocados pelos
derrames de resduos asfltico e cido clordrico da ordem de 2,83.
Isto significa que, a soma global de qualificao dos impactos
ambientais provocados pelo vazamento do cido clordrico prati-
camente trs vezes maior que a soma de qualificao dos impactos
provocados pelo acidente do asfalto.
Logo, a valorao dos danos ambientais causados pelo cido
clordrico lanado no ambiente muito mais importante que aque-
les decorrentes do acidente com o resduo de asfalto.
Adotando a escala de valorao quantitativa dos impactos,
pode-se verificar que o impacto do acidente com o cido clordrico
considerado como moderado, e, que o impacto do acidente do
resduo de asfalto tambm pode ser considerado como moderado,
significando que a escala de valorao dos impactos ambientais do
mtodo, apesar de ser til no capaz o suficiente para representar
a completa realidade dos acontecimentos investigados.
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TABELA 6. COMPARAO DOS RESULTADOS DA AVALIAO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DOS VAZAMENTOS DO LEO E HCVARIVEL QUALIFICAO VALOR ASFALTO OBSERVAO HCL OBSERVAO
Natureza Benfico 1 -1 Impacto negativo -1 Impacto negativo Prejudicial -1
Extenso
Pontual 1
-2Atingiu o asfalto, o solo, as aguassuperficiais e os sedimentos sus-pensos
-4 Atingiu o solo, o subsolo e ofreticoParcial 2Extenso 4
Total 8
PersistnciaFugaz 1
-2Rpido espalhamento do resduona gua e alterao das mar-gens e sedimentos
-8Lenta movimentao do -cido no solo e contamina-
o da gua livre e dos sedi-mentos do subsolo
Temporrio 2
Permanente 8
PerodoDescontnuo 1
-1 Descontinuo -1 DescontnuoPeridico 2Contnuo 4
SinergiaAusente 1
-2A contaminao da gua e sedi-mentos afeta a rede trfica aqu-tica
-2Contaminao do freticopode provocar danos sa-de de usurios de cacim-bas
Sinrgico 2Muito sinrgico 4
IntensidadeBaixa 1
-2Parte dos resduos contaminadosfoi recuperada. A mancha de -leo na gua originou resduosclasse 1 e 2.
-4 Grande quantidade de soloe de gua foram contami-nados. O solo se manter a-fetado se no for remediado
Mdia 2Alta 4
MomentoLongo prazo 1
-1 Curto prazo -7 Imediato, de mdio e longoprazoMdio prazo 2Imediato 4
Reversibili-dade
Curto prazo 1-1 Imediata (< 1 ano) -4 Irreversvel se no for remedi-ado Mdio prazo 2Irreversvel 4
RecuperaoImediata (< 1 ano) 1
-1 Imediata -4 Permanente Mdio prazo (1-3 anos) 2Longo prazo (3 10 anos) 4Permanente 8
Somatrio -12 -34 (-34/-12 = 2,83)[AUTOR]
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EXERCCIO PROPOSTO
Visando a assimilao dos contedos descritos adote a sistemtica
da avaliao da importncia dos impactos adotado a hiptese queo derrame do cido clordrico atingiu as guas superficiais e do res-
duo de asfalto ocorre no solo. Devido maior viscosidade do asfalto,
se comparado ao cido, adote factvel que o resduo de asfalto der-
ramado contaminou apenas 50% da gua e do solo atingidos pelo
acidente do cido clordrico.
MATRIZ DE INTERAO DE DANOS AMBIENTAIS
Tendo sido analisada a importncia dos impactos provocados pelos aci-
dentes investigados, agora, pode-se aplicar as metodologias de avaliao de
impactos supracitadas. A primeira metodologia denomina-se matriz de intera-o de impactos ambientais.
A matriz de interao de impactos pode ser aplicada para a valorao
dos danos ambientais, bastando, para tanto, trocar os potenciais impactos u-
sualmente analisados, pelos danos efetivamente concretizados, na ocasio
dos acidentes investigados. As linhas da matriz de interao contemplam os
componentes ambientais atingidos pelos impactos e as colunas da matriz des-
crevem os danos provocados pelos impactos. As clulas contm os valores da
magnitude e da importncia dos danos, os quais se encontram separados por
uma diagonal que divide cada uma das clulas da matriz. A importncia e a
magnitude dos danos so valorados adotando escalas alfa numricas ou nu-
mricas, as quais so definidas pelos membros da equipe julgadora.
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A descrio da metodologia da matriz de interao ser realizada, a-
plicando o modelo ao estudo de caso abordado na seo anterior do texto.
Os passos a serem executados visando a valorao qualitativa dos danos que
originaram-se dos impactos provocados pelo derrame do HCl incluem:
1 Passo: Identificao dos componentes e servios ambientais alterado
A) Componentes fsico-qumicos
i. Alterao da qualidade do solo e Subsolo;
ii. Alterao da qualidade da gua do subterrneo;
iii. Alterao da qualidade do ambiente de trabalho;
iv. Alterao da qualidade do ar atmosfrico;
v. Alterao da qualidade da gua superficial;
vi. Alterao da qualidade dos sedimentos;
B) Componentes biticos
vii. Eliminao da microfauna do solo, da gua e do arviii. Reduo das funes e dos servios ecossistmicos;
C) Componentes socioambientais
ix. Perturbao rotina de vida da populao;
x. Perturbao da rotina de trabalho da empresa;
xi. Desgaste da imagem da empresa junto a clientes;
xii. Queda do moral e da confiana dos trabalhadores;
xiii. Desconfiana da populao e clientes;
D) Componentes operacionais
xiv. Perca de equipamentos e matrias da produo;
xv. Perca de produo em virtude do vazamento;
xvi. Aumento dos riscos sade dos trabalhadores;
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FIGURA 5. IDENTIFICAO DOS IMPACTOS ADVERESOS DO DERRAME DE HCl.
Uma vez identificados os impactos negativos e os danos que de-
correm destes, deve-se realizar uma tarefa que requer a participa-
o de equipe multidisciplinar de conhecimentos. Essa atividade a
valorao da importncia dos impactos ou danos ambientais, a qual
pode ser desenvolvida empregando a equao (1). A valorao da
importncia dos impactos deve ser conduzida com cuidado e aten-
o e os resultados devem ser revisados devido complexidade en-
volvida nesta atividade. A princpio devero ser analisados 9 aspec-
tos da importncia de 29 impactos, significando que a matriz dever
comtemplar 261 clulas de importncia e 261 clulas da magnitude.
25
34
628
2716
1823
2220
1921
1311
257
2917
142615
109
2412
8
0 10 20 30 40
Alterao da qualidade da gua do subterrneo Alterao da qualidade da gua superficial
Alterao da qualidade do ambiente de trabalho Alterao da qualidade do ar atmosfrico
Alterao da qualidade dos sedimentos Aumento da taxa de cobertura e seguro do negcio
Aumento das taxas de captao de financiamento Aumento dos riscos sade dos trabalhadoresCustos de atendimento da emergncia acidente
Custos de materiais e mo-de-obra de remediao
Custos de monitoramento da contaminaoCustos de multas administrativas e processos
Custos de remediao dos componentes afetadosCustos de servios jurdicos e de engenharia
Desconfiana da populao e clientesDesgaste da imagem da empresa junto a clientesDesvalorizao do empreendimento e do terreno
Eliminao da microfauna do solo, da gua e do ar Gerao de estigma em virtude do acidente.
Gerao de resduos contaminados classe 1 e 2Perca de equipamentos e matrias da produo
Perca de oportunidade de investimento financeiroPerca de produo em virtude do vazamento
Perturbao da rotina de trabalho da empresaPerturbao rotina de vida da populaoQueda da receita financeira da empresa
Queda do moral e da confiana dos trabalhadoresReduo das funes e dos servios