Rudolf Steiner - A Aparente Extinção Do Conhecimento Espiritual Na Época Moderna (BVA)

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    A APARENTE EXTINO DO CONHECIMENTO ESPIRITUAL NA POCA MODERNA

    Rudolf Steiner Goetheanum, maro de 1925

    Fonte: www.festascristas.com.br clique e conhea

    RUDOLF STEINER: A APARENTE EXTINODO CONHECIMENTO ESPIRITUAL NAPOCA MODERNA11 DE DEZEMBRO DE 2015| ADMIN | DEIXE UM COMENTRIO

    Biblioteca Virtual da Antroposofia

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    O conhecimento deixou de interessar-se por grande parte da vida anmica humana. Ele que-

    ria pesquisar a relao entre o homem e a existncia quando esta dirige seus sentidos e sua in-

    teligncia crtica natureza; no queria mais ocupar se com o que o homem desenvolve co-mo relacionamento com o mundo espiritual, quando usa sua capacidade de percepo interior

    a exemplo de seus sentidos. Resultou dai a necessidade de relacionar a vida espiritual dos ho-

    mens no com a cognio do presente, mas com tradies e conhecimentos vlidos no passado.

    A vida anmica humana ficou cindida. De um lado, o homem tinha diante de si o conhecimento

    da natureza que ia evoluindo, desabrochando na atualidade viva. De outro, vivenciava uma

    relao com o mundo espiritual que resultava de conhecimentos acumulados no passado. Essa

    vivncia ia perdendo toda noo de como o conhecimento se realizava no passado. Existia a

    tradio, mas faltava o caminho pelo qual as verdades acumuladas tinham sido conhecidas.

    Existia apenas a possibilidade de se acreditar na tradio.

    Rudolf Steiner

    Quem quiser fazer uma avaliao correta da relao entre a Antroposofia e a evoluo da alma da

    conscincia, deve sempre de novo enfocar o estado de esprito da humanidade culta que comea

    com o desabrochar das cincias naturais e atinge seu auge no sculo XIX.

    Dirijamos o olhar anmico para a caracterstica dessa poca e comparemo la com aquela de pocas

    anteriores. Em todos os tempos da evoluo consciente da humanidade, considerava se como co-

    nhecimento aquilo que aproximava o homem do mundo espiritual. 0 conhecimento determinava a

    relao com o esprito e esse conhecimento vivia na arte e na religio.

    Isso mudou com a aurora da poca da alma da conscincia. A o conhecimento deixou de interessar

    se por grande parte da vida anmica humana. Ele queria pesquisar a relao entre o homem e a

    existncia quando esta dirige seus sentidos e sua inteligncia crtica natureza; no queria mais

    ocupar se com o que o homem desenvolve como relacionamento com o mundo espiritual, quando

    usa sua capacidade de percepo interior a exemplo de seus sentidos.

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    Resultou dai a necessidade de relacionar a vida espiritual dos homens no com a cognio do pre-

    sente, mas com tradies e conhecimentos vlidos no passado.

    A vida anmica humana ficou cindida. De um lado, o homem tinha diante de si o conhecimento da

    natureza que ia evoluindo, desabrochando na atualidade viva. De outro, vivenciava uma relao

    com o mundo espiritual que resultava de conhecimentos acumulados no passado. Essa vivncia ia

    perdendo toda noo de como o conhecimento se realizava no passado. Existia a tradio, mas fal-

    tava o caminho pelo qual as verdades acumuladas tinham sido conhecidas. Existia apenas a possibi-

    lidade de se acreditar na tradio.

    Um indivduo que refletisse, ao redor do meio do sculo XIX, serenamente sobre a situao espiri-

    tual da poca, teria de reconhecer que a humanidade tinha chegado a ponto de apenas se conside-

    rar capaz de desenvolver um conhecimento totalmente desvinculado do espiritual. Uma humani-

    dade anterior foi capaz de pesquisar tudo o que se pode saber a respeito do esprito; mas a alma

    humana perdeu a capacidade dessa pesquisa.

    As pessoas no concebiam ento todo o significado dessa situao. Limitavam se a constatar que a

    cognio simplesmente no podia alcanar o mundo espiritual; este s pode ser objeto da f.

    Para ter noes mais claras a respeito dessa situao, olhava se para as pocas em que a sabedoria

    grega teve de recuar diante da civilizao romana impregnada pelo cristianismo. Depois de terem

    as ltimas escolas de filosofia grega sido fechadas pelo imperador Justiniano, tambm os ltimos

    conservadores da antiga sabedoria emigraram das regies onde a nova mentalidade europia pas-sou a se desenvolver. Esses sbios foram acolhidos na academia de Gondishapur, na sia, um dos

    lugares onde a tradio da antiga sabedoria ficou mantida no oriente, em conseqncia dos feitos

    de Alexandre Magno; ela continuava vivendo ali na forma que recebera de Aristteles.

    Mas essa sabedoria antiga foi assimilada pela corrente oriental que pode ser designada arabismo.

    Sob um certo aspecto, o arabismo constitui um desabrochar prematuro da alma da conscincia. 0

    arabismo fez com que a vida anmica, prematuramente permeada pela alma da conscincia, pudes-

    se inundar a frica e a Europa meridional e ocidental atravs de uma onda espiritual que, partindo

    da sia, preenchia certos indivduos na Europa com um intelectualismo que normalmente devia

    ter aparecido somente mais tarde; nos sculos VII e VIII a Europa meridional e ocidental recebeu

    impulsos espirituais que deveriam ter chegado apenas na poca da alma da conscincia.

    Essa onda espiritual conseguiu despertar o intelectual no homem, mas no a vivncia mais profun-

    da que leva a alma a submergir no mundo espiritual.

    Quando o homem nos sculos XV a XIX passou a usar sua capacidade cognitiva, ele s pde chegar

    a uma profundeza anmica em que ainda no se defrontava com o mundo espiritual.

    Ao penetrar na vida espiritual europia, o arabismo impediu as almas sedentas de conhecimento

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    de penetrar no mundo do esprito. Ele fez funcionar de maneira prematura o intelecto que s

    capaz de apreender a natureza exterior.

    E esse arabismo revelou possuir um imenso poder. Os que foram tomados por ele, tiveram a alma

    dominada por um orgulho interior, em grande parte inconsciente. Sentiam o poder do intelectua-

    lismo, mas no a incapacidade do mero intelecto de penetrar na realidade. Entregaram se reali-

    dade sensorial exterior, que se erguia naturalmente diante deles, mas no se interessavam em

    aproximar se da realidade espiritual.

    Essa era a situao com a qual a vida espiritual da Idade Mdia se confrontava. Ela ainda possua as

    imponentes tradies do mundo espiritual; mas a vida anmica estava a tal ponto impregnada inte-

    lectualmente pelo arabismo que atuava, poderamos dizer, de uma forma oculta, que a busca cog-

    nitiva no conseguiu chegar s fontes onde o contedo dessas tradies tinha sua origem.

    Desde os primrdios da Idade Mdia havia, ento, uma luta entre as correlaes espirituais que oshomens ainda sentiam instintivamente e a forma assumida pelo pensar devido ao arabismo.

    Os homens sentiam dentro deles o mundo das idias, vivenciando as como algo real. Mas suas al-

    mas no tinham a fora de vivenciar o esprito nas idias. Nasceu assim o realismo que tinha a sen-

    sao da realidade nas idias, mas no conseguia captar essa realidade. 0 realismo ouvia o verbo

    csmico que falava no mundo das idias, mas no era capaz de entender sua linguagem.

    Ao realismo opunha se o nominalismo; como a linguagem no podia ser compreendida, sua prpriaexistncia foi contestada. Para o nominalismo, o mundo das idias no passava de uma soma de

    frmulas na alma humana, sem qualquer raiz que o unisse com uma realidade espiritual.

    Os contedos dessas correntes continuaram atuando at o sculo XIX. 0 nominalismo veio a ser a

    maneira de pensar das cincias naturais que elaboraram um sistema grandioso de opinies sobre o

    mundo sensorial, mas destruram toda compreenso da essncia do mundo das idias. 0 realismo

    era algo morto. Ele sabia da realidade do mundo das idias, mas era incapaz de chegar a ela por

    uma cognio viva.

    Podemos chegar a ela, quando a Antroposofia encontrar o caminho que conduz das idias vivn-

    cia espiritual nas idias. Num realismo sadiamente desenvolvido, o nominalismo cientfico deve ser

    completado por um caminho cognitivo, o qual demonstra que o conhecimento do espiritual no se

    apagou na humanidade, mas pode voltar a fazer parte da evoluo humana, quando novos manan-

    ciais anmicos permitirem uma nova ascenso.

    Goetheanum, maro de 1925.

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