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- 1 - SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado do Espírito Santo PROJETO CENTRO DE TURISMO DOMINGOS MARTINS - HOTEL MEMORIAL DESCRITIVO DE DRENAGEM PROJETO EXECUTIVO Vitória – ES Agosto de 2009 Revisão setembro de 2009 Revisão novembro de 2010 Revisão fevereiro de 2011 Revisão fevereiro de 2011 Revisão dezembro de 2011 Revisão janeiro de 2012

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SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO

Administração Regional no Estado do Espírito Santo

PROJETO CENTRO DE TURISMO

DOMINGOS MARTINS - HOTEL

MEMORIAL DESCRITIVO DE DRENAGEM

PROJETO EXECUTIVO

Vitória – ES

Agosto de 2009

Revisão setembro de 2009

Revisão novembro de 2010

Revisão fevereiro de 2011

Revisão fevereiro de 2011

Revisão dezembro de 2011

Revisão janeiro de 2012

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ÍNDICE

MEMORIAL DESCRITIVO DO PROJETO DE DRENAGEM ........ 4

1. PROJETO SANITÁRIO ............................................................ 4

2. PLANTA DE LOCALIZAÇÃO .................................................... 5

3. ESTUDOS ............................................................................. 6

3.1 – Estudos Hidrológicos ........................ ........................................... 6

3.1.1- Dados Utilizados ............................................................................ 6

3.1.2 - Dados de Chuvas ......................................................................... 6

3.1.3 - Tempo de Recorrência ................................................................. 7

3.1.4 - Coeficiente de Escoamento Superficial ........................................ 7

3.1.5 - Tempo de Concentração .............................................................. 8

3.1.6 – Intensidade de Chuva .................................................................. 9

3.1.7 - Cálculo das Descargas de Projeto ............................................. 10

3.1.8 - Cálculo de Capacidade dos Dispositivos .................................... 10

3.1.9 – Resultados Obtidos ................................................................... 11

3.1.10 – GRAFICO DE CHUVA ............................................................. 12

4.1 – PROJETO DE DRENAGEM ......................... ................................ 13

4.1.1- Introdução.................................................................................... 13

4.1.2- Critérios de projeto ......................... Erro! Indicador não definido.

4.1.3- Descrição da Solução Adotada ...... Erro! Indicador não definido.

4.1.4- Projeto Drenagem Superficial ...................................................... 17

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4.1.5- Bueiros e Galerias ....................................................................... 21

4.1.6- Sistema de escoamento das Lagoas ........................................... 22

4.1.7- Manejo Ambiental ........................................................................ 24

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MEMORIAL DESCRITIVO DO PROJETO DE DRENAGEM

1. PROJETO SANITÁRIO

1.1 DENTIFICAÇÃO DA OBRA:

Proprietário: SESC-ES Serviço Social do Comércio

Obra: Centro de Turismo de Domingos Martins

Endereço: Soído, Domingos Martins, ES.

Resp. Técnico pelo Projeto: Eng.º Francisco de Assis dos Santos

CREA: ES 4860 D

1.2 DESCRIÇÃO DA OBRA:

O Centro de Turismo de Domingos Martins conta com 05 blocos de

hospedagem chamados Bloco 01/Hotel, Bloco 02/Hotel, Bloco 03/Hotel,

Bloco 04/Hotel, Bloco Central/Hotel, 01 de Bloco de

Serviço/Piscina/Restaurante/Lavanderia, 01 Portal, 01 Casa de Caldeiras, 01

Central de Gás, 01 Guarita, 01 Mirante, 01 Central Temporária de Resíduos

Sólidos.

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2. PLANTA DE LOCALIZAÇÃO

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3. ESTUDOS

3.1 – Estudos Hidrológicos

Os estudos hidrológicos foram desenvolvidos objetivando determinar os

parâmetros necessários para a determinação das vazões a serem

comportadas pelos dispositivos de drenagem projetados ao longo do Centro

de Turismo de Domingos Martins, em estudo. Tais determinações deverão

permitir o dimensionamento seguro dos dispositivos, eliminando o perigo de

futuras inundações. Perseguindo tal intento, os estudos a desenvolver

devem abordar alguns parâmetros descritos a seguir:

3.1.1- Dados Utilizados

Em apoio aos Estudos Hidrológicos foram também utilizados os dados

fornecidos pela consulta a cartas topográficas (esc. 1:50.000 - IBGE),

bibliografia existente e também as informações obtidas diretamente de

levantamentos topográficos.

Cartas topográficas utilizadas neste estudo:

a) Domingos Martins - Folha SF-24-V-A-III-4

Estas cartas topográficas servirão de apoio para o entendimento do histórico

da região, apresentando as principais características no que diz respeito aos

estudos hidrológicos.

3.1.2 - Dados de Chuvas

Os parâmetros relativos ao regime hidrológico das chuvas adotadas no

projeto foram obtidos tomando-se como base a publicação do trabalho

“Chuvas Intensas no Estado do Espírito Santo”, de autoria do professor

Robson Sarmento, elaborado para o DER-ES, e o gráfico adotado de “Altura

x Duração x Frequência” foi o do Posto de Aracê na região de Domingos

Martins. O referido gráfico está apresentado ao final deste capítulo.

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3.1.3 - Tempo de Recorrência

O tempo de recorrência é o período de tempo médio em que um

determinado evento hidrológico é igualado ou superado pelo menos uma

vez.

Os tempos de recorrência adotados para os cálculos das descargas são

descritos abaixo conforme estudos hidrológicos.

TR = 25 anos, para o estudo da drenagem profunda;

TR = 10 anos, para a drenagem superficial;

TR = 15 anos, para os bueiros tubulares operando como canal aberto

de seção livre;

3.1.4 - Coeficiente de Escoamento Superficial

Considerando as características da região do projeto, calculou-se o

coeficiente de escoamento superficial médio das sub-bacias, tendo em vista

a heterogeneidade das respectivas áreas que compõem a bacia de acordo

com a seguinte expressão:

Cm = C1 x A1 + C2 x A2 + C3 x A3 + C4 x A4

A1 + A2 + A3 + A4

Sendo:

Ci = o coeficiente de escoamento superficial da área correspondente

Ai = parcela da área

Foi utilizado também para a determinação da chuva excedente o método

SCS considerando o número da curva CN de acordo com as tabelas abaixo:

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3.1.5 - Tempo de Concentração

O tempo de concentração em bacias suburbanas é determinado pela soma

dos tempos de concentração dos diferentes trechos. Foram considerados o

tempo de concentração superficial e o tempo de concentração dentro da

galeria em estudo obtendo assim a equação:

tc = ti + tp

Onde:

ti = tempo de escoamento superficial ou de entrada, em min.

tp = tempo de percurso dentro da galeria, em min.

Nas cabeceiras da rede, foi calculado o tempo de concentração inicial pelo

método da velocidade ou método cinemático, sendo:

T1 = L1 / V1

T = tempo de concentração, em min.

L = comprimento, em metros.

V = velocidade, em m/s.

Sendo que a velocidade é calculada pela equação de Manning, para

sarjetas, tubos, valas e etc.

V = n-1xR2/3xI0,5

A equação acima pode ser simplificada para:

V = kx I0,5

Onde:

V = velocidade (m/s);

R = raio hidráulico (m);

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n = coeficiente de rugosidade de Manning;

I = declividade em (m/m);

k = n-1x R2/3.

O valor de k, raio hidráulico e rugosidade de Manning, podem ser obtidos da

tabela abaixo:

Rugosidade n de Manning

Raio Hidráulico R (m)

Valor de K

Com vegetação rasteira densa 0,8 0,076 0,22Com pouca vegetação rasteira 0,4 0,067 0,41Com bastante vegetação rasteira 0,2 0,061 0,77

Grama bermuda 0,41 0,046 0,31Densa 0,24 0,037 0,46Curta 0,15 0,031 0,65Pastagem de grama curta 0,025 0,012 2,12

Com resíduo 0,19 0,018 0,37Sem resíduo 0,09 0,015 0,68

Culturas em carreiras retilíneas 0,04 0,037 2,76

Culturas em contornos ou em faixas de diferentes plantações.0,05 0,018 1,39

Terra de cultura não utilizada (rodízio) 0,045 0,015 1,37Pastagens 0,13 0,012 0,41Sedimentos aluvionais 0,017 0,012 3,12Canal gramado para passagem da água 0,095 0,305 4,77Região montanhosa pequena 0,04 0,153 7,14

0,011 0,018 6,31

0,025 0,061 6,2

Valores "n", raio hidráulico(m) e de "K" para o mét odo da velocidade

Uso de terra/regime de escoamento

Floresta

Grama

Terra cultivada convencional

Agricultura

Área pavimentada com escoamento superficial (opção A)

Área pavimentada com escoamento superficial (opção B)

3.1.6 – Intensidade de Chuva

A intensidade de chuva de projeto para determinação do deflúvio superficial

foi definida com o tempo de concentração determinado, e a altura de chuva

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aquela correspondente ao Tempo de Recorrência, na equação retro

mencionada.

3.1.7 - Cálculo das Descargas de Projeto

O cálculo das descargas pluviométricas foi elaborado com base na

metodologia utilizada para bacias até 4,0 Km², indicadas também para

dispositivos de drenagem superficial onde os valores são obtidos pela

fórmula do Método Racional, a seguir:

Qc = 0,278 C. I . A, onde;

Qc = descarga de projeto, em m³/s;

C = coeficiente adimensional de escoamento superficial (run-off),

classificado em função do tipo de solo, da cobertura vegetal, da declividade

média da bacia, etc...

I = intensidade média da precipitação sobre toda área drenada obtida

pela equação geral, em mm/h, onde o tempo de duração é igual ao tempo de

concentração, tendo-se adotado o valor mínimo de 10 minutos;

A = área da bacia drenada, em Km²; as áreas contribuintes a cada

trecho da rede são determinadas através da planta topográfica juntamente

com o projeto. As áreas de contribuição são somadas à medida que a rede

se estende à jusante.

0,278 = fator de conversão de unidades.

3.1.8 - Cálculo de Capacidade dos Dispositivos

Para os dispositivos de drenagem superficial utilizado no projeto em

questão, as vazões de projeto são igualadas à capacidade hidráulica do

dispositivo que é função das dimensões, declividade de instalação,

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rugosidade das paredes, etc, definindo-se, então o comprimento crítico de

cada um, analisando-se e promovendo o devido deságüe.

O dimensionamento da seção dos canais circulares consiste na

determinação da seção mínima que atenda as vazões requeridas em função

da declividade de instalação dos dutos, rugosidade das paredes e

verificação da velocidade e alturas de lâmina d’água que atendam os limites

especificados.

Para o dimensionamento são adotados, então, a fórmula de Manning

associada à equação da continuidade, conforme expressões mostradas a

seguir:

Q = (AR 2/3 x I 1/2 ) / n , e Q = AxV

3.1.9 – Resultados Obtidos

A seguir são apresentados os seguintes elementos:

• Gráfico de Intensidade x Duração x Tempo de Recorrência, Posto de

Aracê, utilizado nos cálculos hidrológicos;

• Quadro de Descarga da Bacia.

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3.1.10 – GRAFICO DE CHUVA

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4.1 – PROJETO DE DRENAGEM

4.1.1- Introdução

O projeto de drenagem tem por objetivo dimensionar os dispositivos que irão

resguardar todas as estruturas da obra das descargas líquidas que venham

a incidir sobre a área.

Basicamente os dispositivos são dimensionados de forma a proporcionar a

coleta e condução das águas, até local seguro de deságüe e seu

dimensionamento consiste em compatibilizar-se a capacidade hidráulica de

cada dispositivo às vazões de demanda.

Os dispositivos utilizados no projeto são aqueles padronizados pelos

Órgãos, visando-se tanto o aspecto técnico quanto de quantificação dos

mesmos.

Para os dispositivos de drenagem superficial e profunda foram utilizados:

- Meio Fio Sarjeta de concreto;

- BSTC 0,40m / BSTC 0,60m e BSTC 0,80m para captação;

- Poço de visita;

- Caixa de passagem;

- Coletores tipo Caixa-ralo – Boca de Lobo, etc.

E para condução subterrânea e armazenamento dos deflúvios foram

utilizadas galerias tubulares de seção variada de acordo com as vazões de

projeto.

É importante lembrar que o projeto de drenagem foi desenvolvido com base

no greide previsto no projeto urbanístico. Foram considerados os aspectos

ambientais para que o mesmo venha preservar o entorno do

empreendimento e seus corpos hídricos.

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4.1.2- Critérios de projeto

O projeto de drenagem foi elaborado em duas etapas. Na primeira etapa

foram estudadas 02 (duas) soluções para o projeto. A segunda etapa

consistiu no detalhamento da solução adotada.

As soluções que poderiam ser adotadas seriam:

• Drenagem Totalmente Superficial e,

• Drenagem Profunda e Superficial.

A primeira solução; drenagem totalmente superficial; previa a condução das

águas praticamente pela superfície do corpo da estrada utilizando apenas

sarjetas como veículo condutor das mesmas.

Nesta solução, os deságües das águas conduzidas ficariam comprometidos

em muitos trechos devido à inclinação das vias projetadas.

Esta alternativa foi abandonada uma vez que, com o arrasto de material

depositado pelo vento, veículos, etc. por sobre a estrada e mesmo nas

canaletas de drenagem, seriam lançados nos mananciais de água (córregos,

lagoas) poderiam comprometer a qualidade ambiental do empreendimento e

a preservação dos mananciais de água. Além do fato de que, com a adoção

de caixas de filtragens e com base nos cálculos hidrológicos e comprimentos

críticos contribuíram para o abandono desta solução.

A segunda solução foi estudada utilizando rede tubular de concreto. Esta

alternativa bem como a primeira solução também contempla dispositivos de

drenagem superficial com a finalidade de recolher e conduzir todas as

descargas líquidas que venham atingir o corpo estradal.

A escolha desta alternativa foi baseada nos estudos técnicos ambientais,

pois concentra os lançamentos dos deflúvios (filtrados) a jusantes das

lagoas e em apenas dois pontos. É importante salientar que a rede tubular

será dotada nos seus lançamentos retro mencionados, de caixa separadora

de resíduos.

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4.1.3- Descrição da Solução Adotada

Primeiramente foram identificados os pontos de deságüe e condução dos

implúvios. De acordo com as características da região do projeto e

imposições das futuras edificações foram separadas as contribuições,

deságüe e condução dos implúvios da seguinte maneira:

a) Acesso aos Hotéis (rede principal), incluindo estacionamento e a

circulação viária, condução e deságüe para o Lançamento #2;

Na praça onde se localizam os hotéis foi prevista drenagem superficial que

vai do Bloco 03 / Hotel ate Bloco 04 / Hotel do lado interno da via uma vez

que pela sua localização não foi possível dimensionar estruturas tubulares

subterrâneas, pois nestas imediações passará um filete d’água conforme o

projeto urbanístico. Toda água proveniente de precipitações será lançada na

rede principal para então lançamento à jusante das lagoas.

Ainda neste entorno, a consultoria com seu corpo multidisciplinar de

projetos, detectou que as lagoas com plantas aquáticas, que são um tipo de

tratamento onde o esgoto “in natura” é mantido em um tanque raso com

plantas aquáticas flutuantes, cuja remoção de poluentes se dá através de

plantas e microorganismos fixos nas raízes dos vegetais, foram

reposicionados em locais regulares para que os deflúvios finais provenientes

das mesmas fossem todas recolhidas junto as caixas de inspeção e

lançadas em córrego.

Ou seja, a permanência da localização atual destas lagoas (localizadas no

Bloco 03 e 04 / Hotéis) acarretaria num lançamento direto no corpo hídrico, o

qual geraria prejuízos futuros no que tange o aspecto ambiental. Diante

destes fatos a consultoria localizou na planta de drenagem o melhor local

para a implantação destas lagoas de tratamento.

Em relação a rede de drenagem pluvial, acabou a mesma de sofrer algumas

mudanças devido a retirada do centro de convenções do projeto como

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também do estacionamento que estava próximo, onde anteriormente a rede

se estendia dos blocos até mesma.

Essa rede tem a finalidade de captar toda a água proveniente das

precipitações, dos telhados das edificações e bem como o excedente dos

tanques de armazenamento de água precipitada. Essa captação dar-se-à

através de dispositivos de drenagem tipo caixa ralos conduzidos por sarjetas

dos dois lados da via de acesso. Alem destes deflúvios já mencionados, esta

rede foi planejada para recolher toda água incidente na ciclovia e passeio

visto que os mesmos devem ter inclinações transversais para dentro da via

de acesso e assim recolhidas através das caixas ralo para a tubulação da

rede de drenagem pluvial.

Ainda junto à rede no que se dizem respeito aos estacionamentos os

mesmos terão seus dispositivos de drenagem para estar recolhendo as água

de chuva e conduzidos os seus deflúvios gerados para os pontos próximos

as lagoas como também ao córrego. Desta forma o projeto resguarda a

integridade física deste manancial no aspecto ambiental gerando assim uma

drenagem sustentável ambientalmente.

Um ponto de bastante atenção refere-se ao curso do córrego gerado pelo

excedente das lagoas e do córrego soído. A consultoria entende que a

solução adotada no projeto urbanístico no que se refere à geometria

horizontal deste canal é insatisfatória do ponto de vista geométrico de seu

lançamento. Observa-se que o primeiro estacionamento foi projetado num

local inadequado, pois o mais apropriado seria que este canal mantivesse

seu curso existente ou que fosse pouco modificado.

No caso deste canal a consultoria considerou todo o estudo das vazões de

projeto e verificou de posse dos números de descargas, a seção plena do

mesmo. Após esta verificação observou que o mesmo necessita de

alterações técnicas, visto os estudos hidrológicos da região e as

contribuições geradas pelo empreendimento. A única ressalva é que, ao

invés de revestir os taludes com pedras de Mão, o mesmo fosse revestido

por grama, que além de contribuir com o aspecto ambiental traria benefícios

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técnicos no que se refere à velocidade de escoamento. A seguir apresenta-

se a seção do corpo hídrico:

O presente projeto de drenagem de maneira geral levou em consideração

todas as medidas no que tange o aspecto ambiental e aos fins do

empreendimento. Todos os mananciais que figuram o cenário deste

empreendimento foram considerados e estudados para que os deflúvios

gerados pela drenagem pluvial após os devidos tratamentos obtivessem

resultados satisfatórios no que diz respeito à qualidade da água neles

lançados. Com este intuito verificou-se que a qualidade da água tratada está

próxima ao ótimo antes de lançarmos no corpo d’água existente.

4.1.4- Projeto Drenagem Superficial

O projeto de drenagem superficial abordou principalmente a condução das

descargas líquidas através de meio fio sarjeta de concreto até os elementos

de captação. Devido às características geométricas das vias em estudo e a

limitação em corrigir essas características, o cálculo dos comprimentos

críticos foram realizados levando em consideração um alagamento em uma

pista com largura de 1,00m nas maiores tormentas.

A metodologia do projeto consistiu na determinação dos comprimentos

críticos obtidos pela equivalência hidráulica de Vazão do Condutor e aquela

decorrente das precipitações pluviais na área de “impluvium” drenada pelo

dispositivo, promovendo um deságüe ou aumento de capacidade do

dispositivo.

Assim teremos:

- Descargas hidrológicas

Para determinação da descarga unitária utilizou-se a equação desenvolvida

para o 5° Distrito de Meteorologia do Ministério da Agricultura, localizado na

Ilha de Santa Maria, no Município de Vitória, considerando-se a precipitação

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de 6 minutos com duração de máxima intensidade e período de recorrência

de 10 anos para dispositivos de drenagem superficial.

A vazão de projeto foi calculada através do Método Racional:

Q = 2,78 x 10 –3 x C x I x A, onde:

Q = Vazão de projeto, em m3/s;

C = Coeficiente de escoamento, ou run-off (adimensional), considerado

assim:

Superfícies em concreto = 1,00;

Taludes e áreas gramadas = 0,60;

Superfícies pavimentadas = 0,90

I = Intensidade de chuva, = 123 mm/h (6min: R=10anos);

A = Área da bacia de contribuição, em hectares.

Entendendo-se que a área da bacia de contribuição é a correspondente a:

E = largura do implúvio, que no caso é a largura da pista, taludes, passeios,

largura da sarjeta, e:

L = comprimento ou extensão da bacia de contribuição.

- Capacidade hidráulica

O dimensionamento hidráulico da seção de vazão do dispositivo é obtido

aplicando-se a equação da Manning associado à equação da continuidade,

ou seja:

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Q = A x V, onde:

Q = Vazão, em m3/s;

A = Área molhada do dispositivo, em m2;

V = Velocidade de escoamento, m/s que é dada pela fórmula:

V = (R 2/3 x i ½) / n, onde:

R = Raio hidráulico, em metros;

i = Declividade longitudinal do dispositivo, em metros;

n = Coeficiente de rugosidade de Manning, adimensional.

Portanto, Q = (A x R 2/3 x i ½) / n.

Igualando-se a vazão hidrológica à capacidade hidráulica do dispositivo,

obtém-se o comprimento crítico do dispositivo ou então tabelas em função

da declividade de instalação ou qualquer outra variável.

A seguir é apresentada a tabela do dispositivo utilizado com os

comprimentos críticos função das respectivas declividades e velocidades de

escoamento para verificação da velocidade crítica.

- Meio Fio

Nos bordos internos foi projetado meio fio sarjeta tipo DP-01. Apresentam-se

a seguir os parâmetros utilizados para o cálculo do comprimento crítico para

este dispositivo, que terá seu deságue feito nas caixas ralo.

Para a largura do impluvio foram considerados os seguintes dados:

- Pista de rolamento de 6,00m de largura;

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- Calçada de 2,00m de largura;

- Ciclovia de 1,50m de largura;

- e um alagamento máximo da pista na largura de 1,00m, nas maiores

tormentas, visando diminuir a quantidade de dispositivos de coleta.

MFS DECLIVIDADE LONGITUDINAL ( % )

0,5 0,80 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 6,50

V (m/s) 0,5 0,6 0,7 1,0 1,3 1,4 1,6 1,8 1,8

COMPRIMENTO CRÍTICO (m)

99 126 141 199 244 281 314 344 359

- Dispositivos de Captação

Caixas Ralo são dispositivos em forma de caixas coletoras em alvenaria de

tijolos maciços, a serem executadas junto aos meios fios, nas áreas

urbanas, com objetivo de captar as águas pluviais e direcioná-las a rede

condutora.

Para o dimensionamento das caixas ralo, fora utilizado como grelha

funcionando como um vertedor de soleira livre, conforme equação abaixo:

Q = 2,91.A.y1/2

Onde:

Q = vazão em m³/s;

A = área da grade excluídas as áreas ocupadas pelas barras em m²;

y = altura da água na sarjeta sobre a grelha.

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- Tubos de Conexão

Os tubos de conexão entre as caixas ralam e as redes de condução, são de

diâmetro de 0,30m e as declividades mínimas deverão ser de 1%, conforme

recomendado.

4.1.5- Bueiros e Galerias

A concepção do projeto limitou-se em linhas de drenagem principais e

secundárias conduzindo os corpos líquidos para os deságues mencionados

anteriormente, de acordo com a vazão de projeto.

As redes de drenagem principal e as redes secundárias foram determinadas

de acordo com a metodologia que regem este tipo de estudo, utilizando a

fórmula de Manning associada à equação da Continuidade, traduzidas na

seguinte expressão:

Q = A x V, ou Q = (A x R 2/3 x i ½) / n.

Onde:

Q = vazão de projeto em m³/s;

A = área em m²;

V = velocidade em m/s;

R = raio hidráulico em m;

i = declividade em m/m;

n = coeficiente de rugosidade adimensional.

Para efeito de dimensionamento foi considerada uma vazão de contribuição

de tempo de recorrência de 25 anos (bueiros tubulares). O cálculo das redes

é apresentado no final deste capítulo.

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Devido às declividades dos greides e as cotas das vias, o recobrimento das

redes projetadas ficaram satisfatórios, em relação a essas observações os

tubos de drenagem indicados no projeto são do tipo CA-II para tubos de

diâmetro de 0,60m e do tipo CA-I para tubos de diâmetros de 0,40 e 0,30m.

As redes de tubos de concreto para drenagem pluvial serão executadas em

valas, devendo em qualquer caso ter a preocupação de apoiar

uniformemente todo o corpo cilíndrico do tubo, criando nichos para

acomodação das bolsas, evitando-se a concentração de tensões nas

tubulações.

As valas serão executadas de acordo com as larguras dos respectivos

diâmetros acrescidos de no máximo 0,50m para cada lado. Nas valas com

profundidade superior 1,25m são obrigatórias o escoramento.

O assentamento dos tubos deverá seguir paralelamente à abertura da vala,

de jusante para montante, com bolsa voltada para montante.

O re-aterro das valas deverá ser executado e lançado em camadas de no

máximo 0,20m, com compactação com equipamento auto-propelido.

Os serviços deverão ser executados de acordo com as normas pertinentes,

instruções de serviços, especificações e medidas de proteção, e sinalização

de obras.

4.1.6- Sistema de escoamento das Lagoas

Após estudos no que diz respeito aos níveis das lagoas existentes, a

consultoria comparou 02(duas) soluções para o sistema de escoamento das

lagoas.

Num primeiro estudo foi prevista uma caixa de nível (monge) para cada

lagoa. Estas caixas terão a finalidade de controlar o nível da água nestas

lagoas e, além disso, controlar a oxigenação das mesmas.

Após a construção dos passeios, que funcionarão como uma espécie de

dique, a vazão de base do curso d’água deve ser escoada por um dispositivo

conhecido como caixa de nível, que manterá o nível da água na altura

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prevista e deixará passar o excesso por uma tubulação enterrada sob o

maciço. A seguir foto 1, da caixa de nível proposta.

Foto 1 - Caixa de Nível

Numa segunda fase destes estudos a consultoria verificou um sistema de

escoamento por sifonagem que consiste basicamente em um tubo de PVC,

que dotado de caixa com tela no fundo da lagoa de fácil manutenção, passa

por toda a extremidade superior do dique chegando ao outro lado onde se

dará o lançamento. Este sistema possui um registro no lado oposto à lagoa

sendo muito mais viável economicamente. A Seguir ilustração do referido

sistema.

Ilustração 1 – Sistema de escoamento.

Para ambas as situações é importante observar as inclinações dos taludes

das lagoas, no que se refere a contenção tipo dique. A inclinação dos

taludes depende do tipo de material empregado no corpo do dique e da

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altura do dique. Alguns autores recomendam inclinações de 2,5:1 a 3:1 e de

2:1 para taludes de montante e jusante, respectivamente, não importando a

altura do dique.

Assim, para o dimensionamento dos taludes foram utilizadas proporções de

3:1 para taludes a montante e de 2:1 para taludes a jusante.

Os dois detalhes serão apresentados no projeto de dispositivo tipo.

É importante salientar que se faz necessária, também, a construção do

extravasor (vertedor) com dimensões 1,0x0,2(metros), estrutura construída

para escoar grandes vazões provenientes de precipitações de grande

intensidade que aconteçam na bacia de captação, sem causar erosão ou

transbordamento das lagoas.

4.1.7- Manejo Ambiental

Durante a execução dos dispositivos de drenagem deverão ser preservadas

as condições ambientais, exigindo-se, entre outros os seguintes

procedimentos:

a) todo o material excedente de escavação ou sobras deverá ser removido

das proximidades dos dispositivos;

b) o material excedente removido será transportado para local pré-definido

em conjunto com a Fiscalização da obra cuidando-se ainda para que este

material não seja conduzido para os cursos d'água de modo a não causar

assoreamento;

c) nos pontos de deságüe dos dispositivos deverão ser executadas obras de

proteção de modo a não promover a erosão das vertentes ou assoreamento

de cursos d'água;

d) durante o desenvolvimento das obras deverá ser evitado o tráfego

desnecessário de equipamentos ou veículos por terrenos naturais de modo a

evitar a sua desfiguração;

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