Séculos XVII e XVIII. O ouro (do latim aurum, "brilhante")
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Séculos XVII e XVIII
O ouro (do latim aurum, "brilhante")
É um metal brilhante, amarelo, pesado, maleável. À temperatura ambiente, apresenta-se no estado
sólido. Este metal encontra-se normalmente em estado puro e em forma de pepitas e depósitos aluvionais e é um dos metais tradicionalmente usados para cunhar moeda.
O ouro puro é demasiadamente mole para ser usado. Por essa razão, geralmente é endurecido formando liga metálica com prata e cobre.
Devido à sua boa condutividade elétrica, resistência à corrosão e uma boa combinação de propriedades físicas e químicas, apresenta diversas aplicações industriais.
Pepitas de ouro
As moedas de ouro cunhadas durante o reinado de D. Maria I registraram diferentes momentos da vida da rainha. De 1777 a 1786, apareceu retratada ao lado de seu marido, D. Pedro III. Após a morte do esposo, foi retratada sozinha, portando véu de viúva. A partir de 1789, terminado o luto, passou a ser representada com um toucado ornado de jóias e fitas.
No final do século XVII, as exportações de açúcar brasileiro, produzido nos engenhos do nordeste, começaram a diminuir.
A Holanda havia começado a produzir este produto nas ilhas da América Central.
Esta crise no mercado de açúcar brasileiro, colocou Portugal na busca de novas fontes de renda.
Assim, os Bandeirantes, no final do século XVII, começaram a encontrar ouro nos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
A descoberta de ouro no Brasil provocou uma verdadeira “corrida do ouro”, durante todo século XVIII
Brasileiros de todas as partes e portugueses, passaram a migrar para as regiões auríferas.
Diferentes tipos de bandeirantes
A caminho do interior do Brasil,
o ouro foi encontrado.
Tipos de Mineração no BrasilLavras Faisqueiras
Fixas Utilização do escravo Técnicas Sofisticadas Ouro de Mina
Itinerantes Trabalho Livre Técnicas
Rudimentares (bateia) Ouro de Aluvião
Os mineradores eram obrigados a entregar todo o ouro extraído as Casas de Fundição, onde 20% eram retirados para pagar o imposto denominado “quinto”. O restante era devolvido em forma de barras fundidas acompanhadas de um certificado que legitimava sua posse.
Impostos
O quinto: 20% para ser enviado para Portugal.
Derrama: Portugal cobrava da região aurífera 100 arrobas. Quando esta taxa não era paga, havia a execução da derrama. Neste caso, soldados entravam nas residências e retiravam os bens dos moradores até completar o valor devido.
Casas de Fundição
Era órgão do governo português, que derretia o
ouro, transformava-o em barras (com o selo da
coroaportuguesa) e retirava 20% (um quinto) para
ser enviado para Portugal.
Mudança da capital
Com a exploração do ouro, a região Sudeste desenvolveu-se muito.
A coroa portuguesa resolveu mudar a capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. Pretendia-se deixar a capital próxima ao novo pólo de econômico.
Desenvolvimento das Cidades
Nas regiões auríferas, várias cidades cresceram no período.
A vida nas cidades dinamizou-se, fazendo surgir novas profissões e aumentando as atividades comerciais e sociais
Teatros, escolas, igrejas e órgãos públicos foram criados.
Vila Rica (Ouro Preto), Mariana, Tiradentes e São João Del Rey foram cidades que se desenvolveram nesta época.
“A mineração do ouro vem da “época das minas gerais” nos primeiros anos do Brasil. A maior mina do Brasil é a de Morro Velho, no estado de Minas Gerais, que contribui com mais de 8% da produção de ouro do país.”
Mina de Ouro (Ouro Preto – MG)
Bateia, fôrmas de fundição e barra de ouro. (Museu Histórico / RJ)
Produção de ouro de 1700 a 1790
Nunca foi feita uma contabilização na produção, uma vez que:
O ouro, naquele momento, era um produto de fácil acesso, daí facilmente ser contrabandeado
Havia exploradores que o vendiam ainda em pó
Os exploradores eram muitos e encontravam-se em lugares dispersos.
Revoltas
As cobranças excessivas de impostos, as punições e a fiscalização da coroa portuguesa provocaram reações na população:
Revolta de Felipe dos Santos que era contrário ao funcionamento das Casas de Fundição.
Inconfidência Mineira (1789) surgiu da insatisfação com o pagamento de impostos exigidos pela metrópole. Os inconfidentes planejavam tornar o Brasil independente de Portugal, livrando o país do controle metropolitano.
A EXTRAÇÃO DE DIAMANTES O século XVIII também conheceu o diamante, no
vale do rio Jequitinhonha. Durante muito tempo, os mineradores que só viam a riqueza no ouro, ignoraram o valor desta pedra preciosa, utilizada inclusive como ficha para jogo.
O principal centro de extração, foi o Arraial do Tijuco, hoje Diamantina, que em razão da importância, tinha fronteiras delimitadas e um intendente independente do governador da capitânia, subalterno apenas à coroa portuguesa.
Foi estabelecido um sistema de exclusividade na exploração de diamantes para um único contratador. O primeiro deles foi João Fernandes de Oliveira, que se apaixonou pela escrava Chica da Silva, tornando-a uma nobre senhora.
SOCIEDADE E CULTURA
A novidade foi o surgimento de um grupo intermediário de pequenos comerciantes, intelectuais e artesãos que viviam nas cidades.
O segmento abaixo era formado por homens livres pobres (brancos, mestiços e negros libertos), que eram faiscadores, enquanto que a base social permanecia formada por escravos que em meados do século XVIII, representavam 70% da população mineira.
A vida urbana trouxe também mudanças culturais e intelectuais, destacando-se a chamada escola mineira, que se transformou no principal centro do Arcadismo no Brasil. São expoentes as obras esculturais do "Aleijadinho", em Minas Gerais e do Mestre Valentim, no Rio de Janeiro.
Escultura de Aleijadinho em Sabará (Igreja Nossa Senhora do Carmo )
A DECADÊNCIA DO PERÍODO No século XVIII, a mineração
entra em decadência com a paralisação das descobertas. Por
serem de aluvião o ouro e diamantes descobertos eram
facilmente extraídos, o que levou a uma exploração constante.
Como as outras atividades eram subsidiárias ao ouro e ao diamante, toda economia
colonial entrou em declínio.
CONTEXTO EUROPEU: INGLATERRA/PORTUGAL A mineração atingiu o apogeu entre os anos de 1750 e
1770, justamente no período em que a Inglaterra se industrializava e se consolidava como uma potência hegemônica, exercendo uma influência econômica cada vez maior sobre Portugal.
Portugal enfrentava enormes dificuldades econômicas e financeiras com a perda de seus domínios no Oriente e na África, após 60 anos de União Ibérica (1580-1640).
Dos vários tratados que comprovam a crescente dependência portuguesa em relação à Inglaterra, destaca-se o Tratado de Methuem (Panos e Vinhos) em 1703, pelo qual Portugal é obrigado a adquirir os tecidos da Inglaterra e essa, os vinhos portugueses.
A suposta riqueza gerada pela mineração não permaneceu no Brasil e nem foi para Portugal. A dependência lusa em relação ao capitalismo inglês era antiga e grande parte das dívidas portuguesas, acabaram sendo pagas com ouro brasileiro, viabilizando ainda mais, uma grande acumulação de capital na Inglaterra, indispensável para o seu pioneirismo na Revolução Industrial
moedas portuguesas do século XVIII cunhadas com
ouro do Brasil