Saúde mental e trabalho

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Saúde Mental, Trabalho e burnout

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Quando o trabalho não é fonte de gratificação, mas sim de stress, criando potencialmente condições para burnout

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Saúde Mental, Trabalho e burnout

Saúde mental (OMS)

“O estado de bem estar, no qual cada indivíduo tem conhecimento total do seu próprio potencial, consegue lidar com o stress normal da vida, consegue trabalhar produtivamente e é capaz de contribuir para a sua comunidade”.

Em Portugal

Somos o país da Europa com maior prevalência de perturbações mentais na população. No ano de 2009, um em cada cinco portugueses sofreu de uma perturbação psicológica (23%) e aproximadamente metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental: “Prevalência, fatores de risco, carga social e económica

e utilização de serviços” (2010)

Países da OCDE

Um em cada cinco trabalhadores sofre de perturbações mentais, como depressão ou ansiedade. Três em cada quatro trabalhadores com transtorno mental apresentam uma redução da produtividade no trabalho;Entre 30 a 50 % dos pedidos de pensão por invalidez são provocados por problemas de saúde mental; Quase metade das pessoas com doença mental grave, e mais de 70% das pessoas com um distúrbio mental moderado, não estão a receber qualquer tipo de tratamento;Estes dados resultam da crescente insegurança laboral e pressão dos empregadores sobre os colaboradores...

Existem assim riscos psicossociais

1) Grande exigência e intensidade laboral (velocidade, quantidade e tipo de tarefas);2) Exigências emocionais (uso das emoções como ferramenta de trabalho);3) Baixa autonomia (tomadas de decisão quanto a tarefas e métodos);4) Conflito de valores (sensação de trabalho bem realizado ou com utilidade);5) Rede social frágil (isolamento ou agressividade no local de trabalho);6) Insegurança laboral (dúvidas sobre a manutenção ou alteração do vínculo ou posto de trabalho).

5th European Survey on Working Conditions (2010)

Mas o Stress também é necessário...

Pode até ocorrer Burnout...

Estado psicológico de exaustão emocional, despersonalização e reduzida realização profissional e que ocorre mais em indivíduos que trabalham intensamente com outras pessoas.

A exaustão emocional diz respeito a estar-se “esgotado” e vazio emocionalmente, sem recursos;

a despersonalização é uma resposta negativa e demasiado distanciada dos outros indivíduos;

a reduzida realização profissional assenta no declínio dos sentimentos do profissional relativamente à sua competência e sucesso profissional no trabalho.

(Maslach & Jackson, 1986)

(Maslach, 1993)

Faz férias regularmente (micro e macro)?

Evita, a todo o custo, falar sobre o seu trabalho?

Ou fala abundantemente sobre ele, mesmo após sair do local de trabalho?

Consegue definir momentos “apenas” para si, cuidando-se?

Fica ansioso quando recebe emails, sms ou telefonemas de trabalho?

Sente-se regularmente sozinho e desamparado? Alimenta-se adequadamente ao

longo do dia e respeita os seus intervalos para refeição?

Avaliando o risco!

Sente-se cansado ou tem tido problemas de saúde regularmente, por mais pequenos que lhe pareçam?

Tem colegas com quem pode contar, emocional e tecnicamente?

Sente que não pode falhar? Faz intervalos curtos

durante o seu horário de trabalho ?

Tem momentos de prazer na sua profissão? E na sua vida pessoal?

Dá por si a “desligar” durante o horário de trabalho?

Acorda de noite a pensar em trabalho, não tendo um sono reparador?

Avaliando o risco!

Está com uma perspectiva “descrente” e pessimista sobre a vida?

Consegue cumprir os horários de trabalho, sendo assíduo e pontual?

Dá por si a adiar sistematicamente tarefas mesmo sabendo que são importantes?

Tem tido esquecimentos, erros ou acidentes de trabalho, por mais pequenos que sejam?

Tem tido conflitos no trabalho, irritando-se com facilidade? Dá por si a emocionar-se

facilmente sem razão aparente?

Avaliando o risco!

O segredo da saúde mental: flexibilidade...

1. Prazer

2. Proximidade

3. Produtividade

4. Controlo

5. Exploração

6. Coerência interna

7. Auto-estima

Dor

Autonomia

Relaxamento

Cedência

Manutenção

Incoerência interna

Auto-crítica

Necessidades Psicológicas: um diálogo constante

O que pode então ser feito?

“Círculos de saúde”: reuniões orientadas por um facilitador com formação específica e que servem para se detetar problemas e encontrar soluções com base na participação dos trabalhadores;

Formação profissional: formar gestores e restantes colaboradores em temas que sejam considerados críticos na organização (gestão do stress, gestão de conflitos, violência e assédio no local de trabalho);

Questionários de avaliação aos colaboradores: após as formações e intervenções, avaliar o seu impacto individual e organizacional;

Inquéritos aos trabalhadores: questionários anónimos com o intuito de se apurar o que os preocupa no trabalho;

O que pode então ser feito?

Portais web: informar os trabalhadores sobre os temas que os preocupam, estratégias práticas de resolução e medidas e programas que estão a ser implementados no local de trabalho para melhorar o seu bem-estar;

Eventos e espaços sociais: dar a possibilidade aos trabalhadores de se relacionarem entre si como forma de alavancar a sua satisfação;

Apoio psicoterapêutico: dar a possibilidade aos colaboradores de trabalharem sobre a sua vida pessoal e profissional, melhorando a sua produtividade.

Concluindo...“O segredo do sucesso é aprenderes a usar a dor e

o prazer, em vez de deixares que a dor e o prazer te usem. Se o conseguires, controlas a tua vida. Se

não, então é a vida que te controla a ti.”

Anthony Robbins

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