Seminário UEPB Mídia, Cultura e Imaginário Urbano.

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Seminário: Sujeitos da Juventude, mídia e escola Texto – base de Teruya, Felipe e Takaya.

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Seminário: Sujeitos da Juventude, mídia e escola

Texto – base de Teruya, Felipe e Takaya.

IntroduçãoHá uma indefinição do sujeito da juventudeConceito de juventude como fase de

instabilidade.Décadas de 1960 – 1970 é o momento X da

crise de valores e conflitos de gerações.O texto aborda as relações possíveis entre os

sujeitos da juventude, a escola e as mídias.

Quem são os sujeitos da juventude

Ao longo do século XX muitas pesquisas apontam sobre a cultura juvenil.

SPOSITO aponta “Essas pesquisas, em certa medida, direcionam o nosso olhar sobre os jovens que ocupam o espaço escolar” (1997).

Segundo pesquisa publicada na Revista Veja, n. 818 de 1984, encomendada pela agência de publicidade McCann-Erickson. Juventude brasileira faixa etária 15 aos 24 anos (idade escolar 2º grau e 3º grau). Revelou jovens mais conservadores do que se imaginavam.

(...) condena a infidelidade conjugal. Condena o homossexualismo. Tem dúvidas sobre de o aborto deve ou ser liberado. E, quanto à educação que vem recebendo, embora ache às vezes os pais se metem demais na vida dos filhos, afirma que não tem outro modelo a oferecer: dará a seus filhos a mesma educação que vem recebendo em casa. (VEJA, 1984, p.52).

Goulart e Santos (2011). Cinco perfis de jovens: Integrado, contestador, conservador, moderno e independente. Cultura Juvenil é composta por inúmeras experiências e vivências.

Essas culturas juvenis oportunizam os pedagogos e pesquisadores da educação questionar as relações entre jovens e as mídias e quais suas relações com o espaço escolar (LIBÂNEO, 2006).

Para Cerrano (2005), os profissionais da educação precisam compreender as modificações das relações sociais, percebendo como as práticas – tanto pedagógicas quanto juvenis – estão inseridas nesses contextos.

A escola é um espaço que pode ser compreendido como um espaço para os diferentes discursos que se integram e se relacionam.

Os sujeitos da juventude que se relacionam nos espaço escolar, segundo Libâneo (2006), são indivíduos que têm interesses, mas compartilham os discursos perpassados pelas mídias e que possuem relações de pertencimentos a diferentes grupos, sociais, políticos.

Os Sujeitos da Juventude nos Discursos das Mídias.

1. “Como as estruturas midiáticas utilizadas no espaço escolar oferecem um conceito de cultura juvenil, na medida em que pluraliza as diversas formas de organização dos sujeitos da juventude.” (p. 79)

1.1. Libâneo (2006): pontos que caracterizam o funcionamento e a repercussão da mídia.

a) “Homogeneização cultural – que influencia os gostos das pessoas...na indução ao consumo, na fragmentação da realidade... e o empobrecimento da capacidade de compreensão;”(p.80)

b) “Virtualidade da mídia – visibilidade de conceitos abstratos por meio de metáforas midiáticas. Os recursos midiáticos podem ser utilizados para desenvolver imagens com grande potencial pedagógico no processo ensino e aprendizagem.” (p.80)

1.2. Daryell (2007)a) Os jovens têm suas vivências e

experiências representadas nos produtos midiáticos como as músicas, danças, os vídeos, as propagandas e as revistas que caracterizam suas formas de expressão.

b) As práticas culturais não são homogêneas e se orientam conforme as coletividades juvenis e são capazes de processar as múltiplas influências externas e internas com interesses e negociações.

1.3. Utilizar a mídia no espaço escolar como mediadora para a produção de conhecimento ou como suporte para apresentação de eventos sociais, políticos, culturais, físicos e mentais são duas das muitas possibilidades para se articular os usos da mídia e seus produtos para o processo de ensino e aprendizagem.

1.4. Devemos buscar a mídia como um outro campo de saberes permitindo ver a cultura juvenil inserida em outras modalidades narrativas, para além da representação da rebeldia.

1.5. “Nas imagens midiáticas existem enredos midiáticos e diálogos midiáticos que contemplam os diferentes sujeitos da juventude que passam por situações diversificadas de possibilidades para que o indivíduo possa se transformar com as “práticas de si” trazidas por Foucault. Essa transformação adquire um sentido de formação, porém vista como “uma operação que se dá para além do institucional escola, igreja e família...” (P.80)

Juventude na mídia e as possibilidades pedagógicas

 Escola como espaço de mediação de discursos;

É no espaço escolar que ocorre o intercruzamento de culturas;

Educadores têm que repensar suas ações e tarefas, levando em consideração as culturas e espaços para reflexão e diálogo entre as diferenças;

A tarefa do educador é oportunizar relações entre discursos dos sujeitos, discursos escolares e midiáticos;

Além do contexto midiático, a identidade juvenil é formada por diversos fatores (socioculturais, físicos e sociais);

O papel do professor é respeitar as diversidades, orientar e formular objetivos para fomentar a construção da identidade dos jovens, bem como fazer com que compreendam as relações entre ele, o professor e o mundo;

A educação deve ser vista pelos jovens como uma oportunidade de compreender o mundo, a realidade e transformá-la;

A escola deve desenvolver a capacidade de pensar a realidade e intervir nela por meio da cultura, não se pode criar estereótipos preconceituosos nem engessar a liberdade do aluno;

Escola enquanto espaço de síntese;Os sujeitos da juventude conhecem o espaço

escolar e midiático, mas não pertencem a nenhum deles;

O espaço escolar é invadido pela vida juvenil (looks, grifes, amores, amizades);

É necessário que se estabeleça uma relação entre as possibilidades do ser jovem e as possibilidades do ser aluno;

Os sujeitos da juventude precisam de profissionais da educação que ofereçam oportunidades para as negociações entre as identidades e os territórios a serem desenvolvidos.

ConclusãoAs relações dos sujeitos da juventude são

complexas e exigem compreensão das culturas juvenis (inúmeros saberes que se combinam, rejeitam e se complementam).

Os jovens se percebam – ao incorporar a mídia como artefato cultural – sujeito histórico.

Os sujeitos da juventude deve refletir sobre sua relação de pertencimento com o ambiente escolar, questionando, problematizando e tensionando a ação pedagógica.

Referências FELIPE, Delton Aparecido; TAKARA, Samilo;

TERUYA, Teresa Kazuko. Sujeitos da juventude, mídia e escola. In: Mídia, cultura e imaginário urbano. João Pessoa: UEPB, 2013. pp. 77 – 83.