Segurança em operações com motossera

60
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO FERNANDA WALK SEGURANÇA EM OPERAÇÕES COM MOTOSSERRA PONTA GROSSA – PR 2012

Transcript of Segurança em operações com motossera

Page 1: Segurança em operações com motossera

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABAL HO

FERNANDA WALK

SEGURANÇA EM OPERAÇÕES COM MOTOSSERRA

PONTA GROSSA – PR

2012

Page 2: Segurança em operações com motossera

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABAL HO

FERNANDA WALK

SEGURANÇA EM OPERAÇÕES COM MOTOSSERRA

Trabalho de Conclusão de Cursosubmetido à Universidade Estadualde Ponta Grossa para obtenção dotítulo de Especialista em Engenhariade Segurança do Trabalho.Orientador: Prof. Dr. Altair Justino.

PONTA GROSSA – PR

2012

Page 3: Segurança em operações com motossera

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

SEGURANÇA EM OPERAÇÕES COM MOTOSSERRA

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Estadual de Ponta Grossa para obtençãodo título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho

Departamento de Engenharia Civil

CURSISTA:

FERNANDA WALK

Prof. Carlos Luciano Sant’Ana Vargas, D.Eng.

Coordenador do EngSeg2011

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Altair Justino

Orientador

Prof. Lúcio Marcos de Geus, Ms.

Prof. Alceu Gomes Andrade Filho, Dr.

Membros

Ponta Grossa, maio de 2012

Page 4: Segurança em operações com motossera

DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, Lauro OsvaldoWalk e Iracema de Lara Walk, pelo incen-tivo, apoio, dedicação e paciência em to-dos os momentos e à minha filha KeisyGabrielly por iluminar minha vida.

Page 5: Segurança em operações com motossera

AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus, por me guiar em todos os momentos, por estar sempre comi-

go nas dificuldades e alegrias e pelas vitórias conquistadas. Enfim, por tudo que me

proporciona na vida.

Aos meus pais, os quais amo muito, pelo exemplo de vida e família, pela minha

educação, por me fazerem acreditar em sonhos, pois só assim consegui realizá-los.

Vocês que muitas vezes tiveram que renunciar seus sonhos em favor dos meus...o

meu mais profundo agradecimento.

Às minhas irmãs Elmarilene e Michele, pelo carinho, compreensão e apoio.

A minha linda e carinhosa filha, amor da minha vida, razão de tudo para mim, que

compreende tão bem minha ausência. Sua alegria e seu carinho me incentivam, me

dão força e serenidade para prosseguir, muito obrigada.

Ao Prof. Dr. Altair Justino pela competente orientação, apoio, tempo e paciência

dedicados durante a realização deste trabalho, que tornaram possível a conclusão

do mesmo.

Aos professores do Curso pelos ensinamentos e amizade.

Aos meus amigos e colegas de curso, pela cumplicidade, ajuda e amizade.

As empresas que colaboraram com informações técnicas, especialmente a COPEL

e a STHIL;

Page 6: Segurança em operações com motossera

RESUMO

WALK, F. Segurança em Operações com Motosserra . Orientador: Profº Drº AltairJustino. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-graduação em Engenharia de Segu-rança do Trabalho) – Departamento de Engenharia Civil, Setor de Ciências Agráriase de Tecnologia, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná, 2012.

O presente trabalho tem por objetivo avaliar as condições de segurança emoperações com motosserra e diagnosticar os riscos aos quais o operador estáexposto. O estudo de caso para a elaboração do trabalho foi realizado com oacompanhamento das atividades de duas empreiteiras que realizam roçada em faixade servidão de redes de energia, quando as mesmas estavam em áreas rurais ondeforam realizados cortes de árvores, entre os municípios de Porto União, MatosCosta, União da Vitória e Porto Vitória. A metodologia utilizada foi a pesquisabibliográfica e documental sobre o assunto e a coleta de dados através de contatospessoais e observações, aplicando um pequeno questionário aos operadores demotosserra com quesitos relativos a Equipamentos de Proteção Individual eSegurança do Trabalho. Foi observado que apesar dos operadores não teremconhecimento sobre a legislação referente ao uso da motosserra, todos estavamconscientes da importância dos Equipamentos de Proteção Individual. Foramapresentadas orientações sobre o uso dos Equipamentos de Proteção Individual, amaneira correta de utilização da motosserra, recomendações sobre medidaspreventivas com relação à atividade e técnicas adequadas para o corte de árvores.Chegou-se à conclusão de que uma abordagem preventiva reduz significativamentea ocorrência de acidentes com motosserra que são geralmente graves e merecematenção especial.

Palavras-chave: motosserra, equipamentos de proteção individual, segurança.

Page 7: Segurança em operações com motossera

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Dispositivos de Segurança da Motosserra ................................. 19Figura 2 – Capacete com viseira e protetor auricular .................................. 21Figura 3 – Protetor facial .............................................................................. 21Figura 4 – Protetor auricular.......................................................................... 22Figura 5 – Calça motosserrista..................................................................... 22Figura 6 – Luvas............................................................................................ 23Figura 7 – Coturno......................................................................................... 23Figura 8 – Perneira........................................................................................ 24Figura 9 – Jaqueta......................................................................................... 24Figura 10 – Operador com EPI’s..................................................................... 25Figura 11a – Transporte em aclive.................................................................... 25Figura 11b – Transporte em declive.................................................................. 25Figura 12 – Abastecimento da Motosserra...................................................... 26Figura 13 – Afiação da corrente...................................................................... 26Figura 14 – Caminho de Fuga......................................................................... 31Figura 15 – Técnica padrão de corte............................................................... 31Figura 16 – Uso da Cunha no direcionamento de queda da árvore............... 32Figura 17 – Largura da dobradiça................................................................... 33Figura 18 – Sequência de corte para árvores.................................................

ocas.........................................33

Figura 19 – Etapas para o corte de árvores com diâmetro grande................. 34Figura 20 – Etapas para o corte de árvores com inclinação excessiva.......... 34Figura 21 – Técnica de corte para árvore com sapopema.............................. 35Figura 22 – Usando caminho de fuga sem obstáculos e com motosserra

desligada...................................................................................... 36Figura 23 – Distância mínima entre as equipes.............................................. 36Figura 24 – Amarração auxiliar para direcionar a queda................................ 37Figura 25 – Nível de som de diferentes fontes................................................ 38Figura 26 – Sistema anti-vibratório.................................................................. 40Figura 27 – Gráficos de amplitudes de vibrações de motosserras sem e

com amortecedores...................................................................... 40Figura 28 – Rebote da motosserra.................................................................. 44Figura 29 – Ruptura da corrente..................................................................... 44Figura 30 – Incidência de lesões no operador de motosserra e as possibili-

dades de proteção(EPI’s)............................................................. 45Figura 31 – Relação entre EPI’s e quantidade de operadores que se sen-

tem incomodados pelo seu uso................................................ 50

Page 8: Segurança em operações com motossera

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 92 OBJETIVOS .......................................................................................... 102.1 GERAL.................................................................................................. 102.2 ESPECÍFICOS...................................................................................... 103 JUSTIFICATIVA .................................................................................... 104 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................. 114.1 EVOLUÇÃO DA MOTOSSERRA......................................................... 114.2 LEGISLAÇÃO E NORMAS................................................................... 134.2.1 Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.............................................. 134.2.2 Portaria normativa ibama nº 149.......................................................... 144.2.3 Normas regulamentadoras................................................................... 154.2.3.1 NR-6 – Equipamentos de proteção individual – EPI’s.......................... 154.2.3.2 NR-12 – Máquinas e equipamentos..................................................... 154.2.3.3 NR-17 – Ergonomia.............................................................................. 164.2.3.4 NR-31 – Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, sil-

vicultura, exploração florestal e a aquicultura...................................... 174.2.3.5 Registro e porte.................................................................................... 174.3 SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DE MOTOSSERRA........................... 184.3.1 Dispositivos de segurança.................................................................... 184.3.1.1 Agentes ativos...................................................................................... 184.3.1.1.1 Protetor das mãos................................................................................ 194.3.1.1.2 Freio de corrente.................................................................................. 194.3.1.1.3 Pino pega corrente............................................................................... 204.3.1.1.4 Trava do acelerador............................................................................. 204.3.1.1.5 Sistema antivibratório........................................................................... 204.3.1.1.6 Escapamento e silencioso.................................................................... 204.3.1.2 Agentes passivos................................................................................. 204.3.1.2.1 Capacete.............................................................................................. 214.3.1.2.2 Protetor facial....................................................................................... 214.3.1.2.3 Protetor auricular.................................................................................. 224.3.1.2.4 Calça de motosserrista......................................................................... 224.3.1.2.5 Luvas.................................................................................................... 234.3.1.2.6 Coturno................................................................................................. 234.3.1.2.7 Perneira................................................................................................ 244.3.1.2.8 Jaqueta................................................................................................. 244.3.2 Procedimentos de segurança ao operador.......................................... 254.3.3 Recomendações de segurança na utilização de motosserra............... 274.4 SEGURANÇA NA DERRUBADA COM MOTOSSERRA...................... 284.4.1 Técnicas seguras de corte................................................................... 284.4.1.1 Postura adequada à execução da atividade........................................ 294.4.1.2 Pré-corte............................................................................................... 304.4.1.3 Técnica padrão de corte....................................................................... 314.4.1.4 Técnicas especiais de corte.................................................................. 324.4.1.4.1 Árvores cuja direção de queda precisa ser alterada............................. 324.4.1.4.2 Árvores com oco................................................................................... 334.4.1.4.3 Árvores grandes.................................................................................... 33

Page 9: Segurança em operações com motossera

4.4.1.4.4 Árvores com tronco muito inclinado..................................................... 344.4.1.4.5 Árvores com sapopemas...................................................................... 354.4.2 Prevenção de acidentes no corte......................................................... 354.4.3 Amarração auxiliar para direcionar a queda......................................... 374.5 RISCOS INERENTES À MOTOSSERRA............................................ 374.5.1 Riscos físicos....................................................................................... 374.5.1.1 Ruído.................................................................................................... 384.5.1.2 Vibração............................................................................................... 394.5.2 Riscos ergonômicos............................................................................. 424.5.3 Riscos químicos................................................................................... 434.5.4 Riscos de acidentes............................................................................. 434.5.5 Riscos biológicos................................................................................. 455 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................... 465.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO............................................. 465.2 METODOLOGIA E MATERIAIS UTILIZADOS..................................... 466 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................... 476.1 REGISTRO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO................................. 476.1.1 Segurança no trabalho......................................................................... 486.1.2 Equipamentos de proteção individual.................................................. 496.2 TÉCNICA DE EXPLORAÇÃO.............................................................. 507 CONCLUSÕES.................................................................................... 51

REFERÊNCIAS.................................................................................... 53ANEXOS............................................................................................... 55

Page 10: Segurança em operações com motossera

9

1 INTRODUÇÃO

A região Sul e parte da região Centro do Estado do Paraná são áreas onde

existem ainda diversos pontos remanescentes de vegetação nativa apesar do

incentivo ao plantio de exóticas como o Pinus e o Eucalipto e da agricultura em

geral.

Caracterizada pela presença da floresta subtropical que é uma floresta

mista, composta por formações latifoliadas (vegetação de folhas largas e grandes) e

por coníferas, representadas pelo pinheiro-do-paraná (Araucária angustifolia). A

mata das araucárias ou mata dos pinheirais ocupava 44% do território paranaense.

Entre as florestas existentes no país, a floresta ombrófila mista é considerada como

a que mais sofre exploração econômica, tendo a exploração de imbuia, cedro, erva-

mate e a araucária como as principais.(PESCADOR; OLIVEIRA, 2009, p.38).

A região também é caracterizada pela presença de pequenas propriedades

onde predomina agricultura familiar. A maioria dessas, em locais do interior que são

muito distantes da área urbana, sendo necessários vários quilômetros de redes de

distribuição de energia para o abastecimento.

Também é necessária uma grande extensão de redes de energia para

efetuar a transmissão e distribuição de um município ao outro. Essas redes passam

por áreas rurais com considerável presença de vegetação nativa. Para garantir a

continuidade da qualidade dos serviços de distribuição de energia e a segurança ao

sistema e também à população, existe a necessidade de se manter uma faixa de

segurança sob a rede de energia onde a mesma esteja livre de vegetação, chamada

de faixa de servidão. Para alcançar este objetivo são efetuadas roçadas periódicas

pela concessionária de energia, através de empreiteiras contratadas para este

serviço.

Em algumas áreas são realizadas apenas roçadas leves, ou seja, sem

produção de material lenhoso. Mas em outras há necessidade do corte de várias

árvores com autorização dos órgãos fiscalizadores ambientais.

Assim, para a limpeza das faixas de servidão são empregadas motosserras,

sendo uma atividade onde há registros de elevado número de acidentes de trabalho

no Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, que é todo aquele que decorre

do exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando, direta ou indiretamente,

Page 11: Segurança em operações com motossera

10

lesão corporal, perturbação funcional ou doença que ocasione a morte, perda ou

redução, permanente ou temporária, da capacidade de trabalho (SEGURANÇA E

MEDICINA DO TRABALHO, 1992).

A segurança do trabalho tem como finalidade principal evitar que possíveis

acidentes, venham atingir de alguma forma lesionária os trabalhadores. Por isso,

tanto a concessionária de energia quanto a empreiteira devem trabalhar de forma

preventiva com foco na questão da segurança para que haja a preservação da

integridade física do operador de motosserra.

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

O presente trabalho tem por objetivo avaliar as condições de segurança em

operações com motosserra e diagnosticar os riscos aos quais o operador de

motosserra está exposto.

2.2 ESPECÍFICOS

� Verificar as condições de trabalho dos operadores de motosserra;

� Verificar a consciência dos operadores de motosserra sobre os riscos

referentes à atividade;

� Verificar a utilização de Equipamentos de Proteção Individual pelos

trabalhadores;

� Avaliar se os operadores de motosserra utilizam técnicas de exploração

corretas com relação ao quesito segurança;

� Orientar sobre a importância da utilização correta dos Equipamentos de

Proteção Individual.

3 JUSTIFICATIVA

Apesar da evolução do setor florestal, as máquinas e equipamentos

desenvolvidos não substituíram o uso da motosserra.

O corte de árvores com motosserra permite uma boa produtividade

individual, além de poder ser feito em locais de difícil acesso.(SANTOS, 2008).

Page 12: Segurança em operações com motossera

11

A motosserra é uma máquina muito utilizada em função de seu baixo custo

de aquisição e da infinidade de trabalhos que podem ser realizados com ela. Como

é considerada uma máquina de alto risco, torna-se obrigatória, antes de sua

utilização, a obtenção do registro e porte.

Mesmo com o aperfeiçoamento e a inclusão de dispositivos de segurança na

motosserra; o desconhecimento da operação, a negligência na utilização dos

equipamentos de proteção individual e a falta de treinamento têm provocado sérios

acidentes, muitas vezes fatais.

Por ser uma máquina muito perigosa, a motossera só deve ser operada por

pessoas treinadas no seu uso. Cerca de 85% dos acidentes com motosserra são

provocados pela corrente em movimento. Os casos fatais, por outro lado, em sua

maioria, devem-se à queda de árvores, derrubadas sem a devida técnica.

(RODRIGUES, 2004, p.42).

Somente o treinamento adequado e sistemático dos operadores florestais

possibilitará que eles sejam capazes de realizar um trabalho eficiente e utilizar a

motosserra de forma racional, ergonômica e com segurança.

Este trabalho visa servir como modelo e orientação técnica para a obtenção

de conhecimento para esta atividade de risco, aumentando assim a segurança do

operador.

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 EVOLUÇÃO DA MOTOSSERRA

No setor florestal, uma das primeiras tentativas de se derrubar árvores por

outros meios, que não a força humana, ocorreu em 1897, nos Estados Unidos, em

um experimento, utilizando-se vapor como força motriz. A partir dessa época, vários

tipos de motosserras a motor foram desenvolvidos e testados, mas todas eram gran-

des e pesadas, requerendo dois operadores para o seu manuseio (LOPES, 2000).

Uma questão que preocupava engenheiros e inventores desde o século XIX

era como facilitar o trabalho florestal. Alguns curiosos experimentos da época mos-

tram tentativas ousadas de facilitar o pesado trabalho dos madeireiros através do

auxílio de máquinas. No entanto, os primeiros resultados se caracterizavam por al-

Page 13: Segurança em operações com motossera

12

guns problemas: eram máquinas pesadas demais, difíceis de ser manejadas e pou-

co confiáveis.

A idéia de motorizar o corte de madeira, transformada em realidade pelo en-

genheiro alemão Andreas Stihl, em 1926, surgiu numa época em que os trabalhado-

res abasteciam as carvoarias européias serrando as árvores com a própria força.

Assim no mesmo ano apareceram máquinas semelhantes às de hoje, uma

serra de corrente para corte horizontal movida a eletricidade, foi uma novidade mun-

dial, utilizada em pátios de madeireiras, mas somente em 1929 estava terminada a

primeira motosserra acionada a gasolina, conhecida como a máquina derrubadora

de árvores da Stihl, não se podendo falar de Peso Leve, pois pesava 63,5 Kg. Como

resultado, madeireiros não dependeram mais de uma fonte de energia estacionária,

como a eletricidade, potência hidráulica ou vapor de água.

Segundo LOPES (2000) por volta de 1930, na antiga União Soviética, tam-

bém foi desenvolvida uma motosserra a gasolina e, em 1932, uma elétrica. Estas

motosserras eram muito pesadas, cerca de 46 kg, e requeriam duas pessoas para

manuseá-las, além de não poderem ser operadas em qualquer posição por causa do

seu sistema de carburação. Eram ergonomicamente incorretas e não possuíam

qualquer tipo de proteção. Frequentemente as motosserras eram tão pesados que ti-

nham rodas.

A partir de 1950, a indústria foi capaz de produzir a motosserra pesando

menos de 15 kg, podendo ser operada por uma única pessoa, bem como houve o

desenvolvimento de carburadores de membrana, que permitia o funcionamento da

motosserra em qualquer posição.

Houveram alguns avanços em relação a itens de segurança que foram incor-

porados a motosserra, dentre os quais podemos destacar o amortecedor anti-vibra-

tório e o freio de corrente, hoje obrigatórios em qualquer motosserra que venha a ser

fabricada ou importada(LOPES,2000).

Deve-se também destacar, o sistema Ematic desenvolvido pela Stihl, que

assegura que cada gota de lubrificante da corrente atinja o exato ponto onde elas

são necessárias, possibilitando chegar a uma economia de óleo de até 50%, quando

em uso. Isso traz redução de custos e menos danos ao meio ambiente.

Page 14: Segurança em operações com motossera

13

Em 1975, a Stihl aproveitava a demanda existente no país para montar seu

parque industrial em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Foi dali que saiu a primei-

ra motosserra produzida na América Latina.

Em 1976, cinquenta anos após ter sido produzida a primeira motosserra, foi

fabricada a quatromilionésima máquina.

Em 1989, foi produzida a primeira motosserra com catalisador e em 1995 a

menos ruidosa do mundo.

No Brasil, as primeiras motosserras foram importadas na década de 60, ha-

via inconvenientes das dificuldades de reposição de peças e assistência técnica. So-

mente na década de 70, os fabricantes de motosserras se instalaram no Brasil. Além

disso, com o avanço da tecnologia e o surgimento de novos materiais, as motosser-

ras foram se tornando cada vez mais leves e hoje com menos de 10 kg*, podendo

chegar a menos de 5 kg*, tornando sua operação cada vez mais segura, por possuí-

rem vários itens de segurança na própria máquina (LOPES, 2000).

Atualmente, no Brasil, podem-se encontrar várias marcas e modelos de

motosserras disponíveis no mercado, bem como implementos e acessórios que

podem ser acoplados ao seu motor, para execução de outros serviços.

Apesar de aumentar a produtividade por operário, a utilização da motosserra

não implica necessariamente uma diminuição dos esforços físicos exigidos para a

tarefa. Incrementa-se agora um objeto, com um peso em torno de 10kgf, o qual o

trabalhador deverá transportar, conduzir na operação, acionar e controlar. Necessita-

se que o operário posicione-se diferentemente do estado de equilíbrio normal do

corpo, gerando esforços localizados na coluna vertebral e deformações da estrutura

óssea como um todo (bacia, ombros, braços e pescoço).

4.2 LEGISLAÇÃO E NORMAS

A seguir são apresentadas leis, portarias e normas que regem a comerciali-

zação e uso de motosserras.

4.2.1 Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e

atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

Page 15: Segurança em operações com motossera

14

Artigo 51 - A utilização de motosserra em florestas e nas demais formas de vegeta-

ção, sem licença ou registro da autoridade competente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

4.2.2 Portaria Normativa do IBAMA

PORTARIA Nº149, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1992

Dispõe sobre o registro de comerciante ou proprietário de motosserra, junto

ao IBAMA.

Essa Portaria foi instituída considerando a necessidade de simplificar os pro-

cedimentos relativos ao registro e licenciamento das atividades ligadas à comerciali-

zação e uso de motosserra.

Dentre seus principais artigos estão:

Art. 1.º - Ficam obrigados ao registro no IBAMA, os estabelecimentos comerciais

responsáveis pela comercialização de motosserra, bem como aqueles que, sob

qualquer forma, adquirirem este equipamento.

Art. 3.º - § 1.º - Após o recolhimento da taxa equivalente na rede bancária autoriza-

da, o DUA devidamente preenchido e com a autenticação mecânica, será a Licença

para Porte e Uso de Motosserra - LPU e terá validade de 2 ( dois ) anos a contar da

data do pagamento.

§ 2.º - A licença de que trata este artigo, deverá ser renovada a cada 2 ( dois ) anos,

mediante os mesmos procedimentos.

Art. 4.º - § 1.º - Ficam isentas das citadas taxas, as Entidades Públicas Federais, Es-

taduais, Municipais e as reconhecidas legalmente como de Utilidade Pública, deven-

do estas entidades comparecerem ao IBAMA, para obtenção de Registro e LPU.

Art. 7.º - A comercialização ou utilização de motosserra sem o registro e/ou licença a

que se refere esta Portaria constitui crime contra o meio ambiente, sujeito à pena de

detenção de 1 ( um ) a 3 ( três) meses e multa de 1(um) a 10(dez) salários mínimos

de referência e apreensão da motosserra, sem prejuízo da responsabilidade pela re-

paração dos danos causados ( § 3.º, artigo 45, lei n.º 4.771/65 ) .

Page 16: Segurança em operações com motossera

15

4.2.3 Normas Regulamentadoras

Em 22 de dezembro de 1977 a lei nº 6.514 vem alterar o Capítulo V do Título

II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança e Medicina do Traba-

lho.

A portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, com relação também a este capí-

tulo da CLT, aprova as NR’s – Normas Regulamentadoras, das quais algumas po-

dem ser aplicadas no caso da segurança e saúde no campo, em especial na colheita

florestal.

4.2.3.1 NR-6 – Equipamentos De Proteção Individual – EPI’s

A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência da NR-6,

são os artigos 166 e 167 da CLT:

Art.166 – A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,

equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de

conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não

ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos

empregados.

Art. 167 – O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com

a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho (CA).

Estabelece e define os tipos de EPI’s que as empresas estão obrigadas a

fornecer aos seus empregados, sempre que as condições de trabalho exigir, a fim de

resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.

4.2.3.2 NR-12 – Máquinas e Equipamentos

12.1. Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem referências técnicas,

princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integrida-

de física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de

acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e

equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercializa-

ção, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem

prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras – NR

Page 17: Segurança em operações com motossera

16

aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas ofi-

ciais e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais aplicáveis.

A NR-12 possui um documento (em anexo) com disposições específicas relativo a

motosserra,cujo objetivo é propor medidas para a melhoria das condições de traba-

lho no uso das mesmas.

4.2.3.3 NR-17 – Ergonomia

17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a

adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos traba-

lhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempe-

nho eficiente.

17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pes-

coço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonô-

mica do trabalho, deve ser observado o seguinte:

a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração

e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões so-

bre a saúde dos trabalhadores;

b) devem ser incluídas pausas para descanso;

c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou supe-

rior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo

aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento.

O esforço físico despendido pelo operador de motosserra no corte de árvo-

res depende da ferramenta utilizada, porque o peso da motosserra depende do mo-

delo da mesma, depende do seu posicionamento e até das condições do terreno.

A atividade de corte de árvores exige um trabalho muscular muito grande.

Segundo Haselgruber e Grieffenhagen(1989), o operador de motosserra

gasta de 4.000 a 5.000 kcal/d. Por isso a mesma é considerada de grande intensida-

de de esforço físico, mesmo quando é realizada com o auxílio da motosserra.

O motosserrista deve trabalhar 46 minutos e repousar 14 minutos, enquanto

o ajudante deve trabalhar 42 e repousar 18 minutos, durante cada hora da jornada

de trabalho (LOPES E MINETTI; 2000; p. 25).

Page 18: Segurança em operações com motossera

17

GRANDJEAN (1988) recomenda a frequência de 35 bpm (batimentos do co-

ração por minuto), acima da frequência cardíaca em repouso, como um limite de ati-

vidade contínua para homens.

De modo geral, um período de descanso deve seguir os ciclos de trabalho e

pausas curtas e frequentes são mais indicadas do que pausas longas em menor nú-

mero (LAVILLE, 1977).

4.2.3.4 NR-31 – Segurança e saúde no trabalho na ag ricultura, pecuária, silvi-cultura, exploração florestal e a aqüicultura

31.1.1 Esta Norma Regulamentadora tem por objetivo estabelecer os preceitos a

serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar

compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura,

pecuária, silvicultura, exploração florestal e aqüicultura com segurança e saúde no

meio ambiente do trabalho.

31.12 Máquinas, equipamentos e implementos

31.12.7 É vedada a execução de serviços de limpeza, de lubrificação, de

abastecimento e de manutenção com as máquinas, equipamentos e implementos

em funcionamento, salvo se o movimento for indispensável à realização dessas

operações, quando deverão ser tomadas medidas especiais de proteção e

sinalização contra acidentes de trabalho.

31.12.8 É vedado o trabalho de máquinas e equipamentos acionados por motores

de combustão interna, em locais fechados ou sem ventilação suficiente, salvo

quando for assegurada a eliminação de gases do ambiente.

4.2.3.5 Registro e Porte

É necessária a obtenção do registro e porte da motosserra, independente do

local ou finalidade do trabalho. Deve-se registrá-la junto ao órgão florestal competen-

te da unidade federativa (Portaria Normativa IBAMA Nº 149, de 30 de dezembro de

1992).

Page 19: Segurança em operações com motossera

18

Portar ou utilizar motosserra sem licença ou registro é crime, punível com

multa e pena de três meses a um ano de detenção (Lei Federal 9605/1998 - Decreto

3179/1999). Para maior comodidade, ao efetuar a compra, o cliente é orientado e,

muitas vezes, pode sair da loja com sua motosserra já licenciada, como exige a lei.

A Licença só entra em vigor mediante pagamento do boleto bancário, sendo

válida por 2 (dois) anos a partir da data de pagamento.

4.3 SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DE MOTOSSERRA

O risco de acidentes está presente em todo o tipo de trabalho realizado, em

maior ou menor proporção, dependendo da atividade. Devido a esse fator são de-

senvolvidos e melhorados constantemente os Equipamentos de Proteção Individual,

as máquinas e os equipamentos de segurança ativos no produto.

No trabalho florestal, principalmente no corte de árvores, trabalha-se geral-

mente com máquinas leves, potentes e de alta rotação, o que torna o equipamento

de alto risco (LISBÔA, 2006, p.16).

Deve-se ter o máximo cuidado ao operar esse tipo de máquina e utilizar

sempre motosserras que possuam todos os dispositivos de segurança exigidos pela

legislação e todos os Equipamentos de Proteção Individual recomendados pelo fa-

bricante.

4.3.1 Dispositivos de Segurança

Segundo Lopes (2000), no trabalho com motosserra, existem dois agentes

de segurança: ativos e passivos. Os mesmos estão especificados a seguir.

4.3.1.1 Agentes Ativos

São os dispositivos de segurança da motosserra e tem por finalidade prote-

ger o operador contra acidentes, conforme apresentado na Figura 1.

Page 20: Segurança em operações com motossera

19

Figura 1 – Dispositivos de Segurança da MotosserraFonte : www.sthil.com.br

4.3.1.1.1 Protetor das mãos

As mãos do operador estão sempre expostas durante a execução do traba-

lho. Para evitar os acidentes, a motosserra profissional possui dois protetores, um

dianteiro (freio manual de corrente) e outro traseiro. O protetor dianteiro está locali-

zado à frente do cabo, enquanto que o traseiro está sob o punho.

4.3.1.1.2 Freio de corrente

O freio da corrente é um dispositivo de segurança que interrompe o

movimento da corrente durante o trabalho. Esse sistema pode ser utilizado

basicamente em três situações: Em caso de rebote do conjunto de corte, o freio da

corrente é instantaneamente acionado, levando-se a proteção da mão para frente.

Com esse movimento, a corrente pára imediatamente; Para dar o arranque na

motosserra, o freio deverá ser utilizado de modo a bloquear o movimento da

corrente; Durante o transporte, com a motosserra em funcionamento, a corrente

deverá ser bloqueada pelo acionamento do freio.

Page 21: Segurança em operações com motossera

20

4.3.1.1.3 Pino pega corrente

Em situações onde a corrente está muito tensionada ou frouxa, ela poderá

romper-se, rebatendo para trás e atingindo o operador. Isso. Isso pode ser evitado,

se as motosserras possuírem um pino de segurança, localizado sob a tampa do pi-

nhão.

4.3.1.1.4 Trava do acelerador

É um dispositivo de segurança que evita que a corrente se movimente devi-

do a uma aceleração involuntária. Isto somente ocorre se o operador segurar de for-

ma firme e consciente o punho da motosserra e iniciar a aceleração.

4.3.1.1.5 Sistema anti-vibratório

Para evitar possíveis problemas de saúde ao operador dadas às vibrações

do motor, as motosserras são dotadas de um sistema anti-vibratório. Esse sistema

consiste de elementos resilientes, denominados amortecedores, os quais estão dis-

tribuídos na carcaça da motosserra, em pontos estratégicos, de modo a eliminar

quase todas as vibrações do motor e da corrente.

4.3.1.1.6 Escapamento e Silencioso

Para evitar danos à saúde do operador por causa do forte ruído emitido pelo

motor e dos gases provenientes da combustão, as motosserras possuem um conjun-

to formado por um silencioso e escapamento. Estes visam, respectivamente, dimi-

nuir o nível de ruído emitido pelo motor e o contato do operador com gases resultan-

tes da combustão.

4.3.1.2 Agentes Passivos

São os Equipamentos de Proteção Individual. A escolha dos EPI’s é impor-

tante para a segurança, o conforto e a capacidade do trabalho do operador de mo-

tosserra. O EPI ideal deve proteger o operador contra determinados fatores ambien-

tais que influenciam as condições de trabalho: temperatura, umidade relativa do ar,

ruído, vibração, etc., bem como da própria motosserra. Além disso, eles também de-

vem facilitar os movimentos do corpo, não causando limitações no movimento, além

de possuir cores vivas e chamativas por questão de segurança.

Page 22: Segurança em operações com motossera

21

4.3.1.2.1 Capacete

Confeccionado em polietileno de alta resistência, apresenta internamente

coroa ajustável em tecido de náilon, carneira e suspensão de material plástico, vi-

sando amortecer e distribuir a carga do impacto; tira absorvente de suor e filme plás-

tico perfurado e revestido internamente com uma camada de espuma plástica. Os

capacetes devem ser nas cores vermelha, laranja ou amarela, de modo a destacar e

facilitar a visualização do operador na área de trabalho (Fig. 2).

Figura 2 - Capacete com protetor facial e protetor auricularFonte : www.sthil.com.br

4.3.1.2.2 Protetor Facial

Acoplado ao capacete e confeccionado em material plástico com tela de nái-

lon, na cor preta, possui a função de proteger o rosto do operador contra galhos e

serragens (Fig. 3).

Figura 3 – Protetor FacialFonte : www.sthil.com.br

Page 23: Segurança em operações com motossera

22

4.3.1.2.3 Protetor Auricular

O protetor auricular possui haste metálica tipo mola, fabricado em aço espe-

cial galvanizado, ligado por grampo duplo regulável. Acoplado ao capacete, o prote-

tor visa proteger o ouvido do operador dos ruídos excessivos advindos da motosser-

ra e do ambiente de trabalho (Fig.4).

Figura 4 - Protetor auricularFonte : www.sthil.com.br

4.3.1.2.4 Calça de Motosserrista

Confeccionada em tecelagem especial e fios 100% poliéster, permitindo per-

feita ventilação e máxima resistência, com proteção interna na frente e panturrilha

em camadas de malha e poliésteres, sem emendas e conferindo alta resistência e

proteção ao operador (Fig. 5).

Figura 5 - Calça motosserristaFonte : www.sthil.com.br

Page 24: Segurança em operações com motossera

23

4.3.1.2.5 Luvas

Confeccionada em vaqueta e náilon, palma 100% de vaqueta, dorso em po-

liamida com 3mm de espuma de proteção e sobre o forro de Jersey. Visa proteger as

mãos do operador contra cortes e perfurações, bem como minimizar as vibrações da

motosserra (Fig. 6).

Figura 6 – LuvasFonte : www.sthil.com.br

4.3.1.2.6 Coturno

Confeccionado em vaqueta lisa curtida em cromo; palmilha de montagem

em couro; acolchoado internamente com uma camada de espuma; solado antiderra-

pante e biqueira de aço visa proteger os pés do operador contra cortes e perfura-

ções (Fig. 7).

Figura 7 – CoturnoFonte : www.sthil.com.br

Page 25: Segurança em operações com motossera
Page 26: Segurança em operações com motossera

25

4.3.2 Procedimentos de Segurança ao Operador

O operador de motosserra deve munir-se e utilizar Equipamentos de Prote-

ção Individual conforme visualizado na Figura 10.

Figura 10 – Operador com EPI’sFonte : http://bombeirosparasempre.blogspot.com.br

Quando a motosserra for carregada em terreno plano ou aclive (Fig. 11a), o

sabre deve apontar para trás e estar afastado do operador. Em declives o sabre

deve apontar para frente e estar afastado do operador (Fig. 11b).

Figura 11a – Transporte em aclive Figura 11b – Transporte em decliveFonte : Manual de Instrução Técnica Copel Fonte : Manual de Instrução Técnica Copel

Page 27: Segurança em operações com motossera

26

Ter cuidado para não derramar combustível sobre a motosserra ao reabaste-

cê-la principalmente não fumar quando realizar esta operação (Fig.12). Para evitar

incêndio, a motosserra deve ser funcionada longe do local de abastecimento.

Sempre se abastece primeiro o óleo de corrente depois a gasolina, pois se

acabar o óleo funde o conjunto de corte, por outro lado se acabar a gasolina sim-

plesmente a máquina para.

Figura 12 – Abastecimento da MotosserraFonte : www.sthil.com.br

Uma afiação correta com pinhão, sabre e corrente em boas condições, evi-

tam vibrações indesejáveis e prejudiciais à máquina, além de evitar também riscos

de acidente ao operador (Fig. 13).

Figura 13 – Afiação da correnteFonte : www.sthil.com.br

Page 28: Segurança em operações com motossera

27

Para ligar a motosserra: Uma maneira correta é colocar a motosserra no

solo tendo o pé direito do motosserrista fixo ao protetor e a mão esquerda seguran-

do firme a alça. O arranque é acionado com a mão direita. O sabre deve ficar livre

de qualquer obstáculo e com a ponta voltada para a direção oposta ao corpo.

Para prevenir acidentes deve-se conhecer a motosserra e as técnicas corre-

tas de corte. As medidas de segurança existentes na motosserra, ajudam a prevenir

acidentes, mas, estar treinado e sempre alerta, é a melhor proteção.

4.3.3 Recomendações de Segurança na Utilização de M otosserra

As recomendações de medidas preventivas de segurança para os

operadores de motosserra, orientando sobre a maneira mais correta para

desenvolver suas atividades são listadas a seguir:

1. Não cortar árvores se houver ventos fortes e/ou variáveis;

2. Nunca derrubar árvores quando estiver sozinho. Após ter feito o entalhe

direcional, quando a árvore estiver próximo da queda, solicitar ao

companheiro observar a presença de animais ou pessoas desavisadas, que

possam se aproximar do local sem que o operador perceba;

3. Atentar à direção natural da queda da árvore.

4. Apesar do alinhamento da árvore, em algumas variedades o galho que forma

bifurcação, devido a seu peso e tamanho pode “puxar” a árvore da provável

direção de queda.

5. Verificar a direção e intensidade do vento. Devido a galhada da árvore a ação

do vento exerce uma força muito grande, podendo alterar a direção de queda.

6. Manter distância de segurança entre operadores de 2 vezes e meia o

tamanho da maior árvore.

7. Verificar a existência de abelhas, vespas e espinhos.

8. Efetuar a limpeza da base da árvore.

9. Verificar a existência de redes de energia elétrica.

10.Observar a copa da árvore. Poderão cair galhos que estão soltos nas copas

da mesma ou de outras árvores e atingir o operador.

Page 29: Segurança em operações com motossera

28

11. Nunca deixar árvores cortadas enroscar em outras: poderá cair repentina-

mente com ventos ou pelo próprio peso.

12.Estabelecer rotas de fuga num ângulo de 45º, livre de obstáculos.

13.Sempre desligar a motosserra ao transportá-la ou reabastecê-la.

14.Não fumar durante o abastecimento.

15.Ligar a máquina no mínimo 3 metros do local abastecido.

16. Não utilizar a motosserra acima da linha da cintura a partida, sempre que pos-

sível, realizar sobre o solo, evitar a posição entre as coxas.

17.Usar obrigatoriamente os Equipamentos de Proteção Individual

recomendados.

18.A motosserra deverá ser utilizada somente por pessoas adultas.

19.Somente operadores treinados devem utilizar uma motosserra.

20.Manter os dispositivos de segurança da motosserra em perfeitas condições.

21.Não usar a motosserra de maneira que seu domínio ultrapasse a sua

capacidade ou experiência.

22.Nunca testar ou regular a corrente com o motor em funcionamento.

23.Nunca coloque as mãos no sabre ou corrente e faça ajustes com o motor

ligado.

24.Nunca manipule a motosserra quando estiver cansado.

25.Nunca operar a motosserra segurando-a com uma só mão.

26.As árvores enganchadas e semi-cortadas devem ser derrubadas antes de se

iniciar qualquer outra operação.

27.Use sempre a bainha protetora no sabre, ao transportar a motosserra para o

local de trabalho e ao retornar do trabalho.

28.Nunca dar partida na motosserra em ambientes fechados, há perigo relativo

aos gases de escape do motor.

4.4 SEGURANÇA NA DERRUBADA COM MOTOSSERRA

4.4.1 Técnicas Seguras de Corte

Segundo Amaral (1998), estão descritos a seguir os métodos seguros de corte.

Page 30: Segurança em operações com motossera

29

4.4.1.1 Postura Adequada à Execução da Atividade

Na derrubada de árvore, é importante que o operador adote uma postura

correta, sendo basicamente na execução do entalhe direcional e do corte de abate.

a) Entalhe direcional

A postura que o operador deve adotar para executar o entalhe direcional é a

seguinte:

� Segurar a motosserra com a mão esquerda pelo cabo dianteiro e com a

mão direita pelo cabo traseiro;

� Posicionar-se ao lado direito do sentido da derrubada;

� Colocar o pé esquerdo atrás da árvore, a uma distância aproximada de

0,70 m e o pé direito paralelo à árvore, a uma distância equivalente ao

corpo da motosserra, de forma que os pés formem um ângulo de 90º;

� Apoiar o braço direito sobre a coxa direita, e o ombro do lado esquerdo na

árvore, flexionando as pernas de forma a manter a coluna ereta;

� Primeiramente, deve-se executar o corte oblíquo ou de “telhado”. Para

manter o ângulo recomendado, o operador deve segurar na curvatura do

cabo dianteiro da motosserra, acelerando com o dedo indicador;

� Para executar o corte de base, o operador, mantendo-se na mesma

posição, deve segurar na base do cabo dianteiro, de forma a manter o

sabre na horizontal, executando o corte com a parte inferior do sabre e

acelerando com o dedo polegar.

b) Corte de abate

Para executar o corte de abate, o operador deve adotar a seguinte postura:

� Mantendo-se ainda no lado direito da derrubada, flexionar os joelhos ou

apoiar o joelho direito no terreno, de forma a facilitar a operação e manter

a coluna ereta;

� Segurar na base do cabo dianteiro, de forma a manter o sabre na

horizontal;

� Executar o corte com a parte superior do sabre, acelerando com o dedo

polegar.

Page 31: Segurança em operações com motossera

30

O filete de ruptura ou dobradiça consiste na parte do tronco não cortado,

possuindo uma largura equivalente a 10% do diâmetro da árvore.

O filete de ruptura serve para apoiar a árvore durante a queda, suavizando e

assegurando que esta caia na direção da abertura do entalhe direcional, ou seja, na

direção de queda desejada.

A presença do filete de ruptura é da maior importância na derrubada de

árvore, pois é o que oferece segurança ao operador, evitando a ocorrência de

“rebote” da árvore, no momento de sua queda, ou mesmo que esta caia em outra

direção não desejada.

O corte de árvores deve ser feito o mais baixo possível, de forma a reduzir

perdas de madeira, facilitar a entrada de veículos na área de corte e evitar acidentes

quando da retirada da madeira.

4.4.1.2 Pré-corte

O preparo das árvores para o corte deve ser realizado observando os se-

guintes procedimentos:

1º - Verificar se a direção de queda recomendada é possível verificar também a

existência de risco de acidentes, por exemplo, galhos quebrados pendurados.

2º - Deve-se limpar o tronco a ser cortado. Cortar cipós e arvoretas e remover

eventuais casas de cupins, galhos quebrados ou outros obstáculos situados

próximos à árvore.

3º - Realizar o teste do oco. Para certificar se árvore está oca, o motoserrista

introduz o sabre da motoserra no tronco no sentido vertical. Conforme a resistência

de entrada, pode-se avaliar a presença e o tamanho do oco.

4º - Remover pregos e plaquetas de alumínio que tenham sido colocados nas

árvores durante o censo, deslocando-os para a base da árvore (abaixo da linha de

corte). A remoção é importante, uma vez que os pregos podem causar danos à serra

fita durante o processamento da madeira.

Page 32: Segurança em operações com motossera

31

5º - Preparar os caminhos de fuga, por onde a equipe deve-se afastar no momento

da queda da árvore. Os caminhos devem ser construídos no sentido contrário à

tendência de queda da árvore (Fig. 14).

Figura 14 – Caminho de fuga.Fonte : Amaral et al, 1998

4.4.1.3 Técnica Padrão de Corte

A técnica padrão consiste em uma seqüência de três entalhes: “abertura da

boca”, corte diagonal e corte de abate ou direcional (Fig. 15), assim descritos:

Figura 15 – Técnica padrão de corte.Fonte : Amaral et al, 1998

1- Abertura da “boca” é um corte horizontal no tronco (sempre no lado de queda da

árvore) a uma altura de 20 cm do solo. Esse corte deve penetrar no tronco até atingir

cerca de um terço do diâmetro da árvore.

Page 33: Segurança em operações com motossera

32

2- Na seqüência, faz-se um outro corte, em diagonal, até atingir a linha de corte

horizontal, formando com esta um ângulo de 45 graus.

3- Finalmente, é realizado o corte de abate de forma horizontal, no lado oposto à

“boca”. A altura desse corte em relação ao solo é 30 cm, e a profundidade atinge

metade do tronco.

A dobradiça, parte não cortada do tronco (entre a linha de abate e a “boca”),

serve de apoio para a árvore durante a queda, permitindo que esta caía na direção

da abertura da “boca”. A largura da dobradiça deve equivaler a 10% do diâmetro da

árvore.

4.4.1.4 Técnicas Especiais de Corte

A técnica padrão serve de base para as técnicas especiais de corte, que po-

dem ser empregadas para as seguintes situações:

4.4.1.4.1 Árvores cuja direção de queda precisa ser alterada

Para que o arraste seja facilitado e as árvores remanescentes sejam protegi-

das, em algumas situações é preciso orientar a queda da árvore a ser extraída para

uma direção diferente de sua tendência natural. Para isso, o ajudante introduz a cu-

nha na fenda do corte de abate podendo assim direcionar a queda da árvore. A cu-

nha, inserida no lado de inclinação natural da árvore, funciona como um suporte, difi-

cultando a queda nesta direção (Fig.16).

Figura 16 – Uso da cunha no direcionamento de queda da árvore.Fonte : Amaral et al, 1998

Page 34: Segurança em operações com motossera

33

O controle da direção de queda pode ser reforçado deixando uma dobradiça

mais estreita no lado de queda natural (Fig. 17). Essa parte rompe primeiro,

causando uma torção e direcionando a queda da árvore para o lado que se deseja.

Figura 17 – Largura da dobradiça.Fonte : Amaral et al, 1998

4.4.1.4.2 Árvores com oco

As árvores ocadas depois de cortadas tendem a cair rapidamente em uma

direção imprevisível, por isso, o risco de acidentes graves no corte destas árvores

são maiores. Se a árvore está ocada apenas na base do tronco, é necessário adotar

um corte especial como indica a Figura 18.

Figura 18 - Seqüência de corte para árvores ocas.Fonte: Amaral et al., 1998

4.4.1.4.3 Árvores Grandes

Quanto as árvores grandes, é preciso que sejam cortadas em etapas para

que se facilite o manuseio da motoserra e evitar que o sabre fique preso à árvore. A

Figura 19, apresenta uma seqüência de três entalhes.

Page 35: Segurança em operações com motossera

34

Figura 19 - Etapas para o corte de árvores com diâmetro grande.Fonte: Amaral et al., 1998

.

4.4.1.4.4 Árvores com tronco muito inclinado

As árvores com grande inclinação oferecem riscos mais altos de acidentes

durante o corte por causa da rapidez com que elas tendem a cair. Além disso, racha-

duras provocadas por erros no corte são mais comuns nessas árvores. Para reintro-

duzir tais problemas, são utilizadas as seguintes técnicas de corte assim como são

mostradas na Figura 20.

Figura 20 - Etapas para o corte de árvores com inclinação excessiva.Fonte: Amaral et al., 1998

Page 36: Segurança em operações com motossera

35

4.4.1.4.5 Árvores com Sapopemas

É comum a existência de espécies com sapopemas (raízes laterais situadas

na base da árvore). O tronco de algumas das espécies segue maciço até a base do

solo. A aplicação das técnicas de corte ilustradas na Figura 21, permitem um melhor

aproveitamento da madeira dessas espécies.

Figura 21 - Técnica de corte para árvore com sapopema.Fonte: Amaral et al., 1998

4.4.2 Prevenção de Acidentes no Corte

A maioria dos acidentes na exploração madeireira (alguns fatais) ocorre na

etapa de corte das árvores. Para evitar tais acidentes, além das técnicas adequadas

de corte, deve-se adotar as seguintes medidas preventivas:

- Corte de Cipós. É comum as árvores estarem entrelaçadas por cipós. Desta manei-

ra, basta que uma árvore seja derrubada para que outras árvores também caiam. A

realização do corte de cipós reduz expressivamente o número de riscos de aciden-

tes para as equipes de exploração.

- Construir caminhos de fuga. A equipe de corte deve limpar a área em torno da ár-

vore a ser extraída, removendo eventuais obstáculos como arvoretas e galhos que-

Page 37: Segurança em operações com motossera

36

brados. Em seguida, define e abre caminho de fuga, fora do raio provável de queda

da árvore (Fig. 22).

Figura 22 - Usando caminho de fuga sem obstáculos e com motosserra desligada.Fonte: Amaral et al., 1998

− Manter uma distância mínima entre as equipes. Quando duas ou mais equi-

pes estão trabalhando em uma mesma área de exploração, é preciso que

mantenham entre si uma distância de 100 metros (Fig. 23). Além disso, o ge-

rente da exploração pode usar as informações do mapa do planejamento para

indicar onde as equipes devem se posicionar na floresta.

Figura 23 - Distância mínima entre as equipes.Fonte: Amaral et al., 1998.

Page 38: Segurança em operações com motossera

37

4.4.3 Amarração auxiliar para direcionar a queda

A amarração auxiliar de árvores ou galhos a serem cortados para direcionar

a queda deve observar os seguintes procedimentos:

• Ficar a uma distância segura para evitar que seja atingido pela árvore no

momento da sua queda, utilizando-se de cordas com tamanho e resistência

suficientes para isto.

• Procurar sempre que possível, ancorar a corda em um ponto resistente.

• Esticar as cordas em pelo menos três sentidos diferentes (Fig. 24), em caso de

direcionamento preciso de queda.

Figura 24 – Amarração auxiliar para direcionar a queda.Fonte: Apostila Poda de Árvores para técnicos e eletricistas Copel

4.5 RISCOS INERENTES À MOTOSSERRA

4.5.1 Riscos Físicos

São aqueles gerados por máquinas e condições físicas características do lo-

cal de trabalho, que podem causar danos à saúde do trabalhador.

Page 39: Segurança em operações com motossera

38

4.5.1.1 Ruído

O ruído pode causar cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da au-

dição, aumento da pressão arterial, problemas do aparelho digestivo, taquicardia e

perigo de infarto.

O nível de ruído admissível para 08 horas diárias de trabalho é de 85 dB (A)

(NR 15). A exposição a um ruído maior e/ou por maior tempo, podem causar danos

irreversíveis, até surdez total.

O gráfico apresentado na Figura 25 identifica vários tipos de ruídos dife-

rentes, mostrando-nos a necessidade do uso de protetores auriculares.

Tipos de Som Distâncias

Figura 25 – Nível de som de diferentes fontes.Fonte: Apostila Manutenção de Motosserra Copel

Segundo OLIVEIRA (2004), os operadores estão expostos a uma dose de

ruído de até 105 decibéis, caso não seja tomada nenhuma medida de controle de ru-

ído, seja na fonte ou através do uso de EPIs, os operadores só podem se expor du-

rante 30 minutos diários, conforme o anexo I da NR 15.

Page 40: Segurança em operações com motossera

39

Os operadores de motosserra estão expostos ao ruído contínuo e esta Nor-

ma Regulamentadora fixa para cada nível de pressão sonora o tempo diário máximo

permitido, conforme apresentado na Tabela 1.

TABELA 1 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente

Nível de Ruído dB (A) Máxima Exposição Diária Permi ssível

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

4.5.1.2 Vibração

Os fabricantes e importadores de motosserras instalados no país, introduzi-

rão nos catálogos e manuais de instrução de todos os modelos de motosserras,

seus níveis de ruído e vibração e a metodologia utilizada para a referida aferição.

Desta forma, as motosserras vem equipadas com um sistema anti-vibratório.

São amortecedores que separam a unidade motriz dos cabos dianteiros e traseiros,

Page 41: Segurança em operações com motossera

40

através de amortecedores ou molas, minimizando assim ao máximo as vibrações do

motor para as mãos e corpo do operador. O sistema está identificado pelos pontos

azuis na figura 26.

Figura 26 – Sistema anti-vibratório.Fonte: Apostila Manutenção de Motosserra Copel

Os gráficos apresentados na figura 27, mostram duas motosserras a uma ro-

tação de 8.500 rpm, sem e com amortecedores. Verifica-se uma diferença de ampli-

tude de vibração muito grande entre elas. Assim, pode-se concluir que para traba-

lhos profissionais, utilizando a motosserra durante o dia todo, deve ter o máximo cui-

dado para trabalhar sempre com motosserras que possuam sistema anti-vibratório,

protegendo a saúde, das vibrações do motor.

Sem amortecedores Com amortecedores

Figura 27 – Gráficos de amplitudes de vibrações de motosseras sem e com amortecedoresFonte: Apostila Manutenção de Motosserra Copel

A vibração localizada é aquela que atinge certas partes do corpo do traba-

lhador, principalmente as mãos e braços, que é o caso do operador de motosserra.

Exposições prolongadas e contínuas à vibração podem produzir diversas doenças

ocupacionais aos operadores como é o caso de “Dedos Brancos”.(RODRIGUES,

2004, p.40).

Page 42: Segurança em operações com motossera

41

A partir de 1970, passou a haver ampla utilização de motosserras com siste-

ma anti-vibração.

Os efeitos da vibração direta sobre o corpo humano podem ser extremamen-

te graves, podendo danificar permanentemente alguns órgãos do corpo humano.

Matoba (1994) citado por Fernandes (2002) refere que alguns pesquisado-

res têm reunido informações sobre os efeitos fisiológicos e psicológicos das vibra-

ções sobre o trabalhador, como perda de equilíbrio, falta de concentração e visão

turva (Fernandes, 2002).

As vibrações podem afetar o conforto, reduzir o rendimento do trabalho e

causar desordens das funções fisiológicas, dando lugar ao desenvolvimento de

doenças quando a exposição é intensa.

Segundo XIMENES (2006), é no Sistema Braço - Mão que as consequên-

cias das vibrações são mais severas. Nas ferramentas motorizadas atingem-se altas

acelerações oscilatórias nas mãos e articulação do pulso.

Trabalhadores usando há anos ferramentas motorizadas podem apresentar

diversas patologias nas mãos e braços, tais como a doença dos “Dedos Mortos” ou

doença de Raynaud. A exposição diária a vibrações excessivas durante vários anos

pode originar danos físicos permanentes que resultam normalmente no denominado

síndrome dos “Dedos Brancos”, ou em lesões dos músculos e articulações do pulso

e/ou do cotovelo.

Elas manifestam-se através dos “dedos mortos”. Com isto, alguns dedos fi-

cam, normalmente o dedo médio, branco até azulado, frio e sem sentidos. Após al-

gum tempo, os dedos voltam a ficar vermelhos e doloridos. Esta doença tem por

base a contração espasmódica dos vasos sanguíneos é conhecida também como

doença de Raynaud.

Os trabalhadores florestais são atingidos por esta doença, pois trabalham

muito com motosserras com frequências de 50 a 200 Hz.

Os "dedos mortos" surgem no máximo após 6 meses de trabalho com uma

ferramenta vibratória. Para isto, o frio parece ter uma grande importância. A doença

surge mais nos países nórdicos do que nos países quentes. Supõe-se que o frio au-

menta a sensibilidade dos vasos sanguíneos às vibrações e promove a constrição

dos vasos.

Page 43: Segurança em operações com motossera

42

Em trabalhadores que usam ferramentas motorizadas com altas frequências,

são observadas também perturbações da circulação e da sensibilidade. Surgem in-

chaços dolorosos com perturbações da sensibilidade nas mãos, que muitas vezes

não são passageiras.

4.5.2 Riscos Ergonômicos

Estes riscos são contrários às técnicas de ergonomia, que exigem que os

ambientes de trabalho se adaptem ao homem, proporcionando bem estar físico e

psicológico.

Estão ligados também a fatores externos (do ambiente) e internos (do plano

emocional), em síntese, quando há disfunção entre o indivíduo e seu posto de traba-

lho.

A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada

ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sis-

temas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de oti-

mizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema.

Um dos problemas mais comuns no trabalho com a motosserras está na er-

gonomia. O levantamento e transporte manual de pesos, e ritmos excessivos neces-

sitam de intervenções ergonômicas em quase todos os postos de trabalho. Além dos

pesos e ritmos excessivos, existem agravantes, como os controles rígidos da produ-

tividade, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade, estresse físi-

co e/ou psíquico.

A operação de corte exige uma postura inadequada para o operador, pois

uma das normas básicas de segurança é nunca efetuar um corte acima da altura do

ombro. Este corte é feito na maioria das vezes 30 cm acima do solo para maior apro-

veitamento do fuste (tronco) da árvore.

Outra norma de segurança é que o operador nunca esteja na linha de corte

da motosserra, ou seja, sempre ao lado da linha de corte. A postura mais indicada

para o operador é flexionar os joelhos com as pernas abertas na linha do ombro e

coluna reta, o que na maioria das vezes não acontece por já apresentar o vício da

postura inadequada, que pode causar várias doenças ocupacionais como as lombal-

gias.

Page 44: Segurança em operações com motossera

43

O esforço intenso e repetitivo para a operação da motosserra, assim como

também o esforço para carregar a máquina e os materiais são os agentes causado-

res dos problemas ergonômicos e como medidas preventivas recomenda-se fazer

pausas, mudar de posição e não exceder a capacidade de peso.

É importante que as empresas florestais adquiram motosserras profissio-

nais, equipadas com freio de corrente, pino pega-corrente, sistema anti-vibratório,

protetor da mão esquerda, protetor da mão direita, trava de segurança do acelera-

dor, direcionador de serragem e escapamento com dispositivo silencioso e direciona-

dor de gases. Além disso, as motosserras devem ter baixo peso, design ergonômico,

baixo nível de ruído e de vibração e balanceamento adequado (SANT’ANNA et al.,

1999).

4.5.3 Riscos Químicos

São aqueles representados pelas substâncias químicas que se encontram

nas formas líquida, sólida e gasosa, e quando absorvidos pelo organismo, podem

produzir reações tóxicas e danos à saúde.

Podemos citar como agentes causadores a gasolina, o óleo para corrente, a

fumaça do motor e o pó da madeira.

O pó proveniente do corte da madeira pode causar doenças no trato respira-

tório e dependendo da sensibilidade do operador também poderá causar problemas

na pele devido às propriedades alergênicas de algumas espécies de árvores.

4.5.4 Riscos de Acidentes

Os riscos mecânicos ou de acidentes ocorrem em função das condições físi-

cas (do ambiente físico de trabalho) e tecnológicas impróprias, capazes de colocar

em perigo a integridade física do trabalhador.

Os acidentes aos quais os operadores de motosserra estão expostos são

basicamente, queda de galhos e ferimento com a corrente da motosserra devido a

vários fatores. Cerca de 85% dos acidentes com motosserra são provocados pela

corrente (elemento cortante) em movimento. Os casos fatais, na maioria das vezes,

devem-se à queda de árvores, derrubadas sem a devida técnica de corte. Uma das

causas mais frequentes de acidentes é o rebote ou golpe de retrocesso da motos-

serra (Fig. 28), que ocorre quando ao utilizar a parte superior da ponta do sabre, a

Page 45: Segurança em operações com motossera
Page 46: Segurança em operações com motossera

45

A figura 30, mostra os percentuais de incidência de lesões em operadores

de motosserra e as possibilidades de proteção com EPI’s.

Figura 30 - Incidência de lesões no operador de motosserra e as possibilidades de proteção (EPI’s).Fonte: Manual Técnico IFT (2011).

4.5.5 Riscos Biológicos

São aqueles causados por microorganismos como bactérias, fungos, vírus e

outros. São capazes de desencadear doenças devido à contaminação e pela própria

natureza do trabalho.

Os agentes causadores de risco biológico ao operador de motosserra são

bactérias, vírus e fungos, sendo as medidas preventivas a serem tomadas são a cor-

reta higienização dos Equipamentos de Proteção Individual e a conservação ade-

quada dos alimentos.

Page 47: Segurança em operações com motossera

46

5 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO

A coleta de dados para este estudo de caso foi efetuada na área rural situa-

da entre os municípios de Porto União (SC), Matos Costa (SC), Porto Vitória (PR) e

União da Vitória (PR), mais precisamente nas faixas de servidão de rede de distribui-

ção de energia, onde duas empreiteiras foram contratadas pela Concessionária de

Energia para atividades de limpeza de vegetação com cortes de árvores ao longo da

rede.

Na região do estudo em questão predomina clima temperado (Cfb), tempe-

ratura média no mês mais frio abaixo de 18°C (mesot érmico), com verões frescos,

temperatura média no mês mais quente abaixo de 22°C e sem estação seca defini-

da. (IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná apud PESCADOR & OLIVEIRA, 2009).

A formação florestal no local é a Floresta Ombrófila Mista, composta por for-

mações latifoliadas e por coníferas, representadas pelo Pinheiro-do-Paraná (Araucá-

ria angustifolia). Também conhecida como Mata das Araucárias, essa formação ocu-

pava 44% do território paranaense, sendo das florestas do país a que mais sofre ex-

ploração econômica.

5.2 METODOLOGIA E MATERIAIS UTILIZADOS

Inicialmente foi realizada pesquisa bibliográfica em livros, periódicos, sites

de internet e manuais de equipamentos específicos.

A metodologia de pesquisa adotada foi o estudo de caso das condições se-

gurança de trabalho de cinco operadores de motosserra de duas empreiteiras con-

tratadas pela Concessionária de Energia para as atividades de limpeza de faixa de

servidão de rede de distribuição de energia elétrica.

As informações foram levantadas por meio de questionário (em anexo),

entrevistas e observações no local de trabalho, além dos conhecimentos próprios,

de experiência com trabalhos de auditoria de empreiteiras de roçada, onde há uso

esporádico de motosserra e por ministrar cursos de motosserra.

Foi avaliada a forma de derrubada da vegetação comparando-a ao procedi-

mento correto, segundo a técnica de exploração padrão, verificado o uso de equipa-

Page 48: Segurança em operações com motossera

47

mentos de proteção individual pelos operadores de motosserra e identificados os ris-

cos aos quais os mesmos estão expostos durante suas atividades.

A partir dessas informações foram propostas medidas preventivas de

segurança para os operadores de motosserra, orientando sobre a maneira mais

correta para desenvolver suas atividades.

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para a contratação das empreiteiras, a Concessionária de Energia segue

procedimento interno específico, com a apresentação da documentação exigida,

passando por vistoria de equipamentos e por reunião de integração com participa-

ção de funcionários da Concessionária, entre eles um técnico de segurança.

Após as orientações necessárias, as empreiteiras iniciam seu serviço, sendo

acompanhadas em campo durante as atividades por um fiscal da Concessionária.

6.1 REGISTRO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO

O transporte dos funcionários foi realizado com veículo Kombi, conduzido

por motorista habilitado, que nesse caso é o encarregado da equipe; e sendo

transportados os materiais e ferramentas separados dos passageiros.

Os funcionários das empreiteiras não acampam no local, somente realizam

as refeições. Geralmente ficam na empreiteira somente durante o tempo de duração

do contrato da mesma com a Concessionária. Alguns não chegam a ficar durante

todo o contrato sendo registrada alta rotatividade.

Não há requisitos específicos para a contratação dos funcionários. Algumas

vezes é por indicação, outras por já conhecerem de trabalhos anteriores, mas não

há exigências de experiência na função e nem testes ou entrevistas. Somente é

exigido do operador de motosserra que possua curso.

Não há um horário fixo de início e término de jornada de trabalho, mas em

geral, cumprem uma média de 8 horas diárias com intervalos para almoço e lanche.

Os locais de trabalho não atendem a exigência da NR-21, item 21.1, onde

consta que nos trabalhos realizados a céu aberto, é obrigatória a existência de

abrigos, ainda que rústicos capazes de proteger os trabalhadores contra

Page 49: Segurança em operações com motossera

48

intempéries. O único abrigo neste caso é o próprio veículo que muitas vezes fica

estacionado longe do local das atividades, devido às características do local.

O deslocamento do trabalhador no ambiente não é fácil, pois a vegetação se

torna um obstáculo, que em muitos casos precisa abrir picadas no meio da mata,

além da necessidade de se transportar material e a própria motosserra, dificultando

ainda mais a locomoção.

6.1.1 Segurança no trabalho

Além de dois operadores de motosserra por empreiteira, em uma delas o

próprio encarregado possui o treinamento para a atividade.

Os procedimentos operacionais são cumpridos na grande parte do tempo,

havendo, no entanto, falhas que podem colocar em risco a segurança da atividade,

como o trabalho dos operadores em distância abaixo da permitida.

Foi verificada a preocupação com higiene e ergonomia ao decorrer da

atividade. Os EPI's não são compartilhados e são higienizados após o dia de

serviço. As motosserras também são limpas ao fim da jornada diária, com o

esgotamento do combustível e do óleo para que não sejam derramados durante o

transporte. Segundo os fiscais das empreiteiras, eles orientam os funcionários para

que realizem o revezamento na atividade de derrubada para não haver sobrecarga

muscular e também quanto à postura no corte.

Como há fiscalização, são verificadas poucas presenças de irregularidades

no trabalho dos operadores em relação à questão de segurança.

Não há registro de dados de acidentes graves.

Possíveis doenças ocupacionais advindas de esforços repetitivos ou postu-

ras incorretas não são adquiridas em um intervalo de tempo pequeno como o que é

despendido durante a duração de um contrato de roçada, portanto não há registro

das mesmas.

Em relação aos quesitos apresentados por meio de questionário específico

aos operadores de motosserra para obtenção de informações relacionadas à

Segurança de Trabalho, foram verificados:

� Somente dois dos cinco operadores entrevistados disse já ter sofrido acidente

de trabalho com motosserra, mas não no emprego atual;

Page 50: Segurança em operações com motossera

49

� Acidente devido à falta de Equipamento de Proteção Individual. O operador

estava sem o protetor facial e um pedaço de madeira atingiu o seu rosto

provocando um corte;

� Acidente provocado por procedimento irregular. O operador foi acionar a

motosserra no ar e no “tranco”, ela pegou na perna do operador, mas foi

parada pela calça de segurança. O resultado foi apenas um hematoma na

perna;

� Não houve afastamentos em decorrência dos acidentes;

� O consenso entre todos os operadores foi de que a motosserra é uma

máquina perigosa, assim como o trabalho do operador de motosserra.

6.1.2 Equipamentos de Proteção Individual

Os Equipamentos de Proteção Individual recomendados no trabalho florestal

são: calça de motosserrista, capacete com protetor auricular, protetor facial, luvas,

caneleira e coturno, onde se observou em visita a campo, que nem todos os

funcionários e operadores de motosserras, estavam devidamente equipados.

Em relação aos quesitos apresentados por meio de questionário específico aos

operadores de motosserra para obtenção de informações relacionadas aos

Equipamentos de Proteção Individual, foram verificados:

� Todos os operadores sabiam o que era Equipamento de Proteção Individual e

a função dos mesmos. Isso foi resultado da palestra do Técnico de Segurança

da Concessionária durante a reunião de integração com as empreiteiras;

� Também houve consenso quanto à importância do uso dos Equipamentos de

Proteção Individual. Todos os operadores consideram importante o uso;

� Apenas um operador não estava com a vestimenta completa. Ele não estava

usando o protetor auricular e a justificativa do mesmo foi de que com o

protetor ele não ouvia quando alguém queria lhe alertar de algum perigo

durante o corte;

Page 51: Segurança em operações com motossera

50

� Um dos funcionários tinha trocado o protetor facial por óculos de segurança

incolor. A justificativa desta troca foi que o protetor facial atrapalhava muito a

visão;

� Apenas um operador disse não se sentir incomodado com o uso dos

equipamentos de proteção individual;

� Dos quatro operadores que disseram sentir incômodo no uso dos EPI’s, o

componente unânime foi a calça, conforme apresentado na figura 31;

� Os operadores também disseram não terem recebido treinamento formal e

sim orientações sobre o uso e manutenção de equipamentos de proteção

individual.

1

2

2

4 Calça

Protetor Facial

Protetor auricular

Luvas

Figura 31 – Relação entre EPI’s e quantidade de operadores que se sentem incomodadospelo seu uso.

6.2 TÉCNICA DE EXPLORAÇÃO

A verificação da técnica de exploração da vegetação adotada em relação ao

quesito segurança está dentro dos padrões, porém nota-se, algumas vezes, a falta

de cuidado dos operadores em certas questões, como manter distância de

segurança entre operadores de 2 vezes e meia o tamanho da maior árvore.

Pode ser verificado também que quando a árvore está em terrenos

irregulares as técnicas não são cumpridas totalmente.

Page 52: Segurança em operações com motossera

51

Alguns operadores tem também uma certa resistência à mudanças,

geralmente os mais experientes não aceitam uma idéia diferente da sua e se

recusam a utilizar as técnicas adequadas de derrubada por achar que perdem tempo

com elas. A idéia desses trabalhadores é que como nunca sofreram um acidente, ou

então até se acidentaram, mas sem conseqüências mais graves, todo esse

procedimento de utilização das técnicas de segurança pode ser dispensado.

Muitas vezes os acidentes também ocorrem pelo menosprezo do perigo, da

situação de risco. Mesmo sabendo que deve-se utilizar devidamente todos os

dispositivos de segurança destinados a proteger a si mesmo e aos demais

trabalhadores, abstendo-se de todo comportamento que possa resultar em perigo, a

velha idéia de que “isso nunca vai acontecer comigo” prevalece.

Há um consenso entre os operadores que a aplicação da técnica padrão de

corte diminui o rendimento e aumenta o esforço físico mas que eles preferem adotar

devido a segurança que a mesma proporciona.

8. CONCLUSÕES

Com a pesquisa bibliográfica e as avaliações das condições de segurança

trabalho estabelecidas no estudo de caso, as seguintes conclusões se destacam:

1. As empreiteiras de uma maneira geral cumpriram as normas relativas a

segurança e saúde no trabalho, com exceção a exigência da NR-21, quanto a

obrigatoriedade da existência de abrigos para proteger os trabalhadores

contra intempéries nos locais de trabalho;

2. Consciência dos operadores da importância da utilização dos EPI’s e de sua

responsabilidade em relação à própria segurança e a do colega;

3. Apesar da consciência mencionada no item 2, observou-se a falta de cuidado

quanto à obrigatoriedade do uso completo e adequado dos EPI’s;

4. A importância de se conhecer a realidade dos acidentes com motosserra para

que seja possível a elaboração de medidas de prevenção específicas à

atividade;

Page 53: Segurança em operações com motossera

52

5. Embora os riscos físicos sejam os mais comuns durante o trabalho de

operação de motosserra, os riscos de acidentes são os que trazem

conseqüências mais graves como mutilações e até a morte de trabalhador;

6. Os procedimentos operacionais foram cumpridos na grande parte do tempo,

no entanto, ocorreram falhas que podem colocar em risco a segurança da

atividade, como o trabalho dos operadores em distância abaixo da permitida;

7. Neste trabalho foram apresentadas orientações sobre o uso de EPI's, a

maneira correta da utilização da motosserra e recomendações sobre medidas

preventivas com relação à atividade de corte de árvores, a fim de minimizar

os riscos inerentes a mesma.

8. O risco da atividade de derrubada pode ser minimizado ao se ter o controle

da situação, através de treinamento apropriado para a tarefa e utilização dos

equipamentos necessários para eliminar a prática pelo operador dos fatores

inerentes a atos inseguros.

Page 54: Segurança em operações com motossera

53

REFERÊNCIAS

AMARAL, P. H. C, VERÍSSIMO, J. A. O; VIDAL, E. J. S. Floresta para Sempre: ummanual para a produção de madeira na Amazônia. Cap. 7 Corte das Árvores. Belém:Imazon, 1998, p.64 - 76

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras . Disponí-vel em: <http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm>. Aces-so em: 11 mar. 2012. COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA. Apostila Manutenção de Motosserra.Curitiba, 2006.

CONCEITOS de segurança no trabalho. Disponível em:<http://www.guiadicas.com/conceitos-de-seguranca-no-trabalho/>. Acesso em:01ago. 2011.

FERNANDES, Márcia. Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da exposi-ção ocupacional a ruído e vibração. Revista Brasileira Otorrinolaringologia. 2002.

HASELGRUBER, Friedrich,. Motosserras: mecânica e uso / Friedrich Haselgrubere Karl Fritz Gerhard Grieffenhagen. Porto Alegre: Metrópole, 1989.

IBAMA – Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.Legislação federal de Meio Ambiente. Portaria Normativa IBAMA Nº 149, de 30 dedezembro de 1992. Ministério do Meio Ambiente, dos recursos Hídricos e daAmazônia Legal. Brasília. Vol. 3, 1996. p 1425.

ITENS de segurança. Disponível em:<http://www.stihl.com.br>. Acesso em: 09 abr.2012.

LEI nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm>. Acesso em: 11 mar. 2012.

LISBÔA, Marcelo Gomes. Recomendações de segurança para um processomais seguro na colheita florestal semi – mecanizada . 2006, 49f. Trabalho deconclusão de curso (Pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho) -Universidade do Estado de Santa Catarina, Joinville, 2006.

LOPES, Eduardo da Silva. Operação e Manutenção de Motosserras : manual téc-nico / Eduardo da Silva Lopes, Luciano José Minetti.- Viçosa: Aprenda Fácil, 2000.

Page 55: Segurança em operações com motossera

54

MANUAL de instruçao técnica da copel. Disponível em : <http://www.copel.com>.Acesso em:09 abr. 2012.

MANUAL técnico, 2 – IFT, Manejo de florestas naturais da Amazônia: corte, traça-mento e segurança. Marlei M. Nogueira; Valderez Vieira; Arivaldo de Souza; MarcoW. Lentini. – Belém, PA: Instituto Floresta Tropical, 2011.

OPERADOR com EPI’s. Disponível em: <http://bombeirosparasempre.blogspo-t.com.br>. Acesso em:09 abr. 2012.

PESCADOR, C.M.M.; OLIVEIRA, A. J. de. Segurança do trabalho na colheita flo-restal: um estudo de caso. 2009, 60f. Trabalho de conclusão de curso (Pós-gradua-ção em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Universidade Estadual de PontaGrossa, Ponta Grossa, 2009.

RODRIGUES, P. M. C. Levantamento dos riscos dos operadores de motosserr ana exploração de uma floresta nativa. 2004, 82 f. Trabalho de Conclusão de Curso(Especialização em Segurança do Trabalho) - Universidade Federal do Mato Grosso,Cuiabá, 2004.

SANTOS, W. T. Avaliação da segurança no trabalho de operadores demotosserras no corte de eucaliptos, em empresas ter ceirizadas na região donoroeste de minas. 2008, 8 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização emSegurança do Trabalho) - União Educacional Minas Gerais, Uberlândia, 2008.

SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 21. ed. São Paulo: Atlas, 1992. 404 p.(Manuais de Legislação Atlas, 16).

XIMENES, Gilmar Machado. Gestão ocupacional da vibração no corpo humano,aspectos técnicos e legais relacionados à saúde e s egurança. 2006, 157 f. Dis-sertação de Mestrado (Sistemas de Gestão) – Universidade Federal Fluminense, Ni-terói, 2006.

Page 56: Segurança em operações com motossera

55

ANEXO A – NR-12 – Máquinas e Equipamentos – Anexo V

Page 57: Segurança em operações com motossera

56

ANEXO V

MOTOSSERRAS

1. As motosserras devem dispor dos seguintes dispositivos de segurança:

a) freio manual ou automático de corrente;

b) pino pega-corrente;

c) protetor da mão direita;

d) protetor da mão esquerda; e

e) trava de segurança do acelerador.

1.1. As motopodas e similares devem atender, no que couber, o disposto no item 1 e

alíneas deste Anexo.

2. Os fabricantes e importadores de motosserras e similares devem informar, nos

catálogos e manuais de instruções de todos os modelos, os níveis de ruído e

vibração e a metodologia utilizada para a referida aferição.

3. As motosserras e similares fabricadas e importadas devem ser comercializadas

com manual de instruções que contenha informações relativas à segurança e à

saúde no trabalho, especialmente:

a) quanto aos riscos à segurança e a saúde durante o seu manuseio;

b) instruções de segurança no trabalho com o equipamento, de acordo com o

previsto nas Recomendações Práticas da

Organização Internacional do Trabalho – OIT;

c) especificações de ruído e vibração; e

d) advertências sobre o uso inadequado.

4. Os fabricantes e importadores de motosserras e similares instalados no País

devem disponibilizar, por meio de seus revendedores, treinamento e material

Page 58: Segurança em operações com motossera

57

didático para os usuários, conforme conteúdo programático relativo à utilização

constante do manual de instruções.

4.1. Os empregadores devem promover, a todos os operadores de motosserra e

similares, treinamento para utilização segura da máquina, com carga horária mínima

de oito horas e conforme conteúdo programático relativo à utilização constante do

manual de instruções.

4.2. Os certificados de garantia das máquinas devem ter campo específico, a ser

assinado pelo consumidor, confirmando a disponibilidade do treinamento ou

responsabilizando-se pelo treinamento dos trabalhadores que utilizarão a máquina.

5. Todos os modelos de motosserra e similares devem conter sinalização de

advertência indelével e resistente, em local de fácil leitura e visualização do usuário,

com a seguinte informação: o uso inadequado pode provocar acidentes graves e

danos à saúde.

6. É proibido o uso de motosserras e similares à combustão interna em lugares

fechados ou insuficientemente ventilados.

Page 59: Segurança em operações com motossera

58

ANEXO B – Questionário

Page 60: Segurança em operações com motossera

59

QUESTIONÁRIO

DADOS GERAIS

Nome:

Tempo em que o empregado desenvolve a atividade na empresa:

Rotatividade dos empregados:

N º de funcionários com treinamento para operação de motosserra:

Requisitos para a contratação(teste, entrevista, outros):

Jornada de trabalho:

Tem ou teve algum problema relacionado ao uso da motosserra? Qual?

Sente dores? Aonde?

Já ficou sem trabalhar por alguma doença? Qual?

SEGURANÇA NO TRABALHO

Já sofreu algum acidente de trabalho?

Como foi?

Que partes do corpo foram atingidas?

Ficou afastado do trabalho em decorrência deste acidente?

Acha seu trabalho perigoso?

Acha a motosserra uma máquina perigosa?

EPIs

Sabe o que é Equipamento de Proteção Individual (EPI)?

Sabe a função do EPI?

Acha importante o uso do EPI?

Usa os EPIs?

Sente-se incomodado com o uso de algum EPI? Qual? Porque?

Recebeu algum treinamento sobre o uso e a manutenção dos EPIs?