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SEGREDOS DA ETERNIDADE

1 Para uso não comercial

Annalee Skarin

Índice

I. A verdade por trás do pensamento 006

II. O “Self” 013

III. Conhece a Verdade 018

IV. A casa de seus inimigos 022

V. Caminhe com Deus 025

VI. Os poderes da ressurreição 028

VII. A vela acesa na alma 033

VIII. Vibração 036

O arco-íris — suplemento do Capítulo VIII 045

IX. Olhos voltados para a glória de Deus 047

X. As chaves do Reino Superior 051

XI. O que é justiça? 054

XII. Nascido de Deus 057

XIII. A obediência aprendida através do sofrimento 064

XIV. O último véu 067

XV. Conheceríeis Deus? 071

XVI. A velhice e a morte são as marcas do pecado 076

XVII. Eu Sou o Caminho! 079

XVIII. O grande agora eterno — o ponto de poder 087

XIX. A luz do meio-dia 092

XX. A porta entre dois mundos 098

O antigo caminho retomado! 102



Prefácio

As eras passadas da eternidade foram esquecidas naquele momento em que, pela

primeira vez, tive o privilégio de olhar para baixo e ver a terra. As alegrias, conquistas, o

progresso e a felicidade infinitos e a glória da perfeição tornaram-se fatores de menor

importância. A realidade sufocante era a cena diante de mim, de um mundo perdido na escuridão,

mergulhado em erros e cheio de sofrimento, e senti como se meu coração fosse explodir.

Enquanto olhava para a terra, emanavam de meu ser compaixão e amor, em ondas envolventes de

ternura. A terra era um mundo onde a grande Luz se encontrava imersa na ignorância da

descrença. E no entanto, a Luz estava em toda parte. Era a grande e eterna realidade de glória

infinita. Mas como o homem se afastara da VERDADE, ela, a Luz, permanecia enterrada em

digressões.

À medida que eu chorava por um mundo perdido em trevas e em maldade,

completamente alheio à Luz, tive a permissão de ver cada habitante do planeta. Vi os

continentes, as nações, cidades, vilarejos e locais remotos onde os seres humanos vivem. E em

seus corações, assim como sobre toda a terra, só havia a amarga escuridão — e a mão da morte

esperando por suas vítimas.

Era como se o planeta estivesse envolto por um véu cinzento de eterno crepúsculo. Um

crepúsculo diferente, no entanto, no qual o sol não deixara resquícios de luz radiante, beleza ou

calor. A Grande Luz de Cristo permanecia incompreendida porque havia sido rejeitada. Não

havia na terra sequer o menor conhecimento de sua grande luminescência e poder inefável.

Quando consegui concentrar minhas energias para ver através do obscuro véu, percebi

que todas as pessoas andavam na lama. E aquela lama era o triste resultado de ações e reações

individuais às condições terrestres e à mortalidade. Quanto mais as pessoas se apegavam às

coisas materiais, maior era a lama ao seu redor. Algumas só sujavam os pés levemente. Seu grau

de deflagração era menor.

Outros indivíduos, porém, caminhavam com lama até os joelhos; alguns se encontravam

literalmente imersos. A lama cobria-lhes o rosto e o cabelo, e escorria-lhes das mãos. Entre todos

os habitantes da terra, não havia um sequer que não sofresse, em maior ou menor grau, da

influência perniciosa da mortalidade. Tanto a lama quanto a escuridão haviam se tornado

condições naturalmente aceitas, sem que ninguém as questionasse.

A parte mais trágica era que cada indivíduo gerava a própria sujeira, sem perceber que

era o responsável por sua condição. Era uma cena de partir o coração: o mundo inteiro escravo da

ignorância. Não havia uma única alma sobre a terra que tivesse consciência da Luz de Cristo,

embora ela seja mencionada tantas vezes nas escrituras sagradas e através de inúmeras

revelações. Todas as pessoas estavam tão sujas e envoltas na escuridão que pareciam não

compreender nada além do mundo físico e as coisas que a ele pertencem.

Boa parte da energia da terra era dirigida à invenção de maravilhas mecânicas, e essas

mesmas maravilhas começavam a exigir o restante de energia da humanidade para operá-las.

Cada novo invento só fazia aumentar a escuridão, o medo, os erros e os males. Cada nova

maravilha criada atrasava o progresso individual e dominava a mente do homem. A absorção do

ser humano pelas invenções materiais o impedia de realizar a grande busca interior da alma, tão

necessária para a liberação da divina Luz de Cristo. Todo homem traz dentro de si a Luz de

Cristo — ainda que não saiba disso. “A Luz de Cristo, que foi concedida a todo homem da terra.”

Por causa de sua ignorância, ele caminha nas trevas e está condenado.

Enquanto eu observava a pobre humanidade terrestre, emitia amor em ondas de profunda

compaixão e solidariedade. Teria dado minha existência — até minha alma — para, de alguma

forma, revelar aos homens a divina Luz de Cristo e sua fonte. Naquele fantástico momento, antes

do agora, compreendi perfeitamente que a sós a Luz de Cristo poderia trazer a grande cura a um



mundo imerso em trevas e sufocado de dor. Compreendi também que a grande Luz estava em

toda parte. Sabia que ela se concentrava na alma de cada ser humano, esperando ser aceita para

que pudesse manifestar seus poderes inefáveis.

Sim, a Luz estava em todos os lugares. Estava em toda a criação e em cada coisa criada.

Fora concedido a todos os homens, em todos os planos e reinos. Não há um único local sem a

presença da Luz. Ela existe até na escuridão, que não a compreende. E, embora esteja em todo

lugar, a terra era um planeta aparentemente desprovido de Luz, pois o homem, mergulhado na

ignorância de todas as eras, a rejeitara. O mundo se encontrava às escuras porque não tinha

consciência da divina Luz concedida a todos os homens. Rejeitando a Luz, o ser humano

impusera a si próprio as condições negativas da terra. Os pecados, males, tristezas e sofrimentos

das eras haviam-se tornado o legado mortal da humanidade.

Enquanto observava a obscuridade e seus conseqüentes males, senti que seria consumida

pela compaixão. Minha alma chorava e gemia, em dor indescritível e amor infinito. Meu ser foi

tomado por um desejo ardente de vir a terra e ajudar na revelação da Luz de Cristo.

“Se pudesse descer até a terra, tão amargurada e perdida,” pensei, com ternura, ajudaria

os homens a compreender a Luz. Eles não mais a rejeitariam, deixando-a dormente e inativa em

suas vidas. Tenho certeza de que poderia manifestá-la na terra. A grande Luz está em toda parte!

O problema é que a terra não a percebe! E por causa disso, é como se não existisse.

“Ó, amado Deus, por favor, tenha misericórdia desse mundo! Tenha misericórdia,

Senhor!”, supliquei.

Em meio àquele apelo, carregado de infinito amor, minha tristeza encobriu um mundo

perdido em escuridão e desespero. Minha dor parecia maior e mais profunda que qualquer

sofrimento terreno. Era mais intensa e aguda. Nenhuma agonia terrena ultrapassa o tempo de uma

vida; e, geralmente, as tristezas da terra duram poucas horas. São raros os exemplos de mágoas e

tristezas que se arrastam por dias, semanas ou meses. A minha dor envolvia um mundo e muitas

gerações — e todo ser humano recebia minha compaixão sincera. Toda a história da terra foi

abraçada pelo meu pesar.

E foi naquele momento, em que eu sofria em solidariedade por um mundo negro e

temeroso, que um mensageiro de Luz tocou-me gentilmente e anunciou em absoluto amor: “É a

sua vez de ir à terra. Vim para convocá-la à Câmara do Conselho de Deus, e você será enviada

diretamente de Seu trono.”

Nenhuma língua, nem mesmo dos céus, pode expressar a sensação de glória em meu

coração e a alegria em minha alma, quando ouvi aquelas doces palavras. Meu pedido, embora

não mencionado, fora atendido! Tomei-me de reverência e gratidão. De todas as alegrias da

eternidade, a que permanece mais viva em minha memória é essa.

______

Fui conduzida a uma grande sala de glória. O piso e as paredes eram de pedras preciosas,

nas quais a energia vital era perfeitamente visível. As pedras estavam vivas! Na verdade, todas as

pedras são entidades vivas; e só no mundo do Espírito, pode-se ter a percepção dessa realidade.

Não fiquei surpresa nem chocada com o esplendor daquela forma de vida vibrante. Somente mais

tarde, na fase de mortalidade, maravilhei-me com o dom de discernir essência vital em

substâncias, particularmente pedras.

Muitos anos depois, quando finalmente compreendi a vibração pulsante dos átomos e da

essência vital da eterna substância do espírito, compreendi também que no mundo superior,

pode-se vislumbrar as energias vitais em sua verdadeira forma espiritual, em todas as substâncias

e em todas as coisas. Mas até então, tal lembrança sempre me deixara deslumbrada e surpresa.

No fundo da grande sala, havia uma plataforma, uma espécie de palco ou área elevada,

com sete degraus circulares que terminavam em um topo elevado. No topo da estrutura havia um



trono glorificado de luz vibrante. Os degraus eram feitos de gemas vivas e preciosas, em cores

que formavam um arco-íris. Cada degrau tinha uma cor que se mesclava à pedra acima e à outra,

abaixo. Juntos, emitiam o brilho radiante do arco-íris, revelado em sua perfeição, mostrando a

essência vital da substância divina e espiritual de que eram feitos.

Eu não fiquei impressionada nem me interessei pelas lindas pedras, ou pelo tamanho da

sala e o trono de Luz viva. Cristo estava sentado no trono, e era Nele que eu concentrava toda a

minha atenção e meus poderes de amor e adoração, em humilde reverência.

Ainda com os olhos fixos Nele, ajoelhei-me em atitude de louvor e gratidão. Todas as

fibras e células de meu ser se resignavam completamente a Ele, vivas e vibrantes, tal qual minha

inteligência permitisse. Minha gratidão pelo privilégio de ser enviada a terra reverberava de meu

coração em uma atitude de humilde louvor. Minha devoção era tão profunda e intensa, e cheia de

amor, que perguntei a mim mesma como poderia me levantar e caminhar até o grande trono —

onde Ele me aguardava.

Até agora não consigo me lembrar de ter feito o curto trajeto, mas sei que no segundo ou

terceiro passo, lá estava eu, ajoelhada, prestando reverência, em humilde adoração e puro amor.

Ele me chamou pelo nome que me fora designado e, mais tarde, confirmado no

nascimento. “Annalee, tens o privilégio de vir até aqui e pedir o que julgares necessário para a

tua passagem pela terra. Se quiseres, nascerás princesa, e governarás como rainha. Poderás ter

quantos talentos desejares; ou riqueza e honra; ou qualquer outra dádiva.”

Permaneci ajoelhada em silêncio, incapaz de expressar o grande anseio em minha alma.

Sentia-me sufocar pelo fardo de meu pedido; era um peso tão grande. Como poderia expressar

meu desejo ardente? Como poderia explicar que não estava interessada em posições especiais,

talentos, honrarias ou riqueza material? De que maneira poderia descrever o anseio espiritual que

apertava meu coração? O intenso desejo que me queimava era inexplicável. A alegria por ter o

privilégio de nascer na terra com a esperança e a plena certeza de que seria possível dissipar a

ignorância e revelar a Luz de Cristo, já que eu a compreendia tão bem, ainda estava além de

meus poderes de expressão. Sem dizer uma só palavra, eu permaneci naquela posição,

experimentando a intensidade de um anseio profundo demais para ser expressado, mesmo no

mundo do Espírito.

A essência viva de minha prece silenciosa vibrou fortemente e se revelou por si mesma.

A Luz de Cristo liberada no anseio de minha alma fez-se visível, expressando claramente as

coisas que eu não conseguia revelar.

E então, Ele respondeu, e Suas palavras eram uma verdadeira canção de absoluta glória,

vibrando através de minha alma. Gentilmente, transmitindo profundo amor, Ele disse:

“Compreendo o teu desejo. Será concedido. Fico muito feliz que este seja o teu pedido. Outros já

tiveram desejos semelhantes. Não precisas ter medo, pois realizarás muito.”

Virei-me para olhá-lo, e chorei de alegria. Ele sorriu e Seu amor inundou-me o coração e

a alma, estendendo-se por toda a gloriosa sala e, tenho certeza, fazendo vibrar todo o universo.

Foi assim que recebi minha missão e iniciação, e fui enviada à terra para cumprir um

destino maior do que meu próprio ser.

______

Nasci sem talentos, riquezas ou posição.

Minha infância foi passada em completa iniciação à lama e em todos os aspectos mais

mundanos do sofrimento, da escassez e da falta de amor. As próprias trevas pareciam concentrar

esforços para me destruir antes que pudesse começar meu trabalho.

Quando completei quatorze anos, poucos eram meus sonhos e esperanças; não conhecia

a alegria ou a felicidade. Eu detestava a vida. Detestava este mundo e tudo o que nele existia. Do

fundo de meu ser, porém, vinha um sussurro dizendo-me que, cedo ou tarde, eu deveria escrever.



Com dezesseis anos de idade, aquele sonho parecia mais claro, e o sussurro era mais alto,

falando-me sobre coisas que iam acontecer; e então, por um instante, em um dia quente,

vislumbrei a perfeição. Foi uma visão rápida que vibrou através de todo o meu ser em puro

êxtase — e passou — afugentada pela desarmonia, aspereza e feiúra de todas as coisas existentes

em minha vida.

Só quando estava suficientemente madura e livre para sentir e pensar por conta própria, o

sonho retornou em flashes deslumbrantes, à medida que eu tentava me encontrar e conhecer

meus valores e minha força. Antes, outras pessoas sempre haviam controlado minha vida, e eu

jamais fora capaz de descobrir as próprias inclinações. Sempre quisera saber o que podia fazer

sozinha, se tivesse a oportunidade de tomar decisões. Chocava-me mais o fato de não poder ser

“eu mesma” do que os contínuos castigos não merecidos.

Nos momentos de profundo desespero em toda a minha infância, quando achava que não

podia mais agüentar, lembrava-me de um sorriso no passado, de Alguém que muito me amara.

Quando estava com vinte e poucos anos, a lembrança daquele momento de esplendor

veio-me claramente. A memória não fora ativada até eu ter encontrado a mim mesma e escolhido

o caminho. A lembrança daquele glorioso momento pré-mortal deu-me a certeza de que algum

dia eu teria de escrever. Mas de repente Satanás me procurou, oferecendo-me riqueza, fama e

uma vida de luxúria, se eu escrevesse sob sua orientação. Foi um momento terrível. Não que eu

me deixasse tentar pela oferta. Na verdade, fiquei enfurecida e indignada. Mas a personalidade

dominadora e tirânica de Lúcifer era absolutamente aterrorizante.

Temi que fosse destruída, quando respondi, com convicção, ainda que tremendo:

“Eu não escreveria para você, ainda que me desse o mundo todo — e tudo o que nele existe. Se

algum dia eu escrever, será com uma caneta dos céus. Será para a glória de Deus e para o

benefício do homem.”

Naquele instante, Satanás desapareceu, e minhas preces imitaram o desejo expressado

naquele momento de inspiração: “Querido Senhor Meu Deus, se algum dia eu escrever, que seja

com uma caneta dos céus.”

Tenho certeza de que Satanás fez a mesma oferta a outras pessoas. Pode não ter usado

uma abordagem tão direta como fez comigo. Mas, de uma forma ou de outra, ele deve ter

prometido honrarias terrenas, riqueza e fama. Centenas de indivíduos devem ter aceitado, pois

desde aquela época, livros pornográficos e sujos, além de terríveis histórias policiais violentas,

passaram não somente a ser aceitos, como aclamados. E o mundo afundou mais ainda na

degeneração da qual sofria havia séculos. A virtude tornou-se alvo de zombaria e a sobriedade

um assunto a ser ridicularizado. O amor parecia ter sumido da terra, à medida que a humanidade

tornava-se cada vez mais animalesca e perdia a habilidade para a afeição natural. Só a lei

persistia, mas era algo que podia ser manipulado. Muitos dos legisladores terrenos eram imbecis

convencidos, corruptos e ignorantes. O individualismo, a grandiosidade e a inspiração haviam

desaparecido em um jogo de “siga o líder”, que não conduzia a lugar algum. E os seguidores dos

líderes tornaram-se robôs insípidos, incapazes de pensar, produzindo comoção e barulho que

silenciavam o progresso individual.

Contra tamanha balbúrdia e menosprezo pelos verdadeiros valores, gerados pelas

marionetes do mal, minha voz nada poderia fazer, se não fosse pela força daqueles que haviam

feito o mesmo pedido que eu.

Sou a menor dentre todos — e a mais fraca. Mas Deus finalmente permitiu-me usar a

caneta dos céus e escrever as verdades que são necessárias para salvar um mundo de sua

destruição completa. O fluído da caneta é o amor da verdade e da luz. Não escrevo por dinheiro

nem por fama. Não recebo os royalties nem os direitos autorais por nenhuma de minhas obras.

O amor que em mim aumenta cada vez mais é a recompensa pelos meus esforços, e

minha visão é verdadeira. Tudo o que tinha, dei ao mundo. Não almejo créditos nem

recompensas. Só rogo humildemente que os homens leiam aquilo que Deus revelou através de



mim. Se forem tão devotos e humildes na leitura destes livros quanto fui enquanto escrevia, ainda

haverá esperança para o mundo.

E assim, amados seres da terra, eu lhes peço que venham comigo ao topo da montanha e

permitam-me mostrar-lhes a causa das trevas, para que elas possam ser dissipadas. Deixem-me

conduzi-los à grande Luz de Cristo para que possam regozijar-se em Sua glória e viver o novo

dia.

Com amor solidário, sincero e verdadeiro, tento rasgar o véu da “horrível escuridão que

encobriu a terra e cegou as mentes dos homens.” Com o amor e a ternura aumentados mil vezes,

revelarei primeiro as fraquezas, os males, erros e enganos contidos no lodo terrestre para que

possam compreender plenamente as questões relevantes e avancem em direção à grande luz do

Pai, redimidos e glorificados.

Capítulo I

A VERDADE POR TRÁS DO PENSAMENTO

Se você leu meus livros anteriores, este será mais compreensível e fácil de assimilar.

Este é o registro que revela o mapa final da estrada de glória.

Quando o indivíduo alcança o ponto mais alto nessa jornada, abandona as leis e os

modos da terra. Para viver permanentemente no reino de vibração superior e gloriosa, e de eterna

luz, é preciso compreender as questões relevantes. É preciso também entender as leis superiores e

aplicá-las com poder. A “justiça do reino de Deus” é o conhecimento e o uso correto das leis do

reino.

Em sua escalada, cada indivíduo aprenderá que o pensamento e os sentimentos negativos

pesam sobre o corpo e arrastam a alma. Eles têm o poder não só de retardar o progresso, mas

também de interrompê-lo definitivamente, a menos que sejam superados. O pensamento mortal é

negativo, discordante e egoísta. A partir de agora, a negatividade dever ser muito bem

compreendida. É preciso saber que os pensamentos e sentimentos negativos contêm todas as leis

dos reinos inferiores da escuridão física. Enquanto um indivíduo viver entre as vibrações

negativas, não progredirá até a luz, nem caminhará com poder.

As leis de Deus, as leis da superação, as leis de glória e felicidade e poder fazem parte da

capacidade de pensar a Verdade. O pensamento verdadeiro é o processo do raciocínio sob

perfeito controle, e plenamente compreendido. É a forma de pensamento que contém as chaves

da alegria inefável, magnífica e repleta de fé, a qual todos os seres desejam. Muitas pessoas são

enganadas e atraídas a um covil ou a uma armadilha de iniqüidade, acreditando que podem ser

felizes embebedando-se, por exemplo. Porém, tarde demais, descobrem que “a bebida é uma

falsa amiga.” Sim, precisam descobrir essa terrível verdade por si próprios. Ninguém pode

convencer ninguém a parar de beber. Os beberrões contumazes perdem o dom de pensar correta e

objetivamente. Não apenas deixam de pensar, mas acabam, com o tempo, perdendo a liberdade.

O homem que progride até os reinos superiores deve deixar para trás os elementos

negativos. Não pode mais pensar nem sentir as coisas malignas, discordantes que compõem a

vida mortal. O ponto de transição é onde o indivíduo compreende tal fato e abandona os aspectos

negativos, sabendo plenamente o que faz e o que deverá realizar.

O pensamento verdadeiro e divino é sempre cheio de amor, alegre e livre de vibrações

malignas. Não aceita idéias maldosas, nem medo de carência ou escassez, nem pavor, ódio ou

amargura. Pensar verdadeiramente é pensar no divino. “O amor perfeito elimina todo o medo.”

A capacidade criativa do homem encontra-se nos processos de pensamento e sentimento.

Qualquer pensamento, caído no campo das emoções e transformado em algo que o indivíduo

realmente sente, torna-se uma realidade definitiva em sua vida. Ódio, inveja, ciúme, alegria e



amor são algumas das emoções que podem ser liberadas como vibrações vivas de uma realidade

imposta, à medida que o indivíduo que as gerou possa senti-las. Todos os pensamentos

negativos, como ódio, raiva e motivação egoísta, uma vez despertos no terreno das emoções,

geram as condições que permitem a velhice, a doença, pobreza, e todos os infortúnios mundanos.

Todos os aspectos negativos da existência manifestam-se como experiências reais na vida do

indivíduo que pensa negativamente, culminando com o selo final da existência terrena, que é a

morte.

Pensamentos glorificados de amor, louvor e gratidão trazem as dádivas e poderes da vida

eterna. Por trás de cada pensamento bom e glorioso há um sopro de vida eterna.

Essas verdades foram explicadas minuciosamente nos livros anteriores a este. Aqui, tais

fatos são mencionados sucintamente apenas para revelar o fundamento da verdade.

Os detetores de mentira revelam os fatos por trás das declarações. O mais frio criminoso,

o mais astuto mentiroso ou malfeitor, é mental, física e emocionalmente afetado por suas

afirmações falsas. Ninguém pode permanecer imune aos efeitos de uma mentira, por mais

inofensiva que ela possa parecer. Os efeitos da mentira são registrados no poder desintegrador

que ela exerce sobre toda célula e fibra do ser. O mentiroso não pode fugir das conseqüências de

seus atos, assim como não poder burlar o detetor de mentira nem alterar suas impressões digitais.

O instrumento registra somente as vibrações negativas afetando o agente. Os resultados de uma

mentira são sempre claros, quer o detetor seja usado quer não seja. O aparelho não cria os

registros, mas simplesmente detecta as reações desintegradoras no íntimo do transgressor, que

estão fora de sintonia com o verdadeiro ritmo do indivíduo.

O hábito de mentir conduz uma pessoa à própria destruição. Mesmo o indivíduo que não

mente habitualmente, mas vez por outra apela para as assim chamadas mentirinhas brancas, sofre

danos. Se, por outro lado, diz mentiras deliberadas para prejudicar alguém, os piores resultados

recairão sobre ele, ainda que nem desconfie disso.

Esse princípio, aliás, não se aplica somente à mentira, mas a qualquer emoção maldosa, a

todo hábito e pensamento discordantes. É a realidade por trás do pensamento.

Aquele que trapaceia nos negócios ou em qualquer tipo de transação com o próximo está,

na verdade, enganando a si próprio. Nenhuma alma é imune aos resultados devastadores da

trapaça, quaisquer que sejam sua forma e medida.

Os homossexuais pervertidos e outros depravados carregam em si o pior de todos os

venenos. E eles mesmos provam do veneno produzido em seu íntimo através de hábitos e

pensamentos negativos e descontrolados. Todos os que criarem tais venenos conhecerão a acidez

neles contida. A primeira perda é a do auto-respeito, que é um atributo valioso, muito difícil de

substituir. Quando se perde o amor próprio, resta muito pouco para reconstruir. Sobra apenas a

decadência, à medida que o indivíduo afunda no lodo repulsivo das trevas. A única esperança que

lhe resta é compreender as questões relevantes e, com o entendimento expandido e uma

determinação quase sobre-humana, começar a batalha para a própria liberação e a conquista dos

direitos às virtudes e aos poderes perdidos. Todos têm o poder de superar, se assim desejarem. E

a superação, por sua vez, confere o poder de alcançar as alturas, em glória e triunfo.

A perversão sexual é sempre causada por pensamentos descontrolados. É uma condição

autogerada e, portanto, autodesenvolvida. Quando tais pensamentos e sentimentos são

suficientemente fortes, tornam-se os fatores dominantes, e os criadores tornam-se escravos. A

maioria dos indivíduos viciados em sexo chegou a esse ponto por culpa dos próprios padrões de

pensamento. Da mente e das emoções vêm às sementes da queda. No campo das emoções, as

sementes de pensamento amadurecem em sentimentos desenfreados. Degenerado a esse ponto, o

homem pode chegar a um nível abaixo dos animais.

Lamento muito que este capítulo e o próximo sejam necessários. Prometo-lhes que algum

dia, eles serão retirados do livro. Chegará o dia em que ninguém precisará deles. No momento,

ainda devem ser lidos para que as questões referentes à luz e às trevas sejam plenamente



compreendidas e cumpram a promessa: “Que nenhum homem tenha desculpa.” Elas formam o

ponto de demarcação em torno do qual gira este trabalho. Tal ponto deve ser claramente definido

para que todos compreendam as questões relevantes e vislumbrem os reinos superiores. Isso é

absolutamente necessário para que a transição seja feita ainda na fase da mortalidade. Na

verdade, esse é o ponto em que a mortalidade se converte em imortalidade através da

compreensão perfeita, da obediência divina à verdade, e de um grande amor. É o momento da

escalada em que as leis e os poderes da eternidade tornam-se plenamente ativos, à medida que o

homem deixa os reinos mortais. É o momento de passagem do plano terrestre para o superior,

onde a mortalidade assume as propriedades da imortalidade. A linha divisória é tão bem definida

quanto o Rio da Vida, para aqueles que passam pela experiência da morte. Ninguém pode entrar

nos reinos superiores sem compreender minuciosamente as questões a eles pertencentes. Esses

dois primeiros capítulos têm como objetivo indicar os caminhos da mortalidade, para que sejam

abandonados para sempre.

É pela visão, que todas as coisas se manifestam. O poder da visão é o poder de criação. É

também o poder ou o dom da imaginação. É a capacidade de “projetar” no campo das emoções

os pensamentos, até que se tornem vivos e ativos, registrados como sentimentos ou desejos

intensos. A partir de então, eles geram ou provocam resultados tangíveis. Essa é a lei que

assegura os poderes eternos da criação. Esse conhecimento revela o verdadeiro aspecto da

“Árvore do Bem e do Mal.” A lei de criação produz, com a mesma facilidade, o bem e o mal. No

interior do homem está plantada a semente que gerará os frutos. É o homem quem guarda as

chaves e os poderes de toda a criação. Se os resultados de tais poderes serão bons ou maus, cabe

a ele escolher. “Ele possui tudo o que é do Pai”, inclusive os plenos poderes de criação. É o

próprio homem quem escolhe a forma de usar tais poderes.

No passado, esses poderes criativos foram usados erroneamente por causa da ignorância

humana. É hora de o homem romper o véu da ignorância e assumir seu papel de mestre no

processo criativo.

O ser humano pode descer a um nível inferior aos animais, simplesmente porque tem a

capacidade de pensar como um animal, se usar os poderes que lhes foram conferidos por Deus

dessa maneira. Por outro lado, pode tornar-se como Deus, se aprender a pensar como Ele.

O Sermão da Montanha contém a chave dessa verdade eterna. A idéia aparece em uma

revelação de magnífica beleza. Ela alerta para que o ser humano esteja disposto a percorrer uma

milha a mais. A primeira milha era o único requisito. A segunda é um serviço prestado

voluntariamente; uma oferta com o poder de dissipar qualquer vibração de ressentimento contra a

milha inicialmente percorrida. A mensagem ensina o amor que tudo perdoa, e exige que o

homem reze por seus inimigos, com compaixão e amor divinos. Ele deve fazer o bem àqueles que

o prejudicaram, e precisa estar disposto a servir aos filhos mais humildes e indignos de Deus. O

homem não deve somente rezar pelos inimigos, mas também amá-los, para se tornar perfeito

“como seu Pai no céu é perfeito.”

Esse convite à perfeição, como o Pai no céu é perfeito, contém a visão divina. É ao

mesmo tempo uma possibilidade e uma promessa tão definitiva e real quanto um diploma

oferecido ao estudante. Deus não pode ser menosprezado. Tampouco Ele jamais menosprezou

Seus filhos, prometendo-lhes algo impossível de cumprir. Toda promessa feita por Deus deve ser

e será cumprida, assim que o homem desenvolver a fé.

Apresento a seguir uma citação do Evangelho segundo S. Marcos, Capítulo 11,

versículos 24 e 25, conforme a tradução da vulgata1: “Por isso vos digo que tudo o que pedirdes,

orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis. E quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma

coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas.”

1 n. do trad.: versão latina da Bíblia, feita no século IV segundo a versão grega dos Setenta e retocada

por S. Jerônimo.



É através da visão pura e da prece sincera, que todos os males produzidos pelo

pensamento errado do homem podem ser superados, transformados e convertidos em bênçãos.

Sim, todos os erros e males de uma pessoa podem ser transmutados em bênçãos, desta maneira.

Deixe que suas lamentações sejam convertidas em armas de poder, usadas como espadas

flamejantes para destruir as trevas.

Todo pensamento abrigado no terreno das emoções, convertido em sentimento definido

ou desejo ardente é um poder vivo de vibração intensa. As vibrações são as forças que podem

curar ou destruir a terra, de acordo com a fonte de liberação e a qualidade de seu legado. Se

forem vibrações transportadas nas asas do amor e da luz, trarão os poderes de cura infinita e todo

o bem. Se, por outro lado, foram geradas por pensamentos e emoções negativas, podem destruir a

terra, e prejudicar seriamente aquele que as produziu.

Em seu íntimo, o homem contém todos os poderes dessa realidade da criação. Todo

pensamento convertido em sentimento é uma vibração. E toda vibração produz realidades

tangíveis por trás da forma do pensamento espiritual. As vibrações são as forças vitais que regem

a realidade tangível.

Muitos tentam, a qualquer custo, elevar o nível das vibrações. Tal medida é

extremamente destrutiva. O único verdadeiro poder de exaltação, seja do homem, de seus

pensamentos ou de suas vibrações, reside nas leis eternas das emoções e dos pensamentos

corretos, através do uso adequado dos poderes de criação conferidos por Deus. Qualquer esforço

para ascender a tais vibrações por intermédio de outros métodos será em vão.

Todos os covis e armadilhas de iniqüidade são sepulcros escuros e deprimentes, onde a

luz de cada homem é aos poucos apagada. Talvez sejam considerados confortáveis extremamente

luxuosos e “de classe”, exibindo uma decoração cara e requintada. Mas servem somente para as

pessoas que se satisfazem com a falsa felicidade, ou que estão acostumadas a viver nas trevas (de

seus próprios pensamentos maldosos).

Muitos são completamente iludidos por essa farsa perniciosa que obscurece a visão.

Aquele que procura a “alegria do Natal” ou da comemoração do Ano Novo no álcool, apega-se a

um falso raio de sol, que logo se converte em sombra. A brasa do calor e da beleza prometidos

pela bebida vira um monte de cinzas de arrependimento. As pessoas que bebem para se tornarem

sociáveis acabam ficando sozinhas.

Esses falsos divertimentos e “ativadores” do ânimo são os grandes engodos das trevas.

Na escuridão, os males e as carências podem ser temporariamente menos perceptíveis.

Aqueles que buscam o ânimo através de algum tipo de estimulante, como bebida ou

droga, “caminham no sentido errado e se perderão.” Cegos, tentam elevar o nível de suas

baixíssimas vibrações, usando o método errado. Tragicamente, tentam, mas não conseguem

entrar no reino do céu, pois não trilham o caminho demarcado por Cristo.

O reino do céu é uma condição de luz magnífica e gloriosa, altamente vibrante, e de

poder e felicidade eternos, de alegria infinita. Esse reino fabuloso de gloriosas vibrações de luz

eterna é a grande realidade. É impossível ao homem mortal conceber a maravilha e glória do

reino, “pois tais idéias jamais ocuparam o pensamento do homem”, tampouco tem a mente

humana capacidade para compreendê-las. É nesse plano superior que aqueles que dissipam as

trevas, mesmo em baixíssimo grau, tentam entrar, embora não saibam disso.

Almejando esse Reino com o pensamento e o sentimento verdadeiros, através do amor,

da adoração e da gratidão, o homem alcança e vive para sempre no plano das altas vibrações. Ele

não precisa de caminhos falsos e malignos para “pensar” e “sentir” que está lá, quando, na

verdade, encontra-se cercado pela escuridão. Tampouco aqueles que seguem o caminho certo

serão “expulsos” dos precintos sagrados do Reino. Essa vibração verdadeira de glória melodiosa

torna-se a condição permanente de todos aqueles que a buscam, usando o método correto. O

reino de Luz passa a ser a morada dos homens que aprendem a amar o Senhor. Esse é o legado do

homem — agora e para sempre.



Os que se satisfazem com o “ânimo” momentâneo e enganador, decepcionam-se mais

tarde, com o terrível “desânimo”.

O desânimo é, na verdade, uma queda. E a queda é sempre um pouco mais violenta que a

subida. Todo aquele que sobe por um método inadequado cairá violentamente, pois a vibração

que estimulou a subida foi maléfica. Portanto, a queda sempre é maior que a subida. “Sinta o

prazer de fumar” e suba às nuvens, caindo cada vez mais fundo. “Sinta o prazer” de qualquer

coisa que não seja o “Caminho do Senhor”, e sua expulsão será proporcional ao grau e à

intensidade da “subida”. E depois de um certo tempo, todos os falsos ativadores e estimulantes

perdem o efeito, não gerando sequer o “ânimo” imaginário.

Todas as “subidas” animadoras são apenas alegrias infantis e imaginárias no vazio das

trevas. E cada “subida” até as vibrações superiores não passa de mais um elo da corrente que

escravizará o indivíduo. Este poderá gabar-se de sua liberdade, para descobrir, mais tarde, que

pagou um preço alto demais pela “fatalidade”. Perceberá que nem a fatalidade é gratuita, pois o

preço foi a própria alma.

Uma das mais belas dádivas de Deus é o livre arbítrio. Esse é o dom divino que as forças

das trevas tentam confiscar. Quando o homem perde o livre arbítrio, tornando-se escravo do

pecado, do vício e dos padrões errados de pensamento e hábito, só descobre tarde demais que

jogou fora um bem precioso, como se fosse um pedaço de lixo.

O direito do homem de escolher os próprios pensamentos contém todos os poderes

criativos da eternidade, inclusive o de se tornar como Deus. Se usar esses poderes de maneira

errada, ou abusar do privilégio do livre arbítrio, o homem perderá essa grande dádiva. E é através

da perda do livre arbítrio que o indivíduo se torna escravo das forças das trevas. Quando isso

acontece, seja no sentido moral ou político, não há mais liberdade, só escravidão.

Por trás de todo pensamento e sentimento estão as vibrações da realidade. O poder vivo e

dinâmico da existência está contido na substância de todas as vibrações.

Todo indivíduo que não estiver ciente do “trabalho do Pai” em manifestar vibrações de

glória eterna através do pensamento verdadeiro, desperdiça os poderes da existência e da criação.

Todo aquele que não se esforça para melhorar as condições do mundo em que vive,

compactua com as vibrações negativas e os poderes de destruição. A pessoa que busca somente

riquezas ou poder e glória pessoal à custa do próximo, contribui com a delinqüência do mundo. E

na era atual, essas vibrações delinqüentes estão sendo ampliadas e emitidas, retornando mil vezes

mais intensas.

Que fique aqui registrado: há muito mais adultos e pais delinqüentes do que jovens. Tais

pessoas enviam vibrações negativas de pensamentos e atos descontrolados que criam grande

tumulto no planeta. Os adolescentes reagem em choque porque não estão preparados para

agüentar vibrações malignas intensificadas, liberadas na atmosfera terrestre através de padrões de

pensamentos de uma humanidade decadente. Há uma profecia que diz: “E nos últimos dias,

Satanás dominará os corações dos filhos dos homens.”

Esta é uma era de violência. A arte é violenta. Quadros medonhos e grotescos foram

pintados do Cristo, e seus autores dizem que tentam transmitir todo o sofrimento Dele, quando,

na verdade, só estão liberando os próprios traços emocionais perversos, conflitos internos e

paixões maldosas, enquanto contemplam o rosto de Cristo. Mesmo na crucificação, Seu rosto não

expressou tamanha dor e desespero.

A diversão é violenta. A literatura é violenta. A música e a dança moderna já não são

mais graciosas ou sequer agradáveis. Não passam de uma erupção selvagem de agressividade

interna. Os filmes só mostram violência pura. Pouco resta de belo no mundo da diversão. Até os

programas de televisão estão carregados de violência. É um acúmulo incessante que tende a

aumentar o nível de violência ativa, produzindo ações terríveis, com poderes vibratórios

devastadores.



Sem perceber o que está acontecendo, todo pessoa que emana um pensamento negativo

contribui para aumentar a violência. Ignorando a causa, vítimas inocentes, incluindo crianças,

transformam-se em monstros. A juventude do mundo está sendo desequilibrada, deflorada e

destruída, e a principal causa de tudo isso é a delinqüência adulta. O remédio não é uso de

medidas drásticas corretivas contra os jovens. A cura não está nos reformatórios, nem nas

prisões, muito menos na pena de morte. A violência é provocada pelos adultos, e é através deles

que deve surgir a cura. A causa do problema deve ser enfrentada, e só então os erros poderão ser

corrigidos.

A perversão infantil, seja ela manifestada através de impulsos sexuais, desobediência,

rebeldia, crueldade ou qualquer outro comportamento negativo, é provocada principalmente pela

falta de atenção aos filhos, fazendo-os sentir-se rejeitados e não amados, ou por castigos

excessivos. Uma criança que ouve constantemente “não”, está sendo empurrada para as vibrações

negativas e decadentes, que têm poder destrutivo. Toda forma de perversão é causado por

excesso de crítica, repreensão ou punição e por falta de amor, atenção e confiança.

Já uma criança feliz e amada, que vive na luz, jamais entrará no caminho da escuridão,

nem se deixará dominar pelo mal.

“Um lar dividido” costuma ser a desculpa de muita gente que enfrenta problemas com os

filhos. Mas um lar dividido não é tão prejudicial à criança quanto ver os pais constantemente

brigando, enchendo o lar de ódio e desarmonia. Na maioria dos casos, o dano já foi feito antes da

separação do casal. O mandamento de Deus é: “O que Deus uniu o homem não separa.” Isso

certamente é verdade; mas a maior parte dos casamentos hoje em dia não foi arranjada por Deus,

daí a razão de tantas dissoluções. Talvez o mandamento para os dias atuais fosse mais adequado

assim: “O que o homem uniu, que nem Deus possa separar.” Esses casamentos errados costumam

ser realizados por altas autoridades eclesiásticas e celebrados em importantes locais da terra;

porém, não são necessariamente a obra de Deus. Por causa da aspereza no coração dos filhos dos

homens, a maioria dos casamentos é planejada e realizada pelo próprio homem, independente do

ministro e do local.

Uma criança não tem a proteção necessária contra as violentas vibrações de pais que não

mais se amam. Um lar dividido, ainda que inseguro, não é tão prejudicial para a criança quanto o

resultado final de brigas e desentendimentos constantes. Se o amor estiver presente, até a fome e

a escassez podem ser toleradas e superadas. Nada é mais necessário que o amor, nem mesmo o

alimento e a roupa. Uma criança precisa de amor, como a flor precisa do sol. Sem amor, a vida é

vazia. Amar não significa mimar, ou ser indolente. Há uma grande diferença. As crianças

mimadas são desagradáveis. O ideal é atingir o equilíbrio, e os pais devem pedir ao Pai divino

que os ajude.

Não há duas crianças iguais. Algumas são mais difíceis, desde a mais tenra idade. São

essas que precisam de mais atenção e amor, e do poder envolvente da vibração das preces de seus

pais, em vez de indulgência ou crítica dura.

As vibrações da prece são emitidas do coração dos pais, e não de seus lábios. Reze em

silêncio com o coração e envie a prece, sem que ninguém perceba. Envie-a nas asas de seu amor.

Reze freqüentemente. Envolta por essa vibração, qualquer criança reagirá bem e crescerá normal

e saudável.

Os religiosos radicais têm destruído muitas vidas através da fria indiferença e da

negação. Uma religião sem amor, compreensão e compaixão infinita é aliada aos poderes das

trevas. São muitas as crianças que ouvem sermões que só conduzem ao inferno. Outras são

levadas à força e até sofrem coerção física. Nenhuma escolhe voluntariamente o inferno.

Essas são as questões pertinentes aos problemas da violência juvenil, hoje em dia. É

chegado o momento de compreendê-las e enfrentá-las. Os adultos devem afastar as forças do mal

de suas vidas. Só assim serão capazes de trazer uma medida de equilíbrio às vidas de seus filhos.

Essa batalha não poder ser vencida através da prece vazia, dos sermões enfurecidos ou da evasão



covarde. Cada indivíduo deve ter a determinação de viver as leis de amor e perdão, estendendo a

solidariedade pelo mundo, que sofre sob o cruel jugo da negação.

Para realmente progredir, o homem precisa corrigir erros que não foram cometidos por

ele.

Se você é um bom pai ou uma boa mãe, e acha que os problemas mencionados acima não

lhe dizem respeito, está enganado/a . Este é o seu mundo. Os problemas do próximo são seus,

também. Se conseguir manter a própria família longe do mal, tem força e poder para liberar um

mundo. Pessoas como vocês são necessárias, por isso empreste sua força para redimir a terra.

Não transmita nem se deixe invadir por pensamentos e sentimentos negativos.

Comece a amar a Deus como se só agora descobrisse o significado do amor. Alguns

indivíduos profanam e deflagram a palavra “amor”, confundido-a com apetite sexual. O sexo é

físico. Se não for controlado, chega a ser animalesco. O amor é divino, puro, altruísta e

espiritual. Deus é amor. Quando você fala ou pensa em amor, deve associá-lo aos impulsos mais

puros de sua alma.

Ame a Deus com toda a força do coração, da alma e da mente; e o poder do amor do

Senhor ser-lhe-á entregue em mãos para curar, abençoar e envolver de luz um mundo.

O amor de Deus é uma substância real, que pode ser usada para redimir e glorificar a

terra e todo ser humano que nela reside. Mas o homem deve desejar ser possuído por esse grande

amor, para conseguir usá-lo. “Rezai ao Pai com toda a energia do coração, para poderdes receber

esse amor no último dia, e estarás bem.” [ref. a Moroni 7:47-49; v. “Sois Deuses”]

Se você louvar e agradecer, a substância e o poder do amor de Deus serão liberados mais

rapidamente em sua vida, estando à sua disposição. Em suas mãos, eles se tornam mais

poderosos e acessíveis, à medida que forem usados.

Ame como jamais amou antes. Livre-se do ódio e das querelas, e comece a rezar com

toda a energia de sua alma, para que venha a grande cura. Se achar que suas preces não são

necessárias porque não tem filhos, engana-se redondamente. Os problemas do mundo não

pertencem somente a um indivíduo, grupo ou nação. Eles adentram todos os lugares e não

conhecem restrições. São, portanto, os problemas de todos.

Reze pela paz, não somente para as nações, mas aquele tipo de paz que traz cura ao

coração e à alma da humanidade. Quando rezar pela paz mundial, peça-a também para cada ser

humano no mundo. Rogue para que a Luz de Cristo seja compreendida e se manifeste nas mentes

e almas dos homens, para que ocorra a grande cura. Reze pelos vizinhos e conhecidos. Sempre

que se lembrar de uma pessoa, envolva-a de amor e reze por ela. Faça isso em silêncio, sem que

os outros percebam, e para não correr o risco de se tornar fanático.

Reze para que o mundo seja redimido das trevas, da violência e dos males insuportáveis

da atualidade. Reze pelos jovens do mundo e pelos adultos cegos e indiferentes que trazem a

destruição a si própria e a seus filhos. Se fizer isso, começará a ajudar na cura contra a violência

que devora os corações dos filhos dos homens. Você terá o poder de curar o horror imprevisível

que destrói a juventude de hoje, murcha antes mesmo de florescer, como brotos num jardim

secando ao sol esturricante ou após uma violenta tempestade.

Reze pela Rússia e seus países satélites.2 Que suas preces não subam aos céus em agonia,

mas em glorioso louvor e agradecimento por seu poder inefável e pelo privilégio de ajudar o

mundo. Reze por todas as nações, e principalmente por esta, que é a melhor de todas [EUA], para

que ela cumpra seu destino, agitando e mostrando a todos a flâmula da liberdade.

Reze, e adquira a força mais poderosa existente: “o amor de Deus”, que cura os ferido,

dispersa a escuridão e redime um mundo. Somente através do homem, o poder de redenção do

amor Divino pode ser usado. O homem é o instrumento, ou veículo, através do qual Seu grande

amor flui, transportando forças e poderes de cura total, glória e felicidade. Nessa alta vibração,

2 n. do trad.: O livro foi escrito em 1960, durante a guerra fria!



toda a escuridão é dissipada, todos os males são transmutados e os erros transformados. Só o

amor de Deus contém o poder de todo o bem.

Capítulo II

O “SELF”

Para compreendermos o bem, precisaremos antes dar uma última olhada em todos os

males, para que sejam abandonados para sempre. Devemos estudar rapidamente as fraquezas do

pequeno “self” mortal do homem, se quisermos conhecer o caminho da superação, para que cada

indivíduo compreenda o que deve superar durante a jornada à Luz e permaneça nessa vibração

superior — que é o próprio céu.

Aquele que consegue ser o mais humilde, ou menor, recebe o poder de se tornar o maior.

Para isso, o indivíduo deve resignar-se completamente à vontade de Deus. Nada, além da vontade

do Pai, terá importância. Seu amor alcançará os céus em asas de glória, estendendo-se até as

estrelas. Tal indivíduo já não se preocupa com a vida pessoal. Não faz diferença viver ou morrer.

Perde-se a vida e se ganha uma outra, superior — a vida de serviços. Quando o homem volta os

olhos para a glória de Deus, seu ser é tomado pela visão divina da perfeição. E a partir daí, só vê

a perfeição, pois Deus ilumina seus olhos.

É através dessa visão que as coisas se manifestam. O poder da visão, ou de imaginar

(projetar), é o poder da criação. É com uma visão superior, pura, que o indivíduo supera todos os

males, ou os transforma em bênçãos.

Somente com um profundo amor e reverência, o homem é capaz de mesclar a própria

vida à mente e à vontade de Deus, de forma perfeita, tornando-se a expressão do “Maior”.

Essa condição pode parecer impossível, ou até indesejável para os que ainda estão

perdidos nos desejos da carne e que amam o pequeno “self” mortal, com seus orgulhos e apetites

mesquinhos. Mas para aquele que elevou a visão às alturas, voltando os olhos para a glória de

Deus, é a maior das conquistas. É a suprema realização, o ponto de poder.

Com esse poder, recebido através da conquista do “self” e da mortal “doença do Eu”, o

homem torna-se mestre de si mesmo, de seu ambiente e todas as condições da vida.

O pequeno “self” mortal e seus pecados (da separação de Deus) devem ser

compreendidos. É o self que fomenta a discórdia e afasta o indivíduo da sinfonia perfeita e

restauradora do Universo, e da glória abundante do Espírito de Deus e de Seu amor.

Em muitas religiões antigas, e em algumas modernas, o “self” é considerado o “grande

retardador”. Vários métodos têm sido instigados e aplicados para superá-lo. Buda usava o

método do jejum e da imploração, praticado até hoje pelos iogues da Índia. Alguns iogues,

porém, são completamente derrotados pelo próprio método, pois quando se livram das amarras

terrenas e se isolam das multidões, orgulham-se do feito. O título de “homens santos” torna-se

um obstáculo, pois eles se consideram privilegiados e acima do homem comum. O estado de

humildade passa a ser uma fonte de orgulho e, embora tenham começado no caminho certo, a

modéstia torna-se uma mera exibição. Em vez de demonstrar probidade, ela não passa de

autopromoção.

Qualquer coisa que faça o homem se orgulhar do pequeno “self” mortal é vazia e alheia

ao verdadeiro bem. No começo de um grande sacrifício, o indivíduo pode dar aos pobres, tudo o

que possui e deixar que queimem o próprio corpo; mas sem o grande amor crístico altruísta, será

tudo em vão. O serviço prestado a Deus por orgulho e exaltação do pequeno self mortal é

inaceitável. Por isso, é sempre ele — o self — que bloqueia o caminho do homem, a menos que

seja superado. Nenhum homem é verdadeiramente humilde, quando se vangloria de sua posição,

suas obras ou do alto posto que ocupe em uma igreja. Faça ele o que fizer se tiver orgulho do



“self” ou de suas obras, estará meramente se autopromovendo, ocupando o posto do fariseu que

adora as próprias vestes e aprecia os cumprimentos em público, sempre numa posição de

destaque.

Quando a autopromoção domina, a probidade é totalmente perdida. Probidade, ou

justiça, é a capacidade de colocar Deus e Suas leis como primeira realidade por trás de todo ato e

pensamento. A autopromoção é o esforço contínuo de exaltar o próprio “self”, revelando sua

importância imaginária e valorizando suas conquistas medíocres. A autopromoção ocupa-se mais

em destacar o self que em exortar e glorificar o Senhor.

Não é somente entre os que se consideram privilegiados e especiais que esse grande

engodo destrói o esforço do bem. A autopromoção espreita o homem em toda curva do caminho

e pode iludir até os escolhidos, se eles não forem suficientemente humildes. São a humildade e o

amor que fazem do indivíduo um “escolhido”. Autopromoção e humildade são incompatíveis. A

probidade é sua inimiga e com ela nada tem em comum. As duas não podem coexistir no mesmo

espaço. Muitos homens que se consideram justos estão, na verdade, se enganando ou sendo

ludibriados pelas forças das trevas. Qualquer trabalho feito sem o perfeito amor e humildade, e

sem os olhos voltados para a glória do Senhor, é prestado ao “self” e não a Deus. E qualquer

indivíduo que preste tal serviço já não caminha para cima, como imagina, e sim cada vez mais

para baixo.

A autopromoção é fatal, pois tem um poder destrutivo, e todo homem sofre um pouco

desse mal. É justamente esse “pouco” que provoca a queda daqueles que tentam alcançar as

alturas, a menos que o mal seja compreendido e substituído por verdadeira humildade e devoção

pura.

Jesus disse: “Certa vez, ia um homem de Jerusalém a Jericó, e foi atacado por ladrões,

que lhe arrancaram as roupas e o feriram, partindo e deixando-o quase morto. Por acaso, passava

por perto certo sacerdote; e quando este viu o homem, evitou-o e foi para o outro lado. Da mesma

forma, quando chegou a seu destino, um levita o viu e o evitou, passando para o outro lado.” O

sacerdote estava a caminho do templo para ocupar um cargo importante, a serviço de Deus. O

levita se preparava para queimar incenso em homenagem ao Senhor. Cada um, dominado por seu

orgulho, imaginou-se o mais justo e o escolhido entre os homens; mas na verdade, ambos apenas

se vangloriavam, ainda que não se dessem conta disso. O maior serviço prestado a Deus é, às

vezes, recusar uma oportunidade de fazer algo que seja visto e admirado pelos homens.

Há milhões de exemplos na atualidade de vaidade e autopromoção, como foi o caso do

Sacerdote e do Levita.

A verdadeira probidade é o uso correto e a compreensão dos poderes e das leis do Reino

de Deus; é o entendimento de tudo e a humilde devoção às leis divinas, superiores. Os poderes de

Deus só podem ser usados com devoção e amor altruísta, e em grande humildade.

O poder de Deus não pode ser usado com arrogância, nem em idolatrias de falsa

autoridade. Não pode ser usado para a auto-satisfação, ou glorificação do indivíduo. As leis de

justiça e probidade são sagradas e infinitamente puras. Pessoas impuras não podem desfrutá-las

sem antes limparem as mãos e se purificarem dos pecados. O homem que usar dos poderes de

Deus para exortar a si próprio ou demonstrar a força de sua posição e importância falhará — ou

cairá. Aquele que abusar da menor porção do poder de Deus em orgulho e arrogância será ferido

no fio da navalha. E o fio da navalha é a faca podadora do Pai, que corta os galhos secos, ou

todos os traços inferiores. O processo de poda, no qual o “Esposo” segura a faca, é doloroso. É a

experiência mais humilhante, a menos que o indivíduo, consciente e humilde, tome a iniciativa

de subjugar o pequeno “self” mortal. Quando ele próprio resolve cuidar dessa tarefa, ela se torna

uma obra de glória e uma conquista magnífica.

Tudo o que é desperdiçado, sem vida, infrutífero e improdutivo concentra-se no pequeno

“self”, que é o ego, com suas idéias distorcidas de importância e valores inúteis.



Aqueles que não aceitarem a poda divina de Deus ou não se submeterem ao treinamento

disciplinar, descobrirão que não podem ser discípulos da Luz. Discípulo é aquele que começa a

se disciplinar. Quem se disciplina não precisa sofrer a dolorosa e humilhante poda da faca do Pai.

Aqueles que começam a eliminar suas fraquezas e traços egoístas encontram, em vez da faca, a

mão carinhosa do Senhor, estendida em compreensão e solidariedade. Para aqueles que

recusarem a autodisciplina, ou que resistem teimosamente à faca podadora do Pai, “a estrada da

Santidade” estará para sempre fechada, a menos que, com o tempo, a completa humilhação da

idolatria e das falhas reduza a pó o pequeno ídolo de si próprio. O homem que estiver disposto a

diminuir o ego, ainda que não tenha alcançado a “probidade” através da autodisciplina, poderá

ser redimido, mesmo que suas transgressões tenham usurpado os próprios poderes de Deus.

Qualquer indivíduo que julgue outro, verbal ou mentalmente, deixa-se dominar pelo

próprio orgulho. Só a autopromoção, ou auto justiça, assume a cadeira do magistrado. Mas a lei é

clara: “Aquele que julgar, será julgado.” Um indivíduo assim demonstra total falta de amor e

compaixão. Revela-se arrogante, incapaz de ver as próprias faltas, estando disposto somente a

acusar o irmão. O homem verdadeiramente justo vê através dos olhos do amor — e nesse amor, é

capaz de curar o irmão. Sim, é verdade que “Seu pensamento e seus lábios devem abandonar o

poder de ferir, antes que sua voz seja ouvida entre os Deuses.”

A autopromoção é apenas uma das fases e expressões do pequeno e hediondo “self”,

inflado pelo ego. Devemos agora vê-lo sob outro ângulo, tentando compreender melhor toda a

sua malignidade.

Um outro aspecto do self é a autopiedade, ou pena de si mesmo. A autopiedade é o ponto

no qual o homem adentra o crepúsculo da alma e abre os portais, deixando a noite profunda

invadir e perverter a luz. E nessa noite, às vezes interminável, o homem cede à angústia

intolerável, emaranhando-se em vibrações degradantes de desespero, que têm o poder de

estrangular toda esperança de alegria, progresso e felicidade. Sua força é drenada e a visão fica

turva, pois ele perde a vontade de lutar.

É nesse desgaste profundo de melancolia que muitas vidas sofrem, muitas almas são

destruídas e a mente se dilacera. Foi para indivíduos assim, que Deus pronunciou estas palavras:

“Cingi vossos lombos, e sede como homens...” [adaptado de Lucas, 12:35-36] Aquele que cinge

os lombos, prepara-se para lutar uma batalha honrosa contra as forças repulsivas das trevas, por

mais poderosas que sejam. Com tal determinação, recebe o poder de triunfar e superar. O homem

que mergulha nos poços profundos da autopiedade acaba sendo engolfado por ela. Mas aquele

que se empenha na luta contra o mal torna-se vitorioso. O mal será afastado ao menor gesto ou

palavra de comando, à menor expressão de coragem; pois é covarde e, quando luta, tenta atacar

abaixo da cintura. Mas não agüenta uma resistência forte. O poder do mal reside na falta de

compreensão do homem, que o deixa invadir sua vida.

“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados,

contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da

maldade, nos lugares celestiais.” (Ef., 6:12)

A autopiedade é o aspecto mais perigoso e destrutivo do “self”. É a passagem para as

“Regiões Inferiores”. Mas que fique bem claro: ninguém é forçado a entrar em tal plano. Aquele

que lutar contra esse mal repulsivo e decadente pode ser um conquistador vitorioso, derrotando

toda a escuridão. Foi justamente a ignorância do homem que conferiu às trevas, tamanho poder.

E a rejeição da Luz de Cristo, por culpa da mesma ignorância, não permite ao homem

compreender as grandes questões relevantes.

Não foi a perversidade deliberada, mas sim a falta de conhecimento do homem que o

transformou em presa fácil das forças do mal. Perdido em ignorância, o homem se deixou

denegrir. E a ignorância que domina um mundo, por sua vez, é causada pela rejeição à Luz de

Cristo.



A partir da perspectiva das “Regiões Inferiores” de autopiedade, o homem enxerga todo

ato e condição da vida sob um aspecto distorcido, hediondo, grotesco. Na verdade, basta

aproximar-se dessas regiões para que o efeito seja sentido. Não há uma única pessoa na terra que

não seja tentada a mergulhar nesse repulsivo poço mortal, em certos momentos da vida. Mas só

os que aceitam o convite da autopiedade são completamente enganados por seus tétricos e sutis

poderes. São aqueles indivíduos que se entregam permanentemente à desolação destrutiva.

Milhões já se tornaram vítimas. A autopiedade rouba a integridade dos homens e a glória das

mulheres. Enche de pacientes as clínicas de doenças mentais, e povoa as favelas, onde imperam

condições subumanas.

Cada indivíduo que permanece pelo menor tempo nas regiões abismais da autopiedade

retém no próprio corpo o odor fétido das baixas vibrações. Essas vibrações começam a afastar as

pessoas que não foram contaminadas. “A desgraça gosta de companhia”, porque os que se

acreditam desgraçados repelem os filhos da luz.

Poucos têm a capacidade de enxergar com clareza a podridão da autopiedade, e de

compreender que ela só gera degradação e isolamento. Qualquer indivíduo, por mais fraco que

seja, ou aparentemente desnecessário ao mundo, que se recuse a aceitar o abraço fatal da

autopiedade, desenvolverá força para resistir a ela e superá-la. Ninguém falha completamente ou

acaba derrotado pelas circunstâncias, se tiver cingido os lombos e lutar. Do homem que tem a

verdadeira compreensão, pouco esforço é exigido para derrotar a inimiga da Luz. Os que se

embriagam com o álcool são presas fáceis. Qualquer deslize e tais indivíduos caem nas “Regiões

Inferiores” de deflagração.

Não só a autopiedade, mas também a porta que a ela conduz, podem ser destruídas pela

canção divina de amor, louvor e gratidão a Deus. No ato de louvar e agradecer, as portas das

“Regiões Inferiores” podem ser trancadas para sempre. E o fedor jamais impregnará ou sequer

tocará as vestes daquele que dá glória e graças a Deus. É chocante descobrir que a autopiedade

não é apenas um fator repelente na vida, mas também deixa um odor pútrido, ofensivo às pessoas

mais sensíveis. É por esse motivo que as favelas são evitadas pela maior parte da raça humana, e

não porque os moradores sejam desprezados. A maior parte das pessoas não sabe por que uma

visita às favelas é tão deprimente. Nem as vítimas nem o mundo compreendem que a aversão aos

deflagrados por autopiedade é provocada pelas vibrações fétidas das trevas, emanadas do próprio

esgoto das regiões obscuras, contaminando as pessoas. Essas vibrações horríveis podem ficar

impregnadas no corpo e até na roupa do indivíduo que reside mentalmente nesse nível. Elas se

tornam uma realidade permanente na vida de todo àquele que escolher as profundezas

repugnantes. Mas quem demonstrar o menor esforço de resistência escapará.

Quem compreende o perigo, não se deixa dominar pela autopiedade. Só a falta de

entendimento provoca a trágica cegueira do ser humano.

Essas verdades são agora reveladas para que o homem se liberte. Elas não são reveladas

para julgar ou condenar pessoa alguma. Foram escritas para iluminar o mundo, à medida que o

grande amor de Deus jorrar abundantemente, sem limites, trazendo logo a grande cura. Aquele

que fizer o menor esforço e lutar, por mais fraco que seja, receberá ajuda.

Abençoada humanidade, perdida nas trevas que cobriram a terra de ignorância, eu lhe

imploro que afaste a apatia e junte-se às forças de Luz para redimir um mundo. Saiba que todos

os deslizes, infortúnios, males, mágoas e perturbações podem ser instantaneamente transmutados

em poder e glória infinitos, se der as costas àquela porta de uma região detestável, que é o

refúgio dos covardes. Nenhum homem, porém, é naturalmente fraco ou covarde. Todo homem é

nobre e divino. Foi a ignorância que fez dele um escravo das forças das trevas. Cada descida às

tétricas profundezas aumenta a cegueira e a fraqueza.

Aquele que se recusa a cair nas regiões abissais, e esforça-se ao menos um pouco para

resistir à queda, sempre recebe a força e o poder adequados às suas necessidades. “Àquele que



tem, mais será dado!” Aquele que tiver pelo menos o mínimo desejo de superar, ou de

sobrepujar-se, receberá força e coragem, e toda a ajuda necessária para o triunfo e a glória.

Toda condição de fracasso, desgaste ou dor pode se tornar um glorioso impulso aos

reinos superiores da realização, se o homem escolher o caminho certo e percorrê-lo com

determinação.

O que acontece a uma pessoa não importa. É a sua reação que determina os resultados. É

sempre na reação, e não na ação, que os maiores testes são feitos. As reações do homem aos

acontecimentos externos determinam seu fracasso ou desenvolve sua força. As maiores tristezas,

os piores inconvenientes, as mais drásticas condições têm servido, desde o início dos tempos, de

trampolim para a realização sobre-humana daqueles que se tornaram grandes figuras. Essa

verdade existiu em todas as épocas e nações. O sucesso costuma nascer das ruínas do fracasso.

Os grandes e nobres não foram necessariamente agraciados com um título ou sucesso

especial. As leis que seguiram pertencem a toda a raça humana, e a todo indivíduo. O sucesso

tem base nas leis. Pertence àquele que se recusa a aceitar a derrota. As leis de felicidade e

conquista pertencem a todos os seres humanos. Elas só não trazem os louros da vitória àqueles

que a usam de forma errada, para exortar a si próprios à custa do resto da humanidade. Todos os

indivíduos, grupos ou nações que tentarem se exortar escravizando ou sacrificando o próximo,

serão destruídos pelas mesmas leis que os teria exaltado se tivessem sido usadas corretamente.

Em cada problema difícil, em cada aparente fracasso ou perda devastadora, e em cada

infortúnio esconde-se o fantástico poder para uma realização completa, triunfante e progressiva.

À medida que aprende a recorrer à Luz de Cristo centrada em seu interior, através do

amor e da devoção, o homem libera os poderes ocultos da própria alma, que, por sua vez, são

ligados aos poderes da eternidade. A Luz de Cristo contém todos os belos desejos, esperanças,

aspirações e sonhos de glória há muito ansiado e o poder da completa realização. Nessa gloriosa

Luz nada falta de bom e desejável, permanente e real.

É nessa Luz de compreensão e visão que o homem ganha o dom de superar. Aprende a

dominar a tempestade e ir além dela, pois não pode ser atingido.

Em toda condição reside o poder inefável para o bem ou para o mal. Quem decide o uso

é o próprio homem.

É sempre o pequeno “self” mortal que barra o caminho do homem para o divino

progresso espiritual, seja através de autopromoção, autopiedade ou arrogância e prepotência, que

o deixam no mesmo nível dos animais. Qualquer atitude relacionada ao imponente “self” é um

obstáculo na estrada da felicidade e conquista gloriosa. Essas pequenas atitudes egoístas e

enganadoras são traços da carne, e escravizam o indivíduo. São também as portas das regiões

inferiores.

É o pequeno “self” mortal que sente mágoas e o orgulho ferido, e procura revidar física

ou mentalmente qualquer tipo de injúria, real ou imaginária. É ele, o self, que se rebela e grita,

fomentando discórdia, confusão é ódio; é ele que se sente traído, recusando-se a encarar

problemas que oferecem oportunidades de progresso, crescimento e realização. É o self que

alimenta o ciúme e os ressentimentos, e bloqueia o caminho do homem ao glorioso destino que

lhe foi reservado. O self contém todos os artifícios que conduzem aos reinos do inferno.

O pequeno “self” mortal é o pior inimigo do homem. “Aquele que governa a si próprio

(ou o self) é melhor que aquele que administra uma cidade.” O self é o pecado que, com seu falso

ego e a fome insaciável de atenção, com seus desejos de ser o primeiro e mais importante,

esforçando-se para proteger o próprio orgulho, afasta o homem de Deus. Foi o “self” mortal que

teceu o véu da descrença. Ele é o próprio véu. Gerado e desenvolvido pelos cinco sentidos,

recusa-se a acreditar em qualquer coisa que não tenha experimentado, ou que não consiga

enxergar. Em seus esforços para se exaltar, o self sepulta a Luz de Cristo.

O self é a consciência do homem afastada da presença de Deus por causa das

transgressões, e que agora vaga por um mundo de sombras. Foi o self que abandonou a luz e o



calor da casa do Pai para se espatifar nos reinos das trevas. Ele usurpou o poder do homem e o

obrigou a viver na escuridão, sozinho e confuso, pobre, entristecido, miserável, cego e

desprotegido.

Todo desejo pessoal intenso, que exclua o resto da humanidade e seja contrário às leis da

vida altruísta, honesta e honrosa não passa de um grito alarmado do “self” mortal, tentando

enganar e atrapalhar o caminho do homem, usurpando-lhe o poder e vangloriando-se.

Quando curava as pessoas, Cristo não dizia “Segue teu caminho e não conta aos outros

homens.” Não. Só ocasionalmente, era necessário dar esse alerta. A ordem era passada àqueles

que tinham a tendência a se gabar. Já naquela época, algumas pessoas se regozijavam mais pela

chance de falar sobre o privilégio que lhes fora concedido do que pela cura em si, oferecida das

próprias mãos do Homem da Galiléia.

Mais indivíduos nobres foram traídos pelo orgulho dos amigos e conhecidos do que por

seus próprios preconceitos e ganância por “trinta peças de prata.” Para algumas pessoas, a

atenção e aclamação do público são mais importantes do que a integridade. O orgulho é o grande

traidor da confiança e da amizade. E toda forma de orgulho é a expressão do pequeno e medíocre

“self”.

As traições que sofri sempre vieram daqueles que eu mais amava. E nenhum deles teve a

intenção de me ferir ou destruir. Simplesmente queriam destacar a própria importância,

afirmando fatos nem sempre verdadeiros e, às vezes, revelando outros que consideravam

sagrados. Mas, com a compreensão interior, é fácil dizer: “Pai, perdoai-os, pois eles não sabem o

que fazem.”

Quando o self conduz o indivíduo à escuridão, perversidade ou violência, deve ser

imediatamente controlado. As condições na terra chegaram a um ponto de tamanha agressividade

que o planeta todo corre o risco de destruição, levando consigo toda a imponência e os

preconceitos do homem, criados pelo “self” mortal, que só vê sua falsa importância.

A vida não teria sentido se, por trás dessa aparente decadência, não existisse a jóia de

glória eterna e indestrutível — a divina VERDADE.

Capítulo III

CONHECE A VERDADE

Quando mais fundo o homem mergulhar no “self”, em seus orgulhos, vaidades, desejos e

apetites, mais envolvido estará em trevas e mais longe permanecerá da VERDADE. E quanto

mais longe ficar da VERDADE, menos luz receberá o indivíduo para guiar e glorificar sua vida;

conseqüentemente, maiores serão seus erros e fraquezas, ainda que acredite estar a um passo dos

reinos Celestiais, praticamente tocando o trono de Deus. Assim, o próprio convencimento do

homem o engana e rouba-lhe a luz eterna, pois os poderes do Pai tardam a entrar em sua vida.

É preciso esclarecer aqui que todo indivíduo é governado pelo “self” mortal, que o

empurra por caminhos errados e escuros, provocando erros fatais, a menos que estenda a mão a

Deus em humildade, tentando cumprir a promessa: “Buscai-me com devoção, e me encontrareis.”

Quando o homem começa a ACREDITAR na “Luz de Cristo que foi concedida a todo

homem da terra”, e parte em sua busca interior pelo contato com a Luz divina, está no caminho

dos reinos superiores. E todo aquele que busca a Luz, encontra-a. E “àquele que bate, ser-lhe-á

aberta.” No processo de busca, a fé converte-se em conhecimento e o conhecimento, em poder. O

conhecimento é o contato com a Luz. Se persistir na busca, o homem automaticamente se torna

“purificado e livre de todo o pecado.” E o pecado é o “self”. É todo pensamento, sentimento e

vibração fora de sintonia com a grande sinfonia do universo.



À medida que o homem caminha em direção à Luz, persistente na busca do Reino de

Deus e do uso correto das leis divinas de perfeição, o pequeno “self” mortal é superado e deixado

para trás. Uma vez superado, ele se transforma em Luz. Assim como todas as forças negativas

podem ser transmutadas em poder, também o pequeno “self” pode se UNIR a grande Luz divina.

Não é possível entrar nesse grande Reino do Céu, que é o reino da compreensão desperta

e do poder infinito, através de um desejo fraco e nada convincente. Em primeiro lugar, é

necessário compreender as questões envolvidas, e através da escolha livre e consciente, optar

entre as trevas ou o progresso até a Luz. O homem deve usar o livre arbítrio, desde que não o

tenha perdido por causa do pecado. Se isso aconteceu, deve iniciar a luta para reconquistar esse

bem precioso, pois sem ele, ficará impotente. Dali em diante, usará o livre arbítrio ciente de tudo

o que está envolvido. Com a compreensão aberta, o homem se torna plenamente responsável,

além de ser agraciado com o poder de cumprir rapidamente as leis do reino.

Em sua busca, e no desejo de abandonar as trevas, o homem desenvolve a habilidade

para acreditar — e logo a aperfeiçoa. Quando, por outro lado, satisfaz-se com a mediocridade do

pequeno “self” mortal, permanece na escuridão, estagnado, destituído de poder.

Com a visão desperta, todo homem é capaz de enxergar claramente a estrada da luz, e

reconhecer os atalhos do “self”. Cada traço do self é reconhecido como um chamariz para os

níveis inferiores de vida. Se, porém, os atalhos forem evitados, a pista conduzirá aos reinos

superiores de existência, da eterna luz de glória e realização divina.

Quando o homem acredita e começa a compreender a Luz de Cristo interior, que contém

todos os poderes redentores de Cristo, já não está mais “condenado”. Encontra-se, isto sim,

envolto pelos sagrados poderes de redenção de Cristo, que exaltam, purificam, perdoam e

redimem.

É impossível que alguém se apegue totalmente à Luz de Cristo sem amar a Deus com

toda a força do coração, da alma, da mente e de todo o seu ser. “Quanto mais o homem se

aproxima da perfeição, mais claras são suas visões e maior é o seu prazer, até ele superar todos

os males da vida e perder todo o desejo de pecar. E, assim como seus ancestrais, o homem chega

a um ponto de fé em que é envolto no poder e na glória de seu Criador, sendo chamado para atuar

ao lado Dele. Mas consideramos que ninguém atinge tais condições de um momento para outro.

O homem deve ser instruído nas leis e no governo daquele reino aos poucos, até sua mente ser

capaz de compreender pelo menos uma parte da probidade, justiça, igualdade e consistência do

reino.” [Joseph Smith, v. “Templo de Deus” e “Sois Deuses”]

Com uma compreensão cada vez maior, voltando os olhos para glória de Deus, amando e

glorificando o Senhor, o homem “se transforma no objeto interpretado” — a própria Luz. Vê

Cristo como se estivesse olhando em um espelho! E começa a assumir esse reflexo. O próprio

espelho é o brilho de sua alma, finalmente purificada. É o ouro derretido no fogo.

Esse ouro, ou espelho da alma humana, torna-se uma realidade gloriosa, totalmente

purificada. A purificação se completa quando o ouro é separado da escória — ou do pecado, que

é um traço do “self”. A escória sempre foi o pequeno “self” mortal, com suas ganâncias, desejos

mesquinhos, pompa e exibicionismo, vãs esperanças e anseio por posição, maldade, discórdia e

apetite animal. O pequeno “self” contém todos os males da vida de um homem. É a escória que

suja o ouro e o torna inútil, indigno de glória.

Chegamos ao ponto que os antigos profetas mencionavam: o momento em que todos os

homens seriam capazes de “discernir entre o justo e o injusto.”

Os justos são aqueles que, através do poder de acreditar, contatam a Luz de Cristo

interior e a manifestam em suas vidas, até se inundarem completamente dela e de seus poderes.

“Pois meu reino não consiste em palavras, mas em virtude (ou poder)”, disse Deus. [I Cor., 4:20]

Já está na hora de todo aqueles que somente professa o divino contato com Deus, mas apresenta

sermões vazios ou vive de forma medíocre, sem a Luz e o poder do Senhor, ser reconhecido.

Certamente, a vergonha de tal indivíduo, de mãos vazias e alma seca, será maior que a vergonha



daqueles que admitem ter errado. Os pecadores não alegam ser justos, portanto não são

hipócritas. Mas seja o homem um pecador confesso ou um falso profeta, será imediatamente

reconhecido por sua verdadeira natureza. A luz ou a escuridão serão facilmente notadas.

Os injustos são aqueles que ainda se encontram perdidos nas trevas do pequeno “self”

físico, cheio de orgulho e preconceito, desejos carnais e ódio violento. A perversidade pode

atingir um ou outro extremo: a petulância rebelde ou a idéia de que se é absolutamente justo e

correto. As duas condições são causadas por grande ignorância ou pela falta de compreensão e

contato com a Divina Luz de Cristo.

Observando a terra a partir dos reinos superiores, é surpreendente notarmos que tanto o

pecador quanto o egocêntrico ministro no púlpito de uma igreja podem estar encobertos pelas

trevas do “self”. Na verdade, o ministro, ou aquele que alega ser o mais iluminado, talvez esteja

até mais comprometido. A hipocrisia e as obras enganosas dos religiosos professos podem ser

transgressões piores que as do pecador. A diferença é que um afirma ter todo o conhecimento,

enquanto o outro talvez saiba, no fundo, que falhou ou cometeu graves erros.

Muitos dos que crêem possuir as chaves do céu, no momento da grande revelação,

terrivelmente humilhados. Se, naquele instante de severo julgamento, não tentarem encobrir sua

vergonha tentando justificar seus atos, ainda terão a chance de se redimir e se libertar da tirania

do “self”, abandonando o orgulho e a autopromoção, e descendo humildemente do pedestal que

construíram para si próprios. E que o amor especial de Deus os envolva em misericórdia.

Muitos criminosos são redimidos imediatamente, após chegaram ao fundo do poço e

beberem da água pútrida. Presos em suas celas, eles têm o poder de enxergar os raios da Luz de

Cristo e mudar. Outros se levantaram da sarjeta, e conseguiram se livrar do ambiente depravado e

de seus males. E também há casos de indivíduos que, tendo mergulhado no remorso de uma vida

até então perniciosa, reencontraram a alma que julgavam ter perdido. Milhares de indivíduos

considerados pecadores aguardam o toque gentil da Luz de Cristo para aplacar o maldoso “self” e

para trazer-lhes a grande cura.

Dois homens subiram ao templo, a orar; um fariseu, e o outro publicano. O fariseu,

estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os

demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas

vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.

O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu,

mas batia no peito, dizendo: Ó Deus tem misericórdia de mim, pecador!

“Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a

si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.” (Lu.,

18:10-14)

Aquele se humilha jamais será humilhado. Só os orgulhosos e arrogantes serão

humilhados, quando receberem a ordem de descer de suas posições exaltadas e sentar mais

abaixo.

O pecado é a expressão completa do pequeno “self” mortal. O self contém a escuridão,

os males e os poderes da transgressão. Contém o orgulho e o egoísmo que separam o homem de

Deus. E justamente essa separação é o grande pecado. A separação da divina Luz de Cristo

interior retém os poderes do pecado e do erro. A aceitação da Luz de Cristo contém o poder de

superar o pecado e de redimir o homem de seus efeitos e influências.

Não são só os pequenos defeitos de caráter e a conduta errada, ou mesmo os grandes

pecados, que levam o homem a julgamento. Tampouco será o homem condenado por suas

fraquezas, ou pelo que o mundo considera “pecado”. Ele só será condenado por ter rejeitado a

Luz de Cristo, que lhe foi concedida. A rejeição da Luz tem sido a causa de todo o pecado, que é,

na verdade, o efeito da escuridão que se alastra quando a Luz divina não é aceita. Só um pecado é

a causa de todos os males, fraquezas e erros: a rejeição da Luz de Cristo — a rejeição que

condena. Sim, todas as falhas e os conseqüentes males são o resultado do maior de todos os



pecados, que é a rejeição de Sua Luz, concedida a todo homem da terra. O self assume controle,

e impõe a cegueira, a luxúria e os apetites carnais. Eis a causa da separação entre Deus e os

homens. O pequeno “self” mortal se recusa a aceitar a gloriosa e redentora Luz de Cristo, e luta

para expulsá-la. Mas é justamente essa Luz que contém todo o poder, a glória e a maravilhosa

conquista, plenamente purificados.

Geralmente, os indivíduos que ocupam grandes potentados encontram-se mais absortos

nesse grande pecado que o pecador confesso. Mas, independente de quem mergulhe nas trevas, a

única causa desse mal é a ignorância quanto à Luz de Cristo. É o afastamento de Deus que

condena o indivíduo ao reino das sombras. E só o self que separa o ser humano de Deus,

empurrando-o para um vórtice de malignidade; pois a escuridão nada mais é que a ausência da

Luz de Cristo, seja a Luz rejeitada por profetas ou por pecadores. O self é hipócrita e usurpa a

autoridade de Deus, em seu orgulho e arrogância. É através do self que o homem afunda em

pecado. Em todo indivíduo, o “self” é a completa expressão daquele que foi condenado porque

rejeitou a Luz de Cristo. Mas quem prefere não ser iluminado, também não pode ser redimido.

Por outro lado, aqueles que não rejeitam a Luz, vêem-na manifestar-se em suas obras de poder.

Quando a Luz for finalmente compreendida e aceita, “todos poderão discernir entre o justo e o

injusto.” Não haverá erros. Quando a Luz de Cristo se manifestar totalmente, até os cegos

poderão vislumbrá-la nas outras pessoas — pois a Luz cura a cegueira — e compreenderão e

glorificarão Deus, manifestando a Luz em suas vidas.

Todos os erros, fraquezas e transgressões da humanidade são concebidos no pequeno

“self” mortal, que vaga às cegas, já que a Luz de Cristo não o acompanha.

Todos os traços e condições negativas são os resultados de um grande pecado — o

pecado da separação de Deus — o pecado do “self”, que rejeitou a Luz. “Mas as vossas

iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto

de vós.” (Isa., 59:2)

Uma vez que o homem compreenda a grande verdade por trás das fraquezas e pecados,

jamais julgará ou condenará quem quer que seja. Olhará isso sim, para a causa de tais condições

com um poder de compreensão divina. Perceberá que a falta de conhecimento faz uma pessoa

tomar o caminho errado, sozinha, desolada, longe da Luz. Tal pessoa não sabe que é cega. O

homem que compreende, tem consciência da bondade de Deus e sabe que, se não fosse por Sua

graça, também continuaria cego.

Aqueles que estão perdidos em pecado e fraqueza da carne nem sequer imaginam que

neles reside a Luz, por isso jamais a encontraram nem a fizeram se manifestar. Por ter recusado o

convite de “pedir, buscar e bater à porta”, os homens permaneceram cegos, não percebendo que

seus líderes também não enxergam. À medida que a compreensão é expandida pela Luz, o grande

pecado torna-se visível em toda a sua simplicidade.

A rejeição da Luz de Cristo permite a entrada das trevas.

Com uma visão superior, nenhum homem é capaz de criticar ou condenar seu irmão. Em

vez disso, ele percebe que, se não fosse pela divina misericórdia de Deus, ele próprio ainda não

teria recebido a visão da Grande Luz e compreendido as questões relevantes. Humilde e cheio de

amor, tentará envolver o irmão no amor de Cristo, que tudo perdoa; pois, compreendendo e

manifestando a Luz, tal homem foi agraciado com o poder do divino amor. E esse amor curará

aquele que anda às cegas.

A VERDADE mais surpreendente pode ser totalmente revelada àquele que começa a

usar a glorificada Luz de Cristo, manifestada e aperfeiçoada em sua vida. É interessante

notarmos que, às vezes, o humilde “pecador” é mais facilmente redimido que o indivíduo

ocupando um alto posto num templo de adoração, orgulhoso por ser visto por todos.

À medida que o homem começa a acreditar e compreender a Luz de Cristo que lhe foi

concedida purifica-se e fica livre de todo o pecado. Tal homem “se encherá de Luz e

compreenderá todas as coisas.” E com essa visão clara de amor puro, ele será curado. E, a partir



dali, expandindo o amor, será capaz de curar seu irmão. Assim começa a grande cura da

humanidade, e de todas as nações.

Toda pessoa que aceitar a Luz de Cristo, abandonará automaticamente o pequeno “self”

mortal, com todas as suas fraquezas e erros estúpidos.

É assim que os poderes de redenção de Cristo operam na vida do homem. É assim que o

homem supera a grande condenação e une-se à Luz, envolto em glória e cura divina.

A verdade é simples, bela, poderosa e eterna. As verdades de Deus não guardam

mistérios. O conhecimento da Grande Luz de Cristo, que foi concedida a todo homem da terra, é

a grande VERDADE que libertará o homem. E a grande VERDADE é o contato com A Luz de

Cristo, que foi concedida e vive em todo homem que vem ao mundo.... “CONHECE a

VERDADE, e ela te libertará.”

Capítulo IV

A CASA DE SEUS INIMIGOS

Se seu coração está partido e sua alma sensível foi ferida por palavras duras e

comentários cruéis, ou se suas feridas foram provocadas por ações deliberadamente maldosas de

pessoas que desejam destruí-lo, você pode ser curado.

Caro amigo, não rasteje até um canto escuro para lamber as feridas. Não se isole do

mundo, tremendo de dor e agonia. Não se apegue ao sofrimento, prolongando a angústia do

coração machucado. E, acima de tudo, não deixe o ressentimento corroer-lhe a mente e a alma.

Claro que, se você ama a escuridão mais do que a luz, a atitude natural será rastejar até

um lugar escuro para cuidar das feridas e nutrir ressentimentos. E nada que eu lhe diga o tirará do

falso abrigo.

Mas, “se queres ser curado”, estenda a mão por um instante e sinta o toque da Luz, capaz

de recuperá-lo. Se fechar a mente por um momento contra as injúrias, deixando-se envolver pela

grande Luz, com sua visão glorificada e amor que tudo cura, você conhecerá a bênção que lhe é

oferecida para a total recuperação divina.

Dê-me a mão e, juntos, caminharemos até a casa de seus inimigos. É um gesto muito

simples, pois a mente não é impedida por tempo ou espaço. Será uma visita espiritual, realizada

através dos processos divinos de seu pensamento. Se suas feridas foram causadas no passado e os

inimigos já não pertencem a esta esfera de ação, ainda assim a cura é necessária, e possível. Será

ainda mais bem-vinda, pois aqueles que já não vivem em corpo receberão suas vibrações com

maior disposição e alegria. O progresso deles pode ter sido retardado por causa de suas

lembranças de mágoa e ressentimento, e talvez você possa libertá-los para os reinos onde serão

curados dos erros cometidos. Volte ao passado e esbanje amor que tudo perdoa, envolvendo seus

inimigos em glória.

Se eles ainda permanecem neste estágio de mortalidade e habitam os confins mais baixos

da terra, ou talvez a casa ao lado da sua, é possível chegar à presença deles e estender-lhes amor.

Venha! Eu irei com você e ajoelharemos juntos, como se estivéssemos diante do trono de Deus,

prestando-lhe reverência e cantando em louvor.

Deixe que minha mão envolva a sua e, humildemente, ajoelhemo-nos juntos, rezando:

“Deus, nosso Pai amado e Todo-Poderoso, em Nome de Vosso Santo Filho, o Príncipe da

Paz, aqui nos ajoelhamos para pedir que Vosso amor, que tudo cura, nos envolva e a esta casa e a

todos os que nela habitam. Deixai que a divina Luz de Cristo traga o grande poder de redenção a

esta morada e aos seus habitantes. Deixai que seus corações sejam apaziguados e que os selos

que os prendem sejam removidos. Que sejam purificados pelo amor de Cristo. Que suas mentes

sejam iluminadas pela compreensão da grande glória redentora de Vosso Filho, e que se curem



do estado de cegueira. Deixai que o poder da divina Luz de Cristo, que lhes foi concedida, se

manifeste e dissolva os selos da escuridão e da ignorância.

Deus, nosso Pai, deixai essa grande Luz de Cristo se manifestar em nós — e em todos os

Vossos filhos. Fazei que preencha o coração, a mente e a vida de todos, principalmente daqueles

por quem rezamos agora, de joelhos. Fazei que seus erros sejam eliminados. Fazei que suas

falhas sejam perdoadas, e deixai vir a cura.

“Envolvei-os com Vosso amor, que tudo perdoa, assim com eu, neste momento, desejo

ser por ele envolvido. Curai-me também, e inundai-me de Vossa luz sagrada e Vosso amor, assim

como peço que aqueles que considero meus inimigos sejam curados.

“Pai, enquanto nos ajoelhamos para cumprir Vossa divina lei de orar pelos inimigos,

também Vos agradecemos por este santo e divino privilégio. Que só o amor a Vós permaneça,

pois nós Vos amamos Senhor, de todo o coração e com toda a alma! Nossas mentes se regozijam

pelo amor a Vós, Senhor, o qual enviamos com toda a nossa força. E, nosso Senhor, por favor

aumentai nossa força, para que ela possa envolver e curar um mundo.

“Assim seja! Em Nome de Vosso Filho, Jesus Cristo — Amém!”

Você quer realmente ser curado de seus ressentimentos, feridas e injúrias? Se a resposta

for afirmativa, ajoelhe-se e reze com toda a energia do coração e, na mais profunda humildade,

envie essa prece ao Senhor. Ou, se preferir, crie a própria prece, com suas palavras, mas com o

mesmo significado. Não é uma prece para ser ouvida pelos homens. “Aquele que pede em

Espírito, pede segundo a vontade de Deus, por isso lhe será concedido.”

Se você se ajoelhar em espírito na casa daqueles que considera seus inimigos, orando

com amor que tudo perdoa, a Razão e eu nos ajoelharemos com você, uma de cada lado. Se

continuar oferecendo a mesma prece diariamente, até curar o coração e eliminar o ressentimento,

pode ter certeza de que seu irmão também será curado. E logo, você conhecerá o poder da prece e

a proximidade de Deus. Esse grande serviço o preparará definitivamente para conhecer Deus, e

em tempo, receber a “Plenitude do Pai.”

Você será purificado, limpo e curado, pois começará a compreender o poder da grande

Luz de Cristo e de seu amor que tudo perdoa, redime, restaura e cura.

Perceberá que, embora acreditasse que estava ajoelhado na casa dos inimigos, na

verdade, eles não são mais inimigos. São, isso sim, seus irmãos nos quais a Luz de Cristo não

havia brilhado até o momento em que você começou a orar por aqueles que o usaram

vergonhosamente — ou até o perseguiram.

Continuando a orar todos os dias, até que tudo esteja curado, você começará a amar

aqueles que considerava inimigos, como ama a própria alma. Desejará que sejam agraciados com

a cura, revelando a Luz de Cristo que, na mais profunda solicitude, você usará para envolvê-los

na proteção de seu amor.

Quando tiver prolongado esse processo curativo e redentor até o ponto em que sentir que

os transgressores foram liberados das transgressões, você saberá que a sua cura já é completa, e

estará livre e belo, vestido de Luz. Terá jogado fora as vestes negras da deflagração. Estará limpo

e começará a se tornar glorioso.

É assim que vem a cura, e é assim que você se torna parte dela. A cura chega primeiro a

você, meu caro irmão, e depois àqueles que considerava inimigos — e finalmente, será enviada

para curar e abençoar um mundo. Nesse perfeito amor crístico, você descobrirá que não tem

inimigos.

Will Rogers disse: “Não considero ninguém meu inimigo.” E certamente ele não tinha

inimigos. Não havia um só homem na terra que não gostasse dele ou que quisesse prejudicá-lo.

Alguns, no início de sua carreira pitoresca, tentaram moldá-lo em doutrinas mais ortodoxas. Mas

Will não desejava moldes nem doutrinas. Livre e desimpedido pela conformidade dos outros

homens, ele cumpriu o seu padrão de vida. Recusando-se a cair em armadilhas, Will só enviava

amor, e nunca desviou de seu caminho.



O único verdadeiro inimigo do homem é o pequeno “self” mortal, com seus orgulhos

super-sensíveis e suas lutas para proteger-se, destacar-se e glorificar-se a qualquer custo. Quando

o homem começa a amar seus inimigos, ou irmãos, como a si mesmo, supera o pequeno “self” e

liberta-se magnificamente — liberta-se dos grilhões da terra. É um grande passo, eu admito. Mas

os maravilhosos resultados desse passo são maiores que o esforço para dá-lo. Esse é um passo

para o Novo Dia — uma dimensão superior de vida, sentimento, pensamento e existência.

Louvado seja Deus pelas chaves da realização e pelas oportunidades tão divinas. Glória,

louvor e graças a Deus por Sua proximidade, pois Ele está sempre ao nosso lado, se assim

permitirmos.

Todas as vezes que o homem se ajoelhar humildemente na casa dos inimigos, rezando

com toda a energia do coração por aqueles que, em trágica ignorância, tentaram machucá-lo, os

céus se abrem e os anjos são enviados do trono de Deus para dar-lhe força. E sua prece é

multiplicada muitas vezes. As hostes do céu a ela se juntam, enviando-a em forma de uma doce

melodia, que encobre um mundo e se alastra pelo universo. Uma prece assim poderosa se

espalha, revestida das chamas vivas de glória, e chega ao ponto mais alto do céu, o próprio trono

de Deus.

As preces sempre são atendidas. E, conforme o grau de altruísmo do suplicante, são

também glorificadas. O homem que reza acaba recebendo a própria glória de suas preces

exaltadas. Ele mesmo se torna, um dia, a glória expressada por suas preces, que vem de um

coração aberto e cheio de amor, que tudo perdoa.

O mais reconfortante conhecimento a respeito do privilégio da prece é que não é preciso

marcar hora para chegar à Presença de Deus e, diante Dele, ajoelhar-se em humilde amor e

adoração. O homem que fala com Deus não precisa se sentir rechaçado ou indesejável, nem

precisa se apressar. Não há pressa, pois o tempo não conta. Até os menores detalhes do problema

podem ser explicados. E então, se ficar em silêncio, o suplicante ouvirá a resposta de Deus.

No começo, a resposta pode ser uma promessa silenciosa de paz entrando no coração.

Esse é “Espírito Santo da Promessa” assegurando à alma do homem que tudo ficará bem. É a

garantia de que a prece foi ouvida e será atendida no momento certo, conforme a vontade e de

acordo com os modos do Pai, e que, a partir daquele instante, o problema está em Suas mãos.

Esse é o ponto em que o homem aprende a acreditar que terá o que pede. É o ponto de contato

com a divina Luz de Cristo, ativa em sua vida.

“Por isso vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis. E

quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai,

que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas.” (Mar., 11:24-25, tradução da vulgata) Essa é a

lei da realização. E esse é o ponto em que o homem aprende a acreditar nas próprias preces, e no

poder de Deus de atendê-las. Não cabe ao indivíduo dar as respostas. Só o que deve fazer é

agradecer constantemente ao Senhor por se encarregar disso. Deus nunca deixa de cumprir Suas

promessas divinas e Sua Palavra.

Aprenda a entrar nesse poder divino de consulta com o Todo-Poderoso e torne-se um

novo ser, mais confiante, cheio de amor, infinitamente feliz e livre.

A prece é o maior poder já conferido aos homens. Poucos sabem usá-la. E poucos a

usam. Alguns só rezam em situações de emergência. Outros rezam mecanicamente, sem atenção;

e uma prece assim não vale nada. Nenhuma pessoa, porém, que reze com verdadeira intenção,

fica sem uma resposta. É assim que ela cresce em espírito e poder e começa a caminhar com

Deus.

Chegando à Presença do Maior de todos, o Divino Rei do Universo, o Grande Criador, o

Pai de todos nós, o Senhor Deus de todos os Santos, você jamais será desprezado por ser

obscuro, vestir-se mal ou não ter fama. Tampouco será rejeitado porque chegou ao poço da

existência humana, miserável e sem esperança de socorro físico ou terreno. No amor de Deus

estão as respostas a todos os seus problemas, o suprimento para todas as suas necessidades, o



poder de sua glorificação completa e o amor por sua cura eterna. O desejo do Altíssimo sempre

será o de agraciar-lhe com Sua abundância.

Seja você quem for, e tenha a falha que tiver, jamais será mal recebido. Deus não é

menosprezado, nem menospreza um filho.

A chave para o trono do Senhor é a humildade. E quanto mais o homem se aproxima do

Trono em oração, mas prontamente será recebido. Uma vida transformada em oração é uma vida

poderosa. Aquele que permanece na Presença de Deus, começa a assumir a Luz de Sua glória.

Você também é filho Dele e Ele o ama.

Se quiser permanecer ao lado do Senhor para sempre, pode fazê-lo. O convite de amor

não tem prazo. O convite é simplesmente: “Venha!” Busque-o com o coração e o encontrará.

Saiba que nenhum problema ficará sem solução, se você recorrer a Ele. Ele tem todas as

respostas e todo o poder. Ele é só amor.

As únicas grades na porta que conduz à Sua Presença são os selos da aspereza que o

homem colocou no coração e o selo da cegueira que impôs à mente. Deixe seu coração derreter

em lágrimas! Deixe o amor buscar Deus, e você o encontrará. Dissolva os selos do coração e da

mente, com amor infinito que ajuda a dissolver os selos de um mundo inteiro. Livre-se dos

grilhões! Encha de paz o seu coração e saiba que não caminha mais sozinho.

Quando começar a viver as leis superiores, rezando pelos inimigos e por todos aqueles

que o usaram e perseguiram você receberá a própria perfeição do Pai.

“Amai vossos inimigos, orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais

filhos do vosso Pai que está nos céus — Sede vós perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está

nos céus.” [Mat., 5:44-45 & 48]

Essas não são palavras vazias. São as realidades do Reino Superior que, se você buscar,

tudo lhe acrescentará.

“Sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos

discursos.” (Tiago, 1:22)

Capítulo V

CAMINHE COM DEUS

“Caminhai comigo” tem sido o convite a todos os seres nobres, desde o início dos

tempos.

Se uma pessoa comum recebesse a instrução de se preparar com capricho, pois deveria se

encontrar com reis e governantes do mundo dos homens, aceitaria o convite com prazer.

Nenhuma dificuldade a impediria de cumprir os requisitos necessários.

Entretanto, são poucas as pessoas devidamente preparadas para se apresentar ao Divino

Governante do Universo, o Grande Criador de todas as coisas. E para Deus, ninguém é “comum”.

Para Deus, toda alma de um filho Seu foi feita da própria substância de Seu Ser divino, criado

com amor infinito e enviada para cumprir um grande e nobre destino.

Os sagrados convites de Deus, que se estendem através das eras, são para todos. Estão

apenas aguardando a aceitação do homem.

Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. [Mat., 11: 28]

“E quantas vezes eu vos teria abrigado, como uma galinha abriga sua prole sob as asas,

mas vós não mo deixeis.” “Buscai-me e me encontrareis.” Se você ainda não o encontrou, o

convite permanece válido: “Buscai-me com devoção e me encontrareis,”... “Pois todo aquele que

busca, encontra.” Aproximai-vos de mim e eu me aproximarei de vós.

A maior parte dos que alegam estar empenhados na busca não encontra Deus porque o

procura nas igrejas, que são incapazes de aplacar a sede de realmente conhecer o Senhor.



Substituindo Deus pela igreja, tais indivíduos só obtêm uma fina casca em vez do divino maná, o

pão da vida, não percebendo que têm um alimento sem vida.

“Esta é a vida eterna, conhecer-te, o único Deus verdadeiro e vivo e a Jesus Cristo, por

Ti enviado.”

Você conhece Deus? Ou apenas sabe algo SOBRE Ele? Conhece Jesus Cristo? Acredita

que Ele é Filho de Deus, e que deu a própria vida pelos pecados do mundo?

Conhecer Deus é bem diferente do que saber algo sobre Ele. Portanto, ser fiel a uma

igreja, por maiores que sejam a devoção e a sinceridade, por mais que a igreja pregue a verdade,

não é o mesmo que conhecer Deus. Na verdade, freqüentar uma igreja não aproxima ninguém de

Deus.

Só a busca diligente para CONHECER Deus permite a realização das promessas. Só

Deus deve ser reverenciado, adorado e receber a humilde conversão do homem. Se você sente

que pode conhecê-lo melhor indo a uma igreja; se pode dedicar a Ele total atenção, freqüentando

cultos ou missas, então prossiga. Mas não venere a própria igreja ou templo, nem a prestigie

acima de tudo. Jamais permita que uma pessoa ou religião se interponham entre você e Deus.

“Busque o Senhor com devoção, e o encontrará.” Nunca se satisfaça com menos do que a

realização da promessa.

Consideremos agora o divino convite — “Caminhai comigo!”

Você já tentou caminhar com Ele? Para isso, só o que tem a fazer é andar com amor, no

ritmo do Universo. Sintonize-se com tudo o que for puro, belo e glorioso. Eleve sua visão às

alturas de Sua glória, deixando para trás a negatividade e a escuridão. Voltando os olhos para a

glória do Senhor, você começará a assumir essa glória, inundando-se de Luz e compreendendo

todas as coisas. É assim que o homem CONHECE Deus. É assim que consegue caminhar com

Ele.

Cristo disse: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o

ressuscitarei no último dia.” (João, 6:44) Esse último dia é o dia do teste, o momento em que o

homem termina a busca e é elevado em consciência para viver nos reinos superiores da Luz. Esse

é o fim do processo de purificação. Não se refere ao último dia da terra, como muita gente

imagina. A experiência é totalmente individual. Não é um momento específico no tempo. É o Pai

quem conduz o homem à compreensão de Cristo — é o Pai quem confere o dom de compreender

a “Luz de Cristo, que foi concedida a todo homem da terra.” Para o homem que a compreende, a

Luz não é mais um fator de rejeição em sua vida, e ele já não será condenado.

Quando o Pai aproxima o indivíduo do Filho, a Luz divina de Cristo revela o Pai. Pois,

“Tudo por meu Pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é

o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” (Luc.,10:22)

A partir desses versículos, podemos compreender que o amor e o poder de Deus Todo-

Poderoso, o Pai, aproxima o homem de Cristo. Só esse grande amor permite a compreensão da

plenitude e da glória de Cristo e Sua divina Luz. E essa é a única maneira de o homem realmente

“conhecer Deus, e Jesus Cristo, por Ele enviado.”

“A Luz de Cristo, que foi concedida a todo homem da terra” tem sido o fator de rejeição,

a Pedra Fundamental negligenciada pelos construtores. Ao erigir seu tabernáculo mundano, o

corpo físico feito dos elementos da terra, o homem rejeitou a Luz. A aceitação da Pedra

Fundamental contém os poderes de realização e glória. Nela reside o poder de redenção e

superação.

“Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na

pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.” [Apoc., 2:17]

Essa pedra branca é a Pedra de Cristo, ou “a Pedra Fundamental que os construtores rejeitaram.”

É a pedra branca, translúcida, através da qual a Luz de Cristo brilha em puro amor de realização

gloriosa.



Só através dessa divina Luz de Cristo interior, rejeitada pelos construtores, o homem

pode conhecer Deus, o Pai, que a ele se revela. E só com esse esforço interno para manifestar ou

contatar a Luz, pode ter a esperança de conhecer Jesus Cristo, que é a fonte. Só através do

contato divino com a Luz de Cristo interior, o homem CONHECERÁ Seu grande Nome inefável,

a Palavra de todo o poder.

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.” [Mat., 7:7] Este é

um mandamento especial a todos os homens, e cada indivíduo deve cumpri-lo sozinho. Cada

pessoa deve se empenhar na busca divina, formulando os próprios pedidos e batendo à porta

interior para ser admitida no santuário do Senhor.

Essa busca pessoal intensa não é possível para os indivíduos que preferem ser liderados

por outros, em vez de procurar as próprias respostas. O saber é uma experiência, ou condição,

individual. Nenhum homem pode CONHECER Deus por intermédio de outro. Se você deseja

CONHECER Deus, não aceite um líder cego. Supere sua própria cegueira mental. Comece a ver,

deixando a Luz de Cristo se manifestar, pois só ele cura os cegos. Desperte e comece a buscar,

pedir e bater à porta, pois todo aquele que pede, recebe.

Se você compreender “O Esconderijo do Altíssimo”, será através da mente que a divina

informação lhe chegará. Ou, se quiser entrar no grande santuário do Senhor e ajoelhar-se no

Santo dos Santos, diante do Altar do Todo-Poderoso, aprenda a mergulhar no centro de sua alma,

com amor, gratidão, louvor e humildade, e adorando o Senhor com toda a força do coração, da

alma e da mente. Só assim, um ser humano pode se preparar para conhecer Deus, ou a grande

VERDADE que o libertará! Essa é a única maneira possível de conhecer Deus, o Pai, e Jesus

Cristo, por Ele enviado.

“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.”

(Salmo 91:1)

“Esconde-me à sombra das tuas asas.” (Salmo 17:8)

Quando o homem aprender a viver no Esconderijo do Altíssimo, orientando sua

consciência mortal para a Luz interior sempre expansiva, liberada do íntimo de seu ser, estará

preparado para conhecer Deus. Nesse esconderijo, ou Santo dos Santos, ou Caminho Santo, não

existe o mal. É o lugar de completa proteção contra as trevas, o pecado e o mal. Todos esses

aspectos negativos são completamente superados na divina Luz de glória. O esconderijo do

Altíssimo é o lugar de total iluminação, onde o homem passa a compreender todas as coisas. É o

lugar que contém todos os poderes de cura divina. Nele, a Pedra Fundamental já não é mais um

fator de rejeição na vida do indivíduo. A Luz de Cristo se libera, tornando-se o melhor aspecto e

a maior realidade da existência. É o poder.

Quando a Luz de Cristo não for mais rejeitada, quando for reverenciada e libertada de

seu sepulcro, não só será possível conhecer Deus e Jesus Cristo, por Ele enviado, mas também

“caminhar com Ele”.

Caminhar com Deus é uma glória superior a qualquer experiência vivida pelo homem. Se

você anseia por riqueza para viver em mansões, condomínios de luxo, ou hotéis caros; ou para se

cobrir de trajes e jóias caras; ou para viajar pelo mundo e conhecer as maravilhas terrenas, então

seus desejos não passam de caprichos infantis e medíocres, sem o menor valor.

O indivíduo que aprende a caminhar com Deus, habita o Santo dos Santos, o Esconderijo

do Altíssimo, os precintos glorificados do Santuário do Senhor. Nenhum palácio da terra se

compara à grandeza dessa morada de poder e paz. Caminhando com Deus, o homem se inunda de

Luz, veste o Vestido Branco de glória eterna. E eu lhe asseguro que nenhum traje terrestre pode

ser mais belo. Eu o descreveria, se fosse possível. Não há palavras que revelem a glória divina da

pura beleza espiritual e da singular delicadeza. Tampouco precisará o homem de um veículo

mecânico para percorrer o mundo e vislumbrar suas maravilhas. Dando a mão para Deus, ele verá

as próprias maravilhas da eternidade!



Sim, “Vivei em mim!”... “Caminhai comigo!” Esses são os convites que transcendem as

infinitas extensões do tempo, alcançando a própria eternidade para encontrar resposta no coração

aberto e vibrante do homem, realizando nele todas as coisas.

“Caminhe com Deus”, e será um passeio majestoso. Vista-se de Luz, e o amor fluirá

resplandecente de suas roupas. No poder eterno do Todo-Poderoso, você também será divino.

Capítulo VI

OS PODERES DA RESSURREIÇÃO

O livro Templo de Deus explica detalhadamente “A Luz de Cristo, que foi concedida a

todo homem da terra.” O leitor pode ter a sensação de que o tema foi, ou ainda é,

exageradamente enfatizado. Nesse caso, peço-lhe que tenha paciência, pois este é o assunto mais

importante, nos dias de hoje. Por mais que falemos sobre a Luz, nunca é suficiente. Estamos na

época de sua liberação. Essa Luz deve ser logo compreendida, pois “está na hora”.

Se, portanto, alguns pontos têm sido repetidos à exaustão, por favor, exerça a virtude da

paciência. Algumas pessoas musicalmente talentosas só precisam ouvir uma melodia, ou até uma

sinfonia completa, uma única vez para familiarizar-se com ela. Outras já não têm esse dom. Para

essas, uma peça musical precisa ser executada várias vezes até conseguirem internalizá-la,

conseguindo reproduzir ao menos uma pequena parte ou o refrão. Lembre-se de que nenhuma

grande sinfonia é menos apreciada com a repetição. O refrão tocado várias vezes é como um

aperto de mão de um querido amigo. Sinta isso, também. Abra a alma para receber esse tom

vibrante e delicado. Prometo-lhe que por trás de cada repetição suave, haverá uma nova verdade

a ser revelada.

As escrituras nos dizem que aqueles que rejeitarem a Luz serão condenados. Em outras

palavras, aqueles que rejeitarem a Luz de Cristo, que lhes foi concedida, não serão redimidos.

Pois só a Luz de Cristo retém as chaves e os poderes da grande redenção.

Essa Luz de Cristo também contém as chaves e poderes da ressurreição. Cristo

proclamou ao mundo, dois mil anos atrás: “Eu sou a ressurreição e a vida; e aquele que crê em

mim, nunca morrerá.” [João, 11:25-26]

Sim, é verdade que a Luz de Cristo foi concedida a todo homem. Este, porém, não a

compreendendo, rejeitou-a, embora milhares de indivíduos sem a visão superior afirmem aceitar

tudo o que Cristo trouxe. Mas a falta de poder revela sua natureza e expõe suas mãos vazias. As

organizações religiosas, na maioria, são instituições para os cegos, ainda que não saibam disso.

Quanto mais fanática for uma religião, mais convictos estarão seus “fiéis” de deter o monopólio

da verdade, e pior será sua cegueira.

Para que cada indivíduo ou grupo ao menos comece a compreender a grande Luz de

Cristo, deve primeiro acreditar que Ela existe, pois foi o próprio Senhor quem assim afirmou. Se

pensar no que já viveu, o homem se recordará de vislumbres de inspiração, palpites corretos ou

experiências divinas que ajudarão a expandir a pequena centelha de fé, até ela se tornar uma

chama viva de completo conhecimento.

Através do louvor e da gratidão, essa Luz interior pode ser contatada e compreendida. A

rapidez e a plenitude dessa compreensão dependem, até certo ponto, do avanço espiritual do

indivíduo. Quando a Luz for contatada e sentida no interior do ser, crescerá de acordo com o

amor e atenção que lhe forem dedicados. Ame-a como amaria e cuidaria de uma criança, visando

seu desenvolvimento sadio. Quanto mais ciente estiver o indivíduo da divina Luz, mais

rapidamente ela se manifestará, até que todas as promessas de Cristo sejam cumpridas. E nesse

momento, saberá o indivíduo que “O Reino do Céu está em seu interior.” Aprenderá que “O

Reino de Deus não consiste em palavras, mas em virtude.”



À medida que o homem desenvolve o contato com a Luz de Cristo, no interior de sua

alma, percebe que ele próprio fora o sepulcro que a aprisionara. Seu coração duro era a pedra que

selava a tumba da Luz de Cristo, até então rejeitada em sua vida. Perceberá não sem remorso, que

todo ato estridente do pequeno “self” mortal crucificava e recrucificava a Luz de Cristo.

E quando essa Luz é reverenciada, aceita e concretizada, o homem desfruta os próprios

poderes e a realidade da divina ressurreição de Cristo — e não precisa morrer.

Essa Luz de Cristo, manifestada até preencher toda célula e fibra do homem, é o dom da

própria vida. “Cristo é Vida” e Sua Luz é a vida de cada indivíduo. Ao aceitar a Luz no íntimo de

seu ser, o homem automaticamente aceita os poderes de Cristo e o caminho da redenção que Ele,

tão generosamente, ofereceu ao mundo. Essa divina Luz de Cristo contém todos os poderes que

Cristo revelou e ofereceu à terra. Contém os poderes da renovação e da ressurreição. Elimina o

que há de velho no indivíduo. As células e os tecidos desgastados são removidos ou reanimados,

ganhando vida nova. Essa é a ressurreição para uma nova fase de existência Espiritual, em que

“ninguém precisa morrer.”

“A ti é concedido o aval dos céus; o Consolador; a paz da glória imortal; a verdade de

todas as coisas; aquela que sabe todas as coisas; aquela que anima todas as coisas, e dá a todas as

coisas a vida, e tem poder; segundo a sabedoria, misericórdia, verdade, justiça e julgamento.”

Esses são os poderes sagrados contidos na divina Luz de Cristo, que permanece um fator

de rejeição na vida do homem. O poder de “animar e dar vida” é o poder de ressurreição, ou de

renovação de todas as células do corpo — e da mente. Segundo a grande sabedoria e

misericórdia, a verdade, a justiça e o julgamento do Pai Todo-Poderoso, a Luz de Cristo, que

contém todas as grandes dádivas, foi concedida ao homem. Nenhum indivíduo vem a este mundo

sem a graça da Luz de Cristo ou a dádiva desses poderes supremos, incompreensíveis. Todos os

poderes divinos de Deus permanecem dormentes na semente da divina Luz de Cristo, sepultada e

rejeitada no centro da alma humana. É verdade que “tudo o que é do pai, é também vosso.”

O homem permanece condenado e ainda não foi redimido de seus erros, fraquezas e

pecados mortais, simplesmente porque rejeitou a grande Luz de Cristo. Essa Luz contém todas as

dádivas, bênçãos e poderes prometidos ao ser humano. Todas as dádivas e poderes serão

livremente usados pelo homem, assim que ele aceitar a grande Luz de Cristo, que os contém.

Entre os dotes divinos da Luz, está a paz. Essa dádiva foi dada ao homem quando do

nascimento de Seu Amado Filho, Jesus Cristo. Ela pertence totalmente àquele que aceitar o

Filho, o Príncipe da Paz. E, no entanto, desde o princípio, as nações cristãs lutam entrem si; as

igrejas alegadamente cristãs competem; e os homens cristãos se engajam em lutas pessoais,

querendo cada qual passar à frente do outro. O mundo grita: “Paz! Paz!” Mas ela não existe.

A dádiva da paz está contida na grande Luz de Cristo e, enquanto a Luz for rejeitada na

vida do homem, não haverá paz sobre a terra.

Ninguém pode manifestar a divina e gloriosa Luz de Cristo sem receber a “paz que traz a

compreensão.” Essa paz transcende o pensamento. É um dom da alma e uma realidade divina

para todo aquele que a possuir. É essa grande dádiva da paz que confere ao homem o poder de

caminhar majestoso, ainda que a cruz o aguarde. É a magnificência que permite “caminhar com

Deus”, e realmente conhecê-lo. Na Luz de Cristo estão a paz e os poderes que a ela pertencem, e

todos os dons e poderes do Senhor, inclusive o poder de conhecer Deus. Aqueles que aceitarem a

Luz e a manifestarem em suas vidas caminharão dentro dela, e suas mãos estarão cheias com os

poderes inefáveis por Ele prometidos.

O pecado e a escuridão, quaisquer que sejam as formas assumidas, estejam eles na

estrada dos erros ou na prática da auto-idolatria, são exatamente a mesma coisa. Ambos são

causados pela rejeição da Luz de Cristo, concedida a todo homem da terra. Sim, foi a rejeição

dessa Luz que gerou a idolatria de credos e os crimes dos homens.

A divina Luz de Cristo é contatada e manifestada rapidamente, sempre que o maior de

todos os mandamentos for cumprido.



Quando o amor flui através do grande centro do coração, no interior do ser, a Luz de

Cristo é liberada em glória vibrante, preenchendo-o com o dom da vida eterna.

Quando um homem é capaz de amar com toda a alma, a Luz flui do centro de vida

interno até o centro vital de toda célula do corpo físico mortal, afetando-o no processo. Nessa

liberação ou desenvolvimento do amor, a grande Luz se manifesta. E ela é a “Vida eterna”

prometida a todos os que acreditarem.

Quando o indivíduo ama com todo o pensamento, ou mente, o selo da cegueira é

removido e ele recebe o dom de compreender todas as coisas, “pois será inundado de Luz, e

compreenderá todas as coisas, mesmo Deus.” Sim, compreenderá as coisas até então

desconhecidas, as questões do espírito, que contém as realidades de tudo o que existe. Com a

chegada da Luz, as trevas e os pecados, com seus inerentes males, são superados. O medo e a

negação são eliminados. As alegrias e glórias de Deus aumentam em uma nova e pulsante

vibração de vida eterna. A vida do indivíduo literalmente atinge um nível superior de vibração, a

partir do momento em que ele abre a mente para acreditar e inicia sua busca. E aquele que

recebe a vibração da Luz, torna-se vibrante também.

Ande entre as multidões de seres humanos falsamente estimulados a estágios de

animação, e observe como a deterioração, que não vibra nem tem vida, acompanha a trajetória

deles até a morte. Tais pessoais podem ser boas e bem intencionadas, mas se não começarem a

exercer sua força para enviar amor, não vibrarão. Elas vivem sem a menor consciência da glória e

dos poderes que lhes foram conferidos. São aquelas a quem Cristo se referia quando disse:

“Deixa aos mortos sepultar os seus mortos.” [Mat., 8:22] Esses seres caminham para a morte, que

já se manifesta em seus corpos decadentes e pensamentos obtusos, na falta de glória melodiosa e

na escuridão de suas vidas insípidas.

Se você passar horas e horas entre as multidões, procurando por vibrações de alegria,

talvez encontre um ou dois indivíduos com algo que chame a atenção e gere admiração nos

outros.

A espontânea juventude possui mais desse dom que a população adulta, pois os jovens

ainda não começaram a caminhar de mãos dadas com a morte. A juventude é a expressão da vida.

E quando um jovem brilha de puro amor, é notado por todos.

“O mundo ama quem ama!” As pessoas que amam, vivem na vibração superior da luz.

Emanam e irradiam amor, e o mundo aprecia o contato com elas, pois exalam uma fragrância

revigorante. Esse amor, quando legítimo, não deve morrer. Aqueles que conseguem mantê-lo

vivo caminham em um mundo belo. Para tais indivíduos seria fácil dar um passo a mais e

envolver o próprio mundo de amor — e estendê-lo até Deus, recebendo a realização divina de

todo poder e glória. Os grandes amores da terra são apenas a porta de Deus para os eternos

poderes do céu, contido em um Amor Maior.

Os homens sem amor de espécie alguma carregam o feio manto da morte. Estão sempre

vestidos com ele. Vá aos pontos e terminais de ônibus, aos escuros armazéns e outros lugares

onde seres humanos se aglomeram, e perceba como a mão da morte repousa sobre os ombros

desses infelizes. E então, localize aquele entre cem ou mil que tem asas nos pés, que canta com o

coração, e cujos olhos brilham expressando, sem saber, a vibração da vida. Pergunte a si mesmo,

examinando a própria alma: “O que este indivíduo tem, que falta nos outros?” Ele não pode

dizer-lhe porque provavelmente não sabe.. Mas fique certo de que um indivíduo assim está mais

próximo da Luz que o resto da multidão. Talvez não saiba como ou por quê. Se soubesse, poderia

facilmente ascender à alta vibração de vida eterna.

Aquele que começa a amar com toda a força do coração, da alma e da mente é elevado a

uma vibração superior. Para ele, é tão natural estar vivo e vibrante, como é natural para a flor ter

cores lindas e uma perfumada essência. O dom do amor divino contém a grande Luz de Cristo —

o dom da vida eterna. E, à medida que a Luz de Cristo é liberada, também são liberados os

poderes da ressurreição.



Está chegando o dia em que terminarão todas as lágrimas e tristezas, e isso acontecerá

através da aceitação da divina Luz de Cristo. Será o dia em que todos poderão “discernir entre o

justo e o injusto”, ou entre aquele que desenvolveu a Luz e o que não a desenvolveu. É o dia em

que “nenhum homem terá desculpa.” Até então, havia a desculpa da falta de conhecimento.

Agora a situação é diferente, pois a grande Luz de Cristo está sendo libertada no interior de cada

homem.

“Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no

vosso espírito.” (I Cor., 6:20)

O poder de fé é convertido em conhecimento quando a Luz de Cristo dissolve o selo da

mente, curando a cegueira. O primeiro raio dessa Luz liberada produz o dom da visão interior, à

medida que a mente se abre. E com o aumento da potência da Luz, a fé se transforma em saber.

Aqueles que não acreditam em nada além do que for captado pelos cinco sentidos, são ao

mesmo tempo mental e espiritualmente cegos. E essa cegueira é mais real e trágica que qualquer

problema visual físico. Mas toda a cegueira pode ser curada, quando a Luz de Cristo se torna a

realidade mais gloriosa na vida do homem, que passa a compreendê-la e manifestá-la em sua

vida.

Todas as coisas existentes são medidas pela vibração, nos reinos superiores. As

vibrações são o próprio pulso da vida. Tudo se manifesta através de vibração. Tal regra se aplica

também ao plano físico, mas poucas pessoas a percebem. O odor, por exemplo, é simplesmente

uma vibração de energia registrada pelo sentido do olfato. Tanto o perfume de uma deliciosa

fragrância quanto o fedor de substâncias putrefatas são vibrações de energia que afetam as

narinas. O dom da visão é o poder de receber vibrações de objetos, que são transmitidas em

ondas de energia luminosa através dos olhos para a mente. A audição é a capacidade de receber

as vibrações de movimentos e ações físicas, registradas nos ouvidos. Os cinco sentidos são os

equipamentos físicos que nos permitem receber o conhecimento através das vibrações. No reino

superior, a vibração é entendida como uma grande realidade, pois é energia em movimento, a

própria força da vida.

Tudo é medido por vibrações, nos reinos superiores. Cada pessoa traz em si a revelação

completa daquilo que realmente é. Tudo o que ela é, foi ou deseja ser é registrado em vibrações

de cor perfeitamente visíveis. Não há escapatória. Nada pode ser escondido. Essas vibrações de

cor também contêm tons de harmonia — ou discórdia. Toda sombra tem a própria expressão de

odor. O lírio do campo não tem um centésimo da beleza, harmonia e deliciosa fragrância de uma

alma que se sobrepujou. Cada indivíduo, investido de luz ou mergulhado nas trevas, de acordo

com a vida que escolheu levar, transmite as vibrações coloridas de seus pensamentos, ações e

reações.

Aqueles que aceitam a Luz de Cristo estão literalmente envoltos de Luz. À medida que a

Luz se manifesta, a escuridão se vai, não deixando o menor traço de erros passados; pois estes

são esquecidos e perdoados pela luz redentora de Cristo.

Atualmente, parece que a única coisa que ocupa a mente do homem é a conquista —

conquista deste ou de outros mundos. Como os homens sabem pouco sobre Deus e Seus poderes,

acalentando tais males em seu íntimo! Deus ainda governa as vidas dos filhos dos homens, e

quando estes só acalentam pensamentos de conquistas externas, só estão se apoderando da

espada que poderá destruí-los. Deus governa também o Universo, e o Seu regime é o amor. Por

isso, registremos aqui que nenhum ser poder viajar de um planeta a outro, exceto em vibrações

de amor e boa vontade. Só assim a viagem interplanetária é possível.

Se os homens desta terra, ainda não redimidos, tivessem permissão de visitar outros

planetas, levando consigo vibrações mortais de conquista, ganância e ódio, só espalhariam nos

outros mundos a chama da destruição. A própria vegetação seria consumida por sua presença e

pelas vibrações discordantes por eles emitidas. Os jardins de glória se tornariam mundos desertos

e tétricos de pura desolação. Foi o que aconteceu com o nosso Paraíso perdido, abusado e



inatingível. Este planeta ainda não foi redimido, embora Cristo tenha vindo e dado a Vida para

salvá-lo. O homem ainda não aceitou Suas dádivas.

Somente com a aceitação e o desenvolvimento da Divina Luz de Cristo, a terra — e o

homem — serão salvos e redimidos. Quando aquela Luz já não for um fator de rejeição e seus

dons divinos forem aceitos pela humanidade, este mundo será elevado a uma categoria superior

de existência. Em sua atual condição, a terra é uma das esferas mais baixas e menos desejáveis.

Os habitantes de outros planetas não a quereriam. Há mundos avançados, que já ultrapassaram o

estado de pecado, e os pequenos habitantes da terra seriam imediatamente consumidos pela

glória de tais civilizações, se seus planetas, por algum motivo, se aproximassem.

O homem aguarda, impotente, que Deus desça à terra e traga-lhe a salvação a todo custo.

Nessa passividade, o ser humano escorregou no terreno deslizante do egoísmo, das trevas e do

erro, convencido de que nada podia fazer por si próprio. Forçou-se a acreditar que Cristo já fez

tudo por ele, embora o Filho de Deus tivesse explicado claramente que aquele que o seguisse

teria o poder e a obrigação de fazer as obras que Ele fez. Sem dúvida, é muito mais fácil acreditar

que não se tem responsabilidade alguma, que Cristo faz tudo e remove os grilhões da inércia,

letargia e pecado.

Quando o homem despertar e assumir a Luz de Cristo que lhe foi concedida, terá o poder

dos céus nas mãos — e os poderes não só da redenção, mas também da ressurreição. Primeiro,

será redimido de toda idéia errônea e falsa; depois, dos pecados e fraquezas, males e maus

hábitos; e em seguida, dos problemas físicos, até que todo o seu ser seja ressuscitado em uma

forma de vida glorificada e vibrante.

Nenhuma pessoa nesta terra precisa permanecer doente, aleijada, ou presa à qualquer

outra forma de limitação. Tampouco deve esperar inerte que outro venha e traga a cura. Cada

indivíduo traz dentro de si todos os poderes de cura. No íntimo do ser está a Luz de Cristo, que

contém toda a cura e todo o poder. Só o que o homem tem a fazer é ter fé e deixar a Luz

manifestar-se em sua vida, cada vez mais potente, até que a cura completa da eterna renovação

seja levada ao ponto da ressurreição. Não há mistério. Só aqueles que preferem as trevas não

enxergam a verdade por trás do véu. Os que sussurram em semitons de medo e mistério tentam

esconder a própria ignorância, falta de luz e compreensão sob o manto das sombras.

A divina Luz de Cristo tem muitas funções e propósitos. É o Espírito de pura

inteligência. Sabe todas as coisas; compreende todas as coisas; é dona de todo o poder, e sua

função primária é revelar a verdade. São poucos os que a deixam operar sequer em capacidade

mínima. Quando chega uma nova informação, geralmente é rejeitada porque não estava

previamente incluída no sistema ortodoxo de crenças. Uma mente assim fechada rejeita a Luz de

Cristo. Essa Luz, focalizada em qualquer espécie de informação, revela imediatamente a verdade

ou falsidade do assunto. Esse processo de discernimento consiste em levar a informação ao

“santo dos santos”, o centro da alma, e colocá-la sobre o altar de glória, deixando que os raios da

Luz de Cristo a toque. Nesses raios, o tema será completamente revelado. Esse é o método que

permite ao homem compreender todas as coisas.

Como o homem orgulhoso tem depositado sua confiança “no braço de carne”, ou em

suas vãs opiniões e idéias preconcebidas, ou crenças ortodoxas, a verdade e a Luz de Cristo

continuam sendo fatores de rejeição nas vidas dos filhos dos homens.

Somente através de um contato consciente com a gloriosa Luz de Cristo interior, que

tudo sabe, poderá o homem diferenciar sabiamente entre a verdade e o engano, entre a Luz e a

escuridão.

Ou, como Paulo já advertia: “Prova todas as coisas, e apega-te ao bem.”

Qualquer indivíduo é capaz de distinguir entre a verdade e o engano, desde que se

concentre na divina Luz de Cristo, que lhe foi concedida. Essa Luz é um guia infalível à verdade

e à justiça.



É através da Luz de Cristo que o homem começa a busca pelo “Reino dos Céus e sua

justiça.” Essa Luz leva à verdade total, à plenitude do Pai, assim como o sol envia à terra raios

luminosos, quando não é obscurecido por nuvens nem pela escuridão noturna. No homem, é a

escuridão de sua mente cega, de suas opiniões pessoais, que retardam a Luz.

À medida que for usada para distinguir entre a Verdade e o engano... e ela jamais falha

nesse sentido, desde que a deixem trabalhar..., a Luz de Cristo se manifestará em sua plenitude

de modo mais rápido e perfeito. Revelar a verdade é o primeiro requisito e a lei irrevogável de

sua natureza. A Luz não falha, e nunca deixa de mostrar a Verdade. O homem só precisa abrir o

coração e a alma em humildade e gratidão, rezando pelo toque divino do Esclarecimento. Deve

ser suficientemente humilde para abandonar as idéias e opiniões preconcebidas, voltando-se para

Deus em prece e completa confiança na Luz de poder onisciente. Essa estrada gloriosa é difícil

para o pequeno e orgulhoso “self” mortal. Mas é a glória eterna para aquele que aprende o poder

da Luz.

Da mesma forma, o homem pode recorrer à Luz quando tiver qualquer tipo de problema.

Todas as condições difíceis e situações desesperadoras podem ser resolvidas e curadas pelo

poder da Luz de Cristo.

E assim o ser em cada indivíduo começa a assumir as propriedades da Luz até tomar-se

totalmente dela e “compreender todas as coisas.”

Essa é a “Grande Verdade que libertará o homem” de tudo: idolatria, orgulho e

preconceito, erros e falhas, pecados e fraquezas, pensamentos devastadores de ódio e inveja e

doenças debilitantes. Essa é a grande dádiva de redenção a todo homem que a aceitar. É o poder

da vida eterna e da ressurreição. É o poder através do qual a terra e todos os seres humanos

podem ser salvos e redimidos.

Quando a Luz de Cristo é liberada, o homem “nasce do Espírito”, ou torna-se

espiritualizado. Os grilhões da terra se partem, a mortalidade se converte em imortalidade — e o

indivíduo não precisa morrer.

Capítulo VII

A VELA ACESA NA ALMA

As coisas fracas do mundo virão para derrotar as fortes e poderosas, e que o homem não

seja conselheiro de outro homem, nem confie no braço de carne...

Mas que todo homem possa falar em nome Deus, o Senhor, o Salvador do mundo.

“Que a fé se estenda sobre a Terra...”

Essa grande glória inundará os corações e as almas dos homens, e todos falarão com o

poder do Todo-Poderoso e com um verdadeiro conhecimento que não é apenas emprestado, mas

que se estende para além da crença, e que permanece vivo, se o homem compreender a Luz de

Cristo que foi concedida a todo indivíduo deste mundo. E então, a Luz será aceita e

compreendida por todos, manifestando-se na vida de cada um graças ao conhecimento divino. A

vida de cada homem será gloriosa. Este mundo será redimido, pois “O conhecimento do Senhor

cobrirá a terra, como as águas cobrem o mar.”

Será bem diferente dos dias de hoje, em que milhares de pastores e ministros proclamam

aquilo que jamais viveram e transmitem um conhecimento de terceira mão, que chega em

segunda mão, ou que é simplesmente passado de geração a geração. Hoje em dia, os homens

ainda reportam apenas o que ouviram; raramente alguém viveu uma experiência verdadeira. A

maioria passa adiante o conhecimento e as experiências de outras pessoas. Falam sobre as obras

dos antigos apóstolos, dos fundadores de seus credos, até de Cristo, sem, no entanto, cumprir a

promessa que Ele nos deixou e sem viver as leis superiores que nos revelou.



Quando cada homem tiver o poder de “falar em nome do Senhor”, não mais se ocupará

com obras mortas e decadentes, como as que envergonham a terra hoje em dia. Suas obras serão

vivas e cheias de glória, e ele as realizará com poder, que Cristo designou a todos os que

acreditarem. E esse poder não será uma autoridade usurpada pelo monopólio do mal, que alguns

usam para se exaltar acima do próximo. Será um poder de conhecimento completo, que trará a

cada homem a realização da glória do Nome de Cristo.

Aquele que se torna um idólatra ou um fanático venera uma religião, ou igreja, e não

Deus. Muitos grupos acreditam que são os escolhidos do Senhor. Isolam o resto da humanidade

de sua confraria; mas, na verdade, estão afastando Deus. Os que, por outro lado, amam a Deus e

não uma religião, igreja ou seita, reconhecem Seu divino amor e Sua glória na grande irmandade

dos homens.

Esse magnífico dia prometido, quando a irmandade de toda a raça humana será chamada,

chegará assim que os homens permitirem. Esse dia de glória pertence a todo indivíduo que

despertar para a realidade e ajudá-la a se manifestar.

Esse Novo Dia será estabelecido quando o próprio homem aceitar a glorificada Luz de

Cristo, que lhe foi concedida. À medida que essa Luz for desenvolvida e tornar-se ativa em pleno

poder inefável de total conhecimento, o Reino de Deus residirá sobre a terra, como agora reside

no céu — Sim, a terra será o céu.

Essa divina Luz de Cristo no homem, em sua perfeita manifestação, é o AMOR

completamente glorificado — um amor tão puro, divino, solidário e crístico que pode curar um

mundo. Na presença desse amor, todos os ódios são dissipados, a carne se transforma, e os

pecados são perdoados.

Durante séculos, a igreja católica vem usando o símbolo dessa divina Luz de Cristo, sem,

no entanto, compreendê-lo. Infelizmente, ele se tornou apenas uma representação vazia. Há

muitos séculos, a vela acesa perdeu o verdadeiro significado. Acenda uma vela e deixe sua prece

alcançar os ouvidos do Senhor Deus do céu. Com a vela acesa, a prece torna-se uma essência

viva que chega ao trono do Senhor.

Acenda uma vela diante da árvore de Natal, como um símbolo da Divina Luz de Cristo

interior. Esse é o significado por trás do brilho das velas. Mas sem atenção e o devido

entendimento, a chama acesa não passa de um item decorativo, cujo valor é apenas momentâneo

e material. Acenda uma vela sem saber por que, e ela será um símbolo vazio, enquanto a divina

verdade permanece oculta, esquecida, perdida. Ainda que cem velas decorativas iluminem uma

sala, seu símbolo permanece vazio. Desperte para o significado do símbolo e descubra que você é

a vela através da qual a divina Luz de Cristo brilha — e você mesmo pode se tornar essa Luz.

Saiba também que, para contatar a divina chama interior de glória purificadora, você só

precisa voltar-se para dentro, em completa resignação. Preste reverência a Deus com toda a força

de seu grande e desobstruído coração aberto, tomado de devoção e louvor, e estará não só em

contato, mas em sintonia com Cristo. Os poderes Dele serão seus, pois começará a realizar as

obras que Ele realizou, estendendo a Luz que Dele emana.

Saiba que, à medida que a chama da Luz de Cristo se torna uma glória viva de realidade

sobre o altar de sua alma, todos os pedidos são imediatamente levados através dessa essência

luminosa até o próprio trono de Deus. Assim, suas preces tornam-se as preces do “Santo, que

sobe aos céus como incenso diante do altar do Senhor.”

Você é a vela de glória eterna! Mas talvez sua chama tenha permanecido apagada a vida

toda. Cristo é a Luz que glorifica a vida do homem. Deixe essa Luz se manifestar a partir de seu

íntimo! Deixe-a iluminar um mundo! Sim! Acenda a vela e sinta a chama do altar do fogo divino

derreter os selos em seu interior! Observe como o brilho se expande, e novas paisagens de eterna

glória se descortinam diante de seus olhos! Com a chama ardendo, sinta a glória que limpa e

purifica! Veja como ela dissolve as sombras de séculos! Através dessas revelações inefáveis,



compreenda todas as coisas! Compreenda a grande Verdade, não sendo mais mortal e

caminhando com Deus.

Se a vela permanecer acesa graças à sua fé, enchendo-o de glória eterna, você se tornará

a própria Luz, pois estará unido a ela — e ela a você. Você é o veículo através do qual a Luz se

expande. É o castiçal. Através de você, a Luz de manifestará para o mundo. Você é o

tabernáculo, o templo de Deus. Através de seu ser, a chama brilha e se alastra, iluminando,

abençoando e redimindo um mundo.

Toda vela acesa em uma catedral ou ao lado de uma árvore de Natal, toda bela luz no

mundo é um símbolo da divina Luz de Cristo, que espera para ser liberada em sua alma.

Portanto, sempre que se maravilhar diante de lindos arranjos luminosos, saiba que eles

representam aquilo que você deve ser — e que realmente é.

Acenda uma vela na alma e jamais terá de subir por outro caminho até o reino das

vibrações superiores. Acenda uma vela na alma, em vez de em uma igreja. Acenda a chama do

altar interior, com amor, gratidão e louvor a Deus, e sinta a glória de Seu poder fluindo através

de você no êxtase de uma realidade eterna e divina.

Se enviar a Ele somente amor, com toda a sua força, esta aumentará, pois o uso e a

prática a aperfeiçoam. Com o uso constante, o amor e a força crescem, envolvendo a terra com

um poder de cura glorioso, e trazendo-lhe a paz celestial, o poder infinito de uma beleza

indescritível.

Ame e ore com toda a energia do coração, e suas preces se tornarão mais poderosas que

as tempestades, e mais dinâmicas que o estrondo de muitas bombas. Elas conterão o poder de

envolver a terra e mantê-la segura. Seu amor será exaltado e aumentará mil vezes. Através da

vibração de suas preces de amor, as hostes celestiais se movimentarão para expulsar as forças das

trevas. Um amor assim, tão altruísta, cresce e vibra por todo o Universo, tocando novas melodias

nas próprias estrelas. Sim, você é capaz de tudo isso, e será seu privilégio divino cumprir tal

probidade. O poder de suas preces afastará as trevas. Reze com a mesma freqüência com que

respira, e torne-se a própria essência glorificada, o poder e a luz de cada prece. De acordo com

sua fé e o poder de suas preces, os céus se abrirão e você será mais forte. Seus poderes se

multiplicarão.

Amor, gratidão e louvor a Deus são as chaves de todo o poder e realização, as vibrações

vivas da Luz de Cristo liberadas em seu interior. Sim, “Aquele que for grato por tudo o que

receber se tornará glorioso; e as coisas deste mundo lhe serão dadas e multiplicadas por cem, e

mais!”

Quando a gratidão cresce no amor, melhora em volume e qualidade. E nas vibrações de

louvor e gratidão emitidas pelo homem, a Luz de Cristo pode ser liberada para curar e redimir um

mundo.

Se você tiver apenas uma casca de pão, e agradecer a Deus por isso, ela se converterá em

um filão inteiro, ou algo equivalente, pois essa é a lei da multiplicação, ou do crescimento.

Enquanto for grato, não subestimando a importância das bênçãos recebidas, elas se multiplicarão.

Ao pão será acrescentada a manteiga. A atitude de amar, louvar e agradecer a Deus por Suas

bênçãos abre as portas dos céus e o processo de multiplicação aumenta, assim como o óleo da

viúva. Enviando a Deus amor e graças por cada dádiva acrescentada, o suprimento jamais se

esgotará. Essa é a lei — Sua lei de abundância. E é direito do homem usá-la. É o poder inefável.

Se o agricultor planta dez grãos de milho, colhe mil. Se plantar esses mil grãos, colherá

cem mil, e assim por diante. É o que acontece a cada reverência e agradecimento do homem por

algo recebido. “Aquele que for grato por tudo o que receber se tornará glorioso; e as coisas deste

mundo lhe serão dadas e multiplicadas por cem, e mais!”

Qualquer pessoa que agradecer a Deus continuamente, obterá, através do divino dom da

apreciação interna, o poder de fechar as portas para o medo, a necessidade e a escuridão. Na



gratidão, as necessidades são supridas, a autopiedade é banida para as “Regiões Inferiores” de

onde não devia ter saído.

Quando tais coisas forem superadas, o homem se tornará glorioso. Toda vibração por ele

emanada será de luz, pois ele terá recebido e desenvolvido o poder de superar as trevas; e tal

poder se estenderá além de sua vida, seguindo um caminho de cura universal. Isso não é um

conto infantil do tipo “Poliana”. É uma lei de Deus, e seus resultados são reais e eternos. É uma

lei irrevogável, e deve ser cumprida naquele que amar louvar e agradecer a Deus. Essas vibrações

gloriosas, liberadas do coração humano, contêm poder indescritível e Luz inefável. São vibrações

de glória e Luz eternas, liberadas primeiramente através do corpo daquele que as envia. A partir

dali, prosseguem envolvendo os seres por ele amados e, finalmente, o mundo e o universo.

Se você deseja superar a medíocre mortalidade e tornar-se glorioso, viva a lei simples de

“agradecer por tudo”, louvando ao Senhor, que lhe dá todas as coisas para o seu bem. Nunca

pense no que lhe falta e nas coisas erradas em sua vida. Veja a casca de pão como uma bênção de

Deus, e agradeça por ela. Louve e abençoe tudo o que tiver, e as coisas começarão a se

multiplicar. Essa é a eterna lei do fornecimento espiritual e da multiplicação.

Foi à lei usada pela viúva para aumentar o óleo de sua pequena lâmpada. Foi também a

lei que Cristo usou para alimentar a multidão. A lei é sua. Só o que tem a fazer é crescer nela.

Primeiro, aprenda a multiplicar o seu parco suprimento de bênçãos, para que elas sejam

suficientes para cobrir suas necessidades. Abençoe a agradeça por tudo.

Uma vez supridas as necessidades básicas, quando você aprender a aplicar a lei, converta

a falta e a pobreza em bênçãos de abundância, úteis para suprir novas necessidades, caso surjam.

Com essa lei divina sob seu comando, você não precisará ajuntar “tesouros na terra, onde a traça

e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.” [Mat., 6:21] Ajuntará, isso

sim, tesouros no céu, que são os grandes poderes espirituais de conhecimento e compreensão,

através dos quais “todas as coisas serão acrescentadas.”

Essa lei pode e deve ser constantemente usada. O homem não mais subestimará bênção

alguma, nem será um indivíduo medíocre, pois as vibrações de glórias estarão despertas em seu

ser, e a Luz de Cristo brilhará. Quando a música de gratidão e amor tornar-se parte de sua vida, o

mesmo acontecerá com as bênçãos e os poderes, que se multiplicarão cem vezes para cumprir a

lei.

Essa gratidão deve ser mais do que apenas um punhado de palavras, pois palavras não

passam de símbolos vazios, sem poder algum, enviados sem a chama interna do coração. A

gratidão deve ser liberada do próprio centro do coração e da alma — o centro crístico, tornando-

se uma vibração melodiosa de poder eterno. Essa vibração, enviada em amor e louvor, é a que

contém Seu Nome Inefável — o Nome do Todo-Poderoso! Acredite nesse Nome — e use-o! Essa

grande, divina vibração contém a Luz de Cristo, liberada e desperta na alma do homem. Ela é a

Luz. É a glória eterna, o poder e a Luz redentora de todo homem que não a rejeitar.

Capítulo VIII

VIBRAÇÃO

Muitos morrem e nunca vão para o “outro lado”. Há o “outro lado” e “este lado” do Rio

da Vida. O Rio da Vida é o ponto de demarcação para os Reinos Superiores. Os seres marcados

pelo pecado e mergulhados nas trevas não conseguem atravessar o Rio sagrado. Ficam aqui,

próximos à terra, acrescentando sua malignidade a um mundo já carregado. Eles habitam os

baixos planos de iniqüidade, alimentando-se do mal e dos apetites carnais da humanidade

degenerada. Em meio ao desespero provocado por suas falhas, e ainda apegados ao desejo carnal,

eles incentivam a humanidade a pecar, como pecaram em vida — e ainda pecam. Seus erros são



gratificados nas transgressões do homem. Tais seres tentam forçar o homem ao mesmo grau de

deflagração em que se encontram; e muitos são os que cedem às suas sugestões sutis.

“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados,

contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da

maldade, nos lugares celestiais.” (Ef., 6:12)

Aqueles que mantêm o mínimo grau de bondade atravessam o grande Rio da Vida, e são

encaminhados aos reinos de progresso, onde estudam e se recondicionam. Freqüentemente, tais

seres têm muito mais a desaprender do que a aprender.

Todo aquele que foi superado pelos pecados da carne e, conseqüentemente, pela morte,

tem muito a aprender e a desaprender, independente de quem tenha sido na terra e de que

honrarias tenham acumulado. Quem morre, morre “em pecado”. Não se sobrepujou em estado

carnal.

É na carne que reside a maior oportunidade de toda a existência. É na carne, que é o

receptáculo divino de Deus, que todos os males podem ser permanentemente conquistados. É na

carne que o homem se coloca na linha de frente da grande batalha entre as forças da Luz e das

trevas. Toda vitória de um indivíduo nesta vida é para o benefício de todos. E a cada grau

vitorioso de superação, chegam às recompensas eternas e as glórias indescritíveis.

As tentações de um homem não pertencem só a ele. Elas são também as tentações de

todos os que cederam ou foram por elas superados. As vitórias de um indivíduo representam uma

libertação triunfante para todos os que atravessaram o portal da morte, embora a grande

recompensa venha para aquele que se sobrepujou, pois é o “co-herdeiro” ao lado de Cristo. Essa

é a dádiva que Ele entregou ao mundo: a força de Sua superação. Sobre tal informação haveria

muito mais o que se falar, mas esta obra não contém espaço suficiente.

Esta vida é o tempo e o espaço para a superação. Muitos indivíduos que se consideravam

perfeitos enfrentam a maior dificuldade para se reajustar. Seus pecados podem ter sido de

omissão, e não de ação. Talvez não tenham quebrado nenhuma das grandes leis, mas falharam

completamente no cumprimento das leis superiores. Talvez jamais tenham sentido compaixão,

enviado amor ou perdoado o próximo. Em omissão, fecharam os olhos às necessidades de seus

irmãos.

Ódio, fanatismo, presunção e todos os demais traços malignos e egoístas ficam

impregnados nas próprias fibras da alma e são difíceis de remover. Todos os traços e fraquezas

físicas, acumulados na vida terrena, permanecem na alma migrante. Porém, a menor intenção de

fazer o bem e ser bom acelera o progresso, tornando-o mais agradável.

A morte é um meio de correção, como foi explicado no livro anterior, Templo de Deus. É

um lento processo de reformação que deve ocorrer gradualmente, à medida que o indivíduo

estiver disposto a absorver os ensinamentos superiores e a Luz Maior. Cada homem é o

termômetro de si mesmo, assim como o foi na terra. O livre arbítrio continua sendo o fator

decisivo.

Aqueles que morrem como mártires, ou aqueles que sacrificam a própria vida, como a

maioria dos soldados, geralmente estão preparados para transcender vários graus de

desenvolvimento.

Já os que cometem suicídio foram totalmente conquistados pelos poderes das trevas, e

sua posição é trágica. É muito difícil para tais seres progredirem além dos padrões de

pensamento que tinham durante sua existência na terra.

Ninguém aguarda a alma migrante às portas da morte para conduzi-la a um determinado

reino, ou local de confinamento; ou para elevá-la à glória, como muitas pessoas imaginam. É

inteiramente uma condição de livre arbítrio e preparação. Cada ser procura automaticamente o

próprio nível. Aqueles que estão completamente mergulhados em pecado e escuridão migram

conforme seu nível e grau de merecimento. Entram nas mesmas vibrações e estados que

deixaram para trás; ou, melhor, carregam consigo a mesma condição na qual que viviam na terra.



São incapazes de vislumbrar a luz ou discernir em qualquer medida os reinos superiores. Cada

indivíduo busca, ainda com mais afinco que no plano físico, a própria espécie e nível.

Todo traço egoísta da humanidade carrega as próprias vibrações, claramente percebidas

no reino do espírito, por cores. Essas cores e vibrações não são vistas pelo mortal porque os

olhos físicos ainda não se acostumaram a elas. Há também vibrações sonoras que os ouvidos

humanos não captam. O homem não ouve, por exemplo, certos assobios para chamar cães. Da

mesma forma, os olhos humanos não enxergam determinadas cores. Todo traço, bom ou mau, é

registrado como vibração colorida na aura do indivíduo, perfeitamente visível para aqueles que

estão devidamente condicionados.

Todo sinal maligno é aparente. Egoísmo, orgulho, desonestidade, ciúme, ódio e injustiça

são claramente perceptíveis. Aqueles que só expressam suas ganâncias e apetites encontram-se

mergulhados nas trevas.

Muitas pessoas se perdem em meio a vibrações mistas de luz e escuridão, que, até serem

separadas, criam um efeito neutro ou indefinido, sem personalidade ou poder. Essas são as

pessoas mencionadas no Livro do Apocalipse; aquelas pobres almas que, não sendo frias nem

quentes, tornam-se indesejáveis. Não se encontram mergulhadas nas trevas, mas a luz que

carregam é deflagrada ao ponto de ser desagradável. E todos os que passam pela porta da morte

carregam certo nível de escuridão e deflagração.

Cristo é o Único que percorreu a estrada da morte, totalmente livre das sombras. Ele se

investiu totalmente de todas as vibrações gloriosas de superação triunfante. A morte não podia

tocá-lo. Cristo desceu para, depois, subir. Isso não significa que Ele transgrediu e pecou. Cristo

conheceu a morte, sem culpa e purificado, entrando no terreno abaixo de todas as coisas para

abrir as portas do reino das sombras e liberar os prisioneiros. (v. I S. Ped., 4:6)

“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para

levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito: No qual

também foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a

longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé...” (I S.Ped., 3:18-20)

A prisão mencionada era a escuridão vibrante e dominadora que cada indivíduo levava

consigo e que literalmente o escravizava. Cristo, através de Sua divina superação dos pecados,

teve o poder de libertar os transgressores de suas próprias vibrações, trazendo-se à luz. E todo

aquele que supera os pecados auxilia o irmão que ainda se encontra envolto pelas trevas de seus

atos ou omissões.

Tendo superado todas as coisas, Cristo não precisaria morrer; mas para redimir um

mundo e os homens que viveram antes de Sua vinda, desejou sacrificar a própria vida. Mas

ninguém mais, antes ou depois de Cristo, percorreu a estrada da morte sem levar as vibrações de

seus erros e fraquezas terrenas. Aqueles que superam todas as coisas na carne NÃO MORREM.

A morte não pode tocá-los.

Quando um ser humano atravessa o portal da morte, não deixa nada para trás, exceto o

corpo físico e os bens materiais. Os traços de caráter, os desejos e as falhas, as fraquezas e as

vibrações de pensamento seguem com ele. A morte não muda nem exalta ninguém. Não libera o

homem de si mesmo, ou daquilo que ele realmente é.

Se o mal predomina sobre o bem, as vibrações das trevas deflagram as vibrações e cores

e luz, e o homem mergulha na escuridão.

Se, por outro lado, o bem predomina, as vibrações de Luz podem, até certo ponto, ajudar

a expelir a feia escuridão e as vibrações malignas. É possível que um indivíduo supere a maior

parte dos males em sua vida e leve consigo apenas algumas fraquezas mortais, que a humanidade

subestima. No entanto, foram essas fraquezas que o empurraram pelo caminho da morte. As

pequenas, insípidas vibrações da mera existência mortal tiram um pouco da cor das gloriosas

vibrações espirituais, por mais amenas que sejam.



Cada pessoa produz um registro completo de tudo o que foi ou desejou ser. Não há erros

de julgamento nem condenação. O amor de Deus se estende a todo aquele que desejar ser

glorificado. Os indivíduos que se encontram em total estado de deflagração levam eras para se

libertar das trevas; mas acabam conseguindo. E por mundos sem fim, nunca alcançarão aqueles

que se sobrepujaram em vida.

Quase tão gloriosos e belos quanto os homens que se sobrepujam, ou superam, são os

indivíduos capazes de dar a própria vida pelos amigos. Esse é o amor de Cristo, que tem o poder

de liberar Sua Luz para que o indivíduo seja elevado a reinos superiores e possa rapidamente ser

preparado para a suprema glória. Aquele que sacrifica a vida por causa de um grande amor é

quase tão majestoso quanto ao que supera. A superação vem em primeiro lugar.

O próximo ser glorioso é o que sacrifica a vida em guerra, por um ideal de liberdade para

beneficiar o mundo. O indivíduo que traz no coração o ideal da paz e da liberdade, e que não luta

apenas pelo gosto da vitória ou para liqüidar os inimigos, está preparado para a próxima fase de

progresso.

O homem que realiza a superação nesta vida é o primeiro, e não terá de morrer. O que

sacrifica a vida por um amigo libera o amor de Cristo em seu interior e passa para os reinos

superiores. E o que se sacrifica por um grande ideal de paz para o mundo vem em terceiro lugar,

preparando-se para trilhar o caminho do progresso.

Agora, voltando ao tema da mortalidade e dos pecados, a falta de moral é um dos males

mais corrosivos e prejudiciais. Só é superada pelo crime de assassinato. A imoralidade deixa o

homem no nível vibratório mais baixo possível. Ela se manifesta como uma vibração doentia, de

uma cor opaca e deprimente, que prende o indivíduo a terra, a menos que ele possua muitos

traços positivos que equilibrem sua condição. Mas isso raramente acontece, pois o bem que há

em qualquer um é destruído rapidamente pelas vibrações animais de seus males, que ele próprio

libera.

À medida que o desejo sexual é controlado e dominado, o homem entra em uma vibração

superior e recebe uma cor ou raio de luz majestosa, ainda que não perceba. Esse raio glorioso e

belíssimo é o primeiro sinal da evolução da divindade.

Nenhuma vitória sobre a carne fica sem recompensa. Toda luta tem seus méritos. A

vitória é celebrada com o indivíduo recebendo uma vibração de luz indicando sua superação. E

em cada raio de luz, está contido o poder de avanço que intensifica cada chama de glória.

Esta obra esmiuça tudo o que pode ajudar o homem a compreender e superar todas as

coisas. Muitas das fraquezas humanas foram listadas aqui para que a realidade das vibrações seja

compreendida e o caminho da superação manifeste-se claramente, e que “nenhum homem tenha

desculpa.”

Os temperamentos descontrolados são, na verdade, pensamentos descontrolados e

emoções desenfreadas. Eles revelam a violência dos homens, que cedem a toda vibração maligna

que deles se acerca. Justamente por causa da falta de controle, usam a força de sua energia divina

para fomentar todo tipo de vibração maligna e devastadora.

Todo mal carrega uma cor feia e deprimente, além de vibrações destruidoras; e para cada

traço maligno há não só uma cor definida, mas também um poder que é devastadoramente

negativo. Cada pessoa se encontra literalmente vestida das cores vibratórias de seus padrões de

pensamento, que acabam controlando-lhe a vida. As ações do pensamento contêm as sementes de

todas as condições manifestadas em sua existência mortal. Essas vibrações a acompanham no

caminho para a eternidade. Portanto, uma pessoa se veste de escuridão ou de luz, ou dos tons

indefinidos entre uma e outra, de acordo com sua escolha e livre arbítrio.

Enquanto a descrença carrega um véu de sombras, o poder de acreditar contém um raio

azul penetrante de glória inefável. Esse raio azul é conhecido como “Raio de Cristo”. Não é a

completa Luz de Cristo, mas um de seus raios, e o mais potente. É o raio da certeza, que se

converte em FÉ. À medida que a Luz de Cristo se expande, o raio azul complete e realiza o



poder inefável de realmente SABER. É no desenvolvimento desse raio de luz que Deus se revela

e Cristo se torna conhecido. O raio azul é a força de cura mais reveladora e penetrante em toda a

existência. Ele revela e expõe conhecimento e verdade, de modo que o homem passa a

compreender tudo. Dissipa a ignorância e revela claramente o caminho da superação. E é ao

longo desse raio azul, enviado ao próprio trono de Deus, que a revelação se manifesta. O raio

azul de Cristo é o raio de FÉ que se converte em CONHECIMENTO. É o raio luminoso de cura,

verdade e poder inefável, também conhecido como o raio da fé, por ser o mais nobre na Luz de

Cristo.

Em cada indivíduo, por trás das vestes brancas, está a glória de seus traços desenvolvidos

de uma superação triunfante, que deixou para trás a escuridão. Toda virtude tem a própria cor e

lugar, emitindo vibrações vivas e luminosas. Amor, paz, alegria, gratidão, compaixão,

honestidade, virtude, gentileza fraterna, verdade e autocontrole — cada qual apresenta uma cor

diferente, gloriosa e vibrante. E esses raios tornam-se uma parte real, eterna, do indivíduo que os

põe em uso. Em cada raio, a cor e a vibração são poder e glória. E o homem pode usá-los.

Quando o homem não sucumbe às tentações, encarando a vida com coragem, tentando

sobrepujar-se, a vibração do ouro líquido vivo, o raio dourado da superação torna-se uma

realidade divina. Esse raio se manifesta através do louvor, e tem o poder de dissipar as trevas.

Esse raio dourado está entre os três raios potentes de Cristo.

Se aceitar suas perdas, preocupações e dores, transmutando-as em luz, louvando a Deus

por elas, o homem poderá transformá-las em poder e força, honra e perfeição infinitas. Usando o

raio dourado do louvor, liberará as vibrações de realização e conquistará uma glória indescritível.

Esse é o raio da transmutação, seja das circunstâncias ou do próprio homem.

É impossível expressar em palavras essas altíssimas vibrações de cor do puro espírito,

pois nenhuma língua da terra contém o vocabulário adequado. Os seres que ainda habitam o

plano mortal da existência simplesmente não poderiam compreendê-las. No plano terreno, as

poucas cores que se manifestam, exceto, é claro, os raios diretos do sol, são mortas. Não possuem

poder algum, a menos que sejam como os raios ultravioletas ou infravermelhos, que a ciência

produz artificialmente. O homem, porém, não consegue ver esses raios a olho nu.

As luzes e os raios visíveis ao olho físico humano manifestam-se em um mundo morto.

Nos planos superiores, as vibrações de cor são vivas e eternas, com a essência das forças vitais

fluindo a partir delas em poder eterno. São inteiramente espirituais e muito mais vivas que as

luzes de néon de nossos dias, pálidas em comparação. O raio transmutador deve ser

compreendido e aperfeiçoado para o homem conquistar a vitória final, que é a exaltação do ser

físico em vibrações espirituais superiores e vida eterna.

Para compreender plenamente a glória que tento explicar, conte com a imaginação e use

seu dom divino de ACREDITAR, pois o poder das palavras é completamente inadequado. A

glória emanada daquele que se sobrepuja é indescritível. Só a capacidade de acreditar, que é o

dom da alma de sentir em vez de ver, permite que o homem comece a compreender a Verdade.

Quando despertar na mente e na imaginação o poder de acreditar, você começará a

subida para os reinos da Luz. Lembre-se de que a capacidade de acreditar é o raio azul de

Cristo, aceito desenvolvido e colocado em prática. É o raio revelador que só contém maravilhas

infinitas em sua glória penetrante de poder inefável. O raio penetrante de conhecimento é o dom

da inspiração e revelação. Desenvolvido e expandido, esse raio azul de fé se dirige diretamente

ao trono de Deus, trazendo de volta ao indivíduo revelação e conhecimento. Ele se torna uma

janela aberta para o céu através da quais as bênçãos retornam àquele que o enviou. Assim, todo

raio desenvolvido torna-se um canal de Luz, glória e poder. A revelação é a capacidade de

conhecer e compreender as grandes verdades, antes mesmo de se tornarem aparentes ou serem

comprovadas.

Venha comigo e deixe a Luz de Cristo brilhar a partir de seu interior. Venha e use o

grande raio azul de Seu poder. Sim, venha! E não duvide! A dúvida só promove a deflagração do



grande raio revelador. Ela contém as chaves e os poderes da escuridão eterna, que fica

impregnada no homem.

Com o poder de acreditar desenvolvido, o raio azul de Cristo é tocado, e a fé se

estabelece. “A Fé promete todas as coisas, e cumpre todas as coisas.” E, ao cumprir todas as

coisas, traz conhecimento, ou o poder de SABER plenamente — o poder de CONHECER Deus.

Antes do conhecimento, porém, deve existir a capacidade de acreditar. A crença e a fé

são o óvulo onde a semente do conhecimento amadurece. Ninguém pode conhecer Deus ou saber

das grandes questões espirituais, se não desenvolver o poder de acreditar. Quando a crença é

devidamente cuidada, desenvolve a fé — e a fé, por sua vez, torna-se conhecimento.

Conhecimento é o ponto em que o raio azul de Cristo atinge seu poder máximo.

Aquele que começa a viver as leis de Cristo libera o raio azul na própria vida, e converte

a crença em poder de fé. A fé, madura, transcende e chega ao estágio de sentimento, e se

converte em conhecimento. E saber é FAZER! Por isso, diz-se que “conhecimento é poder.”

Assim cumprem-se as promessas.

Siga a fé, ou o raio azul de Cristo, com toda a glória de poder, e terá conhecimento e o

poder de realizar todas as promessas.

Agora, divaguemos um pouco. Você já deu a mão para alguém que lhe provocasse

arrepios, impelindo-o a lavá-la logo em seguida? Isso às vezes acontece mesmo que a pessoa

tenha acabado de sair do banho; portanto não é de uma sujeira física que você quer se livrar. E,

por outro lado, já esteve na presença de um indivíduo que lhe inspirasse respeito e quase

reverência, sem nenhuma razão aparente? Se já sentiu tais coisas, então é porque foi tocado pelas

vibrações emitidas de outras pessoas, e deve necessariamente acreditar nessa realidade; do

contrário estará negando a própria inteligência.

Comece a usar esses poderes de percepção, desenvolvendo-os em fé, e logo você saberá.

As vibrações de luz são as flâmulas de glória fluindo a partir daqueles que conquistaram

vitórias. São a realidade divina e eterna da existência espiritual.

A partir do momento em que o indivíduo vislumbra as grandes questões relevantes e

começa a usar seu dom divino de livre arbítrio para escolher esse caminho, tem início a sua

ascensão. Ou, mesmo que não as compreenda, mas ao menos deseje superar o mal dentro de si,

estará automaticamente entrando no caminho indicado por Cristo. Mas somente quando

compreender todas as questões relevantes, o indivíduo poderá cumprir todas as coisas na glória

triunfante de completa superação. Para isso, estes livros foram escritos — pois a hora é chegada.

Quando o homem cumprir as leis superiores, as vibrações de luz se tornarão parte

integrante de seu ser. Sua presença terá o poder de dissipar as trevas ao redor, e ele se vestirá de

luz. E essa luz é a essência viva, vibratória, da potência espiritual. Com o estabelecimento

definitivo da luz, o homem não apenas se veste dela, mas torna-se a própria luz.

Toda luz divina que se cumpre gera a recompensa de glória e poder. Todo raio vibratório

de luz glorificada é como uma espada flamejante que corta as névoas e os véus da escuridão,

estendendo-se até o próprio trono de Deus.

Por isso, à medida que o amor se desenvolve, seu oposto — o ódio — é superado e

banido para sempre.

Com o amadurecimento do poder de acreditar, o negro véu da dúvida é rompido e o raio

azul de Cristo, de fé e conhecimento, expandi-se, glorioso.

A paz manifestada na alma humana destrói a confusão, e os conseqüentes erros e males.

A dádiva da paz contém o poder da manifestação perfeita em todas as coisas, a fonte divina do

espírito que deve estar absolutamente plácida para refletir, nos reinos espirituais, os pensamentos

e desejos do homem, sem o menor grau de distorção. Com o ouro líquido do Espírito em perfeita

placidez, através da dádiva da paz interior, o homem purifica e aperfeiçoa em si os poderes da

criação. A grande paz só é alcançada quando aprendemos o significado destas palavras:

“Aquieta-te e saibas que Eu Sou Deus!”



Quando começar a compreender os poderes da Luz de Cristo, que lhe foi concedida, o

homem desejará a Luz mais do que qualquer outra coisa na vida, portanto fará de tudo para que a

vontade de Deus seja cumprida. E a vontade de Deus é que a Luz de Cristo seja aceita e se

manifeste em cada indivíduo, para que este seja glorificado eternamente e use seus poderes

exaltados de divindade. Por isso, só na vontade divina de Deus reside a felicidade, glória, alegria

e perfeição do homem.

E através dos poderes da Luz de Cristo, todas as chaves de progresso e desenvolvimento

são liberadas, inclusive do completo poder de redenção e superação. À medida que a Luz de

Cristo se desenvolve, a crença se converte em fé, assim como um bebê entra na infância,

começando a caminhar. E a fé se transmuta em conhecimento, com a mesma naturalidade que a

criança entra na adolescência. O conhecimento, por sua vez, converte-se em poder, como o

jovem que se torna adulto e assume seu lugar na sociedade.

Chegando a esse estágio de maturidade e progresso espiritual, o homem está pronto para

transcender da mortalidade à imortalidade. Aquele que se sobrepuja transcende o tempo e a

eternidade para entrar nos domínios superiores da glória Celestial, sem o doloroso processo de

aprender e desaprender. Ele alcança o ponto mais alto, aceitando a Luz e unindo-se a Ela. Se

aprender a caminhar com Deus na mortalidade, o homem terá o poder de superar a morte; e, se

atravessar ambos os véus da escuridão e da luz, estará com Deus para sempre. “Ao que vencer

lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com

meu Pai no seu trono.” [Apoc., 3: 20-21]

A morte é o último inimigo a ser superado. Quando o orgulho, o ódio, os apetites carnais,

o medo e toda a escuridão e o mal forem conquistados através da glorificação e manifestação da

Luz de Cristo, a morte será banida.

Cristo revelou desta forma as leis do reino superior e os poderes da superação da morte:

“Aquele que vive as leis, saberá...” Poucos acreditaram plenamente em Seus ensinamentos,

portanto poucos acreditaram Nele. Milhões de pessoas afirmam acreditar em Suas palavras, mas

mostram-se incapazes de provar essa “crença” em atos. Poucos são os que se dispõem a viver a

vida de acordo com os padrões por Ele deixados ou a seguir o caminho por Ele indicado.

VIVER as leis e SABER! Viver Suas leis e tornar-se como Ele, pois “sereis purificado,

como Ele é puro!”

Todo aquele que tenta seguir o caminho de Cristo é beneficiado. Ninguém pode percorrê-

lo sem ser glorificado. E quem seguir aquele caminho, grato por tê-lo encontrado, terá o poder de

cumprir todas as coisas, à medida que o mal se dissipa e as promessas se tornam realidades vivas

de poder eterno, exaltado e inefável.

O caminho Dele é para toda a humanidade. Nenhum ser é excluído, exceto aquele que

excluir a si próprio. O reino de Deus é tão gloriosamente poderoso, que só se compara aos

momentos mais intensos de felicidade experimentados na vida, aumentados e multiplicados por

um milhão, e mais, infinitamente; pois é a completa essência de alegria eterna.

O progresso é eterno. A estagnação é a morte. Aquele que se satisfaz com o ambiente

terreno e as condições de vida medíocre interrompem o próprio progresso — e onde não há

progresso, surge a morte.

Muitos não estão satisfeitos, mas apenas extravasam o descontentamento através de

impulsos violentos e negativos, vociferando contra tudo e julgando os irmãos, emitindo vibrações

de desarmonia. Tais indivíduos são incapazes de enviar vibrações e pensamentos construtivos; e

sua negatividade só contribui para aumentar a confusão reinante no planeta.

Àqueles que aproveitam da insatisfação para encontrar métodos de remediar as

circunstâncias negativas, e apelam para Deus por respostas, serão mostradas as maneiras de

corrigir os erros e purificar as condições.

Cada tom e cor manifestados através da superação acrescentam poder à energia

vibratória.



Os “vidros cor-de-rosa” mencionados poeticamente existem, de fato. O homem enxerga

através de um raio rosa todas as coisas e condições, desde que desenvolva o dom da gratidão, que

se torna uma canção de êxtase e superação triunfante, fortalecido com o uso. Esse glorioso raio

cor-de-rosa tem o poder de transmutar a horrenda cor de sujeira da autopiedade no mais lindo

tom espiritual de uma vitoriosa superação, se o homem for grato por todas as coisas. Esse tom

rosa de vida é capaz de transformar os males existentes em bênçãos multiplicadas. É um dos três

raios de Cristo, e o mais real de todos. Seu poder é inexprimível. Desenvolvido e intensificado,

torna-se a chama viva capaz de aumentar e glorificar todas as coisas e condições. É a vibração

liberada da cruz de Cristo, que transformou o hediondo aspecto da mais ignóbil experiência

vivida no planeta terra em glória inefável e poder eterno e infinito.3

Esse raio, ou vibração, cor-de-rosa, desenvolve-se através do poder da gratidão. À

medida que a alegria e a gratidão amadurecem, a autopiedade e o fracasso são transmutados em

beleza inefável, e aqueles que entram nessa vibração tornam-se verdadeiramente gloriosos!

“Aquele que for grato por tudo o que receber se tornará glorioso; e as coisas deste mundo lhe

serão dadas e multiplicadas por cem, e mais!”

O raio ou a cor da gratidão não é exatamente rosa. Mas os olhos físicos o registram

assim, quando os seres mortais são elevados por um instante em sua glória envolvente. Na

verdade, o tom é mais forte e vívido que o rosa. É um dos três raios de Cristo divinamente

potentes e infinitamente poderosos, contidos em Sua Luz.

Os três raios de Cristo emanam através da grande Luz de Cristo. O raio cor-de-rosa ou

vermelho rubi tem o poder de tornar o homem glorioso. É esse raio vermelho que contém o poder

de multiplicar as bênçãos, pois ele é liberado através da gratidão. Já o louvor e a prontidão para

cumprir a vontade de Deus liberam o raio dourado da superação e da purificação. A crença e a fé

liberam o raio azul de Cristo, divino e penetrante. Esse é o raio que contém as chaves de

revelação e conhecimento, além dos poderes de cura e realização de tudo aquilo que o homem

acredita.

Esses três raios de Cristo contêm todo o poder e a perfeição da completa realização.

Nessas vibrações celestiais vivas estão presentes todas as cores do espectro, além das quais

encontra-se a grande Luz de Cristo de vida concentrada. Quando o homem contata e faz

manifestar a Luz de Cristo, todos os raios vibrantes, glorificados, da vida eterna tornam-se

poderes vivos. Todo raio do espectro e toda cor do arco-íris estão contidos nos três potentes raios

de Cristo. Cada um deles simboliza alguma espécie de virtude e, à medida que os três se

desenvolvem e emanam do indivíduo, tornam-se estradas por onde todas as bênçãos fluem de

volta àquele que os enviou, vindas do próprio trono de Deus. Todos os raios do espectro, que são

as flâmulas de poder e superação, estão contidos na grande Luz Branca de Cristo, bem no interior

do homem.

No momento, é impossível explicar tais conceitos de forma mais clara. Mas os homens

precisam compreender que os três raios divinos de poder infinito, e suas cores correspondentes,

podem se manifestar ao ponto de total poder. Todas as virtudes e poderes, portanto, residem na

Luz de Cristo. Só aqueles que rejeitam a Luz por causa da ignorância ou da deliberada falta de fé

não recebem as grandes dádivas. Na pura Luz branca de Cristo estão os três raios de poder e

glória, com suas respectivas cores de virtudes vibrantes e glória inefável. Por causa da

ignorância, perversidade, indolência e absurda aceitação do mal, a Luz de Cristo tem sido

rejeitada, e a humanidade não tem conhecido suas grandes bênçãos e poderes. A rejeição da

divina Luz de Cristo fez o mundo mergulhar na condenação, não podendo ser redimido enquanto

continuar envolto em trevas.

3 n. do trad.: ela se refere à crucificação de Cristo.



“Desperta! Veste-te dos teus vestidos formosos, ó filha cativa de Sião!” [adaptado de

Isa., 52:1-2]

Toda a realidade dos poderes e leis de Cristo foi deixada para uso do homem. Está na

Luz de Cristo, plantada como uma semente na alma do homem, esperando para ser aceita e

manifestada. Conforme os três raios de Cristo emanam do interior do indivíduo, todas as outras

vibrações harmoniosas coloridas de perfeição e beleza desenvolvem-se automaticamente e

liberam seus poderes celestiais.

Nada é impossível! E todas as coisas possíveis são os resultados das vibrações que as

envolvem, despertando-as. É o poder de Cristo que dá vida a todas as coisas, libera todas as

vibrações de luz e glória e transforma as forças contrastantes negativas em Luz infinita. O poder

e a Luz de Cristo são capazes de espiritualizar e redimir completamente as forças das trevas, ou

transformá-las em luminescência infinita.

O homem se encontra entre essas cores e raios gloriosos de luz viva e as forças opostas, o

mal devastador; cabe a ele decidir pelo bem ou pelo mal. Todo homem tem a capacidade de

equilibrar as cores e superar as forças das trevas. E cada homem se torna as vibrações que

escolher. Se escolher as vibrações superiores, será aclamado. Só aquele que segue a Luz e ama a

Deus com toda a força de seu ser ascende aos céus. Quem rejeita a Luz de Cristo degenera na

escuridão.

Todas as vibrações negativas e seu conseqüente mal podem ser transformados em

vibrações de poder e luz divina, envolta na sempre crescente Luz de Cristo. E para cada cor suja

e repelente, ou vibração distorcida do mal, existe uma cor equivalente espiritualizada, que reside

em Sua Luz.

A humildade é uma flâmula brilhante de poder dinâmica, absolutamente bela. O orgulho

é seu oposto, tanto em cor quanto em vibração. É o mal mais difícil de detectar no plano físico,

embora seja o mais prejudicial. O orgulho inclui a autopromoção e o hábito de falsificar ou

exagerar, e agir com desonestidade. O orgulho é o grande inimigo do verdadeiro amor e da

ternura fraterna. Quer ser amado, mas é incapaz de amar.

Já o amor transmite vibrações de beleza indescritível, que se misturam a todas as outras

vibrações, intensificando e glorificando tudo o que tocam. Quando o amor é aperfeiçoado, a

escuridão e o medo são superados, cedendo lugar às virtudes. Quando o homem cumpre o

primeiro e mais importante mandamento, que é o de amar a Deus com toda a força e inteligência

de seu ser, começa a entrar no ponto de poder divino. Dando um passo adiante, e estendendo o

amor à toda raça humana, o indivíduo adquire a substância de todo o bem e se une aos poderes

Celestiais. Esse amor tem o poder de curar, abençoar e redimir. Toda a escuridão será

conquistada quando a Luz de Cristo for liberada a partir do interior do homem. A vibração

melodiosa de louvor, graças e amor É a Luz de Cristo, irradiando em glória. O perfeito amor

contém também os poderes inefáveis do Todo-Poderoso, com louvor e gratidão expressando-se

em gloriosa melodia. Esse é o grande Novo Cântico, que subirá até o trono de Deus. É a canção

dos justos, que ninguém pode aprender, exceto os que viverem as leis superiores. A justiça e

todos os poderes inerentes são obtidos através da vivência das leis. O indivíduo que assume todas

as vibrações gloriosas da Luz de Cristo torna-se a própria Luz, pois ela se estabelece

definitivamente em seu ser. E perante a Luz, todos os males se dissolvem.

Sim, a questão é simples assim. Desenvolva aquela canção interior de doce gratidão,

amor e louvor. Deixe-a tornar-se o ritmo de sua alma, a pulsação de sua existência, pois nela

nenhum pensamento ou sentimento conflitante poderá perturbá-lo. Quando essas três gloriosas

vibrações de Cristo, intensificadas, encontrarem expressão em sua alma, você terá as chaves da

eternidade na mão. Com essa perfeita vibração de Sua Luz, não é necessário olhar para trás ou

pensar nos males passados, pois eles não mais existirão, e seus efeitos terão sido curados.

Eu o convido a me acompanhar. Entre na vibração de pura Luz e veja as maravilhas

indescritíveis da eternidade. Rasgue o véu das trevas, que na verdade é a escuridão de sua



descrença, e salte sobre o abismo da morte, indo direto para os reinos Celestiais. Nos planos

superiores não há desarmonia, ódio, mal ou escuridão, nem erros, pois essas coisas já estarão

superadas. Quando entrar nas vibrações superiores de vida gloriosa, você será capaz de elevar

todo o mundo.

Todos os bens e poderes que Cristo tinha em mãos quando viveu em estado carnal, foram

deixados na terra para que o homem os usasse. Cristo determinou a trilha, revelou as leis e

mostrou o caminho. E, para não deixar nenhum poder ou dom desperdiçado, Ele concedeu Sua

Luz a todo homem da terra. Deixou também a Sua paz, para os que a desejarem e aceitarem. Na

busca por essa paz, que “está além da compreensão humana”, pois existe nos sentimentos, o

homem descobrirá a grande Luz e Seus poderes inefáveis de realização gloriosa. Cristo deixou o

registro de tudo o que FOI — e AINDA É — e tudo o que o homem pode se tornar. “Pois

convosco estarei até o fim do mundo. Amém.” Ele está com todo indivíduo nascido neste mundo.

E quando os homens não mais rejeitarem Sua Luz, serão redimidos e as vibrações e poderes das

trevas serão eliminados. Os poderes de Cristo só aguardam o momento de ser aceitos.

É por isso que aqueles que rejeitarem a Luz de Cristo serão condenados. Em vez de raios

gloriosos e vivos da Luz, serão os seus opostos de mal e imundície que retornarão àqueles que

transmitirem vibrações negativas.

Um indivíduo nessas condições é atacado por todo pensamento e sentimento negativo

que ele mesmo produz, e essas vibrações degeneram-lhe o próprio ser. Desse mal advêm as

doenças, a velhice, a senilidade — e a morte.

As leis são exatas e infalíveis. Só a Luz de Cristo contém os poderes da redenção e da

exaltação do homem.

(Suplemento do Capítulo VIII)

O ARCO-ÍRIS

A aliança do arco-íris é eterna. O próprio Deus a estabeleceu, colocando-a no céu como

eterno testemunho ao homem de que o mundo jamais seria novamente destruído por um dilúvio.

Há vários tipos de dilúvios e enchentes, além da água. Há enchentes de vicissitudes,

desastres, desapontamentos, dor, provação e tristeza. E o homem é constantemente destruído por

essas enchentes, pois não compreende o significado daquele lindo símbolo no céu, nem cumpre

sua parte da aliança.

Existe uma lenda tão antiga quanto o próprio arco-íris. É contada em todos os países e

entre todos os povos. A história diz que aquele que chegar ao fim do arco-íris encontrará um pote

de ouro. Essa antiga lenda se baseia em uma verdade divina, como é o caso da maioria das

lendas. Com o passar das eras, entretanto, o homem passou a rir da lenda, descartando todos os

contos de fadas e a crença em Papai Noel como superstições infantis. E não percebeu que se

desviou do caminho do poder e da verdade por causa dessa atitude retrógrada e céptica.

A antiga lenda do pote de ouro no fim do arco-íris não pode morrer. É a verdade eterna e

bela do próprio arco-íris. Mas o homem jamais compreendeu a verdade por trás do símbolo.

Embora todo ser humano seja momentaneamente elevado às alturas, cheio de prazer, toda vez

que contempla o arco-íris, não tem consciência de seu verdadeiro significado e não valoriza a

temporária vibração de esperança.

Até os animais sentem o prazer do arco-íris. Há uma alegria secreta e uma voz de paz que

chega à consciência de todo ser vivo confirmando a promessa de Deus. As cores do arco-íris são

um símbolo da radiante Luz de Deus, que flui através de Seus majestosos braços, abraçando o

mundo inteiro. E as almas de todos os seres viventes respondem na mesma vibração.



E agora quero falar sobre a lenda do pote de ouro. Ninguém passa pela vida sem

encontrar, ao menos uma vez, o fim do arco-íris, ainda que não perceba. Se você já andou na

chuva e, de repente, notou o brilho do sol por trás das nuvens, então estava no fim do arco-íris.

Em algum lugar, você se colocou bem no ponto onde o arco-íris termina.

Você ri e diz que a lenda é uma mentira, pois nunca viu pote de ouro algum. Não se deu

conta do fato de estar bem no fim do arco-íris, nem compreendeu a glória da verdade por trás do

símbolo, ou da lenda. O pote de ouro é real. E é o “ouro derretido no fogo.” É ouro puro. E

aquele que o possuir será verdadeiramente rico.

É na interação da chuva com os raios do sol que o arco-íris aparece, e é um símbolo da

eterna aliança entre Deus e o homem. E com esse símbolo vive a lenda de um pote de ouro

contendo a promessa eterna de todas as coisas boas àqueles que quiserem conhecer a verdade.

Quando as tempestades da vida o afogarem de tristeza, dor e calamidade, do tipo que só

pode ser lavada com lágrimas, deixe as lágrimas correr. Assim como a chuva, elas têm o poder de

limpar e purificar, e trazer vida a um solo estéril, seja ele a terra ou o duro coração humano. Dê

boas vindas às lágrimas, se não forem de autopiedade, e erga os olhos para Deus, deixando

transparecer um sorriso por trás das nuvens do desespero. Quando o sorriso de luz se misturar às

lágrimas, diga algo assim, com convicção: “Está tudo bem, agora, Senhor meu Deus! Está tudo

bem! Eu o amo, Senhor! E agora aceito a Sua Vontade e peço que ela seja feita em todas as

coisas! Que esta condição seja glorificado no Senhor! Que seja transmutada em honra e poder! E

glória e graças ao Senhor para todo o sempre! Assim seja, Pai!”

O sorriso deve aparecer através das nuvens de desespero, tão doce e quente quanto a luz

do sol por trás da chuva. Se você disser as palavras acima com plena convicção, terá o poder de

revelar a glória do arco-íris. Estará, nesse instante, irradiando o sublime brilho e todas as cores

das divinas virtudes em seu interior. Estará irradiando a divina Luz de Cristo interior, que

chegará ao próprio trono de Deus, sem delongas ou restrições. No fim desses raios brilhantes está

o centro de sua alma, a Luz de Cristo, o cálice de puro Espírito, o pote de ouro contido no divino

centro da alma. E no pote, que é do Espírito, está a fonte sagrada, ou espelho sagrado, de poder

infinito e realizador. Na superfície cristalina dessa fonte divina de Espírito, você refletirá seus

mais puros desejos e necessidades; e, através do glorioso arco-íris, esses pedidos sagrados

ascenderão ao reino de Deus. É assim que todos os pedidos nobres e divinos se realizarão em sua

vida. A Luz de Cristo interior torna possível a completa manifestação, pois é o próprio Deus que

a executa. Você é o cálice que contém o divino ouro do Espírito, a Luz de Cristo. Você é a

realidade por trás do símbolo. Quando compreender isso, poderá exigir seus direitos ao pote de

ouro, e irradiar as cores do arco-íris em suas virtudes, fazendo cumprir em sua vida a aliança de

Deus.

Esse caldeirão de ouro contém as riquezas divinas de Deus! Ele é a verdadeira riqueza! É

a dádiva de Deus, à medida que Seu poder age e põe fim às enchentes de dificuldades, semeando

abundância e bênçãos infindáveis na vida do ser humano.

Esse ouro divino do Espírito é o meio através do qual toda bênção material desejada é

concedida.

Quando o homem aprende a transmutar a tristeza, expressada por meio de lágrimas, em

um triunfante canção de amor, gratidão e louvor, libera os poderes divinos em seu interior.

Assim, a Luz de Cristo é liberada em sua plenitude e enviada em cores diversas de glória e

virtude ao trono de Deus. Essa é uma aliança que Deus estabeleceu com o homem, e não pode ser

quebrada. Quando o indivíduo envia raios de glória a partir de seu centro crístico, os raios são

recebidos e atendidos imediatamente. Com esses raios de cores vivas, os poderes cósmicos de

Deus partem para a ação e o indivíduo recebe as bênçãos.

Este é verdadeiro significado do arco-íris, que é a aliança de Deus — a aliança entre

Deus e o homem, que Ele estabeleceu séculos atrás. Ela tem perdurado através das eras, e existirá

para sempre. Só depende de o homem beneficiar-se das bênçãos ou deixar-se afogar pelo dilúvio



das adversidades da vida. Mas aquele que aceitar a aliança e cumprir sua parte, não será

molestado por nenhuma espécie de desastre ou calamidade na terra. Tampouco será atingido

pelas circunstâncias, exceto em bênçãos. Aquele que vive segundo a aliança do arco-íris,

caminha com Deus.

Meu caríssimo amigo, se você compreender essas verdades eternas, aprenderá sobre os

poderes infinitos que elas contêm. Não precisará do dilúvio nem das lágrimas para revelar o arco-

íris. Ele é a eterna aliança, e você pode irradiá-lo até o trono de Deus, em todas as vibrações

perfeitas de glória inefável, liberadas de seu interior. Terá acesso completo à divina fonte do

Espírito através da qual, todos os desejos se realizam. A fonte também lhe pertencerá.

Use essas leis corretamente e nada lhe será impossível.

Capítulo IX

OLHOS VOLTADOS PARA A GLÓRIA DE DEUS

E, se voltardes o olhar para minha glória, vossos corpos se encherão de Luz, e não haverá

mais trevas em vós; e o corpo que se enche de Luz compreende todas as coisas.

Por isso, santificai-vos, de modo que vossas mentes se voltem para Deus, e o dia virá em

que podereis vê-lo; pois Ele revelará Seu rosto, e será de Sua maneira, em Seu tempo e segundo a

Sua vontade.

“Lembrai da grande e última promessa que vos fiz; afastai de vós os pensamentos

ociosos e o excesso de riso.” [D & C , 88:67-69; v. “Sois Deuses”]

A maior e mais magnífica promessa de todas é a de que o homem contemplará a face de

Deus. Quando o homem controla e usa corretamente os pensamentos, compreendendo o poder

deles, estes já não são ociosos. Aquele que exerce esse tipo de controle não tem a necessidade de

se ocupar de diversões e passatempos estúpidos, comuns entre os tolos, que se expressam por

meio do riso artificial.

Deus não santifica homem algum. O mandamento é e sempre foi: “Santificai-vos.” Essa

santificação só ocorrerá naqueles que voltarem os olhos para a glória de Deus. Quando o homem

começa a se purificar através do processo correto de pensamento, e desenvolvendo o dom do

amor a ponto de cumprir o primeiro e maior mandamento, seus olhos se voltam para a glória de

Deus, pois ele começa a receber a visão superior do poder e da glória do Senhor, que tudo

envolvem! A glória de Deus está em toda parte! No sol, na lua e nas estrelas! Nas rosas e nas

árvores! Na grama e no orvalho! Na chuva e no esplendor do mar! Na vastidão do céu! No canto

dos pássaros! E nos corações dos homens...!

A terra abre suas asas, e o sol brilha de dia, e a lua brilha à noite, e também as estrelas

brilham, e abrem suas asas em glória, em meio ao poder de Deus.

Com que, pois, devo comparar esses reinos, para que compreendeis?

Pois todos são reinos, e qualquer homem que contemplar o mais ínfimo deles terá visto

Deus, em toda Sua majestade e poder.

Em verdade, vos digo, ele o viu; todavia, Aquele que veio não foi compreendido.

A Luz brilha na escuridão, e a escuridão não a compreende. O dia, porém, virá que

compreendereis o próprio Deus, renascerão Nele e por Ele.

“E então sabereis quem sou, e que sou a verdadeira luz que reside em vós, e que estais

também em mim, do contrário, não haveria abundância!” [D & C, 88:45-50; v. “Sois Deuses”]

O homem tem vivido com os olhos mentais e espirituais completamente fechados. Tem

olhos para ver, “mas não vê.” Subestima tudo, não observa nem aprecia as coisas, passa por tudo

sem alegria ou gratidão; não compreende nem tenta despertar a maravilhosa visão em seu

interior. Ainda não abriu a mente para compreender que, por trás de todas as coisas da criação,



está o divino Criador. A sensação espiritual de deslumbramento e reverência é o “medo do

Senhor” mencionado tão freqüentemente nas escrituras. O antigo termo anglo-saxão “fear”

[medo] significava “deslumbramento”. Para se “deslumbrar”, o homem deve voltar a atenção

para Deus, contemplar Suas maravilhas. E aquele que agir assim, ficará maravilhado e tomado de

inspiração.

O indivíduo que usar seus pensamentos ociosos para concentrar-se nas leis superiores

desenvolverá o poder de compreender e apreciar melhor tudo o que seus olhos vislumbrarem, até

voltá-los totalmente para a glória do Senhor. No início, será um despertar mental, à medida que o

entendimento se abre e se expande, sentindo a maravilha e glória de tudo o que existe. Será uma

visão interior que logo se desenvolverá na plena luz do saber.

Quando começar a compreender o poder e a maravilha da divina Luz de Cristo, o homem

superará todos os pensamentos negativos, que contêm os poderes das trevas, responsáveis pelos

males e infortúnios da raça humana. Eliminando todo pensamento e sentimento negativo, o

homem “estará livre da escuridão.” ... “Não haverá mais trevas em vós; e o corpo que se enche de

Luz compreende todas as coisas.” Inclusive Deus!

A primeira citação diz: “o dia, porém, virá, que compreendereis...” Todas as escrituras,

em qualquer época e local, que mencionam “dia” ou “dias”, estão se referindo às coisas desta

terra. “Dias” é uma medida de tempo. Por outro lado, “o tempo não existe.” Com esta explicação,

compreendemos que a revelação de Seu rosto é algo que deve acontecer nesta vida. Ocorrerá

quando o indivíduo estiver preparado e cumprir as leis. Quando a escritura menciona “dia” ou

“dias”, quer dizer que após a revelação, o homem será capaz de contemplar o rosto de Deus pelo

resto de seus dias. É nesse ponto que o homem recebe “a plenitude de Deus!” Essa plenitude do

Pai é a dádiva eterna, não de um momento ou um dia, mas para sempre; pois é quando o homem

entra em uma dimensão superior.

Quando elimina a escuridão e a negatividade, um processo que intensifica o dom da

apreciação e da alegria, o homem deve ser tomado de luz. Com todos os elementos negativos

eliminados, só resta a grande luz. Nenhum ser pode se tornar um vácuo. Deve estar cheio de luz

ou escuridão, ou de vibrações intermediárias. Uma vez tomado pela luz, não conhecerá mais as

trevas. Essa grande luz é o poder de compreender todas as coisas, e contém a alegria de existir. É

a própria glória e o poder de Deus. Através dessa compreensão, os olhos se voltam para a grande

glória. Já não vêem as trevas, os males da vida e seus conseqüentes poderes de negação. Essa

fase estando completa, o passo seguinte deve ser dado. É quando a última e mais gloriosa

promessa deve ser cumprida: a revelação da face de Deus.

“Pois Ele revelará Seu rosto, e será de Sua maneira, em Seu tempo e segundo a Sua

vontade.” De que outra maneira poderia ser? Uma rosa desabrocha antes da hora? E se isso

acontecesse, ela seria bela? Como seria a grande revelação, se não de Sua maneira? A rosa, com

sua cor e fragrância, não pode ser criada pelo homem. Cada flor, no cumprimento das leis da

criação, deve desabrochar de acordo com o tempo e a vontade do Pai. E o tempo do Pai é o que a

rosa precisa para atingir a plena maturidade.

O mesmo acontece com o pintinho no ovo. O momento certo para a pequena criatura

entrar em outro plano e dimensão é determinado por Deus.

A grande revelação da Face de Deus é para o indivíduo que estiver pronto, e também será

de Sua maneira, e em Seu tempo. Não poderá ocorrer de outra forma. São os modos do Pai que

governam as leis de tão inefável e divina criação. O desenvolvimento vem do interior do ser, até

que a perfeição necessária seja atingida. A rosa não pode desabrochar através de interferências

externas. Ela deve estar pronta e, digamos, disposta, a crescer, assim como o homem. Essa

preparação só pode ocorrer com sua total cooperação e disposição.

Sempre que Deus se revela a um indivíduo, é de acordo com Sua vontade. Esse é o único

modo perfeito. Será sempre a vontade de Deus que fará qualquer coisa se manifestar em plena

beleza e total expressão. E a vontade de Deus é que todos os seus filhos cheguem ao estado de



maturidade e purificação, no qual possam receber a grande revelação. Quando o homem for

perfeito e capaz de receber “a grande e última promessa”, seu destino mortal estará completado.

Essa revelação inefável de Deus contém todos os poderes da eternidade. A morte e todos os

antigos medos serão superados.

Essa sempre foi a vontade de Deus para todo homem que vem a este mundo; portanto,

quando a última promessa for cumprida, será, sem dúvida, de acordo com Sua vontade. Mas

somente quando o homem usar o dom do livre arbítrio corretamente, desperto e cooperativo, a

vontade de Deus será feita em sua vida.

A grande bênção de qualquer lei cumprida é para o indivíduo que a cumpre. Aquele que

adora e venera Deus avança, à medida que as fontes de amor se abrem em seu coração e liberam

o poder e a força vital de Deus em seu íntimo. O homem que cumpre os mandamentos e as leis de

justiça recebe de volta as alegrias do Todo-Poderoso. O que o homem pensa estar fazendo para

Deus, na verdade, faz para si próprio; e ele é o verdadeiro beneficiário.

Deus só precisa da adoração e devoção do homem para redimir e glorificar o próprio

homem. Cada dádiva, raio de luz e devoção é uma estrada pela qual os poderes inefáveis e as

bênçãos retornam àquele que os enviou, multiplicados e glorificados por mil, e mais.

Pois Deus disse: “Eis a minha obra e a minha glória: conceder ao homem imortalidade e

vida eterna.” Mas somente quando o homem estiver disposto a cooperar.

“Jogai vosso pão às águas, e depois de muitos dias, ele voltará a vós.” Jogue seus

pensamentos, seu amor e devoção ao mar universal da vastidão de Deus, e eles retornarão a vocês

carregados de bênçãos. Se está esperando em vão pela “volta do barco”, saiba que enviou o barco

errado ao porto errado. O mar da grande abundância de Deus e o poder de realização de todas as

coisas boas esperam pelo momento em que você despachará o barco ao porto certo, da maneira

especificada. E o barco voltará trazendo-lhe bênçãos e todos os presentes divinos e preciosos,

pois é um prazer para Deus abençoar aqueles que o amam e lhe servem. E esse é o Seu grande

desejo para todos, enquanto prossegue em Seu trabalho de “conceder ao homem imortalidade e

vida eterna.” Esse trabalho inclui a completa redenção e a eterna glória de seus filhos, repletas de

maravilhosos presentes, se voltarem os olhos para a glória do Senhor. Essa condição só é

conseguida em um estado purificado de contínua percepção.

Há pessoas que fazem ameaças a Deus, ou tentam acordos mesquinhos. “Deus, se não me

der isso ou aquilo, nunca mais rezarei!” “Se não me conceder essa graça, nunca mais irei à

igreja!” E daí? Tais pessoas perdem o contato divino com Deus. O homem não pode desafiar

Deus, pois, afastando-se do Senhor e de Sua luz com poderes curativos, ele próprio será

prejudicado. Há ainda indivíduos que rezam assim: “Deus, se me fizer isso ou aquilo, farei tal e

tal pelo Senhor.” Não se pode fazer nada por Deus, pois aquilo que fizermos a Deus, repercutirá

em nós mesmos, e a recompensa será nossa.

Tudo o que acontecer a um indivíduo nesta terra poderá ser convertido em bênçãos, se

ele aceitar os fatos como dádivas de Deus e, humildemente, glorificá-lo e dar-lhe graças. Sim.

Isso inclui as tristezas, vicissitudes, perdas e angústias. Abençoe-as e agradeça a Deus por elas,

transmute-as em poder e bênçãos. Quanto maior for a tristeza, maior será o poder liberado,

transformado em luminescência infinita.

Quando Cristo rogou: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a

minha vontade, mas a tua”, Ele deu as chaves de toda a glória. [Luc., 22:42] Com o amor

liberado, depois Ele proclamou: “No Filho é glorificado o Pai.” Com os olhos voltados para a

glória de Deus, Jesus alcançou a maior vitória possível para Si próprio e — e para Deus — e para

um mundo.

Quando uma pessoa eleva a visão à grande glória de Deus, não precisa rezar “por isso ou

aquilo.” Ela reverenciará e amará com uma devoção capaz de vibrar por todo o Universo, em um

ritmo de poder que fará todas as coisas se cumprir em sua vida. “E todas as coisas vos serão

acrescentadas cem vezes, e mais!” ... “E o homem se tornará glorioso.”



Não tente fazer acordos com Deus, a não ser que sua oferta seja a maior. E se estiver

disposto a dar ao Senhor tudo, sem pensar em acordos, seus ganhos serão incalculáveis.

Glorifique o Senhor com todo o fôlego, e torne-se glorioso. Agradeça-lhe e preste

reverência por aquilo que já possui, e observe como o seu “pouco” logo se desenvolverá em

“muito”. Suas bênçãos aumentarão milagrosamente. Volte os olhos para a glória de Deus,

bloqueando a ação dos elementos negativos como o medo e a escuridão; e estará preparado para

vislumbrar Seu rosto — e receber Sua plenitude e glória.

Ame-o tanto que, qualquer coisa por Ele enviada será um presente raro e precioso. Ame e

adore, louve e agradeça, e as janelas do céu lhe serão abertas, e você será inundado de bênçãos.

“Por isso vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis. E

quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai,

que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas.”

Quando você ama e venera o Senhor, seus pedidos entram em sintonia com a Sua

Vontade, e o Espírito Santo da Promessa lhe é concedido. Se rezar por si próprio ou por outra

pessoa sem convicção, de nada adiantará; se, no entanto, resignar-se na prece à vontade de Deus

e à Sua sabedoria, tudo conseguirá.

Se você rezar pedindo que seu filho seja poupado de alguma coisa, e ele não for, sem

dúvida, deve haver um bom motivo. Talvez Deus, em Seu infinito amor e misericórdia, esteja

salvando a criança de alguma tragédia na adolescência, anos mais tarde. Seus filhos são Dele,

também. Aliás, já eram Dele antes de virem a este mundo. Por que não confiar Nele e deixar que

cuide das questões de vida e morte?

Ou, se em suas preces, você não se resignar à vontade de Deus, pedindo-lhe que poupe

sua mulher ou seu marido, irmã ou irmão, namorado ou qualquer outra pessoa amada, e tal

pessoa for realmente poupada por causa de sua recusa em abandoná-la, a vida dela poderá ser

retirada mais tarde, com sofrimento e angústia muito maiores. Há milhares de exemplos de casos

assim. E a dor que se prolonga será causada pela sua insistência. Na verdade, foi criada por sua

vontade pessoal, sobrepondo-se à vontade de Deus. Não foi um ato de Deus que retardou a morte

da pessoa amada e prolongou seu sofrimento. Tampouco quis Deus puni-la.

É possível, e é a vontade de Deus, que toda dor e sofrimento — e morte — sejam

superados. Mas para alguém superar a morte, deverá primeiro superar a sua causa: o pecado. Isso

não é feito através da auto-afirmação ou da imposição da própria vontade sobre a de Deus. A

morte é superada através da obediência a cada lei bela e divina, e da completa resignação à

vontade de Deus, louvando-o e agradecendo por tudo. Use esse método e você conseguirá elevar

também as pessoas amadas, para que compreendam a Sua glória. Assim, elas também voltarão os

olhos para as Suas alturas e receberão a visão divina e as bênçãos nela contidas.

Até o indivíduo aceitar e viver as leis da criação, e adquirir poder para superar a morte, é

útil compreender que para cada perda, existe uma compensação divina, se ele estiver aberto.

“A ti é concedido o aval dos céus; o Consolador; a paz da glória imortal;” etc. Para cada

tristeza, há um grande consolo e o poder da cura completa. Cada perda e dor contêm os inefáveis

poderes de avanço, progresso, redenção e glória. Todas as coisas superiores são conseguidas

através da superação das coisas pequenas, com amor, louvor e gratidão, e da habilidade

desenvolvida para aceitar todas as condições, já que são a vontade Dele. Nessa atitude, tudo pode

ser exaltado em bênçãos, e as leis superiores são automaticamente cumpridas. É assim que um

indivíduo é exaltado e glorificado.

A Vontade de Deus contém a felicidade suprema e o poder de transmutar todas as

condições malignas. O homem não enxerga isso porque sua visão não se estende além do

presente. Aquele que conseguir elevar a visão à glória de Deus, cujo alcance cobre toda a

eternidade, e aceitar Sua vontade, terá o poder de caminhar com Deus! Não precisará se arrastar e

correr contra o tempo. Entrará em marcha no ritmo da eternidade e se envolverá em glória eterna.



A Vontade de Deus contém toda a glória e o poder das eras. Sua mente conhece a

solução perfeita de todo problema, a cura de todo mal, o alívio da dor, a correção de todos os

erros e o aperfeiçoamento de toda condição imperfeita.

Não é necessário fazer acordos com Deus. Converse com Ele sobre os problemas e peça-

lhe ajuda. Envie amor e gratidão em canções de louvor eterno por um privilégio tão divino — e

todas as coisas convergirão para o seu bem — para a sua glória.

Tantos se perdem no grande vórtice de dificuldades sufocantes, pois lutam contra a vida

e toda condição que surge. Lutam contra os acontecimentos, os homens e a própria vida. Só há

uma que valha a pena: a batalha para subjugar o “self”. Com ele, desaparecem todos os males.

Quando essa idéia for aceita, o homem poderá descansar na maré plácida das águas de Deus,

viajando sobre as ondas, em vez de se afogar nelas. Será levado sem dificuldade para o grande

oceano de Sua abundância, paz e perfeição, e receberá a plenitude de gozo, de que falam as

escrituras.

Não é necessário passar a vida lutando contra a correnteza em um barco recalcitrante,

desperdiçando a vida, sem jamais conseguir a redenção e a glória.

“Aquieta-te! E saibas que Sou Deus!” Aquiete o coração e deixe a cura e consolo do

Senhor fluir. Apazigúe a mente e erga os olhos para a glória do Senhor, pois nela está a redenção;

nela estão a alegria e a perfeição de tudo o que Ele criou. E Suas criações são sempre perfeitas.

Ele só criou beleza, amor, felicidade e eterna alegria. São as interferências do homem, as

condições negativas de desarmonia, o mal e a violência que devastam e destroem. Erga os olhos

para a glória do Senhor e deixe que Sua vontade seja feita em todas as coisas; sua vida será

imbuída de toda a perfeição. Só você e os outros como você podem cumprir a prece: “Seja feita a

Vossa vontade, assim na terra como no céu.”

Pare de “dar murro em ponta de faca!”

Se aprender a venerar e a agradecer a Deus continuamente, logo suas preces serão fortes

e trarão a vontade Dele à sua vida, e você estará preparado para receber uma bênção após outra,

verdade sobre verdade, e glória sobre glória, até chegar o momento de vislumbrar o rosto de

Deus e receber Sua Plenitude.

Envie amor em canções de glória, louvor e gratidão. Fazendo isso, você não precisará

desperdiçar suas forças satisfazendo a própria vontade, obrigando o universo a entrar em sintonia

com sua vida. Você é que entrará em sintonia com o Universo. E, com a grande placidez sob seu

comando, caminhará com Deus. Seus olhos se voltarão para a glória do Senhor. E, conforme a

visão se ajustar à divina glória, Ele lhe revelará Seu rosto. Nesse íntimo entendimento, você

estará verdadeiramente preparado para receber “A Plenitude do Pai!”

Nada pode superar uma glória tão grande, uma meta tão perfeita e uma alegria tão

abrangente, como a conversão da mortalidade em imortalidade — a verdadeira Vida Eterna. Só

assim, pode um homem conhecer Deus, de fato! “Esta é a vida eterna, conhecer-te, o único Deus

verdadeiro e vivo e a Jesus Cristo, por Ti enviado.” Com os olhos voltados para essa glória, todo

homem a verá cumprindo-se em sua vida.

Capítulo X

AS CHAVES DO REINO SUPERIOR

Ao jovem rico que seguia todas as leis do homem e queria saber que mais lhe restava

fazer, Cristo disse: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, e dá-o aos pobres, e terás

um tesouro no céu; e vem, e segue-me.” [Mat.,19:22] Com essas palavras, Cristo indicou o

método pelo qual o homem pode se desapegar de todas as posses materiais. Geralmente, não é o

indivíduo que possui dinheiro e coisas. São as coisas e o dinheiro que o possuem.



Nas palavras inspiradas de São Paulo sobre a Caridade, ele afirma: “Ainda que eu

falasse a língua dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou

como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e

ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade,

nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que

entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.

Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como

o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e

ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade,

nada seria.

“E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que

entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.” [I

Cor., 13:1-3]

Se o jovem rico tivesse seguido a sugestão de Cristo e vendido todas as suas posses para

dar o dinheiro aos pobres, ele só teria cumprido a lei de perfeição se pudesse realmente se

desapegar das coisas e caminhar com Cristo.

Aquele que faz doações veste os pobres e alimenta os famintos, ou realiza qualquer coisa

de que possa se gabar mais tarde, não conquista nada. O homem que se vangloria ou menciona o

bem que tem feito não é um seguidor de Cristo, mas está apenas buscando recompensas. Aquele

que dá deve seguir estas palavras: “Que tua mão esquerda na saiba o que faz a direita; que teus

feitos sejam discretos; e teu Pai, que tudo vê, te recompensará.”

Se um homem der tudo o que possui, inclusive suas grandes fortunas, e viver lembrando-

se do ato, ainda que jamais o mencione a ninguém, estará se apegando mentalmente aos seus

feitos. Um indivíduo assim não deu coisa alguma, pois, mentalmente, ainda possui tudo. Quando

algo é dado, deve ser completamente esquecido.

Há pessoas que doaram fortunas, mas ainda se alimentam da lembrança delas. Sabem

exatamente quanto deram a um ou a outro indivíduo. Ou fazem doações vultosas a instituições e

organizações de caridade, somente para obter reconhecimento. Agindo assim, essas pessoas

perdem a verdadeira recompensa.

Lembrar-se daquilo que foi dado é uma forma de reter as posses alegadamente doadas a

quem passava necessidade. Há ainda pessoas que fazem donativos gigantescos e almejam a

posteridade, sugerindo que lhes façam alguma espécie de memorial. Para eles, os monumentos

terrenos são as únicas recompensas.

Todo ato de gentileza, toda energia dispensada em algum tipo de serviço ao mundo, ou

qualquer obra feita para o próximo, tudo deve ser imediatamente esquecido; do contrário,

permanece com o autor ou dono original.

Se um homem diz à mão esquerda o que a direita fez, pede recompensa por seus atos,

buscando créditos mundanos e apreciação mortal. Essa será sua única recompensa.

Se, por outro lado, prestar seus serviços como se fosse apenas um guardião com

responsabilidade divina e o privilégio de distribuir as dádivas de Deus entre os necessitados, e,

então, voltar a mente e o coração para o caminho de Cristo, tentando manifestar a Sua Luz,

descobrirá que Cristo, na verdade, já aprovou seus préstimos. E sua recompensa será a riqueza do

céu. As riquezas do céu são os poderes inefáveis de Deus, à medida que o homem os compreende

e torna-se poderoso. As parcas contribuições mundanas, ainda que valham milhões, não se

comparam às dádivas e aos poderes imensos e às recompensas divinas.

A recompensa ou crédito pelo bom serviço prestado é imediatamente perdida, quando

este é mencionado. Tais atos e doações só têm valor entre Deus e o indivíduo — e aquele que se



beneficia dos préstimos. A gratidão e a lembrança só devem permanecer vivas no coração do

receptor. O doador deve liberar seu coração. Sua mente não pode ser profanada pela

autopromoção.

Qualquer coisa doada, da qual o doador não consegue se esquecer, não foi doada.

Continua presa à mente do dono original, pois ele, talvez inconscientemente, não para de se

gabar de seu feito, e vive esperando reconhecimento.

Dê sempre que tiver a oportunidade. Compartilhe o pouco que tem, e saiba que é um

privilégio compartilhar. Nenhuma oportunidade perdida se repete. As oportunidades surgem, às

vezes por um instante, e se retiram para sempre.

Talvez você veja o mesmo mendigo todos os dias. Se isso acontecer, alegre-se, pois tem

o raro privilégio de partilhar sua vida mais abundante com ele. Lembre-se de que tudo o que tem

a fazer é dividir um pouco de suas bênçãos com ele. O mendigo precisa viver hoje, e amanhã — e

no dia seguinte, assim como você. Porque se alimentou ontem, não significa que não se

alimentará hoje. O mendigo, também. Esqueça-se do dinheiro que deu ontem, assim como já se

esqueceu das refeições que fez.

Dê, sem pensar em créditos ou recompensas. Pense no privilégio de dividir algo com

Deus, “pois aquilo que fizeres ao menor de meus servos, irmãos, também o farão a mim.” Seja

grato pela oportunidade de provar a Deus que aprecia as dádivas e bênçãos que Ele tão

graciosamente lhe concedeu. Se seu estoque é pequeno, ainda assim abençoe e dê graças a Deus

por ter podido dividir o mínimo, e as bênçãos começarão a se multiplicar. Lembre-se de que vale

muito mais dividir aquele pouco, dar algo de que precisa, do que simplesmente livrar-se de algo

que já não lhe é mais útil para o seu conforto e bem-estar.

E, olhando Jesus, viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro; e viu também

uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas.

“E disse [aos discípulos]: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre

viúva; porque todos aqueles deitaram para as ofertas de Deus, do que lhes sobeja; mas esta, da

sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha.” [Luc., 21:1-4]

Este é um exemplo das grandes e poderosas coisas que encontram expressão através do

coração humano.

As leis que regem o reino superior são ignoradas porque os olhos mortais não se erguem

para vislumbrar sua divina beleza. O homem não tenta vivê-las porque se satisfaz com as leis

inferiores da carne. Aceita as leis da vingança, do “olho por olho, dente por dente”, do egoísmo e

da ganância. Isso porque jamais compreendeu a glória das coisas superiores, nem vislumbrou as

leis sagradas e divinas, em seus poderes inefáveis de perfeição.

“Se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quiser pleitear

contigo, e tirar-te o vestido, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminha uma

milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir (e o pedido pode ser um apelo silencioso. Pode ser a

mão estendida, ou um olhar de súplica daquele que tem fome), e não te desvies daquele que

quiser que lhe emprestes.” [Mat.,4:39-42] (Mesmo que você saiba que a quantia pedida talvez

jamais seja paga, ou que o artigo emprestado nunca seja devolvido, é melhor perder o dinheiro ou

o objeto do que negar o pedido. E também é melhor você ser o perdedor de tais posses do que o

indivíduo que as guardou indevidamente. Abençoe-o, pois ele é cego, e libere de sua mente

aquilo que foi emprestado. Assim, você também estará totalmente livre de seus bens materiais e

de qualquer ressentimento pelas perdas. Envie amor e reverência, e ultrapasse a barreira da

mortalidade.)

“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém,

vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam,

orais pelos que vos maltratam e vos perseguem;

“Para que sejais filhos de vosso Pai que está nos céus.” [Mat., 5:43-45]



Se você acha que é um sinal de fraqueza seguir essas leis, que não se encaixam com os

padrões da terra, é porque nunca realmente as viveu.

Os que vivem essas leis superiores não são fracos, pois elas pertencem a outro reino — o

reino que não é deste mundo. São as leis de poder infinito. São as leis imutáveis da eternidade —

e de Deus. E pertencem também a você, se quiser vivê-las.

E quando começar a vivê-las, não fale a respeito. A única maneira de fazê-las tornar-se

parte de sua vida, e de você entrar na ordem vibratória superior, é deixá-las agir

automaticamente, não como um peso; não como algo do qual deva se gabar, nem como uma fonte

de ressentimento ou autopromoção. As leis devem ser vividas naturalmente, assim como seus

pensamentos conflitantes ocorrem-lhe normalmente, hoje.

Viva as leis superiores e as compreenderá. Viva-as sem o desejo de ser reconhecido e

ganhar recompensas. Viva-as naturalmente, pois são as leis naturais do reino superior — que não

é deste mundo. Ninguém que viva no plano superior pode sequer conceber uma existência

segundo as leis inferiores. Tampouco se gabaria das leis simples e naturais do espírito; assim

como um mortal não se gaba por ter parado o carro em frente ao sinal vermelho, ou por cumprir

as tarefas do dia a dia.

Se você acha difícil dar e compartilhar, e ainda mais difícil desapegar-se das coisas sem

falar a respeito, por enquanto não pense em dividir os seus bens e bênçãos materiais. Há uma

coisa que você pode dar, e que aumentará cada vez mais. O amor. Ame a Deus e todo ser

humano. Envie amor em preces a toda alma. Reze para o mundo e todos os seus habitantes. Reze,

ame e louve continuamente. Desse serviço ninguém pode se vangloriar, e o amor aumenta a cada

pequena vibração de sua glória liberada. Logo, você compreenderá como viver todas as leis do

reino superior e poderá entrar nele.

Continue a enviar amor ao mundo, se acha que as leis superiores mencionadas na

primeira parte deste capítulo, aquelas que Cristo nos deixou, são muito difíceis. Dê amor e logo

descobrirá que tem o poder de cumprir todas as leis, à medida que suas fontes de amor eterno se

abrirem para liberar a grande Luz de Cristo que envolverá e curará um mundo.

Compartilhe seu próprio ser, enviando amor; e logo estará partilhando de todos os seus

bens, descobrindo uma nova e surpreendente alegria. Você se glorificará em uma visão mais

ampla e viverá uma felicidade e um poder até então desconhecidos. Ame com perfeição e evolua

para o reino ao qual pertencem todas as leis superiores. Ame, e estará servindo, sendo admitido

na vasta Irmandade da Luz. E ao ser tão bem recebido no plano superior do progresso eterno, terá

o poder de ajudar a trazer o Novo Dia que se aproxima. Saberá que é realmente filho do divino

Pai, que está no paraíso. Saberá que Deus o ama de verdade, e se regozijará nesse amor.

Lembre-se de que qualquer serviço prestado com o propósito de reconhecimento e fama

rende recompensas em uma dimensão inferior, cancelando o supremo prazer de ser elevado,

exaltado, em uma vibração superior. Aquele que se autopromove e se vangloria fecha a porta dos

reinos superiores. Interrompe o próprio progresso, preferindo rotular-se segundo os padrões

terrenos. Prova que é um ser inferior, preso à mortalidade. Ainda está amarrado à terra, lutando

para obter uma posição entre os homens; prefere a recompensa mundana às grandes dádivas de

Deus. Contenta-se com a remuneração de um serviçal. Não é um filho, mas apenas um servo.

Capítulo XI

O QUE É PROBIDADE?

Alguns acham que a probidade, encontra-se nas bem aparadas barbas brancas, ou em

cabelos longos; outros alegam que probas, ou justas, são as mulheres que se vestem de pesados

trajes escuros e sem vida. Não percebem esses indivíduos que Deus criou as belas cores da



borboleta, dos pássaros e das flores, a beleza do pôr do sol e do arco-íris. Deus fez tudo belo.

Jamais quis o Senhor que as mulheres se escondessem por trás de negras capas que as fizessem

parecer besouros. A aparência externa torna-se prejudicial somente se for usada para satisfazer a

vaidade. Todo bem pode se converter em mal, se for usado em excesso. É o excesso que estraga

as qualidades do bem.

Algumas pessoas acreditam que a probidade, ou justiça, está contida em tudo o que for

retrógrado nos planos físico, mental e espiritual. As velhas crenças, em nada melhoradas pelo

conforto moderno, não têm monopólio sobre a probidade. Toda invenção tem como objetivo

livrar o homem do pecado original, para que ele não tenha de ganhar o pão com o suor de seu

rosto. E tudo o que ajuda a remover essa maldição é de Deus, pois o dia está próximo.

As glórias do céu só podem se manifestar através de eras de avanço, em toda linha de

realização. Aqueles que rejeitam as belezas e os confortos deste mundo, acreditando que assim

servem a Deus, nada sabem sobre Ele ou Sua justiça. Tampouco compreendem a beleza que Ele

criou, expressada em todas as coisas. Deus expressa Sua grandeza através do amor e da beleza.

Aqueles que dão as costas à beleza e ao progresso não estão preparados para entrar na

maravilhosa eternidade. O apego ao feio e aos modos antigos não prepara o homem para a

eternidade, mas apenas coloca grilhões que podem levar muito tempo para ser removidos, após a

morte ter liberado tais indivíduos de seu erro.

O único perigo na beleza, no luxo e nos confortos é que o homem pode dar um valor

excessivo à aparência e perder o conceito do que é perfeito e divino. É possível que uma mulher

se esforce tanto para se vestir bem e fazer-se bela, que deixe a alma desnuda e envergonhada. O

corpo físico é apenas aparente na existência mortal. O Espírito é aparente por toda a eternidade.

O indivíduo que não se deixa dominar pelas coisas deste mundo, mas faça bom uso delas,

começa a compreender o sentido da probidade. Logo aceitará as dádivas maravilhosas que Deus

concede para o prazer e o deleite do homem, com verdadeira apreciação e gratidão. Tal indivíduo

usará todas as coisas para seu progresso físico e espiritual, em um equilíbrio de amor que sempre

glorificará Deus.

Algumas pessoas afirmam que a televisão e o cinema são instrumentos do mal. Embora,

sem dúvida, tais veículos sejam usados para o mal, por trás deles há um meio de instrução que o

mundo, inconscientemente, sempre desejou. Quando esse meio for usado para retratar tudo o que

é belo e maravilhoso, estará cumprindo o propósito divino de sua criação — e o momento para

isso está próximo. Quando o cinema e a televisão forem usados de forma honesta, mostrando

homens, grupos e nações em luta para superar as adversidades; revelando suas grandes vitórias;

estarão verdadeiramente proporcionando ao mundo uma visão das grandes conquistas da

mortalidade e da bondade de Deus em ação.

A probidade não consiste em estilos antiquados de prender o cabelo, aparar a barba e se

vestir, ou em negar totalmente os meios de diversão com os quais Deus agraciou o mundo. Essas

idéias retrógradas são formas não iluminadas de autopromoção, cujo único objetivo é atrair a

atenção de todos.

A probidade reside no coração humano. É um atributo que envolve raciocínio e

pensamento, expressado através de amor, bondade, paciência e fraternidade, vibrando na

essência de louvor e alegria interior, enviada a Deus em eternas ondas de gratidão.

Não se ganha probidade, como se fosse um traje a ser usado, para que todos vejam e

elogiem. A probidade está no interior do ser; é uma realidade da alma que sabe amar. Ela deve

preencher toda fibra e célula do indivíduo, até ele próprio se tornar a probidade. E então, será

inundado de Luz — a Luz de Jesus Cristo — e desfrutará sua glória.

Tal vestimenta é tão bela que nem “Salomão, em toda a sua glória”, jamais possui trajes

iguais.

Palidez, secura mental, sujeira e ausência de cor nada têm a ver com probidade. Tais

coisas são apenas as manifestações externas de uma sujeira que já desceu às Regiões Inferiores.



Glorifique Deus com amor, louvor e gratidão, e você será glorioso. Essa canção de

alegria e apreciação é a verdadeira probidade, em sua plenitude. Só o supremo dom da gratidão e

o louvor melodioso agradam a Deus. Só o amor serve a Deus.

Qualquer demonstração externa de beleza ou ação destinada aos olhos humanos não tem

o menor valor. Não é um adorno espiritual. É absurda a idéia de que a beleza espiritual deve ser

expressada através de uma feia capa física. O espiritual se manifesta de seu modo e à sua

semelhança, que é a beleza.

A probidade deve ser vivida, não vestida. Ela é uma coisa interior, e não uma exibição

para o mundo material. No humilde e glorioso aperfeiçoamento da verdadeira probidade, o

homem se torna a própria probidade, que nada tem a ver com modos fanáticos de se vestir, nem

com feiúra ou retrocesso. Tudo o que é espiritual se expressa em amor, beleza e alegria, em

louvor e graças, e profunda adoração.

Probidade é o “uso apropriado” de toda a beleza manifestada, a perfeição espiritual, o

amor supremo, reverência e devoção, agradecimento por tudo, em uma canção que sobe aos céus,

em eterno prazer. Não é apenas o uso, mas também a liberação de toda a força espiritual, de todo

amor e luz, fluindo de volta ao trono de Deus, aumentados e glorificados. A estagnação, o

retrocesso e a conformidade mortal nada têm a ver com probidade.

Probidade é a liberação de todos os poderes espirituais e toda a força dos homens, na

grande e triunfante superação divina.

Probidade não é a rejeição da beleza. É o “uso apropriado” de todas as bênçãos e poderes

da terra e da eternidade. Aquele que se torna escravo das coisas materiais faz mal uso delas e de

seus próprios poderes. As coisas da terra devem ser usadas, e não abusadas, pois são bênçãos

divinas do Pai.

Quando aprender a usar corretamente as coisas tangíveis e as bênçãos, o homem estará

preparado para compreender e aplicar os poderes espirituais da eternidade. É preciso usar

corretamente o coração, a alma e a mente, expandindo essas faculdades divinas até o Reino de

Deus e das maravilhas do céu. O Reino de Deus não pode ser compreendido por aquele que tem

visão curta, mas somente pelos seres que buscam expandir suas faculdades e abraçar os milagres

da eternidade e da glória de Deus.

Quando o homem compreender e usar corretamente todas as coisas, incluindo as coisas

desta terra e todas as divinas faculdades de amor, apreciação e entendimento, estará finalmente

preparado para ser um residente do Reino dos Céus, pois terá atingido o status de filho. Nesse

ponto, todas as coisas lhe serão acrescentadas, para aprimorar-lhe o bem-estar, o conforto e o

prazer. Sua compreensão da proximidade de Deus e do uso de seus poderes será muito maior.

O indivíduo que for admitido na grande Fraternidade da Luz, ou se tornar membro da

Igreja do Primogênito, tendo manifestado a divina e sagrada Luz de Cristo até esta inundar-lhe o

ser, ou até compreender todas as coisas, estará preparado para que Cristo, ou a Luz divina,

revele-lhe o Pai.

A probidade é uma música na alma, uma devoção no coração, um agradecimento de

louvor, cheio de prazer e amor.

A probidade é tão livre e desimpedida quanto a cor e a fragrância das flores. É

espontânea e natural como o canto de um pássaro. É irrestrita e imensa como o mar, e infinita

como o céu.

A probidade não é um estilo de vida atrofiado, que proíbe o pensamento e os

sentimentos. É a grande glória interior liberada na alma humana, expressando-se em todo ato de

alegria e prazer.

A probidade é a condição que deixou para trás o medo, a negatividade, a desarmonia e as

contendas mortais. Ela não conhece orgulho nem autopromoção. É uma condição de amor puro,

livre e abrangente, que compreende todas as coisas, inclusive as almas dos homens e suas

necessidades.



A probidade não é conseguida através do bloqueio dos pensamentos ou da negação da

beleza criada por Deus. A probidade é bela como uma flor desabrochando, é tão divina quanto a

Luz dos céus e tão poderosa quanto a sinfonia do universo, pois faz parte dessa sinfonia,

manifestando-se na alma humana. A probidade é tudo o que for bom, belo, amável e divino.

Glorifique o Senhor em canções de louvor eterno. Venere-o além das palavras; expresse

a pura felicidade e o prazer interior. Entre em um estado de adoração que se tornará uma parte

expressiva da grande e eterna sinfonia da glória de Deus. Deixe a alma despertar para o poder, a

glória e a perfeição de Deus, até seus olhos e mente já não enxergarem outra coisa — e então

você será justo.

Enquanto caminha com Ele, investido do poder imortal de Seu grande e envolvente

amor, o mundo sentirá tal probidade e desejará obtê-la também.

A probidade, ou justiça, não é expressada por um semblante carregado ou por um

exterior feio e deprimente, quer em vestimentas quer no próprio ambiente; tampouco se expressa

em condenações fanáticas para todos os que não se encaixarem no molde que você construiu para

si próprio, por mais rígido que seja. O molde que o prende pode ser apenas seu casulo, se você

permanece espiritualmente adormecido e improdutivo de cor, beleza ou ternura, e sem o poder de

escalar as alturas, onde a visão espiritual é aperfeiçoada.

Não é certo nem justo querer encaixar todas as pessoas no padrão que você escolheu e

construiu para si próprio. Seu vizinho, irmão ou membro da família tem a permissão de glorificar

Deus do modo que lhe aprouver, segundo sua visão e compreensão. Você será justo, se deixar

que cada um use o dom divino do livre arbítrio que Deus tão generosamente a todos concedeu.

Ame! Regozije-se sempre! Cante sua canção interna de louvor e graças, e sua luz brilhará

tanto, que as outras pessoas, vendo essa glória, também desejarão glorificar Deus, deixando

acender a própria luz.

A grande canção espiritual presa na alma do homem, finalmente liberta em amor, louvor

e gratidão triunfantes, é a pura e imaculada justiça de Deus em sua plena expressão.

A probidade nada tem a ver com restrições e aparências mórbidas.

A probidade é a canção interna da alma, finalmente liberada no universo, como parte da

eterna e divina sinfonia do céu. É a expressão de seu amor e louvor, de sua alegria e gratidão,

ecoando em glória espiritual, alastrando-se pelo universo.

Sempre que essa canção de felicidade for liberada de seu interior, pode ter certeza de

estar sintonizado com o infinito. Na verdade, você é parte da sinfonia dos céus, pois a sua canção

se mescla à divina sinfonia executada no trono de Deus; sim, você está entre os escolhidos. Isso é

probidade e justiça. Essa é a beleza de Deus, manifestada em sua maravilhosa vida.

Capítulo XII

NASCIDO DO ESPÍRITO

Antes de o homem nascer na carne, seu corpo se encontra em completa escuridão. Na

hora do nascimento, o bebê entra em outra dimensão de luz, crescimento e atividade, na qual os

sete sentidos físicos são desenvolvidos e o período instrutivo de progresso em um mundo mortal

é definido. Os bebês são completamente indefesos porque ainda têm de aprender a dominar seus

pequenos corpos de carne e osso e desenvolver os sentidos físicos, através dos quais todos os

conhecimentos terrenos serão obtidos. Nascido na carne, o bebê é colocado em um ambiente no

qual pode amadurecer fisicamente. Além disso, ele já possui todo o equipamento divino que lhe

permitirá amadurecer espiritualmente, se for corretamente orientado, ou se assim o desejar

quando atingir a idade de assumir responsabilidades.



É quando o ser se torna insatisfeito com o mundo material e suas intermináveis

decepções, e com o próprio ambiente físico, que começa o seu crescimento espiritual, desde que

use a insatisfação corretamente. Quando o ser deseja conhecer Deus, começa o verdadeiro

progresso. Esse anseio é o mais intenso de todos, mas o homem mal o conhece. É um anseio

espiritual, mais forte, ainda que intangível, que a fome física.

Todos os desejos e necessidades do homem são atendidos, se ele cooperar. A fome

Espiritual é saciada através do cumprimento da seguinte promessa: “Buscai-me e me

encontrareis!” A promessa eterna é proclamada em altos brados através destas divinas palavras:

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede,

recebe; e o que busca, encontra; e, ao que bate, se abre.” [Mat., 7:7-8]

Esse grande anseio Espiritual é a fome divina atiçando o interior do ser. É uma fome

espiritual que deve ser saciada. É uma fome mais real que qualquer necessidade física, inclusive

o desejo sexual. É a fome da alma, que clama no íntimo do homem, e que a raça humana tenta

silenciar através da aquisição de riquezas, propriedades, fama ou qualquer outro apego mundano.

Esse apelo tem sido silenciado no ser físico do homem, porque “seus ouvidos para ouvir” foram

bloqueados pelos sentidos físicos. “E o homem e tornou carnal, sensual e vil.”

É impossível para qualquer ser humano concentrar a atenção no ardente desejo espiritual

sem “pedir, buscar e bater”, e finalmente receber o grande banquete que lhe foi prometido. Esse

banquete é o maná oculto, ou espiritual. Quando a alma começa a se alimentar do maná,

desenvolve a plena maturidade.

Nenhum indivíduo chega ao ponto de revelação pessoal, enquanto não começar a “pedir,

buscar e bater”, desejando conhecer Deus e abandonar todas as idéias preconcebidas e

ensinamentos ortodoxos, permitindo que Cristo revele o Pai. “Todas as coisas me foram

entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão

o Filho; e aquele a quem o Filho o quiser revelar. (Mat., 11:27)

Somente nesse estágio Espiritual avançado, de desejar descobrir por si próprio, pode o

homem nascer do Espírito. Ele precisa chegar ao ponto em que não mais se satisfará com a dieta

de “segunda mão”. Deve exigir refeições de “primeira mão”. Só assim poderá descobrir Deus. Só

assim poderá nascer de Deus, ou do Espírito. “O que é nascido da carne é carne, e o que é

nascido do Espírito é espírito.”

E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.

Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de

Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.

Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer

de novo, não pode ver o reino de Deus.

Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode

tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?

Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do

Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido

do Espírito e espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento

assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo

aquele que é nascido do Espírito. (João, 3:1-8)

Os versículos citados acima afirmam claramente que aqueles que nascem do Espírito têm

o poder de ir e vir, como o vento, e que ninguém (ainda em estado mortal) pode saber de onde

vêm, ou para onde vão.

Há tanta verdade nessa citação, que será necessário abordá-la de vários ângulos para que

o nascimento Espiritual seja compreendido.

Um ovo é, e sempre foi, o símbolo da criação. Também nas culturas antigas, o ovo

simboliza o criador.



O ovo nasce da galinha. Dentro do ovo, que retém o símbolo da vida potencial, está o

pintinho em estado embrionário. O pintinho nasce do ovo. Quando atinge o desenvolvimento

suficiente, a pequena criatura deve sair para o novo mundo ou morrer. Através dos próprios

esforços e inteligência instintiva, começa a exercitar-se de uma forma até então desnecessária; é

a luta para sobreviver e superar. As paredes que o prendiam devem ser quebradas. Se o pintinho

fizer apenas uma pequena abertura na casca, suficiente para dar uma espiada no novo mundo —

um mundo em outra dimensão — sem continuar seus esforços para se liberar totalmente, não terá

cumprido seu destino.

Muitos indivíduos progridem o suficiente para ter a visão superior mental, mas não a

cumprem. Se o pintinho interromper o progresso nesse ponto, morre. Se o homem parar aqui,

também será levado pela morte.

Há outro ponto que deve ser esclarecido. Após sair da casca do ovo, o pintinho não pode

retornar às paredes escuras. O homem também não. Para ambos só existe a grande liberdade.

O mesmo se aplica à lagarta dentro do casulo. Na teia de escuridão, ela desenvolve as

asas e suas lindas cores. Ganha força e visão, e finalmente chega à maturidade completa, tendo

que sair do casulo — ou morrer. Ninguém pode forçá-la a sair. O casulo deve ser rompido por

dentro, assim como a casca de ovo é quebrada pelo próprio pintinho. Esse esforço é

absolutamente necessário para que a borboleta crie asas para voar, e o pintinho caminhe com os

próprios pés. O rompimento do casulo deve ser efetuado pela própria lagarta, progredindo para a

fase seguinte de existência. Isso ocorrerá quando ela estiver pronta. Tendo cumprido as leis de

seu ser, agora devidamente qualificada, a lagarta surge como uma nova criatura. No

desenvolvimento, ela deixa o estágio inicial e entra em uma nova dimensão, na qual voará sobre

campos e flores. Não ficará mais deitada no apertado e escuro casulo. E a borboleta jamais

voltará à prisão. Está livre para sempre!

As mesmas leis se aplicam ao pássaro, à rosa e às sementes; todos deixam o

confinamento escuro e conhecem a luz. O homem também deve se purificar e, através dos

próprios esforços, livrar-se dos grilhões da terra.

Todas as coisas que alcançam uma nova dimensão de progresso jamais retornam às

condições antigas de existência. Nenhum homem pode voltar ao ventre de sua mãe para receber a

liberação espiritual. O que nasce da carne da mãe é carne. A “mãe terra” é a mãe física de toda a

existência material e de todos os elementos terrestres, dos quais os corpos humanos são

constituídos.

Mas o que nasce do Pai é espírito. Nascer do Pai é o novo nascimento espiritual

necessário. Esse nascimento é bem diferente do físico, mas de certa forma, é semelhante.

Todo ser humano é um prisioneiro do self e do ambiente. Ele pode viajar e explorar.

Pode ter muitos conhecidos e diferentes atividades. Mas é prisioneiro do self — uma criatura da

terra. Ele é feito de carne. Todos os seres mortais são feitos de carne. Ainda se encontram

confinados às trevas da limitada consciência mortal. Tudo o que vêem é através dos olhos da

carne, sejam eles profetas, mendigos ou reis. O homem mortal é um ser tridimensional. Toda a

riqueza, todos os bens pessoais, honrarias terrenas e conhecimentos mortais não têm força

suficiente para quebrar a casca que aprisiona o homem, ou fazer dele algo mais do que um

simples ser mortal.

A existência é uma condição tridimensional e, embora não perceba, o homem habita um

mundo escuro e tenebroso. Tem pouca ou nenhuma visão espiritual, pois não desenvolveu os

olhos para ver. E, a menos que cada homem comece a lutar por sua liberdade, morrerá — assim

como o pintinho morre na casca do ovo, se não sair na hora certa.

Nenhum homem tem o poder de libertar outro de suas paredes físicas. Cada ser humano

deve ter a visão e lutar pela própria liberdade.

Porque, “aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e, ao que bate, se abre.” Sim,

abre-se a porta de uma nova dimensão. O homem que se liberar, nascerá do Espírito e não será



mais de carne e osso. Será capaz de ir e vir “como o vento [que] assopra onde quer, e o homem

mortal não sabe donde vem, nem para onde vai”, assim como a lagarta não compreende o vôo da

borboleta.

O pintinho tem de esforçar para sair da casca, a rosa do cálix, a larva do casulo, e o

homem da carne.

A vida física do homem é o estado primitivo de consciência, comparado com o que está

por vir, se ele cumprir as leis de seu próprio progresso. O objetivo desta obra é revelar o pleno

sentido das questões relevantes.

Quando o homem começar a se desenvolver através da expansão espiritual, cujo poder

está contido no despertar da consciência, ele será capaz de progredir a ponto de romper o selo do

“self”, da carne, e nascer do Espírito, entrar em uma nova e superior dimensão. Essa fase mais

alta de existência está para a condição material como a borboleta está para a lagarta, como o

pintinho fora do ovo está para a criaturinha embrionária.

Como isso é feito?

Primeiro, através do despertar dos desejos a uma extensão espiritual e uma percepção do

anseio interior. O primeiro passo é desenvolver a faculdade espiritual e o poder de acreditar.

Quando começa a acreditar, portanto a desejar e aspirar, o homem naturalmente cresce para uma

nova fase Espiritual, necessária à libertação. Enquanto permanecer fechado em crenças e

conformismos ortodoxos, ou deixar-se guiar por cegos, o homem não terá chance de emergir para

a grande liberdade e compreender a verdade divina — conhecer Deus.

Quando uma pessoa chega ao ponto em que o espírito cresce no espaço restrito físico e o

supera, a casca de sua carne mortal se rompe e abre o caminho. É o momento em que começa a

enxergar com os olhos espirituais e ouvir com os ouvidos espirituais, compreender através do

espírito, superando os funcionamentos físicos mortais. O ponto onde o espírito cresce na

plenitude do ser físico é quando todas as promessas começam a se cumprir, todos os poderes são

concedidos, toda a verdade é compreendida. Quando o espírito se encontra com o físico, não

pode haver necessidade material.

Segue abaixo uma lista de alguns ensinamentos de João, o Bem-aventurado, que revelam

os caminhos da realização.

“Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas.” (I S. João, 1:5)

“Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, nele

não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele

verdadeiramente aperfeiçoado: nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele,

também deve andar como ele andou.” (I S. João, 2:4-6)

“Aquele que diz que está na luz, se aborrece a seu irmão, até agora está em trevas.

Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo. Mas aquele que aborrece a seu

irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe

cegaram os olhos.” (I S. João, 2:9-11)4

Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai

não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos

olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. (I S. João, 2:15-16)

“Se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.” (I

S. João, 2:29)

“Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo, assim como ele é justo.” (I

S. João, 3:7)

“Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece

nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os

4 n. do trad.: a Bíblia em inglês usa “hate” (odiar, odeia) em vez de aborrece; portanto, a frase em

inglês é “aquele que odeia a seu irmão”



filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus.” (I S.

João, 3:9-10)

“Amados, amemo-nos uns aos outros; porque a caridade é de Deus; e qualquer que ama é

nascido de Deus e conhece a Deus.” (I S. João, 4:7)

Novamente: louvor, amor e gratidão são os poderes mais dinâmicos no desenvolvimento

e na manifestação da divina Luz de Cristo, até que ela tome por completo o ser.

O inspirado autor dos Odes de Salomão, que estão nos Livros Perdidos da Bíblia, ao

falar de sua translação, nos fornece a seguinte informação: “... E grande fui eu entre os que

louvavam.” Qualquer indivíduo que venha a esta terra pode se tornar grande entre os que

louvam. O louvor é uma essência liberada da própria alma do homem, fortalecido quando

praticado, tornando absolutamente poderoso. Tem a eficácia e o poder de alcançar o trono de

Deus imediatamente. Esse louvor de glória infinita não consiste em palavras vazias exclamadas a

altos brados, ou em frases blasfemas proclamadas em locais públicos. É uma canção de devoção

e gratidão enviada da alma, e que só é ouvida por Deus. É louvor enviado do coração, da alma e

da mente para cumprir o maior de todos os mandamentos. É o amor em sua mais alta expressão.

A liberação dessa reverência interior contém a preparação necessária para o nascimento

espiritual.

Amor, louvor e gratidão contêm as chaves da grande porta de Cristo — a porta do novo

nascimento. “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei

em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” [Apoc., 3:20] A porta de Cristo é a porta para outra

dimensão — outra fase de existência glorificada. É a porta da “superação”.

“Eu superei o mundo!”, declarou Cristo. O homem também pode superar o mundo. Mas

somente através da manifestação da Luz de Cristo em seu interior, até preencher a pequena casca

mortal do “self”. A Luz de Cristo deve preencher-lhe a mente, a alma e toda célula e fibra de seu

ser. Quando isso se realizar, a prisão mortal da carne abrirá caminho e o homem definitivamente

nascerá do Espírito. Antes de alcançar esse ponto de completa renovação, ou renascimento

espiritual, ele deve amadurecer, vivendo de acordo com as leis do desenvolvimento espiritual.

Deve começar a viver espiritualmente, provando do alimento Espiritual, o maná oculto.

O alimento Espiritual é obtido através da prece, que é exaltada ao estado de louvor e

gratidão. Essa prece sinfônica ascende do centro da alma humana e é o Novo Cântico

mencionado no Livro do Apocalipse. Esse centro divino é o ponto da grande quietude espiritual.

É o ponto onde o homem “se aquieta e sabe que o Senhor é Deus!” Assim como o leite físico é

fornecido pela mãe no início da vida, o suprimento espiritual do maná oculto é fornecido pelo

Pai, ajudando o homem a crescer na Plenitude do Pai. “Aquieta-te e saibas” e prova do

suprimento interior que nutre a alma, o alimento espiritual.

O bebê percebe a presença da mãe através do alimento que sacia a sua fome. Essa é a

primeira maneira de ele conhecer a mãe. Quando recebe o alimento espiritual na quietude da

própria alma, o homem prova do maná fornecido pelo Pai, que o ajudará a desenvolver sua

maturidade espiritual.

Quando uma criança atinge um estágio um pouco mais avançado, seu pai terreno passa a

proporcionar-lhe a alimentação, e ela precisa se esforçar para obter comida. Deve aprender a se

sentar e a segurar os talheres. O pai fornece a comida, mas ela precisa se alimentar sozinha. O

mesmo acontece quando o indivíduo avança ao estado em que sua fome e sede de justiça o

preparam para receber o maná oculto, o alimento espiritual fornecido pelo Pai Celestial.

“Aquieta-te e saibas que sou Deus!” Essa frase contém a chave. Um bebê precisa

“aquietar-se” para ser alimentado. Essa “quietude” não é o sono. É a quietude do estado de alerta

concentrado. O homem se quiser provar do maná, também deve “aquietar-se” no estado de alerta

espiritual. O divino alimento interior é “O pão da vida”, que Cristo prometeu. Aliás, declarou

enfaticamente que Ele próprio era o “Pão da Vida”. E é a pura verdade. Esse alimento oculto, tão

necessário à nutrição da alma, é a Luz de Cristo. O homem deve começar a compreender esse



suprimento de poder infinito e desenvolver a habilidade para prová-lo. Quando se aquietar em

atitude de reverência, amor e gratidão, conhecerá a fonte do suprimento divino — e provando

dela, conhecerá Deus.

“Abençoado é aquele que tem fome e sede de justiça, pois será compensado” — com a

plenitude de Deus.

A quietude a que as escrituras se referem só pode ser obtida pelo indivíduo que entra no

templo de si próprio, humilde e cheio de amor. Ele deve entrar nesses precintos sagrados em

reverência e dando graças, com uma atitude de devoção que abre as próprias portas da glória. Só

assim poderá entrar no “santo dos santos”, no centro de sua alma, abandonando os pensamentos e

sentimentos mortais. Esse “santo dos santos” é o local de quietude interior — “o esconderijo do

Altíssimo” — onde o homem faz contato com Deus.

Através desse contato interior, divino, ele é conduzido à Grande Luz de Cristo; não só se

dispõe a viver as leis superiores, mas também é grato pelo privilégio. E com a visão desperta e o

desejo intensificado, começa a ajustar sua nova vida às grandes verdades e princípios de um

mundo mais avançado, recebendo a chave da porta de Cristo.

O homem que aprende a entrar na quietude da própria alma descobre que o clamor do

pequeno “self” mortal já não existe e os poderes de Deus tornam-se ativos em sua vida; todas as

coisas, então, começam a convergir para o seu bem — e desenvolvimento total.

É nessa quietude interior que a Vontade de Deus se realiza através de Suas obras. A

Vontade de Deus é a realização completa de tudo o que é belo, perfeito e divino, exclusivamente

para a alegria e glória do indivíduo.

O primeiro contato com a Vontade do Pai é feito quando o homem passa a acreditar na

divina Luz de Cristo, que foi concedida a todo ser humano que vem a este mundo. “Esta é a

vontade do Pai, que acrediteis Naquele que Ele enviou.” Tal afirmação seria melhor explicada

assim: “Esta é a vontade do Pai, que acrediteis na Luz de Cristo, que foi concedida a todo homem

da terra.” A Luz de Cristo vive em você, assim o embrião vive no ovo. E, assim como embrião

evolui alimentando-se da gema do ovo, o suprimento do homem também é estabelecido desde o

princípio.

Aprendendo a acreditar na Luz de Cristo, o homem começa a sentir a realidade divina da

Luz, e conhece Seu poder e glória infinitos. Aquietando-se, o homem aprende a viver na Luz e

desenvolve ouvidos para ouvir e olhos para ver. O desenvolvimento permite-lhe ver as

maravilhas da eternidade e ouvir a voz do Todo-Poderoso. Quando a Luz de Cristo é contatada

nas profundezas da alma humana, Seus poderes tornam-se cada vez mais operantes na vida

diária. As falhas são corrigidas. As fraquezas são superadas. A visão é expandida até o homem

superar todos os males de sua vida e perder o desejo de pecar, chegando ao ponto de fé que os

antigos profetas chegaram, de ser tomado pelo poder e pela glória do Criador e levado para viver

em Sua morada.

É na quietude interior que o homem faz o contato divino com a Luz redentora de Cristo e

chega ao ponto em que realmente CONHECERÁ DEUS!

É nesse estágio de progresso que o indivíduo deixa a saia da mãe — terra — e entra no

mundo superior do Pai — o mundo Espiritual.

Nessa quietude, que é o “santo dos santos” em seu interior, o homem encontrará a

própria fonte de amor, que inundará seu coração, sua mente e alma. E, então, deverá exercer

energia para enviar esse amor a partir do grande centro do coração e seu ser, de toda célula do

corpo e de todo pensamento. Descobrirá o amor que sobe como uma chama viva do centro da

alma. Quando essa pura devoção for finalmente realizada, o homem chegará ao estágio em que a

Luz de Cristo não só é compreendida, mas também conhecida. Conhecerá, na verdade, o próprio

Cristo, pois Ele é a fonte da divina Luz. Fixando a atenção na Luz, verá que ela contém os

poderes redentores de Cristo. Ela é a chama no altar sagrado do templo no interior do homem. E



ele saberá definitivamente que a Luz de Cristo, a chama sagrada de Seu Espírito, contém todos

poderes de sua redenção individual.

Se criar o hábito de contatar a Luz de Cristo diariamente, por alguns períodos definidos,

o homem estará se retirando do mundo da mãe terra. Com isso, ele automaticamente entra no

mundo do Pai — o mundo dos poderes superiores e da manifestação plena. “Aquieta-te”, homem,

para as coisas da carne e deixa o que é de Deus se mostrar. “Aquieta-te” e prova do maná da

divina Luz de Cristo, que é o “Pão da Vida” tão necessário ao desenvolvimento espiritual.

Somente quando provar diariamente do alimento espiritual poderá o indivíduo alcançar a

Plenitude do Pai.

À medida que praticar a quietude, pelo menos com a mesma freqüência que faz as

refeições diárias, o homem não só conhecerá a fonte de seu suprimento mas também entrará em

uma nova fase de existência. Sentirá a grande fome espiritual de justiça e, aprendendo a saciar

essa fome, aprenderá a CONHECER Deus. Recebendo sempre o maná divino do “Pão da Vida”

nesses períodos de quietude interior, o homem naturalmente “crescerá em força e fortalecerá o

espírito.”

À medida que continuar provando do alimento espiritual, ou Luz de Cristo, ele conhecerá

Seus poderes redentores. Perceberá que está sendo limpo e purificado, “como Ele é puro.” Essa

grande Luz de Cristo tem o poder de corrigir os erros e consumir os pecados e fraquezas, pois é a

chama sagrada e redentora da Luz de Jesus Cristo, o Redentor do mundo.

Limpo e purificado, o homem vê a Luz de Cristo crescer e se expandir em seu interior,

até tomar conta de todo o ser. Quando isso é conseguido, ele está preparado para abrir a grande

porta de Cristo — a porta da vida eterna — de outra dimensão — do céu — além da morte.

Mas ninguém pode cumprir essas leis superiores, a menos que acredite. Para cumprir as

leis, é preciso crescer nelas — assim como o pintinho cresce até o tamanho total do ovo. É

preciso acreditar nas leis de justiça e probidade, não da autopromoção, e vivê-las com amor.

Quando a porta de Cristo é aberta, o véu ou casca moral rompe-se completamente, e o

homem passa para uma fase divina e glorificada de existência, pois sem o véu nada é impossível!

“Pois quando Ele aparecer, seremos como Ele. Nós o veremos como Ele é, para que

sejamos purificados como ele é puro.” [Moroni 7: 49; v. “Sois Deuses”]

Essa é uma conquista individual, possível somente através dos próprios esforços de cada

um. A purificação é obtida quando o homem aprende a olhar para dentro de si, em silêncio

completo e contatando a Luz de Cristo, que contém os poderes de redenção. Quando abrir a porta

de Cristo em seu interior, o homem será purificado “como Ele é puro”. O próprio ato de voltar-se

para si em amor e adoração já é uma glória purificadora. O homem que aprende a fazer isso de

forma constante, consciente da Luz de Cristo, está preparado para servir ao Senhor.

Essas são as promessas eternas de Deus para o mundo, e aguardam há séculos pelo

momento em que o homem abrirá os ouvidos para ouvir. Elas são a Voz de Cristo, e se alguém

ouvir Sua voz e abrir-lhe a porta, Cristo entrará em sua casa e com ele ceará. Essas promessas são

a eterna “Voz de Cristo, que clama no deserto — ansiosa para ser ouvida pelo homem. “E aquele

que ouvir e abrir a porta” não só ceará com o Redentor do mundo, mas também o CONHECERÁ.

A fome interior, ou anseio do Espírito, é Cristo batendo à porta. Mas Sua voz é o clamor da

promessa, ansiosa pela realização. “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e

abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” A ceia será o “pão da Vida”,

e aquele que do pão provar jamais morrerá.

Essas são as santas promessas proclamadas por Sua Voz, que pede a atenção do homem.

Se o homem abrir a porta de sua alma, todas as promessas serão cumpridas — e mais algumas.

A vontade de Deus para você é esta: Aprenda a viver na Luz de Cristo interior, para que

Ele comece a realizar Suas obras através de você. Suas obras são milagres — não milagres para

ser vistos pelo homem — mas milagres para abençoar e curar um mundo, em silencioso amor e

eterna compaixão.



Pois, meus bem-aventurados filhos, acaso cessaram os milagres porque Cristo subiu aos

céus e está sentado à direita de Deus, pedindo do Pai os direitos de misericórdia que tem sobre os

filhos dos homens?

E porque Ele assim fez, meus filhos, acaso acabaram os milagres? Pois em verdade, vos

digo: não; tampouco pararam os anjos de ministrar aos filhos dos homens.

Pois eles são sujeitos ao Senhor, e devem ministrar segundo o Seu comando, mostrando-

se àqueles que têm fé e mente firme em toda forma de santidade.

Ou será que os anjos pararam de aparecer aos filhos dos homens? Ou Ele lhes retirou o

poder do Espírito Santo? Ou não haverá, enquanto existir a terra, nenhum homem que possa ser

salvo?

“Pois em verdade, eu vos digo: não; é através da FÉ que os milagres acontecem; e é

através da FÉ que os anjos aparecem e ministram aos filhos dos homens; e se tais coisas

cessarem, ai dos filhos dos homens, pois será por causa de sua falta de fé, e tudo será em vão.”

[Moroni 7:27, 29-30, 36-37; v. “Sois Deuses” e “Templo de Deus”]

Através do contato com a Luz de Cristo, no próprio centro de sua alma, começa a

Vontade de Deus a operar a Sua perfeição, e começa o Seu poder a ser liberado através de você.

É assim que o Senhor começa a realizar Suas obras — de glória. Aprenda a viver

conscientemente nesse centro, e logo CONHECERÁ Deus.

Capítulo XIII

A OBEDIÊNCIA APRENDIDA ATRAVÉS DO SOFRIMENTO

“Eu mesmo aprendi a obediência por aquilo que padeci”, declarou Cristo, humildemente.

Ou, citando os versículos 8 e 9, do Capítulo 5, da Epístola aos Hebreus: “Ainda que era Filho,

aprendeu a obediência por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de

eterna salvação para todos os que lhe obedecem.” E o próprio Cristo afirmou: “Aquele que

aprendeu a obediência, não mais precisará sofrer.”

O último teste de obediência de Cristo foi no Jardim de Gestsêmane, quando, em Sua

resignação final e completa, cedeu à Vontade de Deus, o Pai.

Essa obediência não é o abandono cego, morto e tolo dos próprios poderes do homem.

Não é a aceitação da derrota. É uma obediência triunfante que leva à superação. É a glória e a

vitória, o ponto em que o indivíduo é agraciado com poder inefável. É a magnificência quase

sufocante de compreender a divina perfeição e a glória indescritível da Vontade de Deus.

Essa visão divina é conseguida quando o homem ergue os olhos para vislumbrar a glória

de Deus e ater-se à Sua maravilhosa perfeição.

Quando o homem volta os olhos para a glória de Deus, começa a compreender a

grandeza do plano infinito do Senhor, ao criar o mundo. Começa a compreender o grande amor

exprimido na criação de cada filho da terra, que é, antes de mais nada, filho de Deus.

Todos estão incluídos no grande amor de Deus. Não havia favoritos no início da criação.

Ninguém foi feito superior a outro; ninguém foi criado para sofrer no desespero e nos fracassos.

Essas condições tétricas foram criadas pelo homem, cego em sua ignorância.

O plano e a Vontade de Deus só contém perfeição e o grande, triunfante e divino amor,

que tudo cura. Esse amor permite ao homem ter livre arbítrio. Cada ser humano faz a própria

escolha. Precisa desenvolver e usar sua vontade. Deve fazer as próprias escolhas, e aprender a

usar o poder de seus pensamentos e desejos. E descobrirá, finalmente, que o sofrimento é

causado quando desrespeita as leis de progresso, amor, felicidade e bondade eterna.



“Não sabeis vós que a quem vos apresentares por servos para lhe obedecer, sois servos

daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” (Rom.,

6:16)

Quando o homem aprender a obediência através daquilo que padece por causa de seu

orgulho, arrogância, malignidade e estupidez, saberá que é realmente um filho pródigo, perdido

em uma terra estranha. Humilde e arrependido toma consciência de um ardente desejo de retornar

à casa do Pai, ainda que apenas como um humilde servo.

Nesse momento, perceberá que foi ele quem atrapalhou a própria vida. Ao acumular

riquezas, deixou-se privar dos tesouros da alma. Sempre atrás de amor ilícito, acabou saturado

por suas indulgências. E, ao usar suas energias para fins egoístas, marchou pelo caminho

retrógrado da vida, destituído da grande felicidade que antevia. Toda alegria perdida deixou uma

marca de deterioração e repulsão decadentes. Retrocedeu ainda mais da felicidade que esperava

alcançar com números. Seu grande orgulho converteu-se em profunda humilhação. Ainda pode

usar os dólares acumulados como muletas, mas elas já não trazem prazer nem diversão. Ou pode

até acabar em algum asilo de desabrigados, sem um centavo sequer.

Qualquer que seja o caminho terreno escolhido, sempre trará sofrimento, até que o

homem aprenda a grande obediência. Ninguém escapa do sofrimento da estrada escolhida em

ignorância. Aquele que jamais tenta identificar a causa de suas aflições, que jamais ergue os

olhos para a glória de Deus, acabará sendo destruído. Ficará velho, doente, senil e cada vez mais

fraco. Todos os querem percorrem a estrada do “self” são levados pela morte, pois o “self” é a

morte.

Na velhice e no sofrimento, o homem talvez não seja totalmente abandonado. Pode

passar seus últimos dias com seus filhos — ainda que não seja desejado. Pode viver os últimos

anos completamente sozinho — e esquecido. Ou talvez viva até o último dia em uma confortável

cama de um dos melhores hospitais do mundo (que nunca são confortáveis). É possível também

que caia morto de uma hora para outra, sem ter sofrido de nenhuma doença, e sem a menor

preparação para a morte. Mas, independente de como parta, a morte o obrigará a largar tudo

aquilo a que tem se apegado no mundo material: suas posses, posições, cargo de autoridade,

dinheiro. Vazio, tão desnudo quanto no momento em que veio a este mundo, tal indivíduo sairá

pela porta dos fundos para ser salvo, se não pecou demasiadamente.

Toda pessoa que viaja por qualquer uma das estradas mortais da terra sofrerá — e

morrerá. Sofrimentos, dissabores, decepções e tristezas acompanharão seus passos todos os dias.

E, ainda que seja rico e realizado na terra, jamais terá conhecido as belezas da perfeição, pois

desperdiçou sua vida. Sofreu e continuará sofrendo até aprender a grande obediência que o

libertará e glorificará.

O homem clama pela mortalidade, assim como a mortalidade clama por ele. É um

conluio. E quanto mais violentamente perverso for o homem, mais desesperadamente será sua

luta para se agarrar ao último fio de vida.

Aquele que agüenta qualquer dose de sofrimento, e o usa para adquirir o verdadeiro

conhecimento, está dando um passo para outro reino de existência.

Para escapar dos males da vida, ninguém precisa cometer suicídio. Essa não é a saída,

mas sim uma entrada em mundo de sofrimentos mais profundos, angústias mais intensas e

maiores dificuldades. Ninguém pode fugir de si mesmo e das condições que seus pensamentos,

emoções e atos criaram. Condições malignas só podem ser dissolvidas e transmutadas em glória,

luz e poder, quando o homem vive em contato com purificadora e gloriosa Luz de Cristo, que é

concedida a todo homem da terra.

Cristo deu o mapa da estrada da superação, pois “Ainda que era Filho, aprendeu a

obediência por aquilo que padeceu.” E quando aprendeu a obediência, o sofrimento desapareceu.



Toda forma de sofrimento está contida na vontade pessoal do homem, que se orienta

através de seus desejos e sua determinação, criando as condições que geram a dor. O homem é o

filho pródigo que fugiu do lar, e luta para viver sozinho.

Aceitar os credos e a doutrina de uma igreja não libera ninguém do sofrimento. A igreja

pode ajudar uma pessoa a buscar Deus, mas com o tempo, acaba dominando-lhe a mente e

fazendo dela uma seguidora dos líderes eclesiásticos. Qualquer pessoa cuja busca seja

interrompida por uma organização, permanece no nível dos sofrimentos físicos e mortais, pois o

vórtice de todos os males a prende.

Só o homem que tiver a coragem de erguer os olhos para Deus, até “voltar-se totalmente

para a Sua glória”, pode se livrar da estrutura do mal e do erro. O pecado e suas causas serão

completamente abandonados, quando o homem voltar os olhos para a glória de Deus. E com essa

visão divina, começa uma nova fase de existência.

Nesse estágio, o indivíduo reflete sobre suas falhas e sofrimentos, seus erros, pecados e

fraquezas e, ciente de não poder mais carregar o fardo sozinho, recorre finalmente a Deus.

Nenhum homem mortal que já habitou esta terra esteve totalmente livre de pecado.

“Aquele que se diz sem pecado é um mentiroso, e a verdade nele não está.” Mas o pecado, que

sempre foi causado por grande ignorância, pode ser superado. A ignorância pode ser banida. O

pecado é superado no convite que lhe é feito para buscar Deus. É superado por aquele que “pede,

busca e bate à porta”, conforme Deus exige. O pecado é superado no amor que cresce quando o

homem segue os mandamentos superiores do Todo-Poderoso.

O pecado, o sofrimento, a escuridão e todos os males são causados principalmente pela

grande ignorância. É ela que leva o homem a rejeitar a Luz de Cristo, que lhe foi concedida. Essa

Luz contém todos os poderes curativos, a alegria, a felicidade e a glória da redenção, do perdão

completo e da restauração eterna.

Quando o homem aceitar a divina Luz de Cristo e não deixar que ela permaneça um fator

de rejeição, sua vida terá um novo sentido. Ele começará a ser preparado para entrar em outro

reino, onde todos os sofrimentos, necessidades, tristezas e males serão esquecidos.

Na chama purificadora da divina Luz de Cristo o indivíduo se tornará limpo e purificado

de todos os pecados. Os pecados, erros e fraquezas serão consumidos no fogo do altar da Luz

sagrada de Cristo.

Essa experiência realmente permite ao homem voltar os olhos para a glória de Deus. E

nessa glória reveladora, ele contempla o magnífico poder da Vontade sagrada de Deus e de sua

perfeição. Compreende pela primeira vez a beleza eterna do plano divino e sagrado de Deus. Vê

e compreende o amor de Deus, e enxerga as maravilhas de Seus poderes de magnífica e inefável

realização, que foi dedicada para cada um de Seus filhos que esteja disposto a aceitar a glória

inefável e o milagre de um poder tão intenso.

Humilde e cheio de amor, tal indivíduo se ajoelha diante de Seu trono em obediência

grata e resignada, livre do ódio e da rebeldia, subjugando sua vontade à Vontade de Deus. Nessa

entrega divina, o indivíduo se prepara para assumir a imortalidade. Une-se a Deus, ou à Vontade

de Deus. A partir daquele momento, só desejará fazer a Vontade de Deus, na qual não há

sofrimento, escuridão, pecado ou amargura. A Vontade de Deus só contém o que é perfeito.

Contém a grande e eterna glória de tudo o que é bom e belo, envolto em luz e cheio de amor

infinito.

Esse é o ponto em que o homem quer cumprir a Vontade de Deus, deixar que sua

vontade mescle-se à do Senhor. Isso é feito sem esforço e sem luta. Basta vislumbrar o que a

Visão Sagrada do Pai contém. Quando o indivíduo pára de “dar murro em ponta de faca”,

percebe só terá a lucrar submetendo sua vontade à de Deus, pois, ao se entregar em reverência e

adoração, encontra a verdadeira felicidade. É assim que o homem se une a Deus. Nesse estágio,

ele chega ao ponto que Cristo chegou, quando declarou humildemente: “O Pai e Eu somos Um.”



Quando o homem atingir esse estado de realização, todos os selos serão removidos. Todo

o seu ser se abrirá para a grande Luz e para o perfeito e divino amor. O self será conquistado,

superado, e deixado para trás. O homem se tornará o cálice de glória, pronto para se encher da

Vontade de Deus — da “Plenitude do Pai.” Receberá também a “Plenitude de Gozo!”, prometida

a todos aqueles que se sobrepujarem. É a realização de poder e domínio e eterna glória.

Ao abrir mão da própria vontade, o indivíduo não estará perdendo coisa alguma de valor.

Na verdade, estará ganhando muito mais do que deixou para trás, e descobrirá que ainda é dono

da vontade; porém, de uma vontade purificada e glorificada a ponto de mesclar-se perfeitamente

à divina e sagrada vontade de Deus. O indivíduo será exaltado às alturas e à glória da perfeita e

sagrada Vontade do Senhor. No processo de resignação e exaltação, ele se torna totalmente livre.

Os grilhões da terra já não o seguram. Compreende a grande VERDADE e liberta-se para

sempre.

Chega-se a esse ponto divino de exaltação e glória através da aceitação de todas as

coisas, como sendo privilégios concedidos diretamente por Deus, para o treinamento e a

purificação do ser humano. Quando o homem é grato por todas as coisas, começa a operar as leis

superiores de transmutação. As bênçãos se multiplicam e ele começa a compreender a alegria e a

glória de ter todas as coisas acrescentadas à sua vida. “Aquele que for grato por tudo o que

receber se tornará glorioso; e as coisas deste mundo lhe serão dadas e multiplicadas por cem, e

mais.”

Aquele que se queixa, vê defeito em tudo ou tem pena de si mesmo, bloqueia o

suprimento das próprias bênçãos e a glória da grande abundância de Deus. Só através da

gratidão, a lei da abundância pode ser liberada e seus poderes de glorificação tornam-se ativos.

Nada falta na Vontade de Deus para a completa glorificação do homem, seu eterno e

maravilhoso prazer, sua exaltação infinita e seu bem-estar supremo agora — e para sempre.

Se você está deprimido, se falta-lhe algo, se está sofrendo, se seus erros o envolveram a

ponto de não ver a saída, saiba que essas condições não foram a Vontade de Deus. Nunca foi a

Vontade de Deus que o homem sofra. Para superar o sofrimento é necessário apenas aprender a

divina obediência que unirá sua vontade à Vontade Sagrada do Senhor. Alinhe-se à Vontade

Sagrada Dele e veja como todas as condições adversas serão transmutadas em poder, glória e

alegria inefável.

A vontade de Deus contém todo o poder, toda a alegria, toda felicidade e todo o bem

para você, com bênçãos além de sua compreensão atual, e que jamais penetraram seu coração.

Sim, tudo o que é do Pai é também seu, e Ele está mais ansioso para conceder-lhe Suas dádivas

do que você está para recebê-las. Em Sua Vontade só existe a grande glória — que também

pertence a você — se estiver disposto a recebê-la.

Nessa completa resignação da vontade, ou melhor, na exaltação purificada da vontade do

homem, inclui-se o momento em que Deus se revelará ao indivíduo. É o momento da realização

completa de todas as promessas. O momento da completa purificação, quando o homem vê a face

de Deus. “Pois Ele revelará Seu rosto, e será de Sua maneira, em Seu tempo e segundo a Sua

vontade.” E nessa, que é a maior de todas as bênçãos e revelações, o homem se prostra em

silêncio diante de um conhecimento tão divino, sagrado e glorioso. “Aquele que não conhece

Deus, afirma conhecê-lo. Aquele que o conhece não precisa falar!”

A grande obediência é o ponto de humildade completa, no qual o orgulho é destruído, a

arrogância eliminada e o amor aperfeiçoado. É o ponto em que o pequeno “self” mortal é

superado ou transformado em uma obediência de devoção reverente que cumpre toda a perfeição,

revela e concede todo o poder. É o ponto em que o homem realmente CONHECE Deus.

Capítulo XIV



O ÚLTIMO VÉU

Há uma maneira muito simples de cumprir todas as leis sem esforço, erro ou dificuldade.

É magnificamente bela e perfeita em sua plenitude, e conduz o indivíduo até o último véu,

removendo-o delicadamente para revelar a face de Deus. Essa entrada perfeita à presença do Pai

existe desde o início dos tempos.

As duas grandes leis foram mencionadas nos livros anteriores a este, mas agora é o

momento da revelação completa do primeiro e grande mandamento e do divino poder de seus

segredos. Essa primeira lei sagrada contém as chaves da eternidade e a plenitude de todas as

coisas.

Cristo apenas reiterou a lei mais divina e perfeita, quando disse estas palavras dinâmicas:

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu

pensamento.” [Mat, 22:37] E a estas, acrescentou: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” É

impossível completar o primeiro mandamento sem cumprir também o segundo.

No terceiro livro da Bíblia, Moisés reafirma a segunda parte da lei, que existe desde o

começo, usando as mesmas palavras que Cristo usaria séculos mais tarde: “Amarás o teu

próximo como a ti mesmo.” (Lev., 19:18 e novamente no versículo 34)

No Deuteronômio, o quarto livro de Moisés, o primeiro e grande mandamento foi

registrado sete vezes, praticamente com as mesmas palavras que Cristo usaria quase dois

milênios depois. (Deut., 6:5; 10:12; 11:1, 13, 22,; 19:9: 30:6)

Quando Cristo mencionou os dois grandes mandamentos que fariam cumprir todos os

outros, não estava revelando nada novo. Tampouco proclamara Moisés aquelas leis pela primeira

vez, quando as registrou. Esses mandamentos foram estabelecidos antes mesmo da terra ser

criada e colocada na harmonia rítmica de sua órbita. Essas leis eternas de glória contêm as

chaves de todo o progresso, poder e perfeição. Contêm as chaves da eternidade. Foram reveladas

ao homem quando ele apareceu pela primeira vez na terra recém-formada.

Essas leis de amor estavam tão além e acima das antigas leis de Moisés, que poucos

antes da vinda de Cristo, prestaram-lhe atenção. Mesmo a antiga lei de Moisés era de difícil

compreensão para os habitantes da terra daquela época, antes de Cristo. E então veio o Redentor

do mundo com a lei superior. Agora a humanidade está vivendo a velha lei de Moisés, embora

não perceba. Aqueles que se dizem cristãos estão, na verdade, seguindo aquela lei inferior.

Apenas recentemente vem surgindo umas poucas pessoas que se destacam das multidões

e deixam para trás as leis inferiores, anteriores à lei de Cristo, e que conduzem ao Caminho que

Ele revelou.

Mas já está na hora de passar para trás as leis de retrocesso, retaliação e vingança de

“olho por olho, dente por dente.” Parece ridículo chamar a atenção para o fato de que a lei de

retaliação é tão aparente na vida de quase todo ser humano que ninguém chega a notá-la. Às

vezes é até mais retrógrada que a lei de Moisés, de uma época tão longínqua. É o hábito de a

necessidade moderna retaliar de forma mais dolorosa, prejudicial e violenta que a ofensa

recebida, mesmo por parte de um assim chamado amigo.

As leis superiores têm sido quase tão ignoradas desde que Cristo as reafirmou quanto

foram incompreendidas antes de Seus dias.

Já está na hora de o primeiro e grande mandamento ser compreendido e VIVIDO. Só a

vivência abrirá as portas da eternidade.

Cada parte isolada do grande mandamento contém uma chave definida. A chave final

abre a porta à presença de Deus, à revelação de Seu rosto.

E eu recebi a ordem de colocar essas poderosas chaves em suas mãos — pois o momento

da revelação é agora.



Coloco-as à sua disposição agora, enquanto o acompanho até as portas que elas abrirão.

Depende de você usar as chaves e destrancar as portas. Se eu pudesse abri-las para outra pessoa,

esta jamais teria o poder de passar através dos portais para os reinos superiores.

“Amar o Senhor de todo o teu coração” contém a primeira chave. E agora explicarei seu

poder. Como foi explicado no livro Glória a Deus, “o coração” não é simplesmente o órgão

físico, mas sim o grande centro vivo do coração. Todo homem tem o divino centro do coração

espiritual, como se fosse o centro de uma árvore. Quando ama com todo o seu coração, ou com

toda a força do ser interior, o homem permite que o grande centro se abra. E é a abertura desse

centro que permite à Luz de Cristo se manifestar. Ou, explicando da seguinte forma: no interior

desse centro do coração, a Luz de Cristo é contatada. Essa Luz de Cristo contém o poder de

purificar, limpar e apagar todos os pecados e fraquezas; o poder de erradicar as falhas, pois nela

está a capacidade de redenção de cada indivíduo. Na chama sagrada da Luz, o homem se torna

totalmente limpo e purificado, abrindo o coração à realidade e ao poder divino. Na Luz de Cristo

está também o poder de conhecer toda a verdade e de adquirir todo o conhecimento.

Ame a Deus com todo o seu coração, e liberará a divina Luz de Cristo em sua vida, em

toda plenitude e poder inefável.

“Amar o Senhor de toda a alma.” Essa não é apenas uma frase agradável aos ouvidos,

que pode ser esquecida mais tarde. Ela significa literalmente estender o amor de Cristo, centrado

e contatado através do centro do coração, por todo o ser do homem. Esse amor divino deve ser

praticado diariamente, a toda hora e o tempo todo. Deve ser VIVIDO com toda a energia da

alma. Contido nesse amor a Deus, que deve ser expressado através da alma humana, está o poder

quase incompreensível do despertar e da renovação. A alma inclui toda célula, átomo, tecido e

fibra do homem físico e espiritual.

Após ter contatado esse amor de Cristo e Sua Luz, abrindo o centro do coração, o

indivíduo terá facilidade em enviá-lo através da alma, com uma força que aumenta conforme a

prática. Quando o amor e a Luz de Cristo fluem através das células do corpo humano, em glória

irrestrita, tornam-se vibrantes e vivos. Essa divina lei de renovação é perfeita e infalível. Contém

os poderes da cura perfeita e vida vibrante da juventude eterna. “...aquela que anima todas as

coisas, e dá a todas as coisas a vida.” Mas nenhum homem pode conhecer a verdade até VIVER a

lei.

“Amar o Senhor de todo o pensamento.” Voltando a mente para Deus, em reverente

devoção e puro amor, o indivíduo desenvolve o hábito e o poder do pensamento divino. Começa

a pensar como Deus pensa, sem condenação, desarmonia, medo, ódio ou engano. O indivíduo

assim só pensa nas coisas mais belas possíveis. Necessariamente, ele amará o próximo como a si

mesmo. Sua mente desenvolverá a capacidade de pensar verdadeiramente, com pureza, amor e

tolerância. Todos os seus pensamentos se tornarão sementes de uma promessa que geram as

próprias recompensas e glórias. Serão aliados do poder, no ponto em que o homem começa a

compreender todas as coisas — inclusive Deus. O homem que desenvolver pensamentos puros

controlará a vida e as condições que o cercam, pois se tornará mestre, em vez de uma vítima das

circunstâncias.

“Amar a Deus com toda a força.” Essa é a realização suprema, que contém a chave final.

Amar a Deus com toda a força une o amor do coração, da alma e da mente e um poder definido e

direcionado. Reúne no homem os poderes do coração, da alma e da mente, em uma corrente

dinâmica de glória e luz que nada da terra ou do céu poderá romper. É na liberação dessa

tremenda corrente de amor que o “self” é superado, dissolvido sem o menor esforço. Nesse

grande amor, não há necessidade de luta ou desgaste.

Quando a força de homem é energizada para enviar o grande amor do coração, da alma e

da mente, ela libera a Luz de Cristo em todo o seu ser. Esse amor liberado conquista, subjuga e

glorifica o indivíduo que desejar praticá-lo diligentemente, até que se torne parte de sua vida. Só

assim compreende que está vivendo a lei e é capaz de receber a plenitude do poder. Para crescer



na lei, é preciso vivê-la, e não apenas acreditar nela. “Até os demônios acreditam, e tremem.” Só

aqueles que viverem as leis e usufruírem as chaves divinas nelas contidas conhecerão

verdadeiramente o poder.

O homem que ama a Deus com toda a sua força não desperdiça energia em uma vida

externa. Chega ao ponto em que seu amor é tão concentrado, perfeito e puro, que começa a

compreender a grande glória e poder e perfeição da sagrada Vontade de Deus. E seu pequeno

“self” mortal se tornará tão purificado e exaltado, que se unirá à Vontade de Deus em uma

magnífica harmonia. Nessa união divina o “self” é superado e o individual recebe a preparação

para unir-se a Deus. E então o último véu que esconde a face de Deus será removido.

Deus é glorificado no indivíduo cujo amor é perfeito e cuja vontade é purificada e

exaltada ao Seu trono.

É na purificação completa que Deus revela Sua face ao homem. “E será de Sua maneira,

em Seu tempo e segundo a Sua vontade.” Em outras palavras, será quando o homem estiver

totalmente preparado, para que a experiência seja totalmente natural.

Esse grande e sagrado mandamento de amor cumpre definitivamente todas as leis e toda

a justiça.

Guarde o maior de todos os mandamentos no coração. Segure-o na mente. Pratique-o até

tornar-se parte de você, e até você tornar-se ele, o mandamento. Só então conhecerá o poder

inefável e a realidade divina. Viva o mandamento e logo CONHECERÁ Deus — e essa é a vida

eterna.

No cumprimento da grande lei, a vida de uma pessoa torna-se dedicada aos padrões

superiores de pensamento e sentimento — e de sua existência. Exercendo toda a força desses três

centros, o ser humano inicia uma forma melhor e mais sagrada de vida, e todas as suas energias

se concentram em um amor que lhe preenche o ser. Já não está mais em guerra consigo mesmo.

Sua pessoa se enche de paz e Luz. Aquele que praticar com afinco a grande melodia de amor

torna-se a própria melodia. Essa prática de amor deve ser feita com fé e com toda a força

individual. Liberar a divina sinfonia de amor deve ser a principal meta na vida do indivíduo,

como a meta do músico é executar uma peça com perfeição.

Esse amor é capaz de dissolver todo o orgulho, a arrogância e o mal. Ele investe o

homem de uma humildade doce e divina. Libera plenamente aquela canção interior de louvor e

gratidão. Enche o homem com a divina Luz de Cristo, até que nele não haja mais espaço e, por

isso, a Luz começa a fluir para fora dele, multiplicando e aumentando suas bênçãos, até,

finalmente, ajudar a redimir um mundo.

Não há fanatismo nessa lei de amor, nem poderia haver. Aquele que a viver, não precisa

se prender a credos, nem venerar em vão, nem ter qualquer outro deus diante de si. Quem vive a

lei, não permite que uma igreja ou organização drene seus poderes de amor e devoção, sua força,

sua alma e as energias de sua mente, deixando seu coração permanecer vazio, frio e fechado.

O cumprimento desse mandamento é “A Lei do Senhor” e o poder do Todo-Poderoso,

liberado em toda a sua glória na vida do homem.

Nessa grande lei esconde-se a face de Deus. “Buscai com fé, e o encontrarei.”... “Pois

Ele revelará Seu rosto.”... “Esta é a vida eterna, conhecer-te, o único Deus verdadeiro e vivo e a

Jesus Cristo, por Ti enviado.”

Pratique esse amor constantemente e encontre o templo de sua divina alma aberto para a

própria glória de Deus e a suprema revelação Daquele Que aguarda ansiosamente do outro lado

daquele véu final a sua chegada.

Pratique esse amor e sinta sua alma crescer na perfeição da plenitude do Pai.

Pratique esse amor e saiba que está trilhando a estrada sagrada de Deus, e logo estará

preparado para ser recebido em Seus braços, à medida que a eternidade abre suas grandes portas

para revelar-lhe suas maravilhas.



Dedique cada minuto de sua vida a enviar esse amor. Acorde cedo e deixe seus primeiros

pensamentos ser uma canção de amor liberado para Deus. Vá para a cama à noite, enviando amor

a Deus. Trabalhe com fé, servindo ao mundo material, e logo será chamado para um serviço no

reino superior de Glória, onde tudo será acrescentado à sua vida.

A purificação e o desenvolvimento interiores são a busca de Seu reino — e Seu amor é a

justiça que cumpre todas as leis.

O grande amor supera todas as coisas e preenche todas as leis, simplesmente através do

poder de eliminar as condições adversas da mortalidade.

No mesmo instante em que o indivíduo abandona mentalmente seus infortúnios e

calamidades, e começa a adorar e a glorificar Deus, apesar das condições adversas, ou até por

causas dessas condições, e estiver disposto a aceitá-las como a Vontade de Deus, elas começarão

a ser transmutadas em bênçãos. Esse é o poder do amor. É a realidade do primeiro e grande

mandamento, liberada ativamente na vida daquele que usa força e poder, e que, através destes,

torna-se glorioso. Tal indivíduo abandona os reinos neuróticos das trevas, do sofrimento e da

autopiedade, e torna-se investido de Luz e majestade. No começo, essa Luz será apenas uma

“sensação”, ou uma vibração melodiosa, que aumenta à medida que o indivíduo aprende a

caminhar com Deus em um estado superior de percepção. Se continuar assim, logo perceberá que

está verdadeiramente tomado de Luz, logo conhecerá a “Plenitude de Deus”. Vislumbrará o rosto

do Senhor — e CONHECERÁ Deus.

Capítulo XV

CONHECERÍEIS DEUS?

Deus revelará Seu rosto a todos os que se tornarem completamente purificados e limpos

de pecado. Nessa revelação, que é a maior que o homem pode ter, ocorrerá a remoção do véu,

através da realização da justiça interior de cada indivíduo. O último véu é aquele que esconde o

rosto de Deus. Quando cada indivíduo, através da purificação, estiver preparado para receber

essa bênção inefável, prometida por todos os grandes e santos profetas desde o início dos tempos,

Deus cumprirá a Sua parte, revelando-se àquele que o buscar diligentemente. “Se fizeres o que te

mando, a ti me comprometerei.” Essa grande e final revelação de glória inefável será feita após o

indivíduo ser testado em todas as coisas e provar-se digno: quando tiver provado sua devoção e

seu amor, servindo a Deus sob todas as circunstâncias.

“Esta é a vida eterna, conhecer-te, o único Deus verdadeiro e vivo e a Jesus Cristo, por

Ti enviado.”

A expressão plena e a vivência da grande lei do amor, que automaticamente faz cumprir

todas as outras leis e toda a justiça, prepara o indivíduo para receber todas as promessas feitas

por Deus através de Seus profetas, Seu amado Filho, Jesus Cristo, ou diretamente por Ele em

contato com o homem. Esse dom de receber uma revelação individual é concedido a todos os

seres humanos.

“Consideramos que Deus criou o homem com uma mente aberta à instrução e uma

faculdade que pode ser ampliada em proporção à atenção e ao esforço dedicados à luz

transmitida dos céus ao intelecto. Quanto mais o homem se aproxima da perfeição, mais claras

são suas visões e maior é o seu prazer, até ele superar todos os males da vida e perder todo o

desejo de pecar. E, assim como seus ancestrais, o homem chega a um ponto de fé em que é

envolto no poder e na glória de seu Criador, sendo chamado para atuar ao lado Dele.” [Joseph

Smith; v. “Sois Deuses” e “Templo de Deus”]

É absolutamente necessário para o indivíduo progredir até o estado em que conseguirá

contatar a divina Luz de Cristo e ser por ela instruído. Esse contato pessoal deve ser feito e



desenvolvido antes de conhecer Deus. A hora é chegada e todos os homens devem se preparar

para aprender sobre Deus ou ficar para trás. As coisas fracas do mundo virão para derrotar as

fortes e poderosas, e que o homem não seja conselheiro de outro homem, nem confie no braço de

carne...

Mas que todo homem possa falar em nome Deus, o Senhor, o Salvador do mundo.

“Que a fé se estenda sobre a Terra” (D & C. Sec. 1) Essa promessa é verificada no

Capítulo 54 do Livro de Isaías (versículo 13), e em João, 6:45. E finalmente Paulo faz essa

magnífica afirmação, provando que não são suas instruções, mas sua ordenação divina, vieram

diretamente de Deus: “Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de

Jesus Cristo.” (Gál, 1:12)

Quando o passo final de justiça e probidade for dado, ou o “uso correto” do amor e das

leis de Deus for cumprido, o último véu será removido e Deus não só ensinará aos Seus

escolhidos, que são sempre os que o escolhem, mas também revelará a eles a Sua face, para que o

CONHEÇAM.

Quando o homem se purificar, todos os véus serão gradualmente removidos, desde o

primeiro, que é o véu da descrença e que gera a cegueira mental e a aspereza do coração, até o

último, que é a completa revelação de Deus. Cada passo da superação revelará uma visão maior e

deixará a luz mais visível, à medida que o indivíduo cresce, como Cristo, de graça em graça, até a

“Plenitude de Deus.”

Vale mencionar aqui que, quanto mais ímpio for o homem, maior é o seu testemunho da

realidade viva de Deus, pois vive chamando o Nome sagrado do Senhor em blasfêmia. Pois

aquele que não usa o nome de Deus em amor e em bênçãos, usa-o em vão. Tudo o que ele

amaldiçoar em nome de Deus voltará para si.

Os fanáticos pronunciam o Nome de Deus de maneira diferente. Eles o dizem como se

tivessem um direito especial sobre Seus favores e aprovação divina. Mas ao excluir o resto da

humanidade, estão na verdade, privando-se do puro influxo do Espírito Santo e de Seu eterno

amor e poder.

Aqueles que CONHECEM Deus ficam em silêncio. A admiração e a magnificência de

Deus toca-lhes totalmente o ser com um conhecimento tão divino, tão sagrado e puro que é

impossível analisá-lo. Tais indivíduos não precisam gritar o nome de Deus para todos ouvirem.

Sua própria existência e as obras que realizam dão o testemunho.

Quando o véu final é removido, o homem aprende, assim como Cristo aprendeu, que o

Pai reside em seu interior. E quando descobre isso, percebe que Deus e o homem são UM. “Não

crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de

mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o

Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.”... “Naquele dia conhecereis que

estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.” Naquele dia você também saberá que Deus está

em você — e você está Nele, do contrário não haveria abundância. (João, 14:10-11, 20)

Somente nessa purificação final e nessa revelação inefável de Deus, pode o indivíduo

realizar a grande esperança e a prece de Cristo, na qual pediu que “todos a Ele se unissem, como

Ele e o Pai eram um.”

O homem que se purifica e está preparado para ter o último véu removido, recebendo a

“Plenitude do Pai”, aprende que Deus é verdadeiramente Onipresente, Onipotente e Onisciente.

Tal homem será inundado de conhecimento e poder. Saberá que Deus está nele. Finalmente,

CONHECERÁ Deus, e nunca mais se separará Dele.

Essa é a vida eterna. Esse é o poder inefável. Essa é a glória indescritível. E a partir

desse ponto, o indivíduo não precisa mais bater a cabeça em paredes de pedra, nem choramingar

por seus erros. Deus estará realizando as obras — e nada será impossível — ou imperfeito.

Se você deseja conhecer e tem coragem de olhar diretamente, se estiver disposto a abrir o

coração, a alma e a mente para deixar Deus se revelar, prometo-lhe que nunca mais terá de



aprender com os insípidos mortais nem confiar no braço de carne. É preciso muita coragem para

jogar fora as amarras de uma vida toda. É doloroso começar a remover os selos de tantos anos. É

tão trabalhoso e demorado quanto a luta do pintinho para sair da casca do ovo e entrar em um

novo plano de existência.

Só há uma maneira de CONHECER e é “Buscando-o com afinco.” E afinco significa não

parar; continuar dedicando energia; persistir sempre. A verdadeira busca, sem hesitação, exige

que se VIVA as Suas leis. Só quando elas forem VIVIDAS, será possível remover os selos, para

que a mente se abra e deixe Deus revelar Seu rosto. Esses selos da mente, do coração e da alma

são os véus que devem ser superados através da prece humilde e individual, pedindo e buscando.

O primeiro véu é o da descrença, ou falta de fé. Quando a descrença for superada, a Fé poderá ser

estabelecida. E quando a fé for estabelecida, o CONHECIMENTO se tornará uma realidade

eterna. “E conhecimento é poder.”

Não estou tentando revelar Deus a você. Só tento ajudá-lo a abrir sua gloriosa mente — e

deixar-lhe ver a estrada da superação, e o que o aguarda no fim da jornada de perfeição, quando

você estiver purificado e almejar a própria perfeição, como Ele é perfeito. A grande e gloriosa

revelação, que mostra a Face de Deus só pode ser feita pelo próprio Deus. Será no momento em

que o indivíduo estiver preparado para recebê-la. Eu apenas tenho a ordem divina de escrever

sobre essas coisas para que sua mente possa, até certo ponto, compreender o Senhor e para que

Ele lhe revele Sua Face.

“Em verdade, disse o Senhor: E toda alma que abandonar os pecados e a mim vier, e

chamar meu Nome, e obedecer a minha voz, e seguir meus mandamentos, verá meu rosto e

saberá quem sou; e que sou a Luz verdadeira que ilumina todo homem que vem ao mundo: e que

sou o Pai, e o Pai em mim, e que o Pai e eu somos um — porque o Pai me concedeu Sua

Plenitude, e porque em mim, o Filho, o tabernáculo se torna carne.”

“Eu estava no mundo e de meu Pai recebi, e Suas obras se faziam evidentes”.

“E João deu testemunho da plenitude de minha glória, e eis o testemunho revelador de

João”.

“E ele afirmou: Eu presenciei Sua glória, pois Ele estava no princípio, antes da fundação

do mundo”:

“Portanto, no princípio era o Verbo; pois Ele era o Verbo, o Mensageiro da salvação”.

A luz e o Redentor do mundo: “O Espírito da Verdade, que veio ao mundo porque o

mundo foi feito por Ele, e Nele estava a vida do homem e a luz do homem“.

“Os mundos foram feitos por Ele; os homens foram por Ele feitos; todas as coisas foram

por Ele, através Dele e Dele feitas”;

E Eu, João, dou testemunho que presenciei Sua glória, a glória do Primogênito, cheio de

graça e verdade, do Espírito da Verdade, que veio e se tornou carne e andou entre nós. E eu,

João, vi que Ele não recebeu a plenitude a princípio, mas recebeu, sim, graça após graça. (Ou, a

cada graça desenvolvida e cumprida, Ele recebeu outra, e acrescentou todas ao número cada vez

maior de virtudes e à perfeição.) E Ele recebeu graça após graça, até receber a plenitude.

“E, PORTANTO FOI CHAMADO DE FILHO DE DEUS, PORQUE NÃO RECEBEU A

PLENITUDE A PRINCÍPIO,”

“E eu, João, dou testemunho que Ele recebeu a plenitude da glória do Pai”.

“E ELE RECEBEU TODO O PODER DO CÉU E DA TERRA, E A GLÓRIA DO PAI

ESTAVA COM ELE, POIS O PAI RESIDIA NELE”.

“Falo agora para que compreendeis como adorar e a quem adorar; procurai o Pai em

meu Nome e, logo, recebereis de Sua Plenitude.

Se seguirdes meus mandamentos, recebereis de sua plenitude, e sereis glorificados em

mim, pois eu vivo no Pai.

E agora, em verdade, vos digo: eu estava no princípio com o Pai, e sou o Primogênito.



“VÓS TAMBÉM ESTIVERDES NO PRINCÍPIO COM O PAI: AQUELE QUE É

ESPÍRITO, O ESPÍRITO DA VERDADE”.

“O ESPÍRITO DA VERDADE É O ESPÍRITO DE DEUS”. EU SOU O ESPÍRITO DA

VERDADE. E João deu testemunho sobre mim, dizendo: Ele recebeu a plenitude da verdade,

sim, de toda a verdade.

“E nenhum homem recebe a plenitude, a menos que siga os mandamentos”.

“Aquele que segue os mandamentos recebe verdade e luz, até ser glorificado na verdade

e saber todas as coisas.”

“NO PRINCÍPIO, O HOMEM TAMBÉM ESTAVA COM DEUS. A INTELIGÊNCIA,

OU LUZ DA VERDADE, NÃO FOI CRIADA OU FEITA, NEM PODERIA SER.” [D & C sec.

93]

Essas grandes e inefáveis verdades devem ser compreendidas pelo homem, antes que a

revelação final de Deus seja feita.

Na passagem seguinte, são revelados os mesmos padrões e a mesma possibilidade para o

homem que Cristo teve de superar a carne: “Aquele que é o escolhido de Deus e enviado, é ao

mesmo tempo o maior e o menor de todos os servos”.

“ELE, QUE POSSUI TODAS AS COISAS; POIS TODAS AS COISAS SE

SUJEITARÃO A ELE, TANTO NO CÉU QUANTO NA TERRA, A VIDA E A LUZ; O

ESPÍRITO E O PODER, ENVIADOS PELA VONTADE DO PAI, ATRAVÉS DE JESUS

CRISTO, SEU FILHO”.

“MAS NENHUM HOMEM POSSUI TODAS AS COISAS, SE NÃO ESTIVER LIVRE

DE TODO PECADO”.

“E se estiverdes livres de todo pecado, e pedirdes em nome de Jesus, ser-vos-á

concedido.” [D & C 50:26-29].

O homem desta terra é o filho Espiritual de Deus menos desenvolvido em termos de

poder e entendimento, pois sua inteligência espiritual sempre ficou escondida pelos véus e selos

mortais da escuridão, criados pelo pecado. Quando o homem superar os desejos da carne, os

selos cairão. A cegueira será curada e sua compreensão será expandida até que seja capaz de

compreender todas as coisas — inclusive Deus. O homem será preparado para receber a

Plenitude do Pai — e com essa Plenitude de Deus, ele se tornará realmente o maior, ainda que

seja o mais humilde e altruísta, que busca glorificar somente Deus.

Eu gostaria de ter a permissão de revelar-lhe o significado completo das escrituras aqui

mencionadas. Tudo o que posso dizer, no entanto, é: “A ti é concedido o aval dos céus; o

Consolador; a paz da glória imortal; a verdade de todas as coisas; aquela que sabe todas as

coisas; aquela que anima todas as coisas, e dá a todas as coisas a vida, e tem poder; segundo a

sabedoria, misericórdia, verdade, justiça e julgamento.” E poderiam tais poderes ser algo menos

que os próprios poderes de Deus? Analise-os. Reflita sobre eles, mas com o coração. E comece a

exigir seus direitos a eles.

Eu tenho a permissão de dar outras pistas que ajudem a revelar o rosto de Deus: “É a

mesma luz que vos ilumina”. É a mesma luz que dá brilho a vossos olhos, que desperta vosso

entendimento:

“A luz que provém de Deus e ocupa a imensidão do espaço”.

“A luz que está em todas as coisas, que dá a todas as coisas a vida, que é a lei que

governa todas as coisas, o poder de Deus, que senta em Seu trono no seio da eternidade, que está

no MEIO de todas as coisas.”[D & C sec.88]

Esses são os poderes e essas são as promessas que ultrapassam todos os rituais ortodoxos

e a conformidade. Nada têm a ver com estilos sóbrios de se vestir, barbas ou cabelos longos, ou

qualquer outra baboseira externa. Esses grandes poderes mencionados são os poderes de Deus. E

são também parte do homem, pois tudo “o que é do Pai é também vosso.” Esses poderes estão



centrados no homem. Foram concedidos a todo homem da terra, e aguardam pelo despertar de

sua visão e aceitação, para que se tornem ativos.

“A terra abre suas asas, e o sol brilha de dia, e a lua brilha à noite, e também as estrelas

brilham, e abrem suas asas em glória, em meio ao poder de Deus”.

“Com que, pois, devo comparar esses reinos, para que compreendeis”?

“Pois todos são reinos, e qualquer homem que contemplar o mais ínfimo deles terá visto

Deus, em toda Sua majestade e poder”.

“Em verdade, vos digo, ele o viu; todavia, Aquele que veio não foi compreendido”.

“A Luz brilha na escuridão, e a escuridão não a compreende”. O dia, porém, virá que

compreendereis o próprio Deus, renascerão Nele e por Ele.

“E então sabereis quem sou, e que sou a verdadeira luz que reside em vós, e que estais

também em mim, do contrário, não haveria abundância.” (Ou existência.)

“Quando vos livrardes da inveja e do medo, e humildemente vos postardes diante de

mim, pois não sois suficientemente humildes, o véu será rompido e vereis quem sou, e me

conhecereis — não com o pensamento carnal nem natural, mas com o pensamento espiritual.

“Pois nenhum homem jamais viu Deus em carne e osso, mas apenas animado pelo

Espírito de Deus”.

“Nem pode o homem natural residir na presença de Deus, não com a mente carnal”.

“Não sois nobres para residir na presença de Deus agora, nem no ministério dos anjos;

portanto, continuai pacientes até que sejais perfeitos.” [D & C , 67: 11-13]

Ser perfeito significa ser “desperto” pelo processo de purificação e através do

cumprimento da grande lei de amor. Somente quando isso for completamente realizado, o

homem estará pronto para viver na presença de Deus e receber Sua Plenitude. A promessa é que

aqueles que estiverem purificados receberão a Plenitude de Deus. Muitos recebem apenas um

pequeno grau de Seu Espírito Santo, e já se satisfazem. Ninguém deveria se satisfazer com nada

menos que a PLENITUDE prometida.

“Aproximai-vos de mim e eu me aproximarei de vós.”

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e

faremos nele morada.” (João, 14:23)

“Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em

sua casa...”

Há inúmeras passagens nas escrituras que o homem ignorou completamente, em sua

busca por meias verdades. Só o que quis encontrar foi qualquer coisa que coincida com suas

idéias pré-concebidas ou crenças ortodoxas.

Se quiser compreender Deus através do despertar de seu ser e com a mente Espiritual, o

homem deve se tornar espiritualizado através da purificação, que não é obtida através de formas

externas, mas somente através da santificação de sua vida, quando viver as leis superiores. Deve

preparar-se através de uma dedicação interior completa e um amor divino que transcenda o

pequeno “self” mortal e todas as conformidades passadas.

“Pois nenhum homem jamais viu Deus em carne e osso, mas apenas animado pelo

Espírito de Deus.” Portanto, a carne precisa ser exaltada e espiritualizada pelo poder de Deus, e

elevada a uma vibração superior de glória. Nessa vibração superior e dinâmica, que deve exaltar

a carne à condição do Espírito, o homem poderá ser preparado para contemplar o rosto de Deus.

Comecei a escrever um fato por demais óbvio, mas fui proibida de continuar. Só posso

fazer este comentário: Deus afirmou: “Este é Meu Amado Filho, com quem muito me alegro.”

Qualquer indivíduo que aprenda a contatar a Luz de Cristo na quietude de seu ser interior

começará a ser inundado pela Luz. Na grande quietude interior da alma humana, o ser desperta e

é elevado a uma vibração superior de glória. Nesse indivíduo, o Grande Eu Sou, Deus, realmente

se alegra. E quando o Eu Sou, Deus, contatado através da grande quietude interior, se alegra com



a santificação da vida do indivíduo, este se torna “Seu Filho Amado...” “Este é Meu Amado

Filho, com quem muito me alegro.”

Essa grande revelação não é apenas algo que acontece com uma pessoa. Isso não seria

possível. As leis devem ser cumpridas. As leis esperam, desde o início dos tempos, para ser

acreditadas, vividas e cumpridas. E quando estiver disposto, ou quando seu ser for exaltado e

completamente purificado, será o homem que acontecerá a revelação.

Quando a vontade do indivíduo for purificada e exaltada a ponto de unir-se a Divina

Vontade, elas serão UMA, perfeita, poderosa e realizadora.

Quando o homem tiver desenvolvido o dom de voltar-se para Deus em todo pensamento,

sua mente será purificada e cheia de amor. Nesse ponto, começará a pensar como Deus pensa. Os

pensamentos de Deus começarão a se expressar em perfeição gloriosa através da mente

purificada do indivíduo. E os pensamentos de Deus poderosos, oniscientes, infinitos e eternos.

Nesse momento, o homem não só compreenderá, mas também conhecerá todas as coisas, e terá

todo o poder. “Ele, que possui todas as coisas; pois todas as coisas se sujeitarão a ele, tanto no

céu quanto na terra, a Vida e a Luz; o Espírito e o Poder, enviados pela vontade do Pai.” E o

homem se tornará o maior. A mortalidade será deixada para trás.

Capítulo XVI

A VELHICE E A MORTE SÃO AS MARCAS DO PECADO

Pensamentos imorais colocam expressões vulgares na divina face humana. E tais

pensamentos iniciam o processo de deflagração que se espalha por todo o ser do homem.

Pensamento e histórias vulgares, emoções imorais e, o que é pior, ações imorais promiscuem

todo o corpo e o semblante humanos de lama e sujeira. E a sujeira não sai. Se esses pensamentos,

emoções e ações tornarem-se habituais, sua deflagração começará a registrar sua marca

permanentemente no ser físico do homem.

Nenhum homem é imune aos resultados do mal incentivado. Ninguém escapa dos

resultados dos próprios pensamentos e sentimentos. Eles são as ferramentas que moldam e

esculpem os rostos. As ondas de vibrações mentais determinam o padrão que o rosto e o corpo

assumirão com a passagem do tempo. Uma forma humana demora a ser moldada. Ela deve seguir

o padrão determinante. E ninguém pode fugir do modelo e da forma que escolheu. Os resultados

são inevitáveis, assim como é inevitável que a noite siga o dia.

Discórdias, ódios, medos, autopiedade, ganância, desonestidade, qualquer forma de

perversão, imundície de pensamento e sentimentos são os instrumentos que esculpem o ser do

homem. Uma linha aparece aqui, outra ali, os tecidos e músculos começam a ficar flácidos e

sucumbir perante os golpes da ferramenta do escultor. Cada indivíduo é seu próprio escultor e

construtor. “O homem é feito ou desfeito por si próprio; na oficina do pensamento, ele forja as

armas com as quais se autodestruirá, e confecciona as ferramentas com as quais constrói para si

os atributos divinos e os poderes da felicidade, da força e da paz. Através das escolhas certas e

verdadeira aplicação do pensamento, o homem ascende à Perfeição divina; com o abuso e a

aplicação errada do pensamento, desce abaixo dos animais. Entre os dois extremos, há todos os

graus de caráter, e só o homem é o criador e mestre de si próprio.” (O HOMEM QUE PENSA —

James Allen). O Homem não forja só o próprio futuro, mas também seu rosto, sua figura e sua

vida.

Um dos motivos pelos quais marido e mulher começam a ficar parecidos depois de anos

de associação congenial é que os dois entram em sintonia a ponto de ter os mesmos tipos de

pensamento.



Por mais bela que uma garota possa ser na juventude, e por mais bonito que seja um

rapaz, ambos ficarão desgastados e feios quando chegarem à meia-idade. Aqueles que nada têm a

oferecer ao mundo além de um rosto bonito, logo o perderão, a menos que seus pensamentos

sejam bonitos e adoráveis como sua aparência. E os que são sem graça e feiosos podem se tornar

atraentes, até belos, através do uso do pensamento correto.

Não importa o quão bela e atraente seja uma pessoa na juventude, ela se remodelará de

acordo com os padrões de pensamento que controlarem suas emoções.

Há indivíduos que não foram nem um pouco atraentes na juventude, mas, na meia-idade,

tornam-se bonitos. A face da juventude é a face determinada através de uma herança já atribuída.

Mas essa determinação é temporária como a tela que aguarda o pincel do artista, ou a folha

branca que receberá os escritos do escriba. Um rosto jovem é apenas o trabalho manual

incompleto de Deus, aguardando que o próprio indivíduo tome as decisões. O rosto jovem é uma

massa de argila mole e delicada, esperando pelo toque do escultor, do artista, do escriba, que

registra seus pensamentos. Alguns não passam de sombras, por isso desaparecem logo. Outros

pensamentos tornam-se impregnados por causa do hábito e da repetição.

Todo pensamento e sentimento que não estiver em harmonia com a canção infinita do

universo, com a alegria do amor, louvor e gratidão é pecado. Quando o pecado começa a deixar

suas marcas, tem início o envelhecimento.

Isso é facilmente observável nos rostos de alguns astros de cinema. Logo se apagam e

perdem a beleza. Nessas pessoas, dura poucos anos a promessa do que deveria ser permanente, se

as leis superiores fossem cumpridas.

Para ser um bom ator, o indivíduo deve sentir e pensar no papel. É necessário viver o

personagem. Cada papel torna-se real — e essa realidade fica gravada na estrutura plástica do

ator, deixando uma marca indelével. Se o personagem interpretado for difícil ou maligno, o

indivíduo se destrói mais rapidamente. Todos os atores que interpretam papéis de vilões

monstruosos e cruéis têm vida curta.

O último papel de Wallace Beery no cinema provocou sua morte. Era intenso e violento,

e exigia pensamentos e emoções que permitissem a Wallace permanecer imune às suas forças

destrutivas. Wallace era um homem bom, compreensivo, com um grande coração, e não

sobreviveu à violência das últimas personagens que interpretou. Cada palavra agressiva, cada

pensamento cruel e ato abominável feriram-lhe o ser gravemente. Ele interpretava os papéis com

tamanha intensidade e de forma tão convincente, que acabou colhendo os resultados de sua

atuação.

Uma das profissões mais difíceis e rapidamente degenerativas é a de ator, quando este é

obrigado a interpretar personagens cruéis e maldosos.

Mas os danos de uma interpretação são apenas secundários, se comparados à vida

daquele que realmente é cruel, vingativo, imoral, sujo e perverso.

Também é extremamente prejudicial para qualquer pessoa, principalmente criança,

assistir a tais espetáculos, ou ler histórias assim. Por isso, as revistas em quadrinhos que não são

engraçadas, e sim violentas e cheias de tramas criminosas, devem ser proibidas. É por esse

mesmo motivo que os programas de televisão e os filmes violentos causam tanto mal.

Todo tipo de violência retratada, que chama a atenção do indivíduo, deixa uma marca em

seu ser. Para as crianças, a violência assistida na tela não é apenas vista, mas revivida — ainda

que indiretamente. Suas mentes muito jovens absorvem as vibrações, que começarão a

transformar as próprias células e tecidos. Mesmo na mais tenra infância, o escultor já está

preparando a forma que a idade tomará.

Nos dias atuais, é impossível proteger totalmente uma pessoa do mal. Aliás, isso não

seria bom, e poderia causar danos cedo ou tarde. Um indivíduo totalmente protegido seria apenas

“neutro”, sem desfrutar o direito do livre arbítrio. Condições forçadas são duplamente

prejudiciais. Chega um momento em que o indivíduo cai no campo de batalha da vida para ser



testado. Se estiver completamente protegido, não terá o menor preparo para o choque e a

realidade da batalha da vida, sendo facilmente conquistado pelas forças do mal. Mas o preparo

para os grandes testes não exige que o homem mergulhe na violência extrema desde a mais tenra

idade.

O homem deve enfrentar as questões da vida, e aprender a tomar decisões. Deve exercer

seu poder de escolha para tornar-se forte e cheio de compreensão, sabedoria e bondade.

Algumas pessoas crêem erroneamente que os males e as tentações de Satanás são

colocados no caminho do homem, em toda forma de transgressão, para que este compreenda as

questões da vida. Essa idéia não só é falsa, mas também perigosa. A participação espontânea no

mal remove toda proteção espiritual, deixando o indivíduo completamente exposto à própria

falácia. A idéia de que cometer transgressões é necessário para o homem aprender tudo a respeito

do pecado é um artifício de Satanás. E àqueles que aceitarem esse convide, ainda que apenas

levemente, ele mostra seus malefícios e deflagrações com cores belas.

Quanto mais o homem se mantiver afastado do mal e da tentação, tanto em pensamento

quanto em ação, mais forte ele será e menor será o poder do mal para prendê-lo.

Todo habitante deste planeta enfrentará, cedo ou tarde, as tentações e violentas

influências das forças das trevas, enquanto elas não forem superadas pelo progresso do homem.

As crianças superprotegidas e as pessoas que deixam outras pensar por elas não desenvolvem a

força ou o poder para resistir ao mal.

Todas as crianças devem ser bem cuidadas e amadas, mas devem aprender a tomar as

próprias decisões. Acima de tudo, devem APRENDER A AMAR. E todas as crianças precisam

estar cientes dos efeitos do ódio e do poder do amor.

Praticamente desde o nascimento, as crianças descobrem a vingança, o desprezo e a

retaliação. O bebê que cai e bate a cabeça, ouve do pai ou da mãe: “Chão malvado, que

machucou meu bebê...!” Talvez essas não sejam as palavras exatas, mas expressam bem a idéia; e

é assim que quase todas as crianças aprendem o que é retaliar, buscar a vingança contra tudo

aquilo que machuca, fere ou bloqueia o caminho.

Quando as emoções e os pensamentos humanos são treinados para amar; sentir

compaixão e bondade; e viver feliz, a fé não tarda.

Quando a paz se estabelece no coração humano, quando o amor se torna o atributo

predominante e a virtude da superação, e quando toda célula e toda fibra do ser enviam a melodia

de gratidão, o envelhecimento pode ser retardado e a doença superada. Quando o amor, a

gratidão e o louvor se tornarem realidade na vida do homem, a juventude poderá ser mantida.

Quando o ser se imbuir de amor a ponto de o coração, a alma e a mente não sentirem outra

emoção, os ataques impostos pela idade e pelo pecado começarão a ser apagados e a juventude

retornará.

O salário total do pecado é a morte. As remunerações intermediárias são a deterioração,

as rugas, a doença, a lentidão dos atos, a aparência feia e o pensamento perturbado. Tudo isso

conduz o indivíduo pela porta dos fundos, que é a morte.

Todo pensamento mau enfraquece um músculo. Toda palavra de raiva deixa uma cicatriz

definitiva. Todo pensamento de medo, inveja ou ódio marca profundamente a divina forma

humana. Idéias de ganância, vingança, imoralidade e maldade; pensamentos de dor ou

preocupação atravessam todas as células e tecidos do corpo, deixando seus rastos e construindo

seus atalhos de deterioração para a doença e a feiúra.

Não basta ensinar às crianças que devem se afastar da negatividade, desarmonia e raiva;

é preciso dizer-lhe POR QUÊ. É absolutamente necessário que todas as crianças aprendam os

princípios do amor, da alegria e dos grandes poderes de paz e felicidade, e como as leis

funcionam. Quando o amor é abrigado, ou melhor, gerado no coração humano e, depois, enviado

através da alma pelos processos de pensamento, o corpo físico do homem não só se renova mas

mantém o dom da juventude eterna.



Nenhum ser humano pode visualizar a si próprio mudando ou envelhecendo, muito

menos morrendo. Essas condições não são os conceitos vivos que a humanidade naturalmente

tem em sua estrutura instintiva. Por quê? Porque tanto a velhice quanto a morte não foram

planejadas no começo. Ambas são condições impostas por Lúcifer ao homem, que de bom grado

cedeu às forças negativas e às influências do mal.

O primeiro e grande mandamento faz cumprir a lei superior de maneira perfeita e

completa. Quando o coração se abre, o divino amor crístico pode ser gerado através dele; o

grande poder de renovação, e o grande poder da renovação é colocado nas mãos do indivíduo.

Quando esse amor é enviado a toda célula, fibra, tecido e nervo do ser do homem, a regeneração

começa. Quando o indivíduo usa a mente para manter esse amor sempre acima de tudo,

enviando-o com reverência e adoração a Deus, começa a se iluminar e a expandir a compreensão.

E então, quando as três grandes forças no interior do homem — coração, alma e mente — se

unirem com toda a força de seu ser, o dinâmico poder espiritual da divina renovação despertará

bem no íntimo do indivíduo. Quando mais consciente for do poder infinito e inefável dessa força

vital que o habita, mais rapidamente o homem começará a assumir as propriedades da juventude

perdida. A lei é eterna e infalível. Tem permanecido incompreensível simplesmente porque o

homem nunca acreditou suficientemente em Cristo para VIVER a lei.

Esse amor é muito maior que o amor de homem por uma mulher, ou vice-versa. Esse

grande amor de Deus, que deve ser aperfeiçoado, está completamente além do sexo e das

personalidades, embora aqueles que são flechados pelo cupido sejam muito mais vibrantes que

aqueles que jamais foram sequer tocados por essa forma de amor inferior. O amor divino inclui

tudo. É vasta como a eternidade. Não pode ser expressado em declamação ou em frases floridas.

É um amor tão profundo quanto a própria alma, e mais real que a própria vida. Deve ser puro e

sincero. Deve ser vibrante, carinhoso e imaculado, tão abrangente quanto o amor criativo de

Deus. Esse amor deve se tornar o todo exclusivo daqueles que viajam pela estrada da Luz e

recebem Seus poderes e Sua glória renovadora e vibrante. O amor perfeito é a grande UNIÃO

com Deus.

Quando o indivíduo ergue os olhos para a visão superior, para a glória de Deus, seu

coração se expande e libera amor. Quando sua mente e força se unem para manter essas gloriosas

dádivas e desenvolvê-las ainda mais, os males da vida são completamente superados. Pois dessa

forma, a velhice é afastada e a morte conquistada. “Ó, sepulcro, onde está tua vitória? Ó morte,

onde está teu ferrão?” Essas coisas serão superadas no amor da “Redentora Luz de Cristo, que foi

concedida a todo homem da terra.”

Através dessa superação, o pecado, a morte e Satanás serão conquistados e perderão todo

o poder. Sofrimento, velhice, feiúra de forma, doença e morte são as cicatrizes do regime de

Lúcifer. Mesmo essas cicatrizes podem desaparecer, se o homem deixar as trevas e entrar na

grande Luz de Cristo, livre e triunfante.

Capítulo XVII

EU SOU O CAMINHO!

Nas escrituras, Deus é chamado de “o Pai de Luzes!” Ele é realmente o Pai de todos os

que deixam a Luz de Cristo se manifestar a partir de seu interior. Quando essa Luz é contatada e

manifestada, o homem se torna um filho. “Este é Meu Amado Filho, com quem muito me

alegro”, ou com a qual o grande EU SOU, que é a Luz de Cristo, muito se alegra.

O profundo e eterno Eu Sou no interior do homem é a realidade glorificada da “Luz de

Cristo, que foi concedida a todo homem da terra.” Nessa luz encontra-se o poder dinâmico e

redentor da renovação e do perdão. É a fonte do conhecimento total, concedida ao homem



contém toda a paz e todo o poder. Pois, “A ti é concedido o aval dos céus; o Consolador; a paz da

glória imortal; a verdade de todas as coisas; aquela que sabe todas as coisas; aquela que anima

todas as coisas, e dá a todas as coisas a vida, e tem poder; segundo a sabedoria, misericórdia,

verdade, justiça e julgamento.”

“A Luz de Cristo foi concedida a todo homem da terra.” A Luz de Cristo contém todos

os poderes mencionados na primeira passagem.

Na Luz de Cristo, encontram-se também os poderes da purificação e redenção completas,

o poder que cumpre todas as promessas e o poder da inteligência, que é capaz de desembaraçar

todos os nós na vida do homem e corrigir todos os seus erros. A Luz de Cristo contém e revela

toda verdade, à medida que Seu raio azul dinâmico é manifestado e usado.

Só a Luz de Cristo pode dar instruções detalhadas sobre as questões da vida. Não é uma

luz só para os olhos físicos, embora essa seja parte de Sua função. Seu real objetivo, porém, é

espiritual, e Ela lança Seus raios para o intelecto daquele que estiver aberto para recebê-los e que

tiver superado a cegueira da mente, depois que aprendeu a acreditar.

Aquele que seguir a direção que Ele indicou, encontrará toda a verdade, pois “A Luz de

Cristo É O CAMINHO!” O homem que seguir a Luz, ou percorrer o caminho por Ele apontado,

não poderá errar nem falhar. Só a Luz de Cristo é o guia infalível na jornada da vida humana —

abundante e plena. Esse foi o Caminho que Cristo percorreu. É o próprio Cristo. “Pois Eu Sou o

Caminho, a Verdade e a Vida!”

“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à

perdição, e muitos são os que entram por ela”.

“E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a

encontrem”.

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas

interiormente são lobos devoradores.” [Mat., 7:13-15]

“O caminho estreito” não é uma crença ortodoxa, nem um credo ou ritual, como muitas

pessoas imaginam. Não é uma doutrina fechada, apregoada pela cegueira. “O caminho estreito” é

o caminho interior, revelado e esclarecido pela grande Luz de Cristo. E o caminho da instrução

pessoal e das direções detalhadas a todo indivíduo que estiver disposto a ouvir. É o caminho ao

qual os antigos se referiam como O Caminho Interior, ou “A Doutrina Interior”!

O Caminho de Cristo é cumprido nesta admoestação: “O que fizerdes em nome do

Senhor, chama também o nome do Filho.”

“O Caminho estreito” é o caminho da instrução pessoal, individual, que consiste em o

homem só falar e agir segundo a direção da Luz, que é a fonte do Poder Onisciente. É o caminho

onde se aprende a viver em Cristo, em Sua Luz, que se torna cada vez mais aparente na vida

pessoal.

A Luz de Cristo é verdadeiramente o pão da vida, e se dele o homem provar, jamais terá

fome novamente.

No poder da Luz de Cristo está o poder de contato com a abundância infinita de Deus, na

qual o homem avança ao ponto em que não mais precisa trabalhar pelas coisas que perecem, pois

essas lhe serão acrescentadas.

Milhares de pessoas avançaram até o ponto em que, a um grau menor, contatam essa Luz

Sagrada, ou o poder de Cristo. E então, começam a usá-la, como o próprio Cristo foi tentado a

fazer, para o pão de cada dia, honras e autopromoção. Começam a usar Seu raio curativo por

dinheiro, ou sendo remuneradas por suas pregações. Todo homem que usar o Poder Sagrado para

fins próprios não conhece a “Plenitude do Pai”. Tampouco receberá a recompensa “MAIOR”. Só

aquele que trabalha para Deus é digno do “salário superior”, e torna-se verdadeiramente filho.

Todo indivíduo interrompe o próprio progresso quando aceita um salário menor em moeda

corrente da terra e segurança mundana. Quem aceita dinheiro pelo serviço prestado em nome do

Senhor está sendo enganado. A remuneração do mundo acaba se tornando mestre daquele que a



aceita. O indivíduo não percebe que trocou a recompensa maior por um sentimento medíocre de

segurança pessoal e bem-estar. Vendeu-se para o mundo — e do mundo aceita o pagamento, pois

só serve a ele, e não a Deus. Ninguém pode servir a dois mestres.

“Nem todos que dizem, Senhor, Senhor, entrarão no reino do céu; mas somente aquele

que cumprir a vontade do meu Pai, que está no céu.

“Muitos me dirão nesse dia, Senhor, Senhor, acaso não profetizamos em teu nome”? E

em teu nome não expulsamos demônios? E em tem nome não foram muitas obras feitas?

“E então, eu a eles professarei, Nunca vos conheci: afastai-vos de mim, os que obram na

iniqüidade.”

“Iniqüidade” é qualquer ato vil ou injusto, que não está em harmonia com as leis infinitas

do Universo. É qualquer ato contrário à divina lei de Deus para receber compensação terrena por

serviços prestados em Seu Nome. Cobrar por um serviço alegadamente feito “Em Nome do

Senhor” é uma transgressão.

Aqueles que trabalham por Cristo devem prestar seus serviços através do amor,

livremente, ou gratuitamente. Não pode haver um preço. As dádivas e os poderes do Senhor

devem ser usados para o benefício do homem, e não por dinheiro. Devem ser prestados sem

remuneração terrena. Os dons divinos de Deus devem ser usados como Pedro e João os usaram

para curar o aleijado diante do templo. Olharam para ele com compaixão divina, e Pedro

proclamou: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o

Nazareno, levanta-te e anda.” [Atos, 3:6]

Quando o homem usa os poderes curativos de Cristo, ou qualquer outro de seus poderes,

para a obtenção de dinheiro, não trabalha para Cristo. Tal homem está trabalhando para o próprio

sustento e pela remuneração mundana. Agindo assim, recebe e aceita o salário do mundo, e seu

mestre já não é Deus. Não pode esperar crédito algum nem o reconhecimento de Deus ou de

Cristo, pois se colocou na condição de mortal e receberá a remuneração dos mortais — o salário

do mundo — a morte.

Na Luz de Cristo reside a perfeita Vontade de Deus. Orientado pela Luz sagrada de seus

próprios padrões individuais, que contêm a Vontade de Deus, ou o plano perfeito, o homem

permite que Ela se exalte e se cumpra em sua vida. Nesse ponto, torna-se santificado. Aqueles

que compreendem e cumprem essas leis avançam para um nível de vibração superior. Tornam-se

dignos da iluminação e da exaltação.

Nenhum indivíduo pode realizar grandes obras. Só quando a Luz de Cristo se manifesta,

pode algo de valor realmente acontecer. É através da Luz de Cristo, concedida a todo homem da

terra, que “Deus faz Suas obras.” É nela e através dela que todas as coisas são possíveis.

“A Luz da Verdade. A verdade que ilumina, ESTA É A LUZ DE CRISTO. Ele é também

o sol, e a luz do sol; e o poder do qual o sol foi feito.

“Ele também é a lua, e é a luz da lua, e o poder do qual a lua foi feita”;

“Ele também é a luz das estrelas, e o poder do qual foram feitas”;

“E também a terra, e o poder do qual foi feita”;

“Esta é a Luz de Cristo que te ilumina; que, através dele, abre teus olhos; e é a mesma

luz que desperta em ti o entendimento”.

“A LUZ QUE PROVÉM DE DEUS E OCUPA A IMENSIDÃO DO ESPAÇO -”.

“A luz que está em todas as coisas, que a todas as coisas dá vida, que todas as coisas

governa, O PODER DE DEUS, que está sentado em Seu trono, no seio da eternidade, NO MEIO

(ou centro) DE TODAS AS COISAS.”

Esta é a mais detalhada descrição da Luz de Cristo possível de se obter nesta terra. Mas

quando a Luz for compreendida e se manifestar de dentro do ser humano, muito mais será

revelado.

Pois vivereis segundo cada palavra proferida pelo Senhor.



“E a PALAVRA do Senhor é Verdade, e o que é verdade é luz; e o que é luz é Espírito,

o Espírito de Jesus Cristo”.

“É o Espírito que ilumina todo homem que vem ao mundo, e que escuta a voz do

Espírito.

E “aqueles que rejeitarem a Luz de Cristo, ou que não escutarem Sua Voz, serão

condenados”.

“E todo aquele que escuta a voz do Espírito vai para Deus, que é o Pai.” [D & C 84:47]

“E todo o mundo vive no pecado, e padece na escuridão. E quem vive sob as amarras do

pecado, não virá a mim. Aquele que receber minha voz e não a conhecer, não pertence a mim.”

Ou, em outras palavras, “não conhece a voz de Deus, em Quem devem confiar.”

A voz de Deus é ouvida através da Luz de Cristo, quando o homem a desenvolve e entra

em harmonia com Ela. Essa voz divina é a voz de instrução e de revelação. É a voz da alegria

interior. É uma música no coração que se mescla à sinfonia triunfante do Universo. A Luz de

Cristo é também a voz inexplicável e o poder da paz. É a expressão reveladora do Espírito Santo

da Promessa, que vem como um sopro, um sussurro ou a poderosa revelação do completo

conhecimento, assim que o indivíduo abre o coração para ouvir — e a mente para compreender.

A voz da grande Luz de Cristo é ouvida em toda aprovação calorosa e animada, sentida no fundo

do ser quando o indivíduo realizar um ato de bondade, der uma palavra de amor ou afastar-se de

algo ruim. É a voz que repreende por qualquer ato ou pensamento vil, maldoso ou egoísta.

Quando o indivíduo aprender a escutar a Voz interior da sagrada e redentora Luz de

Cristo, saberá que está verdadeiramente percorrendo o Caminho que leva à Vida eterna.

Esse é o Caminho que Cristo percorreu. É o Caminho de Sua Luz. É o “caminho estreito”

que leva à grande porta de vida magnífica, eterna e exaltada. É um Caminho pessoal, designado

para cada indivíduo. É tão particular quanto a vida íntima e os sentimentos de uma pessoa. Não é

o caminho das multidões, nem dos grupos ou organizações. É tão completamente individual, que

cada pessoa deve percorrê-lo sozinha. Por ser um caminho tão calmo, quieto e deserto, é muito

difícil de ser encontrado.

Essa estrada interior não é a avenida larga, percorrida pelas multidões. Aglomerados de

pessoas não podem passar por ele, pois é um caminho interior. Não é uma pista ampla, para a

vida externa, nem a trilha de conformidade e rituais que só limpam o lado externo do homem.

Não é a estrada aberta que conduz milhares à destruição.

O caminho interno percorrido por Cristo é a estrada para a Vida Eterna. É a estrada que

desvia da morte.

Somente quando entrar em contato com a Luz de Cristo interior e seguir Sua orientação

divina, poderá o homem receber as dádivas e os poderes prometidos “A TODOS OS QUE

ACREDITAREM — ATÉ OS CONFINS DA TERRA.” O poder de crença do indivíduo deve

abraçar a Luz interior e segurá-la com determinação. Deve segui-la em todas as coisas. E,

aprendendo a segui-la, ele chegará ao Pai. Será agraciado com o dom da vida eterna. O último

véu da Luz se dissolverá, revelando a face de Deus, o Pai. O indivíduo terá o privilégio de

realmente CONHECER Deus.

Esse conhecimento é o poder. É o Reino de Deus — o Reino do Céu interior. Aqueles

que forem privilegiado e dignos de entrar nesse reino serão membros da Igreja do Primogênito,

Jesus Cristo, o Senhor.

Essa é uma estrada sagrada e individual, que deve ser percorrida de dentro. Ninguém

pode caminhar por ela, se permanecer na larga avenida das multidões e aceitar os rituais e

comportamentos ortodoxos das massas. Esse é o Caminho SUPERIOR, que permite ao homem

cumprir seu padrão individual de perfeição, desenvolvendo a maturidade Espiritual e

caminhando com Deus — o Pai.



O acesso a esse sagrado Caminho de Luz é conseguido através do cumprimento do

primeiro e maior de todos os mandamentos, não só em teoria, mas na observância literal e na

prática constante.

Quando o indivíduo ama a Deus com uma devoção indescritível, vibrando em louvor e

gratidão, o Caminho se ilumina em glória e poder.

Fé, louvor e gratidão, liberados em AMOR, fazem manifestar a divina Luz de Cristo

interior, e permitem que Ela se torne a grande realidade viva da existência. Esses três dons,

irradiados nas asas do AMOR, são os raios de Cristo que nada pode deter ou conquistar. A

escuridão não pode retardá-los, o mal não pode atingi-los. Liberados, esses três raios de Cristo

têm o poder de chegar imediatamente ao próprio coração de Deus. São os raios mais poderosos

existentes. Contêm todas as virtudes e o poder dinâmico, inefável, do Reino de Deus.

Fé, louvor e gratidão, liberados através do AMOR e da devoção, são a realidade dos três

raios divinos de Cristo — azul, dourado e vermelho-rubi — que contêm todas as outras cores do

espectro e todos os atributos divinos e sagrados da perfeição viva. Portanto, quando a divina Luz

BRANCA de Cristo é contatada e liberada, Ela se transforma do brilho original em três raios de

cor. Compreendidos e enviados pelo indivíduo, eles englobam todos os demais raios e virtudes.

Fluindo em correntes vibrantes de glória diretamente ao trono de Deus, eles retornam carregados

de Seu poder e Sua realização.

Assim como o arco-íris é um símbolo da aliança de Deus com o homem nos dias de Noé,

o brilho das cores vivas do espectro é um símbolo da aliança eterna de Deus com todo indivíduo

que vem a esta terra.

Quando o homem aceita e manifesta a divina Luz Branca de Cristo, Ela é emitida de seu

ser em cores vibrantes de virtude. É assim que o homem cumpre sua parte da Aliança — sendo

um filho nobre, obediente e divino. Deus, por sua vez, compromete-se, e cumpre a Sua parte,

concedendo a manifestação completa e o poder de todas as promessas sagradas que fez ao

homem desde o início dos tempos. A lei é irrevogável. É a eterna aliança de Deus com o homem.

É “NOVA”, porque se torna uma nova e gloriosa experiência a todo aquele que a cumprir. Por

isso é chamada de “A Nova e Eterna Aliança.”

Quando o homem envia esses raios puros de Cristo, Deus os devolve com Suas bênçãos,

para que se realizem na vida daquele que os enviou. E assim as cores do arco-íris das virtudes do

homem são enviadas na Luz de Cristo, irradiada em Seu espectro variado do próprio coração do

homem. Portanto, a Luz sagrada contém o poder completo de perfeição, redenção e glória, à

medida que a aliança pessoal de Deus se torna uma realidade no interior de cada indivíduo.

Quando os três raios de Cristo, o azul, o dourado, e o vermelho, se estabelecem através

da crença, do louvor e da gratidão enviados nas asas do AMOR do coração humano, nada pode

impedir o progresso e a suprema realização de todas as coisas, pois esses três raios são as

vibrações relativas de toda verdade divina.

Com o retorno do divino raio azul de Cristo do trono de Deus, vem a realização de tudo o

que o indivíduo acredita ser possível. E é de acordo com a intensidade do raio azul de Cristo,

liberado do coração aberto do homem, que Deus realiza Suas obras.

Agora está na hora de revelar plenamente a lei divina através da qual a Vontade sagrada

de Deus se manifesta e realiza todas as coisas.

Ao usar a grande e sagrada lei de Deus, o indivíduo deve superar os pequenos desejos

mortais do “self”. Esses desejos são apenas anseios físicos e transitórios, prejudiciais e

provocadores de dor, infelicidade e decepção. Esses pequenos desejos mortais da carne são, ou

físicos e sensuais, ou sedentos de poder e riqueza, e de superioridade. Mas ficam para trás

quando o homem cumpre o primeiro e maior dos mandamentos, que é amar a Deus com toda a

força do coração, da alma e da mente.

Aprendendo a “aquietar-se”, o indivíduo entra no santo dos santos, que fica no centro de

sua alma, onde se concentra a Luz de Cristo. Aprendendo a contatar a Luz através da prática e do



esforço diários, torna-se purificado e limpo de todos os pecados. Essa é uma das funções divinas

da redentora Luz de Cristo.

Aprendendo a viver nessa Luz, recorrendo a Ela constantemente, o homem começa a

compreender todas as coisas. Uma das primeiras coisas reveladas e esclarecidas pela Luz de

Cristo é mais profundo e intenso anseio na alma humana. Esse anseio é um desejo sagrado, e foi

plantado no centro do homem e envolto na Luz de Cristo pelo próprio Deus, na fundação dos

tempos. Permanece em estado embrionário e dormente no centro vivo do ser, enterrado e

esquecido, como o germe da vida no ovo. Esse desejo sagrado interior, enterrado e esquecido, é o

destino pessoal de cada um. O divino e eterno padrão da realização individual é o destino que

aguarda todo ser humano. Esse destino superior e glorioso é superior a qualquer ambição pessoal.

Esse destino é divino.

Quando entrar na quietude interior das profundezas de sua alma, que é a magnífica Luz

de Cristo, o homem conhecerá o plano sagrado de Deus, que aguarda o momento de se

concretizar. Nesse momento, terá a fé para olhar claramente e perceber que esse glorioso destino

ocupa sua alma desde o início dos tempos. O chamado individual geralmente é algo além de tudo

o que se possa conceber. No começo, pode parecer inacreditável e quase sufocante. O chamado

pessoal pode ser tão tremendamente dinâmico e glorioso que, às vezes, sua magnitude não é

imediatamente compreendida, por mais que o indivíduo focalize a atenção nele.

É possível que o seu chamado específico jamais tenha sido plantado na alma de outro

homem. Pode ser algo tão distinto e separado como foi o destino de Colombo. Mas foi plantado

pelo próprio Deus, e é a Vontade Dele que seja cumprido. Todo grande e intenso desejo da alma

foi implantado por Deus. Isso deve ser compreendido, logo que o indivíduo tiver o dom de

discernir entre os pequenos desejos mortais e o destino contido em sua alma.

Quero esclarecer, também, que o fato de existir um destino específico para cada homem

não significa que ele será cumprido. Cada homem recebeu uma ordem de realizar uma obra

específica, mas ninguém está predestinado a cumprir a ordem. Com o chamado, vem o dom do

livre arbítrio. O homem deve decidir se quer fazer a Vontade de Deus e cooperar, cumprindo sua

parte do acordo.

Quando progride espiritualmente até o ponto em que vislumbra ou compreende seu

destino individual, o homem deve desenvolver seu poder de acreditar. Deve acreditar na

revelação interior, na visão secreta, no destino sagrado que grita no fundo de sua alma. Precisa

compreender esses desejos profundos que Deus estabeleceu nele antes da criação do mundo.

Aquele que se apega à visão interior, e nela acredita, “jamais duvidando”, vê que a visão

se cumpre em sua vida graças ao poder da fé.

Aquele que se desenvolve até o estágio de acreditar, tem o poder de enviar o raio azul de

Cristo em sua gloriosa magnitude. E quando o raio azul se une ao vermelho e ao dourado —

louvor e gratidão — e, juntos, são enviados em AMOR, os três chegam ao trono de Deus. Em sua

essência vibratória, esses três raios contêm o inefável Nome de Jesus Cristo, o grande Nome do

Todo-Poderoso. Esse Nome de glória infinita é Inefável, simplesmente porque não pode ser

pronunciado. É uma vibração! É a essência e a realidade do divino poder de Deus! É a glória

indescritível!

O raio azul de Cristo, da crença, revela o desejo sincero da alma, completamente exposto

aos poderes divinos e realizadores de Deus. E à medida que o raio azul é enviado, os raios de

realização do Todo-Poderoso se tornam ativos, pois Sua Vontade é cumprida, concretizando o

destino individual de cada homem. Assim, a vontade de Deus é feita na terra como no céu. Sua

Vontade é feita quando o homem abre a alma para compreender e, através da crença, coopera

com o cumprimento da perfeição gloriosa.

O raio azul é o canal aberto da crença, através do qual os poderes sagrados de Deus

retornam ao indivíduo, envolvendo seu destino pessoal e estabelecendo-o em glória e honra para

sempre.



É através dessa lei que a fé opera. É assim que ela se torna conhecimento, e o

conhecimento se torna poder! Esse é o Caminho onde Sua Vontade divina e sagrada é realizada e

o indivíduo glorifica seu destino.

A dúvida é produto das trevas e a arma mais poderosa do diabo. Enquanto houver

dúvida, as obras de Deus não poderão ser realizadas, nem Suas promessas cumpridas. A dúvida

destrói tudo, aniquila o bem e torna todas as coisas impossíveis.

Quando a Luz de Cristo é contatada e desenvolvida, o divino raio azul é liberado e

enviado diretamente ao glorioso trono de Deus, exigindo Sua parte no acordo. E Deus, que se

comprometeu, deve atender ao chamado, pois foi Ele mesmo quem estabeleceu a aliança.

Intensificado, o raio divino de Cristo, leva o desejo do homem ao trono de Deus; e é através

desse poder infinito que os desejos justos, as ambições sagradas e as esperanças divinas são

cumpridas, pois o poder de Deus entra em ação para completar o pedido, que Ele próprio

implantou no homem.

A lei, ou o comando de “pedir” também é importante nessa realização magnífica.

Quando o indivíduo pede, seu chamado sagrado torna-se-lhe claro e é atendido mais

prontamente. Essa é a lei através da qual a fé opera. E a lei será para sempre de todo homem que

a usar.

Mais uma vez, é preciso deixar bem claro que essa lei superior não pode ser usada para

pedidos pessoais, mesquinhos e egoístas. Aquele que fizer isso poderá ser ferido pela realização

do próprio desejo.

Essa lei divina é irrevogável quando usada para cumprir a Vontade de Deus, que é a

realização do destino pessoal de cada indivíduo, em glória e perfeição. Essa é a lei da eterna

convenção de Deus com o homem. Ela contém o cumprimento da aliança. Não pode falhar. É o

caminho de glória e perfeição.

Para uma revelação mais completa da magnífica glória do Bem infinito de Deus, será

necessário mais um passo.

O padrão individual, ou destino implantado na divina Luz de Cristo, é a PALAVRA de

Deus. É a Sua PALAVRA sagrada, plantada como uma promessa em cada alma. Quando a Luz

de Cristo, que anima, renova e redime, é contatada, a PALAVRA recebe o poder da vida e se

revela à consciência interior do indivíduo. Quando a PALAVRA interior de Deus se manifesta

em sua plenitude divina, ela se torna carne, e a carne é exaltada à condição de Espírito. Essa é a

lei da translação. A Vontade de Deus, então, se manifesta no plano físico, assim como é

estabelecida no céu, o Reino interior.

O padrão individual, ou a PALAVRA, o plano sagrado de Deus para o indivíduo, foi

colocado bem no centro da Luz de Cristo, pelo Espírito Santo da Promessa. Esse Espírito Santo

da Promessa é a aliança que Deus fez com o homem antes de iniciar sua vida na terra.

Quando a Luz de Cristo é contatada e liberada através do amor, à medida que o indivíduo

desenvolve o poder de acreditar e envia essa crença no divino raio azul de Cristo, a promessa

interior deve ser cumprida.

Esse chamado interior, ou PALAVRA de Promessa, é a Voz de Cristo querendo ser

ouvida. Quando começar a ouvir essa Voz, ou PALAVRA interior, que Deus dirigiu a sua alma

no início dos tempos, o homem abrirá a porta para a grande Luz de Cristo interior. E então, a

plena glória da Luz de Cristo se manifestará e será enviada, no espectro glorioso de perfeitas

virtudes e atributos, ao trono de Deus. Nesse momento, todas as coisas se tornam possíveis — e

todas as coisas se realizam na vida do indivíduo.

O homem automaticamente se torna humilde diante de tais poderes e tanta grandeza. Fica

tão humilde que o pequeno “self” mortal se perde e é dissolvido nas grandes vibrações de louvor

e gratidão, enviadas em AMOR, para se submeter a vontade do indivíduo à divina Vontade de

Deus. A Vontade de Deus contém toda a perfeição. Quando os três raios, que contêm todas as



outras cores vibrantes, são liberados, a Vontade de Deus, que está na PALAVRA interior,

começa a ser cumprida, ganhando vida e se desenvolvendo.

Essa PALAVRA sagrada, ou promessa interior, chamado ou destino pessoal, preso na

alma humana, é a “Nova e Eterna Aliança.” A aliança será cumprida quando o homem não mais

rejeitar a Luz de Cristo que lhe foi concedida, e acreditar Nela. Recebida com amor, louvor e

gratidão, a Luz é liberada para começar Seu processo de glória realizadora. Enviar os três raios,

fortalecidos e poderosos, ao trono de Deus é a parte humana da Nova e Eterna Aliança.

Quando os raios chegam ao trono de Deus, Ele obrigatoriamente cumprirá a Sua parte.

Concretizará a PALAVRA interior pela glória de Seu poder. Deus cumpre a Sua parte da Aliança

quando o homem supera o mal, aceitando a Luz de Cristo e enviando-a de volta ao Senhor, em

Seu espectro de virtudes aprimoradas.

Todo homem que cumpre a lei sagrada, aceitando a divina Luz de Cristo, que lhe foi

concedida; e, depois, irradiando-a para fora, fica automaticamente livre de condenação. Tal

homem não só é redimido, mas também exaltado e glorificado.

O arco-íris sempre foi o símbolo da aliança eterna. Ele é um lembrete, uma reprodução

ou cópia daquilo que o homem deve estabelecer através de suas vibrações gloriosas de virtudes

incessantes, aceitando a Luz de Cristo. O primeiro dos raios de Cristo é o da crença. Com o

poder da crença, os outros raios se manifestam. Sem a crença, nada poder ser realizado.

Afirmo novamente que o conceito popular de “encontrar um pote de ouro no fim do arco-

íris” é verdadeiro. No fim desses raios, liberados do interior do homem, está a grande Luz de

Cristo, o reino do Espírito, o ouro purificado e testado no fogo.

Aqueles que acreditarem e aceitarem a divina “Luz de Cristo, que foi concedida a todo

homem da terra”, serão conduzidos ao cumprimento de sua parte da Aliança sagrada, e estarão

livres da condenação e das trevas. A mediocridade se dissolverá, e eles serão tomados de Luz, e

se tornarão gloriosos.

Como esse Caminho é interior, as igrejas e grupos do passado jamais o percorreram.

Andaram, na verdade, pela estrada exterior da conformidade e dos rituais ortodoxos, pois

“honraram a Deus com os lábios, mas não com o coração.”

A Luz de Cristo deve ser compreendida e manifestada de dentro do homem, preparando

para a gloriosa e triunfante vinda do Senhor dos Senhores e Rei dos Reis, Jesus Cristo, que

reinará nesta terra em glória e honra. Mas antes desse grande evento, algumas pessoas devem

estar preparadas para recebê-lo; e serão aquelas que despertaram Sua Luz interior. Aquelas que

serão como Ele, “pois se tornarão purificadas, como Ele é puro!” Nelas, a PALAVRA de Deus se

fará carne, e elas serão redimidas e santificadas. Inundadas de Sua Luz sagrada, elas

“compreenderão todas as coisas.”

O Caminho interior é o Caminho da Luz de Cristo que Jesus percorreu. É um Caminho

estreito, sem desvios para as variadas inclinações mortais. É o Caminho do poder inefável, da

glória e da realização individual e infinita. É o Caminho de infinita alegria e superação. É o

Caminho da purificação, redenção e glória. É o Caminho que aperfeiçoa e cumpre todas as

coisas, e que conduz ao Pai — e à Sua Plenitude.

Esse Caminho de Cristo é a estrada da exaltação. Nele, o homem não precisa se

preocupar com os traços e desejos degradantes, pois são automaticamente superados pela força

redentora da Luz. Nesse Caminho, que é do Senhor, o homem pode ser purificado, limpo,

redimido e completamente glorificado.

O Caminho de Cristo é a Trilha de honra, louvor e beleza inefável. É o Caminho de

poder e redenção, embora sejam poucas as pessoas que o encontram. É o caminho que leva à

grande Porta de Cristo da Vida Eterna, onde a morte, suas amarguras, tristezas e sofrimentos são

desconhecidos. “A Luz de Cristo foi concedida a todo homem da terra.” E essa Luz É o

Caminho.



A Luz de Cristo é também a pedra fundamental de Seu poder; a pedra sobre a qual o

homem, que é o templo de Deus, foi criado. É também a pedra que foi rejeitada pelos

construtores, quando o homem construía seu corpo físico. E, no entanto, é a pedra fundamental

do poder divino, eterno, magnífico, Celestial. Aquele que constrói sobre essa rocha da Luz de

Cristo não poder falhar. Nem cair. A Luz de Cristo é a pedra branca, poderosamente disponível

àquele que a aceitar, abandonando as inclinações mortais e a avenida usada pelas multidões — a

trilha que leva à destruição. E nessa pedra, ou Luz, um novo Nome está escrito, o qual ninguém

pode conhecer, exceto aquele que for digno de usá-lo; pois esse Nome só é dado àquele que

seguir o Caminho sagrado de Luz, sob Sua liderança.

Esse Caminho de Cristo é uma estrada de tamanha glória, alegria e poder inefáveis, que

nenhuma língua da terra é capaz de expressá-la. “É o Caminho demarcado por Cristo, e que Ele

percorreu.” É o Caminho que libera o poder de Deus para que eu possa realizar as obras, e

cumprir Suas sagradas promessas a todos os que acreditarem.

Você hesita, e diz que o caminho de Cristo levou à crucificação?

Sim, é verdade. Mas a crucificação se tornou uma experiência privilegiada de triunfo e

bênção eterna, não só para Cristo, mas para o mundo inteiro e todos os seus habitantes. O

Caminho de Cristo tem o poder de transformar toda adversidade em glória, toda derrota em

vitória, e todo infortúnio em poder. É a estrada do amor tão perfeito, que só a Vontade de Deus

se manifesta em Sua glória triunfante, à medida que o pequeno “self” mortal é crucificado e a

grande alma do homem é liberada do sepulcro para reinar em glória eterna.

Esse divino Caminho de Cristo é o Caminho que realiza, glorifica e exalta todas as

coisas. “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em

sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” E esse indivíduo jamais terá fome ou sede novamente.

Terá, isso sim, eterno acesso ao maná oculto, o divino, espiritual “Pão da Vida.” E a Luz de

Cristo, concedida a todo homem da terra, É esse pão.

“O Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e

quem quiser, tome de graça da água da vida.” [Apoc., 22:17] Sem preço, sem cobrança.

Capítulo XVIII

O GRANDE AGORA ETERNO - O PONTO DE PODER

As condições negativas são matérias prima com a qual o homem iluminado constrói.

Aquele que é grato por todas as coisas não reconhece a negatividade. Sabe que todas as coisas ou

condições são bênçãos revertidas. Sabe também que, com a devida compreensão e através da

correta atitude, as condições negativas pode ser imediatamente transformadas em motivos

benéficos. Toda irritação, todo ressentimento e toda vibração discordante podem ser

imediatamente convertidos em poder liberado através de uma mente plácida, calma e cheia de

amor.

Para o indivíduo esclarecido nem mesmo a perda de todos os seus bens materiais é

motivo de terror e desespero. Ele compreende que os infortúnios e os reveses da vida são bênçãos

disfarçadas, se quiser. Compreende plenamente que a remoção de posses materiais é uma forma

de jogar fora trajes usados. Livrando-se das velhas roupas, o homem se prepara para usar a

vestimenta sagrada e revestida de Luz.

Portanto, o homem iluminado cresce através de provações que destruiriam o indivíduo

não esclarecido, pois ele é capaz de transformar os poderes negativos de todos os infortúnios em

bondade e bênçãos. Se o ser iluminado perder tudo o que possui na terra, sabe que o poder de tal



incidente pode ser imediatamente usado para a santificação de sua alma. Toda perda encarada

sob esse prisma contém poder ilimitado.

É impossível compreender esse poder indescritível, a menos que o indivíduo esteja

disposto a livrar-se de todas as amarras da mortalidade e viver segundo o conhecimento da lei

superior, que age em seu íntimo. “Viver a lei é conhecer a verdade” — e o poder nela contido.

Não existem condições negativas para o homem desperto, pois ele conhece a lei e sabe

usá-la. Nenhum ressentimento pode abalá-lo, nenhuma calamidade o perturba. Ele converte as

energias contidas nas condições adversas em poderes de glória realizadora. Essas energias podem

ser comparadas a entidades. São forças sujeitas a um comando. São as “Legiões” trabalhando

para o homem que se purificou ao manifestar a Luz de Cristo interior.

Há muitos tipos de perdas. Todas podem se tornam bênçãos, se não forem causadas por

deliberada maldade, estupidez ou rebeldia. E mesmo essas forças negativas podem ser

transformadas, se o indivíduo abrir a mente e compreender.

Uma das perdas mais difíceis é a de idéias incutidas e crenças já há muito aceitas.

Aqueles que forem suficientemente fortes para enfrentar a perda de opiniões arraigadas, uma vez

comprovados os erros, estarão preparados para o avanço rápido. Geralmente, a perda da fé em

uma idéia arraigada é avassaladora, no começo. Mas o homem que for hábil e versátil a ponto de

recuperar as forças e reconstruir em cima da nova verdade, estará preparado para caminhar na

Luz.

O indivíduo que for verdadeiro e avançado o suficiente para resignar as necessidades e

os desejos egoístas à vontade de Deus, ascende a um nível superior. É o nível em que os poderes

de realização de Deus tornam-se ativos em sua vida.

Chegando a esse estágio de aceitação em amor, ou estando disposto a aceitar as

adversidades e vicissitudes com gratidão, essas condições serão transmutadas em poder e bênção

quase instantaneamente. Tal indivíduo “aprendeu a obediência por aquilo que padeceu”; e para

ele, todos os sofrimentos acabaram.

Todas as condições negativas e as coisas indesejáveis são materiais de glória inefável

para aquele que as reconhece como matéria-prima da vida. Essas condições são os materiais o

que o homem sábio converte e usa, construindo a visão de sua alma. Crus e ásperos, esses

materiais contêm poder e bênçãos inefáveis quando são convertidos pela glória de Sua Luz, que

sempre se expressa como uma compreensão superior. A ignorância é a escuridão. A compreensão

e o conhecimento são a Luz.

Qualquer pessoa que use as circunstâncias negativas e as condições adversas com esse

conhecimento se tornará gloriosa. Sua capacidade de aceitar, louvar, honrar, glorificar e

agradecer a Deus por essas condições liberará os poderes de realização de Deus, colocando-os

imediatamente em ação. Tal pessoa vive as leis do Reino de Deus e se torna gloriosa. O uso

correto desses poderes é a verdadeira probidade!

Os poderes e bênçãos superiores não podem ser usados por aquele que se autopromove,

nem pelos fracos e rancorosos ou pelos que aceitam a vontade de Deus como um fardo na vida.

Tristeza, fracasso, angústia, dor, escuridão e sofrimento não são a vontade de Deus! E só os

fracos deixam que essas condições destruam-lhe a vida. Para o indivíduo esclarecido e

iluminado, nenhuma condição é um fardo. É uma oportunidade. Nenhuma entrava ou paralisa.

Mas aquele que geme de autopiedade, convida mais circunstâncias negativas a se aglomerar ao

seu redor. Para ele, o mal que o atormenta é falsamente aceito como a vontade de Deus. Isso é

blasfêmia. A vontade de Deus é beleza, amor, poder e glória. E o homem cuja vida não contém

essas dádivas não cumpre a vontade de Deus. Seus olhos não sobem às alturas para contemplar a

glória do Senhor, nem sua visão a ela se ajusta.

Para liberar esses poderes transformadores de Deus em sua vida, o homem só precisa

aceitar a perda de tudo o que possui, seja um bem material, ou o sentimento de ódio, a



preocupação torturante, o sofrimento intolerável ou o medo devastador. Esses poderes negativos

podem ser transmutados, transformados, convertidos ou trasladados em forças construtivas.

Só há dois requisitos para que um indivíduo possa usar esses grandes poderes de

transição. O primeiro é acreditar. O segundo é a capacidade de usar, ou VIVER segundo a lei

superior.

“Aquele que for grato por tudo o que receber se tornará glorioso; e as coisas deste mundo

lhe serão dadas e multiplicadas por cem, e mais!” Aquilo que o homem perder, receberá de volta

multiplicado, se viver as leis superiores. As condições se elevarão das trevas para a glória e luz e

poder. A música de gratidão do homem realmente tem o poder de torná-lo glorioso, se ele a

cantar com sinceridade.

O indivíduo que viver essas leis superiores, e usá-las corretamente, não será um joguete

do destino ou uma vítima das circunstâncias; será, sim, o mestre de todas elas.

Para ele, todas as coisas e condições “se sujeitarão a ele, tanto no céu quanto na terra, a

Vida e a Luz; o Espírito e o Poder, enviados pela vontade do Pai, através de Jesus Cristo, Seu

Filho.”

Toda falha pessoal, toda condição irritante e toda calamidade podem ser transformadas

em poder e glória inexprimíveis, quando o homem se transmuta, ou se traslada, através das

próprias atitudes em uma nova criatura, cheia de amor e glória.

“Aquele que é grato por tudo” abre as fontes de alegria dentro de sua alma. É o ponto de

contato com a “Fonte das Águas da Vida.” [Apoc., 7:17]

“A Fonte das Águas da Vida” é o êxtase do Espírito, fluindo incessantemente. É a glória

liberada, contida na Grande Luz de Cristo. Quando o homem contata e usa essa grande fonte de

melodiosa gratidão e doce vida, toda a negatividade é transformada em bênçãos. Nessa

melodiosa e feliz gratidão, a Luz de Cristo é contatada e liberada, e o homem é preparado para

receber a “Plenitude de Gozo”, ou a “Plenitude do Pai.” E esse gozo torna-se um fato permanente

na vida daquele que se enche de Luz, ou conhecimento e compreensão — portanto, poder.

Todas as tristezas e desesperos, toda amargura e dor, todos os sofrimentos, são os frutos

da “Árvore do Bem e do Mal”, produzindo o “mal” para aquele que ignora ou desrespeita a lei.

Dentro do homem, existe o poder de transformar o mal em bem, transmutar o amargo em doce e

elevar as trevas e a negatividade à condição de Luz, glória, e poder divino.

O homem é o mestre ou o escravo, de acordo com sua atitude, ignorância ou grau de

esclarecimento.

É o homem quem decide como usar a matéria-prima da vida que lhe foi colocada nas

mãos. Essa antiga mensagem expressa bem a idéia: “Dei aos homens fraquezas, para que

ficassem fortes.” Nas fraquezas está a energia para o homem não só se fortalecer, mas tornar-se

verdadeiramente poderoso. As fraquezas contêm a matéria-prima, a energia armazenada de poder

ilimitado. Aquele que usa as matérias-primas da vida corretamente, logo recebe somente o

material puro e glorificado de Deus, que não exige esforços humanos para ser reprocessado ou

refinado. Esse material será a força direta de Deus. “A Luz e a Vida, o Espírito e os poderes da

criação em seu estado plenamente glorificado.” Quando o homem supera a escuridão, o mal e a

inveja, tornando-se humilde, as forças divinas se sujeitam a ele, como Deus lhe prometeu.

Os poderes de realização são controlados pela capacidade do homem de converter crença

em fé, que é o poder em ação. Isso é conseguido quando o indivíduo transfere suas esperanças do

futuro para a realidade do presente. E cabe a ele decidir.

O homem contata os poderes de Deus através da mente supraconsciente. Tudo o que for

plantado na supraconsciência através do hábito, da crença ou do medo torna-se realidade. Por

causa desse fator, concedido por Deus, que dá ao homem o livre arbítrio de escolher entre bem e

mal, o mundo se encontra nas atuais condições. A supraconsciência tem sido alimentada com

negativismo e ódio, e devolve ao homem a escuridão. Ninguém deseja tais condições. Elas foram

criadas por causa da ignorância e da rejeição da grande Luz de Cristo.



As coisas que o homem pensa, sente ou faz liberam as forças criativas de sua

supraconsciência e se tornam realidade. O pensamento e os sentimentos negativos geram

condições negativas na vida do indivíduo e no mundo inteiro. Quaisquer pensamentos ou

emoções que o indivíduo acalenta na supraconsciência tornam-se a realidade de seu dia-a-dia.

A Luz de Cristo, desenvolvida e manifestada, contém o poder de limpar e purificar o

consciente de toda a negatividade acumulada: os medos ocultos, os ciúmes e ressentimentos, os

desejos mundanos, que têm pressionado o consciente desde que este se tornou ativo. Na Luz de

Cristo está contido o poder de regeneração e redenção, pois tanto o consciente quanto o

supraconsciente enchem-se da gloriosa e purificadora Luz de Cristo.

É o direito e o propósito do consciente dirigir e usar os poderes inefáveis da divina

supraconsciência o tempo todo. Quando o consciente, desperto e cheio de compreensão, dirige o

supraconsciente, todas as maravilhosas e indescritíveis promessas do Todo-Poderoso cumprem-

se com perfeição. Esse é o método que subjuga todas as coisas e condições, bem como todos os

poderes. E “todas as coisas se sujeitarão a ele, tanto no céu quanto na terra, a Vida e a Luz; o

Espírito e o Poder.” Mas é preciso que compreendamos que os poderes contidos na grande

supraconsciência “faz as obras”, ou contata os poderes diretos de Deus para realizar todas as

coisas. Essa mente divina, quando purificada, mantém-se em contato com Deus o tempo todo —

e com Seus poderes. Portanto, “tudo o que é do Pai, é também vosso!”

A supraconsciência contém as chaves desta gloriosa passagem das escrituras: “A ti é

concedido o aval dos céus; o Consolador; a paz da glória imortal; a verdade de todas as coisas;

aquela que sabe todas as coisas; aquela que anima todas as coisas, e dá a todas as coisas a vida, e

tem poder.”

“A Luz de Cristo, que foi concedida a todo homem da terra...” “Sim, tudo o que é do Pai,

é também vosso!”

Quando a Luz de Cristo não for mais rejeitada, a aspereza do coração será

completamente dissolvida; e o amor e a ternura, a bondade e a misericórdia preencherão o ser do

homem.

Essas promessas e leis superiores são completadas e cumpridas no primeiro e maior de

todos os mandamentos.

Amar a Deus com todo o coração significa abrir o divino centro do coração para o amor

e a grande Luz de Cristo, que É a Fonte da Vida.

Amar a Deus com toda a alma é o processo pelo qual o corpo físico é animado e

renovado. As células são regeneradas e espiritualizadas, e todo o ser é desperto redimido e

glorificado.

Amar a Deus com todo o pensamento (ou mente) é o poder que une o consciente ao

supraconsciente; e os dois começam a funcionar como UM. Assim unidos pelo amor, nada no

céu ou na terra será para eles impossível, pois o amor está estabelecido e sua pura perfeição

ressuscita e dá vida a todas as coisas.

O próprio homem é o beneficiário desse amor perfeito e divino. Nesse grande amor, o

“Perdão” pelo qual Cristo deu a vida é finalmente completado. Esse é o grande “Perdão” ou a

grande “Redenção” — a Luz de Cristo, a consciência e a supraconsciência unidas em um novo e

divino poder de funcionamento.

Quando o homem compreende os poderes ilimitados que existem em seu interior, quando

o consciente está desperto com a Luz de Cristo, e trabalha em conjunto com a grande mente

interior de poder infinito, nada é impossível.

O progresso de um indivíduo sempre começa com sua capacidade de acreditar. A dúvida

é o poder da negação e da destruição, pois retarda as forças da Luz. A ignorância é a filha

imbecil da dúvida. É a criatura das trevas, completamente cega. Gosta de ser idolatrada e é cruel.

A crença, por outro lado, é filha do poder divino e se desenvolve em fé, se for devidamente

alimentada. A crença deve ser nutrida e acalentada, para crescer e se tornar madura.



Quando a crença é estabelecida, a dúvida é expulsa; e com ela, sua cria maligna e

degenerada, a ignorância.

A crença, porém, ainda é um fator imperfeito. É uma criança. Seu único propósito é

contra-atacar e superar a dúvida. Nesse sentido, ela é perfeita e bela. Cumprindo seu destino na

infância, ela amadurece em fé. Sim, a crença cresce e se torna fé. A fé amadurece e se converte

em conhecimento — e conhecimento é poder.

A fé tem a capacidade de se desenvolver em conhecimento. É na fé que as forças ativas

de realização são estabelecidas. A crença é uma criança imatura, ainda que absolutamente

indispensável e necessária. Mas não é muito poderosa. Na verdade, é quase inativa, exceto por

sua habilidade em manter a dúvida afastada. Quando se transforma em fé, porém, desenvolve o

poder de ação. A crença é a pequena criança aprendendo a andar. A fé é a jovem, ansiosa para

agir e liberar seus poderes dinâmicos.

Na fé, o poder de realização se manifesta. Essa é a natureza e esses são os modos da fé.

Paulo compreendeu a verdade por trás dos poderes de Deus, quando declarou simples e

humildemente: “Acreditamos em todas as coisas!” São poucos os que têm a capacidade de

realmente acreditar. A maioria das pessoas questiona e duvida da verdade.

A crença deposita toda esperança no futuro. A fé se ocupa do AGORA. A crença dirige a

prece ou a esperança à dimensão do “tornar-se”. A fé trata de “ser”. O tornar-se se transforma em

AQUI e AGORA. Com o poder dessa transformação, a fé se converte em conhecimento; e

conhecimento é poder — o poder de toda a realização.

A supraconsciência sempre trabalha no AGORA. Quando o “perdão” é estabelecido

entre a grande supraconsciência e a consciência, o indivíduo entra no AGORA — o eterno

PRESENTE. O poder realizador está sempre no AGORA. A vaga e distante visão da crença ou

esperança para o futuro tornam-se completa no grande, vivo, dinâmico e todo-poderoso AGORA!

O grande e presente AGORA é eterno. É o ponto de poder. Aquele que continua

esperando para o futuro ainda vive na infância da crença, e não em sua expressão madura e

poderosa, a fé.

Já aquele que nutre e acalenta a crença, recusando-se a dar espaço para a dúvida, cresce

e se transforma na própria fé. O que se apega à crença com tenacidade, logo deixa de viver na

fase mais baixa de poder e avança para o estágio mais dinâmico e glorioso da fé. Nessa transição,

o homem não mais fixa os olhos em alguma visão distante, mas volta-os para o presente, o

AGORA.

O grande e vivo poder do AGORA é o que Cristo quis revelar, quando disse: “Não pensa

no amanhã.”

O AGORA é uma parte da eternidade, tanto quanto os anos que se passaram ou os dias

que ainda estão por vir. Mas é só no AGORA que os poderes da eternidade são ativos e

benéficos. E é somente no AGORA que o homem pode contatar a grande Luz de Cristo e poder

divino de Deus.

O poder realizador de toda esperança e todo desejo nobre espera no AGORA. Quando o

homem redireciona sua visão do futuro para a glória do presente, a crença se transforma em fé. A

fé sempre é um poder ativo, e proporciona o ingrediente que completa e realiza. Fé sempre se

converte em conhecimento. E conhecimento é poder. Quando o indivíduo sabe, tem a habilidade

e a compreensão para fazer! O poder de fazer está sempre no AGORA!

Tudo o que se pode realizar já tem o poder de realização. Toda perfeição, toda glória,

bondade, beleza e abundância existem no divino AGORA.

Quando o homem elevar a visão e as preces pelo “Que se faça amor” para o “Que eu seja

o amor” no AGORA, ele poderá dizer “Eu sou o amor! Eu tenho a Luz! Tenho os poderes de

Deus Todo-Poderoso, meu Pai, pois Deus realiza Suas obras através de mim!”... “E é verdade:

tudo o que é do Pai, é também meu!”



A humanidade sempre olhou através do vidro escuro, ou do véu. Mas a fé remove o véu e

mostra a realidade do AGORA!

O AGORA é o momento em que essas bênçãos se tornam poderosas!

Pense no AGORA! Viva AGORA! Saiba que os véus das trevas serão rasgados AGORA,

diante de seus olhos.

Pode levar algum tempo até você conseguir ajustar os olhos a essa grande e perfeita

realidade. Mas se aprender a focalizar a vista e o pensamento no eterno AGORA de todo poder,

você não mais estará sujeito a tempo e espaço. Nesses três passos, da crença para a fé e da fé

para o conhecimento, faça seus pedidos AGORA, e não no futuro. Suas esperanças e nobres

desejos devem ser vividos como se estivessem se concretizado. O AGORA é o ponto de contato!

É o local de poder! Contém as chaves de toda realização e glória! O AGORA é o ponto onde a

esperança do futuro torna-se a realização do presente.

Viva AGORA como se seus nobres desejos já fossem realidade. Viva AGORA como se

você fosse esse amor! Viva AGORA como se estivesse envolto em Luz, e tudo acontecerá como

lhe foi designado. Você é quem decide quando. Só depende de sua crença no futuro, ou de sua fé

ativa no presente — o eterno AGORA!

PEÇA, e agradeça imediatamente por seu pedido ter sido ouvido! Deixe o resto com

Deus. Esse princípio é bem exemplificado quando Cristo ressuscitou Lázaro. “E Jesus,

levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que

sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam

que tu me enviaste. E tendo dito isto, chamou com grande voz: Lázaro, sai para fora. E o defunto

saiu!” [João, 11:41-42] Observe que Cristo agradeceu a Deus por ter ouvido Sua prece, antes que

ela fosse cumprida. Agradecer e louvar define o pedido no AGORA!

Saiba sempre que suas preces são ouvidas. Mantenha-se aberto e preparado para receber

a resposta. E ela virá. Agradeça sempre pela resposta às suas preces, pela realização de seus

desejos sagrados, pela proximidade Deus e pelo poder Dele liberado em sua vida. Se seus

pedidos forem feitos em amor, as grandes leis realizadoras de Deus são coladas em ação. Essas

leis divinas e sagradas são irrevogáveis e não podem falhar. Libere tudo o que deseja no

onipresente AGORA e agradeça. Seus desejos se realizarão, e serão mais belos que a maior de

todas as esperanças e o mais querido de seus sonhos.

Ao usar esse poder, lembre-se de caminhar com humildade, pois esses são os poderes de

Deus, conforme Ele começa a realizar Suas obras através de você. E Deus não pode ser

ironizado. Venere, adore e agradeça; e, enviando amor, a humildade será exaltada. A humildade,

purificada e sincera é o poder da recepção. É uma força vital. É o ponto irresistível de contato em

que o homem aprende a se resignar a Deus, deixando que Ele assuma o controle. O pequeno self

mortal, escandaloso e cheio de orgulho, que já causou tanto sofrimento, aprende a obediência

perfeita através do sublime dom da divina humildade. Quando o orgulho é afastado, Deus entra

com Seus poderes curativos de perfeição, alegria infinita e glória exultante.

Deixe o amor se tornar a pulsação de sua existência. Deixe a melodiosa gratidão, o

louvor e a adoração emanar de sua alma continuamente, e jamais ficará cego pelo brilho de Sua

Luz, nem chamuscado pelos Raios Cósmicos de Seus poderes realizadores, que se tornam

visíveis a seus olhos.

Através da gloriosa canção de amor na alma, através da gratidão e do sincero

arrependimento no coração, as chaves de todos os poderes se tornarão ativas em sua vida. E você

será glorioso!

Capítulo XIX

A LUZ DO MEIO-DIA



Escrevi estes livros porque era o meu destino, e porque Deus assim ordenou. Por eles não

recebo direitos autorais nem royalties, para que todos tenham acesso a estas informações pelo

preço mais baixo possível. Estes livros não foram escritos por dinheiro, fama, crédito ou

recompensa, mas exclusivamente pela glória de Deus e para o benefício e esclarecimento do

homem. Usei uma caneta mergulhada no céu, e os textos estão registrados com a chama da

verdade eterna. Essa chama da Verdade, ou Luz de Cristo, consumirá os véus da escuridão para

aqueles que desejarem superar a cegueira e receber a visão. E o caminho será aberto para os que

desejarem ser despertados e reanimados — se acreditarem —, ou se humildemente pedirem a

Deus que os ajude a abandonar a descrença.

Através destes registros, e através de nossas e suas vidas, nobres amigos despertos, os

pecados de muitas gerações serão superados e as trevas dissipadas.

É meio-dia e muitas pessoas ainda acordam às escuras por causa da grande cegueira

mental que foi causada pela descrença, ou que é o resultado direto da confiança do homem no

“braço de carne”. Sim, os “cegos”, ou aqueles sem visão, guiam outros cegos.

Os cegos são aqueles que jamais compreenderam “A divina Luz de Cristo, que foi

concedida a todos os homens da terra.”

A Luz de Deus está sendo liberada em um brilho cada vez maior sobre a terra. Ela ofusca

a vista daqueles que adaptam suas vidas à escuridão, e que, por ignorância, rejeitam a Luz de

Cristo e permanecem condenados. Freqüentemente a grande cegueira é causada pela recusa do

homem em abrir os olhos. “Ninguém é mais cego que aquele que não quer ver.”

“Os líderes cegos dos cegos” lutam contra Deus, e não percebem isso. Seu zelo pode ser

tão grande quanto o zelo de Saulo de Tarso, e igualmente prejudicial e ofensivo.

A Luz de Cristo é a luz do meio-dia, e está se tornando cada dia mais aparente para

aqueles que têm visão, que não são cegos, e que manifestam a Luz. Ela tem o poder de dissipar as

trevas das eras. Essa Luz está se tornando tão poderosa, que aqueles que não escolhem

permanecer cegos começarão a “ver através da obscuridade e da cegueira.”

“Aqueles que andam às cegas em pleno meio-dia”, porque amam as trevas e não a luz,

não conseguem acreditar ou sequer imaginar que Deus é um Deus de poder, ou um Deus de

milagres. Amam a grande névoa acumulada através dos tempos e a escuridão que bloqueia toda a

verdade na idolatria do passado. Acham que é blasfêmia erguer os olhos para vislumbrar a glória

de Deus. Se pudesse, esses “líderes cegos dos cegos” e seus fervorosos seguidores destruiriam

todos os que se atrevem a acreditar no caminho que Cristo percorreu e que desejam seguir Seus

passos. Mentalmente, os líderes cegos apedrejam até a morte aqueles que enxergam nas

promessas das escrituras a possibilidade de Deus literalmente cumpri-las. Eles queimam vivos,

em sua imaginação, os que enxergam a glória de Deus e acreditam que o homem foi criado para

ser perfeito, como Deus é perfeito! Gritam em protesto e trincam os dentes de raiva contra esta

idéia das escrituras: “Deixai o mesmo pensamento em vós que estava em Cristo Jesus; que,

estando na forma de Deus, sabia não ser roubo ser igual a Deus.” E nesse zelo ignorante,

deflagram o exaltado trono de Deus, negando os ensinamentos de Cristo, que afirmam: “Aquele

que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas”!

Esses indivíduos patéticos e mal orientados encheram suas mentes físicas de sabedoria

terrena e conhecimento mortal, e tal forma de aprendizado deve ter-lhes aumentado a cegueira. A

cegueira mental causada pela grande perversidade da descrença, é a cegueira que não vislumbra

as coisas do Espírito, mas somente as coisas tangíveis e físicas da carne, detectadas pelos cinco

sentidos mortais. Esses cegos se acham santificados porque adaptaram suas vidas a alguns

princípios ortodoxos estreitos, não percebendo que a conformidade rígida de rituais vazios só

gera a deformidade da alma, intensificando a cegueira.

O cego limpa com esmero fanático o exterior do cálice, mas permanece imundo e impuro

por dentro. Ninguém pode limpar o interior do cálice, que é o próprio indivíduo, sem começar a



compreender a Luz de Cristo que reside dentro de si. E quando a Luz é compreendida, precisa se

manifestar e gerar o brilho do meio-dia, e seus poderes realizadores da glória magnífica.

Os zelosos cegos professam Cristo em suas palavras, mas suas obras e ações revelam

falsidade e falta de poder. “Os líderes cegos dos cegos” geralmente são aqueles que se perdem na

escuridão, e acabam conduzindo seus seguidores ao abismo. Aqueles que seguem esses líderes,

cujos sermões são vazios, confiam no braço de carne, e não no poder de Deus e na possibilidade

do contato com Ele e Seu poder. São cegos e permanecem cegos. O homem que não estabelece o

contato com a divina Luz de Cristo que lhe foi concedida é cego.

Os cegos e perdidos aceitam todas as leis da carne, tentando esconder seus pecados e seu

egoísmo, seus desejos gananciosos e apetites, seu orgulho, inveja, medo, gosto pelo poder

insaciável debaixo de túnicas brancas. Seus lábios parecem se alastrar por toda a terra, enquanto

seus corações “estão longe Dele.”

Nenhum homem pode voltar o coração para Deus sem descobrir a grande Luz de Cristo.

E essa Luz contém todo o poder, toda a verdade, todo o amor e a força para curar a cegueira da

mente. Essa Luz de Cristo contém tudo o que é necessário para limpar, purificar e redimir

qualquer indivíduo que a aceite e deixe dirigir sua vida na paz e no poder da realização. Essa Luz

de Cristo É a grande e gloriosa Luz do meio-dia. Ela revela tudo o que a escuridão da meia-noite

obscureceu e ocultou.

Há milhares de indivíduos que não são mais cegos! Esses seres despertos estão

encontrando a grande Luz de Cristo à medida que percorrem o caminho que Ele demarcou —

caminho que conduz o homem à grande Luz do meio-dia, de todo o conhecimento. Esses seres

iluminados estão se purificando e se preparando para entrar no Novo Dia — o dia de Sua glória e

Seu poder. E então, prepararão também o mundo para a Sua vinda.

É preciso que fique bem claro que Cristo não aparecerá a nenhum indivíduo ou grupo

que não esteja purificado e limpo. “O homem será como Ele!”... “Seremos purificados, como Ele

é puro!” Isso, se o homem quiser participar de Sua Glória e viver em Seu dia. Negando o Senhor,

o indivíduo não pode ser aceito em Seu Reino — que está próximo.

Os grandes seres têm a habilidade e a visão ajustada à Luz, e contemplam a magnitude da

glória de Deus. E nessa visão exaltada “seus olhos voltam-se para essa glória.” Nessa visão

exaltada, o indivíduo compreende a razão de sua existência e seu relacionamento com Deus,

entrando na Luz e cumprindo as promessas de Jesus Cristo em toda a sua glória e realizando as

obras que Ele realizou — e obras ainda maiores!

“O olho que deve se voltar para a glória de Deus” é o olho da atenção individual. É o

centro da percepção do poder de Deus. Quando o homem concentra a atenção em Deus e em Sua

glória, em vez de em coisas mundanas, ele também cresce nessa glória. Torna-se cheio de amor,

louvor e gratidão. E aquele que for grato por tudo, se tornará glorioso! Será como a cena que

contempla. Ninguém pode ter “os olhos voltados para a glória de Deus” e, ao mesmo tempo,

acreditar em um Deus medíocre, vingativo, longe e isolado de seus filhos. Quando volta os olhos

para a glória de Deus, o homem compreende o Todo-Poderoso em Sua dinâmica glória e poder e

amor infinitos. Aquele que compreender Deus despertará as qualidades divinas dentro de si, pois

Deus se revelará a ele.

A semente de perfeição, glória e poder de cada homem está contida na divina Luz de

Cristo. Essa semente sagrada, dormente no centro do ser, é a semente da divindade. É a semente

do próprio Deus. Esse poder sagrado só se realiza quando o indivíduo começa a pedir, buscar e

desejar conhecer Deus. O homem que tem fome de justiça e do sagrado alimento que nutrirá sua

alma, será conduzido à Luz de Cristo e começará a compreendê-la. O próprio homem começará a

grande busca, a fim de contatar a Luz de Cristo, que na verdade é o pão da vida!

Até que comece a conhecer e compreender Deus através da busca direta e pessoal, que é

o caminho interior, o homem pode ser comparado a uma semente plantada, porém dormente.

Neles, as forças vitais ainda não foram despertas e animadas. Com toda a sua atividade externa, o



homem é o próprio fator impotente de sua existência, expressando-se sem a manifestação das

forças interiores da vida, que nele jazem estagnadas e ainda não cumpridas.

Quando a Luz de Cristo for contatada essa semente será animada e crescerá. Com esse

despertar, a semente de Deus começará o Seu desenvolvimento.

A grande concepção imaculada já aconteceu... A divina semente de Deus foi plantada no

homem no início da criação. Essa semente é a concepção imaculada, porém mal compreendida. E

cada alma é portadora da divina Filiação, ou Cristandade. O homem é o receptáculo da semente

de Deus. Quando a Luz de Cristo, concedida a todo homem da terra, é contatada através do amor,

do desejo, da fome e da sede do homem por justiça, o centro vital da divindade embrionária de

Deus ganha vida e crescimento, e aquele que contém a centelha da divindade desperta está

preparado para nascer de Deus.

“Mas a todos quantos o receberam (Cristo, ou a Luz de Cristo), deu-lhes o poder de

serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no Seu Nome (ou na Sua Luz); os quais não nasceram

do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.” (João, 1:12 & 13)

“Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece

nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus.”(I S. João, 3:9)

“Amados, amemo-nos uns aos outros; porque a caridade é de Deus; e qualquer que ama é

nascido de Deus.” (I S. João, 4:7)

“Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; porque o

testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou. Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo

tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez; porquanto não creu no testemunho que

Deus de seu Filho deu. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está

em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.” (I S.

João, 5:9-12)

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá

fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.... Estai em mim, e eu em

vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se

não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá

muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado

fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverdes em mim, e

minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.”(João, 15:1-7)

A única maneira de Cristo tornar-se a videira é através da Luz de Cristo contida no

homem. Essa videira fornece o alimento necessário para o crescimento, desenvolvimento e

produção. Saiba disso: os ramos, ou as varas, são necessários à videira quanto a videira é

necessária aos ramos. Devem trabalhar juntos, como UM.

“Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.” (João,

14:20). Naquele dia, quando o homem contatar a Luz de Cristo em seu interior e fizer se

manifestar, ele conhecerá a verdade e o poder da mensagem acima. Perceberá que sem esse

contato com a sagrada Luz de Cristo, ele é impotente e inútil como um galho morto, como uma

semente que não germinou, como um ovo cujo germe embrionário jamais provou do alimento

que o faria cumprir seu destino.

O homem mortal e físico é ineficiente, retrógrado, incompetente, morto por dentro, sem

redenção ou poder. O homem físico é apenas um receptáculo externo da divina semente de Deus,

que aguarda o despertar do amor na Luz de Cristo. Quando a Luz de Cristo é contatada, a divina

semente de Deus é animada e exposta aos grandes raios realizadores do Deus Todo-Poderoso, e

deve se manifestar em toda a sua gloriosa perfeição. E essa perfeição é o próprio homem,

redimido, glorificado e poderoso — um Filho de Deus.

Sem o contato com a divina Luz de Cristo, o homem é uma criatura impotente que reside

na escuridão. Ainda que construa máquinas e viaje à lua, o homem não tem poder algum e é um

escravo das circunstâncias, das próprias fraquezas e de toda sorte de vicissitude.



Através da Luz de Cristo, ele evolui do estágio embrionário, e seus poderes o

transformam em mestre, em vez de escravo. Não mais será engolfado pela tempestade; não mais

viverá na mediocridade, nem permanecerá impotente diante do mundo. Será um majestoso filho

de Deus, coroado de divindade.

O momento é AGORA!

Quando o indivíduo vive as leis superiores de Cristo, elas se tornam dele, com todo poder

e glória.

É meio-dia e a Luz de Cristo está sendo compreendida e liberada através dos corações e

das almas dos homens, e Suas promessas estão se realizando na vida de todo aquele que seguir o

Seu caminho. Os que negam Suas palavras e Seus poderes negam o próprio Cristo, ainda que não

percebam isso.

Este é o dia em que nenhum homem terá desculpa. Precisará acreditar naquilo que Ele

ensinou — acreditar nas promessas que Ele fez e viver as leis que Ele revelou.

Não é uma estrada difícil de percorrer. É simples e fácil. Toda justiça, todos os poderes e

todas as leis estão contidos e são realizados através do cumprimento dos dois grandes

mandamentos.

Permita-me mais uma vez explicar a glória, o poder e a magnificência dessas leis de Sua

grande Luz reveladora.

Quando o homem ama com todo o seu coração, o selo que trancafiava o grande centro

do coração se parte. Com isso, o coração fica aberto e livre; por isso dizemos “coração partido”.

Nessa condição, a Luz de Cristo é revelada e começa a se manifestar.

Deixe-me lembrá-lo de que o coração partido, ou aberto, é o único sacrifício aceitável.

[v. “Glória a Deus”, cap. 4] É a única oferta que o homem pode fazer, digna do Senhor. Foi assim

determinado já nos dias de Cristo. Nenhuma outra oferta será aceita. Só o coração aberto,

arrependido, livre, é digno da dádiva divina da sagrada Luz de Cristo. Essa oferta ou sacrifício do

coração dissolve todo o orgulho, a arrogância, a aspereza e o egocentrismo. É a única oferta

aceita no trono de Deus.

A vida pessoal, riqueza, tempo, energia e talento, oferecidos em orgulho e idolatria só

prestam serviços medíocres. A oferta do coração aberto, que só pode ser feita quando o indivíduo

ama a Deus com todo o seu coração, é o supremo serviço que se pode prestar. Só assim a Luz de

Cristo poderá direcionar os serviços do homem, de maneira que não sejam desperdiçados. Só o

coração partido libera a grande Luz de Cristo interior; só essa oferta tem poder, é digna e

aceitável, pois cumpre a lei sagrada exigida por Deus para que a vida do homem seja glorificada.

A Luz de Cristo contém a semente embrionária que deve se manifestar e tornar o homem divino.

É a grande luz do meio-dia, que tudo revela; e com Ela o homem compreende todas as coisas e

recebe todo o poder. Nessa divina Luz de Cristo está o poder da Vida Eterna, pois somente na

Luz e através da Luz, pode o homem compreender e conhecer Deus. Nessa luz estão os poderes

de perdão, redenção e purificação completa, pois todos os pecados, erros e fraquezas são

purificados por seus poderes redentores inefáveis.

Os cegos e ignorantes não acreditam na Luz de Cristo, ou afirmam falsamente que a

possuem. Muitos acham que têm o monopólio da Luz de Cristo, ainda que a rejeitem

violentamente. Essa é a causa da grande condenação.

Todos os que começarem a viver pelo menos a primeira parte do primeiro e grande

mandamento poderão contatar a divina Luz de Cristo. Nenhum homem tem monopólio, pois a

Luz foi concedida a todos. Só quando o indivíduo cumprir o primeiro mandamento, a Luz se

manifestará em sua vida. Aquele que ama com todo o coração, vive a lei superior. Aqueles que

se recusam a viver as leis de Cristo, continuarão a caminhar nas trevas em pleno meio-dia.

Permanecerão cegos e clamarão sua falsa fé em altos brados, tentando justificar crenças vazias,

não percebendo que o reino de Deus não consiste em palavras, mas em virtude (ou poder)!



Aquele que ama a Deus com toda a sua alma, terá todas as células, fibras, átomos,

órgãos e nervos de seu ser tomados por amor e pela vasta, abrangente, gloriosa Luz de Cristo.

Nesse grande amor e nessa dinâmica Luz de Cristo, a semente do homem será animada e ganhará

vida, e ele se tornará o ser que Deus designou. Quando esse ser espiritual nascer, o corpo físico

será renovado — e exaltado. Nesse processo, o corpo será transformado, transfigurado e

trasladado em um novo ser. Essa é a Vida Eterna. Esse é o poder que supera a morte.

Aquele que ama a Deus com todo o pensamento cura-se da cegueira mental e adquire a

visão para contemplar a glória de Deus; e seus olhos se voltarão para essa glória! Nesse amor,

todo o mal e todos os pensamentos negativos de ódio, inveja, ganância e medo serão convertidos

e a Luz de Cristo inundará a mente com sua beleza inefável e animadora; e o homem começará a

compreender todas as coisas. Com a mente assim purificada e iluminada, todos os pensamentos

serão de glória, beleza e poder divino; e ascenderão às alturas do céu. E então, o homem ganhará

a terra que sua visão lhe mostra.

Purificada e iluminada pela Luz de Cristo, a consciência e a supraconsciência se UNEM

— na glória da luz divina do meio-dia. Nesse estado de expiação, o ser espiritual interior nasce

da semente de Deus, contida no indivíduo, e os próprios poderes de Deus entram em ação na vida

do homem.

Aquele que ama com toda a sua força, verá que corpo, mente e alma serão unificados e

coordenados, assumindo as qualidades do Espírito. O próprio indivíduo será um dínamo, um

gerador Espiritual energizado, cumprindo o primeiro e maior de todos os mandamentos.

O homem é o receptáculo do cumprimento das mais poderosas e magníficas leis. E é o

homem o próprio beneficiário, pois ele é que se glorifica com tal amor. É no cumprimento dessa

lei de amor que o indivíduo perde sua condição mortal e entra na Luz da divindade — do meio-

dia.

E então, amando o próximo com a si mesmo, aprende a olhar para a alma do irmão com

ternura e compreensão. Não mais o condena pelo que ele é ou deixa de ser, por sua cegueira ou

pelo que aparenta ser. O indivíduo que entra na Luz ama o irmão porque sabe que a Semente de

Perfeição e a Luz de Cristo foram plantadas nele também. Ama o irmão por aquilo que ele

deveria sair — e nesse amor, ajuda-o a tornar-se exatamente AQUILO! O homem iluminado não

condena ninguém por ser ignorante ou cego. Ele ama a todos, talvez até mais do que a si mesmo.

Quando esse amor é desenvolvido, fica impossível ver qualquer ser humano sem

distinguir a obra divina do Criador. E com essa visão desperta, o indivíduo enxerga todas as

coisas através dos olhos da glória reveladora. Exulta em toda a criação, apreciando melhor a

perfeição do céu azul, o sussurro da brisa, o farfalhar das folhas, o canto dos pássaros, a

magnificência e beleza da rosa. Erguendo os olhos cheios de amor para o céu, ele percebe que

nenhuma rosa é tão perfeita, gloriosa e divinamente feita quanto o homem. O ser humano é a

obra-prima de Deus! É verdadeiramente filho do Senhor, já que a Sua semente nele reside.

Quando compreender a grande glória de Deus, contida e implantada no homem, o indivíduo se

deslumbrará e prestará reverência, cheio de amor.

Esse grande amor começa a se expandir até a eternidade, envolvendo toda a raça

humana. E nas asas da sagrada Luz de Cristo, carrega a cura e a glória.

Esse é o grande amor de Deus, tornando-se ativo na vida dos homens.

É o amor que contém todos os poderes do completo perdão e da compreensão divina.

Este é o amor que realiza a perfeição, quando o homem começa a enxergar como Deus enxerga, e

pensar como Deus pensa — e sentir o que Deus sente. Nesse amor, não se pode mentir, enganar,

roubar, ferir ou cometer transgressões contra o próximo. Ninguém pode ferir, quer por

pensamentos quer por atos e palavras. “Seu pensamento e seus lábios devem abandonar o poder

de ferir, antes que sua voz seja ouvida entre os Deuses.”

Esses dois grandes mandamentos contêm o poder e a Luz das Eras. Essas leis incluem a

presença do homem na Igreja e no Reino do Primogênito, o Filho de Deus, e diante da



Assembléia da Irmandade da Luz. A grande Irmandade da Luz é composta por aqueles que

contataram e manifestaram a divina Luz de Cristo em seu interior, enquanto ainda eram carne.

São os seres que, através da Luz, compreenderam todas as coisas e, a partir daí, superaram todas

as coisas — inclusive a morte.

Cumpra essas leis, e não precisará entregar a vida a serviços ortodoxos de conformidade

terrena, nem seus talentos e força em nome de alguma idolatria, nem terá de queimar na estaca

para provar alguma espécie de fé. Tais sacrifícios só seriam prejudiciais. Pois todas as leis são

plenamente cumpridas nas grandes leis eternas do AMOR! Só nessas leis pode o homem

realmente servir, pois será dirigido pelo próprio Deus. Essas duas grandes leis apenas cumprem

todas as outras, mas também elevam o indivíduo a uma vibração, ou dimensão, superior. (I Cor.,

13, caridade/amor)

Foi isso que Cristo quis dizer quando a mulher de Samaria disse: “Nossos pais adoraram

neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar”.

“Disse-lhe Jesus: Mulher crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em

Jerusalém adorarei o Pai... Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores

adorarão o Pai em Espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” [João,

4: 20-21 & 23]

Aquele que adora em Espírito e em verdade adora com todo o seu ser, mente, corpo e

alma — e nessa reverência, a grande lei de amor é cumprida e todo o seu poder de glória

realizadora. Nesse tipo de adoração todas as leis serão glorificadas e aperfeiçoadas, e todo o

amor será liberado em louvor e gratidão e glória melodiosa, à medida que o homem se inundar da

própria “Plenitude do Pai!”

“E todas as coisas se sujeitarão a ele, tanto no céu quanto na terra, a Vida e a Luz; o

Espírito e o Poder, enviados pela vontade do Pai, através de Jesus Cristo, Seu Filho.” Essas são

as promessas e as leis que as governam.

Nessa verdadeira forma de adoração, ninguém caminha às cegas. Nessas leis cumpridas e

nos poderes de vida liberados, o brilho do meio-dia é visível e o indivíduo recebe o poder de

Contemplar Sua glória! E com os olhos voltados para a glória de Deus, ela se torna dele, também.

Aqueles que caminham às cegas porque assim escolheram são seres não iluminados, que

não conhecem a grande Luz de Cristo em seu interior. Rejeitam a Luz e, portanto, permanecem

sob condenação. Nada sabem sobre a divina semente de Deus ainda dormente na Luz. Mas os

seres que vivem as leis, conhecem os próprios poderes e glórias.

Contemple! É a Luz do meio-dia! A Luz de Cristo, o Senhor! Regozije-se nessa Luz e

aprenda a entrar nela! Glorifique Deus e reverencie-o incessantemente pelo milagre da “grande

Luz de Cristo, que lhe foi concedida” e que o tornará glorioso!

Capítulo XX

A PORTA ENTRE DOIS MUNDOS

Há uma porta através da qual o homem passa constantemente de um reino para outro, o

espiritual e o mortal. Essa porta tem dois lados tão diferentes um do outro quanto os mundos que

guardam.

O lado da porta que abre para o reino espiritual é quase intangível, tamanha é a sua

delicadeza. Não é captado pelos sentidos físicos. Torna-se perceptível somente através da

compreensão, pois é espiritual. É a porta através da qual o homem entra em um campo vibratório,

ou plano de existência, superior, e os pensamentos espirituais enchem-lhe o ser. Podíamos

chamá-la de porta da prece, mas somente quando esta é exaltada em uma triunfante canção de



louvor, amor e gratidão. Quando esse tipo de prece é desenvolvida, a pura Luz de Cristo é

contatada e a porta se abre. Embora o homem talvez não tenha plena consciência, estará em um

estado vibratório superior de existência, pois terá entrado no reino do Espírito.

Este capítulo tem o objetivo de ajudar o homem a compreender totalmente a porta pela

qual entrou no reino superior e aprender a ficar lá permanentemente.

Esse reino espiritual superior é o lugar onde todos os divinos poderes de Deus são

liberados em completa atividade para cumprir os nobres desejos e aspirações da alma.

Antes que alguém possa compreender o reino espiritual do outro lado da porta, é preciso

que a porta em si seja claramente explicada a todos os que desejarem passar por ela.

Todos aqueles inspirados pela verdadeira devoção entraram e saíram por essa porta. Sem

a compreensão completa, porém, invariavelmente voltaram ao nível vibratório inferior da

existência mortal. Agora, aqueles que quiserem compreender a passagem, poderão vê-la

claramente. Serão também capazes de trancar a porta, uma vez que tenham passado para o reino

espiritual e não precisarão mais voltar ao plano vibratório mortal, se não quiserem. Uma coisa,

porém, deve ficar absolutamente clara: é impossível servir a dois mestres ao mesmo tempo, ou

residir simultaneamente em dois mundos. Os que escolherem o reino superior de paz, conquista e

divina glória devem fechar a porta e estar dispostos a nunca mais voltar ao plano mortal das

“trevas”, com seus males, medos, tristezas, sofrimento e morte.

O homem pode, com sua compreensão, não apenas fechar a porta atrás de si, mas

também trancá-la com tanta segurança que nenhuma vibração negativa da terra poderá atingi-lo.

Isso poderá ser feito assim que o homem abrir os olhos e perceber o contraste entre o reino

mortal, físico, do mal e a glória magnífica do reino da Luz.

No começo, uma pessoa pode entrar no plano vibratório superior, sem perceber como ou

por quê isso aconteceu; e enquanto não compreender a diferença entre os dois reinos e não for

capaz de controlar a porta, estará oscilando entre um reino e outro, pois eles são mesmo reinos.

Um é um reino de alegria, felicidade e poder; o outro é de medo, preocupação, ansiedade e

escuridão. É perfeitamente possível o homem ascender em êxtase ao reino de Luz e, depois,

voltar ao reino da escuridão mortal, sem compreender o que causou a transição.

Já está há hora de o homem perceber que a porta lhe pertence. Os dois lados da porta são

as duas facetas de sua natureza — a espiritual e a física.

Do lado da Luz, a porta é imperceptível para o ser humano que ele só percebe que voltou

à densa e escura terra quando se vê novamente em meio à discórdia e aos desentendimentos. O

indivíduo sempre deixa o reino superior e volta ao reino mortal por causa de seus pensamentos

negativos de medo, raiva, terror e egoísmo, e por causa das lembranças de seus antigos desejos e

perversões terrenos. Essas coisas não podem ficar no plano espiritual; portanto, aquele que se

lembra das antigas amarras precisa regressar ao mundo físico. No mesmo instante em que voltar

aos velhos padrões de pensamento, o indivíduo retornará ao plano mortal de existência, e a

experiência que o elevou à Luz será apenas uma lembrança. Pode ser rapidamente esquecida e é

possível que o reino espiritual tenha entrado somente uma ou duas vezes em sua vida,

dependendo de seu estilo de vida e devoção.

Mas, seja o indivíduo um grande líder espiritual ou um leigo, pode oscilar entre os dois

reinos sem dispor da grande glória, a menos que compreenda plenamente as questões relevantes e

se torne o mestre daquela porta. Ele pode subir às nuvens de êxtase e novamente cair nas

profundezas negras e desoladas do desespero.

Por isso, a porta deve ser totalmente compreendida e dominada por aquele que deseja

permanecer para sempre no reino da Luz.

Este capítulo foi escrito para aqueles que desejam transcender a insípida existência

mortal. Sim, é a vocês que eu tento revelar a porta e mostrar como trancá-la após terem passado

para o plano da gloriosa e eterna Luz. Compreendam seres de luz, a realidade da porta, e abram-

na, plenamente cientes de que desejam residir para sempre no outro lado. Para vocês, que



conseguem elevar a visão e seus desejos às alturas, a insípida existência do decadente estado

vibratório terrestre e a escuridão do mundo mortal podem ser esquecidas e abandonadas, à

medida que se livrarem das velhas vestes.

Atravessar a porta é o legado do homem. É por isso que “aquele que ora

incessantemente, enche-se de Luz e compreende todas as coisas”, pois não vive mais nas trevas,

mas na Luz. E é por isso que “aquele que for grato por todas as coisas, se tornará glorioso.” Sim,

pois tal indivíduo evoluiu para um estado vibratório superior, e deixou para trás a escuridão da

terra.

Essa porta, que é a entrada para o reino superior da Luz, é a porta da frente. É a porta que

desvia da morte. E você, abençoado ser, atravessou o limiar várias vezes em sua passagem pela

terra, e retornou ao reino físico simplesmente porque não sabia como se assegurar no reino da

Luz.

Está na hora de você compreender plenamente a porta e dos reinos ligados por ela. Essa é

a porta à qual Cristo bate, e você deve abri-la com sabedoria e total compreensão. Se fizer isso,

será capaz de permanecer no reino da Luz, se quiser. E, certamente, você preferirá viver para

sempre no plano superior, pois a mudança é tão extrema e a alegria tão grande, ou maior, que a

felicidade do cego que de repente volta a enxergar. O velho mundo de trevas será deixado para

trás, e você viverá no mundo da Luz eterna.

Sim, o homem pode ir e voltar várias vezes, até compreender plenamente a porta e

perceber que possui a chave. Se trancar a porta após cruzá-la, estará assegurando sua posição no

reino superior.

Cristo disse: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e

achará pastagens.” (João, 10:9) Quando contata a Luz de Cristo, o homem tem o acesso ao reino

superior e é salvo, ou resgatado. Pode também sair e voltar, encontrando momentos de divina

inspiração.5 Após adquirir a compreensão plena, ele transcende a condição de ser meramente

salvo. Torna-se, então, exaltado, elevado a uma condição superior. Não precisará mais “ir e vir”,

ou sair e voltar. Pode ficar no plano superior em caráter permanente. “A quem vencer, eu o farei

coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e

o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o

meu novo nome.” (Apoc., 3:12)

Essa porta é tão real quanto qualquer outra. É intangível aos sentidos físicos, porque é

espiritual. É uma porta na consciência.

No mesmo instante em que você compreender a porta e exercer sua habilidade em abri-la

com o próprio poder de seus pensamentos, sua transição estará estabelecida.

A porta é a abertura de seu ser para a glória da grande Luz de Cristo, através de amor,

louvor e gratidão. A divina canção interior de amor e adoração abre a porta para o reino

vibratório superior de existência. Para viver lá para sempre, só o que você tem a fazer é trancar a

porta após cruzá-la. Não permita que pensamentos mortais, conceitos terrenos e dúvidas o sigam.

É privilégio seu entrar no reino de Luz e nunca mais sair dele. Se fizer isso, estará percorrendo a

estrada glorificada que Cristo percorreu a estrada da Vida Eterna.

Para abrir a porta, entrar e assegurar sua permanência no reino de Luz, você só precisas

elevar suas vibrações. A lei da eternidade e da existência é que todas as coisas residam na esfera

vibratória do respectivo grau de desenvolvimento. Qualquer indivíduo que consiga se elevar a

uma vibração mental superior deve entrar no nível vibratório de sua dicotomia pensamento/ação.

Só o ser humano tem o dom de exaltar as próprias vibrações através do pensamento/ação,

atingindo níveis vibratórios cada vez mais altos de avanço Espiritual. Isso é perfeitamente

possível enquanto ele está ainda em estado carnal. Na verdade, a própria carne, elevada por

5 n. do trad.: a frase original seria: “encontrando momentos de pasto (ou pastagem) divino”, que soa

poético em inglês, mas ficaria grotesco em português!



vibrações Espirituais de glória, pode exaltá-lo mais completa e rapidamente que qualquer outro

estado de existência. Se o homem puder elevar a carne dessa maneira exortada a uma textura

espiritual, terá dado o grande passo, entrando pela grande Porta da Frente nos reinos de glória,

sem precisar morrer.

A transição é facilmente obtida através do louvor contínuo a Deus.

Regozije-se sem parar. Mantenha os olhos voltados para a glória de Deus e mergulhe

nessa glória. Louve constantemente e agradeça feliz. A porta da morte será fechada e você terá o

poder de entrar nos reinos da Luz Eterna.

Quando você aprender a ficar nos reinos de Luz, logo, mas logo mesmo, sua visão será se

estenderá, abrangendo o reino espiritual em que entrou e os poderes de glória realizadora serão

seus. Você automaticamente avançará até os poderes de Deus.

Quando passar pela porta, não hesite nem olhe para trás. O maior impulso de voltar

ocorre logo na entrada, ou poucos passos depois dela. É preciso muito esforço e determinação

para trancar a porta atrás de si. Mas será uma tarefa fácil, se você mantiver os olhos focados na

glória de Deus, no êxtase das vibrações e na realidade da Luz envolvente, louvando e amando

incessantemente. Avance em direção à Luz. Não precisa titubear, meu caríssimo irmão, pois essa

é a sua herança! Está só esperando que você entre — o momento é AGORA!

Só o que tem a fazer para cumprir a divina lei de acreditar é viver segundo seu pedido ou

desejo, todos os momentos de sua vida. Se fizer isso, o destino será cumprido! É a lei!

Mas saiba que ao usar essa lei infalível e irrevogável de poder infinito, se seus desejos

não forem para o bem de todos, ou se alguma alma se ferir, o prejuízo — e talvez a destruição —

recairão sobre você. A lei é divina e deve ser usada de acordo com as leis da divindade —

cumprindo a eterna e universal lei do amor.

Quando a nação russa recrucificou Cristo e expulsou Deus e Suas leis de sua pátria e do

coração dos cidadãos, na verdade, foi a única prejudicada. Quando essa tragédia, talvez a maior

que o mundo já tenha testemunhado, ocorreu, uma nobre senhora russa recusou-se a participar da

blasfêmia contra a divindade e, com o coração apertado, rogou: “Ó, Senhor, por favor, diga-me

que existe! Eu preciso saber meu Deus! Eu preciso saber!”

Em resposta àquele apelo da alma e da intensa súplica, o Todo-Poderoso envolveu todo o

ser da mulher, da cabeça aos pés e ocupou o próprio ar ao seu redor. “Minha filha, viva como se

fosse Eu, e saberá que Eu Existo!”

Sim, a lei é infalível. Saiba que, se desejar ser algo puro, nobre e belo, você será! Só o

que deve fazer é viver segundo seu desejo, em pensamento, palavra e ato. Seja sincero com seu

ideal, pedido, desejo interior; e logo se tornará aquilo que quer ser! Venha! Esse é o uso certo e

justo das leis eternas de nosso Pai Todo-Poderoso de glória, amor e realização.

Caríssimo, Seja! Venha e cumpra a lei do conhecimento e do poder. A lei não pode

falhar! Para tornar-se aquilo que deseja, você deve SER! VENHA!

O convite para ser e vir está sempre de pé. A sua parte é acreditar e viver de acordo com

seus pedidos.

“Conhece a verdade, e a verdade te libertará”, desde que viva de acordo com ela.

Venha. As portas de uma nova era e de um reino superior de existência estão abertas para

você. Apenas seja e venha.6

Venham, radiantes filhos de Deus! Sejam os seres divinos a que estão destinados.

Venham, gloriosas filhas de Deus! Vistam seus vestidos de santidade e enfeitem-se de

Luz!

Aprenda a seguir o plano original de seu destino, a perfeição gloriosa com que Deus o

agraciou; e deixam essa perfeição tomar forma! Torne-se o ser que Deus criou, originalmente.

6 n. do trad. BE = ser, COME = vir; BECOME = tornar-se; daí o trocadilho.



Permita-se desenvolver, crescer e se realizar, tornando-se aquilo que você já é, em essência: esse

divino ser criado por Deus! Essa é a vontade Dele. O magnífico e glorioso “você” é o ser que Ele

criou! Seja! Venha! Cumpra as medidas de sua criação, o padrão de sua própria existência. Seja o

VERDADEIRO VOCÊ!

Você tem as chaves de sua própria glória — as chaves do Milênio — as chaves da Nova

Era. Esses são os mistérios da eternidade. E eu os passo a você — AGORA!

Você será e receberá o que deseja, se cumprir e viver as leis. É assim que as dúvidas são

eliminadas. “Nunca mais terá dúvidas no coração, e obterás o que pedires.” Acredite sempre,

em cada momento da vida, e não só provará sua fé, mas estará cumprindo a lei que permite

conceder todos os pedidos.

Deixo-o no caminho que Cristo percorreu, demarcou e esclareceu. Não há como se

perder nele, pois é iluminado pela Glória do Senhor, com Sua divina Luz. Nessa Luz, a estrada

de esperança e visão torna-se o caminho da realização perfeita, de acordo com o plano de Deus.

É a estrada pavimentada de ouro transparente, e os pés de Seus filhos avançam sobre ela em

marcha ascendente.

Tive a permissão de escrever. E está escrito.

Estes registros são seus. Foram-me passados pela VONTADE de Deus, para a Glória

Dele e para a sua exaltação. Deus esteja com você, meu querido amigo, enquanto você cumpre a

lei de ser! “E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.” [Apoc.,

22:17]

Assim seja! Amém!

O ANTIGO CAMINHO RETOMADO!

Sobre as encostas perpendiculares e gigantescos penhascos de granito

Agarramo-nos a precipitações rochosas e picos que se cobriam de nuvens!

Almas desesperadas de angústia, lutamos em meio ao pânico e a desesperança,

Em busca de Seu caminho, subimos por terrenos pedregosos!

Jamais foram os abismos tão assustadores! Nunca foi uma montanha tão íngreme!

Nem jamais foi um encontro tão urgente!

Nossos corpos machucados e ensangüentados, agarramo-nos à encosta,

Ou nos apegamos cegamente à tão precária beirada!

Agarramo-nos a raízes, ou pedras, para sentir o toque do palpável!

Pedimos tão pouco! E precisamos tanto daquele “pouco”!

E uma vez, pegos em uma avalanche, caímos ao pé de uma árvore, machucados,

Enquanto lá em cima, no cume da montanha, aguardava-nos um destino!

Mil vezes fomos arremessados de volta, em desespero e angústia!

Mil abismos pulamos, para comparecer ao encontro!

Um milhão de provações enfrentamos na difícil subida!

Um milhão de tristezas, marcadas na face do “tempo”!

O cume da montanha estava encoberto a meta obscura, incerta...

Era apenas um sonho vago, enquanto subíamos com medo!

Era apenas uma visão, acima do mundo escuro...

Só uma visão de glória, da qual a promessa se cumpria!

E finalmente! Após anos de luta! Quase uma eternidade!

Nossa meta já está visível! Nosso ponto de encontro!

Passo a passo! Devagar! Arrepia a alma! Lutamos contra os elementos!



Exilados! Desacreditados como uma criança órfã do destino!

Tantas vezes, do último penhasco, fomos arremessados à superfície lá embaixo!

Mas em algum lugar na subida, nossa “fé” convertera-se em “SABER”!

Subimos mais uma vez! Para cima! Para cima! Por mais íngreme que seja a montanha!

Nossa força aumentava a cada passo! Nossa alegria era forte e poderosa.

No perigo, ou nos tropeços, nossos corações cantavam!

Quando finalmente havíamos chegado ao cume, o lugar de nosso nobre destino,

Respiramos em humilde adoração, e nos ajoelhamos aos pés de Cristo!

“Percorrestes a estrada que indiquei aos homens, o caminho da superação”!

Aprendestes a ouvir a voz de Deus! E a deixar que seja feita a Sua vontade!

A estrada que indiquei, o Caminho esquecido nas eras

Renovastes em poder mais brilhante que o dia!

Olhai para trás! Vide o caminho que percorrestes! Olhai, onde estava a montanha!

Lá está minha estrada aberta de glória que reconstruístes para a raça dos homens!”

SEGREDOS DA ETERNIDADE - Visionvox · SEGREDOS DA ETERNIDADE 3 Para uso não comercial mundo imerso...

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