SIMONE POLIDORO -...
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SIMONE POLIDORO
o PRAZER DE LER: A FORMA9AO DE LEITORES NA 4' SERlE DOENSINO FUNDAMENTAL
CURITIBAIPR2003
SIMONE POLIDORO
o PRAZER DE LER: A FORMAC;:AO DE LEITORES NA 4" SERlE DO ENSINOFUNDAMENTAL
Monografia apresentada como requisito parcialpara obtenyOOdo greu de Licenciada emPedagogia, Faculdades de Ci!ncias Humanas,Letras e Artes da Universidade Tuiuti doParana.
Profa. Orientadora: Jocilene Gordiano LimaTomaz Pereira
CURITIBA2003
UnivcrsidadeTuiuti do Parana
UNIVERSJDADE TUIUTI DO PARANAFACULDADE DE ClrNCIAS HUMANAS, LETRAS E A({TES
ClJ({SO DE PEDAGOGIA
TERMO DE APROVA<;:i\O
NOME DO ALUNO: SIMONE POLIDORO
TiTULO: 0 PRAZER DE LER: A FORMACAO DE LErrORES NA 4" SERlE DOENSlNO FUNDAMENTAL.
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL
PARA A OBTENCAO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOGJA, CURSO DE
PEDAGOGIA DA FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.
MEMBROS DA COMISSAO AVALlADORA:
~~'''(~~ME"lBRO Pro . M1lf<t!iala Maria Teixeira de Freitas Muggiati
, c
DATA:+I-Jn--!~'MEDIA: 38
CURITIBA- PARANA2003
Minha gratidao a Deus par ter me
dado a gra<;a de realizar esse trabalho
A professora Jocilene com
competemcia e dedicayao me orientou.
As minhas co-irmas que estiveram
me apoiando durante 0 processo,
principal mente a Ir. Ada que soube com
paci~ncia e disponibilidade me ajudar.
Aos meus pais pela minha vida.
Enfim, agrade<;o a escola (gestora,
professora e as alunos), que se dispuseram e
aceitaram participar do trabalho.
As colegas que durante as quatro
anos partidparam junto comigo.
Nessa admira,ao que ultrapassa a passividade
das a/ividades con/empla/ivas, parece que aalegria de ler e 0 rel/exo da alegria de eserever,
como se 0 lei/or fosse a fan/asma do eseri/or.
(BACHELARD,1980)
RESUMO
o estudo tern como objetivo investigar como 0 prazer de ler vern sendodesenvolvido em sala de aula, teve tambem 0 intuito, de compreender como asdiversas formas de leitura pode ajudar as alunos a criar 0 905tO pelo ato de Ie.Cinco alunos de 9 anos que freqOentam a 48 serie do Ensine Fundamental emuma escola particular, localizada no bairro de Campo Comprido, na cidade deCuritiba, participaram da observayllo e da intervenyllo. Durante a realiza<;1io dapesquisa as dados foram devidamente anotados, protocolados e analisados, combase nos te6ricos estudados. Os resultados assinalados apontam aresponsabilidade que a escola dave ter na formac;a.o de leitores que leiam comprazer. Assinalando ainda, que ao favorecer espal;o e recursos necessarios asalunos sao capazes nao s6 de ler com facilidade e com prazer, mas de leremelaborando a critica dessa leitura e assim aplicando no seu contexto.
PALAVRAS - CHAVE: Leitura, Prazer, Forma<;1io de leitores
SUMARIO
INTRODUc;:Ao... 6
CAPiTULO I: JUSTIFICATIVA.. 7
CAPiTULO II: CONTEXTUAllZANDO 0 ATO DE lER EM SAlA DE
AULA... 9
2.1 CONCEITO DE lEITURA .. . 11
2.20 PRAZER DE lER.. 15
2.3 FORMAR lEITORES .. 17
CAPiTULO III: PROCEDIMENTOS.. 19
3.1 Campo de Estudo . .. 19
3.2 Sujeitos ..
3.3 Ambiente ...
3.4 Situaqao de intervonqlio ..
CAPiTULO IV: ANALISE DOS RESULTADOS ..
CONSIDERAc;:OES FINAlS ..
REFERENCIAS ..
ANEXOS ....
... 21
............................... 23
. 23
. 34
..39
. 41
. 43
INTRODUQAO
Esse trabalho de pesquisa monografica traduz-se em uma reflexao sobre
as praticas de formac;:ao de leitores e de como desenvolver a 905tO e 0 prazer de
Jer com nOSS05 alunos em sala de aula, fundamentadas em determinadas teorias
pedag6gicas construidas ao longo do tempo.
Alem disso, 0 trabalho apresenta a importancia da participa9ao da escola
e a conscientizac;:ao que a mesma deve ter em relac;:ao a possibilitar recursos
adequados para as atividades de leituras para seus alunos, formando assim
leitores que fazem da leitura urn momenta g05t050 e prazeroso.
Pretendemos fazer, alem da pesquisa bibliografica consultando varios
autores em rela((ao ao tema, urn trabalho de observar;:ao e intervenc;:ao na sal a de
aula da 46 serie do ensina Fundamental, com cinco sujeitos da pesquisa, que
positivamente trouxeram bom resultado para esse trabalho.
Para fins didaticos, 0 trabalho foi dividido em quatro capitulos, todavia
est~o concominantemente entrela~ados teoricamente com 0 objetivo do estudo.
o capitulo I, apresenta a justificativa do interesse e a importancia desse
trabalho para a compreens::lo no desenvolvimento e na forma~~o de leitores que
fazem do ato de ler urn momento de prazer e de alegria; assim como esboc;:a a
questao da pesquisa, objetivos e a problematica da mesma.
o capitulo II, compreende as dimensOes te6ricas, pertinentes aproblematica, esbo9ando 0 que e ler, prazer de ler e lormar leitores.
o capitulo III, descreve os procedimentos metodol6gicos utilizados,
revelando a tentativa de combinar harmoniosamente 0 referencial te6rico e a
situayao de observac;:ao e de intervenc;:~o com os sujeitos da pesquisa.
o capitulo IV, discute os resultados e as refiexOes advinhas a luz da teoria
que os explica, analisando os resultados obtidos durante a observa92o e a
interven9ao com os alunos sujeitos da pesquisa.
Enfim, apresenta-se as considera<;Oes finais, a partir do estudo leito
durante a realiza9aO desse trabalho.
CAPiTULO I
JUSTIFICATIVA
o interesse de estudar 0 lema 0 prazer de ler: a (anna,aa de leilares na 4'
serie do Ensino Fundamental, surgiu no primeiro ano do curso de Pedagogia,
quando nos deparamos com a necessidade de elaborar urn projeto de pesquisa
na disciplina Organiza9aO do Trabalho Intelectual - OTI, disso decorreu algumas
indaga~es: como construir no contexte escolar 0 prazer de ler? Como incentivar
o g05tO pela leitura? Atualmente, aliados a esses interesses desejamos tambem,
compreender melhor algumas situayOes de leitura que ocorrem no dia-a-dia das
salas de aulas que atuamos enquanto profissional.
Diante disso, as objetivos dessa pesquisa s~o: analisar as pn3ticas de
leituras que ocorrem em urna sala de aula da 411 sarie do Ensino Fundamental;
aplicar atividades pedag6gicas que desperte 0 prazer de leituras em crianyas que
freqClentam a 43. serie do Ensino Fundamental de uma escola particular no
municipio de Curitiba.
Partimos da premissa que 0 educando que freqClenta 0 Ensino
Fundamental precisa construir a ideia de que ler exige esforyo, dedicayao,
concentray~o e tempo, sem no entanto se tornar uma atividade enfadonha e
·chala", pelo contn3.rio, que se trata de Kalgo" gostoso e prazeroso, importante
para a sua vida. Entendamos ainda, qua os pais e a escola, principalmente os
professores tern uma responsabilidade na formay~o do gosto pala leitura de saus
alunos, durante todo 0 processo de aprendizagem do educando.
"A Leitura urn aprendizagem de prazer", publicado em 1999, VARGAS
afirma que It••• e preciso haver incentivo para /eituras, principa/mente nas esco/as,
/eituras dint!Jmicasque envo/vam os a/unos fazendo com que e/es sintam prazer
de ler, que eles busquern por si s6 0 interesse e a curiosidade de abrir urn livro,
urn jomal, uma revisla ou urn gibi e leiam corn gosto" ( p.06 ), assim fica evidente
que, criar hflbitos de leituras na escola e em casa e de primordial importancia
para 0 conslruyao de crianya leitoras.
A instituic;ao escolar deve oferecer para 0 aluno suporte necessario para
que ele tenha condic;6es basicas de estar em contato com diversos tipos de livros,
pois e na esoola como nos ooloca as autoras PIETRO e CAVALCANTI ( 1997)
que a crian9a enoontra um espa90 programado para aprender a fazer diferentes
tipos de textos partadores de diferentes conteudos. Buscamos compreender com
isso, que 0 professor junta mente com toda escola devem buscar sempre
proporcionar atividades que possibilitem 0 individuo desenvolver 0 prazer de ler.
Vale ressaltar que 0 incentivo da leltura nao faz parte 56 do Curriculo da
disciplina de Lingua Portuguesa, mas e uma tarefa de todas as areas
(disciplinas): Geografia, Historia, Artes, Matematica e outras. Eo um compromisso
da escola como um todo e nao somente de urn educador, pois todos os
profissionais da educac;ao devem criar espac;os para a mais diversas leituras,
promover experiencias e situac;oos novas que conduzam os educandos aformayao de uma gerac;8.o de leitores capazes de dominar as multiplas linguagens
com 90stO e prazer, demonstrando interesse, par aquila que Ie, foi e ainda e urn
dos grande desafio da escola.
No en tanto 0 incentivo para obter a leitura, exige~se mais do que a simples
decifra9ao dos caracteres, 0 processo vai da interpreta9ao global da imagem a
sua descric;ao verbal e, no estagio superior a elaborayaa das relacyOes existentes
entre as diversas figuras representadas. Considerando-se, portanto, que nao
basta ensinar a ler, mas e necessaria criar a gosto pela leitura. Promovendo~se
para isso, no meio escolar e depois no meio habitual, ac;6es de sensibilizaC;ao e
de animaC;8o para a laitura criado espat;os onde 0 aluno possa estar em contato
com materiais (Iivros, jornais, gibis, revistas e outros) que desperte a prazer de
ler.
Portanto, par meio desse trabalho, buscamos conhecer como 0 prazer de
leitura vern sendo desenvolvido no dia-a-dia da escola, para isso fizemos
observa90es em sala de aula. E com a permissao do professor regente
realizamos uma atividade de intervenc;ao com as cinco sujeitos com 0 objetivo de
melhar compreender e cercar 0 nosso objeto de estudo.
CAPiTULO II
CONTEXTUALIZANDO 0 ATO DE lER EM SAlA DE AULA
A ]eitura tern sido, ao 10ngo do tempo, a padra no meio do caminho de
muitos estudantes, n~o s6 no Ensino Fundamental, mas, sobretudo, e 0 que emais serio, de academicos em nivel Superior. A dificuldade S8 torna mais evidente
quando se constata, atraves das aulas, a nao satisfa~ao e 0 desinteresse par
parte dos alunos na realizagao de laitura, configurando-se, entao, 0 circulo
vicioso, responsavel palo distanciamento entre a aseDla e a leitura.
A explica<;ao para essa situac;ao pareee residir masma nas relal(Oes
estabelecidas,ao longo do tempo, entre a eseela e a leitura em gera!. 0
entendimento de que 0 livra didcitico nao e urn tim em si mesmo, mas urn
complemento ao trabalho global precisa ganhar corpo e peso no setor
educacional par parte dos professores e alunos. Por essa razao, faz-se
necessario que desde cedo os educandos compreendam que a leitura nao ocorre
apenas na transmissao de conteudos preparados pelo professor, mas que
permeia toda a sua vida (PIAGET e INHElDER, 1975).
No momento em que as discuss6es e os posicionamentos precisam ser
alimentados com mais elementos do conhecimento sistematizado, acredita-se que
os professores necessitam desses elementos a tim de compreender melhar 0 que
esta par tras do mercantilismo e da penetray80 faci! dos livros didaticos em
nossas escolas. Compreender tambem que muitas vezes, urn livro didatico, em
funy~o de seu conteudo, de sua estruturay80 e/ou do seu lIS0, pode gerar efeito
contrario, ou seja, ser extrema mente anti-didatico.
Nao se pode conceber mais 0 ensino da leitura em seu sentido
convencional ou tradicional, calcado na soletra98.0 descontextualizada e sem
sentido. 0 aluno, frente a urn conhecimento novo, nao e total mente ignorante que
tenha que aprender tudo da "estaca" zero, nao importa 0 estagio do
desenvolvimento em que se encontra. Tudo que 0 aluno construiu em sua vida
serve de patamar para continuar a construir e alguma porta sera aberta para 0
novo conhecimento; e s6 questao de descobri-Ia; ele descobre isto por
constrw;ao. ~Aprender e proceder a uma sinlese indefinidamente renovada entre
continuidade e a novidade" (PIAGET E INHELDER, 1975), aprendizagem e por
excel~ncia, construc;~o, ac;ao e tomada de consciencia da coordenac;ao das
ac;:Oes,portanto professor e aluno determinam-se mutuamente.
Uma sociedade diferente da que esta ai exige novas posturas dos
professores e, por conseqCH~ncia, novas formas de encaminhar 0 processo da
aprendizagem da leitura. 0 ato de ler e sempre um ato partilhado, e parte nossa,
e parte de outrem. Envolve urn espac;o, urn tempo e modos de elabora~o que
nao sao nossos, e que nao se pode controlar total mente, nem ignorar total mente .
Segundo Paulo Freire (1999), ler e escrever convertem-se em um direito de
a individuo expressar~se e expressar 0 mundo. De criar e recriar, de decidir e de
optar. Por iSso, acreditamos que a escola deve propiciar uma pratica educativa
em sintonia com um contexte concreto, historico, social, cultural e humano.
Para que isso ocorra, faz-sa necessario propiciar ao aluno a participa~o,
como sujeito real, da sua pr6pria aprendizagem. 0 aluno 56 aprendera alguma
coisa, isto e, construira algum conhecimento novo, se ele agir e problematizar a
sua a<;ao. E para que isso ocorra, duas condi~Oes sao necessarias: a) que 0
aluno aia (assimila<;ao) sobre 0 material que se presume ter algo de
cognitivamente interessante, ou melhor, significativo para 0 aluno; b) que 0 aluno
responda para si mesmo as perturbac;Oes (acomodac;ao) provocadas pela
assimila~o deste material, ou, que 0 aluno se aproprie, neste segundo momenta,
nao mais do material, mas dos mecanismos intimas de suas ac;Oes sabre 0
material; este processo far-se-a por reflexionamento (tomada de consciencia) e
reftexao (elabora~ao do raciocinio) (PIAGET, 1975), a partir des questOes
levantadas pelos proprios alunos e das perguntas levantadas pelo professor, e de
tad os os desdobramentos que dai ocorrerem. Assim, as temas, para leituras,
deveriam ser escolhidos a partir dos interesses do pr6prio aluno, que revitalizam,
significativamenta, 0 cotidiano escolar.
A tareta de sensibilizac;ao para a leitura deve comec;ar no periodo escolar
e, assim como a pr6pria aprendizagem da leitura, inserir-se na realidade
circundante. As novas tecnicas de ensino tornam a aprendizagem menos
cansativas, deixando tempo e energia disponiveis para atividades de extensao
cultural. Oessa forma, a aluno se libera em parte da disciplina exigida pelo
aprendizado regrado e pode desenvolver suas pr6prias preferencias.
A tarefa de incentiva a leitura deve apresentar-se com atrativa das
atividades ludicas e insistir na vertente criativa. 0 estimulo deve acarrer sob a
signa da criatividade, para responder as exigencias de aperfeiyoamento pessoal e
assim suprimir a infiuencia uniformizadora do ensino tradicional. 0 objetivo
primordial e, aeima de tudo, levar 0 leitor potencial a descobrir 0 valor ludico do
livro, que essa descoberta 0 ajude na leitura ativa e 0 leve a identificar a
diversidade de materia is que sa encontram a seu alcance, levando am
considerac;ao como nos diz MACHADO (2001), " dais fatores que levam uma
crianl):a a gostar de ler: curiosidade e exempla" Par isso que e fundamental a
adulto mostrar interesse.
2.1 CONCEITO DE LEITURA
Primeiramente, antes de falarmos sabre 0 prazer da leitura, vamos analisar
alguns conceitas de leitura, pois acreditamos que a ate de lar vai alem de decifrar
c6digas, alem de repetir palavras ja escritas, ler aqui e entandido como estar
aberto para receber 0 novo e interagir com 0 que asta escrito, fazendo da [eitura
alga significativo para a sua pratica diana.
A palavra ler vem do latim "Iegere", e significando "col her" (VARGAS,
2000). Interpreto simbolos g",fioos de modo a que se tornem compreensiveis. A
laitura constitui-se numa das atividades humanas essenciais: penso, falo, our;o,escrevo e leio. wLerportanto significa colller conhecimentos e 0 conhecimento esempre urn ata eriadar pais rne abriga a redimensionar a que ja esta estabeleeida,
introduzindo meu mundo em novas series de rela900s e em um novo mando de
pereeber a que me cerea" (VARGAS, 2000, p. 06).
A leitura ao longo dos seculas foi perdendo seu carc~ter publico e sonora e
se transforma numa forma dinamica, silenciosa, intima do leitor se divertir, se
transformar, se orientar, imaginar, criar e participar. Segundo ZILBERMAN (1998),
diante da explosao da informar;ao, 0 leitor abandona velhos habitos
remanescentes de urna outra era e desenvolve estrategias diversificadas de
leitura, pois torna-se multiplo e seletivo, recarrendo a escrita todas as vezes em
que busca "dar sentido- 80 mundo ou a si mesmo.
Vale ressaltar que as pessoas que sabem ler, esse saber se torn a tao
intrinseco a sua vida que chega a ser dificil imaginar outras conceP9~es de
leitura. Mas a verdade e que as concepc;Oes variam em fun9ao das praticas
sociais da leitura e das tecnicas de impressao da escrita de cada epoca
(Zilberman,1998).
A autora ZILBERMAN (1998), afirma ainda que, os primeiros livros para
crian~as foram produzidos ao final do saculo 17 e durante 0 seculo 18, por que
antes disto nao se escrevia para elas, nao existia "infancia-. Hoje, a afirma9ao
pode surpreender, todavia, a conceP9ao de uma faixa etaria diferenciada, com
interesses pr6prios e necessitando de uma formay80 especifica, 56 acontece em
meio a Idade Moderna. E hoje as escolas precisam estar bern amparadas com
materiais de leitura.
No seu livro Pesquisa e constru<;:llo de conhecimento, publicado em 1994,
DEMO apresenta cinco pontos do que a ler:
1. Ler e soletrar;
2, Ler e entender a comunica9ao escrita;
3. Ler e informar-se;
4. Ler e interpretar;
5. Ler e contra - ler
De acordo com que 0 autor nos apresenta, 0 individuo deve passar par
esse processo (soletrar, entender, informar, interpretar e contra-Ier) para que
possamos dizer que ele de fato e urn leitor, pois quem I~ deve buscar entender e
compreender 0 que esta se lendo, par que entender nao implica compreender,
entender permanece na decifray80 da escrita e par isso pode saber a que esta
escrito, mas nem sempre 0 que se quer dizer, ja compreender e urna atividade,
segundo cita DEMO(1994, p. 79), que requer interpreta<;:llo do sentido da palavra,
que apanha forma alfabetica e conteudo, texlo e contexto, 0 significado e as
condi9<\es da significa~ao.
A compreensao sobre 0 que e ler, vai S8 desvelando a partir do significado
que ala nos traz, pois usamos da leitura para compreender 0 mundo, as pessoas,
as coisa, enfim 0 dia-a-dia, recorremos a textos, a livros, revistas, bulas de
remedios, a jornais para ficarmos informados a respeito do que acontece. Sobre
isto SOLE, cita:
Sempre deve existir objetivo para guiar a leitura; em outras palavras, sempreque lemos para alga, para alcan~r alguma finalidade. 0 leque de objetivo efinalidades que faz com que 0 leitor se situe perante um texto e amplo e variado:devenear, preencher urn momento de lazer e desfrutar, procurar uma informac;aoconcreta, seguir uma paula au instruc;aa para realizar uma determinadaatividade; informar-se sabre um determinado fata; confirmar ou refutarconhecimento previo; ampliar a informa9ao obtida com a leitura de urn texto narealiza,ao de urn Irabalho, elc. ( SOLE, 199B, p. 22).
Portanto, devemos ter objetivos na hora de realizarmos uma leitura, pois
sao elementos que devem ser levados em conta quando se Irata de ensinar as
crian.yas a ler e a compreender 0 que esla lendo, mas para que se tenha um
objetivo, a leitura deve ter tambem um significado para quem Ie, porque 0 que vai
ser lido deve ter coerencia com a realidade do leitor e trazer para ele algo novo e
interessante, PAULO FREIRE (1999 , p. 11) sabe bern como e importante esse
contato com 0 mundo e com a palavra ao mesmo tempo: " a leitura do mundo
precede a leitura da palavra, dai que a posterior leitura desta nao possa prescindir
da continuidade da leitura daquele". Pois a linguagern e a realidade segundo
FREIRE, se prendem dinamicamente.
Vista que e muito importante, que a professor antes de entrar em sala de
aula e cobrar a leitura de seus alunos, deve saber primeiro, que ler e estar em
contato com significados, por que ler, e ler escritos reais, que vao desde um nome
de rua numa placa ate urn livro, passando por urn cartaz, uma embalagem, urn
jamal, urn panfleto, etc., como nos coloca JOLIBERT (1994, p. 15), num breve
depoimento: " e lendo de verdade, desde 0 inicio que alguem se torna leitor em
aprendendo primeiro a ler" .
o professor deve ser aquele que com sua criatividade encontra sempre
maneiras de comentar urn livro, urn texto, uma nolicia, urn poema, algo que esta
lendo, com seus alunos. Comentar , brigar, discutir, enfim, 0 educador deve fazer
da leitura uma "presen9a viva" na sala de aula (CAGNETI, 1986, p. 91).
De acordo cem CAGNETI, DEMO afirma, que ler e contra-Ier, significa brigar com
o autor, contestar, refazer, na verdade, cita 0 autor, ista e apenas coerente com 0
questionamento. Ler deve ser:
Compreender a proposta do livro au artigo, globaimente, em sua argumentayaocompleta, testar e contestar as conceitos fundamentais, de modo a dominar aestrutura basica do texte; rescrever 0 taxlo em palavras pr6prias, seja paramelhor compreender, seja sobretudo para urtrapassar.(DEMO, 1994, p. 81).
Acreditamos pais, que a leitura na.o S9 esgota no transito te6rico. Inclui a
pratica, necessariamente, par que ler e tambem interpretar a realidade para poder
melhor intervir. Teorizar as praticas e forma crucial de ler, temas que ter cui dado
com, como estamos construindo e incentivando nasses alunos a ler. Hoje nas
escola, nao existe nenhuma duvida quanta ao fato de que a leitura e alga mais ,
muito mais, que um problema de decodifica9<'!o, como relata GALLARTE :
A leitura e uma atividade cognitiva complexa, que requer construir um numeronada despreziveJ de conhecimento: para que serve Jer; a que pade ser lido; ascondigOes que um texto deve possuir para que se possa le-Io; as rela¢es quese estabelecem entre a escrito e a ilustrado; as diferentes forma de ler - em vozalta, em silencio, para 5i mesmo, para outro - e de ter acesso a urn texto -autonomamente ,atraves de urn leitor competente: as elementos que compOema texto (Ietras, palavras, signos lingUisticos) e sua utilidade; a usa do escrito e daleitura na vida cotidiana, para apontar apenas a mais observavel. (GALLARTE,1998, p. 48).
Podemos acrescentar , segundo nos coloca VARGAS (2000, p. 05), que ler
significara para sempre 0 ata de campreender, estabelecer relac,x')es inicialmente
individuals cam abjeta au sar que nameia, amplianda-as mais tarde. Aa faze-la,
wdescobre a funC;80 desse objeto na contexto ande esta inserido. E quanta maior 0
numero de relac;oes estabelecidas, mais impartAncia adquire, maiar riqueza Ihe
oferecera 0 objeto da leitura, 0 livro, ou - e a realidade que Ihe originou·
(VARGAS, 2000, p. 05).
Portanto nenhuma tareta de leitura devena ser iniciada sem que as
meninas e os meninas se encontrem motivados para ela, sem que esteja claro 0
que Ihe encentram senti do, como ressalta SOLE (1998) isto e, aquelas em que a
crianr;;a Ie para se libertar, para sentlr 0 prazer de ler, quando se aproxima do
caminho da biblioteca au reCOITe a ela. Ou aquelas outras em que, com urn
abjetiva claro resolver uma duvida, urn problema au adquirir a infarmay8a
necessaria para determinada prajeta abarda urn texta e pade maneja-Ia a vantade
sem pressao de uma audiencia.
Ler portanto, segundo SOLE (1998 ) e muito mais do que possuir urn rico
cabedal de estrategias e tecn;cas. Ler e sabre tuda uma atividade voluntaria e
prazerosa, e quando ensinamas a ler devemas levar ;ssa em canta. As crianyas e
as professares devem estar motivadas para aprender e ensinar a ler.
2.2 0 PRAZER DE LER
Atualmente, a leitura, mais do que nunca, significa a encantro das pessaas
cam elas mesmas. Vivemas ern uma real;dade em que a cultura visual au oral se
sobrepOe a escrita, de habitos ou opini6es, como nos diz VARGAS (1999): " a
laitura desperta aquele 'terceira alha' sem a qual a sensa critica, a individualidade
( no sentido da independencia de opiniao , de liberdade) nao se realiza"
Entendemos segundo VARGAS, que a leitura traz prazer, quando 0
individuo descobre que ela Ihe dfl 0 poder de associar ideias, pianos, elementos
aparentemente dispares ou dissociados no tempo e no espa90, de acorda com a
canceito da escritora:
A [eitura agiliza nessa inteligE!ncia objetiva e subjetiva. Per intelig~ncia objetivaentendo tudo a que pode ser compreendido materialmente, tecnicamente. Parinteligencia subjetiva podemas pensar no desenvolvimento da sensibilidade, nacampreensao daquila que naa podemos tocar: nossos sentimentas, 0 sentido davida, nosso "ester no mundo~ . (VARGAS, 1999, p.06)
E importante ressaltar, po is que 0 prazer, segundo nos coloca SOLE (1998)
e algo absalutamente pessaal, a cada urn saba como a abtem. Assim talvez a
unica caisa a ressaltar neste casa e que a leitura e uma questaa passaal, que 56
pade estar sujeita a si mesma. Neste casa, a leitor pedera reler urn paragrafa au
mesma urn livra inteire tantas vezes quantas fa; necessaria; podera saltear
capitulos e voltar a eles rna is tarde; 0 que importa, quando se trata deste objetivo,
"" a experiencia emocional desencadeada pel a leitura" (SOLE,1998, p.97). E
fundamental pois, que 0 leitor possa ir elaborando criterios proprios para
selecionar as textos que I~, assim como para avalia-Ios e critic8-los.MACHADO (2001), vem reafirmar as ideias de SOLE (1998), quando
afirma que "ter e gOSt050 demais, per isse, e natural que as pessoas gostem,
basta dar uma chance para que isso aconteya". Segundo Machado ninguem eobrigado a gastar de cara. Tern de ler dais, tres titulos, ate encontrar urn que nos
desperte.
Neste sentido e born resgatar, que em geral a leitura par prazer associa-se
il leitura de literatura. Segundo SOLE ( 1998 ), celoca que e natural que isso
aconte9a, pOis os textos literarios, cada urn em seu nivel e no nivel adequada dosalunos,poderao"enganchil-Ios"cemmaier probabilidade.
Precisamos despertar em nossos alunos 0 905tO de ler, fazendo com elespercebam que a laitura faz parte de sua vida, de sua pratica cotidiana, que
podem ir em qualquer lugar com urn livra na mao e com ele nunca estaraosozinhos, fazendo novas descobertas do mundo e criando dentro de SI alga novo,
pois como cita VARGAS (1999): " A brincadeira e 0 humor estao sempre
presentes em tudo que lemos. Eles nos devolvem a vida par outro vies".Compreendemos que 0 retorno disso e extremamente prazeroso, e nos leva anovas descobertas, com essa consci~nciapodemos desenvolver junto com acrianc;a0 prazer de ler.
E muito valido que a aluno entenda a importancia que tern a leitura para asua vida e sua formayao, por isso, motivac;ao se faz necessaria em sala de aula.o professor nao precisa dizer "fantastico! Vamos lera, mas em que elas mesmas adigam ou pensem. "Isto s6 consegue planejando bem a tarefa de leitura e
selecionando com criterios as materiais que serao trabalhados, tomando decisOessobre as ajudas previas de que alguns alunos possamnecessitar"( SOLE,1998 ),
pois, promovendo sempre que possivel, aquelas situa<;Oesque abordem
contextos de uso real, que deixem 0 leitor avanc;a,rem seu pr6prio ritmo para ir
elaborando sua propria interpretac;ao de urna forma 90stosa e prazerosa, s6assim estaremos ajudando a formar leitores.
2.3 FORMAR LEITORES
A escola assume urn papel importanle e responsavel que e 0 de
iniciar a crian~ no processo de alfabetiz8c;ao e de, aperfeic;oar sua leitura de
modo a garantir-Ihe a dominic de urna pratica cuja finalidade nao S8 85gota em 5i,
mas que ultrapassa 0 limite da eseela, pais ao formar urna crianC;8 leitora, esta
formando urn cidadAo capaz de "Iar 0 mundo" e de inleragir neste espaifO.
Facilitando esse espaifO a leitura deixa de ser uma atividade ocasional para
integrar-se a vida do sujeito como necessidade imperiosa, de que decorrem
prazer e conhecimento. Espera-se da aseola nao 56 a alfabetizar e a possibilitar a
seus alunos 0 dominic de urn c6digo, e sim aspera a formac;ao do leitor (Saraiva,
2001).
Segundo 0 peN de Lingua Portuguesa (p.43, 2000), cila que "formar leitor
requer, portanto, condic;6es favoraveis para a pratica de laitura, par que nao S8
restringem apenas aos recursos materiais disponiveis", pois segundo 0 peN 0
usa de livres, de materials impressos e 0 aspecto mais determinante para 0
desenvolvimento da pratica e do gosto pala leitura. Algumas dessas condiyoes,
como relata 0 mesmo, e dispor de uma biblioteca na escola, de um acervo de
classes com livros e outros materiais de leitura, organizar momentos livre de
leitura em que 0 professor tambem leia.
Para formar leitores capacitados 0 trabalho com a leitura deve ser diario,
da acordo com 0 peN, ha inumeras possibilidades para iSso, pois a leilura pode
ser realizada de forma silenciosa, individualmente, em vos alta, quando fazer
senlido denlro da atividade e pala escula de alguem que Ie.
Segundo Vargas (p.07, 2000), devemos dislinguir lad ores de leilores em
nossa escola durante a sua formayao, pois e sempre fundamental quando S8 trata
de educayao. De acordo com ela, led ores e leitores se diferenciam na qualidade
da decodifica~o, no modo de sentir e de perceber 0 que esta escrito:
o leitor, dlferenternente do ledor, compreende 0 texto na sua relayao dialeticacom 0 contexto, na sua relayAo de interac;ao com a forma. 0 ledor adquireatraves da observayao mais detida, da cornpreensao rnais eficaz, urnapercepyao mais critica do que e lido, isto e, chega a politica do texto. AcompreensAo social da lenura da~se na medida dessa percepr;Ao. Pais bern, na
medida em que ajudo meu leitor, meu aluno, a perceber que a leitura e fonte deconhecimento e de dominio do real, ajudo-o a perceber 0 prazer que existe nadecod~icac;iio aprofundada do texto. (VARGAS, 2000, p. 08).
Portanto para tornar as alunos bans leitores, para desenvolver muito mais
do que a capacidade de ler, a 90sto e a campromissa com a leitura, como nos
caloca 0 peN, a escola tera que mobiliza-Ios internamente, pais aprender a ler
requer esfor90. De com a mesmo precisara tazer com que as alunos entendam
que a leitura e algo interessante e desafiador, algo que conquistado plenamente,
dara autonomia e independencia, pais uma pratica de leitura que na.o desperte e
nao cultive 0 desejo de ler nao e uma prlitica pedag6gica eficiente.
E importante ressaltar, segundo nos coloca CURTO (2000, p. 43), que epreciso na formayao de futuros leitores, exemplos, as alunos com certeza ja
sabem ler, como isso se faz, qual e a atitude, 0 gesto e outros. Uma quantidade
de informayao muito importante que nao e passive I se, previamente, a crianya
nao teve uma experiencia direta, repetida e habitual, de ver os adultos lerem em
voz alta para elas. Estes alunos conforme cita Curto (2000) serao, provavelmente
bons leitores.
E fundamental conseguir esta conduta em nossos alunos. 0 modo de
faze-Io e servi-Ihes de modelo na tarefa de ler, ler muito, todo tipo de material que
se preste para ser lido em aula. Pois, como nos coloca SARAIVA (2001, p. 26 )"a
fungao formadora da literatura, induz 0 individua a melhor conhecer a si e ao
mundo que 0 cerca" 0 sentido dessas leituras, 0 prazer que provocam nos
alunos, a emog2lo que produzem, a bem-estar que experimentam na situagao de
leitura, 0 tom afetivo que cerca a situayao de 1er, marcam, sem duvida a
motivac;ao dos alunos em ler constantemente.
CAPiTULO III
PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
3.1 Campo de estudo
A Institui~ao escolhida para a realiza~ao da pesquisa, foi a Escola Ursula
Benincasa, situ ada a Rua Eduardo Sprada, Bairro de Campo Comprido na cidade
de Curitiba, Estado do Parana.
Fonte: arquivo da Esc. Ursula Beninc3s:. - Inn~sTEKlltinas
A Escola Ursula Benincasa foi fundada em 1989 atendendo apenas
crian~as de Educa~ao Infantil. Em 1996, passou gradativamente a atender
crian~s das series iniciase posteriormente,em 2002, ofertou vagas para aensine fundamental de 5° a 8 0 sarie.
A aseela e urna instituit;ao particular pertencente as Irmas Teatinas da
Imaculada Concei<;8o, que organizam suas comunidades Educacionais inspiradas
em principios cristaos e Teatinos do Amor, integradas por professores e pais,
educandos e colaboradores, formando uma equipe unida por ideais comuns,
visando 0 modo adequado de inserir-se na comunidade para transforma-la e faze-
la mais humana a fraterna.
A clientela, atendida por esse estabelecinnento de ensino e proveniente
de um nivel econ6mico a cultural medio - baixo, correspondendo ao atendimento
de criam;as na faixa etiuia de tres aos quatorze anos, de ambos os sexos.
o espac;o f1sico e amplo. 0 terrano e ladeado par construc;Oes baixas, as
quais possibilitam a presen,a da luz em todos os lados. Tem ainda, planta baixa
com suas salas de aula estrategicamente construidas, possibilitando 0 bom
atendimento e desenvolvimento das atividades. As salas possuem mesas e
cadeiras compativeis com 0 numero e a estatura das crian98s, contam com boa
iluminac;ao e sao bern arejadas.
A escola tern por missao oferecer ensino de qualidada a comunidade de
Curitiba e em torno, proporcionando condi¢es de aprendizagem atualizada e
eficaz, visando a preparagao de profissionais capacitados ao dominio do
conhecimento, da tecnica, do convivio social, e do exercicio da solidariedade,
norteados pelos principios cristaos.
o grupo de profissionais da Escala Ursula Benincasa fez sua apyao
pedagogica por uma pedagogia Progressista, Construtivista S6cia -
Interacionista, inspirados nas teorias de Jean Piaget, Vigotsky, Howard Gardner,
Paulo Freire, Wiliam Damon e Pedro Demo, todos unanimes no resgate do
homem com sua vida cidada. Essa oP9ao se justifica par acreditar que essa
pedagogia proporciona as condi"oes para a conslrugao do saber, isto e,desenvolve uma priltica pedag6gica alice",ada nos fundamentos das visoes
epistemo16gica que se fundamenta em urn processo de construc;ao do
conhecimento a partir da interagao do sujeito com 0 objeto do conhecimento.
As atividades pedagogicas realizadas em suas salas de aulas abrangem os
setores: religioso, educativ~, socia - cultural, civico e esportivo, no intuito de
aprimorar nas crianyas, adolescentes e jovens as atitudes que os conduzam a
uma vivencia crista consciente de suas obrigac;oas para com Deus, para com a
Familia, Patria e Sociedade.
A comunidade escolar goza de faceis condi90es, pelo fate de a escola
encontrar-se centralizada no bairro, alem de estar localizada pr6xima de area de
comunicayao e de lazer, tais como :correio, caixa de coleta de cartas, telefones
publicos e particulares, posta de sauda 24 haras para primeiros socorras e parquede diversao. possui tamb6m, facil acesso ao Liceu de Oficio (FAES) que oferece
constantes atividades socioculturais: artesanato, esporte, clube de dan~, taatra.
A rua enda a escola esta localizada e bem movimentada e bern servida com
meies de transporte publico: passam quatro lin has de onibus, com as dais pontcs
de 6nibus proximo a escola, facilitando assim, 0 acesso dos alunos a institui<;80
escolar.
A escolha por esse campo de estudo, S8 deu pelo fata de a institui'tao
aceitar a realiz8C;80 da pesquisa e da intervenC;8o com alguns alunos da 4a serie
dessa escola.
3.2 Sujeitos
Participaram da elaborayao desse projeto, cinco alunos de nove anos,
escolhidos atraves de um parecer pedag6gic{) (ver anexo nO.01) feito pela
professora regente da sala de aula da 4- serie do ensino fundamental.
Com 0 intuito de preservar a identidade de nossos sujeitos utilizou-se os
criterios adotados por Piaget (1973) na constru,llo de protocolos: as tres letras
iniciais do nome.
Por se tratar de crianc;as com idade de nove anos, foi preciso elaborar urn
termo de autoriza~o que foi assinado previamente por urn dos responsaveis dos
alunos (ver anexo n° 02).
Vale ressaltar que, a sala da 4' serie foi escolhida porque a professora
regente aceitou participar do projeto. bern como na observayao, na elabora~o do
parecer pedag6gico e permitiu que os alunos fossern retirados da sala de aula
para a aplica~o das atividades de interven~o.
o quadro a seguir sintetizam algumas considerac;ces gerais dos sujeitos
da pesquisa.
Sujeito Idade Sexo Hist6rico Pareeer Pedag6gico(atuaI)
YIN 09 anos M RecJarnava quando Nao gosta de ler etinha que ler algum e se distrai nastexto aulas de leitura. S6
quando estamosleodo urn textocom a tunna toda.
FER 09 anos M Lia poueo e nao E urn aluno quese interessava em que apresentaleitura. dificuldade de
ler. Sempre que haaula de leiturasilenciosa pede sepode fazer autraeoisa.
KAI 09 anos M RecJarnava quando Nao gosta de ler etinha que ler, distraia e nas aulas defacilrnente na hora leitura qualquerde ler em silencio, eoisa merece suademonstrando aten~ao, menos 0
poueo interesse. seu Iivro. Naogosta de ler em vozalta para a turma.
FER (2) 09 anos M lia, rnais demanstrava Prefere outras aulaspouca vontade. a leitura, mas nao
fala que niio gostas6 dernonstra noeornponamemoque a aulanao Ihe agrada.
GUS 09 anos M Nao se interessava Apresemapar leitura. Lia bern componamentobaixinho quando era inquieto nas aulassolicitado a leitura e se distrai daem voz alta. leitura 0 tempo
todo.
QUADRO: Detathamento das caracteristicas pedag6gicas dos sujeitos
3.3 Ambiente
o trabalho foi realizado na sal a de aula da 4° sarie , na sala de musica, no
patio da eseola e na biblioteca.
A sala de aula e ampla, as mesas bern espalhadas, armaria grande, para
por as materiais, um ambiente bern arejado possuindo duas janelas com grade de
protey8o, bern iluminada.
A sala de musica e pequena, contem duas mesas com quatro cadeiras,
alem de outras cadeiras espalhadas em torno da sala, urn armario, com materiais
de rnusicas, teclado, violAo e urn aparelho de som. E iluminada, arejada e
aconchegante para realizar as atividades.
A biblioteca esta assim distribuida: as livros ficam nas estantes em torno da
sala, em urn dos lados esta.o os mapas e 0 quadro negro. No centro da sala tern
uma mesa grande com seis cadeiras e espalhadas em volta da mesa outras cinco
mesas pequenas, com quatro cadeiras cada. Os livros sao de facH acesso, as
estantes sao baixas, facilitando ° manuseio dos mesmos, ou de outros materiais
de pesquisas.
o patio e grande, com area coberta, urn ambiente calrno durante as aulas.
Esses ambientes fcram escolhidos para demonstrar que 0 prazer de ler
nao aconteee s6 em sala de aula ou na biblioteca mas em outros lug ares
diferentes, basta usar de criatividade e imagina~o, pois a eseola proporciona
esse espayO para 0 professor.
3.4 SituaQao de IntervenQao
A Atividade de pesquisa toi elaborada em dois momentos. No primeiro
momenta foram feitas duas observayoes em sal a de aula, e no segundo momento
foram realizadas quatro sessOes de intervenya.o com as cinco alunos sujeitos da
pesquisa, sando a primeira na sala de musica, a segunda na biblioteca, a terceira
no patio e a quarta na sal a de aula.
A seguir detalharemos cada momenta de intervenyao:
1° Momento: Observactao em sala de aula
Observafao 1. Apas a distribui9l!o do texlo musical: "Eo uma partida de
Futebol", de autoria do grupo musical SKANK (ver anexo 03).
A professora solicitou que todos lessem em silencio a letra da musica,
enquanto ela iria buscar 0 radio gravador. Retornando a sal a novamente solicitou
que a seus alunos que ficassem em silencio para a leitura, pois estavam lendo
alto e alguns estavam cantando a musica, conforme detalha 0 protocolo abaixo.
Vale ressaltar que os protocol os foram recortados de maneira a possibilitar
uma melhor analise de participayAo dos cinco sujeitos da pesquisa.
PROF.: "Por favor, leiam a musica em sil~ncio"! (falou com seguran,a,imediatamente os alunos comecaram a ler a musica baixinho, mexendocom os labios); PROF.. ' vores ccnhecem este texlo?" (olhou para atodos). ' Ja ouviram cantar em algum lugar?"; TODA CLASSE: "sim"(todas as chan,as ccmeyaram a contar que ouviu no radio e na TV); FER:·professora posso cantar a musica, eu sei cantar alguns pedacos ...~ (faloude pe encostado na mesa); PROF: "vamos primeiro ler 0 texto em vozalta" (passou a partir dai direcionar a leitura); GUS: " eu nao sei cantar"(falou baixinho olhando para a professora) .•.. posso comecara ler 0 texlo?" PROF: "Pode"; FER: (leu baixinho e pausadamente);PROF: (interveio)" FER(2) continue lendo".
Analisando este protocolo notamos que 0 silencio na hara de ler ainda faz
parte do andamento de uma escola, mas devemos nos perguntar, sera que 0
silfmcio garante a boa leitura? Sera que s6 em ambiente total mente silencioso esinal de que a leitura acontece? Segundo os autores citados no referendal
te6rico, a leitura deve ser dinamica prazerosa e gost05a, 0 aluno deve sentir
prazer em ler, se ler par que tern que ler ou apena5 decorar para responder no
momenta solicitado, a leitura se torna cansativa e desmotivada sem interesse e
vontade de participar.
Nao e culpa necessariamente do professor em sala, mas e a escola que
durante 0 seu processo, coloca que 0 sil~ncioe obrigat6rio durante 0 processo de
leitura, fazendo com que isso S8 tome uma obrigac~olodas as vezes em que esolicitado a leitura individual em sala de aula.
Dando continuayao a observat;:Ao, a aula transcorreu com comentarios
sabre a texto, alguns alunas disseram que nila gostavam de jogar futebol, neste
processo FER e FER(2), participaram da aula.
Ao terem auvido a musica no CD e ap6s terem comentado sabre ela, a
professora distribuiu dicionarios para a turma a fim de procurar 0 significado das
palavras que eles nao conhecem e que estava no texlo. Nesta atividade 0 VIN e 0
GUS participaram, procurando ativamente as palavras .
o trecho do protocolo abaixo ilustra essa afinma~ao:
PROF: .. vamos agora procurar no dicionario 0 significado das palavrasque sao novas para voces" ( enquanto falava distribuia os dicionarios paraos alunos); KAI: "Ahl Eo dificil, nao consigo encontrar as palavras" (falavaresrnungando na carteira, demonstrando pouca vontade); FER: Westouprocurando mais nao consigo encontrar a palavra estandarte" (falaolhando serio para a professora); PROF: "FER, olha bem, voce tem queprocurar a palavra na letra 'es'" {FER estava na letra certa, s6 que maoencontra a palavra); VIN: "Professora...(chamou a professoraentusiasmado quase gritando)... achei a palavra"; PROF: "muito bem VIN,continue procurando outras palavras"; KAI: "professora eu nae conseguiencontrar nem urna palavra ainda" (ainda continuava distraido, brincandocom 0 dicionario 0 mesmo acontecia com 0 FER(2) que ate entao naotinha encontrado nenhuma palavra tambem); GUS: "Oba! Consegui, olhaprofessora e essa a palavra, e para copiar 0 que significa na apostila?"PROF: •Sim, todas as palavras devem ser copiadas, quando voces foremler novamente, saberao 0 que significa a palavra" ( falava olhando paratoda a turma).
Diante desse fato ocorrido, podemos perceber que a crian~a que nao gosta
de ler nao se motiva a procurar 0 significado das palavras, pois vai exigir dela
muito mais leitura e concentrac;a.o. Muitas vezes a leitura feita em dicionario, deve
ser realizada com dinamicas, em grupo, sozinho ou simplesmente para saber, 0
aluno na.o se interessa a professor nesta caso poderia ter feito a atividade em
forma de competiyao, algo que exigisse a participaylio do aluno na realizaylio da
atividade.
Observa<;ilo 2. Neste segundo dia de observayao na sala da quarta .erie, a
professora regente solicitou que seu alunos lessem 0 texto "Estabelecendo
Rela¢es" (disciplina de Filosofia,) em voz alta, direcionando a leitura e discutindo
sabre a texlo no decorrer do mesmo. Como relata a protocolo abaixo, eimportante notar que foi focalizado somente as cinco alunos sujeitos da pesquisa
e a professora:
PROF: " Todos encontraram a texlo na apostila?". {a escola trabalha coma material da escola do Expoente} TODOS: "Ja encontramos"; PROF: "entao vamos comec;ar a leitura" (apontando para urn dos alunos quecome", a ler); PROF: " VIN, par favor, I~ a prOximo paragrafo"; VIN"Esse?" ( apontando para a apostila, pais estava distraido).
Durante a leitura e as coment.rios, KAI, GUS e FER(2), ficaram distraidos,
demonstrando pouco interesse no assunto, ja a FER e a VIN participaram com
mais interesse e responderam as perguntas em voz alta, quando achavam
necessaria responder.A aula prosseguiu com a leitura e comentarios, ate 0 momento em que os
alunos tinham que responder as perguntas escrevendo na apostila. KAI
demonstrou dificuldades em responder, porque nae tinha prestado aten980 no
momento da leitura, mas tentou, ficou quieta, pais S8 mexia muito na cadeira, jil 0
FER(2) foi a que mais demonstrou dificuldade, lia a pergunta em silE!nciomas nao
conseguia entender, nao pediu ajuda, ficou quieta no seu lugar, esperando as
Qutros alunos responderem.Vale destacar nesta observayao, que cabe ao professor criar urn espago
favoravel de leitura com seus alunos, 0 tema proposto pelo texto: .•Estabelecendo
Rela90es', e urn born tema que poderia ser estudado fora da sala de aula, quem
sabe no bosque au no patio da escola ou ate mesmo debaixo de uma arvore,
como nos diz FREIRE: "Linguagem e realidade se prendem dinamicamente", pais
estabelecemos relac;oos com 0 mundo, com tudo que nos rodeia, a sala de aula
(fechado entre quatro paredes) nos limita a fazer relagoes com as coisas.
A leitura prazerosa, participativa, n~o sa de ou na.o acontece somente em
sala de aula, 01, na biblioteca, a leitura S8 de em um contexto favoravel ao tema.
Concluindo as duas observac;Oes em sal a de aula, durante um periodo de
dois dias num tempo favoravel de 40 minutos na sal a da quarta serie, apes as
observac;:Oes, foram realizadas quatro sessoes de intervenc;:~ocom os cinco
alunos sujeitos da pesquisa
2° Momento: situac;Ao de intervenyAo
As atividades com os alunos sujeitos da pesquisa, foram realizadas em
quatro sessOesde 30 minutos cada.
As atividades escolhidas foram de acordo com a idade dos sujeitos da
pesquisa enfocando a leitura.
A primeira sessao, foi realizada na sal a de musica, tendo como titulo:
~Brincado de poeta"', com a musica Born dia PingOim (ver anexo04), de Vinicius
de Morais, cantada por Toquinho. A segunda sassao loi realizada no patio da
escola, com 0 titulo: "Descobrindo as palavras que rimam-, com 0 poema de
Cecilia Meireles, Em cima do morro (ver anexo05). A terceira sessao loi realizada
na biblioteca da escola com 0 tema "Ca1;a noticias", as noticias trabalhadas nesta
sessao loram escolhidas pelos alunos que recortaram do jornal Estado do
Parana. A quarta sessao ocorreu na sala de aula da quarta serie, a titulo da
atividade foi "brincado de reporter', apresentaram para a sua turma as notidas da
atividade anterior.
Abaixo segue detalhadamente as quatro sessOes:
l' SESSAO: Brincando de Poeta
Em uma das mesa ficaram VIN a GUS, na outra mesa FER. KAI e
FER(2), para lacilitar 0 trabalho. A sessao teve inicio com a apresanta9ao da
musica Bam dia, pingOim ,utilizando a CD player para ouvirem a musica, as
procedimentos realizados durante a atividade estao descritos no protocolo
abaixo.
PES: (explica para os alunos, sabre a atividade a ser realizada, durante asess~o) "vamos ouvir a musica Born dia pingOim do compositor e cantorToquinho, alguem conhece 0 cantor ?" FER: "eu conhe90 0 cantor emcasa tern CD. {Os outros alunos afirmaram mexendo com a cabe9a}; PES:"entao vamos ouvir a musica..." (Iala enquanto liga 0 CD player);{todosficaram em sil~ncio ouvindo a musica): PES: (desliga 0 CD player quandoacabou a musica)"voces ja tinham ouvido essa musica antes?" TODOS:"Nao"; KAI: "nunca ouvi essa musica, e bam engra98da" ( lalava rindo);PES: "tenho a letra da musica escrita nesta folha, vou ler para vo~s e
~S\O~.•~ t--.
liE ~::;. fHRlloncr, -'",~ ..,,~,."''''''''''''''.' .e.,.::,)
depois vamos fazer urna atividade, vooos ser~oos poetas que v~o ter quepor a musica em ordem, tudo bem?" VIN: "Eo dificil?" (referindo a atividadede que eles iriam Ter que fazer); PES: "e so prestar a aten~o na leitura evai ver que nao e dificil {em seguida a PES Ie a musica e distribui umenvelope para cada mesa}.
Dentro do envelope se encontrava a musica recortada em varios trechos,
os alunos tinham que montar conforme a rima de acordo com 0 cantor; explicando
a atividade, os grupos iniciaram 0 trabalho, como descreve no protocolo abaixo.
PES: "voces vao ter que calocar esses versos que estao dentra doenvelope em ordem, como vores ouviram na musica" (entrega 0 envelopepara cada mesa, que iniciam 0 trabalho); VIN: "Ai meu Deus! Eu solembrado comeyo da musica e do final" (fala de pe olhando para a PES); FER(2):"tem que prestar a aten~o nas rimas...• (cancentrado em sua mesa, falasem olhar para ninguem); VIN: estil certo? Tem que colar na folha?"(falavanum tom preocupado); PES: "ainda nao, monte tudo primeiro"; FER: (concentrado tentava montar, murmurando baixinho); FER(2): (falavabaixinho com 0 KAI) ~'N~o fique assustado com mado de mim', nao rimacom 'bern de levinho puxar 0 rabinho da sua casaca'" KAI: "olha esse versoe 0 ultimo, lembra?...•( falava com 0 FER, referindo ao ultimo verso damusical: PES: "pronto? Estao conseguindo? ... 0 grupo que jil terminou Iebaixinho na sua mesa, para nao atrapalhar 0 outro grupo, para ver se asrimas estao certas e se n~o trocaram os versos".
FER, KAI e FER(2), terminaram primeiro, enquanto aguardavam a VIN e 0
GUS terminarem, fica ram lendo a sua musica. Quando par tim os dois grupos
acabaram, foi feito a leitura, leram primeiro os alunes FER, KAI e FER(2), porem
nao tinham colocado a musica em ordern, misturaram a rima, a rnesma coisa
aconteceu com 0 outro grupo.
Os alunos solicitaram para que a PES, lesse novamente a musica,
enquanto lia os alunos acompanhavam a leitura arrumando as frases. Assim que
terminou 0 VIN pediu para Jar novamenta .
VIN: "conseguimos. Podemos ler novamente?" (falava em pe, perto damesa, e os dois , VIN e GUS, leram juntos); PES: "muito bem! Vocesconseguiram"; VIN: "Conseguimos.. viva.. conseguimos ... " ( vibravamuito erguendo os brayos, GUS apenas sornu para os colegas); KAI:"queremos ler tambem" (enquanto falava olhava para 0 VIN) PES:
"Podem come9ar". ( Entao os tres leram juntos). PES: "muito bem vocesconseguiram"; ( os alunos vibraram de alegria juntos).
FeitD esse trabalho, percebemos que a leitura dinamica, em grupo, leva 0
aluno a S8 interessar mais pais a leitura nesta atividade tornaU-S8 de certa forma
importante. 0 fata de pedirem para lerem novamente 0 texto desde 0 come~o,
mostrau que 0 trabalho foi positivo, despertou um certo gosto pela leitura que
estavam fazendo naquele momento. 0 "sera" que esta certo, a dialogo no grupo,
a pesquisa, a descobrir, fez com que os cinco alunos ficassem envolvidos com a
leitura.Par tim, quando terminaram a leitura, a PES deu para cada aluno urna
palavra, eles tinham que procurar no jarnal ou na revista Qutras palavras querimassem com a sua ( as palavras: jaca, levinho, assustado, estribeira emalvado).
PES: "cada um de voces reeebeu urna palavra, agora deveram pracurarno jarnal au na revista Qutras palavras que rimem com a sua"; KAI: "euquaro procurar no jornal, e mais facil de encontrarM (pega a jornal e comeyaa pracurar) {quando por fim acabou 0 tempo previsto da atividadecombinado a PES, pediu para que cada um lassem a palavra que recebeue as que encontrou} VIN: "a palavra que eu peguei e rnalvado e as palavrasque rimam que au encontrei sao: assuntado, preocupado, delirando arecado"( ri ap6s ter terminar de ler ); KAI: "a palavra e levinho e que rima eMarinho"; FER(2): "Assustado e a palavra que rima e estado"; FER: "jaca..(da uma gargalhada) ...palavra que rima e eeramica, milsica" (novamenteri); GUS: (nao encontrou nem uma palavra que rimassa com a sua, entaoas colegas a ajudaram, e ele escreveu na folha) "a palavra e estribeira e asque rimam sao cadeira e banheira~; PES: "muito bern!"
Notamos que as alunos sujeitos da pesquisa estavam bern envolvidos com
as atividades desenvolvidas na primeira sessao, demonstrando interesse pelo
proximo encontro.
2' SESSAO: Descobrindo as palavras que rimam
A PES propoem a atividade a ser realizada no patio da escola, com um dos
poema de Cecilia Meireles, escrito em urn paps I bobina, porem no poema faltam
palavras no final da frase, fazendo com que as alunos descobrissem a palavra
que rima. A PES colocou a bobina no chao, 0 poema estava escrito bem grande
para facilitar a leitura dos cinco alunos, espalhou tambem as palavras para que
eles encontrassem as que rimassem com 0 texto.
PES: "aqui esta 0 poema, vamos ler juntos e depois eu yOU distribuirvarias palavras e voces juntos vao ter que por no espa~ em branco apalavra que rima, entenderam?" ; TODOS: "sim" {comegou a leitura deum jeito bem divertido, pois faltavam as palavras no final das frases. APES colocou as palavras no chao e as alunos come<;aram a procurar asque rimam com 0 texto, antes porilm a PES convidou os alunes paralerem juntos as palavras}; PES: "vamos ler estas ealavras juntos";TODOS: URUBU, CACHORRO, CASACO, RATO, PINGOIM, ELEFANTE,GALINHA, PACI~NCIA, CHINELO, CORVO, LALA, PERU, GATO eBOTELHO". (cornegaram a fazer a atividade); KAI: (atento com algumaspalavras na m~o); VIN: (observa KAI, colocar a palavra corvo).. "nadahaver, corvo nao rima com morra" (fala trocando a palavra corvo porcachorro); FER: "encontrei, Botelho rima com velho (FER(2) olhadesconfiado para ele)... "e claro que rima"; VIN: "tem algo errado nestepoema, as palavras nao estao cartas" (cada aluno levantou e leu 0
poema); GUS: "claro! Olha... casaco nao esta rimando com 'volta promato', porque casaco n~o anda" (falava olhando atento para 0 papel);FER: "claro nem coelho com galinha, veja como nilo combinam"; KAI:"entao vamos arrumar, tern outras palavras aqui" (referindo as palavrasque estavam perto do GUS, ele nao tinha notado).
Par fim, quando os alunos perceberam os erras e se dispuseram a arrumar
sem a intervengilo da PES, notamos 0 interesse pala atividade que estavam
fazendo, nao tinham pressa de fazer, estavam concentrados a fim de realizar a
atividade. Terminado a atividade deu se inicio a leitura do poema, como descreve
o protocolo abaixo:
PES: Upronto, acabaram? Podemos entao ler 0 pema juntos" ( levantaramem pe, pois estavam sentados no chao do patio e leram 0 poema juntos).KAI: "posso ler 0 poema sozinho?" (leu 0 poema, dando uma entonagaona voz); GUS: observado como 0 KAI e quis ler tambem) "pogo lertambem?" ; PES: ' e claro. Pode ler" (GUS leu 0 poema). VIN: (estavacom olhar atento na folha) "professora, escuta, YOU ler 0 poema de traspara frente" (fala demonstrando animagilo pela descoberta que fizera);PES: "entao leia vamos ver como vai ficar" (VIN leu e ficou 6timo); FER:"ficou atimo, tambem rima" (VIN sorriu satisfeito). FER e FER(2) tambemleram 0 poema de tras para frente.
Os alunos demonstraram satisfagao pelo que fizeram e a leitura do poemafoi interessante, 0 fato de ter descoberto que 0 poema podia ser lido de tras parafrente, mostrau que eles estavam bem atentos no que estavam fazendo.
3' SEssAo: Caga nalicias
o trabalho foi realizada na biblioteca, na mesa central da mesma. A PES
propos aos alunos sujeitos da pesquisa, a seguinte atividade, ales tinham que
procurar nos jornais noticias do seu interesse, no maximo duas informac;;oes para
que pudessemos dar continuidade a tarefa.
Cada aluno pegou urn jornal (Folha do Estado) e comeyaram a atividade,
como relata 0 protocolo abaixo:
PES: "voces vao procurar no jarnal urna au duas noUcias do seu interesse,para depois ler em voz alta para as colegas" (entregou as jornais para asalunos); VIN: "Oba! Vou procurar noticias sobre esporte" (!alou num tomanimado, e folhou 0 jornal na pagina de esporte); KAI: (olhava atento aprimeira pilgina do jornal) "professora, pode ser qualquer noticia?"; PES:"pode, 0 importante que seja do seu interesse"; FER(2): "olha, vou ler essa,, sera que a comefcio melhorou?' Ja posso recortar?" (estava ansioso paraler a noticia); GUS: " professora! (chamava num tom desesperado) ... Porfavor me ajude encontrar urna noticia" (folhava 0 jarnal 0 tempo todo, naoprestava aten9ao nas noUdas que estavam escritas); VIN: "encontrei, olhaa noticia, e sabre 0 Santos, YOU ticar com essa" (recortou a noticia e voltoua precurar outra); FER: (em silencio lia os titulos das noticias); GUS:"professora, quere ticar com essa" ( aponta para urna noticia sabreesporte); PES: ' GUS, sobre 0 que !ala a sua noticia?"; GUS: ' fala sobre aseleyao brasileira que derrotou os EUA"(leu como estava escrito "EUA");PES: " 0 que quer dizer EUA?" GUS: (olha atento para a PES)... "EUA?";PES: " sim , EUA"; FER: (antes que 0 GUS respondesse) " EUA quer dizerEstados Unidos da America"; GUS: " e mesmo esta escoto aqui no final danoticia"; (VIN, sorri para GUS); KAI: " eu vou racortar essas duas noticiasaqui"; FER: " quere aquela noticia ali, escrita no jornal do VIN" (referindo anoticia sobre a sele<;llobrasileira Sub. 23); VIN: "pode pegar, por que eu jlltenha as rninhas duas noUcias",
Par tim, quando as cinco alunos encontram as natlcias do seu interesse a
PES, prop6s que todos lessem cada uma a sua. VIN , propOsque ficasse em pe
quem fosse ler a noticia, VIN comec;ou a leitura da notieia em pe. Todos leram a
suas notleias em voz alta.
Em seguida a PES, apresentou urn rnicrofone para os alunos que vibrararn,
VIN comentou, "que legal, sou VIN reporter por urn dia do Fantastico".
Infelizmente nao deu para concluir a atividade usando 0 mierofone, pOis 0
tempo da sessao havia terminado, os alunos teriam outra atividade a ser realizada
em sala de aula. A PES, achou melhor apresentarem na pr6xima sessao a noticia
usando 0 microfone. Entao 0 KAI comentou: wprofessora, vamos apresentar a
noticia para os outros colegas na sal a de aula". PES: ~na sala de voces?
Podemos apresentar se todos aceitarem e se a professora de voces tambem
aceitar". Os outros quatro alunos aceitaram e vi bra ram muito, entao 0 V1N deu a
ideia de escrever a noticia em urn cartaz para facilitar a leitura. A PES ficou
respons8vel de escrever as notfcias em cartazes para os cinco alunos.
Todos volta ram para a sal a de aula vibrando, pois iriam apresentar a
noticla para a sua turma.
A professora regente da turma, comentou ao terminar a aula no final da
tarde, que os alunos sujeitos da pesquisa, voltaram para a sal a de aula agitados,
comentando que seriam rep6rter, e que iriam apresentar as noticias para os seus
colegas como fazem na TV, usando microfone de verdade, estavam super
empolgados com a atividade. Mais urna vez, percebemos que a leitura acontece
de uma forma gostosa, quando sai da rotina de sempre, ler urn jornal por exemplo
e cansativo para a crianryB, nao tern muito estimulo, mas quando €I apresentada a
leitura de urna forma diferente, deixando com que ela procure a noticia que lhe
interessa, folhando 0 jornal de urn lado a outro, sem dar a noticia pronta para ela
ler, desperta nela 0 gosto pel a leitura.
E um modo de estar formando futuros leitores capazes de ler em jornais
em revistas, buscando descobrir e se informar do que esta acontecendo no
mundo, tambem e uma forma de despertar 0 gosto pela pesquisa. E urn dos fatos
interessante que ocorreu durante a atividade, foi 0 fato que quiseram ler a noticia
para os colegas de classe, demonstrando mais uma vez 0 interesse pelo trabalho.
4' SESSAO: Brincando de Reporter
A atividade foi realizada na sala de aula dos alunos sujeitos da pesquisa.
Como havia sido combinado na sessao passada e com a permissao da
professora da classe, os cinco alunos apresentaram as noticias que haviam side
escolhidos par eles anteriormente, para os seus colegas de class8. Antes parem
da apresentac;a.o, a PES, reuniu os cinco alunos no patio da escola, para passar
as informac;oes e para que eles dessem uma lida nos cartazes.
Estavam ansiosos. porem vibravam de felicidade. Voltaram para a sala de
aula. A PES explicou Ii classe 0 que iria acontecer e deu initio a apresenta9aO,
como relata 0 protocolo abaixo:
PES: • os seus colegas VIN, KAI, GUS, FER e FER(2), vao apresentar paravoces as noticias que escolheram no jarnal em forma de reportagemusando 0 microfone e 0 cartaz para a leitura do mesmo" (entrega 0
microfone para 0 VIN e segura 0 seu cartaz); VIN: II Por favor, ninguem ride mim" (falava rindo. demonstrando ansiedade) ... "bom , estou no estadiodo Santos ...• (leu a nolicia e concluiu).. • sou VIN rep6rter da Globo"(nova mente sorriu e entregou 0 microfone para a PES); FER: (fez como aVIN, s6 que demonstrava rnais seguran9a na leitura); GUS: foi 0 quedemonstrou estar mais nervoso, pais estava em pe e deveria ler para aturma toda de frente, para eles, quis ticar por ultimo, mas conseguiuapresentar bern a sua noticia. KAI: "Professora vou apresentar as duasnoticias~ (olhando para a sua professora regente, que ticou surpresa, porque KAI, na.o gostava de ler em voz alta para a classe quando erasolicitado). FER (2): (leu a nolicia sem problema nenhum).
No final, FER, quis apresentar mais uma noticia, retirou do bolso urn
pedac;o de jornal e empolgado leu para a turma e comentou: "eu tinha quase
decorado essa noticia~ (ele tinha recortado e guardado, porem nao tinha entregue
a PES para escrever no cartaz). Assim que terminou a atividade, os alunos
aplaudiram os cinco sujeitos da pesquisa e uma aluna perguntou a PES se ela iria
fazer esse trabalho s6 com os cinco alunos, demon strand a interesse em participar
tambem do trabalho.
Como havia sido combinado com a professora regente, concluimos a
interven~o.
A PES agradeceu a participa9ao da professora e dos cinco alunos sujeitos
da pesquisa, que demonstraram satisfal'ao em terem participado do trabalho.
CAPiTULO IV
ANALISE DOS RESULTADOS
A analise efetuada da coleta de dados deste estudo, foi realizado em dais
momentos, 0 de observac;~oe 0 de intervenc;ao, buscou~secom isso, identificar e
compreender como 0 prazer da leitura sa constroem em uma na 48 sene do
Ensino Fundamental. A situ8c;ao envolveu cinco alunos dessa sarie que segundoo hist6rico e 0 parecer pedag6gico, esses alunos naD gostam de lar e naD tern
interesse pela leitura, alguns par causa do desinteresse apresentam dificuldadeemler.
Cabe ressaltar que segundo 0 parecer hist6rico e 0 parecer pedag6gico
hoje apresentados pel a professora regente desses alunos, demonstrou como
citamos aeirna, que eles (as cinco sujeitos) nao gostavam e nao sa interessavampor leitura, tendo como exemplo 0 KAI, alem de nao gostar de ler e tambem nao
gostar de ler em voz alta para a classe, prefere outras atividades a leitura, assim
como 0 FER, que apresentava dificuldade de ler, por que nao se interessava a
leitura e tambem prefere fazer outra coisa a ter que ler alga, como cita a parecer
hist6rico feito pel a professora regente da classe, que se encontra na pagina 22
dessa pesquisa.
Da entrevista nao-formal com a professora, podemos destacar a enfase
dada a leitura individual dos alunos embora tambem se trabalhassem em grupo,
favorecendo a leitura em sil€mcio, e em determinado momenta em voz alta. Disso
conclui-se a necessidade de um maior trabalho sacializado de leitura.
Podemos destacar tambem, que durante as observayOes, notamos como a
media9ao do professor para as atividades de leitura, no entanto 0 professor tem
que tamar cuidado para nao direcionar demasiadamente e com isso inibir as
alunos na hera de ler, pois pede dificultar a construyao do prazer de ler.
Percebemas tambem, que durante as aulas em que observamos, os
sujeitos da pesquisa Iiam parque tinham que responder 0 que estava sando
pedida e nao para aprofundar a leitura, buscando compreender a todo, como par
exemplo, podemos citar na aula de filosofia "Estabelecendo Rela96es', em que
KAI, FER(2) e GUS, nao demonstraram muito interesse pela leitura em si, s6
delimitando--se a ler no momento de responder individualmente as perguntas,
porem dando indicia de grande dificuldade em encontrar a resposta, como relata
a segunda observa91iona pagina 26 .
A professora mostrou-se, apresentou estar preocupada com os cincoalunos, pais 0 tato de ter Bceite participar com a pesquisa, demonstrava muito
interesse em ajuda-Ios.
Em nenhum momento a professora enquanto direcionava a leitura
constrangeu urn de seus alunos, mesmo quando 0 FER e 0 GUS leram se
atrapalhando nas palavras, a professora corrigia de urna forma bem discreta edizia ~muitobern, continue". Vale ressaltar, aqui que a postura da professora ao
fazer perguntas aos seus alunos durante a leitura. sempre era respostas rapidas,envolvendo-os a leitura, aos instiga-Ios a aprendizagem proporcionandooportunidades a todos, deixando expor sues ideias, hip6teses com liberdade sem
reprimi-Ios. V~-se tambem, como e importante a aten9ao da professora na hora
da leitura com seus alunos.E importante ressaltar a atividade de leitura da musica wE uma partida de
Futebol", em que a professora trabalhou na primeira observa~o, e um assuntoque faz parte do cotidiano do aluno, que desperta 0 interesse, pois trata de urn
conteudo que nao se esgota e que e apreciado pela grande maioria que e 0
futebol. A leitura ai apresentada atraves da musica, nos mostra que ler nAo e 56ler textos te6ricos, cientificos, hist6ricos, mas ler e ler e declamar poema, ler ecantar ao mesmo tempo uma musica, ler e apresentar um teatro. Ler e ler de
diversas formas de diversas maneiras, em silencio e em voz alta, cantando oufazendo mimicas, declamando ou discutindo um texto interessante. 0interessante e a participayao de todos como se deu na leitura da musica, e emespecial na hora em que eles cantaram a musica lendo na apostila.
Nota-se que, na primeira sessao, que a PES, propOem a atividade na salade musica, fora do ambiente de sala de aula, os cinco alunos vibraram, pois 56 0
fato de sair da sala e trabalhar em outro ambiente, torna a atividade mais gostosa
e interessante. A leitura da musica feita atraves de uma dinamica em grupo,
causou interesse e concentrac;ao dos alunos, eles tinham que ler para construir a
musica, pois a leitura como vimos, na.o envolve s6 a te6rico, envolve tambem a
pratica, dinamizar a momenta de ler para que ele se tome prazeroso e leve a
descobrir sua importa.ncia. Como demonstrou os cinco alunos, valendo ressaltar 0
aluno KAI que nao gosta de ler em voz alta, como eita 0 pareeer pedag6gieo leito
pela prolessora (p.22), mas que durante a sessao pediu para ler, "tambem
queremos ler", relatado no protoeolo da pagina 28 na primeira sessao de
interven9ao, demonstrando interesse pelo 0 que estava lazendo e VIN que 0
tempo todo estava concentrado nas frases, tentando pO-las em ordem, como
propunha a atividade, mostrando em atrav8s de suas atitudes que a leitura
dinamiea que envolve eslor90, dedica9ao e desafio, requer partieipa980.
E importante lembrar que segundo a parecer, esses alunos n~o gostavam
de ler, e que durante as observac;Oes,demonstravam desinteresse pela mesma,
ficavam distraidos olhando para 0 lado, conversando com as colegas, como relata
na pagina 26 na segunda observa980. Notamos que, durante a realiza9aO das
intervenc;oos, em nenhum momenta as sujeitos demonstraram insatisfac;a.o em ler,
muito pelo contra rio, pediam para ler como descrevem as protocol as durante as
sessoe5, para comprovar essa afirmac;a.o a segue urn trecho recortado do
protoeolo em que eles expressaram 0 prazer de ler:
VIN: (estava com olhar atento na folha) 'professora, eseuta, vau ler a
poema de tras para frente" (fala demonstrando anima9ao pela deseober/a que
fizera); PES: "entao leia vamos ver como vai fiear" (VIN leu e ficou atimo); FER:
"fleouatimo, tambem rima" (VIN sorriu satisfeito).
Destacamos a participaC;8o, a interesse, a dedicac;:l\o, a alegria e a
solidariedade dos cinco alunos sujeitos da pesquisa ern partlcipar das atividades
desenvolvidas nas quatro sessOes, todas realizadas em ambientes diferente,
conforme a tema sugerido em cada sessa.o. A seguir recorta-se um trecho, devido
a riqueza do momenta em que as alunos estavam sati5feito com a realizaC;ao do
trabalho:
KAI eomentou: "professora, vamos epresentar a notieia para as outros
eolegas na sala de aula". PES: "na sala de vaells? Podemos apresentar se todos
aeeitarem e se a professora de voells tambem aeeitar".
Percebemos, 0 quanta esses alunos estavam envolvidos no prazer de ler,
na forma9ao de futuros leitores, capazes de ler acontecimentos do dia - a -dia e
de partilhar social mente 0 seu conhecimento, atraves da oralidade, no entanto,
repetimos propositadamente que, segundo 0 parecer pedag6gico da professora,
esse alunos apresentavam desinteresse em ler.
Oiante disso vale pergunt.ar: sera mesma que os alunos nao tem interesse
pela leitura? Ou sera mais coerente perguntar, ate que ponto as atividades
pedag6gicas desenvolvidas em sala de aula esta.o proporcionando que os alunos
externalizem 0 seu interesse?
As atividades que foram realizadas durante as intervenC;Oes estavam ao
nivel do desenvolvimento dos alunos, pOis uma das grandas dificuldades - lar
pouco ou nao gostar de ler depende muito de como a leitura e apresentada a
eles, devendo assim buscar compreender seu nivel de entendimento e de
conhecimento ( PIAGET, 1975).
Po is 0 objetivo maior do trabalho realizado, era dar ~nfase a leitura, ler de
diversas maneiras, em grupo, em dupla, sozinho, com voz alta, baixinho, em
silencio, enfim, proporcionar aos sujeitos 0 prazer de ler, ler para 0 seu
conhecimento, para superar dificuldades, para resolver problemas, ler para
cumprir tarefas, ler par gostar de ler.
Os dados ainda assinalados citam a interac;ao entre as alunos para melhor
compreensao e realizac;a.a das atividades como relata a trecho recortado do
protocolo da pagina 30, abaixo descrito:
VIN: ;etem algo effado neste poema. as palavras nao esfflo cartas" (cadaaluno levantou e leu 0 poema); GUS: "clarol Olha... casaco ntJoesla rimando com'volta pro lI1alo', porque casaco nl10 anda' (falava olhando alenlo para a papel);FER: "claro lIem coelflo com galinha, veja C0ll10 ntJo combinam~· KAI: "enti!ovamos am/mar, tern outras palavras aqui" (referindo as palavras que estavamperto do GUS, ale ntJo linha notado).
Temas a certeza que, os dados coletados aqui ainda sa.o poucos e que
outros se fazem necessarios para malhor compreensao do tema abordado. Mas
acreditamos, que esse estudo vem de encantro com a problematica levantada,
~Como construir 0 prazer da leitura na 4& serie do ensina fundamental, uma vez
que permite averiguar as sucessivas a90es desenvalvidas no contexte de sal a de
aula, sobre a importancia de formar leitores competentes que saibam ler,
compreender, interagir e contra ler urn texto, nas rnais diversas formas; e a
intervenyao que nos deu oportunidade de ah~m da sala de aula, proporcionar
atividadesque desperte a prazer de ler. Parem, ademais, a prazer de ler:
formando leitores, esta atrelado ao processo de ensino aprendizagern de formar
indissociavel, constituem em urn processo, que vai alem das salas de aula e da
escola, envolve a familia e a sociedade como urn todo.
CONSIDERACOES FINAlS
o trabalha de pesquisa aqui descrita, nos fez trilhar um langa caminha,
ate chegarmos a cnde queriamos; primeiro, desenvolver urn tema, os objetivos, a
prablematiza~a, depais a pesquisa te6rica, descrevenda tuda sabre a tema de
acordo com os te6ricos, alias, tudo a que entendiamos e compreendiamos, ate
chegar na pratic8, pais a nossa objeto de estudo indicava a necessidade de urna
interven9Bo.
Faram dias de trabalha, pesquisas, abservay6es e de intervenl'aa, para
melhar realizarmas a pesquisa que pelo qual trouxe grandes resultados.
Notamos que, para despertar 0 prazer, 0 g05tO pel a leitura, 0 sujeito antes
da construy3o sistematizadora da leitura deve estar em contata com os materiais
diversos (Iivros, revistas, gibis), para que possa ter urna visao da praticidade,
percebendo os diverses lado da leitura. No entanto, e para que isso seja passivel,
a escola deve estar preparada para tal.
Vale ressaltar que, durante a realizal'so do trabalha, percebemos 0
quanto e importante 0 papel do professor na formal'ao de futuros leitores, nao s6
para ensinar a ler, a decodificar 0 escrito, a dominar os c6digos, mas na formac;ao
de sujeitos que compreendam, entendam, analisem e contra I~ um texto (Demo,
1994), que elabarem criticamente do que esta escnto, que nao aceitam
diretamente 0 que 0 autor quis dizer.
Se faz necessario, destacarmos ainda que, 0 trabalho de observa~a e de
intervenC;:io que realizamos com os alunos durante 0 processo de pesquisa, nos
possibilitou a refletir sobre as praticas de leituras feitas em sala de aula.
Observamos que a leitura por si 56, ler para responder algo ou para cumprir
tarefas nao leva 0 aluno a se interessar por tal, mas se direcionada atraves de
dinamicas e projetos, 0 aluno despertara 0 gosto pela leitura.
o trabalho de interven~o realizado durante as quatro sessees, nos fazem
acreditar que os sujeitos, como estao descritos nos protocolos participaram com
interesse e com gosto, demonstrando assim, 0 quanto e importante 0 incentivo
pela leitura, de uma forma dinamizada, criativa e algumas vezes fora do ambiente
habitual de sala de aula.
o contato com esses cinco alunos nos impulsionaram a refietir sobre as
praticas de leituras realizadas no contexto de sala de aula. Muitas vezes, ficamas
s6 na mesmice, nao atualizamos nossas praticas educacionais, fazemos com que
o aluno leiam muitas vezes por tarefa, sam desenvolver com ele atividades,
gostosas, diferentes, leituras dinamicas e apreciativas, em que todos se sintam
importantes e envolvidos durante as atividades de leituras.
o mundo que vivemos atualmente esta, cheio de irnagens, de
informar;Oes,de tecnologia avanr;ada, a da midia tornando "conta" das casas, se
faz necessaria desenvolver, a criatividade em sala de aula, que proportione a
aluno a se interessar pela leitura, pais a leitura acompanha esse processo
dinamico e assim nunca esta ultrapassada. Temos que ler, para nos informar para
ana1isaras inforrna<;oes,para nos defender, para compreender, alias, lar e quase
um ato de sobrevivencia, alem de nos levar a viajar pelo mundo atraves das letras
- 0 mundo das abstrayOes.
Portanto, formar leitores, depende do born exemplo que se deve ter e que
deve ser demonstrados aos alunos, entendemos, a partir desse trabalho
mon09n'fico, que todo 0 sujeito tern dentro de si vontade de aprender algo, e se
aperfeic;oar em alguma coisa, a laitura bern trabalhada em sala de aula e na
escola como urn todo, faz com que a sujeito desperte dentro dele 0 prazer, a ler
sempre rnais, lar com gosto porque e born, e importante, e prazeroso.
Enfim essa pesquisa encerra-se, para as fins que se destina, porem, a
nivel de conhecimento deixa lacunas a serem preenchidas futuramante para urn
melhor aprofundamento do tema e para uma melhor compreensao de como
formar leitores que leem com prazer e com satisfar;ao.
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42
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Olympia, 2000.
ZILBERMAN, Regina. A literatura Infantil na escola. 10' ed. Sao Paulo: editora
Global, 199B.
ANEXO 1. MODELO DA AVALlAc;Ao DIAGNOSTICA
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
ESCOLA: _ENDEREyO N° _
PROFESSORA REGENTE: _
SERIE: _ HORARIO: _
TEMA: "0 prazer de ler: a formagao de leitores na Quarta serie do Ensino
Fundamental".
ALUNAPESQUISADORA: _
AVALIAyAO DIAGNOSTICAALUNO: IDADE: _
AVALIAyAO:
ANEXO 2. MODELO DE AUTORIZAyAO DOS RESPONSAvEIS PELOS
SUJEITOS.
ESCOLA URSULA BENINCASA ENSINO DE EDUCAyAO INFANTIL
E ENSINO FUNDAMENTAL
TERMO DE AUTORIZACAO
Eu. . brasileiro.
RG .CPF _
respons8vel pelo menor
matriculado nessa Instituic;80, autorizQ a sua participaC;8o na atividade de
pesquisa que tern como tema: "0 prazer de ler: a formac;ao de leitores na 4a sarie
do Ensino Fundamental", realizada pela aluna do curso de Pedagogia da
Universidade Tuiuti do Parana, Simone Polidoro. Bern como autorizQ a audio da
atividade e a participa980 do mesmo para finalidade de estudo.
Curitiba, ' , .
Assinatura do responsavel
ANEXO 3: MUSICA TRABALHADA NO PRIMEIRO DIA DE OBSERVA9Ao
E UMA PARTIDA DE FUTEBOL
Bola na trave nao altera 0 placar
Bola na area sem ninguem pra cabecear
Bola na rede pra fazer um gol
Quem nao sonhou em ser um jogador de futebol?
A bandeira no estadio e um estandarte
A Mmula pendurada na parede do quarto
o distintivo na camisa do uniforme
Que coisa linda e uma partida de futebol
Posso morrer palo meu timeSe ele perder, que dar, imenso 0 crimePosso charar se ele naD ganhar.
Mas se ele ganha, nao adianta
Noo ha garganta que nao pare de berrar
A chuteira veste 0 pe descal~o
o tapete da realeza e verde
Olhando para a bola eu vejo 0 sol
Esta rolando agora e uma partida de futebol
o meio - campo e lugar dos craquesQue vao levando 0 time todo pro ataque
o centroavante, 0 mais importanteQue emocionante e uma partida de futebol
o meu goleiro e homem de elastico
Os dais zagueiros tern a chave do cadeadoOs laterais lecham a defesa mas que beleza,
Eo uma partida de futebol.
SKANK. Osamba pocone. Sony Internacional, 1996.
ANEXO 4 : MODELO DA MUSICA DE VINICIUS DE MORAIS
BOM DIA PINGOIM
Born dia pingOim
Onde vai assim?
Com ar apressado
Eu nAo sou Malvado
Nao fique assustado
Com medo de mim.
Eu 56 gostaria
De dar um tapinha
No seu chapau jaca
Ou bem de levinho
Puxar 0 rabinho
Da sua casaCB.Quando YOre caminha
Parece um chapinha
Lela da cachola
E 0 velho senhor
Que fei meu professorNo meu tempo de escola.
Pingliim meu amigo
NBO zangue comigo
Nem perea a estrlbeiraE nao pergunte 0 porque
Que todos pOem voce
Em cima da geladeira.