Síndrome de Guillain Barré

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Sndrome de Guillain Barr

Sndrome de Guillain BarrDicente: Fabiana Rodrigues de AlmeidaDocente: Jos Eustquio de Souza Jnior2015A Sndrome de Guillain-Barr (SGB), tambm chamada de polineurite aguda ascendente, uma polirradiculoneuropatia aguda ou subaguda, autoimune que conduz a desmielinizao e/ou degenerao axonal dos nervos perifricos. Caracteriza-se por paralisia flcida e arreflxica ascendente (FONSECA & CARDOSO, 2004).Definio

Dependendo das caractersticas clnicas, eletrofisiolgicaspatolgicas, o SGB divide-se em subtipos ou variantes: Polirradiculoneuropatia desmielinizante Inflamatria Aguda (PDIA). Neuropatia Axonal Sensitivo - Motora Aguda (NASMA).Neuropatia Axonal Motora Aguda (NAMA) Sndrome de Miller-Ficher (SMF). Definio

Recentemente surgiu uma sub-classificao. A evoluo geralmente favorvel, dependendo da natureza do processo patolgico (axonal/ desmielinizante), verificando-se o incio da recuperao entre a 2. e a 4. semanas, com resoluo gradual da paralisia em semanas.

Definio

No existe uma causa especfica. Em torno de 80% dos pacientes, os sintomas comeam entre cinco dias at trs semanas aps um caso de infeco (vrus, bactria) de via area superior ou gastrointestinal, ps-vacinao ou ps-cirurgia. (FONSECA & CARDOSO, 2004).

Etiologia

A SGB atingepredominantemente o sexo masculino, podendo ocorrer em todas as idades, com um primeiro pico no final da adolescncia e incio da idade adulta, que coincide com um aumento do risco de infeco pelo Vrus Citomeglico (VCM) eCampylobacter jejuni, e um segundo pico na terceira idade, que pode explicar-se pela falncia dos mecanismos imunossupressores. EpidemiologiaA sndrome rara, afetando um em cada 100 000 habitantes. Adultos so mais afetados que crianas. Pensa-se que o aumento da incidncia verificado nos ltimos anos traduz uma melhoria na acuidade diagnostica mais do que um real aumento do nmero de casos (FONSECA & CARDOSO, 2004).

Epidemiologia

O sistema auto-imune ataca a bainha de mielina que circunda os axnios dos nervos perifricos, impedindo a conduo do estmulo nervoso, atravs dessa destruio da bainha de mielina e/ou at mesmo dos axnios. Produzindo uma piora rapidamente da fraqueza muscular, podendo levar a plegia (KRIVICKAS, 2003).FisiopatologiaEssa destruio da bainha de mielina resulta em diminuio da velocidade de conduo nervosa. Observa-se prolongamento das latncias distais, tanto motoras como sensitivas. No existe correlao direta entre a gravidade do quadro neurolgico e o grau de reduo da velocidade de conduo nervosa (KLLER, 2005).

Fisiopatologia

A Sndrome de Guillain-Barr se instala muitas vezes dentro de dias ou semanas aps um quadro de infeco (vrus e bactrias), vacinas e cirurgias. Os primeiros sintomas neurolgicos consistem em paresias simtricas dos membros, freqentemente acompanhadas de parestesias. A hiporreflexia ou arreflexia nunca falta, mas os reflexos tendinosos podem estar presentes na fase inicial da doena ( COSTA, 1970).Quadro Clnico

O grau de comprometimento da sensibilidade varia: em certos pacientes, todas as modalidades da sensibilidade permanecem normais, ao contrrio de outros que apresentam acentuada diminuio das sensibilidades postural, vibratria, dolorosa e trmica. Apresentam tambm disfuno do sistema nervoso autnomo (como hipotenso ortosttica, hipertenso transitria ou arritmias cardacas) (COSTA, 1970).

Quadro ClnicoOs sintomas comeam pela fraqueza e /ou sensao anormal dos braos e pernas. Pode afetar tambm os msculos do trax, face e olhos.Os sintomas sensoriais.Estes podem incluir formigamento ou dormncia. Os sintomas geralmente comeam nos dedos dos ps e / ou as pontas dos dedos.Pain.Cerca de 1 em 2 pessoas com GBS desenvolve ou dor no nervo ou dor muscular profunda. Isto tende a ser pior com o movimento e durante a noite.Sintomas autonmicos.O sistema nervoso autnomo responsvel por funes corporais como sudorese, respirao, batimentos cardacos e digesto. Em GBS, os nervos dentro deste sistema podem ser afetados, causando problemas com a presso arterial, pulso, viso e falta de transpirao.

Sinais e Sintomas

As caractersticas para o diagnstico so uma fraqueza muscular progressiva de um ou mais membros e arreflexia. Para confirmar o diagnstico, se faz necessrio a anlise de puno lombar para avaliar a concentrao de protena (acima de 100-400 mg/dl confirma a SGB), e a eletroneuromiografia (MEYTHALER, 1997).

Diagnstico

A maior parte dos pacientes com SGB so hospitalizados para evitar que qualquer complicao possa afetar funes vitais. Embora a imunomodulao constitua a teraputica principal, as medidas de suporte mdico so importantes no tratamento e preveno das complicaes. As primeiras incluem a facilidade de admisso em Unidades de Cuidados Intermedirios / Intensivos, para a vigilncia, preveno e tratamento de complicaes respiratrias e tromboemblicas, suporte nutricional, fisioterapia e reposicionamento freqente no leito.

Tratamento Hospitalar

Muitos pacientes com SGB morrem de complicaes evitveis como sepse, sara, tromboembolismo pulmonar (TEP), trombose venosa profunda (TVP), e disautonomias. Um tratamento adequado faz com que a mortalidade caia para 5%(MEYTHALER, 1997).A imunomodulao consiste na administrao de imunoglobulina endovenosa, na dose de 0,4 g/kg/dia durante cinco dias consecutivos. Esta tem uma eficcia igual da plasmafrese, mas tem a vantagem de maior facilidade de aplicao, e de menor invasividade. As opinies divergem quanto ao uso de corticides no SGB.

Tratamento Hospitalar

A fisioterapia respiratria baseia-se em dois aspectos: na fase inicial, constituda basicamente de manobras de higiene brnquica (para promover a clearence mucociliar, evitando consolidaes e atelectasias), reexpanso pulmonar, aspirao da via area (se necessrio), drenagem postural para mobilizar secrees; e numa fase mais tardia da doena treinamento muscular e desmame da ventilao mecnica (SMITH & BALL,2004).Tratamento FisioteraputicoOs pacientes com SGB apresentam muita dor, descrita como parestesia, disestesia, dor axial e radicular, mialgia, dor articular e desconforto visceral. A fisioterapia motora constitui-se de exerccios passivos, ativo-assistido e ativo dos membros, dependendo da melhora da fraqueza muscular; sempre tendo como limite a dor do paciente (MEYTHALER, 1997).

Tratamento Fisioteraputico

Caso ClnicoPaciente A.R.J. sexo, feminino, solteira, 39 anos, dmestica, residente da cidade de Guaxup-MG.Foi encaminhada para tratamento na Clnica de Fisioterapia Maria de Almeida Santos, para o setor de Cardiopulmonar e metablitos com diagnstico mdico de Sndrome de Guillain-Barr.Caso ClnicoNome: Ana Raquel de Jesus Sexo: femininoIdade: 39 anosProfisso: DomesticaCidade: Guaxup-MGMdico: Dr DouglasDiagnstico Mdico: Sndrome de Guillain-BarrDiagnstico Fisioteraputico: fraqueza da musculatura respiratria

Ficha de AvaliaoAusculta Pulmonar: MV(+) SIRAQueixa principal: Paciente relata muita falta de ar e bastante cansao mesmo em repouso.Sinais e Sintomas: dispneia em repouso Borg:8Tosse produtiva mais frequente a noite

Histria da molstia atual: Paciente relata que comeou a perder os movimentos 08/03/2015.J no dia 09/03/2015 foi ao mdico onde obteve diagnstico de Sndrome de Guillain-Barr, ficando logo pos 12 dias internada. Ao receber alta o mdico encaminhou para o setor de fisioterapia Cardiopulmonar e Metablicos. Onde mesma ficou ate a data atual aguardando liberao das sesses.Histria da Molstia Pregressa: H 4 anos a paciente fez biopsia devido a um problema nos rins. Tambm relata ter feito 2 cesrias.Fatores de risco: (x)HAS outros: nefrite nos rins.Medicaes: Losartana Potssica, Prednisolona, omeprazol,vitamina B1 e Ciclosporina.

Aspecto da pele: normal Sinais vitais:PA: 130X90mmHgFR: 32rpmFC: 100bpmSatO2: 92%T: 37,2C

Monitorao ventilatria:Peak Flow: 150,200,200PI Max: 40,40,38 PE Max: 20,22,20Tipo de trax:(x)NormolneoSimetria de trax: simetria normal durante expansibilidadeDor: dor na regio torcicaEVA: 9Padro respiratrio: (X) Diafragmtico Ritmo respiratrio: (X) Dispnico Percusso: som claro pulmonarExpansibilidade torcica: expansibilidade normal 4cm

Torax:INSP: 78cm EXP: 73cm Diferena: 5cm Abdomen:INSP: 86cm EXP: 82cm Diferena: 4cm

Objetivo :Promover a desobstruo pulmonar;Fluidificar a secreo;Promover a reexpanso pulmonar;Melhorar qualidade de vida do paciente;Fortalecer a musculatura respiratria;Orientaes para casa;

Conduta:Reexpanso: respiron, inspirao em tempos, respirao diafragmtica, glossofaringea, reanimador de muller, suspiros inspiratrios, CPAP,BIPAP e manobra de compresso/descompresso.Manobra de Higiene brnquica: AFE, tapotagem, vibrocompresso, inspirao lenta prolongada, vibrao, drenagem autogena e shaker.Fortalecimento: Threshold PEP e IMT, EPAPOrientaes para casa: Tcnica de conservao de energia feito em casa e exerccios para reexpanso pulmonar.

COSTA, E. Rehabilitation of patients with Guillain-Barr syndrome.Revista De Neuro-Psiquiatra1970; 33:219-32.FONSECA, T,, CARDOSO, T. Sndrome de Guillain Barre. Acta Medica Portuguesa; 17: 119-122; 2004.KLLER, H. Chronic Inflammatory Demyelinating Polyneuropathy.N Engl J Med2005;352:1343-56.KRIVICKAS, L. Exercise in Neuromuscular Disease.Journal of Clinical neuromuscular disease2003; 5,:1.MEYTHALER, J.,et al. Prediction of outcome in Guillain-Barr syndrome patients admitted to rehabilitation.Arch Phys Med Rehabil1994; 75:1027.REES, J., SOUDAIN, S., GREGSON, N., HUGHES, R. Campylobacter jejuni infection and Guillain-Barr Syndrome.N Engl J Med1995; 333:1374-9.SMITH, M., BALL, V.Cash: cardiorrespiratrio para fisioterapeutas. Editora Premier, So Paulo, SP, Brasil, 2004.

Refrencias: