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SESSÕES CORDENADAS Sessão 25

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sessões coordenadas - décimo salão de extensão

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LEITURA E TRANSCRIÇÃO PALE-OGRÁFICA: OFÍCIOS EXPEDIDOS NO BISPADO DE DOM SEBASTIÃO DIAS LARANJEIRA, NO PERÍODO A Paleografia estuda a escrita antiga e proporciona o co-nhecimento necessário à leitura e transcrição de manus-critos antigos, tarefa de extrema importância aos arqui-vos, principalmente os de cunho histórico. Existem, ao menos, três focos onde um arquivo se beneficia com o conhecimento paleográfico, sendo eles: o trabalho técni-co, o pesquisador e o documento. Este trabalho partiu do pressuposto da importância da transcrição paleográfica realizada nos arquivos, pois se trata do resgate das infor-mações contidas nas fontes primárias cujo valor é inesti-mável ao pesquisador de qualquer área. Portanto, o tema deste trabalho é a transcrição paleográfica que foi realiza-da no Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de Porto

Alegre (AHCMPA), cujo objeto foram ofícios expedidos para o meio eclesiástico no Bispado de Dom Sebastião Dias Laranjeira, no período de 1861 a 1862. O método utilizado foi a reprodução do documento por intermédio da fotografia digital. Foram tiradas fotografias conforme a seqüência de paginação do códice, possibilitando que as transcrições fossem feitas diretamente em meio digital. Foram executadas 100 transcrições, observados aspec-tos relacionados aos documentos transcritos, ao escrivão e destacou-se que com a leitura dos ofícios puderam-se constatar evidências que vão ao encontro das referências previamente pesquisadas sobre o governo do Bispo Dom Sebastião. Conclui que o conhecimento paleográfico traz benefícios e facilidades às tarefas de preservação, classi-ficação e descrição nos arquivos cuja documentação seja de caráter histórico.

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UNIFRA E CHCP: PRÁTICAS MUSE-OLÓGICAS E EDUCAÇÃO PATRI-MONIALRESUMO O Projeto de Extensão intitulado Centro Histó-rico Coronel Pillar: entre escritos, fardamentos, insígnias e troféus (Brigada Militar/RS) buscou, no ano de 2008, dar continuidade aos trabalhos iniciados em 2005, tendo como objetivos de trabalho o acondicionamento, a higie-nização, a conservação e a catalogação das coleções do acervo do Centro Histórico Coronel Pillar (CHCP). O pro-cesso de catalogação consistiu na higienização dos obje-tos e logo após, seu registro no Livro de Inventário, sendo que cada um desses objetos possui uma ficha de identi-ficação com as suas especificidades. Ao término dos tra-balhos no ano de 2008, foram higienizados e registrados em torno de 700 objetos. Tais procedimentos permitem a visualização das coleções museológicas em condições de serem expostas ao público, por meio de exposições

temporárias ou permanentes. Assim, em 15 de maio de 2008, foi inaugurada a exposição de longa duração com título homônimo ao projeto, proporcionando ao visitante a integração com a Brigada Militar. Além disso, o proce-dimento da Ação Educativa junto às escolas da rede pú-blica de Santa Maria promoveu a divulgação do acervo ao público escolar. Assim, pode-se afirmar que o Proje-to de Extensão supracitado, promove a parceria entre o Centro Universitário Franciscano (UNIFRA) e o 1º. RPMon, por meio das atividades desenvolvidas pelos bolsistas da primeira instituição e o corpo técnico do segundo órgão militar mencionado, objetivando a preservação da histó-ria da Brigada Militar, por meio da conservação de suas coleções, diversificadas em vários tipos de objetos.

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CICLO DE PALESTRAS: UMA NOITE NO MUSEU

O presente projeto visa trabalhar a partir do conceito de museu proposto pelo DEMU, que o apresenta como uma instituição aberta ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento (2005). Dentro desta perspectiva, identifica-se a importância de desenvolver atividades que promovam a apropriação do espaço ?museu? pela socie-dade. Para tanto, pretende-se firmar um parceria entre o curso de Museologia da UFRGS, que está em seu primeiro ano de funcionamento, e o Museu Universitário da UFRGS, através de uma atividade de extensão. O que se propõe desenvolver é um ciclo de palestras a se realizar no Museu da UFRGS, com temáticas variadas sobre cultura, memó-ria e patrimônio, voltado para a comunidade acadêmica e a comunidade em geral, visando integrar universidade, museu e sociedade. Como conseqüência, espera-se que as palestras possam contribuir para a compreensão do

museu como espaço aberto e propício à aplicação de sa-beres de diferentes campos do conhecimento.

A REORGANIZAÇÃO DO MUSEU DO MOTORA história do Museu do Motor está ligada a um grupo de alunos do GDEM (Grupo Discente de Estudos em Motores, criado em 1991) interessados em restaurar alguns mo-tores abandonados encontrados no porão da Escola de Engenharia, prestes a ser sucateados. Dentre os motores encontrados, está o motor estacionário OTTO (The Otto Gas Engine Works), raro motor de ciclo 4 tempos, único da marca em funcionamento no Brasil, bem como outras raridades dos primórdios da Escola de Engenharia, todas necessitando de profundas restaurações, só conseguidas graças ao apoio de várias empresas. Com o incentivo do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola, no dia

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1º de setembro de 1994 foi a data oficial da inauguração do Museu do motor, reconhecida em cartório nessa ocasião. Desde então, o Museu do Motor ampliou suas atividades através da criação da Oficina do Museu, da promoção de exposições de automóveis, da divulgação da engenharia mecânica para os alunos de ensino médio e fundamen-tal, através de palestras e demonstrações, além de ofere-cer cursos de extensão para alunos da UFRGS e público em geral, alguns inclusive em parceria com a Escola Otto Ernest Meyer da Varig. O Museu teve ainda, de 1997 até 2003, sua própria equipe de competição de mini baja, a “Otto Boys”, que participava das competições nacionais de construção e corrida de carros deste tipo. Entretanto, nos últimos anos, o museu deixou de realizar grande par-te de suas atividades, pois houve redução da participação dos alunos do curso. Reduziu-se, principalmente, as ativi-dades de restauro de motores antigos e pesquisa sobre o acervo, bem como ações visando sua função social, isto é, unir a preservação de bens universitários à educação patrimonial, incentivando a participação e o desenvolvi-

mento da comunidade a que se destina. Além disso, por falta de pessoal qualificado na área museológica, o Mu-seu do Motor possuia seu acervo e espaço físico, mas sem documentação adequada e organização museológica de-vida, conforme o Estatuto do Museu prega. Devido a essa necessidade e ainda visando à concretização de seu ob-jetivo como instituição museológica, iniciou-se uma nova etapa do Museu do Motor, possibilitando a organização que o mesmo tinha quando da sua criação, em 1994. As atividades começaram com o auxílio do Museu da UFRGS, para o esclarecimento de eventuais dúvidas sobre proces-sos museológicos. Dentro desse novo enfoque, iniciou-se o reconhecimento das áreas do museu e posterior conta-gem das peças previamente tipificadas. Para essa conta-gem, foi necessária a organização de certos espaços e sua higienização. Documentos passaram a ser arquivados por temáticas e reorganizados, tornando-se assim, disponí-veis ao acesso de pesquisadores e comunidade interessa-da. O processo está ocorrendo de forma gradual, mas já é possível notar-se uma evolução positiva nos registros de

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documentação, expografia, manutenção do acervo etc. Mudanças que repercutirão na comunidade acadêmica, a qual se sentirá mais motivada a participar ativamente do Museu do Motor, permitindo que este cumpra melhor seus objetivos e metas.

CONEXÕES DE SABERES NO MU-SEU COMUNITÁRIO DA LOMBA DO PINHEIROHá uma importante convergência de objetivos entre o programa Conexões de Saberes e o Museu Comunitá-rio da Lomba do Pinheiro no que diz respeito à busca que ambos empreendem com o objetivo de ampliar a troca de conhecimento entre as instâncias populares e acadêmicas da sociedade. Contudo, mesmo não sendo

excludentes, encontramos motivos em certos aspetos diferenciados para a realização dessa troca de saberes. Sempre ambicionando evidenciar a trajetória de uma determinada comunidade, o museu comunitário ne-cessita do saber da população local para construir essa história. Quando essas pessoas levam suas experiên-cias para dentro do museu comunitário, elas passam a valorizar com mais intensidade sua própria trajetória e a de todo bairro: fenômeno que certamente interfere positivamente na auto-estima e na coesão de todos os indivíduos que residem nesse local. O programa Cone-xões de Saberes atua no sentido de trazer até a Univer-sidade o saber popular e de trazer aos meios populares o conhecimento científico. Essa troca traz uma série de benefícios para a Universidade e para a população atin-gida pelo projeto: diminui o grande isolamento da Uni-versidade em relação ao resto da sociedade, coloca os indivíduos comuns em contato com um tipo de conhe-cimento mais formal e sintetizado, coloca os universitá-rios em contato com a realidade social e com o conhe-

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cimento popular, que, ao contrário do que defendem alguns, é extremamente rico e útil. A atuação dos bol-sistas do Conexões de Saberes no “território” do Museu Comunitário da Lomba do Pinheiro congrega os dois objetivos descritos acima, sempre tendo-os em mente no planejamento e na execução das atividades. Essas atividades são oficinas, as quais têm como tema geral a educação patrimonial. Cada bolsista é incentivado a trazer as experiências obtidas junto a Universidade, de maneira que a oficina acaba por se tornar mais dinâmica e atrativa para todos os participantes. Sem esquecer, é claro, da bibliografia especializada a respeito de museus em geral e museus comunitários que todos os bolsistas entraram em contato e produziram materiais a respei-to. Dividindo-se em quatro duplas, cada par de bolsis-tas planejou uma oficina específica. Todas essas oficinas deveriam ser pensadas sob a luz de um problema prin-cipal, o qual foi formulado através troca de idéias entre a coordenadora do território do museu no Conexões de Saberes, a coordenadora do Museu Comunitário da

Lomba do Pinheiro e as duplas de bolsistas. Diagnosti-camos que o bairro Lomba do Pinheiro, para a maioria de sua população, se representa um local de dormitório, não havendo um grande apego dos moradores pela sua comunidade. Consequentemente, o descaso com o pa-trimônio público do bairro e a falta de organização para os pequenos e grandes problemas da comunidade são características marcantes da Lomba do Pinheiro. Depois de formulado o problema principal de todas as oficinas a dupla de bolsistas, Tatiane Garrido e Rafael Papageor-giou, iniciaram o planejamento de sua oficina, a qual foi intitulada “Oficina Bonecos e Identidade”. Nesta oficina, criariamos uma interação entre os moradores, alunos e lideranças da comunidade. Nesta interação, cada um dos convidados será convidado a, através de um “bate papo”, contribuir com a sua experiência dentro do bair-ro, expandindo assim o próprio conceito de Lomba do Pinheiro de cada um dos participantes da oficina, inclu-sive (talvez principalmente) dos oficineiros. Para tanto, convidamos 5 “palestrantes”, que serão os principais

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na realização do “bate papo” com os oficinandos (esco-lhemos 5 nomes para termos uma margem de erro. Na verdade serão realizados 4 “bate papos”): “Seu” Vado (Ex jogador do Pinheirense Futebol Clube), Beno (Ex Presi-dente Associação de Moradores da Vila São Francisco), Zailde (Presidente da Associação De moradores do Re-creio da Divisa), Vherá (Cacique Mbyá Guarani) e Flávio Cassal (Rádio Comunitária da Lomba do Pinheiro 87.9). Através desses “bate papos”, temos o intento de aflorar as memórias de cada um dos participantes da oficina. Assim, no final de cada uma dessas conversas, os ofici-nandos iniciam a confecção de fantoches e a formulação de um roteiro para uma apresentação, a qual será reali-zada no último dia do nosso trabalho. Essa apresentação deve ser um relato da experiência de cada oficinando dentro do bairro. Dentro dessa temática, cada um criará livremente seu personagem e o desenrolar da estória. Essa atividade tem como objetivo geral trabalhar com a questão da auto-estima comunitária dos moradores da Lomba do Pinheiro e como se dá a “apropriação” da

história do bairro pelos membros da comunidade. Os objetivos específicos são: demonstrar aos oficinandos que a Lomba do Pinheiro é um bairro com múltiplas fa-cetas, explicitando assim a complexidade do local onde vivem; Introduzir os oficinandos no entendimento dos conceitos de patrimônio (tangível e intangível), história e memória; trabalhar com a associação por parte dos oficinandos entre os temas abordados nos “bate papos” e sua própria história na Lomba do Pinheiro; Incentivar, através do teatro de bonecos, a representação dessa mesma história na realidade, buscando assim a sua va-lorização; trabalhar valores básicos durante toda a ex-tensão da oficina: respeito, cordialidade, coletivismo.

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AÇÃO NO TEMPLO DAS ÁGUAS: UM ENCONTRO COM A NATUREZAO projeto teve como objetivo geral viabilizar o registro e a divulgação da atividade denominada “Ação no Templo das Águas - Um encontro com a natureza”, realizada por quatro grupos do Programa de Educação Tutorial, PET – UFPel, que desenvolveu atividades de educação ambiental e patrimonial junto à uma propriedade rural denominada “Templo das Águas”, localizada na Colônia São Manoel, 8º distrito, Rincão da Cruz, Pelotas/RS. Nessa propriedade são desenvolvidas atividades relacionadas ao ecoturismo e permacultura, recebendo regularmente visitantes de toda região. Como objetivos específicos da atividade podem ser listados os seguintes: a) associar conhecimentos e integrar os grupos PET da UFPel em torno de um objetivo comum, de modo a construir uma melhor forma de ação e expan-são de conhecimento através da Universidade junto da so-ciedade; b) estimular a compreensão do modo alternativo

de organização do local de trabalho, que é baseado nos princípios da permacultura; c) realizar o reconhecimento do local através de visita guiada pelos responsáveis pelo empreendimento, buscando apreender de forma integra-da suas características ambientais, culturais, filosóficas, sociais, físicas e holísticas; d) realizar oficina de construção de uma cúpula geodésica de bambu, através do trabalho integrado de todos os envolvidos; e) propiciar a aplicação e ampliação de conhecimento por meio das atividades propostas durante o dia; f ) avaliar, coletivamente, o traba-lho realizado, salientando os pontos positivos e negativos da experiência. Em função dos objetivos alcançados e do sucesso da primeira edição desse projeto de extensão, foi realizada uma contrapartida, o Projeto AÇÃO 2008, com a intenção de proporcionar novamente esta união que deu certo. Buscou, assim como na primeira edição, construir conhecimentos de forma associativa e buscar a cumprir a responsabilidade social e cidadã da Universidade, evitan-do as formas assistencialistas e buscando contribuir com estímulos para a população do local se auto-gerir na busca

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de alternativas, recursos e sustentabilidade, pondo em evi-dência suas potencialidades e facilitando sua inclusão nos processos sociais, econômicos, políticos e culturais. Esse projeto veio para resgatar e reforçar uma proposta local inovadora, na busca de consolidar metas das diretrizes do Programa de Educação Tutorial, unindo ações dos grupos PET da UFPel. A idéia foi repercutir em ações de Ensino, Pesquisa e Extensão praticadas pelos grupos envolvidos, favorecendo a formação mais completa do acadêmico uni-versitário, estimulando a capacidade de liderar, refletir e propor estratégias de mudanças para o ambiente em que vier a estar inserido, tudo de forma coesa com o ambien-te e equipes de trabalho. Para os grupos PET o projeto foi proposto como uma atividade que exige determinação e responsabilidade, atuando de forma a não invadir o espaço a ser trabalhado e sim integrar-se a ele, tentando isentar-se de críticas e medos, respeitando e compreendendo a di-versidade e praticando a receptividade. O foco dessa edi-ção foi a busca pela relação harmônica entre o homem e a natureza, visando conhecer, aperfeiçoar, compreender e

aplicar alternativas para uma vida mais sustentável e eco-logicamente correta. O método de trabalho foi elaborado de modo a promover a aproximação entre a comunidade universitária, os moradores do local de trabalho e pessoas voluntárias que queiram contribuíram de forma engajada, utilizando recursos de observação e construção de conhe-cimento, através de uma visita guiada, e de aplicação e ma-terialização desse conhecimento através de uma oficina que integrou todos os participantes para a montagem de uma cúpula geodésica de bambu. Os grupos organizaram, realizaram, relataram e avaliaram as atividades integrada-mente, sendo que ao final os resultados foram discutidos e consolidados, no mesmo dia das demais atividades. Um relatório reunindo essas informações, bem como as ima-gens e vídeos feitos durante as atividades está sendo siste-matizado. O projeto foi realizado em dezembro de 2008 e os dados da sua realização (relatório, fotos e vídeos) ainda estão sendo sistematizados. No entanto pode-se afirmar, desde já, que a avaliação dos participantes foi fortemente positiva, todos os objetivos foram alcançados com a ativi-

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dade superando suas expectativas. Em discussão realizada ao final, dentro do domo construído por todos, os parti-cipantes indicaram para ganhos emocionais, culturais e sociais. Para os organizadores do PET foi recompensador, com aprendizado e fortalecimento.

DA IMAGEM ÀS LETRAS: HISTÓ-RIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO EN-TRE FOTOS E PALAVRAS...O presente resumo versa sobre o trabalho desenvolvido dentro do Programa “Conexões de Saberes”, coordenado pelo DEDS (Departamento de Educação e Desenvolvi-mento Social), junto a PROREXT (Pró-Reitoria de Exten-são-UFRGS). Esse programa, como o próprio subtítulo expressa, tem por objetivo promover “diálogos entre a

universidade e as comunidades populares”, ou seja, arti-cular o que denominamos, por conseguinte significamos, como “saber popular” e “saber científico” (já estando esses termos carregados de uma nova significação, ao utilizar “saber” e não “conhecimento” tanto para o dito “popu-lar”, quanto para o dito “científico”). Com uma formação preliminar sobre temas afins ao objetivo, o programa é composto pelo que chamamos de “territórios”. Denomi-nação espacial, mas não geográfica; pelo menos não num primeiro momento. Esses “territórios” são os campos de atuação dos bolsistas, sendo que o território da nossa ofi-cina é o “Museu Comunitário da Lomba do Pinheiro e Me-morial da Família Remião”, que, como o próprio nome sa-lienta, se localiza (nesse caso geograficamente) no Bairro Lomba do Pinheiro, zona leste de Porto Alegre (próximo à Viamão). Iniciamos os trabalhos no museu em março de 2009, sendo que é o primeiro ano deste local como ter-ritório do programa. Sendo assim, o reconhecimento do local, além do que consideramos o “problema principal”, foi algo que levou bastante tempo, idas e vindas à Lomba,

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além de muitas conversas com moradores, representações populares, sem esquecer da moradora do bairro e coor-denadora do museu, a historiadora Cláudia Feijó. A partir do reconhecimento do local, objetivamos alguns pontos que acreditamos ser contundentes nesta análise. Divisões entre centro/periferia é algo existente há muito tempo, e não somente num âmbito global, regionalmente isso também se constata. Pensar e agir conjuntamente requer o conhecimento do que se quer atingir. Sendo assim, le-vando em conta a Lomba do Pinheiro como “periferia” em relação ao centro de Porto Alegre, e pensando o que seria o “problema” central, chegamos a algumas conclusões. O ponto específico, com o qual queremos tentar lidar, está nas relações morador e seu lugar de moradia. Na maioria dos casos, lugares afastados dos centros acabam se tor-nando cidades-dormitório (no caso bairro), não havendo espaço, às vezes, para a criação de identificação do indiví-duo com o local em que reside. Como objetivo específico em relação ao chamado problema principal, acreditamos que esteja causar alguns estranhamentos quanto ao lugar

em que se está inserido, incentivando o desenvolvimento de pertencimento ao local. Por meio do museu comunitá-rio, temos um foco, que não devemos “desfocar”, ou seja, levando em consideração o que a Lomba já foi, chegar ao que a Lomba é. Nesse sentido, trabalharemos alguns conceitos imprescindíveis para o entendimento das pers-pectivas de um museu, frisando a questão da museologia comunitária (“Nova Museologia”), e tentando trabalhá-los de forma dinâmica e interativa com o que diz respeito à Lomba. No que tange a “dinâmica e interação”, está no próprio título da oficina “Da Imagem às Letras, pois traba-lharemos com fotografia e escrita. Ou seja, utilizando as diversas linguagens existentes, causar o estranhamento, mas no plural, já que também temos por objetivo que a História (imagem), a Literatura (produção textual) sejam “estranhadas” pelos oficinandos. Trabalhar com os tipos diferentes de linguagens, partindo do “notar” e “notar-se” do e no bairro, são nossos objetivos com a oficina (já que não temos resultados nem finais nem parciais, pois ain-da não a iniciamos, começará em agosto aos sábados e

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terá duração de dois meses,). De certa forma, incentivar por meio do conhecimento sobre o passado, a identifica-ção, que servirá para modificar o presente, que ao mesmo tempo já é passado, e também futuro.

OFICINAS DE TEORIA E PERCEPÇÃO: MÚSICA PARA A COMUNIDADE

O curso Oficina de Teoria e Percepção Musical surgiu em 1995 com o objetivo de oferecer conhecimento básico da linguagem musical a jovens e adultos. Iniciou como curso isolado, mas devido à grande procura, passou a ser ofere-cido continuamente. O material utilizado, Musicalização de Adultos Através da Voz (MAaV), foi elaborado pela pro-fessora Helena de Souza Nunes, que assumiu a coordena-ção do curso entre os anos de 2003 e 2008. Atualmente, o curso conta com cerca de 100 alunos, divididos entre as 5

turmas: duas turmas de módulo 1; duas turmas de módu-lo 2 e uma turma de módulo 3. A cada semestre o curso recebe alunos novos oriundos dos mais diversos níveis so-ciais e profissionais, idades e objetivos: complementar sua prática musical atual, iniciar os estudos de música por lazer ou como preparação para a prova específica. As inscrições acontecem uma semana antes do início do período letivo da UFRGS e os alunos novos fazem um teste de nivelamen-to para que se conheça quais os conhecimentos musicais que já possuem. A partir do teste, os alunos são divididos em duas turmas de módulo 1: uma turma com aula uma noite por semana, com alunos que possuem conhecimen-tos musicais; e a outra turma para alunos que nunca tive-ram contato formal de música, com aula duas noites por semana. Passado o módulo 1, os alunos, teoricamente, estão nivelados em termos de conhecimentos e passam para a turma de módulo 2. Posteriormente, partem para o módulo 3. As aulas são ministradas no turno da noite, das 18h30 às 21h30, em salas do Departamento de Música, no Instituto de Artes. Os ministrantes são alunos da graduação

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em Música da própria Universidade, que recebem auxílio como bolsista. São orientados pela Coordenadora Jusama-ra Vieira Souza. Além de ministrar as aulas, os professores participam de reuniões semanais, que servem como trei-namento e avaliação contínuos. Através dessas avaliações tem-se percebido uma preocupação dos ministrantes em melhorar o curso e direcionar o ensino para os objetivos dos alunos, preparando materiais de apoio complementa-res ao material didático utilizado (MAaV). O contato com a música é direto, durante todo o período do curso. O mó-dulo 1 parte do mais básico da teoria musical - onde ficam as notas na pauta e quais os nomes das figuras musicais. Para cada unidade da apostila adotada há, pelo menos, uma música e a partir dessa música é que são trabalhados os elementos musicais presentes. Assim, o aluno aprende sobre o que está vivenciando musicalmente. Durante to-das as aulas, além de cantar e compreender teoricamente o que está presente na música, o aluno faz exercícios práti-cos de solfejo e ditados melódicos e rítmicos, exercitando e aperfeiçoando sua percepção. Durante as aulas, os minis-

trantes também expõem materiais que preparam através do uso de data show e do aparelho de som, onde os alunos têm a oportunidade de aumentar seu conhecimento em estilos musicais. Algumas noites das aulas são destinadas apreciação em outros espaços culturais, como concertos da Orquestra de Câmara do Teatro São Pedro e apresenta-ções de música de câmara no Auditorium Tasso Correa. No final de cada semestre é realizada uma apresentação dos grupos. Nessa noite de apresentações, os alunos podem demonstrar seus conhecimentos, tanto os que adquiriram durante o curso quanto os prévios, como o conhecimento de um instrumento musical. Há uma grande diversidade nessas apresentações: composições e arranjos construídos em grupo ou individualmente, e ainda a possibilidade de troca de experiências com outras turmas, em apresenta-ções que agrupam alunos de diversas turmas, de acordo com as necessidades dos arranjos propostos e da disponi-bilidade em auxiliar. A procura pelo curso é grande e a cada semestre tem aumentado. O número de alunos por turma é limitado para 30 devido ao espaço que temos disponí-

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vel. Normalmente temos suplentes, que são determinados pela ordem de inscrição, e chamados caso o número de va-gas não seja preenchido pelos primeiros 60 inscritos. Gran-de parte das pessoas que procuram o curso ficam sabendo dele através de amigos que participam ou participaram do curso OTP ou de outras atividades de nossa Extensão em Música. No final de cada ano, os alunos que participaram obtendo 75% ou mais de frequência no curso e conceito A, B ou C através das avaliações realizadas recebem certi-ficado com especificação do(s) módulo(s) efetivamente cursado(s). Não temos dados em porcentagem que dizem qual é o número de alunos que buscam o curso com o ob-jetivo de passar na prova específica, mas no ano de 2009, dos 46 aprovados no vestibular para o curso de Música, 9 foram alunos do curso de OTP nos últimos 3 anos. Há ava-liações semestrais dos alunos sobre o curso e os resultados apontados por eles são positivos em relação ao ensino da teoria e percepção musical e à maneira como os professo-res conduzem as aulas. Dos 60 alunos aprovados nos mó-dulos 1 e 2 do semestre 2009/1, cerca de 40 alunos fizeram

rematrícula para continuar no curso. Consideramos esse número um bom indicativo de que o curso é muito bem aceito pela comunidade que participa.

OFICINA DE LEITURA E ESCRITA VALORIZANDO OS SABERES DA COMUNIDADEPartindo do princípio de que a Extensão deve ser um espaço de troca de saberes com as comunidades valo-rizando assim as suas experiências, esta oficina tem por objetivo possibilitar a interação destes saberes através da “contação” de estórias. Através das lendas, contos e estórias que são contadas ao longo do tempo em diver-sos locais fazer a ligação entre: outros países; o Brasil; o Rio Grande do Sul e a comunidade da Lomba do Pinhei-ro. As lendas serão também um momento de discutir os

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problemas da comunidade mostrar os valores que cada pessoa possui conhecer o pensamento destas crianças e valorizar a idéia de tornar melhor o lugar onde vivem. A construção do fanzine será a oportunidade que as crian-ças terão para expressar por meio de desenhos, recortes, textos etc. a compreensão que tem a respeito das len-das da sua comunidade e a relação destas com as ou-tras lendas estudadas. O público alvo destas oficinas são crianças de 10 a 12 anos, alunos de escolas próximas ao Museu Comunitário da Lomba do Pinheiro que se ins-creveram no próprio museu após visita realizada nas es-colas para a divulgação da oficina, as mesmas terão du-ração de dois meses, uma vez por semana (quarta-feira) no período de 14h00min às 17h30min. Ao final haverá a exposição dos trabalhos no museu, ocasião em que as famílias serão convidadas e as crianças receberão um certificado por sua participação.

LEVANTAMENTO E PLANO DE AÇÃO DOS ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS NO CENTRO DE REFE-RÊNCIA DA BACIA LAGO GUAÍBAAtravés do Sistema de Gestão Ambiental as informações ambientais circulam por todas as esferas da instituição, conferindo transparência à gestão e processos, e de acor-do com a Norma ISO 14001 (ABNT, 1996) é parte do siste-ma de gestão global que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a Po-lítica Ambiental. O trabalho foi realizado na sala do Cen-tro de Referência da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba da UFRGS, situada no Campus do Centro, Bairro Farroupilha, Porto Alegre-RS durante o mês de julho de 2009. As etapas desenvolvidas englobam basicamente a parte prática do

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SGA, ou seja, a da implantação, que compreende: levan-tamento dos aspectos e impactos ambientais, seguido da elaboração de um Plano de Ação, que objetiva eliminar ou minimizar a possibilidade de ocorrência de impactos ambientais. Os Aspectos e Impactos identificados pelo levantamento foram analisados mediante a aplicação da ferramenta FMEA, onde os dados levantados são inseridos numa planilha, que adaptada por Andrade (2000), modi-ficada por Campani(2005), possibilita atribuir um Índice de Risco Ambiental – IRA - para cada ação recomendada, apontando ao tomador de decisões quais atividades de maiores impactos ambientais em termos de gravidade, recorrência, rapidez na detecção ou solução, o grau de facilidade para efetivar a ação recomendada, que inclui o número de pessoas envolvidas, o custo e o tempo para tal. Assim sendo, essa ferramenta auxilia o planejamento quanto à prioridade da resolução dos problemas. Com os resultados apontados, pela primeira planilha, é elaborado o Plano de Ação, formalizado num quadro que utiliza a fer-ramenta de gestão 5W2H, muito utilizada em gestão de

qualidade. As informações desse quadro apresentam quais os procedimentos a serem adotados, quem é responsável pela ação, prazos, razões de implementar as medidas, bem como os locais de intervenção e o orçamento estimado. Procura auxiliar quanto à valoração e priorização das ativi-dades potencialmente causadoras de impacto ambiental e de acordo com as análises desenvolvidas produzir infor-mações que sirvam de subsídio á realização das medidas mitigadoras propostas. Após o levantamento de aspectos e impactos ambientais são construídas tabelas contendo a avaliação das causas potenciais identificadas utilizando a ferramenta FMEA. Com as causas potenciais distribuídas na tabela, são discutidos e definidos os quatro índices de criticidade: Gravidade “G”, Ocorrência “O”, Detecção “D” e Facilidade de implantação da Ação Recomendada “F”, que são atribuídos para cada produto ou processo causador de impacto ambiental: Quanto à atribuição do Índice de Risco Ambiental – IRA de cada ação e do Índice de Risco Ambiental Total (IRAT), o resultado do Índice de Risco Am-biental – IRA na planilha da ferramenta FMEA é produto da

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multiplicação dos valores de quatro índices de criticidade: Gravidade, Ocorrência, Detecção e Facilidade, que são atri-buídos para cada ação recomendada. Fornecendo uma escala de relevância de cada uma, variando de 1 e 10000. Sendo possível então o ordenamento das ações recomen-dadas conforme o seu IRA, com a priorização das com índi-ce mais elevado. Com objetivo de se ter um indicador para a Gestão Ambiental como um todo foi calculado o soma-tório dos IRAs, dando origem ao IRAT (IRA Total). Indicador muito importante quando trabalhamos com o conceito de melhoria continua, pois possibilita acompanhar os re-sultados da implantação das ações recomendadas. O Pla-no de Ação foi desenvolvido com intuito de implantar as ações recomendadas. Com os resultados apontados pela tabela do FMEA foi formalizado um quadro que utiliza a ferramenta de gestão 5W2H. As informações desse quadro apresentam as medidas a serem tomadas, quem é respon-sável pela ação, prazos, razões e os procedimentos neces-sários, bem como os locais de intervenção e o orçamento estimado. Após a implantação do Plano de Ação sugere-se

fazer uma avaliação de desempenho ambiental, a partir da alteração do IRAT. A discussão dos resultados abordará os aspectos ambientais identificados, com ênfase nas cau-sas potenciais que apresentaram maiores Índice de Risco Ambiental (IRA): Geração de Resíduos: Aspecto expressivo em termos quantitativos de causas potências. Destacam-se com os maiores IRAs, 9000, 6000 e 6000 ao descarte de lâmpadas fluorescentes, a incoerência da coleta seletiva e ao descarte de cartuchos respectivamente. As ações reco-mendadas visam a sistematização de um controle do en-caminhamento de lâmpadas fluorescentes para a Prefeitu-ra do Campus, informar os usuários da sala e funcionários da limpeza sobre o sistema de coleta seletiva da UFRGS e elaborar um plano de controle para reutilização e poste-rior descarte dos cartuchos. Utilização do espaço físico e mobiliário: Para este aspecto ambiental a causa potencial que possui o maior IRA (8100) é a falta de PPCI no prédio o que aumenta o risco de incêndio. A solução seria a rea-lização do PPCI e a manutenção com controle periódico. Qualidade do ar: A falta de controle de limpeza das corti-

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nas é uma causa potencial que possui um IRA considerável (7000) e pode comprometer a saúde dos usuários. A ação recomendada é elaborar um plano de limpeza um perío-do determinado. Consumo de Energia Elétrica: A tabela do FMEA apontou uma maior quantidade de causas poten-ciais para este aspecto. As causas com maior média de IRA (5000) são a falta de limpeza do filtro do ar-condicionado e com IRA (4500) a falta de manutenção do ar-condicionado, que apresentam como ações recomendadas a sistematiza-ção da limpeza do filtro removível do ar-condicionado, e a realização de um contrato para a manutenção preventiva respectivamente. Consumo de Água: As causas potenciais mais significativas são a falta de manutenção de dos regis-tros, válvulas e torneiras, que geram um IRA de 3600, e o consumo irracional de água, 3000. A solução é a implanta-ção de um plano de revisão periódica dos registros, válvu-las e torneiras, e adotar a campanha de economia de água proposta pelo CGA. Consumo de Matéria-Prima: Tivemos somente a causa potencial “consumo irracional de papel branco” com IRA avaliado entre 3000 e 2700, identificada

na Sede para este Aspecto. Foi proposta as soluções: passar a utilizar papel reciclado, reutilizar folhas como rascunho e gerenciar computadores para imprimir frente e verso. Ma-nipulação de produtos domissanitários: Causado pelo uso indiscriminado de produtos de limpeza, que pode acarre-tar prejuízos a saúde do trabalhador e ao ambiente. Com IRA entre 3000 e 2700, pede ações como pesquisar produ-tos ambientalmente mais adequados para limpeza do am-biente, e assim solicitar ao setor de compras que adquira tais produtos. Posteriormente deve-se instruir o responsá-vel pela limpeza da sala sobre o uso desses produtos. Foi possível, com o presente trabalho, a obtenção de um diag-nóstico e Plano de Ação para os Aspectos e Impactos Am-bientais, onde se percebe que das 32 ações recomendadas, somente 8 têm o valor índice ‘’Facilidade’’ abaixo 9 (tempo e custo baixos e poucas pessoas envolvidas com a tarefa). Isto nos faz crer que a melhoria da qualidade ambiental do Centro de Referência da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba é bastante viável em relação à questão custo, mão-de-obra envolvida e tempo.

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A UFRGS QUER MEXER COM SUA CABEÇAAtravés de um painel, mostraremos um pouco do percur-so da Sala em 2009 para apresentar uma pequena exposi-ção dos resultados alcançados até aqui.

PERSPECTIVAS DE FRONTEIRA EM AUDIOLIVROA arte, a cultura e a educação em um país constituem um eixo indissociável para promover tanto a sensibilização quan-to a conscientização das pessoas em geral e das autoridades competentes para refletirem sobre a necessidade de circula-ção de bens culturais de forma democrática e inclusiva. Nes-se caminho as políticas públicas do Ministério da Cultura dos últimos anos têm assumido um papel de interlocutor entre

diferentes protagonistas da área cultural. Em consonância com tais políticas e ciente do papel que uma universidade pública deve assumir no âmbito da pesquisa, do ensino e da extensão ao que se refere ao conhecimento do patrimônio cultural, ao acesso da população à produção literária e, es-pecialmente à valorização de novos escritores, desenvolve-se esse projeto. No tocante ao aspecto social e educacional cabe ainda salientar que as Diretrizes Curriculares e os novos Parâmetros Curriculares postulam maior proximidade entre o ensino e os diferentes sistemas e processos comunicacio-nais, bem como introduzem mudanças que mobilizam o do-cente a trabalhar de modo interdisciplinar, contextualizado, com diversidade e autonomia. Tais orientações mobilizam o vinculo entre a educação, o mundo do trabalho e a prática social e fomentam a formação de um profissional crítico, fle-xível e capaz de apropriar-se de fundamentos tecnológicos para suas práticas de atuação. A partir desses pressupostos e com o apoio dos Ministérios da Educação e da Cultura via PROEXTMEC/MINC- EDITAL 2008 empreendemos o projeto de extensão perspectiva de fronteira em audiolivro. Ao que

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se refere ao vínculo desse projeto com a pesquisa, o grupo desenvolve o projeto literatura sul-rio-grandense: perspecti-vas de fronteira. Esse trabalho, associada a outras pesquisas desenvolvidas na Universidade Federal do Pampa, busca su-perar a concepção tradicional do regionalismo de fronteira enquanto espaço delimitado e propõe-se a pensar a frontei-ra em suas relações mais amplas, isto é, a de sujeitos locali-zados espacialmente e em sua relação com o mundo globa-lizado. É a partir do acervo coletado e analisado no âmbito dessa pesquisa que empreendemos o trabalho de extensão que ora apresentamos. Em relação ao ensino prevemos, tan-to com o material que estamos produzindo quanto com o desenvolvimento da pesquisa, a organização de um curso de leitura literária destinado aos deficientes visuais. Assim, metodologia do projeto de extensão perspectiva de frontei-ra em audiolivro pauta-se pela seleção realizada no âmbito da pesquisa e produz dois audiolivros com textos narrados na íntegra e com acompanhamento musical produzido para esse fim. O primeiro está sendo composto por um conjunto de narrativas curtas de significativa repercussão no sistema da literatura sul-rio-grandense. No estágio atual de produção

desse material cultural realizamos a escolha das vozes e em-preendemos o processo de gravação. O segundo audiolivro será composto por um conjunto de narrativas curtas atuais, publicadas ou inéditas, produzidos na região da fronteira oeste e extremo sul do Brasil, região em que está inserida a UNIPAMPA. Desse modo a seleção de textos que integrarão os audiolivros constituir-se-á de duas séries em diálogo e se-rão acompanhadas de uma produção musical específica para acompanhamento da locução das narrativas. O processo de escolha das vozes, ritmo e entonação para interpretação, bem como o processo de gravação junto a estúdio especializado se dá com a participação de todo o grupo participa, fato que viabiliza a formação dos alunos envolvidos no projeto. Assim dentre os objetivos desse trabalho cabe destacar a prepara-ção de material artístico e pedagógico para promover aos deficientes visuais o acesso à literatura; mobilizar os estudan-tes do curso de Letras na busca de alternativas concretas de integração entre formação cultural, exercício profissional e demanda social e conhecer e valorizar práticas literárias de escritores contemporâneos e que não têm acesso aos meios de divulgação.

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