Serena Oliveira da Silvadias de hoje, é tão minucioso em detalhes e sentimentos, que em dados...
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Serena Oliveira da Silva
Irmãs? Sim!!!... ... e gêmeas de coração!!!!
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO
2018
Irmãs? Sim!!!... ... e gêmeas de coração!!!!
Serena Oliveira da Silva
Projeto “Nascem Poetas e Escritores”
- 7º Ano -
Coordenação do Projeto: Prof.ª Esp. Ana Maria Brum Diretora: Prof.ª Maria Luiza Tamiosso Machado
Vice-Diretora: Prof.ª Roselaine Lehnhardt Lamberti Coordenação Pedagógica: Prof.ª Lia Amaral
Revisão do Texto: Prof.ª Márcia R. Sapper Biermann Diagramação: Prof.ª Luciane Machado Fraga
Ilustrações: Vanessa Obem
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO
2018
Irmãs? Sim!!!... ...e gêmeas de coração!!!!
Serena Oliveira da Silva Escola da URI
Dedicatória Dedico esse livro, principalmente, à minha irmã, mas
também à minha mãe por ter me ajudado sempre que
precisei. Dedico também à Professora especialista Ana
Maria Brum, Professora Luciane Fraga, professores da
Escola da URI e alunos do curso de letras da URI Campus
Santiago por todo o apoio na elaboração e correção do
livro.
Obrigado a todos por terem feito esse sonho de
escrever um livro ser possível.
Irmãs? Sim!!!... ...e gêmeas de coração!!!!
Serena Oliveira da Silva Escola da URI
Prefácio Certamente você já ouviu alguém dizer, ou até mesmo
disse, algo do tipo: “a vida desta pessoa dava um livro”, não
é mesmo?!?!!! Geralmente a “pessoa” em questão é alguém
com uma certa idade, ou muito famosa, que tenha realizado
grandes coisas.
Bueno, Serena ainda não tem 13 anos e apostou que
sua vida daria um livro. E deu. Um livro muito legal.
O relato que ela faz desde o seu nascimento até os
dias de hoje, é tão minucioso em detalhes e sentimentos,
que em dados momentos nos pegamos sorrindo ou
apreensivos, em outros quase conseguimos sentir o cheiro
do lugar que descreve, como quando relembra suas férias
no sítio dos avós.
O livro também nos fala sobre o amor incondicional
entre irmãs, que apesar da diferença de idade se sentem
responsáveis uma pela outra e amam esta cumplicidade.
É muito legal ler uma obra em que você reconhece
passagens que poderiam ser de sua própria história de vida,
e Serena consegue fazer isso muito bem.
Márcia Regina Sapper Biermann
Irmãs? Sim!!!... ...e gêmeas de coração!!!!
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Sumário Primeiro capítulo:
O começo de tudo ................................................... 6 Segundo capítulo:
O nascimento .......................................................... 8 Terceiro capítulo:
O batizado .............................................................. 11 Quarto capítulo:
Chatonilda.............................................................. 13 Quinto capítulo:
Banho de pomada ................................................. 16 Sexto capítulo:
“catona” ................................................................. 18 Sétimo capítulo:
“...taga esse...” ....................................................... 20 Oitavo capítulo:
A família aumentou ............................................... 22 Nono capítulo:
O sítio da Vó Teresa .............................................. 25 Décimo primeiro capítulo:
Avô Julio ................................................................ 32 Décimo segundo capítulo:
A escolinha ............................................................ 35 Décimo terceiro capítulo:
Porto Alegre ........................................................... 38 Décimo quarto capítulo:
Viagem a Caxias do Sul ........................................ 43 Décimo quarto capítulo:
Férias na praia ....................................................... 46 Segundo capítulo:
Vamos ter mais uma integrante na família! ......... 53 Biografia ........................................................................... 58
Irmãs? Sim!!!... ...e gêmeas de coração!!!!
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Primeiro capítulo
O começo de tudo
Irmãs? Sim!!!... ...e gêmeas de coração!!!!
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Como já diz o subtítulo, eu irei falar sobre quando
tudo começou, ou seja, quando a minha irmã tinha apenas
quinze anos de idade e eu nenhum, pois ainda não tinha
nascido.
Quando minha mãe descobriu que estava grávida,
minha irmã tinha quatorze anos de idade e, como não
gostava de ser filha única, ficou muito feliz em ter uma
irmã ou um irmão e ainda mais porque seria seu
“presente” de quinze anos.
Quando faltava apenas um mês para minha mãe dar
à luz, ela ainda não sabia qual era o sexo da criança.
Minha mãe falou que não sabia qual era o mais nervoso,
se ela, minha irmã ou meu pai. Quando, finalmente,
descobriram o sexo da criança, elas compraram apenas
algumas roupinhas de menina (o resto das roupinhas
eram todas verde ou amarelo), minha irmã fez “a festa”
nas lojas, tudo o que enxergava de menina queria
comprar, a mãe quase enlouqueceu. Mas tem um detalhe,
todas essas compras estavam sendo feitas com o dinheiro
que a mãe compraria o presente de aniversário de quinze
da mana. É óbvio que minha mãe não obrigou a mana a
“cancelar” o presente dela, ela que optou em me dar de
presente esse enxoval de coisas.
E, como vocês já podem ver, desde que eu estava
na barriga da minha mãe, a minha mana já cuidava de
mim.
Irmãs? Sim!!!... ...e gêmeas de coração!!!!
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Segundo capítulo
O nascimento
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Serena Oliveira da Silva 9 Escola da URI
O dia do meu nascimento acabou sendo antecipado,
todos estavam preocupados porque minha mãe
apresentava um probleminha de pressão alta.
No dia marcado pelos médicos, lá foram todos:
minha mãe, meu pai e minha irmã, carregando a mala com
minha primeira roupinha que ela fez questão de escolher.
Nasci no dia 21 de dezembro, bem quando começa
o verão, mas no dia em que saímos do hospital estava
acontecendo o maior temporal.
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Terceiro capítulo
O batizado
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Eu fui batizada em casa quando tinha mais ou
menos cinco dias de vida, e minha mãe não poderia
escolher uma madrinha melhor, a minha irmã.
As amigas da mana descobriram que eu seria
batizada, e começaram a “azucrinar” a minha irmã pra ela
pedir a minha mãe para serem madrinhas também. É
óbvio que a mãe e a mana sabiam que, no futuro, as
gurias não dariam aquela atenção pra mim, mas não tinha
jeito de “enrolar” aquelas meninas.
Pra resumir “ganhei” muitas madrinhas.
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Quarto capítulo
Chatonilda
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Quando eu nasci, o prédio que nós moramos havia
acabado de ser construído e o nosso apartamento tinha
sido mobiliado recentemente. A noite eu dormia no berço
que ficava no lado da cama dos meus pais. Como eu havia
nascido em dezembro, as escolas estavam em férias,
então minha irmã ajudava um pouco minha mãe, ela
trocava fralda, fazia mamadeiras, me dava banho,
passava todo o tempo “babando” em volta de mim
De manhã minha mãe saía cedo para o trabalho,
então a mana ia para o quarto da minha mãe para ficar
cuidando de mim.
A mana me contou que, quando eu já sabia falar,
tinha uma coisa que ela achava engraçado que eu fazia.
Se ela estava dormindo, eu me levantava e falava bem
baixinho: “– Mana eu não quero te acordar, mas você
pode levantar pra fazer um mamá pra mim?”, Ela achava
isso muito engraçado porque de qualquer jeito eu iria
acordá-la.
Como a minha mãe teve que começar a trabalhar
quando eu tinha dois meses, eu iniciei a mamar cedo na
mamadeira, e quando a mana ia me dar mamá eu ficava
assegurando o dedão dela, as vezes ela brigava comigo
por que eu machucava.
Quando minha irmã foi me levar pra passear pela
primeira vez, eu devia ter uns cinco ou seis meses. Ela me
arrumou todinha, botou roupa e sapatos novos, e fomos
para a casa de uma colega dela, assistir filme. Quer dizer,
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ela ia ver filme eu provavelmente iria dormir. Ok,
assistimos o filme, e quando estávamos voltando pra
casa, ela olhou para o meu pé e estava faltando um pé de
sapato. Ao chegar em casa, ela estava com medo de
contar pra minha mãe pois era o primeiro sapatinho que
eu tinha ganhado. Quando minha mãe chegou em casa,
viu que faltava um pé do sapatinho, mas não brigou pois
ela sabia que tinha sido sem querer. Sei que na época a
mana deve ter ficado com bastante medo, mas hoje,
quando ela me conta, morre de rir.
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Quinto capítulo
Banho de pomada
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Minha irmã foi uma babá muito legal, ás vezes ela
era meio “avoada”, ela me cuidava “de longe”, brincando
comigo com assovios e gritos que só nós duas
entendíamos.
Mas teve uma vez que ficou gravado na memória de
todo mundo lá de casa: eu estava brincando na cama da
minha mãe, então ela ficou despreocupada e me deixou
lá, claro que criança apronta... e eu aprontei. Peguei a
caixa de bebê que estava na cama e fui tirando tudo: tirei
as fraldas da caixa e abri todas elas, peguei a caixa de
cotonetes e espalhei pela cama, consegui, não sei como,
abrir a pomada de assadura e fui espalhando pomada,
nas mãos, nos pés, nas pernas, nos cabelos, tomei um
“banho” e devo ter achado muito legal porque fiquei toda
branca. A mana disse que teve vontade de me colocar de
“molho” para tirar todo aquele grude que fiquei.
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Sexto capítulo
“catona”
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Serena Oliveira da Silva 19 Escola da URI
Quando eu era pequena minha mãe me deu de
presente uma poltrona, daquelas de criança,
pequenininhas. Eu era apaixonada. Sempre que ia jantar,
almoçar ou olhar televisão eu gostava de ficar sentada
nela, ela era uma poltrona verde cheia de desenhos de
peixinhos.
Uma coisa muito engraçada aconteceu quando
minha mãe e minha irmã estavam arrumando a sala,
trocaram os móveis de lugar várias e várias vezes, até
acharem um lugar bom para cada um deles, e eu, em volta
delas, mudando minha poltrona de lugar também.
Até que minha irmã resolveu sentar na minha
poltrona porque estava cansada. Eu fiquei com ciúmes, fiz
ela levantar, coloquei a poltrona do outro lado da sala e
acabei me distraindo com outro brinquedo. Quando a sala
estava arrumada, voltei lá e no lugar onde eu tinha
colocado a minha poltrona estava o sofá grande da sala.
Minha mãe disse que eu entrei em pânico, comecei a falar
muita coisa numa linguagem de criança que não era muito
compreensível, mas o que dava para entender é que eu
estava desconfiada da minha irmã, eu dizia para ela:
”- Você magoou minha catona mana, você magou
minha catona!!!”
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Sétimo capítulo
“...taga esse...”
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A mana sempre cuidava de mim, escolhia as roupas
para eu vestir para que, como ela dizia, eu ficasse com
um “look” muito legal. A minha mãe conta que a mana
ficava cuidando nas vitrines as roupas infantis para
comprar para mim. Se fosse por ela, compraria todas as
roupas que enxergasse.
Eu ainda era pequena e usava uns chinelos com
elástico, para firmar melhor no meu pé. Um certo dia a
mana resolveu cortar o elástico de um chinelo dos meus.
Quando minha mãe chegou do trabalho, eu fui correndo
encontrá-la, e acho que tive medo que ela brigasse
comigo achando que eu tivesse cortado o elástico,
comecei a falar sem parar na língua que só criança
entende:
- Mãe, a mana tagô meu chinelo!!.
Minha mãe demorou um pouco para entender a
situação e quando finalmente entendeu, achou muito
engraçado eu estar tentando me livrar da culpa e
dedurando a mana. Vendo que ela não ficou brava, eu
corri para o meu quarto e trouxe outro par de chinelo,
estendi para a mana e disse: - taga esse também mana !
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Oitavo capítulo
A família aumentou
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Serena Oliveira da Silva 23 Escola da URI
A mana começou a namorar e eu era bebê de colo
ainda, “adotei” a família do namorado dela como minha,
ganhei tias e avós, a família era grande, tinha muitas
crianças e cresci com todos me cuidando.
O vô Adão brincava comigo e sempre deixava eu
mexer no fogo da lareira. Eu ficava de longe cutucando o
fogo e ele supervisionando, apesar de todos ficarem
brigando com ele por ser uma brincadeira muito perigosa.
A “Titi”, Elisiane, foi minha babá por um tempo e
sempre vou lembrar que ela fazia minha comida preferida
na época: mingau de farinha de milho.
A “Tia Neguinha”, Elise, sempre foi de carregar todas
as crianças da casa, da vizinhança e, claro, eu junto. Eram
muitas brincadeiras, passeios e muita bagunça.
No verão sempre íamos acampar num lugar no
interior do município. No local havia um rio, várias sangas
e em algumas vezes as pitangueiras estavam cheias de
frutas e deixavam a paisagem linda. Eu adorava dormir na
barraca, sempre com a Tia Neguinha.
No rio fazíamos aquela folia, todos nós que éramos
pequenos e não sabíamos nadar, íamos para o rio brincar
nas corredeiras, juntávamos pedrinhas e até fazíamos
guerrinha com barro.
Ainda lembro que eu tinha muito medo dos lagartos
que apareciam por lá. Eles nem eram tão grandes, mas
na minha visão de criança pareciam até monstros.
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Quando resolvíamos pescar era uma confusão danada.
Muitas crianças não sabiam mexer com anzol, muito
menos com as iscas, que geralmente eram minhocas, e
os menores não tinham coragem para colocá-las no anzol
de jeito nenhum.
No caminho próximo ao acampamento tinha uma
velha casa abandonada. As histórias que contavam para
nós, crianças, era que ali foi a casa de uma bruxa e quem
não se comportasse seria levado para a bruxa castigar.
Isso nos deixava aterrorizados.
Um fato engraçado que lembro é uma ocasião em
que estávamos voltando do acampamento de carro e a
estrada, que era uma subida muito grande, estava com
muito barro pois tinha chovido. Os carros começaram a
derrapar e não conseguiam subir. Todo mundo desceu
para os adultos tentarem resolver o problema. Não sei
quanto tempo demoramos para chegar em casa, mas
lembro bem que todo mundo ficou muito enlameado pois
saltava barro para todo lado e nós fizemos a maior festa.
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Nono capítulo
O sítio da Vó Teresa
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Meus avós paternos moravam em um sítio onde a
mana gostava muito de ir e me levava junto. Íamos
sempre numa turma grande e a diversão era garantida.
No sítio tinha muitas frutas, laranja, bergamota, uva,
pêssego e também tinha o bosque com pitangueiras e
jabuticabeiras. Tínhamos diversão na certa ao brincar no
pomar, subir nas laranjeiras, colher as frutas direto no pé,
fazer “guerrinha” de casca de laranja, dar frutas
descascadas para as ovelhinhas, tratávamos delas como
se fossem crianças como nós.
A minha avó tinha muitas galinhas e eu sempre
corria muito atrás dos pintinhos para tentar pegá-los.
Também gostava de recolher os ovos para minha avó
cozinhar para mim e fazer bolos, sempre tinha bolo da vó
para o lanche da tarde.
Uma das coisas que eu sempre insistia em fazer era
ajudar a dar comida para os bichos do sítio. Quando tinha
ovelhinha nova para cuidar, as que precisavam de
alimento extra era dado na mamadeira e eu fazia questão
de dar o mamá para elas.
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Com o meu avô o assunto era cavalo. Ficava o
tempo todo pedindo para andar a cavalo com ele ou para
ele me ensinar a andar sozinha. Eu cavalgava com ele
quando tinha que resolver coisas de campo: ver como
estavam as ovelhas, se tinha nascido ovelhinha, ver se as
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vacas e os terneirinhos não precisavam de tratamento. E
isso levava quase o dia inteiro. Com todo esse serviço, o
vô nunca podia me ensinar a andar sozinha a cavalo, não
tinha tempo.
Já com minha irmã era diferente. Quando ela era
pequena e ia passar as férias de verão no sítio com eles,
então ela ajudava o meu vô direto. A mana me contou que
numa dessas férias, o meu avô estava construindo um
galpão novo no campo do meu tio e precisava que ela
fosse levar e pegar pequenos materiais e ferramentas
para ele. Ela andava em uma égua que já era muito velha
e ainda estava prenha, estava muito gorda, por isso
andava muito devagar. O meu avô falava que era pra ela
ficar lá com ele para não ter que ficar indo e voltando, mas
ela adorava andar de cavalo, então ficava indo e vindo
com aquela égua, que andava bem devagarinho, mas
bem devagarinho mesmo.
No sítio também tinha uma carroça e com muita
insistência o meu avô atrelava os bois para passearmos
pelo campo. Era uma confusão de crianças em cima
daquela carreta. Nós gostávamos de ir na lavoura, porque
o passeio era longo. Todos nós na carreta e o meu avô
com a picana cuidava dos bois, o tempo todo gritando o
nome deles para orientá-los. Eu adorava porque queria
ficar inventando novos nomes para eles.
Outra coisa que eu e a mana adorávamos fazer era
passear no campo. Nós ficávamos quase a tarde toda
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Serena Oliveira da Silva 29 Escola da URI
andando, íamos em vários lugares e claro sempre
aprontando alguma coisa e dando muita risada. Eu
gostava de ir caminhar também porque a mana começava
a contar histórias que aconteceram com ela e com os
nossos primos. E, vou falar pra vocês, eles eram umas
pestes. Certa vez, a mana e o meu padrinho viraram um
armário da minha vó que estava cheio de porcelana e por
incrível que pareça não quebrou quase nada, mas a minha
vó não teve um ataque do coração por detalhes. A coitada
levou um susto que acho que até hoje se lembra.
Outra vez, eles ainda eram pequenos e ficaram
brincando sozinhos dentro de casa enquanto minha vó
limpava o pátio e as calçadas. Então “resolveram” tomar
banho na pia da cozinha, subiram, ligaram a torneira e
brincaram tanto que quase alagaram a cozinha toda, sem
falar que gastaram toda a água da caixa usada para
abastecer a casa.
Quando chegava a hora de dormir, íamos todos para
o galpão onde minha avó tinha posto umas camas e uns
colchões. Todos já arrumados para dormir, exaustos
depois de um dia de muita correria e então o namorado
da minha irmã começa a falar que tem morcegos no forro
do galpão: “– Não estão escutando barulho de morcegos
e de lobos uivando?”. Como quase todas as crianças
tinham a mesma idade, ficavam com muito medo, virava
uma gritaria e todo mundo enfiado embaixo dos
cobertores, nem um fio de cabelo descoberto. Cada
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Serena Oliveira da Silva 30 Escola da URI
barulhinho que escutávamos era um susto, a mana
tentando dormir e eu não deixava, quase não dormíamos.
Outro momento engraçado que aconteceu foi
quando o namorado da mana pegou uma carroça velha e
pequena e “deu uma de cavalo”. Ele carregava as
crianças na carroça pelo campo, e a mana do lado dele
colhendo bergamota. Quando nós finalmente paramos de
andar de carroça ele estava morrendo de cansaço e nós
eufóricos, loucos para que chegasse o outro dia para
andarmos mais um pouco de carroça.
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Décimo capítulo
Avô Julio
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Serena Oliveira da Silva 33 Escola da URI
Quando minha irmã estava de férias da escola eu e
ela íamos no meu avô materno que mora três quadras da
nossa casa e passávamos quase a tarde toda na casa
dele. Como eu e a mana adoramos cachorros e meu avô
tem muitos, nós ficávamos brincando com eles.
Em algumas tardes nós íamos para lá, eu ficava
brincando com uma amiga que mora lá perto e a mana
ficava conversando com ele ou até brincando conosco,
era muito bom porque nós ríamos muito. Se tem coisa que
vou lembrar sempre, são das histórias engraçadas e das
gargalhadas do meu avô, são inesquecíveis.
O meu avô mora numa rua que é uma ladeira então
no lado da casa tinha uma ladeirinha. Olhando agora ela
parece pequena, mas naquela época, para mim, que era
criança, parecia muito grande. A mana sempre levava
algum brinquedo meu pra lá e uma vez ela levou uma
motoca toda rosinha com azul. Eu fiquei um tempão
andando de motoca lá sozinha, mas logo depois chegou
a minha amiga com a motoca dela e nós começamos a
andar juntas. A mana notou que nós já estávamos
cansadas de ficar andando pra lá e pra cá e teve a
brilhante ideia de nos ensinar a descer aquela ladeirinha.
o que foi engraçado é que ela subiu na motoca e desceu
a ladeira. O meu avô viu aquilo e falou que ela ficou
parecendo uma aranha gigante naquela motoca
minúscula.
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Serena Oliveira da Silva 34 Escola da URI
Todo final de ano nós vamos jantar na casa do vô
Julio, o reveillon da família é sempre lá.
Teve um ano que eu e a mana fomos de tarde para
a mana ajudar a arrumar as coisas para a noite. Eu, minha
amiga e meu primo, que naquela época devia ter uns
quatro anos, fomos brincar lá no pátio do fundo bem
pertinho de onde os adultos estavam
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Décimo primeiro capítulo
A escolinha
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Serena Oliveira da Silva 36 Escola da URI
Quando comecei a estudar na escolinha eu fiquei
muito feliz porque iria fazer novos amigos e também
porque quando a aula acabasse a Vó Nelci viria me buscar
e eu iria pra casa dela.
Nos primeiros dias de escolinha eu era muito tímida
e ficava quietinha no meu canto, sem falar com ninguém.
Nos próximos dias eu fui fazendo amizades e a minha
melhor amiga era a Manu. Ela era muito legal, nós duas
aprontávamos bastante e dávamos muita risada.
Na saída da escolinha, a Cris ou a Vó Nelci iam me
buscar e íamos para a casa da vó. Depois a mana e a
minha mãe chegavam para me levar pra casa.
Eu me lembro do primeiro dia de aula na escolinha
que, quando a mana e a mãe foram me buscar, a mana
começou a me fazer um questionário sobre como tinha
sido a aula, se eu tinha feito amigos, enfim, ela me
perguntou um monte de coisa eu nem sabia o que
respondia primeiro.
Quando eu já estava quase no último ano da
escolinha, a professora resolveu fazer uma peça da
“Branca de Neve” e eu iria interpretar a madrasta malvada
e estava muito ansiosa, não parava de falar nessa peça,
tagarelava o tempo todo e a mana não aguentava mais
me ouvir falando disso, as vezes eu falava de propósito só
para vê-la brava. Quando, finalmente chegou o dia da
peça, ela estava mais nervosa que eu. Acho que de tanto
eu falar antes, não tinha mais o que ficar nervosa no dia.
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Serena Oliveira da Silva 37 Escola da URI
Ao contrário, a mana queria até sair mais cedo de casa
pra não ter perigo de chegar atrasada.
No último ano na escolinha, no dia do meu
aniversário de cinco anos, minha mãe resolveu fazer uma
festinha para me despedir dos professores e dos colegas.
Foi muito legal, o tema da festa era de um filme de
princesa da Barbie e a decoração toda tinha sido feita pela
minha mãe e pela mana, estava tudo lindo.
No outro ano eu saí da escolinha porque já tinha
terminado a educação infantil e então teria que ir para uma
escola de ensino regular. Era bem criança ainda, mas
lembro bem do medo que sentia dessa novidade, porém
a mana estava sempre ali, me dando força e me
acalmando.
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Serena Oliveira da Silva 38 Escola da URI
Décimo segundo capítulo
Porto Alegre
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Serena Oliveira da Silva 39 Escola da URI
Quando a mana foi morar em Porto Alegre, uma
tristeza enorme tomou conta de mim e a minha mãe não
sabia como me consolar. Na escola eu chorava todo o
tempo, foram dias que eu só queria saber da mana. Com
o tempo a situação ficou mais fácil, começaram os
passeios, eu e minha mãe íamos visitar a mana, era muito
divertido, tudo era novidade.
Ao chegar em Porto Alegre eu queria ir direto
passear no shopping, muitos brinquedos, praça de
alimentação com muito sorvete, muitos doces, muita
novidade que “enchia os olhos”. Depois do lanche a mana
me levava para os brinquedos, carrossel, piscina de
bolinha, joguinhos, muita brincadeira, parecia um sonho.
A mana morava com o meu tio Jorge, casado com a
tia Érica. Minha tia era uma pessoa muito legal, divertida
e muito brincalhona, eles tinham um bebê lindo, o Vini.
Meus tios haviam acabado de construir a casa deles e
tinha ficado linda. Estar lá era sempre maravilhoso porque
os meus tios moravam em um condomínio. Eu fiz amigos
novos e o pessoal que morava no condomínio sempre
estava reunido, fazendo festas.
O tio tinha um cachorro grande, um pastor alemão
chamado Popó. A mana também tinha um cachorro, um
salsichinha chamado Billy, que aliás mora até hoje
conosco. O dois juntos faziam muita bagunça, corriam
pelo jardim, pulavam as plantas ou faziam túneis, o Billy
fazia pequenos buracos e o Popó para imitá-lo fazia umas
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Serena Oliveira da Silva 40 Escola da URI
“crateras” no jardim e por isso dava muita briga com eles
por causa disso. Eu jogava bola com os dois, corríamos
pelo pátio como se fôssemos três crianças brincando. Era
muito engraçado ver o Billy nas brincadeiras. Como é
pequeno, ele mordia o Popó, que saía andando com o
Billy pendurado no rabo dele. Em alguns momentos os
dois se desentendiam, um queria comer a ração do outro,
um ia tomar água no pote do outro. O Popó roía uns ossos
gigantes, o Billy tentava roubar, mas o osso era quase do
tamanho dele, e quando era o contrário, o Popó roubava
os ossinhos do Billy e quase engolia inteiro, e a briga
continuava, mas logo estavam correndo e brincando
juntos novamente.
Uma vez a mana me prometeu um passeio especial.
Fiquei muito curiosa e não parava de pedir para a mãe me
levar a Porto Alegre para ver o que era. Chegando lá,
ainda tive que esperar o outro dia para irmos, era um
passeio no zoológico. Fiquei felicíssima, corria de um lado
para o outro, via um bicho e enchia a mana de perguntas,
nem dava tempo de ela me responder e eu já estava
perguntando de outro, tudo era novidade. Lembro que
tinha bichinhos pequenos, pássaros coloridos,
macaquinhos pulando de um lado para o outro, dando
gritos uns com os outros. Depois tinha os animais
grandes, elefantes que para mim pareciam gigantes. As
onças, os leopardos e os javalis eu olhei de longe, davam
muito medo, os hipopótamos dormiam no sol, pareciam
pequenas montanhas no lago. Os aquários estavam
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Serena Oliveira da Silva 41 Escola da URI
cheios de peixes, coloridos que nadavam parecendo estar
dançando na água. Quando coloquei uma raçãozinha na
água todos vieram para comer, um cardume inteiro se
juntou, parecendo formar um peixe gigante. Na sala dos
répteis eu nem quis entrar, dei uma espiadinha da
porta...uiiii...dá arrepios, muita cobra, não cheguei nem
perto, até hoje tenho muito medo de cobras, imagina
quando era criança. Antes de ir embora, para a despedida,
fiz um passeio de pônei, como sempre gostei de cavalos,
fiquei realizada, andei pelo zoo a cavalo no pônei me
sentindo uma princesa.
Teve um outro passeio muito legal também. Fomos
para o sítio de um amigo do meu tio, onde tinha criação
de peixes. Eram vários lagos e havia em cada um deles
uma espécie de peixe. Nós colocávamos comida na água
para vê-los saltar, e assim fomos conhecendo cada tipo
de peixe que tinha lá. Mais tarde resolvemos pescar,
também brincamos de andar de pedalinho e de canoa em
um dos lagos que tinha muitos brinquedos para as
crianças.
Sempre que íamos visitar a mana tinha um passeio
especial. Um dia fomos passear no aeroporto, fiquei
maravilhada vendo o tamanho dos aviões, não conseguia
entender como eram tão grandes e conseguiam voar. Ao
chegarmos lá, entramos para conhecer, era tudo muito
bonito, muitas lojas, pessoas indo e vindo com muitas
malas, isso tudo me deixava muito curiosa, para onde será
Irmãs? Sim!!!... ...e gêmeas de coração!!!!
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que eles iam? Ou estavam vindo? Essa movimentação
dava vontade de viajar de avião e ver como era conhecer
as cidades do alto, o oceano, como será que é ver tudo lá
de cima?
Depois fomos ver a pista de pouso e decolagem,
acessamos pela passarela interna do aeroporto, era um
corredor enorme todo de vidro, dava para ver os aviões
bem de pertinho, todos coloridos, brilhavam ao sol, até
pareciam brinquedos gigantes.
Em outra viagem a Porto Alegre teve o aniversário
de um ano do meu primo e fomos comemorar todos
juntos, ajudamos na decoração e deixamos tudo perfeito.
Como toda festa de criança, tinha muita música,
brincadeiras, danças e muita coisa saborosa que, nós
crianças, “atacávamos” com vontade. Minha tia tinha
comprado um monte de marshmallow e enquanto todos
conversavam eu devorava um monte deles.
Irmãs? Sim!!!... ...e gêmeas de coração!!!!
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Décimo terceiro capítulo
Viagem a Caxias do Sul
Irmãs? Sim!!!... ...e gêmeas de coração!!!!
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Nós fomos viajar para Caxias do Sul, e eu, ainda
pequena, não entendia porque diziam: “vamos passear na
Serra Gaúcha”, perguntei pra mana e ela disse que em
seguida iria me mostrar porquê do nome “Serra Gaúcha”.
Quando começamos a ver morros, muitos morros, tinha
montanhas para um lado da estrada e penhascos para o
outro, daí eu entendi o que era serra. A paisagem era
linda, o sol aparecia e sumia por detrás das árvores
fazendo figuras luminosas, dava para brincar imaginando
desenhos feitos pela paisagem, algumas pareciam
pássaros a voar, outras pareciam pequenos animais
correndo, as vezes pareciam monstros com grandes
braços, e assim a viagem passou e chegamos em Caxias
do Sul.
Passeamos por vários lugares lá, fomos a muitas
feiras de roupas. Eu sinceramente não gostei muito, a
mana e minha mãe me fizeram provar blusões, casacos,
palas, blusões, isso foi muito cansativo, gostei mesmo foi
quando fomos no shopping, lá sim tinha as atrações que
toda criança gosta.
Mais tarde o nosso passeio continuou e fomos para
a UCS – Universidade de Caxias do Sul – lá também era
tudo muito grandioso, grandes pavilhões, tinha até ônibus
dentro do campus para transporte das pessoas.
Passeamos bastante pelo pátio, tinha um mini zoológico,
com os animais que os cursos da área de ciências
estudam. Segundo a mana me disse, tinha também a área
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de répteis, que eu continuava não gostando de olhar.
Gostei de ver o museu, tinha exposto pássaros
empalhados, uma coleção de pedras coloridas, alguns
fósseis e materiais antigos coletados pelos alunos e
professores. O passeio foi muito legal.
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Décimo quarto capítulo
Férias na praia
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Não lembro de ter sentido tanta ansiedade, quanto
quando fiz minha primeira viagem de férias para a praia
de mar, de avião. Foi tudo muito planejado, horas
separando o que levar, a mana sempre me
recomendando, não esquece o protetor, não esquece
hidratante...colocou tudo na mala? Pegou o teu
documento e a autorização com a mãe? Coloca remédio
para enjôo na mochila! Pega o carregador de celular!
Sempre me cuidando, sempre com o mesmo carinho de
mãe que me cuidava. Enfim malas prontas, muitas malas,
a gente sempre exagera, tudo pronto e partimos para as
férias.
A viagem até Porto Alegre de ônibus para embarcar
no avião foi a mais demorada da minha vida, de tão
ansiosa que estava. Chegamos, check-in pronto e espera.
Parece que não passava o tempo, mas, finalmente
chamaram nosso voo. Entramos no avião, as
recomendações de praxe e imagens com as instruções
são um pouco assustadoras para uma “marinheira de
primeira viagem”. Mas passou logo o medo, era tudo
novidade e impressionante, ver as nuvens tão pertinho e
sobrevoar as cidades vendo tudo tão pequeninho lá
embaixo é inesquecível.
Tivemos que pegar dois aviões para finalmente
chegar a Salvador. Quando finalmente chegamos, meus
tios estavam nos esperando bem na porta do aeroporto,
colocamos todas as nossas malas dentro do carro e fomos
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para o condomínio onde meu tio morava. Chegando lá
meu primo estava nos esperando. Fazia pouco tempo que
ele tinha ido morar em Salvador, ainda moravam em um
apartamento bem pequeno para os três: tio Jorge, tia Érica
e o Vini, então um amigo do meu tio, que estava viajando,
emprestou o apartamento pra gente ficar, eu, a mana e o
marido dela.
Nosso primeiro passeio foi para conhecer a bela
cidade turística de Salvador, começamos pelo
conhecidíssimo centro histórico, visitamos as lindas
igrejas e as feiras gigantescas de artesanato. Em uma
dessas feiras eu fiz tererê no meu cabelo. Claro que não
deixamos de fazer muitas fotografias com as tradicionais
baianas em seus trajes típicos, comer acarajé, tapioca
recheada e tomar muita água de coco.
Continuando o passeio fomos até o Elevador
Lacerda que é o primeiro elevador urbano do mundo, meu
tio me falou que quando foi inaugurado, era o mais alto do
mundo, com 63 metros. Quando fomos andar, eu quase
morri de medo pois era muito alto mesmo. Mas o passeio
valeu a pena porque a vista do alto do elevador é
deslumbrante, inclusive vi lá de cima a feira onde
tínhamos acabado de sair.
Em seguida fomos até a Igreja de Nosso Senhor do
Bonfim, com seu muro de fitas, toda a igreja é cercada por
um muro de grade onde as pessoas fazem seus pedidos
e amarram uma fita em homenagem ao santo. Os muros
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são todos muito coloridos, com todas aquelas fitas
esvoaçantes.
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Passeamos muito pela cidade, mas claro, eu estava
muito ansiosa para conhecer as praias, andamos,
andamos e a praia ficou para o dia seguinte, para minha
decepção.
Acordamos com um sol brilhante entrando pela
janela do quarto, imaginei que já era muito tarde, quando
vi que ainda eram seis horas da manhã fiquei admirada,
não entendia muito bem ainda a diferença dos horários.
Tomamos café da manhã e partimos para o tão
esperado passeio na praia, chegando lá pude ver a beleza
de tudo, a primeira praia que fomos era de águas calmas
que formam piscinas naturais na maré baixa, ideal para
nós pequenos brincar em segurança.
Toda a orla é belíssima e tem muitos bares,
quiosques, baladas e restaurantes, em todos os seus
arredores, o que torna a região uma das mais visitadas.
Eu podia ouvir vários idiomas entre as pessoas por lá,
alguns eu não entendia nada do que estavam falando.
Visitamos muitas praias, passeamos pela Bahia e
pelos estados vizinhos. Um outro passeio muito legal, foi
o que fizemos pelos cânions do Rio São Francisco. O
passeio começa na cidade de Canindé de São Francisco,
na divisa entre os estados de Sergipe e Alagoas. O guia
explicou que o enorme lago surgiu com a construção da
represa para a usina hidrelétrica. A paisagem da região é
espetacular. Os paredões rochosos que circundam o lago
foram formados há milhões de anos, e por lá foram
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encontrados vestígios de ocupação humana pré-histórica,
como pinturas rupestres e fragmentos de cerâmica de
mais de 8000 anos!
A região ainda é cercada de lendas sobre o Virgulino
Ferreira da Silva, vulgo o cangaceiro Lampião, que há
muitos anos trilhava essa região com seu bando. Foi por
essas bandas que, segundo as histórias contadas,
Lampião e seu bando foram mortos em uma emboscada
policial.
Lindas paisagens sertanejas, curiosas, imponentes
formações rochosas e uma tonalidade de água verde. É
assim que me lembro – com muito carinho e admiração –
do passeio de catamarã pelos cânions do Rio São
Francisco, ainda mais que essa foi a primeira vez que
andei de barco, com certeza não dá para esquecer.
Decididamente foram os melhores dias e a melhor
das férias que eu e a mana já tivemos.
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Décimo quinto capítulo
Vamos ter mais uma integrante na família!
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E um belo dia nós descobrimos que a nossa família
iria aumentar, a mana estava grávida! De todos da casa
eu fui a última a saber porque ela queria fazer uma
surpresa para mim. Quando ela me contou fiquei feliz da
vida, dava pulos de felicidade.
Começamos os preparativos, tudo com muita
atenção e muito carinho, foram muitos dias de
preparativos, roupinhas, berço, carrinho, fraldas.e eu
sempre junto. Às vezes batia uma pontinha de ciúmes,
mas passava logo. Adorava quando tinha as fotos, a mana
estava muito linda com aquele barrigão.
No dia do ultrassom para descobrir se era menino ou
menina claro que eu fui junto. Chegando lá, esperamos
um pouco e chamaram para o exame. Normalmente só
entram os pais, mas como a médica era nossa amiga,
deixou que eu entrasse junto. Começou o exame e eu
fiquei impressionada e muito surpresa. Não sabia que
dava para ver o bebezinho tão perfeito na tela, e o
coraçãozinho batendo tão alto, era emocionante. A
doutora Cibele perguntou:
- Como será o nome se for menino?
- Miguel, respondeu a mana.
- E se for menina?
- Julia, foi a resposta.
- Então a Julia será uma menina bem saudável!
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Todos nós ficamos felizes e fomos para o serviço da
mãe para contar a ela. A mana pediu para eu não ir
correndo, para irmos juntas, eu disse que ia só um
pouquinho na frente, mas não aguentei a ansiedade e saí
correndo na frente até o serviço da mãe para dar a notícia
em primeira mão. Chegando lá falei bem rápido:
- É uma guriazinha, não conta para a mana que eu
já te contei!
A mana chegou lá e contou, a mãe fingiu cara de
surpresa, o que importava mesmo é que todos nós
estávamos muito felizes.
E o tempo passa rápido, estava quase na época da
Julia nascer, mas a apressadinha nasceu dezoito dias
antes.
Dia 01 de julho é o aniversário do nosso avô Júlio,
fomos lá para jantar com ele, a Aida que é a esposa do
meu avô ficou dizendo que a barriga da mana já mostrava
que o bebê estava para nascer, a mana não deu muita
importância e aproveitou bem o jantar, ao sairmos de lá a
Aida ainda insistiu que era para ligarmos assim que o
nenê fosse nascer, que não iria passar daquela noite. E
não passou mesmo!
Era madrugada, o meu cunhado bateu calmamente
na porta do quarto da mãe:
- Dona Nair, a Sarine não está bem, acho que temos
que levá-la para o hospital.
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E foram, não demorou muito e a Julia nasceu,
prematura, numa noite muito fria, mas bem saudável a
nossa bebê.
Eu ainda não podia entrar no hospital, tive que ficar
esperando pacientemente em casa, morrendo de
ansiedade. Quando elas vieram para casa eu finalmente
pude pegar no colo minha sobrinha, um pequenino
encanto de bebê, e para eu ficar ainda mais feliz a mana
pediu para eu ser dinda dela.
A Julia é uma “figurinha” de pessoa, super esperta,
está sempre em busca de novidades, brinquedo novos,
adora dançar, sempre pede para eu colocar uma música
para dançarmos juntas. Adora brincar na água, como eu
e a mana. Quando eu estou por perto ela está sempre me
chamando, perguntando, pegando meus materiais para
desenhar. Cresce muito rápido, precisamos prestar
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atenção para não perder os detalhes de cada fase dessa
menina linda, nossa princesa, como ela diz, ela é uma
princesa e a mamãe uma rainha.
E assim continuamos sempre juntas, agora a mana
tem “duas” filhas, vivemos sempre “grudadinhas”.
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Biografia Serena Oliveira da Silva
Nascida em 21 de dezembro
de 2005.
Estudante da Escola de
Educação Básica da URI –
Santiago (RS).
Filha de Ilvando Pereira da
Silva e Nair Oliveira da Silva.
Natural de Santiago – RS.
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