s e , 0 ; , 5 · nario e republicano, que hoje é o official da naçãofranceza. Alli não se...

4
u v x ç ÇÃ Ç v v u ç ív v uz ã u y u z u u z u u v v u u çõ y z áu u v « v » u ç u áz u u u u uz « u ô é u y u u u z u u u u v u á v u u y z ° Í ã uu u v ux ux ê u v v v u u u v v u v u u u ê u z u u ã u u ã v u v u z ux u u u v u u v é v u y uuz u u v u v uuz u v u u u y uuz v u u v u z é u v uuz u u z y u vv u çõ v u çã ã u u v é u y v u u u é çã z ã v çõ ó v v u u u u u u ó u v u v u u u u u z u çã v u z u é u u u u u õ u v u u u u á u u ã u v v u u u u x u ã u u u u v u u u ux á v v v u ó v ã uu á vz ñv u u ç w ÇÃ u u v u ÇÕ u çõ é x u ~ z uu é çõu é uu ã ó u u u í í z uuz u vv á ç u u z u u u u u u v ã u v çã z uuz ã u u u u v u çõ u u z u çã v v v u u ã ô çõ x v çã u u ó v u ã u ó u ã ç u ó z u u vv v çã y ã é y u u z ç u u u u u u v á v u u ux v u v u z u u ã u u z v u ô u ô v u é u v ~u z x u z v u uz z z u u u u í u v v ê u u v v á u ô vuã é y ó é y u ñ u é y y ã u u uuz u v u y é ã u y u v v y çã u u y u ó u é y u v ¡ zz u y v u u u u u z v u y z é ã u ó z u ã u v v ç v u u ç u ã u u y u ã u u çã ã é y u u y u xu v u u vv z u çõ y v x u y u u u u u v « z z u u ux v ã v u u çã ç v v ~ u u u çã u ux í u u u u u u u v

Transcript of s e , 0 ; , 5 · nario e republicano, que hoje é o official da naçãofranceza. Alli não se...

  • Migntura em Ovar, semestre. ; . . . .A . . . .

    Com estampilha ......,....

    Fora do reino aocresee o porte do correio.

    Pagamento adiantado.

    Annnnciam-ee obras litterariaa em troca de dois exemplares _

    nrnacçio E ADMNISTHAÇÃO-R. DA PRAÇA t

    Ovar, 4' de novembro

    ..."

    Falta de educaçao cívica

    o

    A'cerca do lamentavel acon-

    tecimento produzido em Lis-

    boa por occasião do sarau offe-

    recido no Col'yseu dos Recreios

    aos jorpaliStasfrancezes, quando

    o presidente da republica france-

    za nos deu a honra da sua visita

    official, nodoa negra e indelevel

    com que se pretendeu manchar o

    esplendoroso brilho das mages-

    tosas manifestações de sympathia

    e amizade dispensadas áquelle

    illustre chefe de Estado, escreve

    o nosso presado collega «A Pa-

    lavra», no seu edictorial de ter-

    ça-feira, um sensato e assáz judi-

    cioso artigo que, por insuspeito

    e representar o nosso modo de

    vêr sobre o assumpto, gostosa-

    mente reproduzimos:

    «Com profunda dôr d'alma lé-

    mos que no Colyseu de Lisboa,

    durante o sarau offerecido aos

    jornalistas francezes, que alli cha-

    mou enorme concorrencia, se deu

    uma scena lamentavel, que_ seráa

    vergonha eterna dos seus proto-

    gonistas. Depois de terem sido

    saudados com o hymno francez

    os nossos hOSpedes, representan-

    ° FOLHETIM,

    0 UII'ÍSIO, das lagrimas

    "não lim de Augusto Moreno

    Indubitavelmente a Tia Ensalmos

    era bruxa e bruxa de boa cêpa, a

    quem( como tal, estava reservado o

    privilegia de operar cousas sobre-

    naturaes.

    Aquella velhota carcomida e ver-

    , (le-negro, que mendigava de porta

    em. porta, que quasi sempre_ lhe era

    cerrado, que metiia mêdo ainda aos

    mais corajosos do bairro e que tra-

    zia aos hombros mais andrajos que

    lustros e pescados, era não obstan-

    te 'dona de immeusos thesouros.

    Marilinda não o ignorava e muitas

    noites havia sonhado com as rique-

    zas da bruxa, phantasiando a posse

    real d'essea thesouros.. . habitando

    ' um palacio magestoso, phantastico

    como os da mil e uma noites; rodea- o

    da de joias e esmeraldas, servida

    por innumeros lacaioa que adivinha-

    ASSIGTNTAerRA 7

    ... 500 réis

    . . 600 Inego-.o. a . n c p.

    Ovar, 5 de No

    a

    ANTONIO MENDESl

    l

    1

    tes da imprensa de Paris, engen-

    tou-sc o hymno portuguez,&zíc

    foi pateado por um grupo de ni-

    dividuos, por vergonha nossa,

    pOrtuguezes. Este acto repugnan-

    te provocou da parte do grande

    publico protestos energicos. A

    banda repetiu o hymno portuguez

    e os individuos, que o tinham pa-

    teado, foram obrigados a levan-

    tar-se e a descobrir-se.

    Maldade, ignorancia e estupi-

    dez é o que representa este acto

    revoltante' de- portuguezes dege-

    nerados.

    Que queriam esses infelizes si-

    gnificar com a pateada ao hymno

    nacional?

    Que desapprovavam as insti-

    tuições vigentes? Importu'na ma-

    nifestação na occasião em que

    monarchicos se descobriam e ou-

    viam de pé um hymno revolucio-

    nario e republicano, que hoje é

    o official da nação franceza.

    Alli não se tratava de mani-

    festações politicas nem de apre-

    ciar fórmas' de governo.

    Prestava-se uma homenagem a

    hospedes illustres, que, ao entra-

    rem as nossas fronteiras, se es-

    queceram de que eram republi-

    canos para só se lembrarem que

    se tornavam hospedes de um po-

    vo 'que se regia .pelo. regimen

    constitucional. Loubet, o seu se-

    quito e os jornalistas france'zes

    foram d'uma correcção impecca-

    vam seus desejos e satisfaziam seus

    caprichos. _

    Porém, quando resurgia a aurora,

    desappareciam sempre as suas illuo

    sões phantasticas e nocturnas.

    III

    Estava prestes a' terminar a Qua-

    resma, quando, n'uma tarde, Mari-

    linda, de cantarinha' ao quadril se

    dirigia á fonte onde era costume ir

    todos os dias. N*um balcão de gra-

    nito, carcomido .pelos fundos .das

    vasilhas, estava sentada a Tia En-

    salmos, como uma salamandra, es-

    tendida na humidade, com o seu

    eterno risinho nos labios gretados,

    repugnantes e frios, com a dextra

    apoiada n'um bastão e coma es-

    querda segurando, tremula, uma va-

    silha de barro, muito semelhante a

    uma escudella.

    Marilinda vê a bruxa, pára, fita-

    lhe os olhos, volvo-os em volta e

    tica um tanto temerosa por se achar

    a sós com a velhp.

    _Não temas, menina, rouquejára

    a voz anasaladtiiñtvelha; ainda que

    eu faça e saiba frwmahnnneso

    Prbprietarlo e Editor '

    IMPRENSA ClViLI-SAÇÃD

    Rua de Pau-nr manoel, 211 a ::Q-Forte

    --=:___

    vembro de 1905

    DE "t'iSililNCELLOS Annuneins e

    PIJBLKGAÇÕES

    Publicações no corpo do _io-mal, 60 réis cada linha.

    x

    Numero 535

    ~

    commmziciuius, :30 réis; repetiçõu, 25 réis.

    Anuuncios permanentes, contracto especial.

    25 p. c. do abatimento aaa srs. assignantes.

    a \'“l, não .só para com os nossos

    homens publicos, mas para com

    OS'. HOT-'FGS monarchas, que OS TCCC-

    beram com os requinícs da mais

    prímorosa delicadeza e affabili-

    dade.

    Monarchicos portuguezes de-

    ram enthusiasticos vivas á Fran-

    ça republicana e republicanos

    francezes corre5ponderam com

    egual enthusiasmo, acclamando

    Portugal monarchico. Uns e ou-

    tros souberam respeitar-se, lem-

    brando-se apenas dos seus deve-

    res de hospedes e hospedeiros. A

    politica não entrou nem devia en-

    trar n'esta confraternisação de

    francezes com portuguezes.

    Não o comprehendeu assim um

    pequeno grupo de adversarios das

    instituições monarchicas, que qui-

    zeram dar uma lição a visitado-

    res e visitados.

    E malvados, ignorantes e es-

    tupidos escolheram o que se não

    pôde prestar a manifestações pa-

    ra exteriorisar desapprovação a

    quaesquer fórmas de governo,

    porque não representa, de modo

    algum, essas fórmas, mas o con-

    juncto da patria e torrão aben-

    çoado que todos nós prezamos, o

    amor que, depois de Deus, mais

    'vivido e intenso viceja no coração

    do homem.

    O hymno nabional não é o

    hymno de qualquer regimen po-

    litico nem do imperante.

    _

    fiz a moças galhardas como tu.

    Queres deitar-me aqui uma pinga

    d'agua? _

    Marilinda enche a sua vasilha,

    achega-se á velha e enche-lhe a

    escudella que Nruxa leva aos 1a-

    bios. Acabou de beber e, cravando

    os olhos na filha dos tintureiros, diz

    emodonada:

    _EQ pena que tanta formosura

    ande tão mal cuidada! Quantas prin-

    cezas invejam as tuas côres de arre-

    bol e esse teu cabello côr de cor-

    vol.. . Ai, filha, quam tola é quem,

    podendo ser senhora, morre escra-

    visada pela miserial

    ~Que diz, Tia Ensalmos/ excla-

    mpusobresaltada a donzella.

    -gv-:Digg filhinha da minha alma,

    que', se quizeres, tenho meios e ar-

    tes para te fazer princeza e rodear-

    te de tudo- quanto ambicionas.

    -Eu nada ambiciono, obtemperou

    Marilínda, rubra e envergonhada

    por vêr a velha lêr sem soletrar nos

    seus ensamentos.

    - ois se nada queres, pobre vi-

    verás sempre. Mas se sonhaste um

    dia ser rica, ser dama de côrte, ae-

    Folha avuãsa, ao réis.

    1 E' o hymno de nós todos, é o

    l hymno que acorda as ñbras mais

    intimas de nosso ser, porque é o

    hymno da Patria. Ao som d'esse

    hymno, não ha republicanos, nem

    monarchicos constitucionaes, nem

    tradicionalistas: ha portuguezes

    que se descobrem reverentemen-

    te e sentem estremecer de alegre,

    toda a sua alma. O hymno nacio-

    nal é, para o cidadão, o mesmo

    que a bandeira do regimento pa-

    ra o soldado: o symbolo da Patria.

    Ninguem vae investigar a ori-

    gem d'esse hymno para lhe limi-

    tar a significação: desde que se

    tornou hymno nacional, desappa-

    receram todas as manchas de ori-

    gem que possa ter para só signi-

    ficar o que realmente é: o hymno

    de um povo.

    A ¡l/IarseZ/zeza foi um hymno

    revolucionario, ao som do qual

    correu muito sangue francez e

    se cavaram profundos abysmos

    entre a familia franceza; hoje,

    porém, não ha um só francez que

    se não descubra respeitosa e rev'

    verente deante d'elle e o faça res-

    peitar e reverencear onde Quer

    que se oiça, embora o seu ideal

    politico não seja o que deu ori-

    gem a esse hymno. E' que, então,

    elle era o grito de 'guerra de uma

    fracção de cidadãos, e hoje é o

    symbolo que encarna a Patria.

    A pateada com que foi recebi-

    do o nosso hymno nacional por

    nhora de thesouros inexauriveis,

    busca-me na casa onde eu vivo a

    hora da meia noite, e satisfazer-te-

    hei todas as tuas aspirações.

    Dito isto, sempre com o orrisi-

    nho hypocrita e amarello noa'labios,

    vae-se arrastando da fonte e desap-

    parece, deixando a pobre rapariga

    enterrada n'um labyrintho de negros

    pensamentos.

    Durante a noite Marilinda, Iem-

    pre inquieta e desassocegada, achou-

    se mentalmente possuidora dos the-

    souros da velha. .. «tenho meios e

    artes para te fazer princeza e ro-

    dear-te de tudo quanto ambicionah.

    Isto dissera a bruxa e estas palavras

    ainda não haviam fugido um mo-

    mento da imaginação da moça.

    O dernonio da vaidade havia aca-

    bado de apoderar~se d'ella e conclui-

    ra por suggerir-lhe um pensamento

    de perdição.

    Buscaria a bruxa, pedir-lhe-hía

    ouro, muito ouro, e, se a Tia En-

    salmas cumprisse a promessa, aban-

    donam seus paes, o seu tear e a sua

    casinha miseravel. _

    (Ganhando);

    o.

  • A DISCUSSÃO

    alguns portuguezes demonstra,

    pois, estupidez, ignorancia e mal-

    vadez. E' a consequencia natural

    da nossa falta de educação cívica;

    é tambem o fructo da proPaganda

    delecteria, inconscientee insciente

    de certo jornalismo, que desorien-

    ta as massas pOpulares, em vez

    de as educar.

    Alguns jornaes adversos ás ins-

    tituições não sabem fazer propa-

    ganda dos seus ideaes sem es-

    tabelecerem a confusão entre os

    homens, as instituições e a Patria.

    Não educam, embrutecem. Para

    melhor conseguirem os seus fins,

    arrancam do coração do povo os

    sentimentos mais nobres, afim de

    o tornarem mais docil instrumen-

    to das suas mãos. Não é Com

    scenas como as que se deram no

    Colyseu, que as idéas novas trium-

    pham.

    Bem sabemos que nenhum par-

    tido póde ser reaponsavel pelos

    desvarios de um punhado de as-

    seclas seus; mas esse partido não

    pôde deixar de ter responsabili-

    dade n'esse acto condemnavel,

    porque tal acto foi consequencia

    de_ desorientação da sua propa-

    ganda.

    A alma nacional sentiu-se pro-

    fundamente ferida com esse des-

    acato e-bem ou mal-responsa-

    bilisa por elle o partido, a que os

    prevaricadores pertencem.

    Assim não se caminha, retro-

    cede-se.

    Apesar dos nossos collegas te-

    rem feito a conSpiração do silen-

    cio em volta d'este indignissimo

    caso, provavelmente para não da-

    rem maior vulto a este incidente,

    que a todos nos envergonha, nós

    entendemos que devemos protes-

    tar energica e solemnemente

    contra elle, fazendo votos para

    que toda a imprensa, sem distin-

    cção de côres politicas, não con-

    tribua mais com a sua propa-

    ganda delecteria e increteriosa,

    para que ámanhã haja cidadãos

    portuguezes que, por Ignoranma,

    malvadez ou estupidez, deixem

    de descobrir-se respeitosos dean-

    te do hym'no nacional, que repre-

    senta o que de mais caro o homem

    tem na terra-a querida e ama-

    da Patria-_».

    .A planta da villa

    Quando no numero passado, a

    prOposito da representação feita pe-

    la' camara de Agueda, ao governo,

    nos referimos á necessidade da do-

    taçlo d'esta villa com uma planta

    geral e aconselhamos a camara,

    seguindo na peugada d'aquella sua

    college, a consecução do almejada

    lim, :mal suppunhamos que tao ra-

    pidamente poderiamos asseverar ao

    nossosenado que a pretensão da

    camara d'Agueda havia obtido for-

    mal deferimento e que consequen-

    temente tempo algum havia a per-

    der por parte dos representantes do

    municipio para conseguir egual be-

    nesse em prol da nosso villa, incon-

    testavelmente muito mais populosa,

    commercial e industrialmente im.

    portante, do que Aguada. Não in-

    crepamos e até louvamos a influen-

    cia e os esforços d'aquella edilida-

    de para obter o beneficio que lhe

    acaba de ser concedido pelo gover-

    no e que sem duvida representa no

    futuro um alto beneficio para a villa

    que a mesma administra; o que de-

    sejamos, o que mesmo nos é lícito

    exigir, é que a nossa camara, com-

    penetrando-se da sua missão e da

    responsabilidade que voluntariamen-

    te se impoz, não deixe fugir a me-

    lhor opportunidade que se lhe of-

    ferece para solicitar do governo a

    realisaçào de uma medida que, ha

    muito, cumpria levar aeffeito, mas a

    que se tem opposto os escassos re-

    cursos do seu cofre.

    O exemplo está aberto.

    A Soberania do Povo, de Agueda,

    de 26 de outubro findo, faz publico

    que o governo, deferindo ao pedido

    da camara,encarregára o engenheiro

    do Estado snr. Henrique Ferreira

    Pinto Basto, de proceder ao levan-

    tamento da planta diaquella villa.

    Ah¡ tem pois a camara o mais pro-

    pício ensejo para demonstrar que

    sabe aproveitar as opportunidades

    para honrar o mandato que tão es~

    pontaneamente lhe foi conñado.

    Desde remotos tempos, se tem

    pensado em Ovar, no levantamento

    de uma planta geral e ninguem igno-

    ra quantos beneficios teriam advin-

    do d'esse emprehendimento se, ha

    trinta annos a esta parte, o mesmo

    se tivesse executado.

    Difficuldade pecuniarias tem po-

    rém dado a principal senao a causa

    unica da sua não realisação, e todos

    sabem quanto material e hygienica-

    mente tem sido prejudicada a villa

    com a febre de construcções e re-

    ediñcações realisada's nas ultimas_

    *dezenas de anuos. |

    Hoje, porém, parece ter desappa- |

    recido esse obstaculo irreductivelw

    desde que se aproveite a azada j

    occasiao para o deferimento de uma

    petição que a camara official e po-

    liticamente deve patrocinar.

    O governo, comprehendendo a

    necessidade imperiosa da subjeição

    das villas mais importantes do paiz,

    a uma norma de arruamentos e

    construcções methodica e compati-

    vel com a esthetica e com a saiu-j

    bridade e reconhecendo a impossi-l

    bilidade de tal medida supposta em

    pratica pelas forças dos redditos mu-

    nicipaes, para querer supprir essa

    defñuiencia e mandar por sua conta

    dotar as mais importantes povoaçõ :3

    com uma planta geral levantada por

    engenheiros do Estado.

    Seja, porém, como fôr. O prece-

    dente está aberto e urge não perder

    a opportunidade que se depara. A

    camara não póde nem deve calar-se,

    pois poderá e mui justiñcadamente

    ser ámanhã apodada de desleixo, in-

    curia e negligencia administrativa.

    Poderá parecer estranha a uns a

    linguagem; mas em tudo que viza

    aos interesses e engrandecimento

    material do concel e especialmen-

    te da Villa, nunca evantamos e já-

    mais levantaremos os mais insigni-

    ficantes attrictos. Bem ao contrario

    cruzamos as armas e a peito esco-

    berto secundamos a iniciativa,_parta

    d'onde partir, por isso mesmo que

    entendemos que, localmente, se deve

    seguir de futuro uma orientação mui

    diversa da que, infelizmente, se tem

    seguido.

    Se na camara se encontrassem os

    nossos correligionarios, não os inci-

    tariamos com melhor e maior 'von-

    tade, do que hoje fazemos aos adver-

    sarios, a dar-se, como hoje, tão aza-

    da occasião para os estimular á con-

    secução de uma medida de grande

    utilidade pratica e sem onus algum

    para o municipio.

    Folgaremos em ter que registar o

    mais breve possivel o deferimento

    da petição que, indubitavelmente, a

    nossa camara irá dirigir ao governo,

    no intuito de lhe ser concedido o

    favor e o beneficio que a villa de

    Agueda acaba de obter.

    Assim o esperamos.

    NoTiCiARio

    Bla de tlnados

    Dia de saudades e de lagrimas foi o

    de 2 do corrente, consagrado pela

    Egreja á commemoraçâo sympathica

    dos mortos. N'esse dia a christandade

    curva-se ante o tumulo de um ente

    querido que a morte arrebatou de seu

    seio para as regiões mysteriosas da

    eternidade, murmurando uma prece

    ou vertendo uma lagrima. Os campos

    sagrados dos cemiterios enchem-se, por-

    que alli, paes, filhos, irmãos e esposos

    vão, em piedosas romagens, depôr sobre

    as campus de seus mortos, com as pe-

    talas de crysauthemos, os preitos d'um

    añ'ecto sempre VlVO ou d'uma sauda-

    de immorredoura.

    E nós, que temos pelos mortos a

    maxima adoração e respeito, tambem

    nos associamos, em espirito, a esta

    triste commemoraçâo.

    *

    Na egreja matriz d'esta villa reali-

    saram-se os costumados oñicios fune-

    bres por alma dos fieis defunctos, cu-

    jos actos tiveram numerosa assistencia.

    Subiu ao pulpito o nosso amigo Pa-

    dre Manoel Boturao, que fez sobre os

    mortos um profimente discurso. A chu-

    va prejudicou bastante a Visita reli-

    giosa ao cemiterio e a ornamentaçáo

    das campus.

    . ooo

    Bispo do Porto

    Está marcada para os dias 14 e 15

    do corrente a visita pastoral, a esta

    villa, do sur. D. Antonio Barroso, Bis-

    po do Porto.

    ooo

    Falleclmento

    Falleceu terça-feira passada o sur.

    Damião d'Oliveira Luzes, o Lavrado,

    cunhado do nosso amigo e dedicado

    correligionario sur. Manoel Dias de

    Carvalho, a quem apresentamos as

    nossas condolencias.

    NoN

    Noticias do Fut-adorno

    Na madrugada de segunda-feira ulti-

    ma o Furadouro foi despertado pelo

    alarido da classe piscatoria. O mar,

    que na vespera, senão manso, pelo

    menos nào fazia perceber grande agi-

    tação, embraveceu inesperadamente e

    de tal fôrma, que os seus lançamentos,

    indo a grande distancia, arrastaram

    comsigo alguns barcos de pesca e va-

    rias barracas de banheiros que esta-

    vam na praia, sendo estas destruídas

    pelas ondas e aquelles bastante da-

    mmñcados. Os pescadores trabalha-

    ram nâo sem grande risco no salva-

    mento dos apparelhos de pesca, mas

    não ha felizmente desastre pessoal a

    registar.

    Entre os barcos levados pelo mar,

    contavam-se dois pertencentes ás corn-

    panhas de S. Luiz e da Senhora do

    Soccorro.

    =O mau tempo que ultimamente

    se tem sentido, fez debandar d'aquella

    praia muitas familias. Apezar d'isso

    ainda se nota grande concorrencia de

    banhistas.

    :Tambem por causa do mau tem-

    po nào houve, como se projectava, em

    dia de Todos' os Santos, musica no Fu-

    radouro. Ainda assim multa gente das

    povoações lumtrophes afliuiu áquella

    praia.

    _PCOIC

    Tempo

    A'quelles dias lindos, verdadeira-

    mente primaveris com que nos presen-

    teou o mez d'outubro, succederam-se

    agora outros carrancudos e teinpeatuo-

    sos. Além das grossas bategas de chu-

    vas que tem cabide, houve noites du-

    rante a ultima semana em que se fize-

    ram sentir verdadeiros temporaes. Es-

    tas chuvas, que pouco prejudicam já

    as colheitas, representam um grande

    benañeio para a cultura das hortaliças.

    As estradas converteram-se em lama-

    çaes.

    _NON

    Elleltos do jogo

    Um caso se acaba de dar entre nós,

    que parece trazer comsigo uma lição

    para quem ao jogo se dedica. O chefe

    do posto da guarda fiscal no Furadou-

    ro,-cabo Anjos-nào era ditlicil en-

    contrar-se nos ultimos annos jogando

    amiudadas vezes e mais ou menos fórte

    n'aquella e n'outras praias. No dia 29

    do mez passado tinha de entrar no

    cofre do Estado com o rendimento do

    imposto do pescado no valor approxi-

    mado de 122005000 réis, mas, como

    era domingo e portanto a recebedorin

    estava fechada, dirigiu-se s noite para

    Espinho, na cega esperança talvez ds

    se locupletar nos carrulos de prata e

    maços de notas das bancas da roleta

    ou da batota, e jogou, jogou e por fim

    -ó adversidade da cortei-perdeu

    quanto levava~a importancia do impos-

    to do pescado. No dia seguinte ainda

    appareceu no posto, mas sob pretexto

    d'uma viagem a Espinho, desappare-

    ceu, ignorando-se até hoje o seu para-

    deiro.

    Quarta-feira estiveram aqui em syn-

    dicaucia aos actos do dito cabo um te-

    nente e um sargento da guarda fiscal.

    »ou ›--

    Audiencia geral

    Teve logar no dia 31 do corrente a

    " unica audiencia geral do trimestre pas-

    sado.

    Respondaram os réos Antonio Ro-

    drigues Pinto ou Antonio Rodrigues

    Picliel co da Pinta› e Pedro Fran-

    cisco de Souza, ambos solteiros, me-

    nores, da freguezia de Esmoriz, accu-

    sados de varios furtos.

    Presidiu á. audiencia o dr. Lobo

    Castello Branco, juiz de direito da co-

    marca; a accusaçào estava represen-

    tada. pelo dr. José Luciano, delegado

    do procurador régio que n'esta co-

    marca fez a sua estreia e a defesa pelo

    dr. José de Almeida, advogado officia-

    samente nomeado aos réos.

    O jury deu por provados os crimes

    com restrrcçáo do valor e com algu-

    mas atteuuantes, pelo que os réos fo-

    ram condemnados em dois anuós de

    prisão maior cellular e na alternativa

    em tres annos de degredo em posses-

    são de primeira classe.

    NoN '

    Notas a lapis

    Coin feliz exito, deu á luz na quarta-

    feira uma creança do sexo feminino a

    dedicada esposa do nosso presado

    amigo Abel Augusto de Souza e Pi'-

    uho, digno secretario da camara. Os

    nossos parabens.

    :Baptisou-se solemnemente segun-

    da-feira na egreja matriz, recebendo o

    nome de José Carlos, um filhinho do

    nosso amigo Angelo Zagallo de Luna,

    habil escrivão de direito d'esta comar-

    ca. Foram padrinhos o sur. José Car.

    los d'Oliveira e esposa sur.ll D. Leo-

    poldina Augusta Barbosa d'Oliveira.

    =Chegou domingo a esta villa, reas-

    summdo as nas fuucções, o sur.

    Dr. Francisco Augusto Lobo Castel-

    lo Branco, mermssimo juiz da com'

    Ol-

  • ..-____

    A DISCUSSÃO

    :Partiu domingo para Lisboa ofbenemerito da Religião e da patria,

    nosso amigo e patricia Dr. Jayme

    Amaral.

    :Retiruram quinta-feira para Coim-

    bra, onde vao continuar os seus estu-

    dos na faculdade de direito, os intelli-

    gentes academicos Anthero Cardoso e

    Antonio Santos. os quaes tiveram na

    gare uma despedida muito ad'ectuosa.

    Do coração lhes desejamos que o novo

    nuno lectivo lhes-corra prepicio.

    NoN

    Publicações

    As Mil e Uma Noites-Recebemos

    os tomos n."a 14 e 15 d'este engenhoso

    livro de contos, editado pelo snr. Jcao

    Romano Torres, de Lisboa.

    -Almanach do Povo-Acaba de ser

    posto á venda este tao util como interes-

    sante livrinho para 1906.

    Não contém charadas nem anedoctas,

    mas em compensação n'ella encontra

    o leitor tudo que' é util e muitas indi-

    cações que todos mais ou menos neces-

    sitam saber.

    Não temos pois du vida em recom-

    mendar ao publico tão minucioso alma-

    nach, que custa apenas 60 réis.

    A Livraria de franciscolfomero, rua

    de S. Paulo, 192-Lisboa, envia-o pelo

    correio a quem lhe enviar s respectiva

    importancia em sôllos.

    CHRONch DE s. VICENTE

    Excederam em tudo a expectativa

    publica as festas que aqui pomposa-

    mente se realisaram para inaugurar as

    obras feitas na egreja matriz da nossa

    freguezia a expensas do grande bene-

    merito d'esta terra e do incomparavel

    amigo do povo de S. Vicente, sur.

    Manoel Rodrigues d,01i_veira.

    Não faltou, a dar-lhe realce e im-

    ponencia a presença nobre, sympathica

    e respeitabilissima do venerando Pre-

    lado da diocese, o em““ e rev."'° D.-

    Antonio Barroso, esse vulto proemi-

    nente, que hoje, attenta a bondade ca-

    racteristica do seu coraçao magna-

    nimo, e as preclaras qualidades do seu

    caracter diamantino, conta um amigo

    dedicado em cada diocesano, e é co-

    berto dhpplausos e aureolado de lou-

    vores sempre que assome em qualquer

    freguezia que visite, ou em qualquer

    reunião, a que preside.

    S. ex.“ rev.“1a accedendo de boa von-

    tade ao convite que lhe foi feito para

    nos dar a honra da sua visita nicsta

    occasiào, nào apresentou escusa algu-

    ma que provasse a pouca vontade de

    nos prestar um favor, que só a muita

    bondade de s. ex.I rev.lm nos animou

    a pedir.

    S. ex.“ rev.ma ficou surpreheudido,

    quando ao penetrar nos limiares da

    freguezia Viu uma massa compacta de

    povo, que o saudava com um enthu-

    siasmo delirante, que o cobria de fiô-

    res, que o Victor-rave, de unl modos,

    quando viu a rua, que devia seguir pa-

    ra a egreja, toda engalauada com ar-

    cos, bandeiras e colgaduras da sêds,

    que davam á. fregnezw. uma tonalidade

    festiva, aqui nunca vista.

    S. ex.“ rev.“la, em carro descoberto,

    correspondia com aquelle sorriso d'um

    bom, que lhe é tao peculiar, a. todas

    as manifestações que se lhe faziam.

    No logar da Torre visitou e. eu.ll

    rev.mm as duas capellas que alli se le-

    vantam, e as ,ovações do povo, e os

    repiques festivos dos sinos, e o es-

    trallejar do dynamite e as notas da

    musica, e ae nuvens de flôres que de

    todas as partes cahiam sobre s. ex.a

    rev.m convenceram-no deveras que se

    achava entre um povo amigo, que as-

    sim traduzm tão expontaneamente co-

    mo eloquentemente o regosijo que lhe

    ia n'slms por vêr a dentro dos muros

    da sua freguezia o primeiro pastor da

    sua diocese, que é tambem um grande tos, elogiando as manifestações festi- l vein e Cunha, distinto percebo de

    porque lá fora, em climas inhospitos e

    em terras apertadas, jogou a sua vida

    e comprometteu a sua saude para pré-

    gar a doutrina salvadora da boanova

    e defender

    nosso paiz, que sempre encontrou em

    s. ex.m rev.“13| um dos ñlhos mais dedi-

    cados, mais valiosos e mais pr'estndios.

    os sacros interesses do

    A” porta do benemerito sur. Ma-

    noel Oliveira quasi que arrazam o car-

    ro de ñôres, o que fez dizer a s. ex.a

    rev.“ que aquellas salvas de liôres ha-

    viam custado muitos sacrifícios, por-

    que n'este tempo os jardins dão as ul-

    timas despedidas.

    No logar de Cassemes as ñôres cru-

    zavam-se d'um lado e d'outro, das ja-

    nellas de todas as casas, e creanças e

    nnciâos corriam á compita a manifes-

    tar ao seu ex.mo Prelado o amor eu-

    cendrado que lhe votavam.

    Na capella de S. Geraldo era s. ex.“

    rev.ma esperado por um numeroso clero,

    que ergueu vivas ao missionario Bar-

    roso, ao Prelado de Moçambique, ao

    Bispo de Meliapôr, ao prestantissimo

    Bispo do Porto, a S. Santidade Pio

    X, a sua Magestade El-Rei, etc., sendo

    phreueticamente correspondidos.

    S. ex.a rev.ma deante de tanto en-

    thusiasmo e de tanta alegria nao pôde

    reprezar as suas lagrimas, que bem

    mostraram a commoçao de que se

    achava possuído.

    Feita a oração, e. ex.“ rev.“ rompen-

    do a custo por entre uma massa com-

    pacta de povo, que fazia esforços he-

    roicos para lhe beijar o anuel prelati-

    cio, pôde entrar na sachristla da ca-

    pella, onde se paramentou e d'onde

    seguiu debaixo do pallio, a que pega,-

    vam os parochos das freguezias visi-

    nhas, para a egrejs, indo á. frente as

    escolas, as irmandades, o rev. abbade

    d'esta fregnezia de capa d'asperges e

    no conce a musica de Cucujães e uma

    mole immensa de povo, que, se não

    fosse a prevrdencia do digno regedor'

    em chamar alguns cabos de policia

    para manter a ordem, teriamos com

    certeza a estas horas alguma desgraça

    a lamentar.

    Toda a estrada se achava capricho-

    sameute decurada, e de todas as partes

    cahiam nuvens de tlôres sobre e. ex.“

    rev.m“, que agradece commovido, e so-

    bem ao ar girandolas de foguetes, pon-

    do na freguezm toda uma nota d'ale-

    gria insolita.

    Chegado á egreja, n'um momento_

    esta tica atulhada, sem que ninguem se

    possa mover. S. ea.a rev.mal faz oração

    ao SS., emquanto o rev. abbado lê

    uma oração no altar-mor, em seguida

    o rev. famulo annuncia as indulgencms

    concedidas por s. ex.a rem“, expõe o

    SS., canta-se o Tantum-Ergo, s. ex.'

    rev.“9al dá a benção, e o rev. abbade

    faz a encerraçao.

    Em seguida puramente-se de preto, e

    fez-se a piedosa visita ao cemiterio, no

    meio d'um silencio respeitosa, verdadei-

    ramente ediñcante. De volta ao cemi-

    terio s. ex.“ começa a administrar o

    santo sacramento do Chrisma, de que

    se approximam cêrca de 400 pessoas.

    Findo este, s. ex.“ rev.“m, sentado

    no faldistorio falls. muito bem sobre os

    vícios predominantes da sociedade,

    sendo escutado por todos n'um silen-

    cm sepulchral. S. ex.“ rev.lua anima a

    todos a trilhar a estrada do bem. Em

    seguida, 9 da noute, s. ex." recolhe á

    residencia, onde pernoita com a sua

    comitiva, para jantar. Dispensem-me

    os leitores da massada de lhes narrar

    por miudo as peripecias do jantar, que

    lindou ás portas da meia~noute.

    . No domingo, depois da visita por s.

    ex.“ rev.“ feita á egreja, houve um

    magnifico cortejo-civico, da casa do

    sur. Oliveira até á egreja, em que se

    encorporarum centenares de pessoas,

    inclusive um representante de s. ex.“

    rev.m', que teve palavras de merecido

    vas pela freguezía feitas para agrade-

    cer tño importante donativo.

    Desde sua casa até á egreja foi o sur.

    Oliveira delirantemente victoriado por

    todos os que ainda conservam accezo

    o fogo sagrado da gratidão, sendo co-

    berto de tlôres, e subindo ao ar deze-

    nas do girandolas de foguetes, que ha-

    viam de fazer calar no espirito esclare-

    c›do de s. ex.“ que faz gosto fazer

    favores a quem os comprehende e sabe

    agradecer.

    Chegado o cortejo á egreja, come-

    çou a missa solemne cantada pelo

    sympathico filho d'esta terra, rev. Jo-

    sé Maria da .Fonseca e Pinho, do col-

    legio de Santa Maria, do Porto, e aco-

    lytado pelos revs. abbade de Travan-

    ca, nosso intelligeute conterraneo. e

    abbade de Cucujâes, assistindo s. ex.“

    rev.ma do seu solio, e tendo por mi-

    nistros assistentes os reve. D. José e

    Estevao, do collegio de Cucujães. Ao

    evangelho orou o rev. abbade d'esta

    fregnezia, que teve palavras de muito

    elogio para os snrs. Oliveiras, dizendo

    que todos os habitantes de S. Vicente

    lhes deveriam ser gratos, porque se

    não fossem seriam uns verdadeiros

    criminosos.

    Terminada a missa, cêrca das duas

    horas da tarde, retirou-se s. err.l rev."

    á residencia onde foi servido o jantar,

    que terminou perto das cinco horas,

    em que s. ex.l rev.“ retirou para a

    Branca, slim de continuar com a visita

    pastoral.

    Quando s. ex.a rev.“ entrava para

    o carro os vivas, as acclamações. as

    notas da musica, as flôres, as lagri-

    mas, os adeus, etc., commoveram pro-

    fundamente a alma grande e nobre de

    s. ex.“ rev.m', que com os olhos vidra-

    dos de lagrimas, que lhe orvalha-

    vam as suas barbas venerandas, já

    branqueadas pelos muitos trabalhos,

    em que sempre anda envolvido, le-

    vantou com toda a força dos seus

    pulmões um viva aos povos de S. Vi-

    cente de Pereira, tendo dito, momen-

    to antes ao rev. abbsde, que levava

    recordações inolvidaveis da nossa fre-

    gnezia. A este viva, seguiram outros

    estrugidos unisonamente por centena-

    res de pessoas, que estacionavam no

    largo da egreja á. sahida de s. ex.“

    rev.“

    A* noute um avultsdo numero de

    pessoas, de todas as classes sociass.

    á frente da musiCa, seguiram para ca-

    sa do benemerito snr. Oliveira, afim de

    pessoalmente lhe agradecer o impor-

    tante beneñcio que haviam recebido.

    S. ex.“ e s. exm' esposa, com aquel-

    les requintes d'amabilidade, que só

    se encontram nas almas boas, atinadas

    por sentimentos caritativos, recebe-

    ram~nas com uma ñdalguia inexcedi-

    vel. Depois d'uma pequena soire'e, em

    que tocou ao piano a ex.Intl esposa do

    nosso querido amigo snr. Coelho e

    cantaram duas encantadorss meninas,

    de Valladares, hospedes n'aquelle dia

    do snr. Oliveira, fallaram os revs. ab-

    bade Vigario e Mattos e Fonseca e

    Pinho, pondo em relevo as excellentes

    qualidades d'alma do filho mais illus-

    tre de S. Vicente, do nobre benemeri-

    to Manoel Rodrigues d'Oliveira.

    Cá fóra executava s musica de Cu-

    cujñes as mais mimosas peças do seu

    reportorio, e no ar estrallejuvam

    constantemente girandolas de dyna-

    mite, que aununciavam ás freguezias

    hmitrophes que nao sabemos ser ins-

    gratos aos beneficios que nos fazem.

    O que mais consola quem escreve

    estas linhas, que, mettido em traba-

    lhos mil e diñiceis, nao tem tempo pa-

    ra nada, é poder atiirmar que não

    houve uma unica nota discordantc,

    que viesse aguar o enthnsiasmo das

    festas, e a alegria dos festejados.

    :Tivemos o prazer d'abraçar 'no

    domingo o nosso pre-tante amigo em"”

    e rev."m Emilio Muller, muito digno

    superior do Oollegío de Santa Marin,

    louvor para com os grandes benemerin do Porto, e os ea.“ dr. Alberto d'O-

    3

    Ovir, padre Dornich, Vígario da vara

    do 4.0 districto da Feira, abbsde do

    Branca, e os snrs. Alexandre Paes,

    Domingos Valente de Pinho, impor-

    tantes capitalistas de Vallega, João

    Maria da Fonseca e Pinho, aspirante

    de pharmacia, etc., etc.

    São horas de ir prestar as honras

    devidas a el-rei Merpheu, e por isso

    sem mais aquella até á semana.

    Ninguem.

    CORRESPONDENCIAS

    Arade, l de novembro de l905

    Tendo 'algo dito na minha ultima

    correspondencia acerca da edu

    das creançss do sexo feminino tão mal

    curada n'esta freguezia, onde nem se-

    quer uma escola oiiicial existe. seja-

    me lícito abordar hoje o mesmo ns-

    sumpto sobre a instrucçño das crean-

    ças do sexo masculino e sobre a edu-

    cação religiosa em geral.

    Quanto á primeira parte cumpre-nos

    em abono da verdade dizer que se no

    povo se nota falta de instrucçao não

    é esse facto devido á falta de escolas

    pois, além da oiiicíal, existem outras

    particulares e todas regularmente fre-

    quentadae, mas sim á cxrcumstancis de

    a maior parte dos paes de familia en-

    tender que alguns mezee de esouen

    Requencia escolar é bastante para for-

    necer a seus filhos os elementos bus-

    tsntes para bem ficar a saberem es-

    creve , lôr e contar. Puro engano, mas

    real¡ ade certa. 'Um grande numero de

    rapazes nem sequer chega a fazer o

    exame do primeiro grau e a qussi to-

    talidade contenta- se com este e não

    frequenta o segundo grau, o que equi-

    vale a ficarem quasi analphsbetos.

    As quatro escolas particulares nao

    me consta terem dado alumno algum

    a exame e a ofiícial deu no nuno pse-

    ssdo a exame do primeiro graui8 alu-

    mnos e no anno corrente 14, pois d'a-

    quelles sómente frequentaram o segun-

    do 4 e d'estes 7. Os restantes, dando

    por completa a sua instrucçao. foram

    mandados retirar pelos paes para os

    trabalhos agrícolas, ficando em condi-

    çoes de perder o mui pouco que adqui-

    riram e que deviam completar com

    mais um anno' pelo menos de ensino.

    A par da educaçao litteraria deve

    andar a educaçao religiosa e esta que,

    no dizer de Bossuet, é a primeira e

    melhor possivel que se deve minis-

    trar á crença', está realmente bem con-

    ñada. O parocho, comprehendendo

    admirava! a sua missão sacerdotal, tem

    desenvolvido todos os domingos o

    evangelho do dia com verdadeira proa -

    ñcíencia, sendo escutado com religiosa

    attençao.

    O zelo que o pastor da freguezin

    tem dispensado aos destinos espiri-

    tuaes das crennças, é digno dos maio-

    res elogios e bem merece de todos oe

    paes de familia que se regosijam pelo

    caminho indicado a seus filhos para

    melhor entrarem no gremio chrietlo.

    o.

    _MM_

    PARA os usar-:s

    Usem o dentriñco Rosa, o me-

    lhor preparado para conservar o

    esmalte, curar as gengiva¡ descar-

    nadas e tirar mau cheiro da boccs.

    Vende o Cerveira, na Praça.

    ATUM

    Vindo directamente do Algar-

    ve, vende-se a zooméis o kilo na

    mercearia de Manoel Valente

    d'Almeida, na Praça.

  • A A DISCUSSÃO

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