SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ … · “Que em todo o mundo se reco-nheça cada...

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16 janeiro 2020 Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS BRAGA TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano XCI – N.º 4500 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Página 4 Papa sublinha importância de preservar «projeto europeu» O Papa afirmou no Vaticano a importância de preservar o “pro- jeto europeu” que permitiu a recuperação da paz, após a II Guerra Mundial, num encontro com os membros do corpo diplo- mático acreditados junto da Santa Sé. “O projeto europeu continua a ser uma garantia fundamental de desenvolvimento para quem faz parte dele há algum tempo e uma oportunidade de paz, depois de turbulentos conflitos”, indicou Francisco, na sala régia do Palácio Apostólico. Numa intervenção com cerca de 50 minutos, o Papa deixou votos de que a Europa não perca o “sentido de solidariedade” que a carateriza e promova uma “cons- trução inclusiva”, O primeiro pontífice latino-ame- ricano na história da Igreja Católica apontou a Europa como “exemplo de hospitalidade e equidade social”. O Papa evocou depois o 30.º aniversário da queda do Muro de Berlim, sinal “emblemático duma cultura da divisão”, que afasta as pessoas e abre caminho ao “extremismo e à violência”. Vemo-lo cada vez mais na lin- guagem de ódio amplamente usada na internet e nos meios de comunicação social. Às barreiras do ódio, preferimos as pontes da reconciliação e da solidariedade”. Francisco convidou a manter as intuições dos “pais fundadores da Europa moderna”, com valo- res de referência promovem a coesão, num processo “frágil”. A intervenção usou a imagem do incêndio da Catedral de Notre Dame, em Paris, para sublinhar como pode ser “fácil destruir até o que parece sólido”, pedindo a conservação dos “valores his- tóricos e culturais da Europa e das raízes nas quais a mesma se fundamenta”. A intervenção evocou alguns dos conflitos que persistem no Velho Continente, como situações relativas aos Balcãs ocidentais e ao Cáucaso meri- dional, nomeadamente a Geórgia, além do Chipre. O Papa falou também das crises na América, com “graves conse- quências socioeconómicas e humanas”, lembrando especial- mente a Venezuela para pedir “uma cultura do diálogo em prol do bem comum” e o respeito pelo estado de direito, “a fim de prevenir deslizes antidemocráticos, po- pulistas e extremistas”. O discurso encerrou-se com uma saudação às mulheres, 25 anos depois da IV Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Mu- lher, realizada em Pequim. “Que em todo o mundo se reco- nheça cada vez mais o precioso papel das mulheres na sociedade e cessem todas as formas de in- justiça, desigualdade e violência contra elas”, disse Francisco. A Santa Sé tem relações diplo- máticas com mais de 180 nações – entre as exceções estão países como a Coreia do Norte, a China e a Arabia Saudita–, além de outras instituições internacionais, como a Soberana Ordem Militar de Malta e a União Europeia. As relações entre a República Portuguesa e Santa Sé são atual- mente reguladas pela Concordata assinada em maio de 2004. Fonte: Ecclesia Cardeal D. António Marto reforça aposta no acompanhamento de católicos divorciados Diocese de Beja recorda contributo de congregações religiosas em 250 anos de história Página 4

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16 de janeiro de 2020

16janeiro2020

Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRAPreço 0,50 • c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

BRAGATAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno XCI – N.º 4500

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

Página 4

Papa sublinha importânciade preservar «projeto europeu»

O Papa afirmou no Vaticano aimportância de preservar o “pro-jeto europeu” que permitiu arecuperação da paz, após a IIGuerra Mundial, num encontrocom os membros do corpo diplo-mático acreditados junto da SantaSé.“O projeto europeu continua aser uma garantia fundamental dedesenvolvimento para quem fazparte dele há algum tempo e umaoportunidade de paz, depois deturbulentos conflitos”, indicouFrancisco, na sala régia do PalácioApostólico.Numa intervenção com cerca de50 minutos, o Papa deixou votosde que a Europa não perca o“sentido de solidariedade” que acarateriza e promova uma “cons-trução inclusiva”,O primeiro pontífice latino-ame-ricano na história da IgrejaCatólica apontou a Europa como“exemplo de hospitalidade eequidade social”.O Papa evocou depois o 30.º

aniversário da queda do Muro deBerlim, sinal “emblemático dumacultura da divisão”, que afastaas pessoas e abre caminho ao“extremismo e à violência”.Vemo-lo cada vez mais na lin-guagem de ódio amplamenteusada na internet e nos meiosde comunicação social. Àsbarreiras do ódio, preferimosas pontes da reconciliação e dasolidariedade”.Francisco convidou a manter asintuições dos “pais fundadoresda Europa moderna”, com valo-res de referência promovem acoesão, num processo “frágil”.A intervenção usou a imagem doincêndio da Catedral de NotreDame, em Paris, para sublinharcomo pode ser “fácil destruir atéo que parece sólido”, pedindo aconservação dos “valores his-tóricos e culturais da Europa edas raízes nas quais a mesma sefundamenta”.A intervenção evocou algunsdos conflitos que persistem no

Velho Continente, comosituações relativas aos Balcãsocidentais e ao Cáucaso meri-dional, nomeadamente a Geórgia,além do Chipre.O Papa falou também das crisesna América, com “graves conse-quências socioeconómicas ehumanas”, lembrando especial-mente a Venezuela para pedir “umacultura do diálogo em prol do bemcomum” e o respeito pelo estadode direito, “a fim de prevenirdeslizes antidemocráticos, po-pulistas e extremistas”.O discurso encerrou-se com umasaudação às mulheres, 25 anosdepois da IV Conferência Mundialdas Nações Unidas sobre a Mu-lher, realizada em Pequim.“Que em todo o mundo se reco-nheça cada vez mais o preciosopapel das mulheres na sociedade ecessem todas as formas de in-justiça, desigualdade e violênciacontra elas”, disse Francisco.A Santa Sé tem relações diplo-máticas com mais de 180 nações– entre as exceções estão paísescomo a Coreia do Norte, a China ea Arabia Saudita–, além de outrasinstituições internacionais, comoa Soberana Ordem Militar deMalta e a União Europeia.As relações entre a RepúblicaPortuguesa e Santa Sé são atual-mente reguladas pela Concordataassinada em maio de 2004.

Fonte: Ecclesia

Cardeal D. AntónioMarto reforça apostano acompanhamento

de católicosdivorciados

Diocese deBeja recordacontributo decongregaçõesreligiosas em250 anos de

históriaPágina 4

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16 de janeiro de 2020SOCIEDADE2 – Notícias de Beja

Preocupaçõese sonhos

Iniciamos o novo ano comsinais inquietantes, vindos doMédio Oriente e principal-mente, com a tensão entre osEstados Unidos da Américae o Irão.Sem a contensão, alimentadapelo diálogo e o respeito pelaordem internacional, a opçãopela guerra torna-se sempredestruidora e, por mais queseja avaliada antes do seucomeço, nunca sabemos atéonde ela leva e quandoacabará.Na noite da operação deretaliação pela morte dogeneral iraniano QassemSoleimani, num ataque orde-nado por Donald Trump, umavião ucraniano caiu no Irão,acidentalmente abatido porum míssil antiaéreo iraniano,de acordo com fontes oficiaisdo Pentágono e dos serviçosde inteligência dos EstadosUnidos da América e doIraque. Entre as vítimasmortais do acidente há cida-dãos de vários países: Irão(83), Canadá (63) Suécia(10), Afeganistão (4), Ale-manha (3) e do Reino Unido(3), para além de nove ele-mentos da tripulação e doispassageiros de nacionalidadeucraniana. Na verdade, econforme foi admitido pelaspróprias autoridades do Irão,tratou-se de uma tragédiaque atingiu todos os ocu-pantes do voo e suas famílias.Face a esta ou outras tragé-dias, ninguém poderá ficarinsensível, sendo dever detodos respeitar o luto esofrimento das famílias.Paralelamente a estes factosoutras realidades colocamem risco a estabilidade no

Editorial

António Novais Pereira, Diretor

Médio Oriente: Os refu-giados da Síria, a crisehumanitária no Iémen, afalta de paz entre Israel e aPalestina e os conflitos naLíbia, agravados pelas in-cursões de grupos extre-mistas e novas escaladas deviolência. O Papa Fran-cisco, na apresentação decumprimentos de Ano No-vo, por parte dos represen-tantes diplomáticos acre-ditados junto da Santa Sé,alertou para estas realida-des, originadoras da “explo-ração e tráfico de sereshumanos, alimentado porpessoas sem escrúpulosque exploram a pobreza e osofrimento daqueles quefogem de situações de con-flito ou de pobreza extre-ma”. Referiu ainda que“muitos arriscam a vidaem perigosas viagens porterra e sobretudo por mar.Com mágoa, continua-sea constatar como o MarMediterrâneo permaneceum grande cemitério. Porisso, é cada vez maisurgente que todos os Es-tados se responsabilizempor encontrar soluçõesduradouras”.Estas realidades, bem pre-sentes na humanidade dehoje, faz-nos pensar naatualidade das palavras deJ. Kennedy: “Ou a huma-nidade põe fim à guerra,ou a guerra acabará coma humanidade”. Por outrolado, oxalá nenhuma loucurado mundo nos impeça desonhar, como M. LutherKing, de que “os homens umdia se levantarão e compre-enderão enfim que foramfeitos para viver juntoscomo irmãos, (…) que umdia a guerra acabará”.O erro cometido e que levouà queda de mais um avião,com a perda total de vidasalerta-nos quanto à respon-sabilidade pessoal de cada umno cumprimento atento, rigo-roso e responsável do seudever porque, quando menospensamos, qualquer distraçãoou negligência pode atentarcontra a própria vida dosnossos semelhantes.

QUEBRAR A ESPIRAL DA VINGANÇA

Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz

Poucos dias passaram desde acelebração do Dia Mundial daPaz, a 1 de janeiro, no âmbito daqual foi publicada a habitualmensagem do Papa, onde, entreoutras ideias, se acentuava anecessidade de abandonar aespiral da vingança para construirum futuro de paz, e o mundointeiro assiste hoje, no que serefere ao agravamento do jálongo conflito entre os EstadosUnidos e o Irão, a uma demons-tração notória do que representaessa espiral de vingança com assuas desastrosas consequên-cias. Trata-se de uma espiral quesupõe uma acumulação cres-cente de danos cada vez maisgraves e que não terá fim en-quanto se mantiver a mesmalógica da resposta ao mal com ummal ainda maior, em que predo-minam a desumanidade e tambéma irracionalidade.

Assistimos ao uso da mais avan-çada tecnologia para a prática demortes seletivas, para dessemodo vingar a prática de outrasmortes. Estamos longe de qual-quer lógica de legítima defesaperante um ataque em execuçãoou iminente. E também nãopodemos falar em exercício dajustiça, porque esta não se con-funde com a vingança. O respeitopela vida humana impõe-se mes-mo perante quem seja respon-sável pela prática de outroscrimes. Há que deixar claro queesta prática não pode apoiar-senem na ética, nem no direitointernacional. A irracionalidade que supõe aespiral da vingança leva a queneste conflito todos percam eque se retroceda no controlo danão proliferação do armamentonuclear, no combate ao terro-rismo, ou na democratização do

Médio Oriente.Como sempre, são populaçõesalheias ao conflito as que maissofrem. As populações do Mé-dio Oriente, já de há muitovítimas de sucessivas guerrase violências (com crescentesvagas de refugiados internos eexternos), veem ainda maisagravada a sua situação.Muitos cidadãos do mundointeiro, e também muitos comen-tadores, assistem a esta situaçãocomo se nada pudessem fazerpara a modificar. Mas, pelomenos, podemos denunciar alógica perversa da espiral davingança, a sua imoralidade e asua irracionalidade. É o que aComissão Nacional Justiça e Pazquer fazer com esta nota de apeloa que se quebre essa espiral davingança.

Lisboa, 09 de janeiro de 2020

O Estado deve apoiar a Imprensa

Paulo Ribeiro*

O acesso à informação, coma difusão dos meios digitais,veio alterar o padrão deconsumo de notícias e a formacomo podem gerar proveitospara as empresas jornalís-ticas. Este assunto ganhouparticular atenção no anopassado, após o Presidente daRepública ter alertado para agrave crise que afecta acomunicação social, em par-ticular a imprensa, defen-dendo que o Estado deveencontrar soluções que per-mitam ajudar a viabilizar umsector que é um dos sus-tentáculos da democracia.Segundo Marcelo Rebelo deSousa, o desaparecimento dejornais e revistas irá causarum impacto muito negativo na

forma como vivemos emsociedade: livre, democráticae plural. Não podia estar maisde acordo, pois trata-se deuma postura séria, ponderadae corajosa que teve perante ospartidos políticos, porque o queestá em causa é a sobre-vivência dos jornais, como aAIC - Associação de Im-prensa de Inspiração Cristã ea API – Associação Por-tuguesa de Imprensa têmvindo, lado-a-lado, a alertar opaís.Contudo, a discussão em tornoda forma como o Estado deveapoiar a imprensa tem geradomuitos equívocos e opiniõesmal formadas sobre as pro-postas que estão em cima damesa. A AIC apresentou naAssembleia da República e atodos os partidos um conjuntode 10 medidas que podem edevem ter uma intervençãoestatal sobre o sector. Ne-nhuma delas compromete aindependência dos títulos,antes pelo contrário, porquesão ajudas indirectas e que, emprimeira linha, beneficiarão oleitor e o anunciante, ou seja,o contribuinte: dedução, emsede de IRS, das assinaturasde jornais e revistas; ma-joração, em sede de IRC, dasdespesas com publicidade na

comunicação social regional elocal; alteração da Lei daPublicidade Institucional (dosorganismos públicos) para quea mesma seja efectivamentecumprida e chegue a todo opaís; e o reforço do incentivoà leitura através da expediçãopostal.As outras propostas que aAIC apresentou passam pelocombate às ‘fake news’, àerradicação da iliteracia,propaganda eleitoral, valo-rização ambiental e publici-dade obrigatória de actospúblicos que são relevantespara as comunidades locais,nomeadamente do ‘Portugal2020’.

A Imprensa tem um deverconstitucional e um papelinsubstituível nas suas comu-nidades. Há muitos concelhosque já não têm um jornal. Nãotenho dúvidas de que estãomais pobres porque as popu-lações estão mais despro-tegidas e o debate demo-crático ficou irremediavel-mente diminuído. É este ofuturo que queremos para asgerações vindouras? Eu não.

*Presidente daAIC - Associação de Imprensa

de Inspiração Cristã

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16 de janeiro de 2020 RELIGIÃO Notícias de Beja – 3

II Domingodo Tempo Comum

O nosso Domingo

Ano A19 de janeiro de 2020

Leitura do Livro de Isaías

Disse-me o Senhor: «Tu és o meu servo, Israel, por quem manifestareia minha glória».E agora o Senhor falou-me, Ele que me formou desde o seio materno,para fazer de mim o seu servo, a fim de Lhe reconduzir Jacob e reunirIsrael junto d’Ele. Eu tenho merecimento aos olhos do Senhor, eDeus é a minha força.Ele disse-me então: «Não basta que sejas meu servo, pararestaurares as tribos de Jacob e reconduzires os sobreviventes deIsrael. Vou fazer de ti a luz das nações, para que a minha salvaçãochegue até aos confins da terra».

I Leitura

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, João Baptista viu Jesus, que vinha ao seu encontro,e exclamou: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.É d’Ele que eu dizia: ‘Depois de mim vem um homem, que passou àminha frente, porque era antes de mim’. Eu não O conhecia, masfoi para Ele Se manifestar a Israel que eu vim baptizar na água».João deu mais este testemunho: «Eu vi o Espírito Santo descer doCéu como uma pomba e permanecer sobre Ele. Eu não O conhecia,mas quem me enviou a baptizar na água é que me disse: ‘Aquelesobre quem vires o Espírito Santo descer e permanecer é que baptizano Espírito Santo’. Ora, eu vi e dou testemunho de que Ele é oFilho de Deus».

Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo

António Aparício

«Farei de ti a luz das nações, para que sejas a minha salvação»

Is 49, 3.5-6

Em cada eucaristia, momentosantes da comunhão, a Assem-bleia e o celebrante principal, emdois momentos sucessivos, evo-cam as palavras de João Batistano Jordão: «Eis o Cordeiro deDeus, que tira o pecado domundo» Que lembramos e profes-samos? Vamos tentar descobrir.

1 – Na primeira leitura destesegundo domingo do TempoComum - o Batismo do Senhorfez as vezes do primeiro - lê-se osegundo poema do “Servo deDeus”, do “Servo sofredor”, deIsaías, o qual nos descreve a suavocação. Foi chamado desde oseio materno «a fim de Lhereconduzir Jacob e reunir Israeljunto d’Ele. Deus é a minhaforça. […] Vou fazer de ti a luzdas nações, para que a minhasalvação chegue até aos confinsda terra». Este Servo de Javé quemorre para expiar os pecados doseu povo, aparece «como umcordeiro levado ao matadouro,como uma ovelha muda diantede quem a tosquia, sem abrir aboca» (Is 53,7). Quem é este“Servo”? Israel, como é referidono início da leitura? Jeremias?Outro profeta? O resto fiel? Umacoisa é certa. A Igreja primitivainterpretou este Servo, como umaprofecia pascal de Jesus. Porisso, na segunda, terça, quartae sexta-feira da semana santa,lêem-se os quatro poemas doServo Sofredor de Isaías: 42,1-8; 49,1-6: 50, 4-9a e 53, 1-12,respetivamente.

2 – Este Servo de Javé de Isaíasé, assim, apresentado por João,no Jordão: «Eis o Cordeiro deDeus, que tira o pecado do

Evangelho

O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós.Àqueles que O receberam deu-lhes o poder de se tornarem filhos deDeus.

Jo 1, 14a.12ª

Jo 1, 29-34

«Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo»

Aleluia

mundo». O símbolo do “Cordeirode Deus” consta de algumaspassagens do Antigo Testa-mento, como profecias da Páscoade Jesus. No quarto poema éapresentado com aquele “quecarrega com os pecados domundo” (Is 53,7). No Êxodo, osfilhos de Israel são salvos damorte, graças ao sangue docordeiro assinalado nas vergasdas portas. Na ceia pascal ali-mentou o seu povo, como ritualda passagem da escravidão paraa liberdade, rumo à Terra Pro-metida. As ervas e as amêndoasamargas, o pão ázimo, o vinho daalegria, as abluções rituais, a rezados salmos, fizeram de Israel,escravo, disperso e perdido, osantuário, o domínio, o povo deDeus. João diz duas vezes, «eunão O conhecia» e conta a suaexperiência, como entrou noconhecimento mais profundo domistério escondido / revelado eme por Jesus: «Eu vi o EspíritoSanto descer do Céu, como umapomba e permanecer sobre Ele.Eu não o conhecia, mas quemme enviou a batizar na água éque me disse: Aquele sobre quemvires o Espírito Santo descer epermanecer é o que batiza noEspírito santo. Ora eu vi e doutestemunho de que Ele é o Filhode Deus». João recebeu umarevelação no Jordão. Conhecia oprimo, mas não Aquele onde morae permanece o Espírito Santo, oMessias segundo os seus con-ceitos, e não o Servo sofredorque tira o pecado do mundo, oProfeta que havia de vir e não oFilho de Deus. João dá um saltono seu conhecimento. Passa dovisível ao invisível, do sinal aosignificado, do factível à suainterpretação. A fé é caminho deconversão, de descoberta, deprocura e leitura da própria

história à luz do Espírito Santo.Mesmo entre nós humanos, quehá muito vivemos e convivemos,há pessoas que, em momentoscruciais, revelam uma dimensãonunca suspeitada, totalmentedesconhecida. O que nos leva adizer: «Eu não o conhecia»!

3 – Fernando Armelline sublinhaque a decida do Espírito Santosobre Jesus, em forma de pomba,não só simboliza o fim da con-denação universal, como anun-ciou o termo da catástrofe dodilúvio no tempo de Noé, mastambém que a pomba vem repou-sar no seu ninho, o coração deJesus, aonde desce e ondepermanece. Este é o segredo davida espiritual e verdadeiramentecristã: ser ninho, ser habitáculodo Espírito Santo. Só entãopodemos dizer como João: “Eunão O conhecia”, mas agora já Oconheço, graças à vida segundoo Espírito. Mas que boa notíciase proclama, quando o sacerdote,momentos antes da comunhão decada fiel, diz: «Eis o Cordeiro deDeus, que tira o pecado domundo»? À hora em que notemplo se degolavam os cordei-ros pascais, Jesus morre na cruzcomo verdadeiro Cordeiro, quetira para fora de ti os teus pe-cados. Agora, já podes celebrara eucaristia porque já não ésescravo do Faraó. És um homemlivre. Jesus, o novo Moisés, deua vida por ti. Ele é o teu alimentoe bebida pelo deserto da vida,rumo à Terra Prometida. A eu-caristia é o banquete nupcial queo Cordeiro de Deus oferece aopecador amado, perdoado, res-suscitado, aquele que volta acasa para ouvir: «tu és o meu filhoquerido, porque tens fome e tealimentas do Meu Filho Jesus».

«A graça e a paz de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo estejamconvosco»

Início da primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos:Paulo, por vontade de Deus escolhido para Apóstolo de CristoJesus, e o irmão Sóstenes, à Igreja de Deus que está em Corinto, aosque foram santificados em Cristo Jesus, chamados à santidade,com todos os que invocam, em qualquer lugar, o nome de NossoSenhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: A graça e a paz de Deus

1 Cor l, 1-3II Leitura

Salmo Responsarial Salmo 39 (40)

Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade.

ENTRADACantai ao Senhor, cantai – M. Simões, CNL, 276

SALMO RESPONSORIALEu venho, Senhor- M. Luís, SR, 106,

Sugestões de Cânticos

COMUNHÃOFelizes os convidados - M. Luís, CNL, 483, ouCEC II, 169

FINALPrece para pedir a chuva – C. Alentejanos, 59

Siglas - CEC II, Cânticos de Entrada e Comunhão II (livro verde); SR: Salmos Responsoriais de M. Luis; CNL:Cantoral Nacional para a Liturgia, (livro recente, disponível na Loja da proximidade - Caritas, Beja)

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16 de janeiro de 2020DIOCESE4 – Notícias de Beja

Centro de Preparação para o Matrimónio

Encontros em Beja - Calendário para 2020

Encontro Dia Hora Local

1º.

Encontro

2020

27 de Janeiro

21 00 h

Seminário Diocesano de

Beja

3 de Fevereiro

20.30 h

10 de Fevereiro

20.30 h

17 de Fevereiro

20.30 h

2º.

Encontro

2020

4 de Maio

21.00 h

Seminário Diocesano de

Beja

11 de Maio

20.30 h

18 de Maio

20.30 h

25 de Maio

20.30 h

OS PRÓXIMOS CURSOS DE CRISTANDADE

O Secretariado Diocesano dos Cursos de Cristandade tem o prazer de informar a realização dospróximos Cursos de Cristandade: para Homens, de 20 a 23 de fevereiro e de Senhoras, de 19 a 22 demarço, de 2020. É urgente e necessário acordar para o momento que passa, cheio de esperança epromessa de futuro. É necessário despertar da letargia. Muitas vezes os principais responsáveis dapastoral, não aproveitam os melhores meios, as ferramentas mais adequadas, os caminhos maisoperativos para atingir os fins propostos. E como estamos a celebrar o Ano Jubilar da comemoraçãodos 250 anos da Restauração da Diocese de Beja, temos nesta iniciativa, um meio operativo de grandeexcelência e eficácia para converter, fazer crescer, renovar pessoas, famílias e comunidades. Como dizo nosso Bispo: «As festas pedem festeiros a condizer». Há que arregaçar as mangas, vestir o fato detrabalho, procurar as melhores ferramentas, encontrar as melhores parcerias, usar as melhoresestratégias, colocar tudo no coração de Jesus e de Maria e ir em seu nome para com Eles para o grande,vasto e difícil campo da Evangelização. De bom grado o Movimento dos Cursos de Cristandadeoferece os seus préstimos para pôr mais vida, dinamismo e eficácia, na festa dos 250 anos da Restauraçãoda Diocese. Sempre ao dispor.

A.A.

Cardeal D. António Marto reforçaaposta no acompanhamento de católicos

divorciados

A Diocese de Leiria-Fátima apre-sentou, no dia 10, em conferênciade imprensa, o Centro de Apoio àFamília (CAF), um novo serviçoinspirado na visão do Papa queprocura, entre outros objetivos,promover a integração de cató-licos divorciados.Francisco propõe na sua exor-tação apostólica sobre a família,publicada em 2016 após duasassembleias do Sínodo dos Bis-pos (2014 e 2015), um caminho de“discernimento” para os cató-licos divorciados que se voltarama casar civilmente, sublinhandoque não existe uma solução únicapara estas situações.O cardeal D. António Marto,bispo de Leiria-Fátima, adiantouhoje aos jornalistas que, nadiocese, há três casos que foramacompanhados e terminaram estepercurso, existindo outros trêsque ainda o estão a fazer.“No final, os que terminaram o seupercurso vieram conversar co-migo, dizer como é que foi a suaexperiência, entregar o docu-mento, dizer que tinham chegadoà conclusão de receber os Sacra-

mentos”, indicou o responsávelcatólico.O cardeal português sublinhouque “há fatores condicionantesque atenuam ou agravam” aquiloque os membros do casal “fize-ram na rutura matrimonial”, elen-cando, entre esses fatores, “aignorância, inadvertência, vio-lência, medo”.“Embora objetivamente, seja umasituação irregular, do ponto devista da vivência subjetiva,vivem, podem viver na graça deDeus, na santidade. Isso é po-sitivo”, indicou, a respeito doscatólicos que vivem em segundaunião.O CAF foi anunciado numa notapastoral publicada por D. An-tónio Marto em 2018, indicandoque o centro, ligado ao Depar-tamento da Pastoral Familiar, querser “uma ajuda pastoral nassituações de fragilidade”, assu-mindo “as responsabilidades deauxiliar a pessoa ou o casal e opastor acompanhante”, a partirdo que é proposto na ExortaçãoApostólica ‘Amoris Laetitia’, doPapa Francisco, especialmente

no capítulo VIII.O bispo de Leiria-Fátima precisouhoje que as decisões são tomadasa partir da “consciência daspessoas”, cabendo ao orientadorespiritual assegurar que todo oprocesso decorreu como estáestabelecido.A proposta passa por momentosde reflexão e oração, em que cadapessoa ou casal deve verificarinteriormente o “seu progresso”.“Ninguém se pode substituir àconsciência das pessoas, não éo sacerdote acompanhante quetoma a decisão, são a pessoa, sefor uma, ou o casal”, observa D.António Marto.A última etapa deste percursoseriam “os Sacramentos daReconciliação e da Eucaristia”.Para o cardeal, esta “nova visão”do Papa Francisco é inspirada natradição dos Jesuítas, o chamado“discernimento”.“As leis não conseguem abran-ger toda a vida de uma pessoa,muitas vezes, por isso é precisorecorrer a este discernimento,também”, explica.O vice-presidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa deixouvotos de que as pessoas tomemconhecimento deste “caminhoque a Igreja abriu para elas”.Segundo a Diocese de Leiria-Fátima, foram designadas seisáreas de atuação do CAF, que“vão desde o apoio psicológicoaté ao acompanhamento espi-ritual, passando pelos apoiossocial, jurídico, médico e àparentalidade”.

LFS/OCFonte: Ecclesia

Diocese de Beja recorda contributode congregações religiosas em 250

anos de história

A Diocese de Beja, a celebrar 250 anos da sua restauração, querassinalar, no dia 1 de fevereiro, o contributo que as congregaçõesreligiosas prestaram no trabalho pastoral.“Sabemos que toda a vida cristã que ao longo dos séculos atravessoua história desta Diocese, está imbuída da presença dos Consagradosque aqui deixaram o seu coração e deram a sua vida”, apresenta umcomunicado da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal(CIRP) enviado à Agência ECCLESIA.A CIRP quer “dar continuidade ao fecundo trabalho das Congregaçõesque em tantos anos de história, continua vivo” porque, acredita, “a féenraizada e pura” que se encontra no Alentejo, “se deve a tantascongregações que viveram e amaram” a região.O encontro, a decorrer no Centro Pastoral de Beja, no Seminário deNossa Senhora de Fátima, terá início às 10h, estando prevista umacelebração eucarística, presidida pelo bispo diocesano, D. João Marcos.Pelas 11h45, o investigador Jacinto Guerreiro vai refletir numaconferência sobre o tema «Um presente de memória».Da parte da tarde, pelas 15h30, está prevista uma visita à galeria de D.José do Patrocínio Dias, bispo de Beja e restaurador da diocese.

LSAgência Eclesia

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16 de janeiro de 2020 Notícias de Beja – 5DIOCESE

O Natal:Tempo cronológicoe Tempo espiritual

Depois da celebração da Solenidade da Epifania (Dia de Reis),muitas pessoas, de forma mais ou menos refletida,desmontam a árvore de Natal, o presépio construído,recolhem os adornos “natalícios” e encafuam todos estespertences em caixas arrumadas nos lugares menosacessíveis. Vão ali repousar durante um ano! Como se asbolas de Natal ficassem a marinar para que, no próximoNatal, estivessem ainda mais resplandecentes. Por sua vez,as peças do presépio ficam bem embaladas e guardadas,não vão as mesmas quebrar-se. Será surreal deixar o presépioarmado? Penso que, lembrarmo-nos daquele menino que veioao mundo para nos salvar, vendo-O, diariamente, no presépio,poderia ser, até mesmo, muito arrebatador! Mas não! Tudofunciona como se houvesse um tempo próprio para seproceder à realização de certos rituais. Tudo se encaixasomente no tempo cronológico: um dia, uma semana, ummês e, por fim, um ano. E o tempo psicológico? O tempo decada indivíduo que é diferente do tempo do seu semelhante?Neste tempo psicológico, como se vive o tempo espiritual?Que parte do dia, destino ao meu tempo espiritual? Queduração tem o Natal para mim? E para si? Será que há umtempo próprio para o Natal ou será que todos os dias nosdevíamos reger pelo mesmo espírito natalício? Os cristãosdefendem esta última hipótese, mas, por vezes, entre o ideale o real, há uma diferença abismal.Se é mãe ou pai, sabe que, na interação com o seu progenitor,não tem somente em atenção a data do seu rebento para oacalentar com todo o amor que lhe dedica. Vive cada dia doano numa entrega total àquele ser que faz parte da sua vida.Não o ignora… Ele faz parte de si… Depois, no momentopróprio, fala-lhe do seu aniversário. Mas não esqueceu esseser, nem esqueceu o seu aniversário durante os restantesdias do ano, apesar de nem sempre o estar a referir!Em relação ao tempo do Natal, também sabemos que toda aIgreja se prepara para o nascimento do Menino, do nossoSalvador, O Messias. Há um tempo próprio para a preparaçãodesse dia. Falamos do Advento. Mas será que muitas daspessoas que vivem, de forma tão exuberante, o períodonatalício, com as compras e as ofertas, se questionam etentam viver, pelo menos, o tempo do advento, o Nascimentodo Menino, o tempo da Sagrada Família e a chegada dosReis Magos, com a dignidade religiosa que tal período temimplícita?Será que eu própria, sou capaz de me afastar do grupo depessoas que vive esta época do ano, centrando as atençõesnos bens materiais e esqueço os valores espirituais? Seráque sou capaz de me enquadrar no grupo daquelas pessoasque vivem a época de Natal, partilhando a Luz com os maisfragilizados? Será que o meu tempo espiritual permitirá queeu possa contribuir com a minha humildade, capacidade deajuda e sinceridade para que, ao menos, ajude a iluminar,mesmo de forma um pouco ténue, a vida de alguém queprecisa da minha servidão?Não somos perfeitos! Que os menos conscientes (onde eume incluo), da dimensão cristã inerente ao período do Natal,tenham a capacidade de refletir, ainda que sumariamente,sobre esta temática, a fim de tentarem aperfeiçoar-se maisum pouco, a cada dia que passa e a terem presente que oNatal é sempre que o Homem quiser, como refere o poetaAry dos Santos.

Albertina Capa

Encontro sobre «Economiade Francisco», em Assis,

tem mais de dois mil jovens inscritos

O Vaticano informou quemais dois mil jovens já estãoinscritos no encontro ‘AEconomia de Francisco’,convocado pelo Papa e quese vai realizar de 26 a 28 demarço, em Assis.“Em Assis, os protagonistasserão os jovens que vãoexpor as suas ideias sobre omundo, porque já o estão amudar, na linha da frente daecologia, da economia, dodesenvolvimento, da po-breza”, disse o diretor cien-tífico deste encontro.Segundo o professor LuiginoBruni, ‘A Economia de Fran-cisco’ vai ser um “labo-ratório de ideias e práticas”onde os jovens se vão en-contrar num “ritmo lento” eter a possibilidade “de pensare se perguntar”, nas pegadasde São Francisco de Assis,“o que significa construiruma nova economia à me-dida do homem e para ohomem”.“O desenvolvimento doevento tem uma relaçãocom São Francisco, com suaexperiência de vida e suasescolhas, que têm valortambém na economia”, real-çou o bispo de Assis, D.Domenico Sorrentino, indi-cando que o santo italiano,fundador dos Franciscanos,“escolheu” entre “uma eco-nomia de egoísmo e uma

economia do dom”.“O seu despojamento diantedos olhos do pai e do bispode Assis é um ícone inspi-rador para o evento de mar-ço; esperamos que o climaespiritual desta cidade opossa marcar”, acrescentou.Luigino Bruni destaca que ostrês dias vão terminar coma “assinatura de um pacto”entre os jovens economistase o Papa Francisco.A organização informa quehá 3300 os pedidos de par-ticipação e já estão inscritosmais de dois mil jovenseconomistas e empreen-dedores, com menos de 35anos, provenientes de 115países.Os países com maior nú-mero de inscrições são Itá-lia, Brasil, EUA, Argentina,Espanha, Portugal, comcerca de 50 participantes –como Tomás Virtuoso eMariana Morais Sarmento,França, México, Alemanha,Grã-Bretanha, divulga o sítioonline ‘Vatican News’.A cidade italiana de Assis,onde nasceu São Francisco,vai estar organizada em 12“aldeias” onde vão estar emdebate temas como o tra-balho e cuidado; gestão edom; finança e humanidade;agricultura e justiça; energiae pobreza; lucro e vocação;políticas para a felicidade;

CO2 da desigualdade; negó-cios e paz; Economia émulher; empresas em tran-sição; vida e estilos de vida.A Associação Cristã deEmpresários e Gestores dePortugal (ACEGE) estáassociada ao encontro ‘AEconomia de Francisco’, e oseu presidente afirmou queesta iniciativa “não é con-tra ninguém”, mas para“promover a inclusão, adiversidade”.“O primeiro passo é des-pertar consciências e com-provar que há novos ca-minhos que são possíveis. Osegundo passo é mobilizar osmais seniores, porque ariqueza intergeracional temde existir”, exemplificouJoão Pedro Tavares na en-trevista semanal conjunta àECCLESIA e Renascença,publicada hoje.A partir da próxima terça-feira, dia 14 de janeiro, oencontro ‘A Economia deFrancisco’ vai estar emdestaque no programa EC-CLESIA até março, na RTP2, pelas 15h00, e começacom a análise ao presidenteda Associação Cristã deEmpresários e Gestores dePortugal.

CB/OCFonte: Ecclesia

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16 de janeiro de 2020OPINIÃO6 – Notícias de Beja

A primeira Evangelização da Diocese de Beja (VI)

D. Frei Manuel do Cenáculo.Depois de evocar a tradição dosApóstolos e dos Homens Apos-tólicos e do próprio S. Paulo naEvangelização da Península, gra-ças à facilidade de comunicaçãodos romanos por mar, continuan-do a prática dos Titanes, Feníciose Gregos, D. Frei Manuel docenáculo afirma : «A vaidade e acobiça foram poderosas paraconduzir à Espanha César e osSeus pela quarta vez em poucosanos por motivos terrenos efaremos menor menção do caloreficaz dos Apóstolos pela causade Deus e em desempenho dosseus ofícios? Foi a natureza maisactiva nos seus desmanchos einteresses do que a graça na suaenchente para as obras quehaviam trazido um Deus à terra?»«Muito conforme e muito maispositiva que os discursos naturaisé a sagrada animação que lhesdá a História. Clemente aclamao Doutor das Gentes, Paulo,ocupado na Espanha em suadivina missão e cumprindo o queescrevera o mesmo Apóstolo aosRomanos de que por eles passara este feliz território. Este era ofim primeiro da sua viagem: Roma

era um entremeio: “Cum per vosin Hespaniam profiscisci coe-pero”. Nos dias de Tertuliano(160), era já adulta entre nós aReligião. As palavras de SantoIreneu pela antiguidade apos-tólica de Espanha são de pessoatão judiciosa como crível. DídimoMestre de S. Jerónimo foi con-sultado pelos Prelados do PovoLusitano sobre matérias impor-tantes o que supõe a Religião jáadiantada e a Hierarquia esta-belecida desde Nascente a Poen-te da Península»1.Gonçalves Serpa. «É fora dedúvida que a Península receberaa “Mensagem Evangélica”, aindano primeiro século e na vida dosApóstolos. O facto de S. Pauloinsistir muito em sua epístola aosRomanos em vir a Espanha provaisso mesmo. Já cá havia cris-tandades para visitar. Quem asfundou? […] Seriam as primeirasigrejas peninsulares fundadaspelos Varões Apostólicos? Umatradição séria a este respeitotornou-se constante a partir doséculo VI. Estes eram sete Bisposenviados de Roma por S. Pedro.A tradição dá-nos os seus nomes:Cecílio; Eufrásio; Segundo; Inda-lécio; Henrico; Tesifon; Torquato.2.

[…] E conclui: «Quanto à Igrejade Beja sabe-se com plena certezahistórica que está fundada noprimeiro quartel do século VI, em530. E como as cristandades nãose improvisam, podemos recuara fundação desta Igreja uns anosmais atrás. O concílio de Elvira(403), fala dela como sufragâniade Mérida. No entanto, Apríngio,é pelos historiadores mais res-ponsáveis dado como o primeirobispo de Pax Júlia historica-mente irrefutável (530-545)» 3

Jacinto Salvador Guerreiro.«Não estão esclarecidos, comexactidão, os primeiros temposda evangelização da Península.Este período é habitualmenterelacionado com a influência deS. Paulo e da vinda dos varõesapostólicos, provavelmente en-viados pelo próprio apóstolo.Contudo, segundo a críticahistórica, estas informaçõesreferem-se a uma lenda tardia (ados varões apostólicos), que teriasido elaborada para preenchero vazio de dados concretosrelativos à primeira evangelizaçãoda Península Ibérica. Paralela-mente podemos contar com a

referência que Santo Ireneu faz, noano 180, invocando contra oshereges o testemunho das igrejasda Ibéria. Também Tertuliano, em200-206, afirma que a conquistacristã se estendera a todos osconfins da Hispânia (Oliveira –História, p. 21-23). Certamente quepela cidade portuária de Mértola epela próspera Pax Júlia passaramevangelizadores, que ao longodos três primeiros séculos semea-ram uma consciência cristã epromoveram o aparecimento dumaIgreja regularmente constituída,possivelmente a partir do séculoIV. Parece-nos que poderemosfalar de momentos intensos deanúncio do Evangelho e de vitali-dade cristã, contrastando comtempos de perseguição e demartírio». «Por um lado, pelas Atas doconcílio de Elvira (306-314),sabemos que já existiam comu-nidades bem organizadas emElbora (Évora), e em Ossónoba(Faro) e isso leva-nos a inter-rogar sobre a ausência de repre-sentantes de outras cidades daLusitânia. Será que não existiamnelas bispados? Nem na capitaldo conventus pacensis? Por outro

lado, os testemunhos arqueo-lógicos mais antigos no mesmoespaço emergente da diocese dePax Júlia datam do século IV.Disso nos falam as recentespesquisas históricas (Jorge –L’Episcotat, p.113-114): da exis-tência em Selmes, no Monte daCegonha de um templo de trêsnaves e batistério, utilizado comopossível espaço funerário, datan-do o templo provavelmente doséculo IV, edificado no momentode uma reconstrução da villa, e obatistério, do século VI; em S.Cucufate, Vila de Frades, devestígios de uma antiga igrejaprovavelmente do século IV-V; emMértola, de uma basílica situadaextra-muros junto à antiga viaromana que seguia para Beja,local de culto, batistério e espaçofunerário datada do século V, iní-cio do século VI; da “Basílica”de Santo Amaro, em Beja, temploconstruído provavelmente noperíodo visigótico, no decorrerdo século VI-VII; em Vila Vede deFicalho, dos vestígios de umabasílica cemiterial junto à igrejade S. Jorge, construída prova-velmente no século VII; e aindaos vestígios encontrados próximode Messejana».

António Aparício

Memória da Primeira Evangelização na celebração dos 250 anos da Restauração da Diocese de Beja

Sílvio Couto

Com o início do ‘novo ano’ vãoaparecendo sugestões – umasmais clássicas, outras mais ousa-das e algumas um tanto bizarras– sobre o modo como enfrentar otempo deste ano. Neste contextodeu-me na observação aquelasque pretendem lançar referênciasaos penteados, sobretudo naqualificativa de darem a entenderalgo que possa rejuvenescerquem queira alinhar, tanto noâmbito feminino como na verten-te masculina.As sugestões apresentadas sãoalgo ‘tentadoras’, na medida emque, a partir de uma certa formade cortar o cabelo, poderão ser

jaríamos que tivessem, emboranem sempre se coadune entre opretendido e o realizado; essa quegostaríamos de modificar, mesmoque à custa de artimanhas (lícitasou menos boas) de retoque e/oude camuflagem; essa imagem deimitação – veja-se a produção decortes de cabelo ou de recursoàs vestimentas em moda – em quemais fazemos de conta do quesomos aquilo que revelamos, deverdade.Com razoável regularidade en-contramos pessoas que conse-guem ‘enganar’ a idade real, sejapela forma mais ou menos arejadacomo se apresentam, seja pelomodo como se cuidam, arre-gimentando alguns adereços demoda, de adorno ou de dis-farce…de modo a parecerem maisjuvenis. Nalgumas circunstânciaspodemos até encontrar mães quequase parecem ter a idade dasfilhas – isto acontece mais nofeminino do que no masculino –e com tal observação sentirem-se lisonjeadas, mais do queofendidas.De facto, é preciso aprender asaber ligar com a idade que se

tem, mais do que com aquela quese desejava ter. Nalguns casosseria útil haurir o mínimo dememória sobre aquilo que seobservava e que talvez se cri-ticava naqueles/as que tinham aidade que nós agora temos. Issofar-nos-ia ser mais ponderados,tanto nas críticas, quanto naspossíveis considerações menosfavoráveis para com os ou-tros…que agora podem (oudevem) ter para connosco.

= Mesmo que de forma sucintavamos tentar abordar as diversasabordagens que citamos supra:* a imagem que temos de nósmesmos – algo que se vai deli-neando ao longo da nossa exis-tência, tendo em conta aquiloque fomos apreendendo da vidae das situações boas/agradáveisou difíceis/negativas… Tudoisso é mais do que aquilo quevemos, cada manhã, narcisis-ticamente, ao espelho, aferindo-nos ao desenvolvimento dasexperiências pessoais e/ou con-fronto com os outros;* a imagem que os outros têm denós – por vezes podemos não ser

retirados anos na aparência dequem é observado. Isso poderáser aliciante tanto quanto somos,hoje, confrontados com essaeterna sedução de querermosparecer mais novos, mesmo queà custa do disfarce, do enganoou mesmo da aliciação.Dada a complexidade da termino-logia bem como da arte queenvolve a possibilidade de recor-rer aos cortes de cabelo para quepossam deixar o sujeito maisjovem, ficamo-nos pela abran-gência com que se pretendefazer desta arte uma nova ima-gem a dar aos outros. Por vezesdá a impressão que se pretenderetocar por fora – na cabeleiraou sua ausência – a falta deconteúdo daquilo que ela en-volve… pretensamente!

= Efetivamente vivemos numaacentuada ‘era da imagem’: atemos de nós mesmos e a quequeremos que os outros tenhamde nós; essa que desejamos quetenham de nós, com todos osartefactos que usamos para aproduzir, sustentar e/ou ma-nifestar; essa outra que dese-

corretamente entendidos outalvez julgados…isso nos faráaprender com a lidar com o menosbom apreço daquilo que somos,sem nos deixarmos vencer pelascríticas alheias…mais ou menosaceitáveis;* a imagem que podemos quererque tenham de nós mesmos –tendo em conta as influênciasdos outros sobre nós, podemosdesejar algo que nos pode con-dicionar no nosso comporta-mento, dando mais ouvidosàquilo que dizem de nós do queàquilo que somos de verdade;* a imagem de imitação dosoutros – com que facilidadepodemos ser forçados a viver àmaneira de outros, mas nãosomos eles, e isso poderá colo-car-nos em conflito connoscomesmos e com os outros.

É essencial refletirmos nestafrase do pensamento grego:‘conhece-te a ti mesmo’ (Platão),num misto de descoberta e decontínuo caminho de humildade,cada um para consigo mesmo epara com os outros…

Looks de penteados…para rejuvenescer ou não

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16 de janeiro de 2020

Diretor: António Novais PereiraRedação e Administração:Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 BejaTelef. 284 322 268E-mail: [email protected]

Assinatura 35 Euros anuais c/IVAIBAN PT50 0010 0000 3641 8210 0013 0

Impressão:Gráfica do Diário do MinhoRua de Santa Margarida, n.º 4-A - 4710-306 Braga

16janeiro

2019

Depósito Legal

N.º 1961/83

Editado emPortugal

Propriedade da Diocese de BejaContribuinte Nº 501 182 446

RegistoN.º 102 028

Tiragem1.500

REGIONAL Notícias de Beja – 7

Atividade operacional semanalO Comando Territorial de Beja,para além da sua atividade diária,levou a efeito um conjunto deoperações, no distrito de Beja, nasemana de 6 a 12 de janeiro, quevisaram a prevenção e o combateà criminalidade violenta, fisca-lização rodoviária, entre outras,registando-se os seguintes da-dos operacionais: 1. Detenções: Dez detidos emflagrante delito, destacando-se:Oito por condução sob o efeitodo álcool; um por condução semhabilitação legal e um por vio-lência doméstica. 2. Apreensões: Um veículo auto-móvel e 2375 euros em numerário. 3. Trânsito:Fiscalização: 333 infrações dete-

tadas, destacando-se: 115 porexcesso de velocidade; 66 rela-cionadas com tacógrafos; 22relacionadas com iluminação/sinalização; 17 relacionadas comexcesso/acondicionamento dacarga; 12 por falta ou incorretautilização do cinto de segurançae/ou sistema de retenção paracrianças; oito por falta de ins-peção periódica obrigatória; seispor condução com taxa de álcoolno sangue superior ao permitidopor lei; cinco por uso indevidodo telemóvel no exercício dacondução; três por falta deseguro de responsabilidade civilobrigatório.Sinistralidade: 40 acidentes regis-tados, resultando em dez feridosleves. 4. Fiscalização Geral:

Nove autos de contraordenaçãono âmbito da legislação da pro-teção da natureza e do ambiente. 5. Ações de sensibilização:- Três sobre a temática “Idososem segurança”, tenso sido sensi-bilizados 55 idosos; duas deâmbito escolar sobre a temática“Prevenção e Segurança Rodo-viária”, tendo sido sensibilizados67 alunos e 18 condutores; duassobre “Prevenção de compor-tamentos aditivos”, tendo sidosensibilizados 136 alunos; umasobre os procedimentos de segu-rança a adotar em caso de furto,roubo, ameaça grave e van-dalismo, de forma a potenciar asegurança efetiva e o sentimentode segurança dos turistas”,tendo sido sensibilizados oitoturistas.

SUMULA SEMANALO Comando Distrital de Beja daPSP (CD Beja), no âmbito dassuas competências de prevençãoe combate permanente à práticade ilícitos criminais e contraor-denacionais, no período de 03 a09JAN2020, na sua área dejurisdição, registou e destaca osseguintes resultados opera-cionais: Detenção de 1 pessoa, de66 anos de idade, por suspeita daprática do crime de ameaças ecoação sobre Agente da Auto-ridade; Detenção de 1 pessoa, de39 anos de idade, por conduçãode veículo automóvel sob o efeitodo álcool, tendo acusado uma TASde 1,74 g/l;

Operações de Fiscalização:

- 1 Operação de FiscalizaçãoRodoviária, em Beja, com re-curso a Radar, que contabilizou2031 veículos controlados, coma deteção de 9 infrações;- 16 Operações de FiscalizaçãoRodoviária, enquadradas naAtividade Operacional de CDBeja e no Plano Nacional deFiscalização, que contabilizam:169 Veículos fiscalizados; 135Condutores submetidos ao testede alcoolémia; 29 infraçõesdetetadas.

Acidentes rodoviários:- Em Beja e Moura, registo de 6acidentes rodoviários, dosquais resultaram, somente,danos materiais.

Ações preventivas /desensibilização e outras:- O Núcleo de Armas e Explosivosdo CD Beja, nas suas instalações,no período em apreço, procedeuà recolha de 13 armas de fogo,perdidas a favor do Estado;§ O CD Beja, através doseu Policiamento de Proximidadee no âmbito do Programa EscolaSegura, levou a efeito 1 Ação deSensibilização com o título “Aviolência Fica à Porta”, subor-dinada à temática da prevençãoda violência no seio das co-munidades escolares, dirigida ajovens estudantes com idadescompreendidas entre os 12 e os18 anos, e que contou com apresença de 40 alunos.

Bom humorBom humorBom humorBom humorBom humorRapazinho de 10 anos queria ganhar

100 euros

Um rapazinho de 10 anos queria ganhar 100 euros e rezou a Deusdurante duas semanas.Como nada acontecia, resolveu mandar uma carta ao Todo-Poderoso com o seu pedido.Os CTT receberam uma carta endereçada a “Deus, Portugal” eresolveram entregá-la ao Ministro das Finanças.O ministro ficou muito comovido com o pedido e resolveu mandaruma nota de 10 euros ao puto, pois achou que 100 euros era muitodinheiro para uma criança tão pequena.O rapazinho recebeu a nota de 10 euros e imediatamente sentou-separa escrever uma carta de agradecimento:– Querido Deus; muito obrigado por me mandar o dinheiro quepedi.Contudo, notei que, por alguma razão, o Senhor mandou-o atravésdo Ministério das Finanças e, como sempre, aqueles filhos da mãeficaram com 90% do que era meu.

Os portugueses não brincam

Três europeus são apanhados por uma tribo canibal, que concedeum último desejo a cada um.Inglês: – Eu quero fumar o meu cachimbo uma última vez.O chefe da tribo:– Ok, sem problema.Francês: – Eu quero comer bem pela última vez.– Ok, sem problema.Português: – Eu quero comer morangos!O chefe da tribo:– Mas nesta época do ano, não há morangos…– Não faz mal, eu espero!

Governo garante mais médicos e centros de saúdeO Baixo Alentejo será uma dasregiões contempladas no reforçode profissionais no Serviço Nacio-nal de Saúde (SNS), garantiu nestasegunda-feira, 13, a ministra datutela no Parlamento, durante adiscussão na especialidade doOrçamento de Estado para 2020.Em resposta às questões levan-tadas pela deputada do PS eleitapor Beja, Telma Guerreiro, a minis-tra Marta Temido confirmou tam-bém "o investimento em novoscentros de saúde em Ourique,Mértola e Vidigueira".De acordo com a governante, no

caso da Vidigueira, o projecto"aguarda visto do Tribunal deContas", enquanto o de Ouriqueestá "pendente da candidatura" noâmbito do Alentejo 2020, "espe-rando-se, se for aprovada, o inícioda empreitada em Janeiro de 2021".Relativamente a Mértola, a ministrarevelou que a empreitada "seráconsignada" já nesta terça-feira, 14.No que toca à ampliação doHospital José Joaquim Fernandes,em Beja, a ministra confirmou queo projecto está "em avaliação" peloGabinete de Instalações e Equipa-mentos da Administração Regio-nal de Saúde do Alentejo.

Na sua intervenção, a deputadaTelma Guerreiro alertou ainda paraa importância do investimento naExtensão de Saúde de Vila Novade Milfontes e da avaliação dascondições do Serviço de UrgênciaBásico de Castro Verde."Os deputados do PS do distritode Beja estão atentos ao territórioe a todas as medidas do Governopara que as políticas positivas quesão enunciadas em Orçamento deEstado para 2020 na área da Saúdepossam acontecer também nonosso distrito", garantiu TelmaGuerreiro na sua interpelação àministra da Saúde.

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16 de janeiro de 2020ÚLTIMA PÁGINA

Papa condena«flagelo do terrorismo» e

violações à liberdade religiosaO Papa condenou, no dia 9, no Vaticano o “flagelo” do terrorismo epediu respeitou pela liberdade religiosa, numa intervenção perantediplomatas de mais de 180 países, alertando particularmente para crisesno continente africano.“Dói constatar como continuam – particularmente no Burquina Faso,Mali, Níger e Nigéria – episódios de violência contra pessoas inocentes,entre as quais muitos cristãos perseguidos e mortos pela sua fidelidadeao Evangelho”, denunciou, no encontro de apresentação decumprimentos de Ano Novo.Francisco convidou a comunidade internacional a apoiar os esforçosque estes países estão a fazer na “luta para derrotar o flagelo doterrorismo, que está a cobrir de sangue partes cada vez mais extensasda África, bem como outras regiões do mundo”.A intervenção, de cerca de 50 minutos, recordou a primeira visita deum Papa à Península Arábica (Emirados Árabes Unidos, fevereiro de2019), na qual foi assinado um documento sobre a “FraternidadeHumana em prol da paz mundial e da convivência comum”,conjuntamente com o grande imã de Al-Azhar, Ahmad al-Tayyeb.Francisco disse que é necessário “condenar firmemente o uso do nomede Deus para justificar atos de homicídio, de exílio, de terrorismo e deopressão”, recorda a importância do conceito de “cidadania”, que sebaseia na igualdade dos direitos e dos deveres.Isto exige que seja respeitada a liberdade religiosa e se trabalhe pararenunciar ao uso discriminatório do termo minorias, que traz consigoas sementes da sensação de isolamento e inferioridade e prepara oterreno para as hostilidades e a discórdia, discriminando os cidadãos

com base na sua pertença religiosa”.O Papa sublinhou a importância de “formar as gerações futuras nodiálogo inter-religioso”, promovendo “o diálogo e a cultura do encontropara construir sociedades pacíficas, onde cada um possa expressarlivremente a própria pertença étnica e religiosa”.O discurso – que recordou a passagem por Moçambique – apelou àimplementação de estratégias de segurança, redução da pobreza emelhorias no sistema de saúde dos países africanos, encorajando “asiniciativas que promovem a fraternidade entre todas as expressõesculturais, étnicas e religiosas”.“Os conflitos e as emergências humanas, agravadas pelas convulsõesclimáticas, aumentam o número dos deslocados e repercutem-se sobreas pessoas que já vivem em grave estado de pobreza”, alertou o Papa.Francisco saudou depois a mobilização dos jovens em defesa doplaneta, considerando que a causa da ecologia é “um desafio urgente”e está nas preocupações da Igreja Católica, como aconteceu no Sínodoespecial dedicado à Amazónia (outubro de 2019).A intervenção lamentou os poucos avanços da COP25, que se realizouem Madrid no último mês de dezembro, assinalando que o fenómenodo aquecimento global “requer uma resposta coletiva”.

OC,Fonte: Ecclesia

Papa Bento XVI pediu que retirem o seunome como «coautor do livro»

sobre o celibato

O secretário particular de BentoXVI informou que o Papa eméritonão autorizou que o seu nomeapareça como coautor do livro‘Das profundezas dos nossoscorações’, do cardeal RobertSarah, que vai ser publicado estaquarta-feira.“Posso confirmar que nestamanhã, por indicação do Papaemérito, pedi ao cardeal RobertSarah para contactar os editoresdo livro, pedindo-lhes que reti-rem o nome de Bento XVI comocoautor do livro, e também queretirem a sua assinatura da intro-dução e das conclusões”, disseo arcebispo Georg GansweinO secretário particular de BentoXVI e prefeito da Casa Pontifíciacontextualizou que o Papa emé-rito “sabia” que o cardeal RobertSarah, prefeito da Congregaçãopara o Culto Divino e a Disciplina

dos Sacramentos (Santa Sé),estava a preparar um livro e “tinhaenviado um pequeno texto seusobre o sacerdócio, autorizando-o a usá-lo como o desejasse”.“Mas ele [Bento XVI] não tinhaaprovado nenhum projeto paraum livro assinado conjuntamentenem tinha visto e autorizado acapa. Foi um mal-entendido, semquestionar a boa-fé do cardealSarah”, desenvolveu D. GeorgGanswein, numa declaração en-viada às agências Kna e Ansa,divulga o ‘Vatican News’.O livro ‘Das profundezas dosnossos corações’ vai ser publi-cado esta quarta-feira, 15 dejaneiro, pela editora Fayard.O novo livro, que teria sidoescrito em coautoria pelo Papaemérito Bento XVI, rejeita a ideiade ordenação sacerdotal dehomens casados, tema que esteve

em destaque no Sínodo especialsobre a Amazónia (outubro de2019).A questão do celibato ocupatodo o volume, com dois textos,um do Papa emérito e outro docardeal, com uma introdução econclusão assinadas pelos dois.Em entrevista ao ‘Le Figaro’, quepublicou passagens da obra, ocardeal Sarah fala em “criseimpressionante” e diz que estelivro é “um grito de amor para aIgreja, o Papa, os padres e todosos cristãos”.Às notícias que o Papa eméritonão tinha autorizado a publi-cação do livro sobre a ordenaçãosacerdotal de homens casados,o prefeito da Congregação parao Culto Divino, escreveu na suaconta na rede social Twitter:“Ataques parecem implicar umamentira da minha parte”.“Essas difamações são de gra-vidade excecional. Dou esta noiteas primeiras provas da minhaestreita colaboração com BentoXVI para escrever este texto emfavor do celibato. Falarei amanhã,se necessário. RS +”, acrescentouo cardeal guineense, divulgandocorrespondência trocada comBento XVI. Os pormenores foramrevelados depois num comu-nicado de cinco parágrafos, noqual indica as várias etapas até àpublicação do livro.

OC/CB/PR,Fonte: Ecclesia

O Papa Francisco criticou hoje oscristãos” e os “pastores incoe-rentes” e afirmou que a auto-ridade vem “do testemunho e dacoerência”.“Esta é a sabedoria do nossopovo que tolera, tantas vezes,tantos pastores incoerentes,pastores como os escribas, etambém cristãos que vão à missatodos os domingos e depoisvivem como pagãos. E as pessoasdizem: «Isto é um escândalo, umaincoerência». Quanto mal fazemos cristãos incoerentes que nãodão testemunho e os pastoresincoerentes, esquizofrénicos,que não dão testemunho”, afir-mou o Papa durante a homilia, naEucaristia, na Casa de SantaMarta.A partir do Evangelho da liturgiadeste dia, o Papa Franciscocondenou a “esquizofrenia pas-toral”, ou seja, pastores “que

Papa afirma que a autoridade vem da coerênciae critica a «esquizofrenia pastoral»

dizem e não fazem”.Francisco apresentou o “estilo deJesus” assente numa “autoridadeinterior”, ao contrário dos “escri-bas” que, sendo especialistas noensinamento da lei e escutadospelo povo, não eram credíveis, ouseja, “exerciam a autoridade sema ter”.Jesus, apontou o Papa, “temautoridade porque é coerente”,

ensinava o que fazia e fazia o queensinava; os escribas, ao contrá-rio, eram “hipócritas” e caíamnuma “esquizofrenia pastoral”.Francisco finalizou a sua reflexãopedindo a todos os batizados acoerência e o testemunho, ass-ente “não na autoridade”, “emcomandar e aparecer”, mas nofacto de se ser “companheiro deestrada no caminho do Senhor”.