Saberes e sabores do Maranhão

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Programa Estadual do Artesanato 2008

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Resumo do projeto unindo design, artesanato e gastronomia realizado a pedido do Governo do Maranhão em 2001

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Programa Estadual do Artesanato

2008

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Maranhão é diverso, tanto na sua história quanto nos seus aspectos geográficos. Nenhum outro es-O

Jackson LagoGovernador do Estado do Maranhão

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tado brasileiro possui a variedade de ecossistemas que temos aqui. São cerrados, mangues, praias tropicais, flo-resta Amazônica, delta em mar aberto e o único deserto do mundo com milhares de lagoas de águas cristalinas, o Parque dos Lençóis Maranhenses.

Não só os ecossistemas fazem do nosso estado um lugar único. O centro histórico de São Luis é Patrimônio Mun-dial da Humanidade, tamanha a beleza dos mais de três mil imóveis tombados, a maioria pelo Patrimônio Histó-rico Estadual, e cerca de mil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

E o que faz deste patrimônio natural e arquitetônico ser tão importante é a vida que lhes dão o povo maranhen-se. Uma gente hospitaleira, criativa, batalhadora e deter-minada. Pessoas capazes de transformar algodão, couro, madeira, argila, a palha do buriti da região dos Lençóis Maranhenses, e até a fibra de uma planta que pouca gente conhece, o guarimã, entre outras matérias primas, em his-tória, em cultura popular.

Nossas riquezas e potencial vão mais além. A capacidade de crescer do nosso povo é imensa. Eu lhes convido a co-nhecer um Maranhão de verdade. Venha nos conhecer, nossa cultura, nossa culinária, nossa gente.

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Maranhão, pela sua diversidade étni-ca, tem uma das culinárias mais ricas

mercado local, nacional e internacional com artesanato competitivo e de valor agregado, gerar emprego e renda, divulgar nossa cultu-ra, entre outros objetivos.

Para isso trabalhamos oferecendo assistência técnica e consultoria aos artesãos, dando-lhes a oportunidade de aperfeiçoar seus conheci-mentos e de experimentar novas técnicas de produção, para se tornarem multiplicadores deste aprendizado.

Queremos com isso não só melhorar as con-dições de vida destas pessoas, pois o artesa-nato é o setor que mais cresce hoje no Brasil, mas compartilhar com eles a idéia de quanto é necessário resgatar nossas raízes, preservar nossa história para as futuras gerações.

do país. De norte a sul do estado encontra-mos iguarias que trazem forte influência dos povos indígenas, africanos, portugueses, franceses e libaneses.

Quem por aqui passa e não se impressiona com o sabor e a originalidade do cuxá, da farinha d´água, do pirão que acompanha a galinha de parida, as peixadas e camaroadas?

É um prazer indescritível e não sai da memó-ria de quem experimentou um prato da nossa culinária pelo menos uma vez na vida.

E como os nossos sabores trazem, cada um, uma história que retrata as experiências de vida de um povo e de uma época, decidimos registra-las na coleção “Sabores e Saberes do Maranhão”.

“Saberes e Sabores do Maranhão” é uma cole-ção de utensílios de mesa confeccionados de forma artesanal e com design que leva à mesa a arte, a cultura, a história do nosso povo.

A linha de produtos nasceu da articulação para implantar o Programa Estadual de Ar-tesanato, que tem como objetivos capacitar artesãos, criar condições de incluí-los no

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Clay LagoArticuladora do Programa

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Projeto “Saberes e Sabores do Mara-nhão” foi concebido dentro de uma

res de opinião)5. Pesquisa de Oferta (artesãos e designers)6. Pesquisa Histórica7. Oficina Criativa8. Produção Piloto9. Lançamento das Coleções10. Comercialização Experimental

Conceito

Os produtos artesanais foram concebidos privilegiando formas mais despojadas, dire-cionadas a um público consumidor de nível cultural elevado e de maior poder aquisitivo.

As embalagens e todo o discurso visual fo-ram baseados nos grafismos e nas tipografias encontradas nas embarcações de pesca arte-sanal, nos estandartes das festas religiosas e nas antigas caixas de doces.

A equipe

Mais do que a competência específica de cada um dos participantes é a harmonia do grupo, conquistada pela confluência de ricas vivên-cias individuais que permitiu a obtenção de resultados que ultrapassam as expectativas.

Seis designers convidados, de diferentes esta-dos do Brasil e de outros países, cuja distância crítica permite identificar o extraordinário e o singular dentro do cotidiano. Igual núme-ro de designers locais, capazes de decodificar os repertórios culturais do Maranhão e 26 artesãos, apoiados por técnicos e consulto-res dos diversos organismos envolvidos na promoção do artesanato, conformaram uma equipe heterogênea em suas especialidades mas homogênea em seus objetivos e em seu compromisso.

visão estratégica de promoção do artesanato regional, que se inicia pela identificação das demandas, passando pela melhoria de pro-dutos e processos, chegando até a comercia-lização.

Através de uma ação sistêmica, multidis-ciplinar e multi-institucional, este projeto encontra no design a resposta criativa para desenvolver uma oferta seletiva de produtos artesanais relacionados com a gastronomia local.

Metodologia

Esta metodologia de trabalho contempla toda a cadeia produtiva, resgatando e respei-tando os usos e costumes locais, as tradições e o folclore, porém com os olhos voltados para o futuro.

Esta é a chave para o sucesso deste tipo de em-preendimento, cujas principais etapas são: 1. Planejamento Estratégico2. Pesquisa Iconográfica3. Seminário de Identidade Cultural4. Pesquisa de Demanda (turistas e formado-

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OS SABERES DO SABOR

Cheiro de terra molhada de chuva,gosto de história,

visão de mar, de pôr-do-sol,e uma redinha armada

num lugar de pensamento.

No prato:alimento para o corpo,

com saberes nas palavrase sabores nas entranhas.

No prato:um olhar com olho diverso;um comer com boca diversa,

sentindo na alma o aroma do cuxá,caruru e camarão.

No prato:saberes e sabores

do Maranhão.

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CANOAColeção

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CANOA

O sabor de salcom sol

debaixo do céu,como a carne

que entranha o solcomo tempero.

O sabor de solcom sal

é manta de boi estendida,lençol de interior,

lá onde a terra cheiraa carvão queimando,

enquanto a farofa espera.

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Receita

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CARNE DE SOLAutor: Régis Fialho (Restaurante Cabana do Sol)

iNgREDiENtESMiolo de alcatraSal a gostoAlhoÓleoLeite líquido

MODO DE pREpARAR

Retire o excesso de pele e abre a carne. Faça uma pas-ta de alho moído no liquidificador com óleo e sal. Tempere a carne com esta mistura. Após acrescente o leite, também com um pouco de sal. A carne deve ficar de molho no leite durante uma hora. Escorra a carne e estenda a mesma em local protegido por quatro horas. Deve ser assada na brasa.

RECEITA S DAS GUARNIçÕES

ARROZ BRANCORefogue alho e óleo, acrescente o arroz refogue por mais alguns minutos e acrescente para cada medida de arroz duas medidas de água quente. Deixe ferver em fogo baixo até evaporar toda a água.

BAIÃO DE DOISCozinhe o feijão verde com água e sal, depois de cozido tempere com tomate, cebola e alho acres-cente o arroz cru que deve ser cozido dentro do feijão aproveitando o caldo.

FEIjÃO DE CALDOCozinhe o feijão verde com água e sal, após tempe-re com tomate, cebola, alho e óleo. Deixe ferver um pouco para absorver os temperos. Depois de pron-to deve ser adicionados maxixe, quiabo e abóbora que devem ser cozidos a parte.

PAçOCACorta a carne de sol em cubos médios. Coloque no fogo com sal e água para cozinhar. Após frita

a carne no óleo, depois soque no pilão, acrescente a farinha branca fina e a cebola em cubos e aqueça para servir.

PURê DE MANDIOCARetire as cascas, cozinha em água e sal. Após cozida bata no liquidificador com leite, sal e margarina.

BANANA A MILANESA Utilize banana prata. Retire a casca, em seguida faça uma mistura com gema de ovo, clara e um pouco de água. Passe a banana nesta mistura, empane na fari-nha de rosca e frite em gordura quente.

MANTEIGA DE GARRAFAManteiga caseira da terra

RAPADURA Caseira , servida em cubos

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Conceito

Um dos mais expressivos ícones que configu-ram a identidade cultural do Maranhão são suas singulares embarcações, e dentre elas des-taca-se a canoa costeira, barco de transporte de cargas cujo design aperfeiçoado ao longo dos séculos deriva-se de um “Cutter’ inglês, adap-tado às condições marítimas da região.

Esta canoa serviu de inspiração para a con-cepção dos vasilhames utilizados para servir a carne de sol, prato típico da culinária nordesti-na, que no Maranhão diferencia-se pelo modo como é servida, com seis acompanhamentos, e sempre em refeições compartilhadas por várias pessoas.

pratoCerâmica esmaltada.Dim.: 37x42 / 2,5 cm

CanoaCerâmica esmaltada.Dim.: 17,5x14 / 8,5 cm

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LENÇÓISColeção

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LENÇÓiS

O Maranhão oferece seu leitoe cozinha do seu jeitoo sabor de sua gente.

E faz de um modo tão quenteque peixe deita nos lençóis

enquanto o apetite acontece.

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Receita

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PEIXE ESCABECHEAutor: Francisca da Silva Oliveira

INGREDIENTES1 kg de postas de pescadasal a gusto2 limões½ colher de vinagre1 vidro de leite de coco natural1 colherrsa de oleo soja1 maço de cheiroverde1 tomate1 cebola2 dentes de alhopisado½ copo de extrato

MODO DE PREPARAR

Primeiramente prepare o molho com vinagre, sal, limão e alho. Reserve o peixe no molho por dez minutos. Após frite o peixe no óleo bem quente.Em seguida refogue o tomate, a cebola, cheiro verde, com o óleo. Depois coloque o peixe dentro e deixe cozinhar por mais cinco minutos. Servir com vinagrete, farofa e arroz.

TORTAS SALGADASAutor: Maria dos Remédios Moraes Coelho Cozinheira tradicional

INGREDIENTES2 kg de camarão seco e fresco200g de batata1 duzia de ovos1 colher de sopa de farinha de trigo ou maisena200ml de leite de coco03 pães francês limão, cheiro verde, pimenta de cheiro, extrato de tomate a gostosal a gosto

MODO DE PREPARAR

Refogue o camarão com os temperos e sal. Deixe co-zinhar até secar um pouco, Misture o leite de coco, e a batata já cozida e cortada em pedaços. Desligue o fogo e acrescente o pão esfarelado. Reserve.Bata os ovos até ter uma consistência de neve. Acrescente a farinha de trigo.Numa forma adicione uma camada de ovos, depois o recheio de camarão e o novamente cubra com ovos. Asse em fogo médio.

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Conceito

A vasilhas que configuram esta coleção, com suas formas orgânicas e sinuosas, representam as lagoas formadas pela água da chuva na re-gião conhecida como Lençóis Maranhenses, um dos ecossistemas mais singulares de todo o litoral brasileiro.

As cores dos esmaltes fazem a síntese cromática destes espelhos de água.

Esta coleção foi concebida para servir o peixe escabeche, prato típico do Maranhão.

Lençóis peguenoCerâmica esmaltada.Dim.: 25x15 / 6 cm

Lençóis grandeCerâmica esmaltada.Dim.: 36x21 / 8 cm

Lençóis MédioCerâmica esmaltada.Dim.: 31x18 / 7 cm

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PILÃOColeção

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piLÃO

A tessitura da panelaé colher,é pescar,é secar,é socar,

misturar,pra comer de colher.

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Receita

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CUXáAutor: Gersina Esmeralda AlbuquerqueCozinheira tradicional (Geba)

INGREDIENTES500g de camarão seco descascado400g de gergelim250g de farinha de mandioca branca (mimosa)06 maços de vinagreira02 maços de cheiro verde picados01 cebola grande picada01 tomate grande picado (sem pele e sem sement-es)04 pimentas de cheiro sem sementes (pimenta verde)01 colher de sopa de leite de coco02 litro de água filtradaSal a gosto

MODO DE PREPARAR Torre o gergelim até dourar e reserve. Retira as fol-has da vinagreira dos talos e lave em água corrente. Cozinhe as folhas em dois litros de água. Despois de cozidas escorra e reserve a água. Bata as folhas cozidas com uma “faca de corte fino” até ficarem

em ponto de bobó e reserve. Coloque no pilão ou no liquidificador o gergelim com o camarão e bata adicionando os ingredientes um a um, nessa or-dem: a farinha, o cheiro verde, a cebola, as pimen-tas e finalmente o tomate. Depois de bem batido, passa na peneira e reserve. Coloque a água que cozinhou a vinagreira em fogo brando e adicione as folhas batidas e a farinha do cuxá já peneirado, mexendo até engrossar.Deixa ferver cinco minutos, e ao final adicione o leite de coco e sal a gosto.

DICA: adicione ao final camarões secos grandes e lavados e sirva com postas de pescada frita e arroz branco.

ARROZ DE CUXá Autor: Claudionor PereiraCozinheiro tradicional

INGREDIENTES1 kg de arroz03 maços de vinagreira700g de camarão seco250g de gergelim200ml de leite de cococebola, tomate, cheiro verde, pimenta de cheirosal a gosto

MODO DE PREPARARCozinhe a vinagreira e reserve. No liquidificador bata os temperos, o leite de coco com a água da vinagreira. Torre o gergelim e bata no pilão, depois misture com os outros ingredientes.Refogue o arroz, em seguida misture os ingredi-entes batidos, com o camarão e com o gergelim.

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Conceito

O cuxá é inquestionavelmente o ingrediente símbolo da culinária Maranhense. Uma mistura de folhas de vinagreira, gergelim e camarões secos, socados em pilão de ma-deira, fazem a base do prato mais típico do estado: o arroz de cuxá.

A proposta é servir este arroz em um recipi-ente de cerâmica esmaltada verde, prote-gido por um pilão de madeira pirografado com as representações gráficas do camarão e da vinagreira.

O mesmo recipiente, de menores propor-ções e com cerâmica branca serve para ser-vir o cuxá separadamente.

pilão pequenoCerâmica esmaltada.Madeira torneada.Dim.: 15x15 / 13 cm

pilão grandeCerâmica esmaltada.Madeira TorneadaDim.: 20x20 / 13 cm

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COFOColeção

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COFO

Tem cofo, tem palha,tem coco e tem água

pra tirar o gosto do peixe.Mas, se é o peixe escabeche,

altero a minha paisagem:daqui de onde eu como,

o gosto é o da minha praia;daqui de onde eu olho,

o que como é o que mexe comigo,quando o peixe é escabeche.

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Receita

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PEIXADA MARANHENSEAutor: Ana Lula(Restaurante Antigamente)

INGREDIENTESPostas de pescadaTomate, cebola, cebolinha, coentro fresco, pimenta de cheiroSalSuco de limãoAzeite de olivaágua da lavagem do arroz

MODO DE PREPARAR

Em uma panela de boca larga distribua as postas de peixe, temperada com suco de limão, sal e azeite. Es-palhe sobre elas os tomates e cebolas em rodelas, a pimenta de cheiro, a cebolinha e o coentro picados. Cubra com a água do arroz ou água natural.Logo em seguida leve ao fogo. Quando ferver, prove e acrescente o que estiver faltando. Servir com arroz branco e pirão.

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Conceito

Destinada a servir a peixada ou camaroada ma-ranhense e seus tradicionais acompanhamen-tos, o arroz e o pirão. Os três artefatos são pro-duzidos em cerâmica esmaltada protegidas por um cesto de palha cuja forma remete ao Cofo. Este cesto é originalmente confeccionado com a folha da pindova, palha retirada das palmei-ras de babaçu.

Estes paneiros estão presentes na cultura do Maranhão e são utilizados para transportar peixes, caranguejos, camarões secos, sururus, farinha d’água, verduras e frutas como o bacuri, cupuaçu, murici, juçara, entre outros.

Esta é uma técnica de embalagem que se dife-rencia conforme o que acondiciona, sendo um exemplo de design vernacular.

Cofo MédioCerâmica esmaltada.Fibra de GuarimãDim.: 37x20 / 12 cm

Cofo grandeCerâmica esmaltada.Fibra de GuarimãDim.: 43x24 / 17 cm

Cofo peguenoCerâmica esmaltada.Fibra de GuarimãDim.: 31x10 / 10 cm

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CAIPIRAColeção

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CAipiRA

Nascer pela bocaacontece quando tem pirão.

Aí a panela tem antes que parir caip-ira,

ir enfeitando pela mesaa alegria da casa.

E, assim como a areia cai na água,a farinha cai no molho

que olhoentre óleo e ovo

na expectativa da rede.

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Receita

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GALINHA CAIPIRA COM PIRÃO DE PARIDAAutor: Admée Duailibe

INGREDIENTES1 galinha gorda (da terra ou caipira)Pimentão2 tomates1 cebola grande5 colheres de extrato de tomate4 dentes de alho socados com sal a gosto500g de batatas250g de farinha seca3 colheres de sopa de manteigaÓleo para refogar

MODO DE PREPARAR

Limpe corte a galinha pelas juntas. Tempere-a com pimentão, tomate, cebola, extrato de to-mate, alho socado e sal. Refogue com água sufi-ciente para com a mesma despois fazer o pirão (mais ou menos um litro). Acrescente as batatas descascadas e cortadas ao meio e deixe cozinhar.

PIRÃOPonha o caldo reservado para ferver. Dissolva a farinha seca em um pouco de água fria. Quando o caldo estiver fervendo misture a farinha aos poucos mexendo sem parar. Quando o pirão es-tiver soltando do fundo da panela estará pronto.

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Conceito

O design dos recipientes para preparar e servir um frango capão ou galinha caipira acompanhada de arroz e pirão-de-parida, remetem à forma da crista da galinha.

A inserção de uma frase síntese, em baixo relevo na tampa da panela, contando a ori-gem do prato dedicado à mulher em período de resguardo para aumentar suas forças, serve como elemento de destinação e distinção da panela.

panela grandeCerâmica esmaltada.Dim.: 30x34 / 18 cm

tigela ArrozCerâmica esmaltada.Dim.: 26x23 / 10 cm

tigela pirãoCerâmica esmaltada.Dim.: 20x23 / 8 cm

FarinheiraCerâmica esmaltada.Dim.: 11x13 / 8 cm

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MANGUEColeção

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MANgUE

Enfrentar a lamae sentir a terra fervilhar entre os

dedosé trazer o bramido do mar com as

mãosquando o peito trinca o grito

no trincar do caranguejo.

Depois, a caranguejadaparece ter nascido no prato,

assim como nasce o solno rosado saboroso

de tonalidades fumegantes.

O cheiro, fora da fala,não se diz.

De marteladaem martelada,

o pensamento vai ficando surdode tanto ir sentindo o gosto.

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Receita

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CARANGUEjADA Autor:Lenoca

INGREDIENTES6 caranguejos1 maço de cheiro verde1 cebola (cortada em rodela)1 tomate1 pimentão pequeno cortado em rodela5 pimentas de cheiro picadas2 limões médios1 colher de sopa de extrato de tomate1 xícara pequena de óleosal a gosto

MODO DE PREPARAR

Misture todos os ingredientes em uma panela e deixe refogar com óleo. Depois de refogado, acres-cente um litro de água, após levantar fervura acres-cente os caranguejos.Deixe ferver durante 20 minutos. Sirva em segui-da.

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A caranguejada é um prato típico do litoral do Maranhão, servido na maioria dos bares e res-taurantes à beira mar.

Os recipientes para preparar e servir esta igua-ria foram concebidos tendo como referência e diferenciação formal a pinça do caranguejo uti-lizado como alças das panelas e travessas.

Conceito

panela grandeCerâmica esmaltada.Dim.: 36x30 / 25 cm

tigela ArrozCerâmica esmaltada.Dim.: 27x23 / 14 cm

tigela FarofaCerâmica esmaltada.Dim.: 23x20 / 12 cm

tigela VinagreteCerâmica esmaltada.Dim.: 20x17 / 10 cm

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Casquinho Cerâmica esmaltada.Dim.: 13x11 / 6 cm

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MARACANÃColeção

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MARACANÃ

Na tigela,derramo esta terra,

onde boi dançae juçara é motivo de festa.

Na tigela,a farinha fica roxa

e o camarão cai de cabeça,quando é tempo de Maracanã.

Aqui e ali,lambuzar a cara de juçara é ser daqui.

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Receita

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Os recipientes de cerâmica desta coleção são destinados a servir por um dos alimentos mais típicos da região amazônica, o suco de juçara, engrossado com farinha e açúcar.

O jarro do suco remete à forma tradicional de uma bilha de água, diferenciado por um grafis-mo feito com a técnica da corda seca baseado na folha da juçara.

Conceito

QuartinhaCerâmica esmaltada.Dim.: 15x15 / 20 cm

AçucareiroCerâmica esmaltada.Dim.: 11x11 / 10 cm

FarinheiraCerâmica esmaltada.Dim.: 14x14 / 13 cm

tigela CamarãoCerâmica esmaltada.Dim.: 11x11 / 6 cm

tigela JuçaraCerâmica esmaltada.Dim.: 18x18 / 8 cm

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FLORESTAColeção

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FLOREStA

No tempo do coco lascado,esta floresta se entregana fibra do guarimã,

no buriti, na madeira.Pedaços de coco partido,

coco quebrado,coco encerado

com muito sabor de saber.No espaço do coco engendrado,

há arte.

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Conceito

Alguns produtos de uso genérico, tais como galheteiro, descanso de panelas, conchas e col-heres, são elaborados com cifres, cocos, fibras e madeiras certificadas, cujo conceito é o uso dos materiais explorando a sua aparência natural.

O discurso da sustentabilidade, que permeia todas as coleções, torna-se mais explícito nesta linha de objetos.

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Doces de RuaColeção

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DOCE DE RUA

Uma arte do cotidianoda cidade nua

sem fogão industrial,o doce chega devagar ao ponto,

mexido, mexidoaté ir ficando pronto.

O seu sentido é a esquina,o beco,a praça,

os cantos da cidade nuasem fogão industrial.

Doce feito no vento do abanoganha gostode outrora

mesmo que servidoagora.

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Conceito

O repertório gráfico presente nas caixas de do-ces fabricados no século passado no Maranhão serviram como referência para o design da identidade visual do Projeto “Saberes e Sabores do Maranhão”, assim como das embalagens in-dividuais dos tradicionais doces de rua.

Mais do que uma simples embalagem este pro-jeto pressupõe um trabalho cooperativo entre as doceiras e a padronização das receitas mais apreciadas.

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COTIDIANOColeção

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A arte é a esquina que a gente dobra para o original. O tempo passa, mas

a arte pode nos fazer voltar, ficar, permanecer na palavra que tece, no

fazer que trança, na sensibilidade que corta e lixa e engendra a mesma peça, a origem, mesmo que seja um doce.

Aí o saber do prato pode chegar pelo sabor. A cidade muda e o quebra-queixo continua na rua; o homem cresce, o movimento aumenta, mas fica o ponto do mesmo doce, o mes-mo nó em outra palha, a madeira... Que talha, que talher, que colher!

Dentro da gente, a terra despida no grito do gosto, importa muito mais a

criança que o salgado ou o doce.

A terra nua no grito do doce. O lugar doce na voz do tempero. Esta terra recebida do artesão: um pregoeiro

que grita com as mãos.

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Xícara de Café

No Brasil de modo geral, e no Maranhão em particular, uma refeição completa termina quase sempre com um cafezinho. Esta tradição secular, oferecida em uma xícara diferenciada, cuja forma foi tomada de uma cabaça.

Este objeto artesanal produzido com a técnica da bar-botina esmaltada permite uma produção em escala, tendo seu uso ampliado para a degustação de licores e aguardentes.

XícaraCerâmica esmaltada.Dim.: 11,5x8 / 5 cm

PiresCerâmica esmaltada.Dim.: 12x11 / 1 cm

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Pratos

Um triângulo eqüilátero com os ângulos ar-redondados define a forma do prato raso, do prato de sobremesa e do recipiente genérico de temperos da Coleção Saberes e Sabores do Maranhão.

A marca do projeto impressa na borda do pra-to, utilizando a técnica da corda seca, com uma cor vermelha remete ao lacre utilizado nas em-balagens dos produtos.

prato Cerâmica esmaltada.Dim.: 30x30 / 2,5 cm

pratinhoCerâmica esmaltada.Dim.: 10x10 / 3,5 cm

prato SobremesaCerâmica esmaltada.Dim.: 20x20 / 3,5 cm

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Jogos americanos

A proposta de utilização, nos jogos america-nos, do crochê com fibra de buriti ou da renda de bilro com esteira de palha são exemplos da fusão de técnicas de origens culturais distan-ciadas no tempo e no espaço.

O produto passa a existir pelas mãos de arte-sãos diferentes, que através do trabalho coope-rativo e complementar colhem benefícios mú-tuos pela agregação de valor que uma técnica empresta a outra.

Jogo AmericanoTecido e Crochê de fibra de buriti.Dim.: 35x45 cm

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Identidade Visual

As embalagens de papelão são padronizadas com o uso de uma etiqueta adesiva. O fecha-mento é feito com duas fitas presas por um bo-tão adesivo semelhante a um lacre.

A programação visual dos elementos promo-cionais utiliza sempre como cor de fundo o azul e o vermelho.

Completa esta paleta cromática as cores laran-ja, amarelo, bege e o verde escuro.

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Expositor

Dois armários verticais e siameses, cujo design remete à forma simplificada do casco de um barco costeiro, foram projetados e produzidos para colocarem em destaque, nos principais pontos de atração turística, a produção artesa-nal revitalizada do Maranhão.

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projeto Saberes e Sabores do Maranhão

Coordenação técnicaEduardo Barroso NetoConsultores/DesignersCarlos Alvarado DufourEveline AndradeMaria CheungPaula DibRosa Maria Salon Túlio Paracampos

Especialista em cerâmicaEmile BadranEspecialista em engenharia de alimentosFabiana Brito CantanhedeEspecialista em cooperativismoálvaro Santos NetoFotografiaEdgar Rocha (págs: 2, 4, 8, 10, 16, 19, 22, 27, 28, 31, 34, 37, 40, 49, 52, 55, 59, 60,

63, 65, 67, 69, 71) Márcio Prado (13, 15, 21, 25, 33, 39, 43, 45, 46, 51)

textos poéticosSônia Almeida(págs: 9, 11,17, 23, 29, 35, 41, 47, 53, 57, 61)

Apoio técnicoAdriana de Oliveira MaedraBianca Lisboa da CostaCamila Haickel da CostaDucilene de Maria DutraManuel CarvalhoMarcos CaldasMaria da Glória Fontenele GraçaMarléa MendonçaNael ReisNazareno AlmeidaSergileide de Souza LimaTayse M. Saenz Artioli CostaWaldefrance de jesus Rocha (Bazinho)Regina BorbaMaria Eugênia MuradVânia Maria Pereira Mendes

ArtesãosAdnomar do Nascimento MoreiraAdriana de Oliveira MaedaAlda de jesus Ferreira FrançaAluízio Francisco A. PereiraAna Francisca Cruz de OliveiraAndreia da Conceiçao SilvaAngélica Maria Barros PereiraAntonia RodriguesAntonio Carlos de CarvalhoAntonio josé VianaCarlos Alberto de SousaCélia Regina da Conceição CostaDenise Vilar da SilvaDeuzanira Ferreira de CarvalhoDomingas Marinho PereiraEronize Rodrigues da SilvaEsmeralina de jesus R. RibeiroEusenilde Maria SilvaFernanda Viana SantosFernando Cruz EvangelistaFlávia Maria do Carmo MendonçaFrancisca dos Santos OliveiraFrancisca Ferreira de OliveiraFrancisco Carlos Costa de SousaFrancisco Ludolfo Ferreira GarridoIracema de jesus Nazaré LopesIraci de jesus Cantanhede de Nazaréjoão Antonio Negreiros de Araújojosé Carlos Martinsjosé Eduardo Sereno

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Créditos

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josé Ribamar Lima Britojosé Roberto L. Ramosjosé Vitor Rodrigues Pinheirojosevaldo Rodrigues Silvajulianojulieta Guterrez de Abreu Ferreira julsimara Rosa Pereira Costa PinheiroLaura Cristina Torres SouzaLauriceda Moraes da SilvaLúcia de Fátima da Silva FrancoLucilene Bezerra RodriguesMagnólia de jesus C. MendesMaria Aldina da Conceição CostaMaria Anita RodriguesMaria Antonia Aguiar LimaMaria Aranisa de OliveiraMaria Celeste da SilvaMaria Celeste de Sousa SilvaMaria da Conceição Cruz da CunhaMaria da Conceição dos Santos SerqueiraMaria da Graça Ferreira TorresMaria da Luz Ferreira LimaMaria das Graças Silva BarrosMaria de Sousa OliveiraMaria do Carmo Silva FonsecaMaria do Rosário PaivaMaria Domingos Abreu BarrosMaria Edvanda do NascimentoMaria Eronize de Oliveira

Maria Helena S. C. GomesMaria josé Furtado da SilvaMaria Leocádia AroucheMaria Sebastiana Azevedo NascimentoMarilene Marques MoreiraMarinezia Gonçalves RabeloMarlea de jesus MendonçaNívla MarinhoOdete dos Santos PereiraRaimunda da Conceição SilvaRaimundo de Sousa SoaresRanyere Gomes de SouzaRoberval Ferreira CamposRomana AlvesRosa Laura Cutrim CostaRosa Souza da SilvaRosalva Costa CoelhoSheila Maria Silva FerreiraSilvestre da Cruz PereiraSilvia Carmem PereiraSonia Maria Ribeiro S. CostaTerezinha de jesus Pereira dos Santos SobrinhoVerônica Pereira SantosVitória Maria RodriguesYuri de Sousa Lima

A metodologia do projeto Saberes e Sabores foi desenvolvida por Eduardo Barroso Neto através da empresa: Ser Criativo Empreendimentos Cultu-rais do Brasil Ltda em cooperação com o instituto D’Amanhã, sendo prevista sua implantação em várias regiões do Brasil e alguns países da América Latina. Para maiores esclarecimentos: [email protected]

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