Sintese Sessao4 O Modelo De Auto Avaliacao No Contexto Da Escola Drelvt2

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Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares Sessão 4

 

Síntese da Sessão  

O Modelo de Auto‐Avaliação no contexto da Escola/ Agrupamento 

  

 

Pensar o processo de auto‐avaliação da biblioteca escolar implica pensar de forma integrada, englobando e 

envolvendo de forma directa a escola a quem direccionamos serviços. 

Em  primeiro  lugar,  a  direcção,  parceiro  com  poder  superior  de  decisão,  depois  de  apresentados  os 

argumentos e a  informação que  sustenta a proposta/plano que deve, naturalmente, partir do professor 

bibliotecário/equipa. 

Depois, a escola, que devendo estar envolvida em todo o processo de gestão e funcionamento da BE, deve 

sê‐lo, por maioria de razão, neste contexto. Não apenas porque precisamos de contar com a colaboração 

de  todos  na  inquirição  que  constitui  o  processo  de  avaliação,  mas  porque  o  envolvimento  de  todos 

significará um passo decisivo no percurso que  cada biblioteca  tem de  realizar,  com vista à  inscrição nas 

práticas de docentes e alunos e, muito importante, no reconhecimento do seu valor. 

Deve também ser considerada neste contexto, a relação sistémica e de dependência e relacional que a BE 

tem  com  a  escola  e  que  tem  que  ser  perspectivada  em  todas  as  fases  de  funcionamento  da  BE.  Os 

processos  de  planeamento  estratégico  e  operacional,  assim  como  a  gestão  pedagógica  da BE,  têm  que 

estar  relacionadas  com  as  políticas,  objectivos  e  projectos  em  desenvolvimento  na  escola,  devendo  a 

avaliação da biblioteca escolar acompanhar e integrar a avaliação da escola. 

Há  ainda  a  considerar  que  a  avaliação  é  ela  própria  uma  excelente  oportunidade  para  nos  tornarmos 

visíveis  e  sustentar  as  práticas  que  efectivamos.  Quer  os  resultados  sejam  mais  ou  menos  positivos, 

podemos usá‐los para validar a nossa acção ou para reivindicar relativamente ao que está menos bem.  

 

Para esta sessão, eram sugeridas em opção duas  tarefas que se  relacionavam, de  forma directa, com os 

objectivos desta sessão: 

• Entender as ligações do processo de auto‐avaliação à escola. 

• Perspectivar a gestão da informação e o processo de comunicação com a escola/ agrupamento. 

• Perceber o papel e a necessidade de liderança por parte do professor coordenador. 

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Na  Tarefa  1  era  solicitado  aos  formandos  que  construíssem  um  PowerPoint  para  apresentar  no 

Pedagógico/ Escola/ agrupamento que evidenciasse: 

• O papel e mais valias da auto‐avaliação da BE; 

• O processo e o necessário envolvimento da escola/ agrupamento; 

• A relação com o processo de planeamento; 

• A integração dos resultados na auto‐avaliação da escola. 

 

De uma maneira geral, os formandos reconheceram o valor pedagógico do Modelo, numa perspectiva de 

melhoria e da necessidade de definição de standards comuns e de uniformização de práticas, e enquanto 

instrumento de aferição e de criação de valor no contexto  interno da escola, ela própria em situação de 

avaliação interna e externa.  

 

Nos  trabalhos  realizados,  foi  realçado  o  papel  da  auto‐avaliação  da  BE    no  contexto  da  escola,  sendo 

simultaneamente  um  instrumento que  contribui para  a  afirmação  e  reconhecimento do papel da BE. A 

introdução  de  uma  prática  sistemática  de  recolha  de  evidências,  com  fases  dedicadas  à  aplicação  de 

determinados  instrumentos de  recolha de dados e  focada nas áreas específicas de  intervenção da BE, é 

essencial  para  determinar  até  que  ponto  a  missão  e  os  objectivos  estabelecidos  estão  ou  não  a  ser 

alcançados,  e  para  identificar  práticas  que  têm  sucesso  e  que  deverão  continuar  e  pontos  fracos  que 

importa melhorar. Planificar, priorizar e focalizar a acção da biblioteca deve basear‐se na recolha e análise 

de evidências, e só deste modo será possível estabelecer uma relação entre a qualidade do trabalho da e 

com a BE e os  resultados escolares dos alunos. A aplicação do modelo de auto‐avaliação da BE  fornece 

ainda elementos para o processo de auto‐avaliação da própria escola. 

 

Como  instrumento de regulação e de melhoria, o processo de auto‐avaliação da BE não constitui um  fim 

em  si  mesmo,  devendo  ser  entendido  como  um  processo  que  deverá  conduzir  à  reflexão  e  originar 

mudanças  concretas na prática. Deve‐se  enquadrar no  contexto da  escola  e  ter  em  conta  as diferentes 

estruturas com as quais é necessário interagir, nomeadamente o Conselho Pedagógico, os departamentos 

curriculares e a direcção. A  integração do processo de auto‐avaliação no processo de avaliação  interna e 

externa da escola  requer necessariamente o envolvimento e compromisso da escola/ órgão de gestão e 

uma liderança forte da parte do coordenador. 

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Espera‐se que da aplicação do modelo de auto‐avaliação haja uma tomada de consciência da  importância 

da BE nos resultados da aprendizagem, por parte de alunos e professores e que as acções de melhoria se 

reflictam nos resultados escolares. 

 

 

Na  Tarefa 2 era pedido que se fizesse uma análise à realidade da escola e à capacidade de resposta ao 

processo e que identificassem os factores considerados inibidores da aplicação do modelo de auto‐

avaliação. Solicitava‐se depois a elaboração de um plano de acção que contemplasse o conjunto de 

medidas necessárias à alteração da situação e à sua consecução com sucesso. 

 

Para  além  das  especificidades  locais,  características  de  cada  escola,  em  termos  gerais  os  formandos 

referiram como factores  inibidores sobretudo a sobrecarga de trabalho que a aplicação do modelo pode 

representar  e  também  a  dificuldade  de  ultrapassar,  com  o  ritmo  desejado,  o modelo  tradicional  das 

bibliotecas escolares, como uma estrutura que apenas disponibiliza serviços. Foi ainda referida a resistência 

por parte de alguns docentes a trabalhar de forma cooperativa e a carga negativa que o termo “Avaliação” 

carrega.  É  preciso  não  esquecer  que  tudo  aquilo  que  é  novo  confronta‐nos,  desinstala‐nos  dos  nossos 

habituais modos  de  pensar  e  agir,  questiona‐nos,  faz‐nos  reequacionar  as  nossas  opções  e  os  nossos 

métodos.   Outros  constrangimentos   derivam de alguma desadequação dos equipamentos  tecnológicos, 

resultantes  de  atraso  na  implementação  do  PTE  ou  de  erros  na  concepção  do  mesmo  ao  nível  da 

escola/agrupamento, do pouco envolvimento/participação dos pais e encarregados de educação, de  falta 

de formação dos professores bibliotecários e da falta de recursos humanos. 

Como formas de ultrapassar essa situação, considerou‐se fundamental encarar a auto‐avaliação não como 

uma  ameaça  mas  como  uma  grande  oportunidade  e  desenvolver  todo  o  processo  de  uma  forma 

participada e cooperativa com os restantes elementos da comunidade educativa..   É também necessário 

reforçar a articulação com os departamentos;  

Foram também salientada a importância  do perfil do professor bibliotecário e da sua capacidade de criar 

um ambiente de confiança e de respeito mútuo no  interior da equipa e na escola, das suas competências 

de  comunicação e de  trabalho em equipa, e de exercer a  função  com  liderança, mobilizando os outros, 

trabalhando  colaborativamente  com  a  direcção,  com  os  outros  docentes  e  stakeholders.  Tornaram‐se 

também evidentes as competências de gestão, de planificação estratégica, operacional e de ser flexível e 

saber  responder à mudança. Estas competências são, a par do conhecimento do modelo, determinantes 

para o sucesso do processo e obtenção de melhores resultados. 

O empenho e qualidade da análise e problematização realizadas foram, na generalidade, muito elevados.  

   

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A  adesão  dos  formandos  nesta  sessão  foi  evidente  e,  embora  com  algumas  diferenças,  reveladora  da 

leitura da documentação fornecida e da apreensão do sentido e dos objectivos da sessão.  

A maioria dos  formandos optou pela  tarefa 1,  sendo que a maioria dos  comentários  (segunda parte da 

tarefa) incidiu igualmente sobre a tarefa 1. 

Apenas  3  formandos  não  realizaram  qualquer  tarefa:  Lurdes  Silva, Maria  Cristina  Rosa  e Maria  Leonor 

Pereira. A taxa de execução das tarefas atingiu nesta sessão os 93%. 

 

Como  aspectos mais  negativos,  podemos  salientar,  por  um  lado,  que  alguns  formandos  não  utilizaram 

todos  os  documentos  disponibilizados  para  efectuar  o  trabalho,  sobretudo  os  documentos  em  inglês. 

(Pensamos que essa dificuldade será de futuro ultrapassada, pois as sessões seguintes terão como textos 

de  apoio  fundamentalmente  documentos  em  língua  portuguesa);  por  outro  lado,  alguns  trabalhos, 

sobretudo os da tarefa 2, desviaram‐se um pouco do tema, focando‐se mais nos pontos fortes e fracos da 

biblioteca  do  que  nos  factores  inibidores  do  processo  de  auto‐avaliação  e  nas  estratégias  para  os 

ultrapassar.  

Como  aspectos  mais  positivos,  para  além  de  grande  qualidade  da  maioria  dos  trabalhos  produzidos, 

podemos concluir que progressivamente a  turma vai adquirindo um maior conhecimento dos princípios, 

metodologias,  competências  e  atitudes  que  fundamentam  as  práticas  necessárias  à  implementação  do 

modelo de auto‐avaliação e que conseguem transmitir essas noções aos outros parceiros na escola.  

  Carlos Pinheiro Helena Araújo  Novembro de 2009