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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL- PDE, TURMA 2010

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

UNIDADE DIDÁTICA

FILOSOFIA POLÍTICA

Referente ao Projeto de Intervenção Pedagógica (PIP)

A ação política dos políticos

PROFESSOR ADEMIR APARECIDO PINHELLI MENDES

PROFESSOR ORIENTADOR GERALDO BALDUÍNO HORN

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE CURITIBA

DISCIPLINA: FILOSOFIA

PÚBLICO-ALVO: ESTUDANTES DE FILOSOFIA DO ENSINO MÉDIO

Curitiba

Agosto 2011

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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: A AÇÃO POLÍTICA DOS POLÍTICOS

Autor Ademir Aparecido Pinhelli Mendes

Escola de Atuação Instituto de Educação do Paraná Professor Erasmo Pilotto

Município da escola Curitiba

Núcleo Regional de Educação Curitiba

Orientador Geraldo Balduíno Horn

Instituição de Ensino Superior UFPR

Disciplina/Área (entrada no PDE) Filosofia

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar

História

Público Alvo Estudantes do 2º Ano do Ensino Médio

Localização Instituto de Educação do Paraná Professor Erasmo Pilotto. Rua

Emiliano Perneta 92. Centro. Curitiba. Paraná.

Apresentação: justificativa, objetivos

e metodologia utilizada.

O objetivo desta unidade didática é desenvolver o trabalho

pedagógico no ensino da Filosofia, especificamente com o

conteúdo de filosofia política, buscando investigar a atividade

política do político a partir de textos de Maquiavel e Max

Weber. A metodologia utilizada parte da apresentação de um

problema presente no cotidiano dos alunos para problematizar

a ação política como interesse no bem comum ou no interesse

privado. Utiliza fragmentos de textos dos autores citados para

investigar a questão. Por fim utilizando de uma interface com a

História buscamos contextualizar os conceitos filosóficos

investigando a vocação política de Getúlio Vargas. Faz parte

dos encaminhamentos metodológicos a proposta de atividades

a serem realizadas pelos estudantes em busca de identificar os

conceitos investigando seus significados.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Filosofia Política; Público; Privado.

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA.......................................................03

1.1 Mobilização para o estudo do problema filosófico.................................................03

1.2 Desenvolvimento do conteúdo filosófico e interdisciplinar....................................04

1.3 Proposta de atividades............................................................................................04

1.4 Recursos de ensino, aprendizagem e avaliação.......................................................06

2. DESENVOLVIMENTO DO CONTEÚDO DA UNIDADE DIDÁTICA................07

2.1 A ação política dos políticos....................................................................................07

2.2 Investigando o problema.........................................................................................08

2.3 A vocação do príncipe em Maquiavel.....................................................................08

2.4 A Vocação política do político em Max Weber.......................................................10

2.5 O político carismático.............................................................................................12

2.6 Vocação política de Getúlio Vargas........................................................................14

3. ORIENTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES AO PROFESSOR ...............................17

4. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA..................................18

5. REFERÊNCIAS..........................................................................................................19

6. ANEXO I:CONTRATO DE CESSÃO GRATUÍTA DE DIREITOSAUTORAIS.20

7. ANEXO: PARECER DO ORIENTADOR...............................................................23

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1. APRESENTAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA

Esta Unidade Didática foi produzida orientada por um conjunto procedimentos

metodológicos específicos. Os itens desta metodologia são os seguintes:

1.1 Mobilização para o estudo do problema filosófico;

Esta Unidade Didática inicia com a apresentação de um problema filosófico

vinculado ao senso comum político da maioria dos cidadãos. Neste caso o problema

visa mobilizar, desafiar o estudante, provocando-o a buscar e investigar os conteúdos

pertinentes à resolução ou discussão do problema filosófico, para além do senso

comum. Espera-se que ao se defrontar com o problema o estudante, com mediação do

professor, se coloque diante de uma problematização filosófica para o qual precisará

buscar respostas filosóficas. O uso de um ditado popular, como meio de apresentar o

problema, se justifica diante da necessidade de que o problema filosófico seja pensado

sob a ótica do estudante, pois é ele quem deverá sentir-se mobilizado, provocado diante

da situação apresentada.

Nesse sentido, um problema filosófico decorrente da Filosofia Política, para ser

provocativo, deve estar vinculado a questões do universo de diálogo do estudante e seu

cotidiano. Neste caso a questão da atuação política do político que se envolve na

política partidária. Esta contextualização contribui para que o conhecimento ganhe

significado para o estudante, para que aquilo que lhe parece sem sentido seja

problematizado e investigado.

Nesse contexto, o importante é a provocação, a mobilização: o estudante deve

ter, realmente, um problema para resolver, com um grau de dificuldade tal que o

mobilize a ler o texto, estudar, criar hipóteses, pesquisar para encontrar a resposta.

Propor um problema filosófico para o estudante é despertar o seu desejo, o seu

interesse, seduzi-lo pela situação; provocar nele a necessidade de chegar a uma resposta.

Na elaboração de do problema filosófica desta Unidade Didática buscamos

observar:

a) O problema parte do contexto da ação política dos políticos o que é de certo

modo compreensível aos estudantes pelo fato de existir uma forte exposição

deste assunto na mídia televisiva, principalmente.

b) O problema tem uma questão filosófica a ser investigada, ou seja, a relação entre

o publico e o privada decorrente da ação dos políticos e por que os homens se

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submetem a um governo.

c) O problema é um recorte do Conteúdo Estruturante “Filosofia Política” e do

Conteúdo Básico a “relação público e privado” e tem como conteúdo específico

“a vocação política”.

d) O problema pretende levar à investigação dos conceitos de “Virtú” e “Fortuna”

em Maquiavel e os conceitos trabalhos por Max Weber: Estado; Violência

Legítima; Submissão; Político Tradicional; Político Carismático; Político

Profissional; Ética da Responsabilidade.

1.2 Desenvolvimento do conteúdo filosófico e interdisciplinar

A partir do problema apresentado no início da Unidade Didática os textos

comentando os autores buscam dar as informações necessárias para que o professor,

como mediador do processo de conhecimento, provoque os estudantes a ler o texto

clássico a fim de investigar e para que aula se torne o espaço para o trabalho com

conceitos. Assim, é importante que professor e estudantes considerem que:

a) A aula de filosofia será uma experiência do filosofar se os conceitos

filosóficos forem de fato trabalhados e se tornaram o fio condutor do

processo.

b) O diálogo dos estudantes com o texto clássico ocorre mediado pelo professor

que pode lançar mão de comentadores para subsidiar os estudantes com

novas leituras;

c) O diálogo com os autores e seus conceitos carece de ser contextualizado por

meio de exemplos retirados do cotidiano político da sociedade

contemporânea onde os estudantes estão inseridos.

d) A investigação dos conceitos filosóficos remete o estudante a pensar o

problema da vocação política lançando mão da História, como uma interface

possível para contextualizar os conceitos. Neste caso o estudo da vocação

política de Getúlio Vargas ajuda a realizar este exercício.

1.3 Propostas de atividades;

As propostas de atividades apresentadas pela Unidade Didática buscam levar o

estudante à investigação do problema. Para isso estão distribuídas ao longo do material

de modo que o estudante ao ler o texto possa realizar pausas para realização das

atividades propostas a fim de se buscar a investigação do problema proposto.

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São propostas as seguintes formas de atividades:

a) Pesquisa: realização de atividades de pesquisa em grupo de estudantes;

b) Leitura e resolução de questões: atividade realizada em grupos de estudantes;

c) Sistematização e discussão em grupo dos resultados da pesquisa realizada;

d) Organização do Mapa Conceitual: com base na investigação cada grupo deve

organizar um mapa conceitual com as principais conclusões a que o grupo

chegou indicando os conceitos principais.

e) Debate: a partir da apresentação do mapa conceitual pelo grupo de

estudantes o professor media a debate questionando o grupo e provocando os

estudantes para o debate.

f) Produção de texto individual: ao final de todo o processo de investigação do

conteúdo da unidade cada estudante deverá produzir um texto de uma lauda

apresentando: o problema investigado, a solução ou resposta e a

argumentação fundamenta nos conceitos estudados.

1.4 Recursos de ensino, aprendizagem e avaliação

a) Mapas conceituais no ensino da Filosofia

Propomos o trabalho com Mapas Conceituais como sendo uma ferramenta para

auxiliar os estudantes na leitura e interpretação dos textos. O Mapa Conceitual é uma

representação gráfica do conhecimento organizado. Seu núcleo central são os conceitos

que são ligados por palavras chave a fim de formar proposições. Desta forma o Mapa

Conceitual forma uma estrutura dos conceitos organizada hierarquicamente a fim de

reproduzir o conteúdo de um texto ou idéia do sujeito. Pode ser utilizado como recurso

para exposição do conteúdo apreendido a partir da leitura.

O mapa conceitual é uma estrutura esquemática para representar um conjunto de

conceitos imersos numa rede de proposições. Ele é considerado como um estruturador do conhecimento, na medida em que permite mostrar como o conhecimento sobre

determinado assunto está organizado na estrutura cognitiva de seu autor, que assim pode

visualizar e analisar a sua profundidade e a extensão. Ele pode ser entendido como uma representação visual utilizada para partilhar significados, pois explicita como o autor

entende as relações entre os conceitos enunciados. O mapa conceitual se apóia

fortemente na teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel, que menciona que o ser humano organiza o seu conhecimento através de uma hierarquização dos

conceitos. (TAVARES, 2007).

Desta forma o mapa conceitual constitui uma espécie de teia de conceitos

ligados por palavras chaves a fim de que seu autor possa representar e expor a seus

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interlocutores o conhecimento aprendido como no exemplo a seguir:

b) Dossiê de Aprendizagem Filosófica

Dossiê de aprendizagem filosófica: é um instrumento de organização da

produção dos estudantes a fim de possibilitar a análise e reflexão sobre seu processo de

aprendizagem, identificando avanços e dificuldades. Pode ser caracterizado como sendo

uma coletânea de trabalhos e atividades produzidas pelos estudantes ao longo de um

determinado período de tempo, a fim possibilitar a análise ampla e detalhada dos

diferentes momentos e elementos do seu processo de aprendizagem. Por isso, o dossiê

de aprendizagem se diferencia de portfólio de aprendizagem, pois há a mediação

intencional do professor que propõe aos estudantes questões problematizadoras sobre os

conteúdos estudados e o processo de aprendizagem do estudante.

No dossiê de aprendizagem as produções dos estudantes são consideradas como

documentos que registram o processo de aprendizagem, com suas lacunas, falhas e

avanços, possibilitando ao professor como mediador do processo, retomar o processo

pedagógico em que a avaliação da aprendizagem ocorreu concomitantemente ao

processo de ensino. Neste sentido a avaliação é diagnóstica, pois por meio da análise do

dossiê o professor buscará mediar novos processos de ensino.

Neste sentido é importante considera o disposto nas Diretrizes Curriculares

Estaduais de Filosofia de que “a avaliação de Filosofia se inicia com a mobilização para

o conhecimento, por meio da análise comparativa do que o estudante pensava antes e do

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que pensa após o estudo. Com isso, torna-se possível entender a avaliação como

processo”. (DCE, 2008 p. 234).

Para isto o professor precisa ter o cuidado de arquivar todos os documentos

produzidos pelos alunos no processo de ensino aprendizagem. Tomar as produções dos

estudantes como documentos para investigação do processo de aprendizagem implica

em considerá-los sujeitos deste processo.

Espera-se que a análise do dossiê produzido individualmente pelos estudantes,

mas também pela turma, possibilite ao professor como mediador, analisar tanto o

processo de aprendizagem individual como do coletivo, uma vez que por meio da

análise comparativa, espera-se, possa ser possível estabelecer categorias de análise a fim

se mensurar os resultados. O importante é que no dossiê sejam anexados todos os

documentos relevantes, como por exemplo: o plano de trabalho docente, onde estão

registradas as intencionalidades do ensino, bem como as produções individuais e

coletivas dos estudantes como trabalhos, mapas conceituais, textos, provas, etc.

2. DESENVOLVIMENTO DO CONTEÚDO DA UNIDADE DIDÁTICA

2.1 A ação política dos políticos

No meio político há um ditado: "o problema de quem não gosta de política é que

acaba sendo governado por aqueles que gostam".

A historiografia oficial, ao descrever grandes personalidades do mundo da

política, geralmente, apresenta o político como um herói nacional, que se dedicou ao

bem comum da sociedade que dirigiu. De fato muitos políticos dedicam grande parte de

suas vidas à atividade política.

No Brasil, podemos citar como exemplos Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek,

Ulisses Guimarães. No exterior, Nelson Mandela, François Mitterrand, Margaret

Thatcher, dentre tantos outros. São pessoas que passaram suas vidas atuando na política,

com cargos eletivos ou não.

Diante de tal constatação podemos perguntar: o que leva uma pessoa a dedicar

toda sua vida à atividade política? É possível pensar a atividade política como vocação?

Qual seria a finalidade da política como vocação: o bem comum ou o interesse privado?

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PESQUISA E DEBATE

a) Organize seu grupo de estudos e pesquise em sites de busca na Internet a

biografia dos políticos citados no problema: Getúlio Vargas, Juscelino

Kubitschek, Ulisses Guimarães, Nelson Mandela, François Mitterrand, Margaret

Thatcher e outros de sua escolha.

b) Analise o modo como atuaram na política comparando, entre eles, suas

principais ações.

c) Organize suas principais conclusões em um mapa conceitual desenho-o num

cartaz e apresente-o à turma para discussão.

2.2 Investigando o problema

Para investigar o problema proposto, vamos dialogar com dois pensadores:

Nicolau Maquiavel e Max Weber. Essa escolha se justifica na medida em que os

autores, especificamente nos textos escolhidos para nosso trabalho, comentam o tema da

vocação política e, por essa razão, se apresentam como interlocutores importantes para

discutir o problema mencionado.

2.3 A vocação política do príncipe em Maquiavel

Maquiavel nasceu em 1469, filho de um advogado, cresceu na cidade italiana de

Florença. Em 1498, assumiu um cargo de funcionário do governo de Florença, emprego

que conservou durante 14 anos. Tornou-se funcionário público de confiança e

diplomata. Viajou para importantes lugares da península e também para cortes

estrangeiras. Em 1512, perdeu sua posição por causa de uma mudança no governo

florentino. Instalou-se, então, numa pequena comunidade fora da cidade e pôs-se a

escrever. A mais famosa de suas obras é O Príncipe, um manual que contém as regras

desenvolvidas a partir de suas observações, as quais esperava ver utilizadas por um

monarca para unir a Itália. Maquiavel morreu em 1527 e O Príncipe foi publicado cinco

anos mais tarde.

Maquiavel, no capítulo XVIII d'O Príncipe, apresenta o que entende ser a

natureza necessária ao governante, semelhante à astúcia da raposa e o terror impingido

pelo leão para vencer os obstáculos e conflitos enfrentados ao exercer a atividade de

governo.

Contudo, o príncipe não precisa possuir todas as qualidades [...], bastando que

aparente possuí-las. Antes, teria eu a audácia de afirmar que, possuindo-as e

usando-as todas, essas qualidades seriam prejudiciais, ao passo que, aparentando

possuí-las, são benéficas; por exemplo: de um lado, parecer ser efetivamente

piedoso, fiel, humano, íntegro, religioso, e de outro, ter ânimo de, sendo

obrigado pelas circunstâncias a não ser, tornar-se o contrário. E há de se

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entender o seguinte: que um príncipe, e especialmente um príncipe novo, não

pode observar todas as coisas a que são obrigados os homens considerados bons,

sendo freqüentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a

fé, a humanidade, a religião. É necessário, por isso, que possua ânimo disposto a

voltar-se para a direção a que os ventos e as variações da sorte o impelirem, e,

como disse mais acima, não partir do bem, mas, podendo, saber entrar para o

mal, se a isso estiver obrigado. O príncipe deve, no entanto, ter muito cuidado

em não deixar escapar da boca expressões que não revelem as cinco qualidades

acima mencionadas, devendo aparentar, à vista a ao ouvido, ser todo piedade, fé,

integridade, humanidade, religião. Não há qualidade de que mais se careça do

que esta última (MAQUIAVEL, 1987, p.74).

A vocação do político (príncipe) se concretiza por meio da conquista e

manutenção do poder tendo a seu favor, a virtú e a fortuna. Por virtú, Maquiavel

compreende a força e o valor do político na capacidade de aproveitar as situações

oportunas para exercer o poder com energia e êxito, agindo de forma adequada no

momento certo. Portanto, a virtú não está relacionada à bondade ou a justiça, mas sim à

coragem e à capacidade de ação para conquistar, manter e exercer o poder político.

Por outro lado, o político aproveitando-se da fortuna, da oportunidade, da ocasião, do

acaso, busca atingir o sucesso em suas ações. Deste modo, para Maquiavel, o político

deve ser perspicaz, não perder as oportunidades para agir.

Assim, para Maquiavel, a vocação política consiste na coragem e capacidade

para aproveitar as oportunidades e ocasião para agir, tendo em vista os fins que pretende

atingir: a conquista e manutenção do poder.

PESQUISA E DEBATE

a) Pesquise na Internet, no site: http://www.culturabrasil.pro.br/oprincipe.htm e leia

o capítulo XVIII d'O Príncipe, cujo título é "De que forma os príncipes devem

guardar a fé".

b) Após a leitura responda as seguintes questões:

Explique quais são características da vocação política do Príncipe.

A partir do texto explique a relação entre ser e parecer virtuoso.

O que é, para Maquiavel, um político virtuoso?

Como seria a vocação política, segundo este texto de Maquiavel?

Qual a relação entre Virtú e Fortuna e como elas corroboram para o êxito da

atividade do príncipe?

c) Organize as resposta em um mapa conceitual desenhado em cartaz e um debate.

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2.4 A vocação política do político em Max Weber

Maximillion Weber, economista, sociólogo e filósofo alemão, nasceu em 1864

em Erfurt, Turíngia, e morreu em 1920 em Munique. Filho de um grande industrial

têxtil na Alemanha Ocidental. Foi um dos principais nomes da sociologia moderna.

Realizou extensos estudos sobre história comparativa e foi um dos autores mais

influentes no estudo do surgimento do capitalismo e da burocracia, bem como da

sociologia da religião.

Max Weber concebe a sociedade como resultado de um conjunto de ações

individuais com sentido e significado social. Enfatiza o papel do indivíduo na

construção da sociedade e dá grande importância à atividade política como ação

humana, racional e lógica, interrogando-se sobre o tipo ideal do político e do cientista.

Como é possível ser ao mesmo tempo um homem de ação e um cientista? (COSTA,

2002). Weber escreveu o texto A Política Como Vocação, onde analisa a natureza da

atividade política e do político tomando como referência O Príncipe de Maquiavel. É

uma obra poderosa para análise da política e da atuação dos políticos em nossa

sociedade.

Antes de qualquer análise precisamos saber o que Weber entende por política.

Para Weber, a "política constitui o conjunto de esforços tendentes a participar da divisão

do poder, influenciando sua divisão, seja entre Estados, seja entre grupos num Estado".

(WEBER, 2003, p. 9). A consideração acerca da relação entre política e poder já

dimensiona o que é, para Weber, a política: a disputa pelo poder que ocorre a partir do

pressuposto de que há uma associação política denominada Estado.

Weber concorda que "qualquer Estado baseia-se na força" como forma de evitar

a anarquia, onde outras estruturas fundadas na violência emergiriam e eliminariam o

conceito de Estado. O Estado é, portanto "uma comunidade humana que se atribui (com

êxito) o monopólio legítimo da violência física, nos limites de um território definido".

(Ibidem, p. 9). Se ao Estado cabe o uso legítimo da violência física e ao político cabe

governar o Estado, logo, podemos considerar que cabe ao político decidir quando e

como será utilizado o poder legítimo de violência do Estado. Por exemplo, a ação

violenta da polícia ou do exército é legitima, na medida em que tem a função de manter

a ordem e evitar a anarquia ou os distúrbios sociais. Ainda é preciso considerar que é

função do político que dirige o Estado decidir contra quem pode estar orientada a

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violência do Estado. Diante disso podemos perguntar: como isso é aceito pela sociedade

que se submete a esse domínio?

[...] o Estado é uma relação de homens que dominam seus iguais, mantida pela

violência legítima (isto é, considerada legítima). Para que o Estado exista, os

dominados devem obedecer a suposta autoridade dos poderes dominantes. Daí as

seguintes perguntas: quando e por que obedecem aos homens? Ora, em que

justificações intrínsecas ou extrínsecas se baseia essa dominação? (Ibidem, p.

10).

Para ele existem três explicações para legitimação da submissão. A primeira

explicação para legitimação da submissão diz respeito ao político que exerce o poder

sustentando-se na autoridade do passado eterno, ou seja, o respeito à tradição. Sustenta-

se aí a autoridade do político tradicional. Assim a dominação faz parte da tradição

exercida pelo patriarca ou príncipe.

A segunda explicação para legitimação da submissão se dá no que Weber

denomina dom da graça. Podemos pensar aqui no político carismático, com alguns

poderes extraordinários, pessoais, heróicos, capaz de comover a população e ganhar sua

devoção e confiança. Podemos pensar aqui no grande chefe político, com característica

de profeta ou guerreiro que salvará a todos dos males futuros.

A terceira explicação para legitimação da submissão é do político que exerce sua

dominação como sendo imposta por meio das leis, fundada no estatuto da legalidade e

na competência das normas racionalmente definidas. Segundo Weber, esta é a

submissão exercida pelo moderno servidor do Estado e por todos aqueles que têm

poderes semelhantes.

Portanto, são essas três formas de se exercer o poder legitimando a submissão e

a obediência política. A dominação tradicional, a carismática e a legal. Mas é difícil

encontrar os três tipos separadamente, pois a submissão política quase sempre é

legitimada pela combinação complexa das três formas determinada pelo temor ou pela

esperança dos súditos.

Supõe-se na realidade que a obediência dos súditos é determinada pelo temor ou

pela esperança temor da vingança exercida pelos poderes mágicos ou daquele que

exerce o poder ou pela esperança de recompensa neste ou noutro mundo. Interesses dos

mais diversificados podem condicionar a obediência. (Ibidem, p. 11).

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PESQUISA E DEBATE

a) Pesquisar na Internet a biografia de três personalidades do mundo da política

brasileira atual e que sejam de diferentes partidos políticos.

b) Procure identificar em suas ações e atuação política algum dos três tipos de

vocação: a tradicional, a carismática e a legal.

c) Compare a atuação dos três políticos pesquisados e organize um mapa conceitual

demonstrando a identificação de cada personalidade com os modos de legitimar

a dominação dos homens apresentadas por Weber.

d) Desenhe o mapa em papel cartaz e apresente à turma para debate.

2.5 O político carismático

Para Weber, entre as três formas de legitimação da dominação política, a mais

importante é a do poder fundado na submissão ao carisma pessoal do político. O

carisma é o que determina a vocação do político para a política, como um dom

sobrenatural, ou um conjunto de qualidades para a liderança. O poder fundado na

submissão ao carisma puramente pessoal é o que nos interessa tratar no momento. Essa

é a base da idéia de uma vocação na sua expressão mais alta. (ibidem, 2003 p. 12).

Na análise de Weber, o político carismático usa suas qualidades de chefia para

orientar a devoção de seus súditos e adeptos. As qualidades do político carismático

decorrem de um dom pessoal, portanto particular, que deverá ser utilizado para governar

a sociedade. Deste modo a vocação política carismática tem origem na autoridade e na

vontade. Como o político carismático consegue manter o poder de dominação do

Estado? Segundo Weber a manutenção da dominação requer ações direcionadas a fazer

obedecer. Isso requer o controle da burocracia - funcionários públicos que é responsável

pela legitimação do poder. Representa a organização da dominação política, vinculada a

quem detém o poder não somente pela legitimidade legal, mas também em função de

prestígio pessoal e recompensas materiais. Além disso, a manutenção da dominação

requer o controle dos recursos materiais necessários à utilização da violência física.

Desta forma, o político carismático toma em suas próprias mãos a administração pública

por meio da manutenção da dominação política, controlando o quadro administrativo e

os bens materiais, fundando a legitimidade de seu poder na vontade dos governados.

(ibidem, p. 18).

O Estado moderno é uma associação que tem como função a organização da

dominação. Sua finalidade é conseguir o monopólio do uso legítimo da força física

como meio de dominação nos limites de um território. Para conseguir essa finalidade,

centralizou nas mãos dos administradores o poder, ao mesmo tempo em que

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expropriava todos os funcionários que, outrora, dispunham por direito próprio desses

meios de administração. O Estado ocupou seu lugar e hoje em dia predomina. Ao longo

desse processo de expropriação política, que em maior ou menor grau se desenvolveu

em todos os países do mundo, surgiram as primeiras categorias dos políticos

profissionais (Ibidem, p.19).

A política como vocação carismática necessita de outro tipo de político para

legitimar-se. Este político surge no interior do quadro administrativo do Estado, com a

finalidade de dar legitimidade ao poder do soberano. Trata-se do político profissional

como expõe Weber.

O político profissional passa a existir em função de sustentar a legitimação do

poder do político carismático e acaba assumindo, por conseqüência, sua atividade

política como vocação e a exercendo como atividade profissional. Portanto, segundo

Weber, há duas maneiras de fazer da política uma vocação: ou se vive para a política, ou

se vive da política. Quem vive para a política a torna o fim de sua existência, ou porque

essa atividade permite obter prazer no simples exercício do poder, ou porque mantém

seu equilíbrio interior e sua auto-estima fundados na consciência de que sua existência

tem sentido na medida em que está a serviço de uma causa. Num sentido profundo, todo

aquele que vive para uma causa vive dela também. É o aspecto econômico um dos

elementos importantes da condição do homem político. O que vê na política uma fonte

permanente de rendas vive da política como vocação; no caso oposto, vive-se para a

política (Ibidem, 2003, p. 22 e 23).

Aqui retornamos ao problema que nos propomos discutir. Qual seria a finalidade

da política como vocação: o interesse privado, em vista do próprio bem ou o interesse

público, em vista do bem comum?

A questão fundamental entre a relação pública e privada parece remeter à um

problema ético. Posso, sob o pretexto de lutar por uma causa pública, tirar proveito e

receber compensações pessoais pelo trabalho realizado? Quais os limites desta

intrigante mistura de interesses? Até onde vai o interesse privado? Ele pode

comprometer a atuação do político na luta pelo bem público? Ocorre que, para Weber, o

político não deve adotar como referência a ética cristã, dos bem aventurados do Sermão

da Montanha. A ética de convicção, fundamentada em princípios morais, deve ser

adotada apenas por aqueles que pretendem a santidade, o que não é o caso do dirigente

político. A esfera da política não é um mundo para santos, mas dos que adotam a ética

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da responsabilidade. Weber então se pergunta: como o político deve agir diante da

ética? Por convicção ou por responsabilidade? Existe um lugar ético próprio para a

política? Segundo Weber o político deverá adotar a ética dos fins últimos, a ética da

responsabilidade, e não a ética da convicção e, deverá possuir a paixão pela sua

atividade política com a capacidade de se distanciar dos governados e da moralização da

política fundada numa ética da convicção. Agindo orientado por uma ética da

responsabilidade o político buscará o bem comum do maior número de integrantes da

sociedade mesmo que para isso possa descontentar uma parcela da população.

ATIVIDADE E DEBATE

a) Elabore uma definição para Estado a partir de Weber.

b) Como você define política a partir de Weber?

c) Qual a diferença entre política como profissão e política como vocação, em

d) Weber?

e) Que relação é possível estabelecer entre ética e política, em Weber?

f) Compare e analise a biografia dos políticos pesquisados nas atividades das

páginas 1 e buscando estabelecer um paralelo entre viver da política e viver para

a política.

g) Organize as conclusões do grupo em um mapa conceitual a ser desenhado em

papel cartaz e apresente os resultados à turma para debate.

2.6 Vocação política de Getúlio Vargas

Getúlio Dornelles Vargas (1882 - 1954) governou o Brasil, durante dois

mandatos. De origem gaúcha (nasceu na cidade de São Borja), Vargas foi presidente do

Brasil entre os anos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Entre 1937 e 1945 instalou a fase

de ditadura, o chamado Estado Novo. Vargas foi um político cuja biografia parece

reunir as três formas de se exercer o poder e legitimar a submissão e a obediência

política do povo. Nele é possível encontrar o perfil da vocação política de um político

tradicional, a vocação política carismática e a política amparada na atuação do político

profissional. Getúlio Vargas chegou à Presidência da República em 1930, após liderar a

Revolução de 1930, que destituiu o Presidente Washington Luís. Sob seu governo foi

promulgada a Constituição de 1934. Após fechar o Congresso Nacional em 1937,

instalou o Estado Novo e passou a governar com poderes ditatoriais de forma

centralizada e controladora. Criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) a

fim de censurar a oposição e as manifestações contrárias ao governo. Com isso passou a

perseguir políticos da oposição, principalmente os do partido comunista.

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Segundo Sodré (1976, p. 329) o Estado Novo, cujo objetivo principal foi o

desenvolvimento urbano-industrial, financiado pelo capital externo, buscou recompor as

forças internas, numa tentativa de realizar a revolução burguesa sem o proletariado. Ou

seja, nasceu da aliança da burguesia com o latifúndio e o imperialismo, em oposição aos

movimentos populares surgidos entre 1930 e 1937 (ZOTTI, 2004, p. 91).

Após 1945, com a retomada da redemocratização, a burguesia industrial, que

havia se fortalecido no período do governo Vargas, apóia o governo Dutra, de modo que

a mudança do dirigente político significou apenas uma rearticulação dos diversos

interesses dos grupos dominantes. Para Freitag (1984), a fase que vai de 1945 a 1960

corresponde à aceleração do modelo econômico de substituição de importações, com

base em um Estado nacional-desenvolvimentista populista, que consistia numa aliança

relativamente estável entre o empresariado nacional, que tinha o objetivo de ampliar o

processo de industrialização capitalista, sob o amparo do Estado, e setores populares

que aspiravam por maior participação na economia e na política, mas que, de fato,

foram manipulados pelos primeiros, que passaram a receber grande monta de

investimentos estrangeiros (Ibidem, p. 94).

Em 1951, Vargas, que era o próprio símbolo de nacionalismo, retorna ao poder,

com o apoio da burguesia industrial e das camadas populares. Exemplo disso foi a

campanha "o petróleo é nosso", com a defesa do monopólio estatal do petróleo.

Importante destacar a tendência de continuidade do projeto nacional-

desenvolvimentista, apoiado pelo empresariado nacional, que tinha como objetivo

desenvolver a indústria nacional.

Em 1954, sob forte acusação de corrupção em seu governo e pressionado pelo

capital internacional, Vargas comete suicídio, deixando manuscrita uma carta-

testamento onde faz uma exposição dos motivos que o levaram à atitude extrema.

Na carta, Getúlio coloca-se como um servo do povo, cumpridor dos deveres para

com a nação. Ignora todo o período ditatorial (1947 - 1945) baseado no nacionalismo e

populismo com o apoio dos militares, sustentado pelo corporativismo sindical,

autoritarismo político e uma forte centralização administrativa submetendo o país a um

severo controle estatal. Mas, no momento do suicídio, se coloca como perseguido e

injustiçado, sendo ele um político que nada mais fez a não ser servir o povo brasileiro.

16

O registro da compreensão que Vargas tinha de sua vocação política esta

presente no na carta-testamento, que escreveu antes de seu suicídio no dia 24 de Agosto

de 1954.

“Deixo à sanha dos meus inimigos, o legado da minha morte". Levo o pesar de

não ter podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente

pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia. A mentira, a calúnia, as mais

torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos

inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa. Acrescente-se a

fraqueza de amigos que não defenderam nas posições que ocupavam à felonia de

hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês, à insensibilidade

moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso

ambiente na opinião pública do país contra a minha pessoa. Se a simples

renúncia ao posto a que fui levado pelo sufrágio do povo me permitisse viver

esquecido e tranqüilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal

renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e

humilharem- me. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos

poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar

contas ao Senhor, não dos crimes que não cometi, mas de poderosos interesses

que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora

porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes. Só Deus sabe

das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue dum inocente sirva para

aplacar a ira dos fariseus. Agradeço aos que de perto ou de longe me trouxeram

o conforto de sua amizade. A resposta do povo virá mais tarde...

Weber compreendeu bem o significado das ações dos políticos e o registrou da

seguinte forma:

Importa ter sempre em vista que a uma revolução animada pelo entusiasmo

sucede um período de rotina tradicionalista do quotidiano, no qual o herói da fé

abdicará e a própria fé se transformará num elemento da fraseologia

convencional dos filisteus, de políticos pedantes e de tecnocratas mecanizados.

Essa transformação dá-se com muita rapidez, especialmente quando se trata de

luta por convicções ideológicas, porque esse tipo de luta é dirigido e inspirado

por autênticos líderes - os profetas da revolução. Aqui como em toda atividade

que pressupõe a existência de uma organização, uma das condições para seu

êxito é a despersonalização e a rotinização, em resumo, a proletarização psíquica

em favor da maior disciplina. Uma vez no poder, o séqüito de um cruzado

geralmente degenera numa massa de aproveitadores. Quem deseja dedicar-se á

política, vista como uma vocação deve compreender esses paradoxos éticos.

Deve ter consciência da responsabilidade quanto àquilo em que ele próprio

poderá sofrer sob pressão desses paradoxos (WEBER, 2003, p. 104).

ATIVIDADE E DEBATE

a) Leia a seguir a Carta-testamento de Vargas e um fragmento do texto de Weber e

responda as questões a seguir.

17

b) Compare o texto de Maquiavel a Carta de Getúlio Vargas. Que relação pode ser

estabelecida entre os dois textos?

c) Após a leitura do texto, cujo título é "A vocação política de Getúlio Vargas",

compare as ações de Vargas nos dois períodos do seu governo com sua Carta-

testamento. Que conclusões são possíveis de se chegar? Como podemos

compreender a vocação política de Getúlio Vargas, tomando como referência as

análises de Maquiavel e Weber?

d) Após ler a Carta-testamento, e o texto de Weber é possível afirmar qual o

posicionamento ético tem Getúlio Vargas?

e) Organize as conclusões do grupo em um mapa conceitual e o desenhe em papel

cartaz a fim de subsidiar a apresentação dos à turma para debate.

3. ORIENTAÇÕES/RECOMENDAÇOES AO PROFESSOR

No sentido de contribuir para com a organização da aula de filosofia

indicaremos alguns elementos que poderão fazer parte do plano de trabalho docente do

professor que se dispor a implementar com seus alunos esta Unidade Didática.

a) Conteúdo Estruturante: Filosofia Política.

b) Conteúdo Básico: Esfera Pública e Privada.

c) Conteúdo Específico: Vocação Política.

d) Justificativa: a compreensão de que na sociedade brasileira o poder político é

exercido predominantemente de forma personalista afasta o cidadão da

compreensão da política como uma ação pública e o leva a compreender a ação

política do político como sendo uma atividade privada. Por isto, investigar o

motivo que leva o político a realizar sua ação pode levar o estudante a

compreender os conceitos que diferencia a esfera pública e a esfera privada da

vocação política.

e) Encaminhamentos metodológicos e recursos matéria: conforme preconizado

pelas Diretrizes Curriculares de Filosofia começa coma mobilização para o

conhecimento e problematização do conteúdo a ser investigado (p.232).

Sugerimos que ao iniciar o trabalho com esta Unidade Didática o professor

exiba um vídeo a fim de problematizar o conteúdo. Sugerimos a exibição de um

documentário que trata de Getúlio Vargas disponível no Youtube seguinte

endereço: http://www.youtube.com/watch?v=q7hlpYeicQo . O passo seguinte

será o trabalho pedagógico com os textos escolhidos e comentados na Unidade

Didática. A leitura do texto pode ocorrer mediada pelo professor. Sugerimos

que as respostas às questões das atividades sejam apresentadas à sala por meio

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do recurso do mapa conceitual.

f) Expectativas de aprendizagem: Espera-se que, após o processo pedagógico, os

estudantes consigam problematizar questões referentes à Filosofia Política,

especificamente a distinção entre esfera pública e esfera privada. Que utilizando

os conceitos: Virtú, Fortuna, Estado, Violência Legítima, Submissão, Político

Tradicional, Político Carismático, Político Profissional, Ética da

Responsabilidade, para analisar a ação política de Getúlio Vargas, bem como de

outros políticos do cenário político brasileiro.

g) Avaliação da aprendizagem: sugere-se que a avaliação seja realizada por meio

da análise do Dossiê de Aprendizagem Filosófica considerando

comparativamente a qualidade da produção inicial e da produção final dos

estudantes balizado pelas expectativas de aprendizagem estabelecidas acima.

4. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA

Após a utilização do material sugerimos realizar uma avaliação do material e de

sua implementação pedagógica junto aos alunos. Para realizar esta avaliação sugerimos

o seguinte roteiro:

a) O problema inicial da unidade didática mobilizou os estudantes para

investigação e experiência do filosofar? Justifique e exemplifique.

b) Os autores, conceitos e textos clássicos indicados possibilitaram a mediação

entre o estudante e a experiência do filosofar? Justifique e exemplifique.

c) A linguagem utilizada na Unidade Didática foi adequada ao processo de estudo e

investigação fornecendo informações para que o estudante investigasse o

problema? Justifique e exemplifique.

d) As atividades propostas no decorrer da Unidade Didática foram adequadas e

mobilizaram os alunos para a investigação filosófica? Justifique e exemplifique.

e) A relação interdisciplinar com a disciplina de História contribuiu para que o

estudante contextualizasse o problema investigado e utilizasse os conceitos

trabalhados na Unidade Didática para produzir suas conclusões? Justifique e

exemplifique.

f) Houve interesse dos estudantes no sentido de ampliar a investigação com novos

textos e autores? Justifique e exemplifique.

g) A utilização do recurso do Mapa Conceitual pelos alunos contribui para a

19

aprendizagem efetivamente? Justifique e exemplifique.

h) A utilização do recurso Dossiê de Aprendizagem Filosófica possibilitou a

análise das produções dos estudantes no processo de avaliação? Justifique e

exemplifique.

i) As orientações e recomendações ao professor contribuíram positivamente com a

implementação da Unidade Didática junto aos estudantes? Justifique e

exemplifique.

J) Após a realização do trabalho pedagógico com esta Unidade Didática é possível

afirmar que houve aprendizagem filosófica? Justifique e exemplifique.

5. REFERÊNCIAS

COSTA. C. Introdução à ciência da sociedade. 2 ed. São Paulo: Editora Moderna, 1997.

FREITAG, B. Escola, estado e sociedade. 5. ed. Ver. São Paulo: Moraes, 1984.

WEBER, M. A política como vocação. Trad. Maurício Tragtenberg. Brasília, DF:

Editora Universidade de Brasília, 2003.

LIMONGI, M. I. Ética e Política n'O Príncipe de Maquiavel. In: FIGUEIREDO, V. de

(Org.). Seis Filósofos na Sala de Aula. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2006.

MAQUIVAVEL, N. O príncipe: escritos políticos. Trad. Lívio Xavier. 4 ed. São Paulo:

Nova Cultural, 1987.

PARANÁ; Diretrizes Curriculares da Educação Básica. 2008.

SODRÉ, N. W. Formação histórica do Brasil. 9 ed. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 1976.

ZOTTI, S. A. Sociedade, educação e currículo no Brasil: dos jesuítas aos anos de 1980.

Campinas, SP: Autores Associados; Brasília, DF: Editora Plano, 2004.

DOCUMENTOS CONSULTADOS ONLINE:

Biografia de Vargas. http://www.historiadobrasil.net/getuliovargas/) Acesso em:

20/03/2008.

Carta Testamento. http://www.senado.gov.br/comunica/historia/carta_testamento.htm

Acesso em: 20/03/2008.

TAVARES. R. (2007). Construindo mapas conceituais. Ciências & Cognição; Ano

04, Vol 12. Disponível em www.cienciasecognicao.org.

20

6. ANEXO I: CONTRATO DE CESSÃO GRATUÍTA DE DIREITOS AUTORAIS

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Contrato de Cessão Gratuita de Direitos Autorais

Pelo presente instrumento particular, de um lado Ademir Aparecido Pinhelli

Mendes, brasileiro, casado, professor, CPF nº 644.487.679-53, Cédula de Identidade RG nº

4.217.220-0 residente e domiciliado à Avenida Iguaçu, na cidade de Curitiba, Estado do

Paraná, denominado CEDENTE, de outro lado a Secretaria de Estado da Educação do Paraná,

com sede na Avenida Água Verde, nº 2140, Vila Izabel, na cidade de Curitiba, Estado do

Paraná, inscrita no CNPJ sob nº 76.416.965/0001-21, neste ato representada por seu titular

Flávio Arns, Secretário de Estado da Educação, brasileiro, portador do CPF

nº….........................., ou, no seu impedimento, pelo seu representante legal, doravante

denominada simplesmente SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e

contratado, na melhor forma de direito, o seguinte:

Cláusula 1ª – O CEDENTE, titular dos direitos autorais da obra Unidade Didática: A ação

política dos políticos, cede, a título gratuito e universal, à CESSIONÁRIA todos os direitos

patrimoniais da obra objeto desse contrato, como exemplificativamente os direitos de edição,

reprodução, impressão, publicação e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e

culturais, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988

– sem que isso implique em qualquer ônus à CESSIONÁRIA.

Cláusula 2ª – A CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra autoral ao

qual se refere a cláusula 1.ª deste contrato em qualquer tipo de mídia, como

exemplificativamente impressa, digital, audiovisual e web, que se fizer necessária para sua

divulgação, bem como utilizá-la para fins específicos, educativos, técnicos e culturais.

Cláusula 3ª – Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo

CEDENTE a publicar a obra em tantas edições quantas se fizerem necessárias em qualquer

número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas edições.

Cláusula 4ª – Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo

CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, em tantas cópias quantas se fizerem

necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente essas cópias.

Cláusula 5ª - Com relação à publicação em meio audiovisual, a CESSIONÁRIA fica autorizada

pelo CEDENTE a publicar e utilizar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se

fizerem necessárias, seja em canais de rádio, televisão ou web.

21

Cláusula 6ª - Com relação à publicação na web, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo

CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias,

em arquivo para impressão, por escrito, em página web e em audiovisual.

Cláusula 7ª – O presente instrumento vigorará pelo prazo de 05 (cinco) anos contados da data de

sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual período, salvo denúncia de

quaisquer das partes, até 12 (doze) meses antes do seu vencimento.

Cláusula 8ª – A CESSIONÁRIA garante a indicação de autoria em todas as publicações em que

a obra em pauta for veiculada, bem como se compromete a respeitar todos os direitos morais do

autor, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988.

Cláusula 9ª – O CEDENTE poderá publicar a obra, objeto deste contrato, em outra(s) obra(s) e

meio(s), após a publicação ou publicidade dada à obra pela CESSIONÁRIA, desde que indique

ou referencie expressamente que a obra foi, anteriormente, exteriorizada (e utilizada) no âmbito

do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná

– SEED-PR.

Cláusula 10ª – O CEDENTE declara que a obra, objeto desta cessão, é de sua exclusiva autoria

e é uma obra inédita, com o que se responsabiliza por eventuais questionamentos judiciais ou

extrajudiciais em decorrência de sua divulgação.

Parágrafo único – por inédita entende-se a obra autoral que não foi cedida,

anteriormente, a qualquer título para outro titular, e que não foi publicada ou utilizada (na forma

como ora é apresentada) por outra pessoa que não o seu próprio autor.

Cláusula 11ª – As partes poderão renunciar ao presente contrato apenas nos casos em que as

suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização pela parte prejudicada.

Cláusula 12ª – Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas relativas ao

cumprimento do presente contrato.

E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento particular a

CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato.

Curitiba, 12 de Agosto de 2011

______________________________________

Ademir Aparecido Pinhelli Mendes

_____________________________________

CESSIONÁRIA

22

______________________________________

TESTEMUNHA 1

______________________________________

TESTEMUNHA 2

23

7. ANEXO II: PARECER DO ORIENTADOR

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

PARECER DO MATERIAL DIDÁTICO

PROFESSORES PDE

1. IDENTIFICAÇÃO

a) INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: UFPR

b) PROFESSOR ORIENTADOR IES: Geraldo Balduino Horn

c) PROFESSOR PDE: Ademir Aparecido Pinhelli Mendes

d) NRE: Curitiba

e) ÁREA/DISCIPLINA: Filosofia

f) TÍTULO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: AÇÃO POLÍTICA DOS POLÍTICOS

2. CRITÉRIOS DE ANÁLISE

O professor orientador deverá emitir parecer com base nos seguintes critérios:

a) Pertinência do material didático com o projeto do professor PDE.

b) Relação do material didático com área/disciplina de atuação do Professor PDE.

c) Fundamentação teórica consistente.

d) Articulação entre a fundamentação teórica e o objeto de estudo.

e) Contribuição do material didático para a educação pública paranaense.

f) Viabilidade de implementação do material didático na escola.

g) Adequação do material à norma culta da Língua Portuguesa.

8. PARECER CONCLUSIVO

( X ) Sou de parecer favorável quanto ao conteúdo, forma e adequação do texto à norma culta da Língua Portuguesa para fins de publicação.

( ) Sou de parecer desfavorável*.

Curitiba , 12 /08/2011

____________________________

Assinatura do Professor Orientador

_________*Preenchimento obrigatório da justificativa - item 4.

24

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

a) JUSTIFICATIVA:

Sou de parecer favorável quanto ao conteúdo, forma e adequação do texto à norma culta da

Língua Portuguesa para fins de publicação, pois há a pertinência do material didático com o

projeto do professor PDE. Há relação do material didático com área/disciplina de

atuação do Professor PDE. A fundamentação teórica é consistente e articulada com o

objeto de estudo. É evidente a contribuição do material didático para a educação pública

paranaense e existe total viabilidade de implementação do material didático na escola. Há

a adequação do material à norma culta da Língua Portuguesa.

Curitiba, 12/08/2011

___________________________

Assinatura do Professor Orientador