Segurança em operações com motossera
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABAL HO
FERNANDA WALK
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES COM MOTOSSERRA
PONTA GROSSA – PR
2012
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABAL HO
FERNANDA WALK
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES COM MOTOSSERRA
Trabalho de Conclusão de Cursosubmetido à Universidade Estadualde Ponta Grossa para obtenção dotítulo de Especialista em Engenhariade Segurança do Trabalho.Orientador: Prof. Dr. Altair Justino.
PONTA GROSSA – PR
2012
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES COM MOTOSSERRA
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Estadual de Ponta Grossa para obtençãodo título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho
Departamento de Engenharia Civil
CURSISTA:
FERNANDA WALK
Prof. Carlos Luciano Sant’Ana Vargas, D.Eng.
Coordenador do EngSeg2011
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. Altair Justino
Orientador
Prof. Lúcio Marcos de Geus, Ms.
Prof. Alceu Gomes Andrade Filho, Dr.
Membros
Ponta Grossa, maio de 2012
DEDICATÓRIA
Dedico aos meus pais, Lauro OsvaldoWalk e Iracema de Lara Walk, pelo incen-tivo, apoio, dedicação e paciência em to-dos os momentos e à minha filha KeisyGabrielly por iluminar minha vida.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus, por me guiar em todos os momentos, por estar sempre comi-
go nas dificuldades e alegrias e pelas vitórias conquistadas. Enfim, por tudo que me
proporciona na vida.
Aos meus pais, os quais amo muito, pelo exemplo de vida e família, pela minha
educação, por me fazerem acreditar em sonhos, pois só assim consegui realizá-los.
Vocês que muitas vezes tiveram que renunciar seus sonhos em favor dos meus...o
meu mais profundo agradecimento.
Às minhas irmãs Elmarilene e Michele, pelo carinho, compreensão e apoio.
A minha linda e carinhosa filha, amor da minha vida, razão de tudo para mim, que
compreende tão bem minha ausência. Sua alegria e seu carinho me incentivam, me
dão força e serenidade para prosseguir, muito obrigada.
Ao Prof. Dr. Altair Justino pela competente orientação, apoio, tempo e paciência
dedicados durante a realização deste trabalho, que tornaram possível a conclusão
do mesmo.
Aos professores do Curso pelos ensinamentos e amizade.
Aos meus amigos e colegas de curso, pela cumplicidade, ajuda e amizade.
As empresas que colaboraram com informações técnicas, especialmente a COPEL
e a STHIL;
RESUMO
WALK, F. Segurança em Operações com Motosserra . Orientador: Profº Drº AltairJustino. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-graduação em Engenharia de Segu-rança do Trabalho) – Departamento de Engenharia Civil, Setor de Ciências Agráriase de Tecnologia, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná, 2012.
O presente trabalho tem por objetivo avaliar as condições de segurança emoperações com motosserra e diagnosticar os riscos aos quais o operador estáexposto. O estudo de caso para a elaboração do trabalho foi realizado com oacompanhamento das atividades de duas empreiteiras que realizam roçada em faixade servidão de redes de energia, quando as mesmas estavam em áreas rurais ondeforam realizados cortes de árvores, entre os municípios de Porto União, MatosCosta, União da Vitória e Porto Vitória. A metodologia utilizada foi a pesquisabibliográfica e documental sobre o assunto e a coleta de dados através de contatospessoais e observações, aplicando um pequeno questionário aos operadores demotosserra com quesitos relativos a Equipamentos de Proteção Individual eSegurança do Trabalho. Foi observado que apesar dos operadores não teremconhecimento sobre a legislação referente ao uso da motosserra, todos estavamconscientes da importância dos Equipamentos de Proteção Individual. Foramapresentadas orientações sobre o uso dos Equipamentos de Proteção Individual, amaneira correta de utilização da motosserra, recomendações sobre medidaspreventivas com relação à atividade e técnicas adequadas para o corte de árvores.Chegou-se à conclusão de que uma abordagem preventiva reduz significativamentea ocorrência de acidentes com motosserra que são geralmente graves e merecematenção especial.
Palavras-chave: motosserra, equipamentos de proteção individual, segurança.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Dispositivos de Segurança da Motosserra ................................. 19Figura 2 – Capacete com viseira e protetor auricular .................................. 21Figura 3 – Protetor facial .............................................................................. 21Figura 4 – Protetor auricular.......................................................................... 22Figura 5 – Calça motosserrista..................................................................... 22Figura 6 – Luvas............................................................................................ 23Figura 7 – Coturno......................................................................................... 23Figura 8 – Perneira........................................................................................ 24Figura 9 – Jaqueta......................................................................................... 24Figura 10 – Operador com EPI’s..................................................................... 25Figura 11a – Transporte em aclive.................................................................... 25Figura 11b – Transporte em declive.................................................................. 25Figura 12 – Abastecimento da Motosserra...................................................... 26Figura 13 – Afiação da corrente...................................................................... 26Figura 14 – Caminho de Fuga......................................................................... 31Figura 15 – Técnica padrão de corte............................................................... 31Figura 16 – Uso da Cunha no direcionamento de queda da árvore............... 32Figura 17 – Largura da dobradiça................................................................... 33Figura 18 – Sequência de corte para árvores.................................................
ocas.........................................33
Figura 19 – Etapas para o corte de árvores com diâmetro grande................. 34Figura 20 – Etapas para o corte de árvores com inclinação excessiva.......... 34Figura 21 – Técnica de corte para árvore com sapopema.............................. 35Figura 22 – Usando caminho de fuga sem obstáculos e com motosserra
desligada...................................................................................... 36Figura 23 – Distância mínima entre as equipes.............................................. 36Figura 24 – Amarração auxiliar para direcionar a queda................................ 37Figura 25 – Nível de som de diferentes fontes................................................ 38Figura 26 – Sistema anti-vibratório.................................................................. 40Figura 27 – Gráficos de amplitudes de vibrações de motosserras sem e
com amortecedores...................................................................... 40Figura 28 – Rebote da motosserra.................................................................. 44Figura 29 – Ruptura da corrente..................................................................... 44Figura 30 – Incidência de lesões no operador de motosserra e as possibili-
dades de proteção(EPI’s)............................................................. 45Figura 31 – Relação entre EPI’s e quantidade de operadores que se sen-
tem incomodados pelo seu uso................................................ 50
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 92 OBJETIVOS .......................................................................................... 102.1 GERAL.................................................................................................. 102.2 ESPECÍFICOS...................................................................................... 103 JUSTIFICATIVA .................................................................................... 104 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................. 114.1 EVOLUÇÃO DA MOTOSSERRA......................................................... 114.2 LEGISLAÇÃO E NORMAS................................................................... 134.2.1 Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.............................................. 134.2.2 Portaria normativa ibama nº 149.......................................................... 144.2.3 Normas regulamentadoras................................................................... 154.2.3.1 NR-6 – Equipamentos de proteção individual – EPI’s.......................... 154.2.3.2 NR-12 – Máquinas e equipamentos..................................................... 154.2.3.3 NR-17 – Ergonomia.............................................................................. 164.2.3.4 NR-31 – Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, sil-
vicultura, exploração florestal e a aquicultura...................................... 174.2.3.5 Registro e porte.................................................................................... 174.3 SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DE MOTOSSERRA........................... 184.3.1 Dispositivos de segurança.................................................................... 184.3.1.1 Agentes ativos...................................................................................... 184.3.1.1.1 Protetor das mãos................................................................................ 194.3.1.1.2 Freio de corrente.................................................................................. 194.3.1.1.3 Pino pega corrente............................................................................... 204.3.1.1.4 Trava do acelerador............................................................................. 204.3.1.1.5 Sistema antivibratório........................................................................... 204.3.1.1.6 Escapamento e silencioso.................................................................... 204.3.1.2 Agentes passivos................................................................................. 204.3.1.2.1 Capacete.............................................................................................. 214.3.1.2.2 Protetor facial....................................................................................... 214.3.1.2.3 Protetor auricular.................................................................................. 224.3.1.2.4 Calça de motosserrista......................................................................... 224.3.1.2.5 Luvas.................................................................................................... 234.3.1.2.6 Coturno................................................................................................. 234.3.1.2.7 Perneira................................................................................................ 244.3.1.2.8 Jaqueta................................................................................................. 244.3.2 Procedimentos de segurança ao operador.......................................... 254.3.3 Recomendações de segurança na utilização de motosserra............... 274.4 SEGURANÇA NA DERRUBADA COM MOTOSSERRA...................... 284.4.1 Técnicas seguras de corte................................................................... 284.4.1.1 Postura adequada à execução da atividade........................................ 294.4.1.2 Pré-corte............................................................................................... 304.4.1.3 Técnica padrão de corte....................................................................... 314.4.1.4 Técnicas especiais de corte.................................................................. 324.4.1.4.1 Árvores cuja direção de queda precisa ser alterada............................. 324.4.1.4.2 Árvores com oco................................................................................... 334.4.1.4.3 Árvores grandes.................................................................................... 33
4.4.1.4.4 Árvores com tronco muito inclinado..................................................... 344.4.1.4.5 Árvores com sapopemas...................................................................... 354.4.2 Prevenção de acidentes no corte......................................................... 354.4.3 Amarração auxiliar para direcionar a queda......................................... 374.5 RISCOS INERENTES À MOTOSSERRA............................................ 374.5.1 Riscos físicos....................................................................................... 374.5.1.1 Ruído.................................................................................................... 384.5.1.2 Vibração............................................................................................... 394.5.2 Riscos ergonômicos............................................................................. 424.5.3 Riscos químicos................................................................................... 434.5.4 Riscos de acidentes............................................................................. 434.5.5 Riscos biológicos................................................................................. 455 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................... 465.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO............................................. 465.2 METODOLOGIA E MATERIAIS UTILIZADOS..................................... 466 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................... 476.1 REGISTRO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO................................. 476.1.1 Segurança no trabalho......................................................................... 486.1.2 Equipamentos de proteção individual.................................................. 496.2 TÉCNICA DE EXPLORAÇÃO.............................................................. 507 CONCLUSÕES.................................................................................... 51
REFERÊNCIAS.................................................................................... 53ANEXOS............................................................................................... 55
9
1 INTRODUÇÃO
A região Sul e parte da região Centro do Estado do Paraná são áreas onde
existem ainda diversos pontos remanescentes de vegetação nativa apesar do
incentivo ao plantio de exóticas como o Pinus e o Eucalipto e da agricultura em
geral.
Caracterizada pela presença da floresta subtropical que é uma floresta
mista, composta por formações latifoliadas (vegetação de folhas largas e grandes) e
por coníferas, representadas pelo pinheiro-do-paraná (Araucária angustifolia). A
mata das araucárias ou mata dos pinheirais ocupava 44% do território paranaense.
Entre as florestas existentes no país, a floresta ombrófila mista é considerada como
a que mais sofre exploração econômica, tendo a exploração de imbuia, cedro, erva-
mate e a araucária como as principais.(PESCADOR; OLIVEIRA, 2009, p.38).
A região também é caracterizada pela presença de pequenas propriedades
onde predomina agricultura familiar. A maioria dessas, em locais do interior que são
muito distantes da área urbana, sendo necessários vários quilômetros de redes de
distribuição de energia para o abastecimento.
Também é necessária uma grande extensão de redes de energia para
efetuar a transmissão e distribuição de um município ao outro. Essas redes passam
por áreas rurais com considerável presença de vegetação nativa. Para garantir a
continuidade da qualidade dos serviços de distribuição de energia e a segurança ao
sistema e também à população, existe a necessidade de se manter uma faixa de
segurança sob a rede de energia onde a mesma esteja livre de vegetação, chamada
de faixa de servidão. Para alcançar este objetivo são efetuadas roçadas periódicas
pela concessionária de energia, através de empreiteiras contratadas para este
serviço.
Em algumas áreas são realizadas apenas roçadas leves, ou seja, sem
produção de material lenhoso. Mas em outras há necessidade do corte de várias
árvores com autorização dos órgãos fiscalizadores ambientais.
Assim, para a limpeza das faixas de servidão são empregadas motosserras,
sendo uma atividade onde há registros de elevado número de acidentes de trabalho
no Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, que é todo aquele que decorre
do exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando, direta ou indiretamente,
10
lesão corporal, perturbação funcional ou doença que ocasione a morte, perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade de trabalho (SEGURANÇA E
MEDICINA DO TRABALHO, 1992).
A segurança do trabalho tem como finalidade principal evitar que possíveis
acidentes, venham atingir de alguma forma lesionária os trabalhadores. Por isso,
tanto a concessionária de energia quanto a empreiteira devem trabalhar de forma
preventiva com foco na questão da segurança para que haja a preservação da
integridade física do operador de motosserra.
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
O presente trabalho tem por objetivo avaliar as condições de segurança em
operações com motosserra e diagnosticar os riscos aos quais o operador de
motosserra está exposto.
2.2 ESPECÍFICOS
� Verificar as condições de trabalho dos operadores de motosserra;
� Verificar a consciência dos operadores de motosserra sobre os riscos
referentes à atividade;
� Verificar a utilização de Equipamentos de Proteção Individual pelos
trabalhadores;
� Avaliar se os operadores de motosserra utilizam técnicas de exploração
corretas com relação ao quesito segurança;
� Orientar sobre a importância da utilização correta dos Equipamentos de
Proteção Individual.
3 JUSTIFICATIVA
Apesar da evolução do setor florestal, as máquinas e equipamentos
desenvolvidos não substituíram o uso da motosserra.
O corte de árvores com motosserra permite uma boa produtividade
individual, além de poder ser feito em locais de difícil acesso.(SANTOS, 2008).
11
A motosserra é uma máquina muito utilizada em função de seu baixo custo
de aquisição e da infinidade de trabalhos que podem ser realizados com ela. Como
é considerada uma máquina de alto risco, torna-se obrigatória, antes de sua
utilização, a obtenção do registro e porte.
Mesmo com o aperfeiçoamento e a inclusão de dispositivos de segurança na
motosserra; o desconhecimento da operação, a negligência na utilização dos
equipamentos de proteção individual e a falta de treinamento têm provocado sérios
acidentes, muitas vezes fatais.
Por ser uma máquina muito perigosa, a motossera só deve ser operada por
pessoas treinadas no seu uso. Cerca de 85% dos acidentes com motosserra são
provocados pela corrente em movimento. Os casos fatais, por outro lado, em sua
maioria, devem-se à queda de árvores, derrubadas sem a devida técnica.
(RODRIGUES, 2004, p.42).
Somente o treinamento adequado e sistemático dos operadores florestais
possibilitará que eles sejam capazes de realizar um trabalho eficiente e utilizar a
motosserra de forma racional, ergonômica e com segurança.
Este trabalho visa servir como modelo e orientação técnica para a obtenção
de conhecimento para esta atividade de risco, aumentando assim a segurança do
operador.
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 EVOLUÇÃO DA MOTOSSERRA
No setor florestal, uma das primeiras tentativas de se derrubar árvores por
outros meios, que não a força humana, ocorreu em 1897, nos Estados Unidos, em
um experimento, utilizando-se vapor como força motriz. A partir dessa época, vários
tipos de motosserras a motor foram desenvolvidos e testados, mas todas eram gran-
des e pesadas, requerendo dois operadores para o seu manuseio (LOPES, 2000).
Uma questão que preocupava engenheiros e inventores desde o século XIX
era como facilitar o trabalho florestal. Alguns curiosos experimentos da época mos-
tram tentativas ousadas de facilitar o pesado trabalho dos madeireiros através do
auxílio de máquinas. No entanto, os primeiros resultados se caracterizavam por al-
12
guns problemas: eram máquinas pesadas demais, difíceis de ser manejadas e pou-
co confiáveis.
A idéia de motorizar o corte de madeira, transformada em realidade pelo en-
genheiro alemão Andreas Stihl, em 1926, surgiu numa época em que os trabalhado-
res abasteciam as carvoarias européias serrando as árvores com a própria força.
Assim no mesmo ano apareceram máquinas semelhantes às de hoje, uma
serra de corrente para corte horizontal movida a eletricidade, foi uma novidade mun-
dial, utilizada em pátios de madeireiras, mas somente em 1929 estava terminada a
primeira motosserra acionada a gasolina, conhecida como a máquina derrubadora
de árvores da Stihl, não se podendo falar de Peso Leve, pois pesava 63,5 Kg. Como
resultado, madeireiros não dependeram mais de uma fonte de energia estacionária,
como a eletricidade, potência hidráulica ou vapor de água.
Segundo LOPES (2000) por volta de 1930, na antiga União Soviética, tam-
bém foi desenvolvida uma motosserra a gasolina e, em 1932, uma elétrica. Estas
motosserras eram muito pesadas, cerca de 46 kg, e requeriam duas pessoas para
manuseá-las, além de não poderem ser operadas em qualquer posição por causa do
seu sistema de carburação. Eram ergonomicamente incorretas e não possuíam
qualquer tipo de proteção. Frequentemente as motosserras eram tão pesados que ti-
nham rodas.
A partir de 1950, a indústria foi capaz de produzir a motosserra pesando
menos de 15 kg, podendo ser operada por uma única pessoa, bem como houve o
desenvolvimento de carburadores de membrana, que permitia o funcionamento da
motosserra em qualquer posição.
Houveram alguns avanços em relação a itens de segurança que foram incor-
porados a motosserra, dentre os quais podemos destacar o amortecedor anti-vibra-
tório e o freio de corrente, hoje obrigatórios em qualquer motosserra que venha a ser
fabricada ou importada(LOPES,2000).
Deve-se também destacar, o sistema Ematic desenvolvido pela Stihl, que
assegura que cada gota de lubrificante da corrente atinja o exato ponto onde elas
são necessárias, possibilitando chegar a uma economia de óleo de até 50%, quando
em uso. Isso traz redução de custos e menos danos ao meio ambiente.
13
Em 1975, a Stihl aproveitava a demanda existente no país para montar seu
parque industrial em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Foi dali que saiu a primei-
ra motosserra produzida na América Latina.
Em 1976, cinquenta anos após ter sido produzida a primeira motosserra, foi
fabricada a quatromilionésima máquina.
Em 1989, foi produzida a primeira motosserra com catalisador e em 1995 a
menos ruidosa do mundo.
No Brasil, as primeiras motosserras foram importadas na década de 60, ha-
via inconvenientes das dificuldades de reposição de peças e assistência técnica. So-
mente na década de 70, os fabricantes de motosserras se instalaram no Brasil. Além
disso, com o avanço da tecnologia e o surgimento de novos materiais, as motosser-
ras foram se tornando cada vez mais leves e hoje com menos de 10 kg*, podendo
chegar a menos de 5 kg*, tornando sua operação cada vez mais segura, por possuí-
rem vários itens de segurança na própria máquina (LOPES, 2000).
Atualmente, no Brasil, podem-se encontrar várias marcas e modelos de
motosserras disponíveis no mercado, bem como implementos e acessórios que
podem ser acoplados ao seu motor, para execução de outros serviços.
Apesar de aumentar a produtividade por operário, a utilização da motosserra
não implica necessariamente uma diminuição dos esforços físicos exigidos para a
tarefa. Incrementa-se agora um objeto, com um peso em torno de 10kgf, o qual o
trabalhador deverá transportar, conduzir na operação, acionar e controlar. Necessita-
se que o operário posicione-se diferentemente do estado de equilíbrio normal do
corpo, gerando esforços localizados na coluna vertebral e deformações da estrutura
óssea como um todo (bacia, ombros, braços e pescoço).
4.2 LEGISLAÇÃO E NORMAS
A seguir são apresentadas leis, portarias e normas que regem a comerciali-
zação e uso de motosserras.
4.2.1 Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
14
Artigo 51 - A utilização de motosserra em florestas e nas demais formas de vegeta-
ção, sem licença ou registro da autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
4.2.2 Portaria Normativa do IBAMA
PORTARIA Nº149, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1992
Dispõe sobre o registro de comerciante ou proprietário de motosserra, junto
ao IBAMA.
Essa Portaria foi instituída considerando a necessidade de simplificar os pro-
cedimentos relativos ao registro e licenciamento das atividades ligadas à comerciali-
zação e uso de motosserra.
Dentre seus principais artigos estão:
Art. 1.º - Ficam obrigados ao registro no IBAMA, os estabelecimentos comerciais
responsáveis pela comercialização de motosserra, bem como aqueles que, sob
qualquer forma, adquirirem este equipamento.
Art. 3.º - § 1.º - Após o recolhimento da taxa equivalente na rede bancária autoriza-
da, o DUA devidamente preenchido e com a autenticação mecânica, será a Licença
para Porte e Uso de Motosserra - LPU e terá validade de 2 ( dois ) anos a contar da
data do pagamento.
§ 2.º - A licença de que trata este artigo, deverá ser renovada a cada 2 ( dois ) anos,
mediante os mesmos procedimentos.
Art. 4.º - § 1.º - Ficam isentas das citadas taxas, as Entidades Públicas Federais, Es-
taduais, Municipais e as reconhecidas legalmente como de Utilidade Pública, deven-
do estas entidades comparecerem ao IBAMA, para obtenção de Registro e LPU.
Art. 7.º - A comercialização ou utilização de motosserra sem o registro e/ou licença a
que se refere esta Portaria constitui crime contra o meio ambiente, sujeito à pena de
detenção de 1 ( um ) a 3 ( três) meses e multa de 1(um) a 10(dez) salários mínimos
de referência e apreensão da motosserra, sem prejuízo da responsabilidade pela re-
paração dos danos causados ( § 3.º, artigo 45, lei n.º 4.771/65 ) .
15
4.2.3 Normas Regulamentadoras
Em 22 de dezembro de 1977 a lei nº 6.514 vem alterar o Capítulo V do Título
II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança e Medicina do Traba-
lho.
A portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, com relação também a este capí-
tulo da CLT, aprova as NR’s – Normas Regulamentadoras, das quais algumas po-
dem ser aplicadas no caso da segurança e saúde no campo, em especial na colheita
florestal.
4.2.3.1 NR-6 – Equipamentos De Proteção Individual – EPI’s
A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à existência da NR-6,
são os artigos 166 e 167 da CLT:
Art.166 – A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,
equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de
conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não
ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos
empregados.
Art. 167 – O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com
a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho (CA).
Estabelece e define os tipos de EPI’s que as empresas estão obrigadas a
fornecer aos seus empregados, sempre que as condições de trabalho exigir, a fim de
resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
4.2.3.2 NR-12 – Máquinas e Equipamentos
12.1. Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem referências técnicas,
princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integrida-
de física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de
acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e
equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercializa-
ção, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem
prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras – NR
16
aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas ofi-
ciais e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais aplicáveis.
A NR-12 possui um documento (em anexo) com disposições específicas relativo a
motosserra,cujo objetivo é propor medidas para a melhoria das condições de traba-
lho no uso das mesmas.
4.2.3.3 NR-17 – Ergonomia
17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos traba-
lhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempe-
nho eficiente.
17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pes-
coço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonô-
mica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração
e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões so-
bre a saúde dos trabalhadores;
b) devem ser incluídas pausas para descanso;
c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou supe-
rior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo
aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento.
O esforço físico despendido pelo operador de motosserra no corte de árvo-
res depende da ferramenta utilizada, porque o peso da motosserra depende do mo-
delo da mesma, depende do seu posicionamento e até das condições do terreno.
A atividade de corte de árvores exige um trabalho muscular muito grande.
Segundo Haselgruber e Grieffenhagen(1989), o operador de motosserra
gasta de 4.000 a 5.000 kcal/d. Por isso a mesma é considerada de grande intensida-
de de esforço físico, mesmo quando é realizada com o auxílio da motosserra.
O motosserrista deve trabalhar 46 minutos e repousar 14 minutos, enquanto
o ajudante deve trabalhar 42 e repousar 18 minutos, durante cada hora da jornada
de trabalho (LOPES E MINETTI; 2000; p. 25).
17
GRANDJEAN (1988) recomenda a frequência de 35 bpm (batimentos do co-
ração por minuto), acima da frequência cardíaca em repouso, como um limite de ati-
vidade contínua para homens.
De modo geral, um período de descanso deve seguir os ciclos de trabalho e
pausas curtas e frequentes são mais indicadas do que pausas longas em menor nú-
mero (LAVILLE, 1977).
4.2.3.4 NR-31 – Segurança e saúde no trabalho na ag ricultura, pecuária, silvi-cultura, exploração florestal e a aqüicultura
31.1.1 Esta Norma Regulamentadora tem por objetivo estabelecer os preceitos a
serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar
compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura,
pecuária, silvicultura, exploração florestal e aqüicultura com segurança e saúde no
meio ambiente do trabalho.
31.12 Máquinas, equipamentos e implementos
31.12.7 É vedada a execução de serviços de limpeza, de lubrificação, de
abastecimento e de manutenção com as máquinas, equipamentos e implementos
em funcionamento, salvo se o movimento for indispensável à realização dessas
operações, quando deverão ser tomadas medidas especiais de proteção e
sinalização contra acidentes de trabalho.
31.12.8 É vedado o trabalho de máquinas e equipamentos acionados por motores
de combustão interna, em locais fechados ou sem ventilação suficiente, salvo
quando for assegurada a eliminação de gases do ambiente.
4.2.3.5 Registro e Porte
É necessária a obtenção do registro e porte da motosserra, independente do
local ou finalidade do trabalho. Deve-se registrá-la junto ao órgão florestal competen-
te da unidade federativa (Portaria Normativa IBAMA Nº 149, de 30 de dezembro de
1992).
18
Portar ou utilizar motosserra sem licença ou registro é crime, punível com
multa e pena de três meses a um ano de detenção (Lei Federal 9605/1998 - Decreto
3179/1999). Para maior comodidade, ao efetuar a compra, o cliente é orientado e,
muitas vezes, pode sair da loja com sua motosserra já licenciada, como exige a lei.
A Licença só entra em vigor mediante pagamento do boleto bancário, sendo
válida por 2 (dois) anos a partir da data de pagamento.
4.3 SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DE MOTOSSERRA
O risco de acidentes está presente em todo o tipo de trabalho realizado, em
maior ou menor proporção, dependendo da atividade. Devido a esse fator são de-
senvolvidos e melhorados constantemente os Equipamentos de Proteção Individual,
as máquinas e os equipamentos de segurança ativos no produto.
No trabalho florestal, principalmente no corte de árvores, trabalha-se geral-
mente com máquinas leves, potentes e de alta rotação, o que torna o equipamento
de alto risco (LISBÔA, 2006, p.16).
Deve-se ter o máximo cuidado ao operar esse tipo de máquina e utilizar
sempre motosserras que possuam todos os dispositivos de segurança exigidos pela
legislação e todos os Equipamentos de Proteção Individual recomendados pelo fa-
bricante.
4.3.1 Dispositivos de Segurança
Segundo Lopes (2000), no trabalho com motosserra, existem dois agentes
de segurança: ativos e passivos. Os mesmos estão especificados a seguir.
4.3.1.1 Agentes Ativos
São os dispositivos de segurança da motosserra e tem por finalidade prote-
ger o operador contra acidentes, conforme apresentado na Figura 1.
19
Figura 1 – Dispositivos de Segurança da MotosserraFonte : www.sthil.com.br
4.3.1.1.1 Protetor das mãos
As mãos do operador estão sempre expostas durante a execução do traba-
lho. Para evitar os acidentes, a motosserra profissional possui dois protetores, um
dianteiro (freio manual de corrente) e outro traseiro. O protetor dianteiro está locali-
zado à frente do cabo, enquanto que o traseiro está sob o punho.
4.3.1.1.2 Freio de corrente
O freio da corrente é um dispositivo de segurança que interrompe o
movimento da corrente durante o trabalho. Esse sistema pode ser utilizado
basicamente em três situações: Em caso de rebote do conjunto de corte, o freio da
corrente é instantaneamente acionado, levando-se a proteção da mão para frente.
Com esse movimento, a corrente pára imediatamente; Para dar o arranque na
motosserra, o freio deverá ser utilizado de modo a bloquear o movimento da
corrente; Durante o transporte, com a motosserra em funcionamento, a corrente
deverá ser bloqueada pelo acionamento do freio.
20
4.3.1.1.3 Pino pega corrente
Em situações onde a corrente está muito tensionada ou frouxa, ela poderá
romper-se, rebatendo para trás e atingindo o operador. Isso. Isso pode ser evitado,
se as motosserras possuírem um pino de segurança, localizado sob a tampa do pi-
nhão.
4.3.1.1.4 Trava do acelerador
É um dispositivo de segurança que evita que a corrente se movimente devi-
do a uma aceleração involuntária. Isto somente ocorre se o operador segurar de for-
ma firme e consciente o punho da motosserra e iniciar a aceleração.
4.3.1.1.5 Sistema anti-vibratório
Para evitar possíveis problemas de saúde ao operador dadas às vibrações
do motor, as motosserras são dotadas de um sistema anti-vibratório. Esse sistema
consiste de elementos resilientes, denominados amortecedores, os quais estão dis-
tribuídos na carcaça da motosserra, em pontos estratégicos, de modo a eliminar
quase todas as vibrações do motor e da corrente.
4.3.1.1.6 Escapamento e Silencioso
Para evitar danos à saúde do operador por causa do forte ruído emitido pelo
motor e dos gases provenientes da combustão, as motosserras possuem um conjun-
to formado por um silencioso e escapamento. Estes visam, respectivamente, dimi-
nuir o nível de ruído emitido pelo motor e o contato do operador com gases resultan-
tes da combustão.
4.3.1.2 Agentes Passivos
São os Equipamentos de Proteção Individual. A escolha dos EPI’s é impor-
tante para a segurança, o conforto e a capacidade do trabalho do operador de mo-
tosserra. O EPI ideal deve proteger o operador contra determinados fatores ambien-
tais que influenciam as condições de trabalho: temperatura, umidade relativa do ar,
ruído, vibração, etc., bem como da própria motosserra. Além disso, eles também de-
vem facilitar os movimentos do corpo, não causando limitações no movimento, além
de possuir cores vivas e chamativas por questão de segurança.
21
4.3.1.2.1 Capacete
Confeccionado em polietileno de alta resistência, apresenta internamente
coroa ajustável em tecido de náilon, carneira e suspensão de material plástico, vi-
sando amortecer e distribuir a carga do impacto; tira absorvente de suor e filme plás-
tico perfurado e revestido internamente com uma camada de espuma plástica. Os
capacetes devem ser nas cores vermelha, laranja ou amarela, de modo a destacar e
facilitar a visualização do operador na área de trabalho (Fig. 2).
Figura 2 - Capacete com protetor facial e protetor auricularFonte : www.sthil.com.br
4.3.1.2.2 Protetor Facial
Acoplado ao capacete e confeccionado em material plástico com tela de nái-
lon, na cor preta, possui a função de proteger o rosto do operador contra galhos e
serragens (Fig. 3).
Figura 3 – Protetor FacialFonte : www.sthil.com.br
22
4.3.1.2.3 Protetor Auricular
O protetor auricular possui haste metálica tipo mola, fabricado em aço espe-
cial galvanizado, ligado por grampo duplo regulável. Acoplado ao capacete, o prote-
tor visa proteger o ouvido do operador dos ruídos excessivos advindos da motosser-
ra e do ambiente de trabalho (Fig.4).
Figura 4 - Protetor auricularFonte : www.sthil.com.br
4.3.1.2.4 Calça de Motosserrista
Confeccionada em tecelagem especial e fios 100% poliéster, permitindo per-
feita ventilação e máxima resistência, com proteção interna na frente e panturrilha
em camadas de malha e poliésteres, sem emendas e conferindo alta resistência e
proteção ao operador (Fig. 5).
Figura 5 - Calça motosserristaFonte : www.sthil.com.br
23
4.3.1.2.5 Luvas
Confeccionada em vaqueta e náilon, palma 100% de vaqueta, dorso em po-
liamida com 3mm de espuma de proteção e sobre o forro de Jersey. Visa proteger as
mãos do operador contra cortes e perfurações, bem como minimizar as vibrações da
motosserra (Fig. 6).
Figura 6 – LuvasFonte : www.sthil.com.br
4.3.1.2.6 Coturno
Confeccionado em vaqueta lisa curtida em cromo; palmilha de montagem
em couro; acolchoado internamente com uma camada de espuma; solado antiderra-
pante e biqueira de aço visa proteger os pés do operador contra cortes e perfura-
ções (Fig. 7).
Figura 7 – CoturnoFonte : www.sthil.com.br
25
4.3.2 Procedimentos de Segurança ao Operador
O operador de motosserra deve munir-se e utilizar Equipamentos de Prote-
ção Individual conforme visualizado na Figura 10.
Figura 10 – Operador com EPI’sFonte : http://bombeirosparasempre.blogspot.com.br
Quando a motosserra for carregada em terreno plano ou aclive (Fig. 11a), o
sabre deve apontar para trás e estar afastado do operador. Em declives o sabre
deve apontar para frente e estar afastado do operador (Fig. 11b).
Figura 11a – Transporte em aclive Figura 11b – Transporte em decliveFonte : Manual de Instrução Técnica Copel Fonte : Manual de Instrução Técnica Copel
26
Ter cuidado para não derramar combustível sobre a motosserra ao reabaste-
cê-la principalmente não fumar quando realizar esta operação (Fig.12). Para evitar
incêndio, a motosserra deve ser funcionada longe do local de abastecimento.
Sempre se abastece primeiro o óleo de corrente depois a gasolina, pois se
acabar o óleo funde o conjunto de corte, por outro lado se acabar a gasolina sim-
plesmente a máquina para.
Figura 12 – Abastecimento da MotosserraFonte : www.sthil.com.br
Uma afiação correta com pinhão, sabre e corrente em boas condições, evi-
tam vibrações indesejáveis e prejudiciais à máquina, além de evitar também riscos
de acidente ao operador (Fig. 13).
Figura 13 – Afiação da correnteFonte : www.sthil.com.br
27
Para ligar a motosserra: Uma maneira correta é colocar a motosserra no
solo tendo o pé direito do motosserrista fixo ao protetor e a mão esquerda seguran-
do firme a alça. O arranque é acionado com a mão direita. O sabre deve ficar livre
de qualquer obstáculo e com a ponta voltada para a direção oposta ao corpo.
Para prevenir acidentes deve-se conhecer a motosserra e as técnicas corre-
tas de corte. As medidas de segurança existentes na motosserra, ajudam a prevenir
acidentes, mas, estar treinado e sempre alerta, é a melhor proteção.
4.3.3 Recomendações de Segurança na Utilização de M otosserra
As recomendações de medidas preventivas de segurança para os
operadores de motosserra, orientando sobre a maneira mais correta para
desenvolver suas atividades são listadas a seguir:
1. Não cortar árvores se houver ventos fortes e/ou variáveis;
2. Nunca derrubar árvores quando estiver sozinho. Após ter feito o entalhe
direcional, quando a árvore estiver próximo da queda, solicitar ao
companheiro observar a presença de animais ou pessoas desavisadas, que
possam se aproximar do local sem que o operador perceba;
3. Atentar à direção natural da queda da árvore.
4. Apesar do alinhamento da árvore, em algumas variedades o galho que forma
bifurcação, devido a seu peso e tamanho pode “puxar” a árvore da provável
direção de queda.
5. Verificar a direção e intensidade do vento. Devido a galhada da árvore a ação
do vento exerce uma força muito grande, podendo alterar a direção de queda.
6. Manter distância de segurança entre operadores de 2 vezes e meia o
tamanho da maior árvore.
7. Verificar a existência de abelhas, vespas e espinhos.
8. Efetuar a limpeza da base da árvore.
9. Verificar a existência de redes de energia elétrica.
10.Observar a copa da árvore. Poderão cair galhos que estão soltos nas copas
da mesma ou de outras árvores e atingir o operador.
28
11. Nunca deixar árvores cortadas enroscar em outras: poderá cair repentina-
mente com ventos ou pelo próprio peso.
12.Estabelecer rotas de fuga num ângulo de 45º, livre de obstáculos.
13.Sempre desligar a motosserra ao transportá-la ou reabastecê-la.
14.Não fumar durante o abastecimento.
15.Ligar a máquina no mínimo 3 metros do local abastecido.
16. Não utilizar a motosserra acima da linha da cintura a partida, sempre que pos-
sível, realizar sobre o solo, evitar a posição entre as coxas.
17.Usar obrigatoriamente os Equipamentos de Proteção Individual
recomendados.
18.A motosserra deverá ser utilizada somente por pessoas adultas.
19.Somente operadores treinados devem utilizar uma motosserra.
20.Manter os dispositivos de segurança da motosserra em perfeitas condições.
21.Não usar a motosserra de maneira que seu domínio ultrapasse a sua
capacidade ou experiência.
22.Nunca testar ou regular a corrente com o motor em funcionamento.
23.Nunca coloque as mãos no sabre ou corrente e faça ajustes com o motor
ligado.
24.Nunca manipule a motosserra quando estiver cansado.
25.Nunca operar a motosserra segurando-a com uma só mão.
26.As árvores enganchadas e semi-cortadas devem ser derrubadas antes de se
iniciar qualquer outra operação.
27.Use sempre a bainha protetora no sabre, ao transportar a motosserra para o
local de trabalho e ao retornar do trabalho.
28.Nunca dar partida na motosserra em ambientes fechados, há perigo relativo
aos gases de escape do motor.
4.4 SEGURANÇA NA DERRUBADA COM MOTOSSERRA
4.4.1 Técnicas Seguras de Corte
Segundo Amaral (1998), estão descritos a seguir os métodos seguros de corte.
29
4.4.1.1 Postura Adequada à Execução da Atividade
Na derrubada de árvore, é importante que o operador adote uma postura
correta, sendo basicamente na execução do entalhe direcional e do corte de abate.
a) Entalhe direcional
A postura que o operador deve adotar para executar o entalhe direcional é a
seguinte:
� Segurar a motosserra com a mão esquerda pelo cabo dianteiro e com a
mão direita pelo cabo traseiro;
� Posicionar-se ao lado direito do sentido da derrubada;
� Colocar o pé esquerdo atrás da árvore, a uma distância aproximada de
0,70 m e o pé direito paralelo à árvore, a uma distância equivalente ao
corpo da motosserra, de forma que os pés formem um ângulo de 90º;
� Apoiar o braço direito sobre a coxa direita, e o ombro do lado esquerdo na
árvore, flexionando as pernas de forma a manter a coluna ereta;
� Primeiramente, deve-se executar o corte oblíquo ou de “telhado”. Para
manter o ângulo recomendado, o operador deve segurar na curvatura do
cabo dianteiro da motosserra, acelerando com o dedo indicador;
� Para executar o corte de base, o operador, mantendo-se na mesma
posição, deve segurar na base do cabo dianteiro, de forma a manter o
sabre na horizontal, executando o corte com a parte inferior do sabre e
acelerando com o dedo polegar.
b) Corte de abate
Para executar o corte de abate, o operador deve adotar a seguinte postura:
� Mantendo-se ainda no lado direito da derrubada, flexionar os joelhos ou
apoiar o joelho direito no terreno, de forma a facilitar a operação e manter
a coluna ereta;
� Segurar na base do cabo dianteiro, de forma a manter o sabre na
horizontal;
� Executar o corte com a parte superior do sabre, acelerando com o dedo
polegar.
30
O filete de ruptura ou dobradiça consiste na parte do tronco não cortado,
possuindo uma largura equivalente a 10% do diâmetro da árvore.
O filete de ruptura serve para apoiar a árvore durante a queda, suavizando e
assegurando que esta caia na direção da abertura do entalhe direcional, ou seja, na
direção de queda desejada.
A presença do filete de ruptura é da maior importância na derrubada de
árvore, pois é o que oferece segurança ao operador, evitando a ocorrência de
“rebote” da árvore, no momento de sua queda, ou mesmo que esta caia em outra
direção não desejada.
O corte de árvores deve ser feito o mais baixo possível, de forma a reduzir
perdas de madeira, facilitar a entrada de veículos na área de corte e evitar acidentes
quando da retirada da madeira.
4.4.1.2 Pré-corte
O preparo das árvores para o corte deve ser realizado observando os se-
guintes procedimentos:
1º - Verificar se a direção de queda recomendada é possível verificar também a
existência de risco de acidentes, por exemplo, galhos quebrados pendurados.
2º - Deve-se limpar o tronco a ser cortado. Cortar cipós e arvoretas e remover
eventuais casas de cupins, galhos quebrados ou outros obstáculos situados
próximos à árvore.
3º - Realizar o teste do oco. Para certificar se árvore está oca, o motoserrista
introduz o sabre da motoserra no tronco no sentido vertical. Conforme a resistência
de entrada, pode-se avaliar a presença e o tamanho do oco.
4º - Remover pregos e plaquetas de alumínio que tenham sido colocados nas
árvores durante o censo, deslocando-os para a base da árvore (abaixo da linha de
corte). A remoção é importante, uma vez que os pregos podem causar danos à serra
fita durante o processamento da madeira.
31
5º - Preparar os caminhos de fuga, por onde a equipe deve-se afastar no momento
da queda da árvore. Os caminhos devem ser construídos no sentido contrário à
tendência de queda da árvore (Fig. 14).
Figura 14 – Caminho de fuga.Fonte : Amaral et al, 1998
4.4.1.3 Técnica Padrão de Corte
A técnica padrão consiste em uma seqüência de três entalhes: “abertura da
boca”, corte diagonal e corte de abate ou direcional (Fig. 15), assim descritos:
Figura 15 – Técnica padrão de corte.Fonte : Amaral et al, 1998
1- Abertura da “boca” é um corte horizontal no tronco (sempre no lado de queda da
árvore) a uma altura de 20 cm do solo. Esse corte deve penetrar no tronco até atingir
cerca de um terço do diâmetro da árvore.
32
2- Na seqüência, faz-se um outro corte, em diagonal, até atingir a linha de corte
horizontal, formando com esta um ângulo de 45 graus.
3- Finalmente, é realizado o corte de abate de forma horizontal, no lado oposto à
“boca”. A altura desse corte em relação ao solo é 30 cm, e a profundidade atinge
metade do tronco.
A dobradiça, parte não cortada do tronco (entre a linha de abate e a “boca”),
serve de apoio para a árvore durante a queda, permitindo que esta caía na direção
da abertura da “boca”. A largura da dobradiça deve equivaler a 10% do diâmetro da
árvore.
4.4.1.4 Técnicas Especiais de Corte
A técnica padrão serve de base para as técnicas especiais de corte, que po-
dem ser empregadas para as seguintes situações:
4.4.1.4.1 Árvores cuja direção de queda precisa ser alterada
Para que o arraste seja facilitado e as árvores remanescentes sejam protegi-
das, em algumas situações é preciso orientar a queda da árvore a ser extraída para
uma direção diferente de sua tendência natural. Para isso, o ajudante introduz a cu-
nha na fenda do corte de abate podendo assim direcionar a queda da árvore. A cu-
nha, inserida no lado de inclinação natural da árvore, funciona como um suporte, difi-
cultando a queda nesta direção (Fig.16).
Figura 16 – Uso da cunha no direcionamento de queda da árvore.Fonte : Amaral et al, 1998
33
O controle da direção de queda pode ser reforçado deixando uma dobradiça
mais estreita no lado de queda natural (Fig. 17). Essa parte rompe primeiro,
causando uma torção e direcionando a queda da árvore para o lado que se deseja.
Figura 17 – Largura da dobradiça.Fonte : Amaral et al, 1998
4.4.1.4.2 Árvores com oco
As árvores ocadas depois de cortadas tendem a cair rapidamente em uma
direção imprevisível, por isso, o risco de acidentes graves no corte destas árvores
são maiores. Se a árvore está ocada apenas na base do tronco, é necessário adotar
um corte especial como indica a Figura 18.
Figura 18 - Seqüência de corte para árvores ocas.Fonte: Amaral et al., 1998
4.4.1.4.3 Árvores Grandes
Quanto as árvores grandes, é preciso que sejam cortadas em etapas para
que se facilite o manuseio da motoserra e evitar que o sabre fique preso à árvore. A
Figura 19, apresenta uma seqüência de três entalhes.
34
Figura 19 - Etapas para o corte de árvores com diâmetro grande.Fonte: Amaral et al., 1998
.
4.4.1.4.4 Árvores com tronco muito inclinado
As árvores com grande inclinação oferecem riscos mais altos de acidentes
durante o corte por causa da rapidez com que elas tendem a cair. Além disso, racha-
duras provocadas por erros no corte são mais comuns nessas árvores. Para reintro-
duzir tais problemas, são utilizadas as seguintes técnicas de corte assim como são
mostradas na Figura 20.
Figura 20 - Etapas para o corte de árvores com inclinação excessiva.Fonte: Amaral et al., 1998
35
4.4.1.4.5 Árvores com Sapopemas
É comum a existência de espécies com sapopemas (raízes laterais situadas
na base da árvore). O tronco de algumas das espécies segue maciço até a base do
solo. A aplicação das técnicas de corte ilustradas na Figura 21, permitem um melhor
aproveitamento da madeira dessas espécies.
Figura 21 - Técnica de corte para árvore com sapopema.Fonte: Amaral et al., 1998
4.4.2 Prevenção de Acidentes no Corte
A maioria dos acidentes na exploração madeireira (alguns fatais) ocorre na
etapa de corte das árvores. Para evitar tais acidentes, além das técnicas adequadas
de corte, deve-se adotar as seguintes medidas preventivas:
- Corte de Cipós. É comum as árvores estarem entrelaçadas por cipós. Desta manei-
ra, basta que uma árvore seja derrubada para que outras árvores também caiam. A
realização do corte de cipós reduz expressivamente o número de riscos de aciden-
tes para as equipes de exploração.
- Construir caminhos de fuga. A equipe de corte deve limpar a área em torno da ár-
vore a ser extraída, removendo eventuais obstáculos como arvoretas e galhos que-
36
brados. Em seguida, define e abre caminho de fuga, fora do raio provável de queda
da árvore (Fig. 22).
Figura 22 - Usando caminho de fuga sem obstáculos e com motosserra desligada.Fonte: Amaral et al., 1998
− Manter uma distância mínima entre as equipes. Quando duas ou mais equi-
pes estão trabalhando em uma mesma área de exploração, é preciso que
mantenham entre si uma distância de 100 metros (Fig. 23). Além disso, o ge-
rente da exploração pode usar as informações do mapa do planejamento para
indicar onde as equipes devem se posicionar na floresta.
−
Figura 23 - Distância mínima entre as equipes.Fonte: Amaral et al., 1998.
37
4.4.3 Amarração auxiliar para direcionar a queda
A amarração auxiliar de árvores ou galhos a serem cortados para direcionar
a queda deve observar os seguintes procedimentos:
• Ficar a uma distância segura para evitar que seja atingido pela árvore no
momento da sua queda, utilizando-se de cordas com tamanho e resistência
suficientes para isto.
• Procurar sempre que possível, ancorar a corda em um ponto resistente.
• Esticar as cordas em pelo menos três sentidos diferentes (Fig. 24), em caso de
direcionamento preciso de queda.
Figura 24 – Amarração auxiliar para direcionar a queda.Fonte: Apostila Poda de Árvores para técnicos e eletricistas Copel
4.5 RISCOS INERENTES À MOTOSSERRA
4.5.1 Riscos Físicos
São aqueles gerados por máquinas e condições físicas características do lo-
cal de trabalho, que podem causar danos à saúde do trabalhador.
38
4.5.1.1 Ruído
O ruído pode causar cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da au-
dição, aumento da pressão arterial, problemas do aparelho digestivo, taquicardia e
perigo de infarto.
O nível de ruído admissível para 08 horas diárias de trabalho é de 85 dB (A)
(NR 15). A exposição a um ruído maior e/ou por maior tempo, podem causar danos
irreversíveis, até surdez total.
O gráfico apresentado na Figura 25 identifica vários tipos de ruídos dife-
rentes, mostrando-nos a necessidade do uso de protetores auriculares.
Tipos de Som Distâncias
Figura 25 – Nível de som de diferentes fontes.Fonte: Apostila Manutenção de Motosserra Copel
Segundo OLIVEIRA (2004), os operadores estão expostos a uma dose de
ruído de até 105 decibéis, caso não seja tomada nenhuma medida de controle de ru-
ído, seja na fonte ou através do uso de EPIs, os operadores só podem se expor du-
rante 30 minutos diários, conforme o anexo I da NR 15.
39
Os operadores de motosserra estão expostos ao ruído contínuo e esta Nor-
ma Regulamentadora fixa para cada nível de pressão sonora o tempo diário máximo
permitido, conforme apresentado na Tabela 1.
TABELA 1 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente
Nível de Ruído dB (A) Máxima Exposição Diária Permi ssível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
4.5.1.2 Vibração
Os fabricantes e importadores de motosserras instalados no país, introduzi-
rão nos catálogos e manuais de instrução de todos os modelos de motosserras,
seus níveis de ruído e vibração e a metodologia utilizada para a referida aferição.
Desta forma, as motosserras vem equipadas com um sistema anti-vibratório.
São amortecedores que separam a unidade motriz dos cabos dianteiros e traseiros,
40
através de amortecedores ou molas, minimizando assim ao máximo as vibrações do
motor para as mãos e corpo do operador. O sistema está identificado pelos pontos
azuis na figura 26.
Figura 26 – Sistema anti-vibratório.Fonte: Apostila Manutenção de Motosserra Copel
Os gráficos apresentados na figura 27, mostram duas motosserras a uma ro-
tação de 8.500 rpm, sem e com amortecedores. Verifica-se uma diferença de ampli-
tude de vibração muito grande entre elas. Assim, pode-se concluir que para traba-
lhos profissionais, utilizando a motosserra durante o dia todo, deve ter o máximo cui-
dado para trabalhar sempre com motosserras que possuam sistema anti-vibratório,
protegendo a saúde, das vibrações do motor.
Sem amortecedores Com amortecedores
Figura 27 – Gráficos de amplitudes de vibrações de motosseras sem e com amortecedoresFonte: Apostila Manutenção de Motosserra Copel
A vibração localizada é aquela que atinge certas partes do corpo do traba-
lhador, principalmente as mãos e braços, que é o caso do operador de motosserra.
Exposições prolongadas e contínuas à vibração podem produzir diversas doenças
ocupacionais aos operadores como é o caso de “Dedos Brancos”.(RODRIGUES,
2004, p.40).
41
A partir de 1970, passou a haver ampla utilização de motosserras com siste-
ma anti-vibração.
Os efeitos da vibração direta sobre o corpo humano podem ser extremamen-
te graves, podendo danificar permanentemente alguns órgãos do corpo humano.
Matoba (1994) citado por Fernandes (2002) refere que alguns pesquisado-
res têm reunido informações sobre os efeitos fisiológicos e psicológicos das vibra-
ções sobre o trabalhador, como perda de equilíbrio, falta de concentração e visão
turva (Fernandes, 2002).
As vibrações podem afetar o conforto, reduzir o rendimento do trabalho e
causar desordens das funções fisiológicas, dando lugar ao desenvolvimento de
doenças quando a exposição é intensa.
Segundo XIMENES (2006), é no Sistema Braço - Mão que as consequên-
cias das vibrações são mais severas. Nas ferramentas motorizadas atingem-se altas
acelerações oscilatórias nas mãos e articulação do pulso.
Trabalhadores usando há anos ferramentas motorizadas podem apresentar
diversas patologias nas mãos e braços, tais como a doença dos “Dedos Mortos” ou
doença de Raynaud. A exposição diária a vibrações excessivas durante vários anos
pode originar danos físicos permanentes que resultam normalmente no denominado
síndrome dos “Dedos Brancos”, ou em lesões dos músculos e articulações do pulso
e/ou do cotovelo.
Elas manifestam-se através dos “dedos mortos”. Com isto, alguns dedos fi-
cam, normalmente o dedo médio, branco até azulado, frio e sem sentidos. Após al-
gum tempo, os dedos voltam a ficar vermelhos e doloridos. Esta doença tem por
base a contração espasmódica dos vasos sanguíneos é conhecida também como
doença de Raynaud.
Os trabalhadores florestais são atingidos por esta doença, pois trabalham
muito com motosserras com frequências de 50 a 200 Hz.
Os "dedos mortos" surgem no máximo após 6 meses de trabalho com uma
ferramenta vibratória. Para isto, o frio parece ter uma grande importância. A doença
surge mais nos países nórdicos do que nos países quentes. Supõe-se que o frio au-
menta a sensibilidade dos vasos sanguíneos às vibrações e promove a constrição
dos vasos.
42
Em trabalhadores que usam ferramentas motorizadas com altas frequências,
são observadas também perturbações da circulação e da sensibilidade. Surgem in-
chaços dolorosos com perturbações da sensibilidade nas mãos, que muitas vezes
não são passageiras.
4.5.2 Riscos Ergonômicos
Estes riscos são contrários às técnicas de ergonomia, que exigem que os
ambientes de trabalho se adaptem ao homem, proporcionando bem estar físico e
psicológico.
Estão ligados também a fatores externos (do ambiente) e internos (do plano
emocional), em síntese, quando há disfunção entre o indivíduo e seu posto de traba-
lho.
A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada
ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sis-
temas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de oti-
mizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema.
Um dos problemas mais comuns no trabalho com a motosserras está na er-
gonomia. O levantamento e transporte manual de pesos, e ritmos excessivos neces-
sitam de intervenções ergonômicas em quase todos os postos de trabalho. Além dos
pesos e ritmos excessivos, existem agravantes, como os controles rígidos da produ-
tividade, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade, estresse físi-
co e/ou psíquico.
A operação de corte exige uma postura inadequada para o operador, pois
uma das normas básicas de segurança é nunca efetuar um corte acima da altura do
ombro. Este corte é feito na maioria das vezes 30 cm acima do solo para maior apro-
veitamento do fuste (tronco) da árvore.
Outra norma de segurança é que o operador nunca esteja na linha de corte
da motosserra, ou seja, sempre ao lado da linha de corte. A postura mais indicada
para o operador é flexionar os joelhos com as pernas abertas na linha do ombro e
coluna reta, o que na maioria das vezes não acontece por já apresentar o vício da
postura inadequada, que pode causar várias doenças ocupacionais como as lombal-
gias.
43
O esforço intenso e repetitivo para a operação da motosserra, assim como
também o esforço para carregar a máquina e os materiais são os agentes causado-
res dos problemas ergonômicos e como medidas preventivas recomenda-se fazer
pausas, mudar de posição e não exceder a capacidade de peso.
É importante que as empresas florestais adquiram motosserras profissio-
nais, equipadas com freio de corrente, pino pega-corrente, sistema anti-vibratório,
protetor da mão esquerda, protetor da mão direita, trava de segurança do acelera-
dor, direcionador de serragem e escapamento com dispositivo silencioso e direciona-
dor de gases. Além disso, as motosserras devem ter baixo peso, design ergonômico,
baixo nível de ruído e de vibração e balanceamento adequado (SANT’ANNA et al.,
1999).
4.5.3 Riscos Químicos
São aqueles representados pelas substâncias químicas que se encontram
nas formas líquida, sólida e gasosa, e quando absorvidos pelo organismo, podem
produzir reações tóxicas e danos à saúde.
Podemos citar como agentes causadores a gasolina, o óleo para corrente, a
fumaça do motor e o pó da madeira.
O pó proveniente do corte da madeira pode causar doenças no trato respira-
tório e dependendo da sensibilidade do operador também poderá causar problemas
na pele devido às propriedades alergênicas de algumas espécies de árvores.
4.5.4 Riscos de Acidentes
Os riscos mecânicos ou de acidentes ocorrem em função das condições físi-
cas (do ambiente físico de trabalho) e tecnológicas impróprias, capazes de colocar
em perigo a integridade física do trabalhador.
Os acidentes aos quais os operadores de motosserra estão expostos são
basicamente, queda de galhos e ferimento com a corrente da motosserra devido a
vários fatores. Cerca de 85% dos acidentes com motosserra são provocados pela
corrente (elemento cortante) em movimento. Os casos fatais, na maioria das vezes,
devem-se à queda de árvores, derrubadas sem a devida técnica de corte. Uma das
causas mais frequentes de acidentes é o rebote ou golpe de retrocesso da motos-
serra (Fig. 28), que ocorre quando ao utilizar a parte superior da ponta do sabre, a
45
A figura 30, mostra os percentuais de incidência de lesões em operadores
de motosserra e as possibilidades de proteção com EPI’s.
Figura 30 - Incidência de lesões no operador de motosserra e as possibilidades de proteção (EPI’s).Fonte: Manual Técnico IFT (2011).
4.5.5 Riscos Biológicos
São aqueles causados por microorganismos como bactérias, fungos, vírus e
outros. São capazes de desencadear doenças devido à contaminação e pela própria
natureza do trabalho.
Os agentes causadores de risco biológico ao operador de motosserra são
bactérias, vírus e fungos, sendo as medidas preventivas a serem tomadas são a cor-
reta higienização dos Equipamentos de Proteção Individual e a conservação ade-
quada dos alimentos.
46
5 MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO
A coleta de dados para este estudo de caso foi efetuada na área rural situa-
da entre os municípios de Porto União (SC), Matos Costa (SC), Porto Vitória (PR) e
União da Vitória (PR), mais precisamente nas faixas de servidão de rede de distribui-
ção de energia, onde duas empreiteiras foram contratadas pela Concessionária de
Energia para atividades de limpeza de vegetação com cortes de árvores ao longo da
rede.
Na região do estudo em questão predomina clima temperado (Cfb), tempe-
ratura média no mês mais frio abaixo de 18°C (mesot érmico), com verões frescos,
temperatura média no mês mais quente abaixo de 22°C e sem estação seca defini-
da. (IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná apud PESCADOR & OLIVEIRA, 2009).
A formação florestal no local é a Floresta Ombrófila Mista, composta por for-
mações latifoliadas e por coníferas, representadas pelo Pinheiro-do-Paraná (Araucá-
ria angustifolia). Também conhecida como Mata das Araucárias, essa formação ocu-
pava 44% do território paranaense, sendo das florestas do país a que mais sofre ex-
ploração econômica.
5.2 METODOLOGIA E MATERIAIS UTILIZADOS
Inicialmente foi realizada pesquisa bibliográfica em livros, periódicos, sites
de internet e manuais de equipamentos específicos.
A metodologia de pesquisa adotada foi o estudo de caso das condições se-
gurança de trabalho de cinco operadores de motosserra de duas empreiteiras con-
tratadas pela Concessionária de Energia para as atividades de limpeza de faixa de
servidão de rede de distribuição de energia elétrica.
As informações foram levantadas por meio de questionário (em anexo),
entrevistas e observações no local de trabalho, além dos conhecimentos próprios,
de experiência com trabalhos de auditoria de empreiteiras de roçada, onde há uso
esporádico de motosserra e por ministrar cursos de motosserra.
Foi avaliada a forma de derrubada da vegetação comparando-a ao procedi-
mento correto, segundo a técnica de exploração padrão, verificado o uso de equipa-
47
mentos de proteção individual pelos operadores de motosserra e identificados os ris-
cos aos quais os mesmos estão expostos durante suas atividades.
A partir dessas informações foram propostas medidas preventivas de
segurança para os operadores de motosserra, orientando sobre a maneira mais
correta para desenvolver suas atividades.
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a contratação das empreiteiras, a Concessionária de Energia segue
procedimento interno específico, com a apresentação da documentação exigida,
passando por vistoria de equipamentos e por reunião de integração com participa-
ção de funcionários da Concessionária, entre eles um técnico de segurança.
Após as orientações necessárias, as empreiteiras iniciam seu serviço, sendo
acompanhadas em campo durante as atividades por um fiscal da Concessionária.
6.1 REGISTRO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO
O transporte dos funcionários foi realizado com veículo Kombi, conduzido
por motorista habilitado, que nesse caso é o encarregado da equipe; e sendo
transportados os materiais e ferramentas separados dos passageiros.
Os funcionários das empreiteiras não acampam no local, somente realizam
as refeições. Geralmente ficam na empreiteira somente durante o tempo de duração
do contrato da mesma com a Concessionária. Alguns não chegam a ficar durante
todo o contrato sendo registrada alta rotatividade.
Não há requisitos específicos para a contratação dos funcionários. Algumas
vezes é por indicação, outras por já conhecerem de trabalhos anteriores, mas não
há exigências de experiência na função e nem testes ou entrevistas. Somente é
exigido do operador de motosserra que possua curso.
Não há um horário fixo de início e término de jornada de trabalho, mas em
geral, cumprem uma média de 8 horas diárias com intervalos para almoço e lanche.
Os locais de trabalho não atendem a exigência da NR-21, item 21.1, onde
consta que nos trabalhos realizados a céu aberto, é obrigatória a existência de
abrigos, ainda que rústicos capazes de proteger os trabalhadores contra
48
intempéries. O único abrigo neste caso é o próprio veículo que muitas vezes fica
estacionado longe do local das atividades, devido às características do local.
O deslocamento do trabalhador no ambiente não é fácil, pois a vegetação se
torna um obstáculo, que em muitos casos precisa abrir picadas no meio da mata,
além da necessidade de se transportar material e a própria motosserra, dificultando
ainda mais a locomoção.
6.1.1 Segurança no trabalho
Além de dois operadores de motosserra por empreiteira, em uma delas o
próprio encarregado possui o treinamento para a atividade.
Os procedimentos operacionais são cumpridos na grande parte do tempo,
havendo, no entanto, falhas que podem colocar em risco a segurança da atividade,
como o trabalho dos operadores em distância abaixo da permitida.
Foi verificada a preocupação com higiene e ergonomia ao decorrer da
atividade. Os EPI's não são compartilhados e são higienizados após o dia de
serviço. As motosserras também são limpas ao fim da jornada diária, com o
esgotamento do combustível e do óleo para que não sejam derramados durante o
transporte. Segundo os fiscais das empreiteiras, eles orientam os funcionários para
que realizem o revezamento na atividade de derrubada para não haver sobrecarga
muscular e também quanto à postura no corte.
Como há fiscalização, são verificadas poucas presenças de irregularidades
no trabalho dos operadores em relação à questão de segurança.
Não há registro de dados de acidentes graves.
Possíveis doenças ocupacionais advindas de esforços repetitivos ou postu-
ras incorretas não são adquiridas em um intervalo de tempo pequeno como o que é
despendido durante a duração de um contrato de roçada, portanto não há registro
das mesmas.
Em relação aos quesitos apresentados por meio de questionário específico
aos operadores de motosserra para obtenção de informações relacionadas à
Segurança de Trabalho, foram verificados:
� Somente dois dos cinco operadores entrevistados disse já ter sofrido acidente
de trabalho com motosserra, mas não no emprego atual;
49
� Acidente devido à falta de Equipamento de Proteção Individual. O operador
estava sem o protetor facial e um pedaço de madeira atingiu o seu rosto
provocando um corte;
� Acidente provocado por procedimento irregular. O operador foi acionar a
motosserra no ar e no “tranco”, ela pegou na perna do operador, mas foi
parada pela calça de segurança. O resultado foi apenas um hematoma na
perna;
� Não houve afastamentos em decorrência dos acidentes;
� O consenso entre todos os operadores foi de que a motosserra é uma
máquina perigosa, assim como o trabalho do operador de motosserra.
6.1.2 Equipamentos de Proteção Individual
Os Equipamentos de Proteção Individual recomendados no trabalho florestal
são: calça de motosserrista, capacete com protetor auricular, protetor facial, luvas,
caneleira e coturno, onde se observou em visita a campo, que nem todos os
funcionários e operadores de motosserras, estavam devidamente equipados.
Em relação aos quesitos apresentados por meio de questionário específico aos
operadores de motosserra para obtenção de informações relacionadas aos
Equipamentos de Proteção Individual, foram verificados:
� Todos os operadores sabiam o que era Equipamento de Proteção Individual e
a função dos mesmos. Isso foi resultado da palestra do Técnico de Segurança
da Concessionária durante a reunião de integração com as empreiteiras;
� Também houve consenso quanto à importância do uso dos Equipamentos de
Proteção Individual. Todos os operadores consideram importante o uso;
� Apenas um operador não estava com a vestimenta completa. Ele não estava
usando o protetor auricular e a justificativa do mesmo foi de que com o
protetor ele não ouvia quando alguém queria lhe alertar de algum perigo
durante o corte;
50
� Um dos funcionários tinha trocado o protetor facial por óculos de segurança
incolor. A justificativa desta troca foi que o protetor facial atrapalhava muito a
visão;
� Apenas um operador disse não se sentir incomodado com o uso dos
equipamentos de proteção individual;
� Dos quatro operadores que disseram sentir incômodo no uso dos EPI’s, o
componente unânime foi a calça, conforme apresentado na figura 31;
� Os operadores também disseram não terem recebido treinamento formal e
sim orientações sobre o uso e manutenção de equipamentos de proteção
individual.
1
2
2
4 Calça
Protetor Facial
Protetor auricular
Luvas
Figura 31 – Relação entre EPI’s e quantidade de operadores que se sentem incomodadospelo seu uso.
6.2 TÉCNICA DE EXPLORAÇÃO
A verificação da técnica de exploração da vegetação adotada em relação ao
quesito segurança está dentro dos padrões, porém nota-se, algumas vezes, a falta
de cuidado dos operadores em certas questões, como manter distância de
segurança entre operadores de 2 vezes e meia o tamanho da maior árvore.
Pode ser verificado também que quando a árvore está em terrenos
irregulares as técnicas não são cumpridas totalmente.
51
Alguns operadores tem também uma certa resistência à mudanças,
geralmente os mais experientes não aceitam uma idéia diferente da sua e se
recusam a utilizar as técnicas adequadas de derrubada por achar que perdem tempo
com elas. A idéia desses trabalhadores é que como nunca sofreram um acidente, ou
então até se acidentaram, mas sem conseqüências mais graves, todo esse
procedimento de utilização das técnicas de segurança pode ser dispensado.
Muitas vezes os acidentes também ocorrem pelo menosprezo do perigo, da
situação de risco. Mesmo sabendo que deve-se utilizar devidamente todos os
dispositivos de segurança destinados a proteger a si mesmo e aos demais
trabalhadores, abstendo-se de todo comportamento que possa resultar em perigo, a
velha idéia de que “isso nunca vai acontecer comigo” prevalece.
Há um consenso entre os operadores que a aplicação da técnica padrão de
corte diminui o rendimento e aumenta o esforço físico mas que eles preferem adotar
devido a segurança que a mesma proporciona.
8. CONCLUSÕES
Com a pesquisa bibliográfica e as avaliações das condições de segurança
trabalho estabelecidas no estudo de caso, as seguintes conclusões se destacam:
1. As empreiteiras de uma maneira geral cumpriram as normas relativas a
segurança e saúde no trabalho, com exceção a exigência da NR-21, quanto a
obrigatoriedade da existência de abrigos para proteger os trabalhadores
contra intempéries nos locais de trabalho;
2. Consciência dos operadores da importância da utilização dos EPI’s e de sua
responsabilidade em relação à própria segurança e a do colega;
3. Apesar da consciência mencionada no item 2, observou-se a falta de cuidado
quanto à obrigatoriedade do uso completo e adequado dos EPI’s;
4. A importância de se conhecer a realidade dos acidentes com motosserra para
que seja possível a elaboração de medidas de prevenção específicas à
atividade;
52
5. Embora os riscos físicos sejam os mais comuns durante o trabalho de
operação de motosserra, os riscos de acidentes são os que trazem
conseqüências mais graves como mutilações e até a morte de trabalhador;
6. Os procedimentos operacionais foram cumpridos na grande parte do tempo,
no entanto, ocorreram falhas que podem colocar em risco a segurança da
atividade, como o trabalho dos operadores em distância abaixo da permitida;
7. Neste trabalho foram apresentadas orientações sobre o uso de EPI's, a
maneira correta da utilização da motosserra e recomendações sobre medidas
preventivas com relação à atividade de corte de árvores, a fim de minimizar
os riscos inerentes a mesma.
8. O risco da atividade de derrubada pode ser minimizado ao se ter o controle
da situação, através de treinamento apropriado para a tarefa e utilização dos
equipamentos necessários para eliminar a prática pelo operador dos fatores
inerentes a atos inseguros.
53
REFERÊNCIAS
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FERNANDES, Márcia. Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da exposi-ção ocupacional a ruído e vibração. Revista Brasileira Otorrinolaringologia. 2002.
HASELGRUBER, Friedrich,. Motosserras: mecânica e uso / Friedrich Haselgrubere Karl Fritz Gerhard Grieffenhagen. Porto Alegre: Metrópole, 1989.
IBAMA – Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.Legislação federal de Meio Ambiente. Portaria Normativa IBAMA Nº 149, de 30 dedezembro de 1992. Ministério do Meio Ambiente, dos recursos Hídricos e daAmazônia Legal. Brasília. Vol. 3, 1996. p 1425.
ITENS de segurança. Disponível em:<http://www.stihl.com.br>. Acesso em: 09 abr.2012.
LEI nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm>. Acesso em: 11 mar. 2012.
LISBÔA, Marcelo Gomes. Recomendações de segurança para um processomais seguro na colheita florestal semi – mecanizada . 2006, 49f. Trabalho deconclusão de curso (Pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho) -Universidade do Estado de Santa Catarina, Joinville, 2006.
LOPES, Eduardo da Silva. Operação e Manutenção de Motosserras : manual téc-nico / Eduardo da Silva Lopes, Luciano José Minetti.- Viçosa: Aprenda Fácil, 2000.
54
MANUAL de instruçao técnica da copel. Disponível em : <http://www.copel.com>.Acesso em:09 abr. 2012.
MANUAL técnico, 2 – IFT, Manejo de florestas naturais da Amazônia: corte, traça-mento e segurança. Marlei M. Nogueira; Valderez Vieira; Arivaldo de Souza; MarcoW. Lentini. – Belém, PA: Instituto Floresta Tropical, 2011.
OPERADOR com EPI’s. Disponível em: <http://bombeirosparasempre.blogspo-t.com.br>. Acesso em:09 abr. 2012.
PESCADOR, C.M.M.; OLIVEIRA, A. J. de. Segurança do trabalho na colheita flo-restal: um estudo de caso. 2009, 60f. Trabalho de conclusão de curso (Pós-gradua-ção em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Universidade Estadual de PontaGrossa, Ponta Grossa, 2009.
RODRIGUES, P. M. C. Levantamento dos riscos dos operadores de motosserr ana exploração de uma floresta nativa. 2004, 82 f. Trabalho de Conclusão de Curso(Especialização em Segurança do Trabalho) - Universidade Federal do Mato Grosso,Cuiabá, 2004.
SANTOS, W. T. Avaliação da segurança no trabalho de operadores demotosserras no corte de eucaliptos, em empresas ter ceirizadas na região donoroeste de minas. 2008, 8 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização emSegurança do Trabalho) - União Educacional Minas Gerais, Uberlândia, 2008.
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 21. ed. São Paulo: Atlas, 1992. 404 p.(Manuais de Legislação Atlas, 16).
XIMENES, Gilmar Machado. Gestão ocupacional da vibração no corpo humano,aspectos técnicos e legais relacionados à saúde e s egurança. 2006, 157 f. Dis-sertação de Mestrado (Sistemas de Gestão) – Universidade Federal Fluminense, Ni-terói, 2006.
55
ANEXO A – NR-12 – Máquinas e Equipamentos – Anexo V
56
ANEXO V
MOTOSSERRAS
1. As motosserras devem dispor dos seguintes dispositivos de segurança:
a) freio manual ou automático de corrente;
b) pino pega-corrente;
c) protetor da mão direita;
d) protetor da mão esquerda; e
e) trava de segurança do acelerador.
1.1. As motopodas e similares devem atender, no que couber, o disposto no item 1 e
alíneas deste Anexo.
2. Os fabricantes e importadores de motosserras e similares devem informar, nos
catálogos e manuais de instruções de todos os modelos, os níveis de ruído e
vibração e a metodologia utilizada para a referida aferição.
3. As motosserras e similares fabricadas e importadas devem ser comercializadas
com manual de instruções que contenha informações relativas à segurança e à
saúde no trabalho, especialmente:
a) quanto aos riscos à segurança e a saúde durante o seu manuseio;
b) instruções de segurança no trabalho com o equipamento, de acordo com o
previsto nas Recomendações Práticas da
Organização Internacional do Trabalho – OIT;
c) especificações de ruído e vibração; e
d) advertências sobre o uso inadequado.
4. Os fabricantes e importadores de motosserras e similares instalados no País
devem disponibilizar, por meio de seus revendedores, treinamento e material
57
didático para os usuários, conforme conteúdo programático relativo à utilização
constante do manual de instruções.
4.1. Os empregadores devem promover, a todos os operadores de motosserra e
similares, treinamento para utilização segura da máquina, com carga horária mínima
de oito horas e conforme conteúdo programático relativo à utilização constante do
manual de instruções.
4.2. Os certificados de garantia das máquinas devem ter campo específico, a ser
assinado pelo consumidor, confirmando a disponibilidade do treinamento ou
responsabilizando-se pelo treinamento dos trabalhadores que utilizarão a máquina.
5. Todos os modelos de motosserra e similares devem conter sinalização de
advertência indelével e resistente, em local de fácil leitura e visualização do usuário,
com a seguinte informação: o uso inadequado pode provocar acidentes graves e
danos à saúde.
6. É proibido o uso de motosserras e similares à combustão interna em lugares
fechados ou insuficientemente ventilados.
58
ANEXO B – Questionário
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QUESTIONÁRIO
DADOS GERAIS
Nome:
Tempo em que o empregado desenvolve a atividade na empresa:
Rotatividade dos empregados:
N º de funcionários com treinamento para operação de motosserra:
Requisitos para a contratação(teste, entrevista, outros):
Jornada de trabalho:
Tem ou teve algum problema relacionado ao uso da motosserra? Qual?
Sente dores? Aonde?
Já ficou sem trabalhar por alguma doença? Qual?
SEGURANÇA NO TRABALHO
Já sofreu algum acidente de trabalho?
Como foi?
Que partes do corpo foram atingidas?
Ficou afastado do trabalho em decorrência deste acidente?
Acha seu trabalho perigoso?
Acha a motosserra uma máquina perigosa?
EPIs
Sabe o que é Equipamento de Proteção Individual (EPI)?
Sabe a função do EPI?
Acha importante o uso do EPI?
Usa os EPIs?
Sente-se incomodado com o uso de algum EPI? Qual? Porque?
Recebeu algum treinamento sobre o uso e a manutenção dos EPIs?