Simpósio Internacional de Educação a Distância (4. : 2017 ... · Felipe Lopes da Silva Sabará...

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Ficha catalogrfica elaborada pela Seo Tcnica de Aquisio e Tratamento da Informao Servio

Tcnico de Biblioteca e Documentao - UNESP, Campus de Presidente Prudente.

Simpsio Internacional de Educao a Distncia (4. : 2017 : Presidente Prudente)

Anais do IV Simpsio Internacional de Educao a Distncia e VI Simpsio de

Educao Inclusiva e Adaptaes : Presidente Prudente, 21 a 24 de maio de 2017 /

Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Cincias e Tecnologia. Presidente

Prudente : FCT/CPIDES, 2017

ISSN 2237-0749

1. Educao a distncia. 2. Mdias digitais. 3. Educao inclusiva. 4. Formao de

educadores. I. Simpsio de Educao Inclusiva e Adaptaes (6. : 2017 : Presidente

Prudente). II. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Cincias e Tecnologia.

III. Ttulo.

S621

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Sumrio

EIXO TEMTICO - EDUCACO ESPECIAL E/OU INCLUSIVA

ARTIGO COMPLETO ............................................................................................ 12

A atuao do intrprete da Lngua Brasileira de Sinais na sala de aula........................ 13

Fernando Lopes da Silva, Graziella Plaa Orosco de Souza

A avaliao do aluno surdo no ensino regular ................................................................ 23

Cristiane Viana de Oliveira, Vera Lucia Gomes, Francimar Batista Silva

Acessibilidade espacial em museus: adaptao e incluso social ................................. 33

Ktia Ariane da Silva

Acessibilidade fsica para estudantes com deficincia fsica ........................................ 41

Lucas Oliveira Bevilacqua, Denise Ivana de Paula Albuquerque, Matheus Augusto

Mendes Amparo

Acessibilidade para estudantes com deficincia fsica no contexto escolar ................. 48

Reni de Ftima Souza, Denise Ivana de Paula Albuquerque, Matheus Augusto Mendes

Amparo

A construo do Objeto de Aprendizagem - Alphabet Lorm - como recurso facilitador para a

comunicao de estudantes surdocegos .......................................................................... 56

Mrcia Debieux de Oliveira Lima, Gunnar Correa, Janiele de Souza Santos, Danielle

Aparecida do Nascimento dos Santos, Mario Augusto Pazoti

Adaptar ou recriar o ensino para ensinar a todos? Por uma pedagogia da diferena ... 64

Jos Eduardo de Oliveira Evangelista Lanuti

A importncia da disciplina de libras no contexto de formao acadmica na pedagogia da

unesp de presidente prudente ........................................................................................... 73

Jane Aparecida de Souza SANTANA, Elisa T. M. SCHLNZEN

A Importncia de um Ambiente Escolar Infantil Adequando para melhorar Raciocnio Lgico

da Criana ......................................................................................................................... 84

Paulo Rosas dos Santos ....................................................................................... 84

A incluso escolar e os desafios para a formao de docentes e gestores. ................... 94

Sulen Cristiane Marcos de Oliveira , Ana Virginia Isiano Lima

A influncia dos filhos deficientes visuais no aprendizado dos pais no facebook e web 2.0

......................................................................................................................................... 104

MEDEIROS, Wanderlia da Silva Antunes, MEDEIROS, Ronaldo Anderson de

A interao nas aulas de educao fsica e a incluso da estudante pblico alvo da educao

especial ............................................................................................................................ 113

Fabiano da Silva dos Santos, Denise Ivana de Paula Albuquerque, Matheus Augusto

Mendes Amparo

Alfabetizao na rea da deficincia intelectual: construo e uso de materiais como

mediao pedaggica ..................................................................................................... 120

Angelo Antonio Puzipe Papim, Anna Augusta Sampaio de Oliveira

Anlise do uso da Comunicao Alternativa e Aumentativa com um aluno com Transtorno

do Espectro Autista ........................................................................................................ 129

Mnica Nemzio da Costa Siqueira, Matheus Augusto Mendes Amparo, Lucinei

Pereira Barbosa Pachella e Jussara Oliveto Miralha

A presena de alunas com surdez nas aulas de fsica: relato de experincia .............. 151

5

Andressa Silva Rezende Maria, Ana Maria Osorio Araya, ,Danielle Aparecida do

Nascimento Santos

Articulao Intersetorial em uma Perspectiva Inclusiva: aes da equipe gestora escolar

......................................................................................................................................... 161

Ana Mayra Samuel da Silva, Elisa Tomoe Moriya Schlnzen, Danielle Aparecida do

Nascimento dos Santos e Ana Virginia Isiano Lima

As contradies no discurso de incluso e excluso vigentes na sociedade brasileira170

Giuza Ferreira da Costa Victrio, Maria do Socorro Sales Felipe Bezerra e Francimar

Batista Silva

As identidades da cultura surda brasileira e suas relaes com a cultura surda americana

......................................................................................................................................... 179

Las dos Santos di Benedetto, Elisa Tomoe Moriya Schlnzen, Klaus Schlnzen Junior

A tecnologia assistiva no processo de aprendizagem do deficiente visual no ensino mdio e

superior............................................................................................................................ 188

Sandra Luzia Wrobel Straub, Cllia M. Malaquias, Tnia Pitombo de Oliveira, Luiz

Kenji Umeno de Alencar

A utilizao dos recursos tecnolgicos em sala de aula para alunos surdos e sua relao com

a aprendizagem ............................................................................................................... 198

Glaucia Ester Pereira Marchesin, Dra. Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos

e Ma. Jeong Cir Deborah Zaduski

Avanos e dificuldades da educao inclusiva para o deficiente intelectual.............. 208

Maria do Socorro Sales Felipe Bezerra, Maria Madalena Senna e Francimar Batista

Silva

Caracterizao das habilidades psicomotoras de pessoas com deficincia atendidas pela sala

de atendimento educacional especializado ................................................................... 218

Mariane da Piedade Oliveira, Lus Paulo Pires Corra, Deyliane Aparecida de

Almeida Pereira

Compreenses iniciais sobre a incluso escolar: o que nos dizem os professores? ... 229

Erica Aparecida Capasio Rosa, Ivete Maria Baraldi

Currculo Adaptado: nova proposta no processo educacional inclusivo na Rede Municipal de

Ensino de Ourinhos/SP .................................................................................................. 237

Patrcia Elisabeth Ferreira, Letcia Rarek Conceio, Rita Melissa Lepre

De Face com a Libras: O Uso das TDIC como Ferramenta na Prtica Pedaggica Inclusiva

......................................................................................................................................... 247

Doani Emanuela Bertan, Janana Tunussi de Oliveira

Deficincia intelectual: caminhos para a efetivao de prticas pedaggicas inclusivas257

Giuza Ferreira da Costa Victrio, Maria do Socorro Sales Felipe Bezerra e Francimar

Batista Silva

Desafios para a avaliao das altas habilidades/superdotao na rea criativo-produtiva

......................................................................................................................................... 266

Raissa Viviani Silva, Maria Beatriz Campos de Lara B. M. Peixoto, Anglica Maria

Teodoro Cunha e Aletia Cristina Bergamin, Vera Lcia Messias Fialho Capellini

Desafios vivenciados pelos professores: impasses para prtica de ensino e possibilidades de

uma formao colaborativa ............................................................................................ 276

Paula Mieco Koizumi Masuyama, Renata Portela Rinaldi

Educao inclusiva de adultos: contribuies da neurocincia e da andragogia........ 285

6

Mnica Campos Santos Mendes

Educao fsica e a incluso dos estudantes pblico-alvo da educao especial ....... 291

Ronald Leonel Alves de Deus, Denise Ivana de Paula Albuquerque, Matheus Augusto

Mendes Amparo

Ensino de Libras na formao inicial de professores dos cursos de licenciatura em Fsica: a

obrigatoriedade por meio do Parecer CNE/CP n2/2015 ............................................. 297

Tais Andrade dos Santos, Moacir Pereira de Souza Filho

Ensino Superior Inclusivo: A Implementao do Ncleo de Acessibilidade e Acolhimento

(NAAC) no Centro Universitrio Antnio Eufrsio de Toledo de Presidente Prudente306

Carla Roberta Ferreira Destro

Estado democrtico de direito, diversidade e as aes afirmativas para as pessoas com

deficincia no ensino superior - Um breve relato da experincia da UFOP ............... 315

ROCHA, Carleugnia, ROSA, Letcia, SANTANNA, Adriene, MIRANDA, Christianne e

SANTANA, Marcelo

Estratgias de locomoo em ambientes escolares: opinio de alunos cegos acerca do uso da

bengala ............................................................................................................................ 325

Loiane Maria Zengo, Maria Luiza Salzani Fiorini, Eduardo Jos Manzini

Formao continuada de professores em Educao Inclusiva em espaos hbridos: primeiros

achados de pesquisa a partir de uma reviso de literatura ........................................... 335

Juliana Dalbem Omodei, Renata Portela Rinald

Formao de professores de Educao Fsica: o que revelam as pesquisas brasileiras sobre

Educao Inclusiva ......................................................................................................... 343

Paulo Roberto Brancatti, Renata Portela Rinaldi

Formao de professores na perspectiva inclusiva ...................................................... 352

Nilce La Lobato Cristovo; Rmulo Pereira Nascimento

Gesto escolar, dificuldades e barreiras encontradas para efetivar a incluso na escola362

Doraci Schiavinoto, Denise Ivana de Paula Albuquerque, Matheus Augusto Mendes

Amparo

Identificao de estudantes com altas habilidades/superdotao: o professor consegue?

......................................................................................................................................... 369

Aletia Cristina Bergamin, Denise Rocha Belfort Arantes Brero, Victor Alexandre

Barreto da Cunha, Raissa Viviani Silva, Eliana Marques Zanata

EIXO TEMTICO - EDUCACO ESPECIAL E/OU INCLUSIVA

RESUMO EXPANDIDO ........................................................................................ 377

A incluso das pessoas com deficincia: breve anlise de sua ocorrncia na escola brasileira

......................................................................................................................................... 378

Roseli da Silva Ribeiro Giroto, Carlos Eduardo Candido Pereira

A incluso de crianas com necessidades especiais no contexto educacional brasileiro.

......................................................................................................................................... 384

Roseli da Silva Ribeiro Giroto, Carlos Eduardo Candido Pereira

A Incluso Escolar no Ensino Fundamental II: relato de experincia ........................ 389

Ktia Ariane da Silva

Aprendizagem de contedos Matemticos para Estudantes Pblico-Alvo da Educao

Especial: prticas de ensino do professor ..................................................................... 394

7

Janiele de Souza Santos, Manoel Osmar Seabra Junior

As mltiplas inteligncias e a didtica multissensorial como estratgia de ensino ... 400

Diego da Silva Ferreira, Moacir Pereira de Souza Filho

As Tecnologias da Informao e Comunicao como Tecnologias Assistivas na Educao

Especial e as relaes docentes: Anlise de caso ......................................................... 404

OLIVEIRA, Rafael Miranda SOUZA-LEITE,Clia Regina Vieira

Burnout em professores do ensino fundamental, em salas com insero de alunos com

deficincia ....................................................................................................................... 410

Keity Cristina Corra, Nilson Rogrio da Silva

Construo de modelos de nanotecnologia com miangas para alunos com deficincia visual

......................................................................................................................................... 415

Fernanda Bertaco da Silva, Moacir Pereira de Souza Filho, Allan Victor Ribeiro,

Stefan Thierry Bisi Faustino

Diferentes abordagens sensoriais no desenvolvimento da criana com e sem deficincia

auditiva na educao infantil ......................................................................................... 421

Thalita Cristina Prudencio de Amorim, Juliana Cristina Bomfim

Discente amigo: incluso escolar e social das pessoas com necessidades especiais . 427

Isac Neto da Silva, William Vieira de Lima, Wendison Monteiro dos Santos, Jonas

Pereira da Costa

Educao fsica. Contribuies e estratgias para socializao do aluno com tgd na sala

regular ............................................................................................................................. 431

Maria Ceclia de Andrade

EJA e o atendimento ao aluno da Educao Especial concepes histricas............. 436

Andreza Patrcia Balbino Cezrio

Estruturas e prticas da educao inclusiva de floriano/pi: um estudo etnogrfico ... 441

Jeferson Gomes de Sousa, Jos Ribamar Lopes Batista Jnior, Jamyla Ysnayla da Silva

Nunes Carvalho, Joo Marcos Messias Miranda

Formao continuada e em exerccio de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental

por meio de um MOOC para a incluso de estudantes pblico-alvo da educao especial na

escola comum. ................................................................................................................ 446

Matheus Augusto Mendes Amparo, Klaus Schlnzen Junior, Elisa Tomoe Moriya

Schlnzen

Incluso de estudantes com deficincia intelectual em escolas democrticas: desafio e

perspectivas ..................................................................................................................... 451

Julia Gomes Herado, Elisa Tomoe Moriya Schlnzen

Incluso e atuao docente numa escola pblica municipal: desafios e possibilidades456

Karlliny Martins da Silva, Vanda Moreira Machado Lima, Mariza Fortuna

Incluso: estratgias no processo de alfabetizao de estudante com paralisia cerebral462

Vitria de Paula Albuquerque, Marcela Corra Tinti, Elisa Tomoe Moriya Schlnzen,

Denise Ivana de Paula Albuquerque

Jogos como estratgia pedaggica no ensino de matemtica de jovens e adultos surdos

......................................................................................................................................... 467

Felipe Lopes da Silva Sabar Arajo, Elayne Hiromi Kanashiro Tavares, Elifas Levi

da Silva

O Papel das Tecnologias Mveis no Processo de Incluso do Estudante com Autismo:

recursos e estratgias no ensino de Geografia .............................................................. 473

8

Gisele Silva Arajo, Manoel Osmar Seabra Jnior

O ensino de acstica para alunos com deficincia auditiva: ideias preliminares para o

desenvolvimento de uma pesquisa utilizando as vibraes sonoras e os recursos visuais

......................................................................................................................................... 478

Mariana Rubira Gomes, Moacir Pereira de Souza Filho

Ensino do karat nas aulas de educao fsica: possibilidade de desenvolvimento psquico de

crianas sndrome de down ............................................................................................ 484

Rodrigo Pereira de Carvalho, Rafael Csar Ferrari dos Santos, Janaina Pereira

Duarte Bezerra

Oficinas Psicoeducacionais: Aprendizagem e Desenvolvimento Humano ................ 490

Fabiane Salomo Souza, Paula Mieco Koizumi Masuyama

O processo de colaborao e interao com os instrutores surdos para a criao de sinais para

conceitos de Fsica.......................................................................................................... 494

Jaqueline Santos Vargas e Shirley Takeco Gobara

Polticas inclusivas e acessibilidade em bibliotecas escolares .................................... 500

Fabiana Sala, Silvio Csar Nunes Milito

Prticas de letramento na educao inclusiva no municpio de floriano-pi ................. 505

Jamyla Ysnayla da Silva Nunes Carvalho, Jos Ribamar Lopes Batista Jnior, Joo

Marcos Messias Miranda, Jeferson Jeferson Gomes de Sousa

Projeto Biolibras: produo de glossrio e vdeos educativos de Biologia na Lngua Brasileira

de Sinais .......................................................................................................................... 511

Elisangela Andrade Angelo, Rafael Moretto Barros, Mayara Andressa Henrique

Cortonezi Pereira e Terezinha dos Anjos Abrantes

Rede So Paulo de Formao Docente - REDEFOR na Formao de Gestores/Professores

para a promoo da Incluso de alunos PAEE. ............................................................ 516

Jane Aparecida de Souza SANTANA, Elisa T. M. SCHLNZEN

_Toc489520822

EIXO TEMTICO - EDUCAO A DISTANCIA

ARTIGO COMPLETO .......................................................................................... 525

A espiral de aprendizagem na educao a distncia: a importncia do feedback na construo

do conhecimento ............................................................................................................. 526

Jeong Cir Deborah Zaduski , Ana Lucia Faro Carneiro de Siqueira, Denise Gregory

Trentin

A formao permanente em servio e em exerccio de formadores para a docncia virtual

......................................................................................................................................... 534

Denise Ivana de Paula Albuquerque, Klaus Schlnzen Junior , Elisa Tomoe Moriya

Schlnzen

A licenciatura em msica na modalidade a distncia: reflexes sobre o trabalho do tutor

virtual .............................................................................................................................. 543

Patrcia Lakchmi Leite Mertzig Goncalves de Oliveira, Nubia Carla Ferreira Cabau,

Maria Luisa Furlan Costa

A nota do aluno pode influenciar na avaliao institucional? ..................................... 553

dison Trombeta de Oliveira, Ndia Rubio Pirillo, Elizabete Briani Macedo Gara,

Klaus Schlnzen Junior

9

A Pedagogia dos Multiletramentos e suas contribuies para a EaD: possibilidades de uma

abordagem com o uso de tecnologias digitais .............................................................. 561

Eduardo Fofonca, Adriana Ferreira Gama e Aline Rene Benigno dos Santos

As caractersticas do Hipertexto em seu processo educativo na Educao a Distncia569

Aline Rene Benigno dos Santos, Adriana Ferreira Gama, Eduardo Fofonca

Desenvolvimento profissional docente: aspectos para a formao de professores em um

ambiente virtual aberto................................................................................................... 574

Marcela Corra Tinti, ElisaTomoe Moriya Schlnzen

Design pedaggico e espao de aprendizagem: um caso de inovao da sala de aula com

vistas implantao de metodologias ativas de aprendizagem .................................. 584

Jos Artur Teixeira Gonalves, Letcia Toni Silva

Ensino tcnico na modalidade a distncia: um retrato do atendimento e das polticas pblicas

para a educao profissional paulista ............................................................................ 594

Paulo Roberto Prado Constantino, Mrcia Regina de Oliveira Poletine

Evaso e plgio: estratgias de medio pedaggica utilizada por tutores online ..... 602

Tamara de Lima, Lorayne de Freitas Santos

Ferramentas para criao de materiais didticos digitais para um curso bsico de espanhol no

Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem Moodle ................................................ 611

Karina Letcia Jlio Pinto, Daiane Padula Paz

Formao Inicial dos futuros professores para o uso das Tecnologias da Informao e

Comunicao: grupo focal com licenciandos do leste de Minas Gerais e do sul da Bahia

......................................................................................................................................... 620

Karina Letcia Jlio Pinto, Josiane Carolina Soares Ramos do Amaral

GSuite for Education: como as ferramentas Google para Educao podem potencializar

metodologias inovadoras em sala de aula ..................................................................... 629

Luiz Ricardo Soares Ferreira, Rodolfo Henrique de Mello Caversan, Moacir Pereira

de Souza Filho

Incluso pedaggica na educao a distncia: reflexes sobre a educao para todos no ensino

superior............................................................................................................................ 636

Gabriela Alias Rios, Klaus Schlnzen Junior

Inovao no Ensino Superior: Por onde comear? ....................................................... 645

Lvia Raposo Bardy, Elisa Tomoe Moriya Schlnzen

Jogos Digitais: um reforo no entendimento de fluxogramas em processos de negcios

......................................................................................................................................... 653

Joo Cezrio Gigio Marques, Fernanda Sutkus de Oliveira Mello

Metodologia ativa: proposta interdisciplinar em busca de prticas pedaggicas inovadoras

......................................................................................................................................... 661

Mariangela Barbosa Fazano Amendola, Fernanda Sutkus de Oliveira Mello, Larissa

Crepaldi Trindade, Marcela Regina Guerrer Barrios e Renato Pandur Maria

Museu virtual na escola: uso do moodle a partir da didtica para uma pedagogia histrico-

crtica ............................................................................................................................... 670

Elton Mitio Yoshimoto, Marilu Martens Oliveira

Novos paradigmas para a educao: A modalidade virtual mudando conceitos........ 679

Carina Mendes Barboza

O desafio da acessibilidade da informao na web para a educao infantil ............. 685

Caroline de Oliveira Ferraz

10

O ensino hbrido na formao de professores .............................................................. 694

Luciana Grandini Cabreira, Marcia Josefina Beffa, Pedro Alexandre Gomes e Daniel

Fernando Matheus Gomes

O perfil do tutor virtual e a construo de identidades na modalidade EaD .............. 702

Raquel Tiemi Masuda Mareco; Maria Clia Cortez Passetti

Os Recursos Educacionais Abertos no contexto da Educao a Distncia ................ 711

Ana Paula Ambrsio Zanelato Marques, CarlaPlantier Message, Raquel

RosanChristinoGitahy, Adriana Aparecida de Lima Terariol

O uso da realidade virtual com imerso no contexto escolar: potencialidades e possibilidades

......................................................................................................................................... 721

Allan Victor Ribeiro e Moacir Pereira de Souza Filho

Plgio acadmico em ead: estudo de caso em uma universidade privada .................. 730

Rafael Medeiros Hespanhol e Patrcia de Freitas Pelozo

Planejamento de um Curso na Modalidade EAD: gesto da qualidade nas organizaes

......................................................................................................................................... 742

Joo Cezrio Gigio Marques, Fernanda Sutkus de Oliveira Mello

Produo de materiais para EAD: como se configura a originalidade no processo ... 750

Denise Maria de Paiva Bertolucci

Quem tem medo do lobo mau? A desmistificao do uso de imagens como recurso

metodolgico no ensino de Biologia ............................................................................. 759

Adriana Ferreira Gama, Aline Rene Benigno dos Santos e Eduardo Fofonca

Relato de experincia sobre a migrao de plataforma de ensino Moodle para uma soluo

personalizada .................................................................................................................. 767

Anderson Roberto Deizepe, Janaina Pereira Duarte Bezerra

Tcnicas de minerao de texto em dados educacionais para classificao de documentos na

abordagem ccs ................................................................................................................ 776

Klaus Schlnzen Junior, Rodrigo Yoshio Tamae

Tecnologias de informao e comunicao aplicadas na prtica pedaggica no curso de

pedagogia da facema ...................................................................................................... 785

Andressa Layane dos Santos Sousa, Galeno Sampaio Fernandes, e Maria Helena

Rodrigues Bezerra

Uma proposta para o ensino de fenmenos ondulatrios utilizando uma ferramenta

multimiditica ................................................................................................................. 794

Rodolfo Henrique de Mello Caversan, Moacir Pereira de Souza Filho

EIXO TEMTICO - EDUCACO A DISTNCIA

RESUMO EXPANDIDO ........................................................................................ 803

A comunicao em Tutoria na Educao Brasileira: A Contribuio dos Alunos na Ps-

graduao Lato Sensu na Modalidade Ead ................................................................... 804

NEVES, Paula Piassa

tica, alteridade e no-presencialidade na formao superior a distncia .................. 810

Amanda Pires Chaves

Incluso digital x incluso social: A importncia das Tecnologias da Comunicao e

Informao no desenvolvimento social de Eirunep-AM ........................................... 815

11

Isac Neto da Silva, William Vieira de Lima, Wendison Monteiro dos Santos, Antnio

Mateus Rodrigues Belm

Ncleo de Educao a Distncia - uma ao pedaggica e descentralizadora do Instituto

Federal do Paran ........................................................................................................... 820

Terezinha dos Anjos Abrantes, Karla Oliveira Sampaio Lanzillotta Sgorlon, Silvia

Eliane de Oliveira Basso e Elisngela Andrade Angelo

Orientao de TCC na modalidade a distncia: avaliao das prticas pelos formadores em

um curso de aperfeioamento ........................................................................................ 825

Paulo Roberto Prado Constantino, Eva Chow Belezia

Participao em fruns e os principais desafios encontrados pelos alunos: uma reviso

sistemtica ....................................................................................................................... 832

Rafael Orbolato, Loiane Maria Zengo, Lonise Caroline Zengo de Lacerda

12

EIXO TEMTICO

EDUCACO ESPECIAL E/OU INCLUSIVA ARTIGO COMPLETO

13

A ATUAO DO INTRPRETE DA LNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NA

SALA DE AULA

THE PERFORMANCE OF THE INTERPRETER OF THE BRAZILIAN

SIGN LANGUAGE IN THE CLASSROOM

Fernando Lopes da Silva1, Graziella Plaa Orosco de Souza2

1Especialista em Lngua Brasileira de Sinais (LIBRAS) - Centro Universitrio Leonardo da Vinci.

Discente de Graduao em Pedagogia Universidade Cruzeiro do Sul. Discente de Especializao

em Educao Especial e Inclusiva - Universidade do Oeste Paulista.

[email protected]

2Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional Universidade do Oeste Paulista. Especialista em

Avaliao do Ensino e da Aprendizagem Universidade do Oeste Paulista. Especialista em Lngua Brasileira de

Sinais - SOCIESC/Fundao Tupi.

[email protected]

Eixo Temtico 1 - Educao Inclusiva: Formao de professores de Educao Especial em uma perspectiva Inclusiva

Resumo: A aprendizagem e a forma de ensinar a Lngua Brasileira de Sinais, especialmente na escola

formal, vm sendo objeto de discusso desde que a escola deixou de ser exclusividade de uns e passou a ser inclusiva para todos. A sociedade e a escola passaram a ter uma atuao diferenciada perante o

aluno com deficincia, e a Educao Inclusiva tornou-se base para o trabalho e a tomada de decises

na perspectiva da diversidade. Considerar os direitos do aluno surdo e entender o papel da escola de

suma importncia para o sucesso de seu aprendizado. Nesta perspectiva, este trabalho busca entender a funo do intrprete de Libras na escola regular, procurando saber quais as atribuies desse

profissional e de que maneira sua atuao pode favorecer o aprendizado do aluno com surdez. Para a

elaborao desta pesquisa, foi realizado levantamento documental e estudados tericos que versam sobre o assunto. Espera-se que esta investigao possa apontar caminhos para o questionamento sobre

o papel do intrprete de Libras no espao escolar na rede formal de ensino, valorizando seu carter

mediador no processo de aprendizagem aos alunos surdos.

Palavras chave: Aprendizagem. Incluso escolar. Intrprete. Lngua Brasileira de Sinais. Cultura Surda.

Abstract: The learning and teaching of the Brazilian Sign Language, especially in the formal school, has been the subject of discussion since the school ceased to be exclusive to some and became inclusive

for all. The society and the school started to have a differentiated performance in relation to the students

with disabilities, and Inclusive Education became the basis for work and decision-making in the perspective of diversity. Considering the rights of the deaf student and understanding the role of the

school is of paramount importance for the success of their learning. In this perspective, this work seeks

to understand the function of the interpreter of Libras in the regular school, trying to know what the

attributions of this professional and in what way its performance can favor the learning of the student with deafness. For the elaboration of this research, a documentary survey and theoretical studies were

carried out that deal with the subject. It is hoped that this investigation may point out ways to question

the role of the interpreter of Libras in the school space in the formal education network, valuing its mediator character in the learning process for deaf students.

Keywords: Learning. School inclusion. Interpreter. Brazilian Language of Signals. Deaf Culture.

1 Introduo

Em razo da recente determinao de incluso de todos os alunos na rede regular de

ensino, a questo acerca das prticas metodolgicas de profissionais que recebem, em suas salas

de aula, alunos portadores de deficincia vem sendo amplamente discutida. Mudanas no

mailto:[email protected]:[email protected]

14

cotidiano de docentes e demais profissionais da rea da Educao, inclusive ao que se refere

atuao do intrprete e do professor atuante nas salas de aulas inclusivas de alunos surdos, se

tornaram necessrias para o cumprimento da legislao.

O reconhecimento da Lngua Brasileira de Sinais Libras, como lngua oficial da

comunidade surda, tornou possvel a mudana de postura perante a surdez e das necessidades

da pessoa surda. Muito se debate a consolidao da cultura surda, e vrias discusses foram

provocadas no sentido de ressaltar o potencial dessa comunidade e suas necessidades

educacionais.

Como consequncia, a pessoa surda no mais considerada ineficiente ou incapaz;

vista como pessoa que se desenvolve integralmente e que se comunica por um canal diferente

dos ouvintes. A Lngua de Sinais, uma vez entendida como lngua materna dos surdos, se tornou

o meio de instruo da pessoa surda, seja na comunidade em que se insere ou na escola que

frequenta. Assim, apesar da instruo escolar privilegiar a viso por meio do ensino da Lngua

Portuguesa escrita, a Libras precisa estar presente no cotidiano das escolas que atendem a

alunos com surdez.

Por este motivo, justifica-se a necessidade de profissionais atuantes e envolvidos com o

ensino dos surdos que, conscientes dessa especfica realidade, e que estes discutam e aprimorem

constantemente suas prticas metodolgicas, buscando outras alternativas que permitam a

pessoa surda usufruir do seu direito de aprender com igualdade em relao s pessoas ouvintes.

Neste contexto, reflete-se, portanto, a necessidade da presena do profissional intrprete

nas salas de aula das escolas regulares, pois esse profissional que ter a responsabilidade de

mediar o conhecimento, tornando-o acessvel ao aluno surdo. Esse profissional figura presente

em vrios ambientes sociais em razo da Lei de Acessibilidade (Lei n 10.098, de 19 de

Dezembro de 2000). No entanto, entende-se que no interior das escolas que a presena dele

contribui para o desenvolvimento da criana surda.

Entretanto, o trabalho destes profissionais merece reflexo. Sua atuao em sala de aula

torna-se confusa para os demais profissionais da Educao.

Neste sentido, importa abordar o assunto de maneira crtica, por meio de uma anlise

aprofundada e reflexiva sobre a atuao do tradutor/intrprete da Lngua Brasileira de Sinais -

Libras, na tentativa de se compreender de que maneira a insero deste profissional na escola

regular pode viabilizar a aprendizagem do aluno surdo. Portanto, este trabalho objetiva

conhecer e analisar o papel do interprete de alunos surdos na rede regular de ensino, e refletir

sobre a demanda destes profissionais no processo de aprendizagem da pessoa surda.

15

2 Breve histrico da Lngua Brasileira de Sinais

Segundo Pinheiro (2010), a Lngua Brasileira de Sinais Libras surgiu em 1857, no

interior do Instituto dos Surdos-Mudos, consolidado como sendo a primeira escola para surdos

no Brasil. Esta lngua resulta da juno da Lngua de Sinais Francesa com a lngua de sinais

brasileira antiga, j utilizada anteriormente pelos surdos nas diversas regies do Brasil. Libras

foi a sigla aceita pela Federao Nacional de Educao e Integrao dos Surdos de So Paulo

FENEIS para identificar a Lngua Brasileira de Sinais. No entanto, h um movimento, liderado

pelo pesquisador surdo Nelson Pimenta1, que se ope a esta nomenclatura, defendendo o uso

da sigla LSB Lngua de Sinais Brasileira, sigla que segue os padres internacionais de

denominaes das lnguas de sinais. Diferente de todos os outros idiomas conhecidos, a Libras

visual-gestual, que precisa ser falada pelo corpo, levando em considerao a expresso facial

e corporal.

Castro e Carvalho (2004, p. 23) mencionam que: [...] a Libras de fato um idioma

gestual-visual principalmente focado na memria fotogrfica, na construo de imagens no

crebro e no relacionamento entre si desses elementos visuais. Assim, as expresses corporais

so fundamentais para a comunicao em Libras.

Pinheiro (2010) afirma que a Libras se desenvolveu a partir da Lngua de Sinais

Francesa, o que indica que no uma lngua universal, cada pas possui a sua com

caractersticas e parmetros diferentes. Trata-se de uma lngua que possui composio

gramatical prpria, que exige estudo para sua compreenso por parte da pessoa ouvinte. Gesser

(2009, p. 81) aponta que:

As lnguas de sinais tambm no so mmicas ou pantomimas, pois exprimem

ideias abstratas e apresentam todas as propriedades lingusticas presentes nas

lnguas humanas orais. Ela tampouco um cdigo secreto dos surdos; no nos

expressamos pelo alfabeto manual e os significantes da lngua de sinais no so exclusivamente icnicos. Pode-se dizer que as lnguas de sinais so

autnomas e no se originaram nem dependem das lnguas orais para

existirem, mas nem por isso seus falantes deixam de incorporar termos e fazer emprstimos lingusticos em seu repertrio discursivo de uso. Como todas as

lnguas faladas, a Libras tambm varia no territrio brasileiro, apresentando

regionalismos, variedades e sotaques, de norte a sul.

1Nelson Pimenta Mestre em Estudos da Traduo e professor do Instituto Nacional de Educao de Surdos - INES. Criou, em 1999, a empresa de educao LSB Vdeo, com a misso de contribuir para o fortalecimento da

identidade e cultura surda atravs da difuso da lngua de sinais, onde alm de produzir material didtico-

pedaggico em Libras, participou de importantes criaes artsticas, culturais e cientficas na rea.

16

Portanto, semelhante ao que ocorre com a lngua falada, a Libras tambm apresenta

transformaes na lingustica, consideradas dialetos e/ou regionalismos. Assim, alm de ser

diferente de um pas para outro, esta lngua peculiar tambm apresenta regionalidades dentro

de um mesmo pas. Este fato se deve a distintas culturas e diversas influncias no cdigo de

ensino de cada pas. Castro e Carvalho (2004) afirmam que trata-se de um idioma que apresenta

como caracterstica uma estrutura gramatical prpria, contendo particularidades idiomticas e

variaes regionais, que se assemelham ao sotaque ou as grias da lngua portuguesa, que so

prprias de cada regio no Brasil (CASTRO E CARVALHO, 2004, p. 23).

Vale ressaltar que, na comunicao em Libras, os elementos importantes para garantir

uma comunicao intensa e precisa so as expresses faciais e corporais, pois por meio desses

elementos que so demonstradas as emoes, sensaes, sentimentos e oferecido o real

sentido do que se pretende comunicar.

2. 1 O papel do tradutor-intrprete como mediador da aprendizagem

Em pessoas que utilizam diferentes lnguas para se comunicar, interpretar requer

esforo cognitivo-lingustico perante a necessidade que as pessoas tm de se comunicar,

interagindo scio culturalmente. Conforme Maurcio (2010, p. 80):

No Brasil, existem pelo menos duas situaes em que a lei confere ao surdo o

direito a intrprete de Libras:

- Nos depoimentos e julgamentos de surdos (rea penal);

- No processo de incluso de educando os surdos nas classes de ensino regular

(rea educacional).

Desta forma, a atuao do intrprete consiste em processar a informao recebida na

Lngua Portuguesa (ou outra lngua oral) e fazer as escolhas lexicais, estruturais, semnticas e

pragmticas na Lngua de Sinais, procurando aproximar o mximo possvel da informao

fornecida na lngua fonte. Conforme Cenci (2015, p. 10):

Bem como as palavras (das lnguas orais), os sinais (das lnguas de sinais)

configuram-se na categoria de signos, que permitem a representao interna

do mundo externo. Eles, permitem, assim, que se lide com planejamento,

memorizao, referncia a situaes no presentes, elaborao de teorias, de

explicaes...

Assim, importa ao intrprete ter conhecimento tcnico, pois interpretar envolve

processos amplamente complexos. Por isso, a qualidade da formao do profissional intrprete

quesito relevante para a sua atuao.

Esse profissional precisa ter domnio tanto da Lngua de Sinais quanto conhecimento

da lngua falada de seu pas, e ser qualificado para o desempenho da funo e tcnicas de

17

interpretao. O papel do intrprete de Libras o de realizar a interpretao da lngua falada

para a lngua sinalizada e vice-versa. No entanto, esta ao requer, alm de conhecimento

prvio, resolver questes e limitaes constantes em sala de aula. Uma delas o fato do

professor das disciplinas curriculares formais lhe encarregar funes que no so admissveis a

ele. No obstante a isso, o prprio aluno surdo tambm age como se o intrprete fosse o

professor da disciplina. Quadros (2004, p. 60) menciona este fato, ao afirmar que:

Muitas vezes, o papel do intrprete em sala de aula acaba sendo confundido com o papel do professor. Os alunos dirigem questes diretamente ao

intrprete, comentam e travam discusses em relao aos tpicos abordados

com o intrprete e no com o professor. O prprio professor delega ao intrprete a responsabilidade de assumir o ensino dos contedos

desenvolvidos em aula ao intrprete. Muitas vezes, o professor consulta o

intrprete a respeito do desenvolvimento do aluno surdo, como sendo ele a pessoa mais indicada a dar um parecer a respeito. O intrprete, por sua vez, se

assumir todos os papis delegados por parte dos professores e alunos, acaba

sendo sobrecarregado e, tambm, acaba por confundir o seu papel dentro do

processo educacional, um papel que est sendo construdo.

A funo do intrprete assistencial ao professor, atuando como um facilitador, um

mediador no processo de ensino-aprendizagem do surdo. Souza Jnior (2010) menciona que,

para que haja concordncia entre a atuao desses profissionais, que ambos tenham

conhecimento do cdigo de tica dos intrpretes: ser imparcial, discreto em sua forma de atuar,

ter postura quanto ao local de atuao e ser fiel tanto em Libras quanto em Lngua Portuguesa.

A regncia da sala precisa estar assegurada ao professor da disciplina, responsvel por

todos os alunos, inclusive os alunos surdos. O intrprete figura como o canal de comunicao

entre o professor e o aluno surdo.

A atuao do intrprete pode garantir ao aluno surdo a construo da aprendizagem

com menores dificuldades perante a desigualdade lingustica presente em sala de aula. Portanto,

o intrprete tem um papel importante na sociedade, pois sua atuao permite a incluso social

da pessoa com surdez, promovendo, tambm, o exerccio da cidadania para o ouvinte. Por isso,

torna-se fundamental que se reflita sobre a qualidade da formao e o conhecimento antecipado

da disciplina para a qualidade da traduo de uma lngua para outra.

O papel do profissional interprete orientar e interpretar a comunicao entre colegas

surdos e ouvintes e se utilizar de diversas formas de comunicao para garantir a compreenso

de significados. Para que o trabalho do intrprete seja melhor desenvolvido, as instituies de

ensino podem elaborar e executar um projeto educacional que respeite e atenda alunos surdos,

considerando suas caractersticas culturais prprias, e que incentive o professor e demais

18

educadores a revisarem suas propostas pedaggicas de modo a contemplar as necessidades da

comunidade surda que atende.

2.2 O deficiente e seus direitos

O conceito de deficincia nasce da interrupo dos fatores biolgicos funcionais

anteriormente presentes na constituio fsica. O indivduo, em seu nascimento, desprovido da

audio no sente a necessidade do reconhecimento dos signos lingusticos por meios da

sonorizao. Para ele, o contexto emotivo da percepo de mundo trilha outros caminhos para

a resoluo dos elementos lingusticos. Neste sentido, a pessoa surda pode utilizar mecanismos

adaptativos que lhe permitam viver em sociedade.

A legislao nacional sobre o tema da deficincia no contempla ainda a questo

cultural, na qual o indivduo ouvinte poderia perceber o contexto da comunicao das

necessidades da pessoa surda. Aes pontuais nos setores educacionais, como por exemplo, a

incluso no currculo do ensino regular da disciplina Libras-Noes Bsicas, favoreceriam o

elo entre a sociedade e a comunidade surda, no sentido de promover o conhecimento e a

valorizao da cultura surda.

A Constituio Federal de 1988, em seu art. 208, inciso III, dispe sobre o:

atendimento educacional especializado aos portadores de deficincia, preferencialmente na

rede regular de ensino (BRASIL, 2006, p. 122). No entanto, nada h que verse sobre a questo

da necessidade de reconhecimento da cultura surda e suas especificaes.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDBN) respalda a educao

especial, onde se verifica em seu art. 58, que: Entende-se por educao especial, para os efeitos

desta lei, a modalidade de educao escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de

ensino, para educandos portadores de necessidades especiais (BRASIL, 1996, p. 19). A

educao pretendida pela LDBN/96, precisa ser realizada respeitando as condies especficas

dos alunos. Nesse sentido, a incluso que se pretende requer que a escola, consciente de sua

funo, se coloque disposio do aluno. De acordo com Fachini (2009, p. 79):

O conceito de incluso abarca as diferentes situaes que levam excluso

social e educativa de toda uma comunidade escolar. E assim, faz referncia

no somente aos alunos com necessidades educacionais especiais, mas

tambm a todos os alunos das escolas. Ao defender a integrao dos sujeitos

com necessidades educacionais especiais s escolas comuns, estabelece

tambm a participao plena deles na vida escolar e social dessa comunidade

escolar.

19

Assim, buscando melhor atendimento ao aluno surdo, a proposta escolar pode se

embasar no que se encontra disposto no artigo 59 da LDBN/96 (BRASIL, 1996, p. 19-20), que

versa sobre a maneira de atendimento a estes alunos deficientes:

Art. 59 - O sistema de ensino assegurar aos educandos com necessidades

especiais: I- Currculos, mtodos, tcnicas, recursos educativos e organizao especfica

para atender s suas necessidades;

II- Terminalidade especfica para aqueles que no possam atingir o nvel exigido para a concluso do ensino fundamental, em virtude de suas

deficincias, e acelerao pra concluir em menor tempo o programa escolar

para os super dotados; III- Professores com especializao adequada em nvel mdio ou superior,

para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular

capacitados para integrao destes educandos nas classes comuns;

IV- Educao especial para o trabalho, visando a sua efetiva integrao na vida e sociedade, inclusive condies adequadas para os quais que no

revelem capacidade de insero no trabalho competitivo, mediante a

articulao com os rgos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas reas artsticas, intelectual ou

psicomotora;

V- Acesso igualitrio aos benefcios dos programas sociais suplementares disponveis para o respectivo nvel de ensino superior.

Portanto, conforme explicitado, o aluno deficiente assegurado pela Lei em relao

qualidade de educao que ir receber. Mendes (apud GODOY, 2002, p.182) menciona que a

LDBN/96 garante tambm os apoios, e esses apoios podem ser interpretados como a classe de

apoio, classe de recursos, classe especial, garantindo inclusive a possibilidade da manuteno

das escolas especiais (GODOY, 2002, p. 182). Dito em outras palavras, a legislao vigente

ampara o aluno que precise de um atendimento educacional diferenciado.

Tambm no inciso III do art. 59 da LDBN/96 (BRASIL, 1996, p. 19), se apresenta

uma observao acerca da necessidade de que a escola tenha professores e demais profissionais

capacitados para o atendimento a estes alunos. Assim, se nota que h a necessidade de que o

professor se prepare, buscando uma capacitao especfica voltada para o ensino inclusivo e de

qualidade. Neste aspecto, o papel do intrprete pode garantir um quadro de mediao de

conhecimento sem discriminao e excluso do aluno surdo.

Em termos histricos, a maneira como a deficincia foi sendo considerada pela

sociedade implicou em situaes de averso em relao comunidade surda. No entanto,

atualmente para a comunidade surda, a surdez no consiste em deficincia, pois para quem

nasce surdo, ouvir no essencial ao seu desenvolvimento lingustico e tampouco figura-se

como garantia de plena cidadania.

20

Neste mbito, a Constituio da Repblica de 1988 (BRASIL, 2006, p. 13) garante a

igualdade como direito de toda pessoa humana. Ou seja, todos so dignos perante a lei,

independentemente de qualquer particularidade. No entanto, a isonomia, constitucionalmente

assegurada, permite tratar diferentemente os desiguais, na medida em que se busque compensar

juridicamente a desigualdade, igualando as oportunidades.

No caso da educao, considerada direito de todos, independentemente de condies

fsicas ou mentais, direito inviolvel, inalienvel e imprescritvel. No entanto, esta incluso

no prev a utilizao de prticas de ensino escolar especficas para esta ou aquela deficincia,

mas sim recursos, ferramentas que podem auxiliar os processos de ensino e aprendizagem.

Neste sentido, Costa (2006, p. 235) menciona que:

A educao do aluno com necessidades educativas pressuporia, assim, a passagem de uma pedagogia teraputica, que se centra nos dficits dos alunos,

para uma pedagogia criativamente positiva, cuja viso prospectiva, isto ,

uma pedagogia que visa ao desenvolvimento do aluno, que investe nas suas possibilidades. Assim sendo, em vez de se centrar a ateno na noo de

dficit ou leso que impede ou limita o desenvolvimento, a ateno

focalizada nas formas como o ambiente social e cultural podem mediar relaes significativas entre as pessoas com necessidades educativas especiais

e o meio, de modo que elas tenham acesso ao conhecimento e cultura.

A incluso dos portadores de deficincia, aqui inclusivamente os surdos precisa ser

cumprida devido imposio constitucional, quando se elege por base a dignidade humana Tal

modelo de educao inclusiva poder cumprir seu objetivo fundamental na construo de uma

sociedade livre, justa e solidria, que acolhe, no somente desfavorecendo aes

discriminatrias, mas promovendo medidas que evitem as discriminaes e possibilitem que a

pessoa com surdez participe efetivamente da vida social.

3 Concluso

Com a realizao desta pesquisa, tornou-se possvel verificar que a educao inclusiva,

embora ainda encontre graves entraves, passou por um processo evolutivo no qual o prprio

conceito de deficiente sofreu modificaes no decorrer da histria, alterando concepes e

valores sociais.

O discurso de igualdade de direitos e de oportunidades para todos disseminado pela

ao de muitas escolas de ensino regular, mas muito ainda pode ser ampliado em relao ao

atendimento aos alunos surdos.

Mudanas atitudinais na escola podem se constituir no melhor caminho a ser seguido

em prol dos alunos surdos, e rumo construo de uma sociedade melhor para todos. Para isso,

21

importa que os profissionais intrpretes da lngua de sinais atuem em salas de aula regulares, e

nos demais segmentos sociais, de modo a que o surdo se sinta includo de fato na sociedade

como cidado participativo.

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23

A AVALIAO DO ALUNO SURDO NO ENSINO REGULAR

THE EVALUATION OF DEAF STUDENTS IN REGULAR EDUCATION

Cristiane Viana de Oliveira 1, Vera Lucia Gomes 2, Francimar Batista Silva 3

1Secretaria Municipal de Desenvolvimento de Rio Brilhante - MS

[email protected] 2 Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Aquidauana/MS

[email protected] 3 Secretaria Municipal de Educao de Campo Grande MS

[email protected]

Eixo Temtico: Educao Especial e/ou Inclusiva

Resumo: A presente pesquisa teve como interesse principal, entender as diferentes formas que o aluno

surdo pode ser avaliado no ensino regular. A metodologia utilizada foi a bibliogrfica utilizando autores como ANACHE (2012), LIMA(2008) e LOPES(2014). Sabemos que a avaliao pedaggica

sempre foi tema de inmeras discusses e pesquisas. Ao falarmos em avaliao de alunos com Surdez,

ento, o problema torna-se mais complicado e preocupante. Contudo, discutir a avaliao como um

processo mais complexo diante do grande nmero de alunos que se enquadram no fracasso escolar, dos mecanismos que o constituem e das possibilidades de diminuir o processo de excluso causado por

ela, torna-se fundamental para possibilitarmos o acesso e a permanncia com sucesso dos alunos com

deficincia na escola. Abordaremos autores como QUADROS (2006) que ressalta a importncia da Lngua Brasileira de Sinais e do tradutor intrprete no aprendizado do aluno surdo, tendo como foco

principal compreender as estratgias utilizadas atualmente para se avaliar um aluno surdo e

MANTOAN(2003) que aborda sucesso da aprendizagem.

Palavras chave: Surdez. Libras. Avaliao.

Abstract: The present research had as main interest, to understand the different forms that the deaf

student can be evaluated in regular education. The methodology used was the bibliographical one using authors such as ANACHE (2012), LIMA (2008) and LOPES (2014). We know that pedagogical

evaluation has always been the subject of numerous discussions and research. When we talk about

evaluation of students with Deafness, then, the problem becomes more complicated and worrying. However, discussing evaluation as a more complex process in the face of the large number of students

who fall into the school failure, the mechanisms that constitute it and the possibilities of reducing the

exclusion process caused by it, is fundamental to enable access and The successful stay of students with

disabilities in school. We will approach authors such as QUADROS (2006) who emphasize the importance of the Brazilian Sign Language and the interpreter translator in the learning of the deaf

student, whose main focus is to understand the strategies currently used to evaluate a deaf student and

MANTOAN (2003). learning. Keywords: Deafness. Libras. Evaluation.

1 INTRODUO

Quando falamos em avaliao no espao escolar, j nos deparamos com inmeros

contratempos, principalmente no que se refere ao aluno com necessidade educacional especial

- NEE. Se de uma forma geral avaliar um aluno sem nenhuma NEE, j no uma tarefa fcil

sendo tema de muitas discusses, estudos, pesquisas e questionamentos, com o aluno com

deficincia essa avaliao tende a ser feita com um olhar bem mais atento, levando em

mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]

24

considerao as especificidades apresentadas e toda e qualquer evoluo ao longo do processo

de aprendizagem.

A partir do direito de oportunidade de aprendizagem para todos, indispensvel garantir

a participao dos alunos com NEE em todas as atividades desenvolvidas na escola. Na

avaliao preciso buscar estratgias como identificar os recursos de acessibilidades

disponveis ou ampliar o tempo se necessrio.

Atualmente, as alternativas de aprendizagem destinadas as pessoas que com alguma

deficincia ainda se baseiam em padres normativos de conduta, e conjunto de normas que

regulam o comportamento humano. Onde o que se destaca e o que se centraliza so as

deficincias e impossibilidades do aluno, no se busca, portanto sua subjetividade e demais

caractersticas. Com o aluno surdo essa situao tambm acontece, visto a ausncia de sua

audio. Diante disso surgiu a inquietao de verificar como esses alunos esto sendo avaliados

por seus professores em sala de aula. Se esta avaliao est sendo generalizada ou se a avaliao

atende suas necessidades.

Na avaliao de aprendizagem se engloba os processos de escolarizao, bem como vida

pessoal do aluno e os recursos que foram disponibilizados para que ele venha adquirir e

desenvolver outros sentidos que no estejam apenas atrelados a sua deficincia. A avaliao de

aprendizagem no tem por objetivo apenas planejar a prtica didtica, mas para tambm

repens-la.

Avaliar, portanto ultrapassa sua funo tcnica ou instrumental, pois permanentemente

preciso que ocorra a vinculao entre aluno, escola, famlia e sociedade. Sendo assim o meu

objetivo foi entender as estratgias diferentes, apresentadas pelos autores em como avaliar um

aluno com surdez. E partindo da elencar sugestes para que esta avaliao acontea da melhor

forma possvel.

Para isso destacamos alguns aspectos importantes os quais iro nos direcionar para

uma se no melhor, mais justa avaliao, sendo eles:

destacar a importncia das adaptaes curriculares, com nfase na avaliao

da aprendizagem escolar, no processo de ensino-aprendizagem de alunos

surdos; contribuir para a reflexo da prtica avaliativa do professor em sala de

aula com o aluno surdo; repensar sobre a importncia da educao inclusiva, no combate a atitudes discriminatrias e preconceituosas, na criao de

comunidades acolhedoras e no desenvolvimento de uma sociedade inclusiva.

(BOLSANELLO, 2005, p. 35).

O objetivo desta pesquisa bibliogrfica se fundamenta em entender as diferentes

formas de avaliao do aluno surdo no ensino regular, respeitando sempre s diferenas,

25

igualdade de direitos e de participao no universo escolar de forma a garantir uma educao

de qualidade para esses alunos.

A discusso sobre a incluso educacional vem crescendo no mundo inteiro e teve incio

nos anos 90, na Conferncia Mundial de educao para Todos, ganhando foras na Conferncia

Mundial sobre Necessidades Especiais em 1994, com a Declarao de Salamanca, que

determina que todas as escolas devem acolher todas as crianas, independente de suas

limitaes fsicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingusticas ou outras.

A partir desses documentos o Brasil criou polticas pblicas para garantir o acesso ao

ensino regular e o combate ao preconceito com as crianas com deficincias

Em 2008, foi elaborada e implantada por esse Ministrio a Poltica Nacional de

Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva, estabelecendo polticas pblicas

para garantir educao de qualidade para os estudantes pblico-alvo da educao especial que

so aqueles que apresentam: deficincia, transtorno global do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotao (BRASIL, 2008).

A partir dessa Poltica, diversos programas foram implantados com o objetivo de

oportunizar igualdade de acesso e participao desses alunos na escola regular provocando

mudanas no sistema que estava posto at ento.

Entretanto, para que reais mudanas aconteam necessrio que o professor

transforme sua prtica pedaggica e seu olhar sobre esse assunto, no mais permitido tentar

se justificar com no estou preparado para trabalhar com alunos com deficincia ou no tive

formao acadmica para isso.

claro que os professores no devem assumir sozinhos o processo de incluso, esse

processo necessita da participao de todos, porm sua responsabilidade muito maior visto o

tempo que passam e o acesso direto a esses alunos.

Com os alunos surdos o a mudana deve acontecer principalmente no respeito a sua

especificidade lingustica, transmitindo o conhecimento de uma forma mais clara e

compreensvel e trabalhar com a turma toda fortalecendo o cooperativismo, a aceitao e a

participao de todos nas atividades, pois se no assim for, ele ser includo somente no espao

escolar e excludo pelos colegas por ser o diferente da turma.

2 LNGUA BRASILEIRA DE SINAIS LIBRAS

26

Durante muito tempo a Lngua de Sinais foi vista como algo inadequado para a

comunicao de surdos. Aps muitas discusses e lutas, sua utilizao foi aceita pela sociedade

em respeito especificidade lingustica que apresenta.

No Brasil, a Lngua Brasileira de Sinais - Libras foi reconhecida e legitimada a partir da

Lei n 10.436, de 24 de abril de 2002 e com isso seu uso pelas comunidades surdas ganha

respaldo do poder e dos servios pblicos. Essa lei gerou o Decreto n 5.626 de 22 de dezembro

de 2005, que torna obrigatrio o ensino da Libras aos estudantes dos cursos de Fonoaudiologia,

Letras, Licenciatura e Pedagogia, aos estudantes de magistrio e nos cursos de Educao

Especial.

O Decreto destaca a importncia da Educao como um todo considerar a Libras nos

processos educacionais de alunos surdos, e exige que a Lngua Portuguesa seja ensinada como

segunda lngua para os alunos surdos nos diferentes nveis de ensino por professor bilngue com

competncia para esta atividade.

Para interpretar a lngua e auxiliar a aprendizagem do aluno surdo, surge o tradutor

intrprete de Libras, que uma figura importante para que tenham acesso a lngua de instruo

que o portugus e aos contedos escolares, mas tambm para que tenham oportunidades de

insero/interao social no espao escolar. Sua funo viabilizar a comunicao entre surdos

e ouvintes, atuando no limite entre os sentidos da lngua oral (portugus) e da lngua de sinais

num processo ativo, dinmico e dialtico. Seu trabalho visa uma contribuio significativa na

melhoria do atendimento escolar e propicia o desenvolvimento e a aquisio de novos

conhecimentos de maneira apropriada.

Na sala de aula alm do professor regente utilizar recursos visuais nas aulas, a

aprendizagem e a comunicao poder ser mediada pelo tradutor intrprete de Libras, que

segundo a Lei 12.319 de 1 de setembro de 2010, o artigo 6, pargrafo II, se refere mais

especificamente s competncias do intrprete de sala de aula nos trs nveis de ensino, bem

como expe outras competncias que tem a funo de,

I - efetuar comunicao entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, surdos e

surdocegos, surdocegos e ouvintes, por meio da Libras para a lngua oral e

vice-versa; II - interpretar, em Lngua Brasileira de Sinais - Lngua

Portuguesa, as atividades didtico-pedaggicas e culturais desenvolvidas nas

instituies de ensino nos nveis fundamental, mdio e superior, de forma a

viabilizar o acesso aos contedos curriculares; III - atuar nos processos

seletivos para cursos na instituio de ensino e nos concursos pblicos; IV -

atuar no apoio acessibilidade aos servios e s atividades-fim das instituies

de ensino e reparties pblicas; e V - prestar seus servios em depoimentos

em juzo, em rgos administrativos ou policiais. (BRASIL, 2010).

27

O atendimento desse profissional essencial e indispensvel para garantir a

comunicao, participao e aprendizagem do estudante surdo em sala de aula, sendo mais um

servio que o professor poder utilizar em suas aulas.

Atualmente, a educao bilngue um direito do aluno surdo. Ao apresentarmos a libras

no devemos nos esquecer que por ela que trabalharemos a cultura e a identidade do aluno

fazendo assim, que interaja com o mundo. Vygotsky (1996) classifica o homem como um ser

sociocultural, isso implica que seu desenvolvimento se d a partir das suas relaes sociais e

para que isso acontea necessrio que tenha acesso ao menos a uma forma de comunicao,

neste caso a Libras que vista como uma mediadora entre o surdo e o mundo.

3 POR UMA AVALIAO QUE RESPEITE AS ESPECIFICIDADES DE TODOS

Sabemos que a educao inclusiva envolve a todos em todos os momentos e atividades

escolares. Muito se discute sobre a forma de avaliar quando nos referimos a educao, contudo

nem todos os profissionais que atuam na rea compreendem tal ato. E com isso acaba por no

transmitir e tambm no avaliar de uma forma produtiva.

Com o passar dos anos essa educao renovada mudou no somente os mtodos de

ensino, mas tambm as concepes diversas at ento apresentadas sobre avaliao.

Deparamo-nos com uma forma simples e eficiente de trabalhar a avaliao onde

podemos dividi-la em trs etapas fundamentais para que a mesma seja eficiente em sua

aplicao sendo elas: diagnosticar, controlar e classificar.

No tem como falarmos de aprendizagem sem destacarmos a avaliao como resultado

destas prticas que de uma forma organizada dever ser trabalhada em benefcio dos alunos. A

avaliao se faz sim necessria, porm conforme afirma Luckesi (2005),

Para que a avaliao educacional escolar assuma o seu verdadeiro papel de

instrumento dialtico de diagnostico para o crescimento, ter de se situar e

estar a servio de uma pedagogia que esteja preocupada com a transformao

social e no com sua conservao. (LUCKESI, 2005, pg.42).

Para esse autor, preciso diagnosticar, avanar no desenvolvimento da ao, procurar

novas propostas que visem melhoria do ensino para que ocorram autonomia e competncia

do aluno. A avaliao deve significar mediao, dilogo e interao, onde professor e aluno

andaram juntos. necessrio transformar a concepo de avaliao deixando para trs o

autoritarismo, a seleo e a excluso, para fixarmos prticas pedaggicas empenhadas com a

transformao, contextualizao e a incluso

28

Estamos em um momento que diversas discusses e estudos esto ocorrendo,

considerando que esta avaliao vem se efetivando de uma forma aparentemente incorreta o

que nos faz estudar e buscar a melhor forma para que os alunos como NEE sejam avaliados na

sua totalidade respeitando suas especificidades. No simplesmente o ato de preencher uma

ficha, mais sim conhecer a evoluo de cada um.

Na avaliao da aprendizagem se engloba os processos de escolarizao, bem como vida

pessoal do aluno e os recursos que foram disponibilizados para que ele venha adquirir e

desenvolver outros sentidos que no esteja apenas atrelada a sua deficincia. Essa no tem por

objetivo apenas planejar a prtica didtica, mas para tambm repens-la. Contudo vemos que:

Na educao, a avaliao do desempenho escolar do aluno, por si s j um

tema complexo, quando pensamos em uma educao especializada

envolvendo o aluno surdo torna-se mais complexo ainda, pois muitos dos

mtodos avaliativos so elaborados por professores ouvintes, fazendo com

que, muitas vezes, esquea-se que a linguagem, a cultura e a forma de

obteno da aprendizagem so diferentes para o aluno surdo, no levando em

considerao as especificidades do aluno. (MAHL E RIBAS 2013, p.585).

Trazemos para o estudo a seguinte situao: uma sala de aula onde contamos com a

presena de alunos surdos, o que ocorre que esta avaliao feita em um contexto geral,

enquadrando-os no grupo maior, onde o aprendizado desse de uma forma geral no

especificado e muitas vezes atropelada por fazer parte de um todo dentro da sala de aula.

No processo de avaliao, o professor deve criar estratgias considerando que

alguns alunos podem demandar ampliao do tempo para a realizao dos

trabalhos e o uso da lngua de sinais, de textos em Braille, de informtica ou

de tecnologia assistiva como uma prtica cotidiana. (BRASIL, 2008, p.16).

Somos cobrados com a imposio do Currculo Escolar, que estabelece contedos

determinados para cada nvel. Porm tambm devese levar em considerao a forma em que

estes contedos sero avaliados, o que at os dias atuais ainda persistem em fazer uma avaliao

somativa com funo classificatria, onde se realiza ao final de um curso, perodo letivo ou

unidade de ensino e consiste em classificar os alunos de acordo com os nveis de

aproveitamento previamente estabelecidos, geralmente tendo em vista sua promoo de uma

srie para outra, ou de um grau para outro.

Ento, na avaliao do surdo o professor dever considerar sua diferena lingustica,

realiz-la de forma contnua e diria sempre com o auxlio o tradutor intrprete de Libras.

importante saber tambm que com o esse estudante com surdez,

a dificuldade de redigir em Portugus est relacionada dificuldades de

compreenso dos textos lidos (contedo semntico) e que essas dificuldades

impedem a organizao ao nvel conceitual. O aluno poder ler, mas confundir

29

o significado das palavras. Muitas vezes, s compreende o significado das

palavras de uso contnuo, o que interfere no resultado final do trabalho com

qualquer texto, mesmo o mais simples [...] (FESTA, 2011, p.2).

Assim, ao difundirmos as caractersticas, formas de aprendizagem e necessidades desses

alunos, conseguiremos atender e entender seu processo de ensino e aprendizagem, levando em

considerao que sua lngua materna a Libras, e que lngua portuguesa dever ser vista como

segunda lngua, sua avalio deve dever respeitar alguns itens,

o intrprete estar presente no momento da avaliao; a avaliao do

conhecimento utilize critrios compatveis com as caractersticas inerentes a

esses educandos; a maior relevncia seja dada ao contedo (nvel semntico),

ao aspecto cognitivo de sua linguagem, coerncia e sequncia lgica das

ideias; a forma da linguagem (nvel morfossinttico) seja avaliada com mais

flexibilidade, dando maior valor ao uso de termos da orao, como termos

essenciais, termos complementares e, por ltimo, os termos acessrios, no

sendo por demais exigente no que diz respeito ao elemento coesivo. (FESTA,

2011, p.2).

Para isso destacamos alguns aspectos importantes os quais nos direcionaro para uma

se no melhor, mais justa avaliao: ateno s formas de comunicao do sujeito em processo

de avaliao; construir instrumentos indutores apropriados para cada sujeito em avaliao;

reconhecer nas diferentes formas de expresso dos sujeitos os seus recursos psicolgicos

disponveis para que o profissional possa construir junto com eles propostas educacionais que

lhe sejam significativas e os desafiem para que transformem a transcender as atividades que os

motivaram; ateno aos diferentes espaos de interao do sujeito e, sobretudo escola, com

observncia s normas, valores sociais e culturais.

Importante tambm ressaltar o apoio do tradutor intrprete de Libras inclusive na

correo das provas, uma vez que esse profissional habilitado, servindo de apoio pedaggico

ps avaliao. A partir dos resultados possvel identificar o que o aluno no assimilou, o que

precisa ser trabalhado com maior nfase para que a aprendizagem seja utilizada no seu dia-a-

dia.

Para que seja possvel aos sujeitos envolvidos construrem novos sentidos a partir de

suas histrias de vida e da vida de seu grupo social necessrio que avaliao da aprendizagem

escolar assuma uma posio orientadora e subsidiria das aes educacionais. Ela tem uma

funo educativa e transformadora da prtica social.

4 Consideraes Finais

O objetivo dessa pesquisa foi levantar questionamentos e encontrar respostas em como

avaliar um aluno surdo no ensino regular. Pretendeu-se com isso proporcionar, de forma muito

30

sucinta, mas objetiva o que o aluno aprende, levando em considerao as especificidades de sua

lngua materna, a Libras.

Todos aprendemos, mas preciso saber como ensinar, pensando e repensando

constantemente a prtica pedaggica. A conscincia dos nossos limites confere a certeza da

capacidade de reconhecer at onde sabemos e o que podemos fazer, por fim quais meios

usaremos para nosso objetivo alcanar. Com isso, a educao inclusiva na medida em que

promove um ensino respeitoso e com significado para cada criana, favorece o

desenvolvimento da conscincia de que todos so iguais, cada qual com seus benefcios, direitos

e deveres os quais devemos respeitar e a partir deles absorvermos o que cada aluno tem de

melhor.

Como vimos o processo de aprendizagem desenvolvido com pessoas que apresentam

alguma deficincia se baseia ainda infelizmente em padres normativos de conduta, onde o que

se destaca e o que se centraliza so as deficincias e impossibilidades do aluno, no se busca,

portanto sua subjetividade e demais caractersticas.

Nas instituies de ensino, o aluno surdo deve alcanar um nvel de desempenho

adequado, compreendendo a sua singularidade lingustica e uma educao que valorize suas

capacidades e potencialidades e a importncia da Libras no processo educativo, tambm

destacamos que de suma relevncia a disposio de recursos, sejam eles humanos (tradutor

intrprete de Libras), materiais, metodolgicos ou outros, importantes para um ensino de

qualidade no espao escolar. A utilizao de recursos visuais se apresenta como algo importante

nesse processo, j que o surdo tende a fazer associaes com aquilo que v (imagem palavra

texto escrito). Alm disso, o processo de aquisio da lngua portuguesa dever ocorrer com

metodologia de segunda lngua.

Ao final compreendemos que os profissionais que atuam na educao bilngue, esto se

capacitando gradativamente e a importncia dos professores de diferentes disciplinas se

articularem para traarem estratgias que visem a diminuio do fracasso escolar devido a uma

avaliao generalizada, considerando que os surdos tem as mesmas possibilidades de

desenvolvimento que o aluno ouvinte, precisando, somente que suas NEE sejam respeitadas e

supridas.

Importante perceber que a escola nem sempre est preparada para receber esse aluno

surdo, porm como est previsto na lei, deve-se receber e propiciar condies para que se

desenvolva, incluindo sua avaliao. A avaliao deve ser acompanhada e mediada pelo

tradutor intrprete de Libras auxiliando na comunicao e nas dvidas surgidas.

31

Percebemos que o ato de avaliar uma complicada ao considerando que tem como

finalidade compreender as consequncias de um processo de ensino como um todo, bem como

de analisar as prticas de avaliaes institudas no contexto escolar e com isso chegar aos to

esperados resultados. um processo de aprendizagem que devem levar em considerao todos

os fatores envolvidos na proposta pedaggica e principalmente se est favorecendo,

beneficiando o maior interessado: o aluno.

5 REFERNCIAS

BOLSANELLO, M. A. et al. Educao especial e avaliao de aprendizagem na escola

regular; Ministrio da Educao, Secretaria de Educao Bsica. - Curitiba: Ed. da UFPR,

2005.

BRASIL. Constituio de 1988. Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia.

DF: Senado, 1988.

_________Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional. Lei n. 9394, 20 de dezembro

de 1996. Braslia, Ministrio da Educao, 1996.

_________ Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispe sobre a Lngua Brasileira de Sinais

LIBRAS e d outras providncias. Braslia, 2002.

_________ Lei n 12.319, de 1 de setembro de 2010. Regulamenta a profisso de Tradutor e

Intrprete da Lngua Brasileira de Sinais LIBRAS. Braslia, 2010;

_________Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Especial. Decreto n 5.626 de 22

de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispe sobre a

Lngua Brasileira de Sinais Libras. Braslia, 2005.

__________INCLUSO, Revista da Educao Especial. v.4 n 01 janeiro/junho de 2008.

Secretaria de Educao Especial MEC.

FESTA, P. Avaliao da Aprendizagem do Aluno Surdo. 2011. Disponvel em

http://comunicardicionariolibras.blogspot.com.br/2011/07/avaliacao-da-aprendizagem-do-

aluno.html. Acesso em 15 jul. 2016.

LUCKESI, C.C. Avaliao da Aprendizagem na Escolar. So Paulo - 2005, Ed. Cortez,17

Edio;

32

MAHL, E. RIBAS, V.A. Avaliao Escolar para Alunos Surdos: Entendimentos dos

Professores sobre este Processo. Londrina, 2013.

UNESCO. Declarao de Salamanca. Sobre Princpios, Polticas e Prticas na rea das

Necessidades Educativas Especiais. Disponvel em:

Acesso em: 23 dez. 2009.

33

ACESSIBILIDADE ESPACIAL EM MUSEUS: ADAPTAO E INCLUSO

SOCIAL

SPACE ACCESSIBILITY IN MUSEUMS: ADAPTATION SOCIAL AND

INCLUSION

Ktia Ariane da Silva1

1 Faculdade de Educao, Universidade Estadual de Minas Gerais UEMG

[email protected]

Eixo Temtico Educao Especial e/ou Inclusiva

Resumo: Este artigo apresenta um estudo sobre a acessibilidade de um Museu, de Belo Horizonte. O objetivo principal apresentar os benefcios de um ambiente acessvel para as pessoas com deficincia

visual, no perodo de lazer e fruio cultural. O recurso metodolgico utilizado teve como base o

pressuposto da pesquisa observao participante. A partir desta pesquisa os resultados propiciam a

reflexo sobre a implantao de ambientes acessveis nos museus, desde a entrada at o interior do edifcio. Ao levar em considerao o que se estabelece o desenho universal, ou seja, a concepo de um

espao fsico adaptado para o uso de todos os sujeitos. Alm de promover as prticas educativas

inclusivas de acordo com as especificidades dos sujeitos que visitam a Instituio. Portanto, conclui-se que ao favorecer e fomentar a acessibilidade nos Museus para os sujeitos cegos ou com baixa viso

tem-se a insero destes sujeitos na sociedade de forma igualitria e autnoma.

Palavras chave: Acessibilidade espacial. Museu. Incluso Social.

Abstract: This article presents a study about the accessibility of a Museum, from Belo Horizonte. The

main objective is to present the benefits of an accessible environment for the visually impaired, in the

period of leisure and cultural enjoyment. The methodological resource used was based on the presupposition of participant observation research. From this research the results allow the reflection

on the implantation of accessible environments in the museums, from the entrance to the interior of the

building. When taking into account what is established the universal design, ie the design of a phisical space adapted for the use of all subjects. In addition to promoting inclusive educational practices

according to the specificities of the subjects that visit the Institution. Therefore, it is concluded that in

favoring and promoting accessibility in Museums for blind or low-vision subjects, the inclusion of these

subjects in society in an egalitarian and autonomous manner is necessary. Keywords: Spatial accessibility. Museum. Social Inclusion.

1 Introduo

Este artigo tem como intuito discorrer sobre a acessibilidade nos espaos culturais para

as pessoas com necessidades especiais, em particular os sujeitos cegos e com baixa viso. Esta

pesquisa foi realizada no Museu de Histria Natural e Jardim Botnico - MHNJB, da

Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG durante a realizao da disciplina "Prticas de

atuao Profissional", do Curso de Comunicao Assistiva, da Pontifcia Universidade Catlica

de Minas Gerais - PUC Minas.

O carter educativo dos museus apresentado no Decreto n 5.264, de 5 de novembro

de 2004, que institui o Sistema Brasileiro de Museus e d outras providncias. Em seu artigo

2, define as caractersticas das instituies museolgicas, sendo elas:

mailto:[email protected]

34

[...] II a disponibilizao de acervos e exposies ao pblico, propiciando a

ampliao do campo de construo identitria, a percepo crtica da realidade

cultural brasileira, o estmulo produo do conhecimento e produo de novas oportunidades de lazer; [...] (BRASIL, 2004).

A deficincia visual composta por dois grupos distintos no que se refere s condies

visuais, sendo estes: cegueira e baixa viso. No primeiro verificada a ausncia de viso at a

perda da capacidade de indicar projeo de luz, no segundo a viso vai desde a capacidade de

indicar projees de luz at a reduo da acuidade visual.

A Conveno sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia discorre na alnea (e) que

[...] a deficincia um conceito em evoluo e que a deficincia resulta da

interao entre pessoas com deficincia e as barreiras atitudinais que impedem

sua plena e efetiva participao na sociedade em igualdade de oportunidades

com as demais pessoas. (BRASIL, 2010).

A acessibilidade pode ser caracterizada como possibilidade e condio de alcance,

percepo e entendimento para a utilizao com segurana e autonomia de edificaes, espaos,

mobilirios e equipamentos urbanos. As adaptaes devem ser implantadas atravs de rotas

acessveis, nos locais em que h um grande nmero de pessoas.

Neste sentido, vale destacar que o artigo 25, da Lei n 10098/2000 defende as

modificaes nos edifcios culturais ou de valor histrico-artstico, a fim de promover

ambientes acessveis s pessoas com necessidades especiais. Assim, a integrao desses

sujeitos, em particular aos sujeitos aqui estudados, se mostra como parte essencial no processo

de acessibilidade das edificaes de uso coletivo, uma vez que estes recursos se tornam elos

entre os sujeitos com deficincia visual e o ambiente.

A fim de responder a essas questes, os dados levantados nesta pesquisa, fornecem

subsdios para a construo de informaes referentes acessibilidade em edificaes de uso

pblico e coletivo, em particular nos Museus. Para que a autonomia e a singularidade das

pessoas com necessidades especiais possam ser promovidas.

De acordo com a Instruo Normativa n 1 de 25 de novembro de 2003, que dispe

sobre a acessibilidade aos bens culturais e imveis, discorre em seu item 1, subitem 1.1 que:

As intervenes podero ser promovidas atravs de modificaes espaciais e estruturais; pela incorporao de dispositivos sistemas e redes de informtica;

bem como pela utilizao de ajudas tcnicas e sinalizaes especficas [...].

Os resultados obtidos nessa pesquisa propiciam a reflexo sobre a implantao de

ambientes acessveis, desde a entrada at o interior do edifcio, favorecendo a fomentao da

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acessibilidade nos museus para os sujeitos cegos ou com baixa viso. Ao levar em considerao

o que se estabelece o desenho universal, ou seja, a concepo de um espao fsico adaptado

para o uso de todos os sujeitos. Pois, os servios e instalaes que compem a sociedade devem

atender s necessidades de cada sujeito, respeitando, assim, as suas particularidades.

[...] Os esforos iniciais devem ter como objetivo construir uma cultura de

acessibilidade e a remoo de barreiras ambientais bsicas. Uma vez que o conceito de acessibilidade torna-se enraizado e, na medida em que mais

recursos se tornam disponveis, mais fcil elevar os padres e alcanar um

maior nvel de desenho universal. (SEDPcD, 2012, 117 p.)

Para Souza (2009),

Se considerarmos que os museus, atualmente, tm o desafio de repensar suas

estratgias de apresentao ao pblico, conclumos que tambm devem pensar

em novas possibilidades de mediao, diferentes das tradicionalmente realizadas, levando em conta a heterogeneidade cultural e as contradies

sociais de seu pblico [...]. (p. 113).

Devem ser previstas, junto entrada dos edifcios, condies que garantam a

acessibilidade das pessoas com deficincia visual, tais como: sinalizaes informativas,

indicativas e direcionais das reas