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acordo com a disponibilidade nos viveiros. Entre as espécies identificadas nos fragmentos
florestais nativos e nos reflorestamentos, pode-se citar: Sangra d’Água (Croton
urucurana), Ingazeiro (Inga vera), Peito de Pomba (Tapirira guianensis), Fruta de Pomba
(Erythroxylum ambiguum), Jenipapo (Genipa americana), Urucum (Bixa ollerana),
Canafístula (Peltophorum dubium), Amendoim Bravo (Pterogyne nitens), Pitangueira
(Eugenia uniflora), Pata de Vaca (Bauhinia forficata), Goiabeira (Psidium guajava), Aroeira
Salsa (Schinus molle), Aroeira Pimenteira (Schinus terebinthifolius), Monguba (Pachira
aquatica), Leiteiro (Sapium glandulosum), Capixingui (Croton floribundus), Guapuruvu
(Schizolobium parahyba), Saco de Adão (Dillenia indica), Acácia Australiana (Acacia
mangium), Castanha do Maranhão (Bombacopsis Glabra), Calabura (Muntingia calabura),
Ingazeiro (Inga edulis), Guaçatonga Branca ou Cafezeiro do Mato (Casearia decandra),
Farinha Seca (Albizia edwallii), Aroeira Preta (Myracrodruon urundeuva), Pau Formiga
(Triplaris americana), Pimenta de Macaco (Xylopia aromatica), Babosa (Cordia superba),
Guajuvira (Cordia americana), Mamica de Porca (Zanthoxylum rhoifolium), Cajueiro
(Anacardium occidentale), Tamanqueira (Aegiphila integriflia), Tapiá (Alchornea
triplinervia), Angico do Cerrado (Anadenanthera peregrina), Embaúba (Cecropia
pachystachya), Angico Branco (Albizia polycephala), Angico Vermelho (Parapiptadenia
rigida), entre outras.
Como fora mencionado, as APPs que foram reflorestadas passaram anteriormente
por um processo de degradação e atualmente apresentam vegetações secundárias em
diferentes estágios de regeneração, que são determinados de acordo com suas
características fitofisionômicas. A maioria dessas áreas está se recuperando
satisfatoriamente e apresenta cobertura vegetal nos estágios inicial ou médio de
regeneração, já que poucas delas atingiram o estágio avançado devido ao curto período
de tempo após realização dos plantios. A descrição de cada estágio sucessional é
apresentada a seguir:
Vegetação secundária em estágio inicial de regeneração: apresenta
cobertura vegetal pouco densa, sem estratificação definida, cobertura de
copa ausente, predomínio de espécies pioneiras de pequeno porte, com
Diâmetro à Altura do Peito (DAP) máximo de 10 centímetros e altura média
de até 3 metros, ausência de regeneração natural e de serrapilheira.
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Vegetação secundária em estágio médio de regeneração: apresenta 2
estratos definidos (dossel e o sub-bosque), cobertura de copa baixa a
intermediária, DAP médio variando de 8 a 15 centímetros, altura média do
dossel de 3 a 6 metros, diversidade razoável de espécies, regeneração
natural baixa e estreita camada de serrapilheira.
Vegetação secundária em estágio avançado de regeneração: presença de
estratos muito bem definidos, dossel superior a 6 metros de altura, DAP
médio maior do que 15 centímetros, maior abundância de espécies, alta taxa
de regeneração natural, camada mais espessa de serrapilheira.
De maneira geral, em comparação com o que foi descrito nos diagnósticos
anteriores, pôde-se observar que a cobertura vegetal do município de Penápolis
aumentou consideravelmente, propiciando, em alguns trechos, a interligação de
fragmentos florestais remanescentes. Entretanto, um fator preocupante é que muitas
APPs, tanto das nascentes como de trechos, ainda estão completamente degradadas,
desprovidas de cobertura vegetal. As áreas degradadas a serem recuperadas na bacia do
ribeirão Lajeado foram quantificadas e totalizam em 7,02 km2, conforme apresenta o
Quadro 4. Desse total, é necessário utilizar a técnica de plantio direto de mudas,
adensamento ou enriquecimento em 6,22 km2, e o restante pode ser recuperado apenas
pela condução da regeneração natural. Em uma área com essa dimensão, considerando
os diferentes espaçamentos entre as mudas, dependendo da técnica de recuperação,
devem ser introduzidas 916.564 mudas nativas de ocorrência regional a fim de preencher
todos os espaços desprovidos de vegetação arbórea. A divisão das áreas degradadas por
bacia e por curso d’água é apresentada no quadro abaixo.
Quadro 4 – Áreas degradadas por bacia e por curso d’água
Bacia Curso d’água Áreas degradadas a serem
recuperadas (ha) Número estimado de
mudas
1
Araponga 34,33 43.748
Dois Córregos 20,72 29.763
Lajeado 1,25 1.980
Santana 7,16 11.941
Sete de Setembro 36,12 56.536
Total B1 = 99,58 ha ou 1,00 km2 Total = 143.968
2 Galinari 19,09 26.847
Lajeado 26,92 22.396
Total B2 = 46,01 ha ou 0,46 km2 Total = 49.242
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Bacia Curso d’água Áreas degradadas a serem
recuperadas (ha) Número estimado de
mudas
3
Baixada 17,12 18.095
Invernada 10,75 6.086
Papagaio 36,24 47.818
Grande 53,17 86.478
Lajeado 29,64 47.540
Total B3 = 146,92 ha ou 1,47 km2 Total = 206.017
4
B. Morada 17,70 12.960
Seco 5,05 5.525
Lajeado 33,52 31.534
Urutagua 4,42 1.768
Maria Chica 35,63 22.794
Curtume 22,14 36.020
Total B4 = 118,47 ha ou 1,18 km2 Total = 110.601
5
Moia 30,72 29.969
Lajeadinho 60,64 77.885
Lajeado 7,97 0
Total B5 = 99,33 ha ou 0,99 km2 Total = 107.854
6
Pintos 17,20 10.692
Sem nome 45,62 73.485
Lajeado 128,82 214.704
Total B6 = 191,64 ha ou 1,92 km2 Total = 298.882
Total de áreas degradadas = 701,95 ha ou 7,02 km2 Total de mudas = 916.564
Apesar da Bacia 6 apresentar a maior área degradada, igual a 1,92 km2,
consideram-se como prioritárias para recuperação ou conservação as áreas a montante
da captação, já que o ribeirão Lajeado constitui a única fonte de abastecimento de água
de Penápolis. Dessa maneira, é necessário destinar esforços para melhoria das
condições ambientais das Bacias 1, 2 e 3.
A partir do diagnóstico elaborado é possível classificar as 6 bacias (Bacias 1, 2, 3,
4, 5 e 6) em ordem de criticidade.
No caso da Bacia 1, verificou-se que as atividades realizadas pelo CIRL nas APPs
do ribeirão Lajeado e do ribeirão Dois Córregos melhoraram consideravelmente suas
condições ambientais. Entretanto, existem muitas nascentes degradadas, que precisam
ser recuperadas, principalmente dos córregos Sete de Setembro, da Araponga e Santana.
A Bacia 2 é composta por apenas 2 cursos d’água principais, o ribeirão Lajeado e o
córrego Saltinho do Galinari, os quais possuem cerca de 70 % de suas nascentes
degradadas.
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A Bacia 3 apresenta-se em situação muito crítica, principalmente os córregos
Grande, Papagaio e Invernada, pois mais de 80 % de suas nascentes encontram-se
degradadas, desprovidas de vegetação e sem potencial para recuperação natural. Além
disso, esses cursos d’água sofrem intensos processos erosivos em praticamente toda sua
extensão, consequência da falta de cobertura vegetal arbórea nas suas margens.
As Bacias 4, 5 e 6 também apresentam nascentes e trechos degradados, mas a
prioridade de conservação concentra-se nas microbacias localizadas a montante da
captação de água.
Observou-se, também, que em alguns locais as matas ciliares não recobrem toda a
extensão da APP, restringindo-se apenas a alguns metros da borda do curso d’água ou
da nascente. Além disso, outro problema identificado em alguns reflorestamentos foi a
baixa diversidade de espécies, o que não é indicado. Isso pode ser resolvido com a
técnica de enriquecimento, que tem como proposta preencher espaços com falhas da
regeneração natural e aumentar a biodiversidade aos níveis naturalmente encontrados no
ecossistema de referência.
Ao longo do curso do ribeirão Lajeado e de seus principais afluentes,
principalmente o córrego do Moia, foram identificados alguns fragmentos de
remanescentes florestais primários, onde não houve interferência antrópica. Nesses locais
observa-se alta taxa de regeneração natural das espécies arbóreas e presença de uma
espessa camada de serrapilheira, muito importante ciclagem dos nutrientes e retenção de
água em uma floresta. Em alguns casos, esses fragmentos são descontínuos,
desconectados, impedindo a formação de um corredor ecológico para a fauna. A
realização de plantios heterogêneos nas clareiras adjacentes torna-se importante
ferramenta para interligação desses fragmentos e constituição de um ecossistema bem
consolidado.
A principal atividade econômica realizada na bacia do Lajeado é o cultivo de cana-
de-açúcar, a qual exige cuidados como a sistematização do terreno e abertura de
carreadores para possibilitar a movimentação do maquinário utilizado nas operações para
preparação do solo, plantio e colheita. Para que a produção obtenha sucesso, o solo
precisa estar fértil e livre de pragas e plantas daninhas. De acordo com as informações
levantadas em campo, relatou-se que produtores locais utilizam produtos químicos
fertilizantes, herbicidas e pesticidas para preparação do solo e controle das pragas. Essas
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substâncias podem ser carregadas para os corpos d’água contaminando-os, o que pode
interferir na qualidade da água.
Além dos usos e ocupações do solo já mencionados, foram identificadas outras
atividades realizadas na bacia, como a pecuária bovina extensiva, a extração de argila, o
cultivo de eucaliptos, o funcionamento de indústrias (por exemplo, uma fábrica de doces
localizada em Alto Alegre e uma olaria localizada próxima ao município de Barbosa),
operações de processamento do couro (curtumes), pesqueiros e condomínios de lazer.
A pesca é muito praticada, tanto no ribeirão Lajeado como em seus afluentes,
principalmente nos córregos Lajeadinho e Maria Chica. De acordo com relatos dos
pescadores, as espécies mais predadas são Acarás (Geophagus brasiliensis), Lambaris
(Astyanax bimaculatus), Mandi (Pimelodus maculatus), Bagre (Rhandia sp.), Curimba
(Prochilodus lineatus), Tucunaré (Cichla monoculus), Traíra (Hoplias malabaricus),
Piapara (Leporinus obtusidens), Piau três pintas (Leporinus freiderici), Piau (Leporinus
lacustris), Bagre africano (Clarias gariepinus), Corvina (Plagioscium squamosissimus),
Timboré (Schizodon nasutus), entre outros. Vale ressaltar que não foi identificado nenhum
indício de pesca predatória, com utilização de redes, tarrafas, espinhéis, etc. Tanto as
atividades de pesca, como o turismo e recreação, são mais intensas no trecho final do
Lajeado, a jusante do ponto de coleta da rodovia Assis Chateaubriand, onde esse curso
d’água torna-se represado, possibilitando a navegação.
Nas áreas urbanizadas foram observados vários pontos de descarte irregular de
resíduos sólidos, tanto nas margens como no leito dos cursos d’água, principalmente nos
córregos Maria Chica, Santa Terezinha e do Curtume, onde existe maior concentração
populacional. Nesses cursos d’água também foram constatados sinais de contaminação
da água.
A identificação de alguns indivíduos da fauna foi realizada com base em registros
diretos, como visualização e vocalização; e indiretos, a partir de vestígios, como pegadas,
fezes, ninhos e tocas. Foram identificadas espécies de roedores, serpentes, sapos,
tucanos, lagartos, tatus, garças, sabiás, rolinhas, gaviões, pica-paus, sanhaços, pombos,
bem-te-vis, entre outros.
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Quadro 5 – Resumo do diagnóstico da bacia hidrográfica do ribeirão Lajeado
*Contabilizado em relação às nascentes visitadas
Córrego da Araponga 83,33 69,62 30,38 5.675,12 3.741,34 34,00
Ribeirão Dois Córregos 57,14 68,46 31,54 2.897,51 2.825,86 12,00
Ribeirão Lajeado 50,00 7,63 92,36 6.166,88 5.927,76 -
Córrego Santana 100,00 45,98 54,02 6.722,70 6.387,76 7,00
Córrego Sete de Setembro 66,67 78,20 21,80 7.194,61 1.628,24 17,00
Total 66,67 63,08 36,92 28.656,82 20.510,96 -
Córrego Galinari 66,67 66,43 33,57 3.792,48 3.346,09 33,00
Ribeirão Lajeado 75,00 45,49 54,51 4.012,40 1.524,40 -
Total 71,43 52,33 47,67 7.804,88 4.870,49 -
Córrego da Baixada 66,67 74,06 25,94 632,54 0,00 17,00
Córrego Invernada 100,00 31,57 68,43 2.552,68 2.552,68 11,00
Córrego do Papagaio 100,00 59,56 40,44 9.577,63 146,55 20,00
Córrego Grande 81,82 74,09 25,91 4.789,90 1.627,12 53,00
Ribeirão do Lajeado 50,00 40,78 59,22 4.866,29 3.252,66 -
Total 80,00 55,98 44,02 22.419,04 7.579,01 -
Córrego B. Morada 0,00 58,82 41,18 1.911,42 1.911,42 11,00
Córrego Seco 100,00 46,04 53,96 0,00 0,00 6,00
Ribeirão Lajeado 100,00 32,43 67,57 1.191,39 3.306,60 -
Córrego Urutágua 0,00 47,79 52,19 0,00 0,00 23,00
Córrego Maria Chica 100,00 62,10 37,90 2.367,57 898,74 40,00
Córrego do Curtume 0,00 66,59 33,41 2.246,77 971,82 14,00
Total 55,56 48,49 51,51 7.717,15 7.088,58 -
Córrego do Móia 28,57 47,63 52,37 937,90 986,57 44,00
Córrego Lajeadinho 50,00 62,37 37,63 2.080,06 0,00 62,00
Ribeirão Lajeado - 24,50 75,50 5.245,30 0,00 -
Total 38,46 51,13 48,87 8.263,26 986,57 -
Córrego dos Pintos 60,00 57,36 42,64 907,98 1.481,20 30,00
Córrego sem nome 100,00 62,66 37,34 0,00 0,00 52,00
Ribeirão Lajeado 50,00 74,13 25,87 0,00 0,00 -
Total 60,00 69,29 30,71 907,98 1.481,20 -
75.769,13 85.033,62 708,00
6
Total - Bacia do Lajeado
2
1
3
4
5
Leitos
assoreados
(m)
Q 7,10
(L/s)
*Índice de
degradação das
nascentes (%)
Bacia Curso d'água
Índice de
degradação
das APPs (%)
Índice de
conservação
das APPs (%)
Margens
erodidas
(m)
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A ordem de prioridade para recuperação de áreas degradadas é: Bacias 1 e 3,
Bacia 2, Bacia 4, Bacia 6 e Bacia 5. O Quadro 6 apresenta a classificação dos cursos
d’água com relação à prioridade para a tomada de medidas de recuperação das áreas
degradadas em ordem crescente de prioridade. A ordem foi definida de acordo com o
percentual de nascentes e trechos degradados e também de acordo com a vazão do
curso d’água (Q7,10) e sua contribuição para a bacia hidrográfica do ribeirão Lajeado.
Quadro 6 – Ordem de prioridade para tomada de medidas de recuperação das áreas degradadas
Ordem de prioridade Cursos d'água Bacias
1 Córrego Grande 3
2 Córrego da Araponga 1
3 Córrego do Papagaio 3
4 Córrego Invernada 3
5 Córrego Santana 1
6 Córrego Sete de Setembro 1
7 Córrego Saltinho do Galinari 2
8 Ribeirão Lajeado 2 e 3
9 Ribeirão Dois Córregos 1
10 Ribeirão Lajeado 1
11 Córrego Maria Chica 4
12 Ribeirão Lajeado 4
13 Córrego Lajeadinho 5
14 Ribeirão Lajeado 6
15 Córrego da Baixada 3
16 Córrego do Curtume 4
17 Córrego Seco 4
18 Córrego B. Morada 4
19 Córrego do Moia 5
20 Córrego Urutagua 3
21 Córrego dos Pintos 6
22 Córrego Sem Nome 6
23 Ribeirão Lajeado 5
A seguir, apresenta-se o diagnóstico da situação ambiental das principais APPs
das nascentes e de trechos dos cursos d’água de cada uma das 6 Bacias.
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8.1 Bacia 1 – Das nascentes até o ponto 1 de coleta
As principais nascentes dos afluentes que contribuem para o ribeirão Lajeado estão
localizadas na Bacia 1, incluindo as principais nascentes do Lajeado. Entre os cursos
d’água afluentes que formam essa bacia, pode-se citar o ribeirão Dois Córregos e os
córregos Santana, da Araponga e Sete de Setembro.
8.1.1 Diagnóstico das nascentes e trechos da Bacia 1 do ribeirão Lajeado
O Anexo 7 apresenta o diagnóstico dos trechos e nascentes da Bacia 1 por curso
d’água, quanto à situação ambiental da APP, cobertura vegetal, fitofisionomia (bioma),
principais espécies arbóreas identificadas, usos do solo no entorno, usos diretos no corpo
hídrico, aspecto visual da água, medidas de recuperação realizadas anteriormente e cita
medidas de recuperação/conservação propostas para cada nascente ou trecho. Além
disso, há fotografias dos locais e a identificação de pontos críticos como: erosão,
assoreamento, disposição inadequada de resíduos sólidos, etc. No item 9 desse relatório,
as medidas de recuperação ou conservação são apresentadas com mais detalhes.
8.1.2 Diagnóstico geral da Bacia 1 do ribeirão Lajeado
A maioria das nascentes localizadas na Bacia 1 do ribeirão Lajeado e de seus
afluentes apresenta algum estágio de perturbação, ou seja, já sofreram interferência
antrópica e estão alteradas com relação às condições naturais. Algumas APPs dessas
nascentes, principalmente do ribeirão Dois Córregos e do Lajeado, vêm sendo
recuperadas satisfatoriamente devido às atividades desenvolvidas pelo CIRL desde 1991.
Entretanto, cerca de 65 % das APPs das nascentes dessa bacia encontra-se degradada,
como apresenta a Tabela 1.
Tabela 1 – Situação ambiental das APPs das principais nascentes da Bacia 1
Curso d'água Nascente Situação ambiental
da APP Observação
Córrego da Araponga
A1a Degradada
A1b Degradada
A4 Degradada
A8 Degradada
A9 Degradada
A18 Perturbada Em recuperação
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Curso d'água Nascente Situação ambiental
da APP Observação
Ribeirão Dois Córregos
DC1 Perturbada Em recuperação
DC2 Perturbada Em recuperação
DC3 Degradada
DC5 Perturbada Em recuperação
DC10 Degradada
DC12 Degradada
DC15 Degradada
DC19 Perturbada Em recuperação
Ribeirão Lajeado
L1 Perturbada Em recuperação
L2 Conservada Em recuperação
L3 Degradada
L4 Degradada
Córrego Santana S1 Degradada
S2 Degradada
Córrego Sete de Setembro
SS1a Degradada
SS1b Degradada
SS3 Perturbada Em recuperação
O aspecto visual da água das nascentes é translúcido e não há indícios de
contaminação. Entretanto, verificou-se que algumas delas apresentam baixa vazão devido
ao processo de assoreamento, presença de macrófitas aquáticas e pisoteio de animais
domésticos, principalmente bovinos. As macrófitas aquáticas, como a Taboa (Typha
domingensis), e outras herbáceas, como o Rabo de Burro (Andropogon bicornis), são
espécies que se reproduzem rapidamente e podem interferir no regime hidrológico dos
cursos d’água. Dessa maneira, sugere-se fazer uma limpeza periódica para desobstrução
dos canais de fluxo da água. Foi constatado também que, em vários casos, as nascentes
foram canalizadas para alimentar piscinas e açudes destinados à piscicultura,
principalmente para a criação de tilápias e tambaquis.
Após receber as águas do ribeirão Dois Córregos, em seu trecho inicial, a margem
esquerda do ribeirão Lajeado possui cobertura vegetal satisfatória, ao contrário da
margem direita que, em alguns locais, encontra-se desprovida de vegetação ou a mesma
não recobre os 30 metros de APP. Além disso, foram identificados trechos completamente
degradados, que precisam ser recuperados. Os fragmentos de vegetação primária, mais
densos e com excelente diversidade de espécies arbóreas, foram observados como maior
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frequência próximo da confluência com os córregos Santana, da Araponga e Sete de
Setembro. Na foz do córrego da Araponga com o ribeirão Lajeado observou-se que a
margem esquerda apresenta vegetação nativa em estágio médio de regeneração e a
margem direita está coberta por gramíneas e herbáceas e, portanto, precisa ser
reflorestada.
Alguns trechos das APPs dos cursos d’água foram reflorestados e estão se
recuperando satisfatoriamente. A vegetação encontra-se diferentes estágios sucessionais
dependendo da localização. Predominam os estágios inicial e médio, mas foram
observadas áreas em estágio avançado de regeneração, principalmente na margem
esquerda do ribeirão Lajeado, onde se observou a ocorrência de regeneração natural das
espécies ali presentes, principalmente devido ao processo de dispersão de sementes
anemocórica e/ou pela avifauna. Uma característica importante de florestas em
regeneração é a presença da serrapilheira, constituída por folhas, galhos, sementes e
frutos, restos de vegetações, resíduos e até dejetos de animal, que recobre o solo e
possui importante função nos ecossistemas devido à ciclagem de nutrientes e retenção
hídrica. Vale ressaltar que foram observados diversos fragmentos de vegetação
descontínuos, e eles precisam ser conectados a fim de formarem corredores ecológicos
para abrigar a fauna local.
Verificou-se, também, que algumas áreas reflorestadas apresentam baixa
diversidade de espécies vegetais, provavelmente devido à indisponibilidade de mudas
diversas nos viveiros. Isso pode ser resolvido com a aplicação da técnica de
enriquecimento. Em outros locais o reflorestamento não obteve o sucesso esperado,
principalmente por serem áreas alagadas. As espécies arbóreas a serem utilizadas
nessas áreas devem ser higrófilas, tolerantes ao regime hídrico intenso.
Em alguns casos observou-se que, apesar das áreas estarem cercadas, o gado
está presente no local, podendo interferir na qualidade e quantidade de água devido ao
pisoteio e também no desenvolvimento das mudas em regeneração natural, processo
imprescindível para que haja total recuperação ambiental da área.
A Tabela 2 mostra a situação ambiental das APPs dos principais trechos da Bacia 1
e o Quadro 7 apresenta uma análise geral dos principais cursos d’água e o número
estimado de mudas a serem plantadas para recuperação das áreas degradadas.
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Tabela 2 – Situação ambiental das APPs dos principais trechos da Bacia 1
Curso d'água Trecho Situação ambiental da APP
Observação
Margem esquerda Margem direita
Córrego da Araponga
A1 - A2 e A3 Degradada Degradada
A4 - A5 Degradada Degradada
A5 - A6 Perturbada Perturbada
A6 - A7 Perturbada Perturbada
A10 - A11 Perturbada Perturbada Em recuperação
A12 - A13 Degradada Degradada
A13 - A14 Perturbada Perturbada Em recuperação
A14 - A16 Perturbada Perturbada Em recuperação
A16 - A17 Perturbada Degradada
A17 - A18 Degradada Degradada
A18 - A19 Perturbada Degradada Em recuperação
Ribeirão Dois Córregos
DC3 - DC4 Degradada Perturbada Em recuperação
DC5 - DC6 Perturbada Perturbada Em recuperação
DC6 - DC7 Perturbada Perturbada Em recuperação
DC7 - DC8 Perturbada Perturbada Em recuperação
DC8 - DC9 Perturbada Perturbada Em recuperação
DC10 - DC11 Degradada Degradada
DC11- DC13 Degradada Degradada
DC13 - DC14 Perturbada Perturbada Em recuperação
DC13 - DC14 Perturbada Perturbada Em recuperação
DC14 - DC16 Perturbada Perturbada Em recuperação
DC16 - DC17 Perturbada Perturbada Em recuperação
DC17 - DC18 Perturbada Perturbada Em recuperação
DC18 - DC21 Degradada Degradada
DC19 - DC20 Perturbada Perturbada
DC20 - DC21 Perturbada Perturbada
DC21 - DC22 Perturbada Perturbada
Ribeirão Lajeado
L1 - jusante Perturbada Degradada Em recuperação
L2 - jusante Conservada Conservada
L5 e L6 - jusante Conservada Perturbada Em recuperação
Córrego Santana S3 e S4 - foz no córrego Sete de
Setembro Degradada Degradada
Córrego Sete de Setembro
SS1 - SS2 Degradada Degradada
SS2 - SS6 Degradada Degradada
SS3 - SS5 Degradada Degradada
SS6 - SS7 Perturbada Perturbada Em recuperação
SS7 até o ponto de coordenadas
UTM (m) 594203, 7616319
Perturbada Perturbada Em recuperação
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Curso d'água Trecho Situação ambiental da APP
Observação
Margem esquerda Margem direita
Do ponto de coordenadas
UTM (m) 594203, 7616319 até a
confluência
Perturbada Perturbada Em recuperação
Com relação aos usos do solo nessa microbacia, predominam a cultura de cana-
de-açúcar e a pecuária bovina. Além disso, uma indústria de doces caseiros está
instalada próxima das nascentes, no município de Alto Alegre. Constatou-se, também,
que algumas propriedades rurais captam água para irrigação de culturas de agricultura
familiar, como os plantios de milho, mandioca, hortaliças e frutas.
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Quadro 7 – Situação dos cursos d’água da Bacia 1 e quantidade de mudas a serem plantadas
Bacia Curso d'água
Índice de degradação
das nascentes (%)*
Índice de degradação das APPs
(%)
Índice de conservação
das APPs (%)
Quantidade de mudas a serem plantadas (un.)
Margens erodidas
(m)
Leitos assoreados
(m)
Q 7,10
(m³/s)
1
Córrego da Araponga
83,33 69,62 30,38 43.748 5.675,12 3.741,34 0,034
Ribeirão Dois Córregos
57,14 68,46 31,54 29.763 2.897,51 2.825,86 0,012
Ribeirão Lajeado 50,00 7,63 92,36 1.980 6.166,88 5.927,76 -
Córrego Santana 100,00 45,98 54,02 11.941 6.722,70 6.387,76 0,007
Córrego Sete de Setembro
66,67 78,20 21,80 56.536 7.194,61 1.628,24 0,017
Total 66,67 63,08 36,92 143.968 28.656,82 20.510,96 -
*Calculado com base na situação das nascentes que foram visitadas.
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A partir de uma análise das informações do quadro acima, que leva em
consideração o estado de degradação das APPs e a vazão dos cursos d’água, conclui-se
que a Bacia 1 possui afluentes do ribeirão lajeado em situação muito crítica. Vale ressaltar
que o córrego Santana possui uma nascente e a mesma encontra-se degradada, por isso
obteve-se o índice de degradação igual a 100 %. Além disso, observa-se que o índice
total de degradação das APPs nessa bacia passa de 65 % e pôde-se notar que o
processo erosivo nas margens e de assoreamento do leito é intenso, principalmente onde
não há cobertura vegetal, e nas estradas rurais. Por isso, a Bacia 1 foi considerada a
primeira em ordem de criticidade, juntamente com a Bacia 3, e necessita de urgente
intervenção para recuperação da sua qualidade e dinâmica ambiental.
Próximo às cabeceiras há algumas cachoeiras e corredeiras de pequeno porte, que
constituem belezas cênicas e devem ser preservadas e conservadas como patrimônio
natural.
8.1.3 Identificação de potenciais fontes de contaminação pontuais na Bacia 1
Para a identificação de potenciais fontes de poluição ou contaminação dos cursos
d’água da Bacia 1, foram consideradas as análises de qualidade da água do Ponto 1 de
coleta de amostras, os pontos críticos levantados durante as visitas de campo e os usos
dos recursos hídricos outorgados pelo DAEE.
O ponto de coleta de amostras 1 localiza-se no final da Bacia 1, ou seja, a jusante
dos cursos d’água em análise. Como já mencionado, nenhum parâmetro analisado nesse
ponto de coleta apresentou-se acima do limite estabelecido na legislação, considerando o
ribeirão Lajeado como Classe 2 nesse ponto.
Durante as visitas de campo não foram observados lançamentos de esgotos ou
efluentes diretamente nos cursos d’água. Entretanto, foram identificadas erosões, trechos
assoreados, disposição inadequada de resíduos sólidos, etc. O Quadro 8 apresenta os
pontos críticos levantados que se apresentam como potenciais fontes de contaminação
dos cursos d’água.
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Quadro 8 – Pontos críticos – Potenciais fontes de contaminação dos cursos d’água – Bacia 1
Figura 21 – Solo exposto e erosão - Ponto A1
Curso d’água: córrego da Araponga.
Localização:
Ponto A1;
Coordenadas UTM (m): 596806,
7613802.
Ponto crítico: área com solo exposto, o que acelera os processos erosivos.
Figura 22 – Solo exposto e erosão - Ponto A3
Curso d’água: córrego da Araponga.
Localização:
Ponto A3;
Coordenadas UTM (m) do ponto
A3: 596784, 7613792.
Ponto crítico: área com solo exposto, o que acelera os processos erosivos.
Figura 23 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto A10 ao ponto A11
Curso d’água: córrego da Araponga.
Localização:
Trecho do ponto A10 ao ponto
A11;
Coordenadas UTM (m): 595788,
7615714.
Ponto crítico: erosão das margens e assoreamento do leito do curso d'água.
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Figura 24 – Erosão, assoreamento e resíduos sólidos - Trecho do ponto A14 ao ponto A16
Curso d’água: córrego da Araponga.
Localização:
Trecho do ponto A14 ao ponto
A16;
Coordenadas UTM (m) do ponto
A14: 595472, 7616084.
Ponto crítico: erosão das margens, assoreamento e disposição inadequada de resíduos sólidos no leito do curso d'água, ao longo de todo o trecho. Trata-se de um dos pontos mais críticos, que necessita de urgente intervenção.
Figura 25 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto A16 ao ponto A17
Curso d’água: córrego da Araponga.
Localização:
Trecho do ponto A16 ao ponto
A17;
Coordenadas UTM (m): 594861,
7616398.
Ponto crítico: erosão das margens do córrego em alguns pontos do trecho e assoreamento do leito.
Figura 26 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto A17 ao ponto A19
Curso d’água: córrego da Araponga.
Localização:
Trecho do ponto A17 ao ponto
A19;
Coordenadas UTM (m): 593867,
7617046.
Ponto crítico: erosão das margens do córrego e assoreamento do leito em alguns pontos do trecho.
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Figura 27 – Erosão - Ponto DC10
Curso d’água: ribeirão dos Dois Córregos.
Localização:
Ponto DC10;
Coordenadas UTM (m): 591292,
7614229.
Ponto crítico: erosão causada pelo caminhamento do gado que tem acesso aos açudes para dessedentação.
Figura 28 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto DC16 ao ponto DC17
Curso d’água: ribeirão dos Dois Córregos.
Localização:
Trecho do ponto DC16 ao ponto
DC17;
Entre as coordenadas UTM (m)
592205, 7614089 e 592283,
7614165.
Ponto crítico: erosão das margens e assoreamento do leito do curso d'água ao longo de todo o trecho.
Figura 29 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto DC18 ao ponto DC21
Curso d’água: ribeirão dos Dois Córregos.
Localização:
Trecho do ponto DC18 ao ponto
DC21;
Entre as coordenadas UTM (m):
592205, 7614089 e 592283,
7614165.
Ponto crítico: erosão das margens e assoreamento do leito do curso d'água ao longo do trecho.
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Figura 30 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto DC19 ao ponto DC22
Curso d’água: ribeirão dos Dois Córregos.
Localização:
Trecho do ponto DC19 ao ponto
DC22;
Coordenadas UTM (m): 592579,
7615153.
Ponto crítico: erosão das margens e assoreamento do leito do curso d'água ao longo de todo o trecho.
Figura 31 – Resíduos sólidos - Trecho do ponto L1 até a confluência
Curso d’água: ribeirão Lajeado.
Localização:
Trecho do ponto L1 até a
confluência;
Coordenadas UTM (m) do ponto
L1: 591488, 7615681.
Ponto crítico: disposição inadequada de resíduos sólidos. Um dos pontos mais críticos, que necessita de urgente intervenção.
Figura 32 – Erosão - Trecho do ponto SS1 ao ponto SS2
Curso d’água: córrego Sete de Setembro.
Localização:
Trecho do ponto SS1 ao ponto
SS2;
Coordenadas UTM (m): 595212,
7613077 e 595210, 7614009.
Ponto crítico: erosão das margens do curso d'água ao longo de todo o trecho.
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Figura 33 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto SS3 ao ponto SS5
Curso d’água: córrego Sete de Setembro.
Localização:
Trecho do ponto SS3 ao ponto
SS5;
Coordenadas UTM (m): 594729,
7614936.
Ponto crítico: erosão das margens e assoreamento do leito do curso d'água ao longo de todo o trecho.
Figura 34 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto SS6 ao ponto SS7
Curso d’água: córrego Sete de Setembro.
Localização:
Trecho do ponto SS6 ao ponto
SS7;
Coordenadas UTM (m): 594901,
7615172.
Ponto crítico: erosão das margens e assoreamento do leito do curso d'água ao longo de todo o trecho.
Os usos diretos dos recursos hídricos outorgados localizados na Bacia 1 são
apresentados na Tabela 3.
Tabela 3 – Usos diretos dos recursos hídricos outorgados localizados na Bacia 1
Uso outorgado Localização Coordenadas UTM (m)
Barramento Entre os pontos A12 e
A13 595900, 7616000
Travessia aérea No ponto DC21 592560, 7615120
Fonte: DAEE, 2017
Tendo em vista que não há lançamentos de esgotos ou efluentes industriais
outorgados na Bacia 1 e que todos os parâmetros analisados estão dentro dos limites
estabelecidos pela legislação, conclui-se que não há fontes de contaminação ou poluição
pontuais significativas na Bacia 1. Porém, há fontes de poluição difusa como: erosão, que
consequentemente causa assoreamento do leito a jusante, descarte irregular de resíduos
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sólidos nas margens e no leito dos cursos d’água, uso de defensivos agrícolas e de
fertilizantes nas atividades agrícolas, entre outras, que devem ser controlados em toda
bacia.
8.2 Bacia 2 – Do ponto de coleta 1 até o ponto de coleta 2, próximo à rodovia
Marechal Rondon
Os cursos d’água que formam a Bacia 2 são o córrego Saltinho do Galinari, alguns
afluentes sem nome e o próprio ribeirão Lajeado.
8.2.1 Diagnóstico das nascentes e trechos da Bacia 2 do ribeirão Lajeado
O Anexo 8 apresenta o diagnóstico dos trechos e nascentes da Bacia 2 por curso
d’água, quanto à situação ambiental da APP, cobertura vegetal, fitofisionomia (bioma),
principais espécies arbóreas identificadas, usos do solo no entorno, usos diretos no corpo
hídrico, aspecto visual da água, medidas de recuperação realizadas anteriormente e cita
medidas de recuperação/conservação propostas para cada nascente ou trecho. Além
disso, há fotografias dos locais e a identificação de pontos críticos como: erosão,
assoreamento, disposição inadequada de resíduos sólidos, etc. No item 9 desse relatório,
as medidas de recuperação ou conservação são apresentadas com mais detalhes.
8.2.2 Diagnóstico geral da Bacia 2 do ribeirão Lajeado
Na Bacia 2, cerca de 70 % das APPs das nascentes do ribeirão Lajeado e do
córrego Saltinho do Galinari está degradada, sem cobertura vegetal adequada e com
baixa possibilidade de se recuperar naturalmente. Foi verificada a presença de macrófitas
aquáticas em algumas delas. Essas áreas precisam de intervenção urgente para que
possam se recuperar, pois se trata da terceira microbacia mais crítica.
Foram identificadas algumas APPs de nascentes do Lajeado reflorestadas, que
estão se recuperando satisfatoriamente, e apresentam cobertura vegetal em estágio
avançado de regeneração, com alta taxa de regeneração natural e presença de uma
camada de serrapilheira considerável, fatores essenciais para a total recuperação da
área. Outras APPs das nascentes possuem uma vegetação mais esparsa, pouco densa,
mas percebe-se que foram reflorestadas mais recentemente e estão evoluindo com o
passar do tempo.
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O principal afluente do ribeirão Lajeado nesse trecho é o córrego Saltinho do
Galinari, um dos cursos d’água em estado mais crítico. Verificou-se que em uma de suas
ramificações principais, as APPs foram reflorestadas e estão se recuperando
satisfatoriamente, apesar da baixa densidade arbórea. Entretanto, de maneira geral, as
nascentes estão degradadas, algumas delas encontram-se assoreadas e precisam ser
recuperadas. Nas APPs dos trechos foi constatado processo erosivo intenso nas suas
margens e, com relação à cobertura vegetal, as características são bastante
contrastantes dependendo da localização. Alguns trechos estão completamente
degradados, outros estão perturbados, com cobertura vegetal em estágio inicial ou médio
de regeneração e poucos possuem fragmentos de vegetação nativa primária ou em
estágio avançado de regeneração. Na maioria dos casos, a cobertura vegetal não
abrange toda a APP.
A Tabela 4 mostra a situação das APPs das principais nascentes da Bacia 2, a
Tabela 5 apresenta a situação das APPs dos trechos dos cursos d’água e o Quadro 9
expõe uma análise geral dos principais cursos d’água da bacia e o número estimado de
mudas a serem plantadas para recuperação das áreas degradadas.
Tabela 4 – Situação ambiental das APPs das principais nascentes da Bacia 2
Curso d'água Nascente Situação ambiental da APP Observação
Saltinho do Galinari
G1 Degradada
G2 Degradada
G3 Degradada
G5 Degradada
G6 Degradada
G11 Conservada
G14 Perturbada Em recuperação
G16 Degradada
Ribeirão Lajeado
L13 Degradada
L16 Perturbada
L18 Degradada
L19 Degradada Em recuperação
L20 Perturbada Em recuperação
L21 Degradada
L22 Degradada
L30 Degradada
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Tabela 5 – Situação ambiental das APPs dos principais trechos da Bacia 2
Curso d'água Trecho Situação ambiental da APP
Observação
Margem esquerda Margem direita
Saltinho do Galinari
G2 - G4 Degradada Degradada
G7 - G8 Degradada Degradada
G9 - G10 Perturbada Perturbada Em recuperação
G11 - G12 Degradada Degradada
G13 e jusante Perturbada Perturbada Em recuperação
G14 - G15 Perturbada Perturbada Em recuperação
G16 - G17 Perturbada Perturbada Em recuperação
Ribeirão Lajeado
L7 - L12 Perturbada Perturbada Em recuperação
L13 - L14 e L15
Degradada Degradada
L16 - L17 Perturbada Perturbada
L17 ao Lajeado
Perturbada Perturbada Em recuperação
L18 e jusante Degradada Degradada
L19 e jusante Perturbada Perturbada Em recuperação
L20 e jusante Perturbada Perturbada Em recuperação
L21 - L22 Degradada Degradada
L22 - L23 Degradada Degradada
L24 - L25 Perturbada Perturbada Em recuperação
L25 - L26 Perturbada Perturbada Em recuperação
L26 - L27 Perturbada Perturbada Em recuperação
L27 - L28 e L29
Perturbada Perturbada Em recuperação
L29 - L38 Perturbada Perturbada Em recuperação
L30 - L32 Degradada Degradada Em recuperação
L32 - L34 Perturbada Perturbada Em recuperação
L34 - L35 Degradada Degradada
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Quadro 9 – Situação dos cursos d’água da Bacia 2 e quantidade de mudas a serem plantadas
Bacia Curso d'água
Índice de degradação
das nascentes (%)*
Índice de degradação das APPs
(%)
Índice de conservação
das APPs (%)
Quantidade de mudas a
serem plantadas
(un.)
Margens erodidas
(m)
Leitos assoreados
(m)
Q 7,10
(m³/s)
2
Córrego Saltinho do Galinari
66,67 66,43 33,57 26.847 3.792,48 3.346,09 0,033
Ribeirão Lajeado 75,00 45,49 54,51 22.396 4.012,40 1.524,40 -
Total 71,43 52,33 47,67 49.242 7.804,88 4.870,49 -
*Calculado com base na situação das nascentes que foram visitadas
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Na Bacia 2, assim como foi observado na Bacia 1, as principais atividades
desenvolvidas nas APPs e nas áreas do entorno são as culturas de cana-de-açúcar e a
pecuária bovina, que são as maiores responsáveis pela degradação ambiental dessas
áreas.
Apesar das atividades realizadas pelo CIRL, a partir da análise do quadro acima,
verificou-se que a cobertura vegetal das APPs das nascentes e margens, tanto do ribeirão
Lajeado como do córrego Saltinho do Galinari, principal afluente localizado nesse trecho,
ainda é muito baixa. Alguns reflorestamentos não obtiveram sucesso devido à falta de
proteção, conservação e manutenção das mudas. Nota-se que 75 % das nascentes do
ribeirão Lajeado e aproximadamente 67 % das nascentes do córrego Saltinho do Galinari
estão degradadas.
Em alguns trechos, observaram-se margens totalmente desprovidas de mata ciliar,
com solo exposto. Os principais pontos críticos identificados foram o alto grau de erosão
provocado pelas fortes chuvas devido à falta de cobertura vegetal e o assoreamento dos
cursos d’água. Em alguns locais existem bancos de areia no leito, que interferem no
regime hidrológico natural. Além disso, em vários pontos constatou-se a presença do
gado nas APPs, os quais impedem o desenvolvimento das mudas devido ao herbivorismo
e pisoteio. A presença da mato-competição também é outro fator que interfere
negativamente no crescimento das mudas, já que os capins invasores competem
diretamente com as mudas por nutrientes do solo.
Pelas características apresentadas acima, considerando a menor vazão dos cursos
d’água dessa bacia se comparada às Bacias 1 e 3, a Bacia 2 foi classificada como
segunda em ordem de criticidade, e necessita de atenção especial para que haja
recuperação das áreas degradadas.
8.2.3 Identificação de potenciais fontes de contaminação pontuais na Bacia 2
Para a identificação de potenciais fontes de poluição ou contaminação dos cursos
d’água da Bacia 2, foram consideradas as análises de qualidade da água do Ponto 2 de
coleta de amostras, os pontos críticos levantados durante as visitas de campo e os usos
dos recursos hídricos outorgados pelo DAEE.
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O ponto de coleta de amostras 2 localiza-se no final da Bacia 2, ou seja, a jusante
dos cursos d’água em análise. Como já mencionado, o parâmetro Demanda Bioquímica
de Oxigênio (DBO) apresentou valores elevados, considerando o ribeirão Lajeado como
Classe 2 nesse ponto.
A definição de DBO está relacionada à quantidade de oxigênio necessária para a
decomposição da fração biodegradável de compostos orgânicos presentes na água,
realizada por microrganismos aeróbios durante cinco dias a uma temperatura de 20°C
(VON SPERLING, 1998). Quanto maior a quantidade de matéria orgânica biodegradável,
maior será o consumo de oxigênio e, consequentemente, maior o valor da DBO. Trata-se
de um parâmetro fundamental para o monitoramento e controle da poluição das águas por
matéria orgânica, e constitui ferramenta imprescindível nos estudos de autodepuração
dos cursos d’água. Valores elevados de DBO no curso d’água podem indicar a existência
de lançamentos de cargas orgânicas, principalmente efluentes domésticos (ANA, 2014).
Outras fontes que contribuem para o aumento da DBO são efluentes industriais, por
exemplo, provenientes de indústrias de celulose branqueada, têxtil, laticínios, abatedouros
de animais, curtumes, cervejarias, açúcar e álcool, entre outras (CETESB, 2017).
Nas visitas realizadas em campo não foram identificados pontos de lançamentos
de esgotos domésticos e industriais nos cursos d’água que pertencem à Bacia 2.
Entretanto, como o valor de DBO apresentado nos resultados está acima do padrão,
infere-se que existam pontos de lançamentos clandestinos diretos e fontes de poluição
difusa, que podem ter origem na aplicação de fertilizantes e pesticidas durante as
atividades agrícolas.
O Quadro 10 apresenta os pontos críticos levantados nessa bacia, que podem ser
considerados como potenciais fontes de contaminação dos cursos d’água. Foram
observados erosões, assoreamentos e locais de disposição inadequada de resíduos
sólidos.
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Quadro 10 – Pontos críticos – Potenciais fontes de contaminação dos cursos d’água – Bacia 2
Figura 35 – Erosão e assoreamento - Ponto G1
Curso d’água: córrego Saltinho do Galinari.
Localização:
Ponto G1;
Coordenadas UTM (m) do ponto G1:
599049, 7617136.
Ponto crítico: processo erosivo que está provocando o assoreamento da nascente e diminuindo a vazão da mesma.
Figura 36 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto G14 ao ponto G15
Curso d’água: córrego Saltinho do Galinari.
Localização:
Trecho do ponto G14 ao ponto G15;
Coordenadas UTM (m): 596487,
7619741.
Ponto crítico: processo erosivo acentuado pela falta de vegetação, o que está ocasionando o assoreamento do leito.
Figura 37 – Erosão - Trecho do ponto G16 ao ponto G17
Curso d’água: córrego Saltinho do Galinari.
Localização:
Trecho do ponto G16 ao ponto G17;
Coordenadas UTM (m): 596266,
7619301.
Ponto crítico: erosão próxima à ponte que deslocou a tubulação e está impedindo o fluxo da água no leito do córrego.
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Figura 38 – Erosão - Trecho do ponto G5 ao ponto G6
Curso d’água: córrego Saltinho do Galinari.
Localização:
Trecho do ponto G5 ao ponto G6;
Coordenadas UTM (m) do ponto G6:
598509, 7616572.
Ponto crítico: processos erosivos na área da nascente e consequente assoreamento dessa.
Figura 39 – Voçoroca - Trecho do ponto G7 ao ponto G8
Curso d’água: córrego Saltinho do Galinari.
Localização:
Trecho do ponto G7 ao ponto G8;
Coordenadas UTM (m): 597986,
7616953.
Ponto crítico: voçoroca localizada próxima às margens do curso d’água.
Dimensões da voçoroca: 8 m de comprimento x 5,5 m de largura e 2,5 m de profundidade.
Figura 40 – Resíduos - Trecho do ponto G7 ao ponto G8
Curso d’água: córrego Saltinho do Galinari.
Localização:
Trecho do ponto G7 ao ponto G8;
Coordenadas UTM (m) do ponto G7:
597948, 7616998.
Ponto crítico: disposição inadequada de
resíduos sólidos na APP do córrego.
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Figura 41 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto G7 ao ponto G8
Curso d’água: córrego Saltinho do Galinari.
Localização:
Trecho do ponto G7 ao ponto G8;
Coordenadas UTM (m) do ponto G7:
598113, 7616895.
Ponto crítico: erosão das margens e assoreamento do leito do curso d’água, ao longo de todo o trecho.
Figura 42 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto G9 ao ponto G10
Curso d’água: córrego Saltinho do Galinari.
Localização:
Trecho do ponto G9 ao ponto G10;
Coordenadas UTM (m) do ponto G9:
597648, 7617455.
Ponto crítico: erosão das margens do córrego, causando assoreamento do leito, principalmente onde a vegetação não está presente
Figura 43 – Erosão - Trecho do ponto G11 ao ponto G12
Curso d’água: córrego Saltinho do Galinari.
Localização:
Trecho do ponto G11 ao ponto G12;
Coordenadas UTM (m) do ponto G11:
598224, 7619583.
Ponto crítico: intensificação dos processos erosivos na APP degradada do córrego, devido ao caminhamento do gado.
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Figura 44 – Erosão - Trecho do ponto L7 ao ponto L12
Curso d’água: ribeirão Lajeado.
Localização:
Trecho do ponto L7 ao ponto L12;
Coordenadas UTM (m): 593995,
7617409.
Ponto crítico: erosão das margens do córrego, causando assoreamento do leito, principalmente onde a vegetação não está presente.
Figura 45 – Erosão - Ponto L15
Curso d’água: ribeirão Lajeado.
Localização:
Ponto L15;
Coordenadas UTM (m) do ponto L15:
595578, 7618008.
Ponto crítico: processo erosivo acentuado nas margens do córrego devido ao solo exposto.
Figura 46 – Erosão e assoreamento - Ponto L17
Curso d’água: ribeirão Lajeado.
Localização:
Ponto L17;
Coordenadas UTM (m): 592919,
7618196.
Ponto crítico: erosão das margens do córrego, causando assoreamento do leito, principalmente onde a vegetação não está presente.
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Figura 47 – Erosão e assoreamento - Ponto L18
Curso d’água: ribeirão Lajeado.
Localização:
Ponto L18;
Coordenadas UTM (m) do ponto L18:
592723, 7618420.
Ponto crítico: processo erosivo acentuado nas margens do córrego, causando assoreamento do leito, principalmente onde a vegetação não está presente.
Figura 48 – Erosão - Ponto L23
Curso d’água: ribeirão Lajeado.
Localização:
Ponto L23;
Coordenadas UTM (m) do ponto L23:
593158, 7620527.
Ponto crítico: erosão das margens do córrego.
Figura 49 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto L30 ao ponto L32
Curso d’água: ribeirão Lajeado.
Localização:
Trecho do ponto L30 ao ponto L32;
Coordenadas UTM (m) do ponto L32:
594722, 7623662.
Ponto crítico: processo erosivo que está provocando o assoreamento do leito do corpo d’água.
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Figura 50 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto L29 ao ponto L38
Curso d’água: ribeirão Lajeado.
Localização:
Trecho do ponto L29 ao ponto L38;
Coordenadas UTM (m): 596062,
7623651.
Ponto crítico: processo erosivo é acentuado nas margens do córrego, causando assoreamento do leito ao longo de todo o trecho.
Os usos diretos dos recursos hídricos outorgados localizados na Bacia 2 são
apresentados na Tabela 6.
Tabela 6 – Usos diretos dos recursos hídricos outorgados localizados na Bacia 2
Uso outorgado Localização Coordenadas UTM
(m)
Travessia aérea Entre os pontos G13 e G15 596940, 7619170
Travessia subterrânea Próximo ao ponto L26 594930, 7621730
Fonte: DAEE, 2017
8.3 Bacia 3 – Do ponto de coleta 2 até o ponto de coleta 3, próximo da captação de
água
Os cursos d’água que formam a Bacia 3 são os córregos Papagaio, Grande, da
Baixada e da Invernada, alguns afluentes sem nome e o próprio ribeirão Lajeado.
8.3.1 Diagnóstico das nascentes e trechos da Bacia 3 do ribeirão Lajeado
O Anexo 9 apresenta o diagnóstico dos trechos e nascentes da Bacia 3 por curso
d’água, quanto à situação ambiental da APP, cobertura vegetal, fitofisionomia (bioma),
principais espécies arbóreas identificadas, usos do solo no entorno, usos diretos no corpo
hídrico, aspecto visual da água, medidas de recuperação realizadas anteriormente e cita
medidas de recuperação/conservação propostas para cada nascente ou trecho. Além
disso, há fotografias dos locais e a identificação de pontos críticos como: erosão,
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assoreamento, disposição inadequada de resíduos sólidos, etc. No item 9 desse relatório,
as medidas de recuperação ou conservação são apresentadas com mais detalhes.
8.3.2 Diagnóstico geral da Bacia 3 do ribeirão Lajeado
As margens dos cursos d’água na Bacia 3 apresentam índice de degradação de
aproximadamente 55 %. A vegetação apresenta-se como secundária em estágio inicial,
médio ou avançado de regeneração, e existem alguns fragmentos cuja cobertura vegetal
é primária, ou seja, que não sofreu perturbações antrópicas. As áreas de nascentes
merecem atenção especial, pois muitas ainda estão degradadas (80 %) ou perturbadas, e
o processo de regeneração natural, sem a tomada de medidas de recuperação, é muito
lento.
Na porção inicial desse trecho predominam atividades agropecuárias,
principalmente a criação extensiva de gado. Observou-se que na margem esquerda do
ribeirão Lajeado, onde existem áreas de pastagens, a APP encontra-se completamente
degradada, desprovida de cobertura vegetal. Além disso, verificou-se que em um trecho
de aproximadamente 600 metros a montante da captação de água, o solo está
descoberto, degradado com relação à cobertura vegetal. Por se tratar de uma área úmida,
deve-se realizar o plantio de mudas de espécies nativas higrófilas para que haja a
recuperação total da área.
O processo erosivo é frequente nas margens desprotegidas, onde não há
vegetação, tanto do ribeirão Lajeado como dos afluentes localizados nesse trecho, que
são os córregos Grande, do Papagaio, da Baixada e Invernada. Isso favorece a
ocorrência de assoreamento do leito, fator que interfere no regime hidrológico do curso
d’água.
A Tabela 7 mostra a situação das APPs das principais nascentes da Bacia 3, a
Tabela 8 apresenta a situação das APPs dos principais trechos dos cursos d’água e o
Quadro 11 expõe uma análise geral dos principais cursos d’água da bacia e o número
estimado de mudas a serem plantadas para recuperação das áreas degradadas.
Tabela 7 – Situação ambiental das APPs das principais nascentes da Bacia 3
Curso d'água Nascente Situação ambiental da APP Observação
Córrego da Baixada
B1 Conservada Em recuperação
B4 Degradada
B5 Degradada
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Curso d'água Nascente Situação ambiental da APP Observação
Córrego Invernada I1 Degradada Em recuperação
Córrego do Papagaio
P1 e P2 Degradada
P5 Degradada
P9 Degradada
Córrego Grande
GR1a Degradada
GR1b Perturbada Em recuperação
GR2 Degradada
GR3 Degradada
GR4 Degradada
GR6 e GR7 Degradada Em recuperação
GR8 Degradada Em recuperação
GR9 Degradada Em recuperação
GR10 Degradada
GR11 Perturbada Em recuperação
GR14 Degradada
Ribeirão Lajeado L40 Perturbada Em recuperação
L43 Degradada Em recuperação
Tabela 8 – Situação ambiental das APPs dos principais trechos da Bacia 3
Curso d'água
Trecho
Situação ambiental da APP
Observação Margem esquerda
Margem direita
Córrego da Baixada
B1-B2 Perturbada Perturbada Em recuperação
B2-B3 Perturbada Perturbada Em recuperação
B3-B7 Degradada Degradada
B5-B6 Perturbada Perturbada Em recuperação
Córrego Invernada
I2-I3 Perturbada Perturbada Em recuperação
I3-Confluência Perturbada Perturbada Em recuperação
Córrego do Papagaio
P2-P3 Degradada Degradada
P3-P4 Degradada Degradada
P5-P6 Degradada Degradada
P6-P7 Degradada Degradada
P7-P8 Degradada Degradada
P8-Confluência Perturbada Perturbada Em recuperação
P9-P10 Degradada Degradada
P10-P11 Degradada Degradada
P11-P17 Perturbada Perturbada Em recuperação
P17-Confluência Perturbada Perturbada Em recuperação
Córrego Grande
GR2 - GR5 Degradada Degradada
GR6, GR7 e jusante
Perturbada Perturbada Em recuperação
GR10 e jusante Degradada Degradada
GR11 - GR12 Degradada Degradada
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Curso d'água
Trecho
Situação ambiental da APP
Observação Margem esquerda
Margem direita
GR12 - GR13 Perturbada Perturbada Em recuperação
GR14 - GR15 Degradada Degradada
GR16 até a confluência com
o Papagaio Perturbada Perturbada Em recuperação
confluência com o Papagaio até
GR17 Perturbada Perturbada Em recuperação
GR17 - GR18 Degradada Degradada
GR18, GR19 até confluência
Perturbada Perturbada Em recuperação
Ribeirão Lajeado
L39 - L45 Perturbada Perturbada Em recuperação
L40 - L41 Degradada Conservada Em recuperação
L41 - L42 Degradada Degradada Em recuperação
L43 - L42 Perturbada Perturbada Em recuperação
L42 - L44 Degradada Degradada Em recuperação
L44 - L45 Degradada Perturbada Em recuperação
L45 - L46 Perturbada Perturbada Em recuperação
L46 - L47 Perturbada Perturbada Em recuperação
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Quadro 11 – Situação dos cursos d’água da Bacia 3 e quantidade de mudas a serem plantadas
Bacia Curso d'água
Índice de degradação
das nascentes (%)*
Índice de degradação das APPs
(%)
Índice de conservação
das APPs (%)
Quantidade de mudas a
serem plantadas
(un.)
Margens erodidas
(m)
Leitos assoreados
(m)
Q 7,10
(m³/s)
3
Córrego da Baixada 66,67 74,06 25,94 18.095 632,54 0,00 0,017
Córrego Invernada 100,00 31,57 68,43 6.086 2.552,68 2.552,68 0,011
Córrego do Papagaio 100,00 59,56 40,44 47.818 9.577,63 146,55 0,020
Córrego Grande 81,82 74,09 25,91 86.478 4.789,90 1.627,12 0,053
Ribeirão do Lajeado 50,00 40,78 59,22 47.540 4.866,29 3.252,66 -
Total 80,00 55,98 44,02 206.017 22.419,04 7.579,01 -
*Calculado com base na situação das nascentes que foram visitadas.
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Com base na análise das informações apresentadas no quadro acima, pode-se
tirar importantes conclusões a respeito da Bacia 3. O córrego Grande possui
aproximadamente 82 % das APPs de suas nascentes degradadas, desprovidas de
cobertura vegetal arbórea, onde o solo está coberto por gramíneas, herbáceas e poucas
árvores isoladas. Em alguns trechos das margens desse curso d’água onde foram
realizados reflorestamentos, as mudas estão se desenvolvendo muito bem e constituem
uma vegetação secundária em estágio médio de regeneração. Entretanto, a maior parte
das APPs do córrego Grande (aproximadamente 75 %) está degradada, coberta por
vegetação pioneira, de baixa densidade e diversidade, ou ocupadas por gramíneas,
herbáceas e poucas árvores isoladas. Próximo ao local onde deságua no Lajeado
identificou-se um trecho de aproximadamente 1 km onde a APP do córrego Grande está
ocupada apenas por vegetação pioneira, a qual não possui capacidade de se recuperar
naturalmente. Além disso, constatou-se em campo que alguns reflorestamentos não
obtiveram o sucesso esperado, pois as mudas morreram após serem atingidas pelo fogo.
Verificou-se, também, que em vários pontos visitados os animais tinham acesso às APPs
e foram responsáveis por provocar sulcos erosivos no solo nos locais de passagem do
gado, que utiliza o curso d’água para dessedentação. O córrego Grande possui vazão
excelente e, a fim de manter a qualidade e disponibilidade hídrica, devem-se recuperar
suas nascentes urgentemente. Esse curso d’água foi considerado o mais crítico entre os
afluentes do ribeirão Lajeado, e pela sua excelente vazão e contribuição para a bacia, é o
prioritário para a tomada de medidas de conservação e recuperação.
As nascentes do córrego do Papagaio, assim como o córrego Grande, encontram-
se degradadas, desprovidas de vegetação. Notam-se apenas gramíneas e herbáceas
intercaladas com exemplares arbóreos isolados. Com relação às APPs das 2 ramificações
desse curso d’água, do trecho inicial até as travessias na rodovia Marechal Rondon,
verificou-se que as mesmas estão completamente degradadas e precisam ser
recuperadas. Após a travessia, foram observados alguns trechos cobertos por árvores
isoladas e vegetação nos estágios pioneiro, inicial e médio de regeneração. Próximo ao
local onde esse curso d’água deságua no córrego Grande, o processo erosivo é muito
acentuado e, recentemente, as fortes chuvas provocaram a formação de uma voçoroca
no local, inclusive várias árvores foram arrancadas pela enxurrada. Em outro trecho existe
uma tubulação para lançamento de águas pluviais da rodovia, cuja enxurrada provoca
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forte processo erosivo no local. Além disso, a água que fica acumulada favorece a
proliferação de mosquitos transmissores de doenças. Esse curso d’água também se
encontra em estado muito crítico e necessita de urgente intervenção para recuperação de
suas APPs degradadas.
A maioria das APPs das nascentes do córrego da Baixada está degradada,
desprovidas de cobertura vegetal. Algumas delas estão localizadas dentro de açudes em
um pesqueiro e estas estão degradadas. Há uma nascente conservada, com vegetação
nativa primária e secundária nos estágios médio e avançado de regeneração. Em seu
trecho final, próximo ao local onde deságua no Lajeado, as APPs estão cobertas apenas
por vegetação pioneira, principalmente gramíneas, arbustos e herbáceas.
A nascente do córrego Invernada está degradada, com solo desprovido de
cobertura vegetal ou cobertos por vegetação pioneira, com poucos exemplares arbóreos
isolados. Na APP do curso d’água foram identificados alguns fragmentos descontínuos de
vegetação nativa, que não recobrem os 30 metros da APP. Além disso, identificou-se um
fragmento bem consolidado de vegetação primária com aproximadamente 40 hectares.
Pelas características apresentadas, principalmente o alto índice de áreas
degradadas e a elevada vazão, a Bacia 3 foi considerada a mais crítica, juntamente com a
Bacia 1, entre as 6 bacias utilizadas para realização desse estudo. Dessa maneira, as
ações a serem tomadas para recuperação de áreas degradadas devem priorizá-la. Com
relação aos cursos d’água, foram considerados mais críticos o córrego Grande, do
Papagaio e Invernada, que necessitam de atenção especial.
8.3.3 Identificação de potenciais fontes de contaminação pontuais na Bacia 3
Para a identificação de potenciais fontes de poluição ou contaminação dos cursos
d’água da Bacia 3, foram consideradas as análises de qualidade da água do Ponto 3 de
coleta de amostras, os pontos críticos levantados durante as visitas de campo e os usos
dos recursos hídricos outorgados pelo DAEE.
O ponto de coleta de amostras 3 localiza-se no final da Bacia 3, próximo à
captação de água para abastecimento, a jusante dos cursos d’água em análise. Como já
mencionado, esse ponto apresentou o valor de 0,695 mg/L para surfactantes e de 0,149
mg/L para fósforo total, considerados acima do estabelecido pela legislação,
considerando o ribeirão Lajeado como Classe 2 nesse ponto.
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Os surfactantes estão presentes nos detergentes e são substâncias anfifílicas, ou
seja, suas moléculas possuem propriedade hidrofílica (solúvel em água) e também
lipofílicas (solúvel em lipídios) e, dessa maneira, podem se acumular em interfaces de
dois líquidos imiscíveis (GARDINGO, 2010). As principais fontes que lançam surfactantes
(detergentes) nos corpos d’água são os esgotos domésticos (3 a 6 mg/L), as indústrias de
detergentes (2000 mg/L), além de oficinas mecânicas e indústrias que processam peças
metálicas, que utilizam detergentes especiais com a função de desengraxantes.
Águas e efluentes contaminados com detergentes são de difícil tratamento, pois
esse tipo de contaminante, apesar de comumente ser biodegradável, necessita de tempos
de reação de dezenas de horas para tratamento por oxidação química ou biológica. No
entanto, usualmente as estações de tratamento de esgotos operam com tempos médios
de 2 h (GARDINGO, 2010).
A alta concentração de fósforo nos corpos d’água pode estar relacionada ao
lançamento de esgotos domésticos sem tratamento, uma vez que esse elemento químico
está presente na matéria fecal e nos detergentes em pó. Além disso, o excesso de fósforo
também pode estar relacionado aos efluentes de indústrias de fertilizantes, pesticidas,
químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros, frigoríficos e laticínios (CETESB,
2017).
Como os resultados das análises de água apontaram que as concentrações de
surfactantes e fósforo total estavam acima do ideal, infere-se que haja lançamentos
clandestinos de esgotos domésticos e efluentes industriais nos cursos d’água dessa
bacia. Entretanto, essas fontes de poluição não foram observadas nas visitas de campo.
Os pontos críticos identificados foram erosões, trechos assoreados e lançamentos de
águas pluviais, conforme apresenta o Quadro 12.
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Quadro 12 – Pontos críticos – Potenciais fontes de contaminação dos cursos d’água – Bacia 3
Figura 51 – Erosão - Trecho do ponto GR11 ao ponto GR12
Curso d’água: córrego Grande.
Localização:
Trecho do ponto GR11 ao ponto
GR12;
Coordenadas UTM (m): 601013,
7624077.
Ponto crítico: erosão das margens do córrego.
Figura 52 – Erosão e assoreamento - Ponto GR14
Curso d’água: córrego Grande.
Localização:
Ponto GR14;
Coordenadas UTM (m): 601065,
7621680.
Ponto crítico: erosão das margens do curso d’água e assoreamento do leito.
Figura 53 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto GR14 ao ponto GR15 Curso d’água: córrego Grande.
Localização:
Trecho do ponto GR14 ao ponto
GR15;
Coordenadas UTM (m): 600451,
7622972; 600424, 7623062; 600403,
7623157; 600384, 7623251; 600383,
7623447 e 600297, 7623530.
Ponto crítico: erosão das margens do curso d’água e assoreamento do leito.
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Figura 54 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto GR16 à confluência
Curso d’água: córrego Grande.
Localização:
Trecho do ponto GR16 à
confluência;
Coordenadas UTM (m): 599987,
7623634; 599668, 7623667 e
599414, 7623598.
Ponto crítico: erosão das margens do curso d’água e assoreamento do leito.
Figura 55 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto GR17 ao ponto GR18
Curso d’água: córrego Grande.
Localização:
Trecho do ponto GR17 ao ponto
GR18;
Coordenadas UTM (m) do ponto
GR17: 598495, 7623809.
Ponto crítico: erosão das margens do curso d’água e assoreamento do leito.
Figura 56 – Erosão e assoreamento - Trecho do ponto I2 ao ponto I3
Curso d’água: córrego Invernada.
Localização:
Trecho do ponto I2 ao ponto I3;
Coordenadas UTM (m): 602361,
7626376.
Ponto crítico: erosão da área da nascente, e assoreamento do corpo d’água.
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Figura 57 – Lançamento de águas pluviais - Trecho do ponto L39 ao ponto L45
Curso d’água: ribeirão Lajeado.
Localização:
Trecho do ponto L39 ao ponto L45;
Coordenadas UTM (m) do ponto
L39: 596392, 7624084.
Ponto crítico: lançamento de águas pluviais
da rodovia Marechal Rondon, que é uma
potencial fonte de poluição.
Figura 58 – Erosão - Ponto L42
Curso d’água: ribeirão Lajeado.
Localização:
Ponto L42;
Coordenadas UTM (m) do ponto
L42: 594668, 7625731.
Ponto crítico: erosão das margens do curso d’água e assoreamento do leito.
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Figura 59 – Lançamento de águas pluviais - Ponto P1
Curso d’água: córrego do Papagaio
Localização:
Ponto P1;
Coordenadas UTM (m) do ponto P1:
601847, 7620773.
Ponto crítico: o lançamento de águas pluviais a montante da nascente do córrego está ocasionando intenso processo erosivo na área e assoreamento da nascente.
Figura 60 – Voçoroca - Ponto P17
Curso d’água: córrego do Papagaio
Localização:
Ponto P17;
Coordenadas UTM (m): 598246,
7623550.
Ponto crítico: grau de erosão e assoreamento extremamente elevado. Recentemente, a água da chuva gerou uma grande voçoroca e arrancou árvores. Trata-se de um dos pontos mais críticos, que necessita de intervenção urgente.
Dimensões da voçoroca: 23 m de comprimento x 10 m de largura x 3 m de profundidade.
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Os usos diretos dos recursos hídricos outorgados localizados na Bacia 3 são
apresentados na Tabela 9.
Tabela 9 – Usos diretos dos recursos hídricos outorgados localizados na Bacia 3
Uso outorgado Localização Coordenadas UTM (m)
Barramento Entre os pontos B5 e B6 598650, 7627100
Barramento Entre os pontos B5 e B6 598750, 7627050
Lançamento superficial Entre os pontos B5 e B6 598650, 7627100
Lançamento superficial Entre os pontos B5 e B6 598750, 7627050
Barramento Montante do ponto B5 598900, 7627000
Barramento Montante do ponto B5 599050, 7626950
Barramento Montante do ponto B5 599400, 7626950
Captação superficial Montante do ponto B5 598900, 7627050
Captação superficial Montante do ponto B5 598900, 7627000
Captação superficial Montante do ponto B5 599050, 7626950
Barramento Jusante do ponto B6 598400, 7627150
Barramento Jusante do ponto B6 598450, 7627150
Captação superficial Jusante do ponto B6 598450, 7627150
Lançamento superficial Jusante do ponto B6 598400, 7627150
Barramento Montante do ponto L42 594450, 7626100
Captação superficial Montante do ponto L42 594450, 7626100
Lançamento superficial Jusante do Ponto L42 594500, 7626050
Barramento Jusante do Ponto L47 597800, 7629250
Captação superficial Jusante do Ponto L47 597800, 7629250
Desassoreamento Jusante do Ponto L47 597800, 7629230
Lançamento em rede Próximo ao ponto L40 595040, 7624720
Captação superficial Montante do ponto L46 597910, 7628110
Travessia Montante do ponto L46 596550, 7629000
Fonte: DAEE, 2017
Entre os parâmetros analisados no ponto 3, a concentração de surfactantes
apresentou-se acima do estabelecido na legislação. A origem desse problema podem ser
os lançamentos superficiais outorgados existentes na Bacia 3 ou lançamentos
clandestinos que não foram identificados nas visitas de campo. Assim, conclui-se que há
fontes de contaminação ou poluição pontuais significativas na Bacia 3, porém a exata
localização dessas não foi identificada.
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8.4 Bacia 4 – Do ponto 3 de coleta ao ponto 4 de coleta no Colégio Agrícola
Os cursos d’água que formam a Bacia 4 são os córregos B. Morada, Urutágua,
Maria Chica, do Curtume, Seco, outros dois afluentes do ribeirão Lajeado, conhecidos
como córrego Santa Terezinha e Santa Leonor, além do próprio ribeirão Lajeado.
8.4.1 Diagnóstico das nascentes e trechos da Bacia 4 do ribeirão Lajeado
O Anexo 10 apresenta o diagnóstico dos trechos e nascentes da Bacia 4 por curso
d’água, quanto à situação ambiental da APP, cobertura vegetal, fitofisionomia (bioma),
principais espécies arbóreas identificadas, usos do solo no entorno, usos diretos no corpo
hídrico, aspecto visual da água, medidas de recuperação realizadas anteriormente e cita
medidas de recuperação/conservação propostas para cada nascente ou trecho. Além
disso, há fotografias dos locais e a identificação de pontos críticos como: erosão,
assoreamento, disposição inadequada de resíduos sólidos, etc. No item 9 desse relatório,
as medidas de recuperação ou conservação são apresentadas com mais detalhes.
8.4.2 Diagnóstico geral da Bacia 4 do ribeirão Lajeado
A Bacia 4 foi dividida em 4 sub-bacias, que serão apresentadas a seguir.
8.4.2.1 Sub-bacia 1 - Da Captação de água até a ponte da rodovia vicinal que liga Penápolis ao
município de Avanhandava.
A partir desse trecho o ribeirão Lajeado margeia a área urbana do município de
Penápolis e, por conta disso, sofre as pressões antrópicas da urbanização. As APPs dos
cursos d’água e as áreas do entorno estão ocupadas principalmente por edificações
residenciais e comerciais, e por atividades como a pecuária bovina. Foram identificadas
extensas áreas de pastagens, onde o gado tem acesso às APPs, que não estão
protegidas por cercas.
Verificou-se que, a jusante da captação, as margens do ribeirão Lajeado foram
reflorestadas, as árvores se desenvolveram satisfatoriamente e formaram um dossel bem
consolidado. Após identificação das espécies arbóreas presentes no local, observou-se
que muitos indivíduos pertencem à espécie Albízia (Albizia lebbeck), que é exótica.
Apesar de não ser nativa, essa espécie apresenta características importantes, como a
habilidade de fixar nitrogênio e melhorar a estrutura do solo, principalmente em áreas
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degradadas. De maneira geral, em toda essa sub-bacia as margens do ribeirão Lajeado
apresentam cobertura vegetal, principalmente nos estágios médio e avançado de
regeneração. Uma atividade muito praticada nessa região é a pesca, principalmente nos
trechos mais largos do ribeirão Lajeado, mas não foi observado nenhum caso de pesca
predatória, com utilização de redes e armadilhas.
Outro curso d’água de pequeno porte que nasce na área urbana e pertence a essa
sub-bacia e o córrego Santa Terezinha que deságua no ribeirão Lajeado.
A nascente e o trecho inicial do córrego Santa Terezinha localizam-se em uma área
completamente urbanizada e foram canalizados. As APPs estão cobertas por
arruamentos e estabelecimentos residenciais. Trata-se de um dos cursos d’água em
situação mais crítica, cujas margens sofrem intenso processo erosivo, a água apresenta
coloração escura, provavelmente devido ao despejo de esgotos domésticos sem
tratamento, e foi verificado depósito irregular de resíduos na APP. Antes de desaguar no
ribeirão Lajeado, esse curso d’água atravessa uma área de pastagem, onde o gado tem
acesso à APP totalmente degradada.
8.4.2.2 Sub-bacia 2 – Da ponte da rodovia que liga o município de Penápolis ao município de
Avanhandava até a ponte sobre a estrada que liga o município ao aeroporto.
A principal atividade desenvolvida nesse trecho é a pecuária bovina extensiva, mas
constatou-se que em algumas propriedades são desenvolvidas culturas de agricultura
familiar, principalmente os cultivos de milho e mandioca.
Nas margens do ribeirão Lajeado foram identificadas várias clareiras próximas aos
reflorestamentos.
Há relatos de pescadores que praticam a pesca de cima de uma ponte sobre o
Lajeado, e os peixes mais pescados são bagres, lambaris, piavas, piaus e acarás. No
momento da visita a água apresentava aspecto barrento, provavelmente devido às fortes
chuvas ocorridas nos dias anteriores.
Nessa sub-bacia, os principais afluentes são os córregos B. Morada e Urutágua,
cursos d’água de pequeno porte que deságuam na margem direita do ribeirão Lajeado. A
APP da nascente do córrego B. Morada está se recuperando naturalmente, pois a
vegetação está se desenvolvendo satisfatoriamente. As APPs do córrego Urutágua, tanto
da nascente principal, como dos trechos, estão perturbadas, em processo de