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ANO VII | Nº 17 | Trimestral Março 2010

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ANO VII | Nº 17 | Trimestral Março 2010 Nós ... e a Matemática PROPRIEDADE Escola Secundária D. Sancho I Nós ... e o Futuro Nós ... e a Literatura Nós ... em diálogo DATA DE PUBLICAÇÃO Março de 2010 Nós ... e a Biblioteca Nós ... e os Livros Nós ... e a Poesia DISTRIBUIÇÃO Gratuita Nós ... e a Saúde Nós ... em acção PERIODICIDADE Quadrimensal TÍTULO Sancho Notícias DIRECTOR Benjamim Araújo REDACÇÃO Prazeres Machado Carolina Martins Óscar Cardoso Abel Moreira FICHA TÉCNICA:

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ANO VII | Nº 17 | Trimestral Março 2010

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FICHA TÉCNICA:

TÍTULO Sancho Notícias

PROPRIEDADEEscola Secundária D. Sancho I

DIRECTORBenjamim Araújo

REDACÇÃOPrazeres Machado

Carolina MartinsÓscar Cardoso

Abel Moreira

COLABORADORESRaquel Ermida

André Silva

DATA DE PUBLICAÇÃOMarço de 2010

NÚMERO17

PERIODICIDADEQuadrimensal

TIRAGEM1000 Exemplares

DISTRIBUIÇÃOGratuita

MORADAAvenida Barão da Trovisqueira

4760-126 V. N. de FamalicãoTel: 252 322 048

Fax: 525 374 686http://www.esds1.pt

E-mail: [email protected]

Em Destaque

Nós ... e os OutrosNós ... e a Memória

Nós ... e o Futuro

Nós ... em diálogo

Nós ... em acção

Nós ... e a Saúde

Nós ... e as Línguas Estrangeiras

Nós ... e a Biblioteca

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Nós ... e os Livros

Nós ... e a Literatura

Nós ... e o Desporto

Nós ... e a Matemática

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Sancho Notícias

E d i t o r i a l

Nota Redactorial

A crescente participação da comunidade escolar na revista Sancho Notícias é, para nós, motivo de orgulho e um estímulo à consolidação deste projecto. A qualidade do mesmo depende inteiramente da dedicação dos alunos, funcionários e profes-sores desta escola. Contudo, as limitações de espaço condicionam, por vezes, a publicação de todos os trabalhos e exigem algumas supressões textuais. Preocupamo-nos, no entanto, em manter o sentido original dos textos e dar visibilidade ao maior número de participações. Agradecemos a compreensão de todos e continuamos a contar com a vossa colaboração.

Nem sempre olhamos com um olhar de ver para as coisas mais simples com que lidamos todos os dias. É curioso como desconstruímos o que vemos. É importante ter um olhar activo, atento e perspicaz. É importante olhar para as coisas e pensar nelas de uma forma sistémica e sistemática, exigindo um equacionamento constante daquilo para que olhamos, daquilo que vemos e do que podemos realmente observar.Torna-se de suma importância irmos para além dos limites da nossa percepção visual, porque olhar nem sempre é ver.Quando olhamos, não vemos mais do que uma complexidade integrada de fenómenos. É crucial termos um olhar crítico, que vá além daquilo para que olhamos. Podemos observar muito mais do que aquilo que simplesmente vemos e podemos olhar para tudo e ver apenas algumas coisas.Olhar, ver, observar, reflectir sobre tudo isso que o nosso olhar abarca, e interrogar-nos: Porquê? Cada um de nós tem a sua própria forma de ver as coisas e o seu ponto de vista, como tal, não conseguimos obter uma análise integrada da realidade, apenas uma realidade inteligível.Em Educação, a concepção de Observação não pode sujeitar-se a este carácter subjectivo. Terá de ser uma Observação orien-tada, intencional, focalizada e, sobretudo, objectiva. Segundo Rubin “Ensinar é um empreendimento solitário. Os médicos discutem os diagnósticos dos pacientes; os advogados de defesa e de acusação analisam os julgamentos; os atletas profissionais estudam videogravações dos seus competidores; os artistas escrutinam as telas uns dos outros; e os escritores revêem habitualmente o trabalho dos seus colegas. Os professores, pelo contrário, funcionam em quarentena profissional, raramente tendo a oportunidade de observar outras aulas, comparar convicções, trocar pontos de vista e considerar opções.” A actividade docente não deve ser um trabalho isolado na acção, na preparação e na análise. Devemos encarar a Observação de Aulas como um importante momento de balanço, de partilha de visões sobre um de-sempenho, desenvolvendo hábitos de análise conjunta de práticas pedagógico-didácticas, tornando frequente a partilha de saberes e de experiências, contribuindo para fomentar o trabalho colaborativo na actividade docente e criar condições para uma melhoria do desempenho profissional. A Observação de Aulas deve ser encarada com carácter formativo, em que o importante é descrever e não julgar. Urge compreender e reconhecer a Observação de Aulas como um espaço de saberes partilhados, facilitador da missão do professor. A importância de que se reveste a Observação de Aulas na prática docente é, em minha opinião, o fio condutor para boas práticas de ensino.É necessário ter espírito crítico, curiosidade, perseverança, ser capaz de observar, analisar, tirar proveito das experiências, organizar as ideias, debater, pesquisar e questionar. A nossa Escola investe em relações interpessoais dinâmicas, encorajadoras e facilitadoras de um processo de desenvolvi-mento e aprendizagem consciente e comprometido.É o momento de aprender a olhar os nossos desafios como oportunidades de crescimento profissional, ampliando a nossa força… a nossa criatividade!É preciso acreditar! E nós acreditamos…

O DirectorBenjamim Araújo

Olhar de ver e o olhar de observar… Qual a diferença?

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Nós ... e os Outros 4

Havia um tempo em que nós vivíamos bem: sem carros, sem telemóvel, sem computadores, sem televisão, sem câmaras de vigilância, sem cartão único de cidadão, sem via verde, sem tecnologia. Depois, venderam-nos a ideia de que esta traria, inevitavelmente, o descanso, a segurança e o lazer. Jamais seríamos escravos do trabalho. A felicidade, que nós não pedimos, estaria ao virar da esquina. Entretanto, para alimentar a ilusão e a alienação, criaram-nos um mundo con-sumista. E nós, convictos de que a felicidade se alimentaria com a satisfação contínua de desejos e caprichos individu-ais, embarcámos na onda devoradora de querer mais e mais. Depois, como não há pequenos-almoços, perdão, almoços de borla, as facturas foram chegando: hipotecas, créditos, despesas, aumentos zeros, sacrifícios inevitáveis, etc, etc. E o aperto chegou de todos os lados: da banca, da família e do trabalho. Quando nos apercebemos, estávamos envoltos na teia, trabalho e mais trabalho. E, para compor cinicamente a obra, atiram-nos com modelos de organização de trabalho exemplares, produtivos, competitivos, eficazes, melhores, desejáveis e bons. Falta saber para quem, para nós ou para os outros?É exactamente no trabalho que a orquestração mostra todo o seu esplendor. Os outros, as elites, os pensantes, os ilumina-dos, introduzem, para nosso bem, a avaliação individual de desempenho, técnicas de gestão de qualidade total e o out-sourcing, que torna o trabalho muito mais precário, inseguro e instável. E estas três cordas, bem esticadinhas, tornam-nos mais competitivos, mais eficazes e mais competentes. Eu diria que nos torna mais temerários, mais inseguros, mais egoístas e mais doentios. As relações no trabalho alteram-se: começa a haver medo, inveja, fechamentos, intrigas, falta de ética e pouca colaboração. Não sou eu que o digo, é um famoso psiquiatra francês: “A avaliação individual é uma técnica extremamente poderosa que modificou totalmente o mundo do trabalho, porque pôs em concorrência os serviços, as empresas, as sucursais – e também os indivíduos. E se estiver associada quer a prémios ou promoções, quer a ame-aças em relação à manutenção do emprego, isso gera medo. E, como as pessoas estão agora a competir entre elas, o êxito dos colegas constitui uma ameaça, (...) muito rapidamente, as pessoas aprendem a sonegar informação, a fazer circular boatos e, aos poucos, todos os elos que existiam até aí – a atenção aos outros, a consideração, a ajuda mútua – acabam por ser destruídos. As pessoas já não falam, já não olham umas para as outras.”1 E, de repente, o nós transforma-se no eu, eu e os outros, eu cobarde, num mar de outros, tão cobardes quanto eu. A solidariedade dá lugar à traição, a co-laboração dá lugar à competição, a coragem e honestidade

dão lugar à subserviência e à cumplicidade envergonhada. De repente, somos máquinas de produzir e ganhar dinheiro. De repente, somos como os OUTROS.Tudo é urgente. Comemos, bebemos, festejamos, compra-mos o necessário e o supérfluo; praticamos desporto, me-dicamo-nos, dormimos cansados, vivemos obcecados com os nossos pecados, loucuras e imperfeições. Cada um exige tanto de si como se de um deus se tratasse. Cada um vive tão isolado em si como se tal fosse possível. Parece que não há volta a dar-lhe, parece que não há outra forma de trabalhar, parece que não há outra forma de viver, parece que tudo é inevitável. Mas não é. Basta que canalizemos novamente a energia para o nós, para o grupo, para a união. Basta que me esqueça de mim, dos meus desejos, dos meus caprichos, das minhas ambições. Afinal, nada disto faz sentido sem o nós “A pouco e pouco, porém, aprendi a ser indiferente para mim próprio e para as minhas deficiências; comecei a con-centrar a minha atenção nos objectos exteriores: a situação do mundo, (...) as pessoas pelos quais sentia afeição.”2 É no convívio, na cooperação, na lealdade, na confiança, no res-peito, na ética que está a solução. E este tipo de organização do trabalho funciona. Já o provámos no passado e podemos prová-lo hoje. Aliás, é a única forma de resistirmos à grande orquestração, manipulação, dos OUTROS. Se pudéssemos dizer “nós por cá não queremos a avaliação individual de desempenho”, esses outros chamar-nos-iam loucos, ingénu-os e preguiçosos. Se calhar, muitos de vocês pensarão exac-tamente isto, sem dizê-lo. Mas, acreditem ou não, muitos patrões estão a alterar a forma de organização do trabalho porque chegaram à conclusão de que a avaliação individual não ajuda a resolver os problemas da empresa, pelo contrá-rio, agrava-os. Nós por cá, ainda estamos iludidos com os OUTROS.

1 Entrevista Cristophe Dejours, Pùblico, 30 de Janeiro de 2010.2 Bertrand Russell, A Conquista da Felicidade, Guimarães Editores.

NÓS por cá ainda estamos iludidos com os OUTROSDomingos Manso de Araújo, prof. de Filosofia

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Nós ... e os Outros 5Uma outra perspectiva...Raquel Ermida, 1206

Eu, tu e ele ou até mesmo ela, nós, vós e eles e não excluin-do, obviamente, elas é o todo que forma-mos na sociedade, esta que compomos.O tema Nós e os Ou-tros é extremamente complexo. Não só pelo facto de nos abrir diferentes ca-minhos de conversa, mas por acender um foco de luz sobre a questão melindrosa da minha posição de indivíduo social relativamente a todos os outros indivíduos que, como não poderia deixar de ser, são também eles sociais. Muita pala-vra para chegar à questão muito simples do "eu" e o "outro". O Homem é um ser biopsicossocial, isto é, toda a história de vida deve ser analisada sob o ponto de vista das influências biológicas, psicológicas e sociais de cada um, uma vez que estes três aspectos estão inteiramente interligados. Assim, ainda antes de nascer, o Homem sofre influências internas, ou seja, do seu organismo (toda a questão genética, vírus, bactérias, entre outros); a partir do momento em que nasce, é levado a percepcionar o mundo tal como os seus pares (famí-lia, amigos e outros que tais); até que, por via da sua própria inteligência e das experiências que vai estabelecendo com os outros, lá acaba por ganhar um pouquinho de espírito crítico, auto-consciência, enfim, aquilo a que podemos simplesmen-te chamar de pensamento próprio.É nessa altura que nos apercebemos que aquela pequena criança, protegida por todos aqueles que a amam, se torna uma pessoa adulta, capaz de viver por si só, sem que lhe digam o que deve ou não fazer.Depois de a cegonha ter definitivamente decidido que a se-mentinha haveria de cair em determinada sociedade, época histórica e lugar, o ser que depois nasceu ficou marcado pelo grupo social a que pertence. Tudo quanto é valor, norma, regra, costume, religião ou tradição fará marcadamente parte integrante desse indivíduo. E serão essas as bases que irão orientar a conduta dessa pessoa para todo o seu sempre (a não ser que algo muito forte a faça contestar os moldes em que foi educada e, portanto, venha a desenvolver um com-portamento dito desviante. Mas isso já é uma história muito complicada para ser contada). Até mesmo as relações inter-pessoais que virá a estabelecer com o seu semelhante se-rão profundamente marcadas por conceitos que podem ser perfeitamente relativos entre diferentes culturas. Desde a

questão da beleza, que é tanto ou mais subjectiva quanto nos afastamos do centro do Mundo para as suas laterais, ao caso da religião, que é uma enorme confusão quando se fala de um mesmo Deus para diferentes seitas, a muitos outros casos em que a diferença é marcada não por cada um de nós, mas por cada grupo social.Esta é a conclusão a que quero chegar: a individualidade é insignificante quando nos contextualizamos no todo. A força do grupo sobrepõe-se sempre à do indivíduo que, no meio daquela confusão de influências, é um dos muitos “cordei-ros” da sociedade. Porém, não pretendo dar a tal facto um sentido pejorativo. Muito mau seria se agora todos nós, num espírito revolucionário, decidíssemos mudar tudo o que já por princípio é princípio.Para este caso concreto, há apenas que reforçar a ideia do Homem como um ser feito para interagir, que não sabe nem pode estar só, porque isso nega-lhe a sua própria finalidade. Contudo, este não poderá viver em colectividade se não tiver por base algo que oriente a sua conduta e a da restante socie-dade. A anarquia não é o caminho para a ordem. Nas relações entre nós e os outros, somos sempre influenciados pelo eu, pelo outro e por aquilo que “nós” consideramos aceitável. É uma espécie de roda sem fim, em que tudo se procede como um ciclo que designa o funcionamento das relações sociais entre Nós e os Outros.

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Nós ... e os Outros 6

Em Tempo de QuaresmaJosé Carlos Carvalho, Funcionário da Escola

Estamos na Quaresma, é preciso analisarmos o que está er-rado na nossa vida e o que podemos corrigir para irmos de encontro ao que Jesus Cristo pretende de nós.Todas ou quase todas as pessoas têm tendência para pen-sar muito em si próprias e muito pouco nos outros. Existem muitas situações na nossa vida, às vezes, pormenores que podemos corrigir, levando alegria e esperança àqueles que delas necessitam.No mundo actual, existe muito egoísmo, o “deixa andar que não é comigo” e muitas injustiças. É certo que sozinhos não podemos mudar o mundo, mas, se tentarmos mudar algumas atitudes, comportamentos, escutar com atenção as pessoas que não se sentem bem com vida, orientar os jovens nas suas incertezas e apoiá-los nas dificuldades para que no futu-ro sejam pessoas de bom coração e com valores. Um sorriso sincero pode ajudar imenso os outros (pensemos nisto). Por vezes (e eu não fujo à regra), quando damos conta, fi-camos a pensar “porque é que fiz aquilo, não o devia ter feito”, enfim… somos humanos, não somos perfeitos; contudo, se reconhecermos os nossos erros e os tentarmos corrigir,alterando comportamentos, é possível mudar o mun-do.Desejo a todos uma Páscoa muito feliz e que Jesus Cristo habite no nosso coração para podermos encontrar a Paz.

Uma reflexão pessoalFilipa Dias, 1102

No dia 14 de Janeiro de 2010, último dia de pre-paração antes da nossa ida ao Centro Social das La-meiras, posso dizer que as minhas expectativas eram muito elevadas. Desde a pré-primária, que nunca tinha ido a um infantário. No dia, encaminharam-nos para a sala dos 5 anos. Ao longo do percurso, inúmeras recordações me atravessa-ram o pensamento, as quais, com a azáfama do dia-a-dia, nem me lembrava que existiam...Mas a maior emoção de todas foi no momento em que en-trei na sala. Durante a interacção que fui estabelecendo com as crianças, recordei a naturalidade e a inocência com que se vive a infância, assim como a espontaneidade dos actos que se cometem. Ali, naquele momento, pareceu que toda a responsabilidade que vai acrescendo com a idade tinha ficado fora daquelas paredes. Pareceu mesmo que tinha 5 anos de novo e que aquela sala era, novamente, o meu único mundo…Ter “revivido” parte da minha infância fez-me perceber que não é necessário preparação para se estar com crianças. Bas-ta ser eu mesma, porque acho que ser criança é exactamente isso – ser-se nós próprios.

Visita ao Centro Social das LameirasRicardo Oliveira, 1006

No final do primeiro período, marcámos no nosso calen-dário da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católi-ca (E.M.R.C.) a ida ao Centro Social das Lameiras estar com crianças e idosos no âmbito da actividade Inter-Idades, a fim de nos abrirmos aos outros, às suas necessidades, ao seu mundo e de podermos partilhar também o nosso próprio mundo.Enquanto os idosos nos mostravam todos os trabalhos que realizaram, eu senti curiosidade e juntei-me a uma idosa que estava a fazer uma espécie de botão. Foi então que comecei a falar com a senhora e ela me explicou como se fazia e que estavam a fazer aquilo para depois dar a outro senhor que iria juntar todos aqueles “botões” de forma a fazer uma manta. Apercebi-me de que a tarefa exigia concentração e vontade de trabalho, atributos que não faltavam àqueles pro-fissionais.

Seguiu-se a visita ao infantário; fomos recebidos da melhor forma e interagimos com as crianças, umas simpáticas, ou-tras brincalhonas, outras curiosas e despachadas... e assim, começámos a actividade que tínhamos projectado: elaborar uma espécie de bilhete de identidade, de maneira que as crianças pudessem depois realizar brincadeiras com ele. Eu sentia-me muito alegre, era como se tivesse regressado aos meus tempos de infância, em que só queria brincar. As crianças eram muito simpáticas, e eu não pude deixar pas-sar sem também entrar no “mundo” delas e fazer as mesmas brincadeiras …São estas pequenas coisas que se fazem que podem ajudar a fazer o dia de alguém melhor e que nos surpreendem e fazem crescer, abrindo-nos à novidade do mundo dos outros!

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Nós ... e a Memória 7

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inex-plicáveis e pessoas incomparáveis.

Fernando Pessoa

In Memoriam do professor e incomparável amigo Vasco Moreira

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Sancho Notícias

8 Nós ... e o Futuro

A Radiação na MedicinaInês Barbosa, Joana Silva, Sara Pereira, Hélder Ferreira, João Amaral, 1201

A tecnologia médica tem vindo a crescer exponencialmente a um ritmo alucinante. Para que os hospitais tenham as solu-ções certas, rápidas e acessíveis para os nossos variadíssimos problemas de saúde, é preciso que haja alguém que pesquise, faça e desfaça, experimente tudo e mais alguma coisa até ver a luz. Enquanto os médicos diagnosticam, tratam, analisam, e operam, há toda uma equipa de bastidores que lhes propor-ciona diariamente todos os equipamentos necessários a um correcto modus operandi.No dia 6 de Janeiro, a Escola Secundária D. Sancho I rece-beu o Prof. Dr. Luís Peralta, físico de partículas, investiga-dor do Laboratório de Instrumentalização de Física Expe-rimental de Partículas - LIP e professor de várias cadeiras relacionadas com a Física Geral na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa - FCUL. Este ser humano, de mag-nífico trato, falou durante duas horas para todos aqueles que o quiseram ouvir. Falou da radiação e das inúmeras aplica-ções desta na medicina. Falou especificamente de cada fre-quência de radiação electromagnética, falou de ciências que sem os feixes de fotões não sobreviveriam e aos quais nós nem as associamos. Falou-nos da imagiologia, da radiolo-gia e da oncologia. Falou-nos da lobotomia e da angiografia e relembrou-nos que houve um Prémio Nobel da Medicina Português, alertando para a falta de reconhecimento nacio-nal em relação a Egas Moniz. Com um discurso calmo, coloquial e divertido o suficien-te para nos rirmos vezes de mais, o professor mostrou-nos tratamentos que nós não imaginávamos existirem. Como poderíamos saber que o cancro da próstata pode ser com-batido com a introdução de minúsculas doses de radiação inseridas em agulhas do tamanho das de acupunctura? Como poderíamos saber que o cancro da mama nos homens era de péssimo trato, em parte devido à inadaptação da máquina da mamografia ao corpo masculino? Como poderíamos saber

que, para os técnicos de radioterapia estarem completamente protegidos, precisariam de protecções de chumbo com um metro de espessura? Como poderíamos saber que médicos e técnicos são constantemente orientados por físicos de par-tículas que fazem os cálculos para as doses de radiação ne-cessárias para casa paciente? Como poderíamos saber que há poucos, muito poucos cientistas especializados na física médica? Não poderíamos, porque estas são verdades que só quem trabalha nestes ramos descobre e, infelizmente, não são áreas para as quais a maioria da população esteja sensi-bilizada.Por tudo isto, era importante para todos ouvirem este sábio professor com postura de jovem aluno, este homem da ciên-cia com postura de amigo. Mas poucos tiveram a disponibi-lidade necessária para duas horas de conhecimento e, assim, a palestra acabou por pecar pela falta de adesão da comuni-dade educativa e médica. Os que souberam, quiseram e conseguiram ouvi-lo, certa-mente, estão mais doutos, mais argutos e muito mais humil-des. Porque conhecer homens fortes de mente e de persona-lidade ensina qualquer um a crescer.

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Sancho Notícias

Nós ... e o Futuro 9

Nos dias 15 e 16 de Março de 2010, realizou-se, na nos-sa escola, o II Encontro de Energias Renováveis, este ano, subordinado ao tema Energias Renováveis e Alterações Climáticas, com o objectivo de promover o estudo, desen-volvimento e divulgação deste tipo de energias junto da comunidade escolar. Cabe à escola contribuir para a expan-são do ensino nesta área, informar e sensibilizar o público, divulgando o projecto e as várias iniciativas desenvolvidas.O evento pretendeu fomentar a discussão entre os elementos da comunidade escolar, no que concerne aos temas relevan-tes para os organismos, instituições e pessoas individuais com actividade no vasto domínio das Energias Renováveis e, acima de tudo, mudar comportamentos. Outro objectivo foi a divulgação dos projectos de elaborados pelos alunos da Escola, além da obtenção de contribuições originais nos temas seleccionados, que abrangem as actividades desenvol-vidas pelos laboratórios, o tratamento de assuntos teóricos de interesse geral e o desenvolvimento de novas tecnologias. A ideia de realizar o evento partiu dos professores Filipe Pe-reira e Manuel Ângelo Oliveira do curso de Electrotecnia, os quais sublinham que a vertente das energias renováveis tem seduzido os alunos.

Na sessão de abertura, o Director da Escola, Eng. Benjamim Araújo, congratulou-se com a realização do evento, afirman-do que estas iniciativas vão de encontro à filosofia seguida no nosso estabelecimento de ensino e que a Escola D. San-cho I é pioneira nas Energias Renováveis a nível nacional.Foram convidadas várias empresas do sector:ABB, Klean Energie 4 Life, Selfenergy, Egreen`s, Toyota Portugal, En-gebook e a Revista “O Electricista”. Estas expuseram os produtos que comercializam, para que os nossos alunos e os das várias escolas que nos visitaram tivessem um primeiro contacto com as soluções existes para resolver o problema da dependência energética. Para que o leque de conheci-mentos fosse mais vasto, em simultâneo com a exposição,

realizaram-se, na sala Rómulo de Carvalho, várias palestras subordinadas aos temas: Energia Solar Térmica; Energia Fotovoltaica, Energia das Marés e Ondas; Microgeração; Protecções das instalações fotovoltaicas; Energia Eólica; política energética e altera-ções climáticas; medidas ecoeficientes implementadas na Escola Secundária D. Sancho I; Implementação de sistemas sustentáveis de biogás e bioenergia; Energia; Auditorias energéticas/ utilização racional de energia; Biocombustíveis e resíduos sólidos; Edifício solar XXI.

No final do encontro, após conversa com os vários exposito-res, foi-nos dito que é de apoiar e enaltecer este tipo de ini-ciativas porque é necessário transmitir à comunidade escolar a importância das energias renováveis para que seja possível acreditar num futuro melhor.

II Encontro de Energias Renováveis na Escola D. Sancho IManuel Oliveira e Filipe Pereira, Profs de Electrotecnia

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Sancho Notícias

10 Nós ... em diálogo

Num mundo em constante evolução, a forma de perspectivar o Outro nem sempre tem evoluído positivamente. Cabe à escola compensar as lacunas deixadas pela família e pela sociedade. A Sancho Notícias, com a colabora-ção dos jovens repórteres, Raquel Ermida e André Silva, alunos do 12º ano, resolveu dar voz aos protagonistas de alguns sectores, cuja actuação é fundamental para todos Nós.

Presidente da Associação de EstudantesMilton Tavares, 1206

O que é que o levou a candidatar-se à presidência da As-sociação de Estudantes?O principal motivo que levou à mi-nha candidatura foi limpar a ima-gem da Associação de Estudantes, uma vez que considero que, nestes últimos anos, as presidências que nos antecederam não desenvolve-ram um trabalho de reconhecimen-to junto dos alunos. E, portanto, a nossa principal motivação é mostrar uma associação presente para que os alunos possam sempre contar connosco.

De que forma a AE pode contribuir para o bem-estar dos alunos?A associação poderá fazê-lo de várias maneiras. Mas uma vez que pretendemos estar sempre presentes, temos realiza-do e planeado projectos como passatempos e torneios para que os alunos, no final das aulas, tenham alguma outra ocu-pação. Neste momento, estamos a realizar o torneio de fu-tebol e de seguida estamos a pensar em fazer um torneio de póquer. No dia 19 de Março, pretendemos fazer um desfile de moda, no qual vamos eleger a Miss e o Mister Sancho. Dia 26, teremos a Viagem de Finalistas. No terceiro período, iremos realizar uma festa e uma espé-cie de festival para as várias bandas que temos na escola, as quais são formadas por diversos alunos.Esse festival será realizado no exterior, num dos campos de futebol, e a ideia é revelar os talentos que a escola possui. Finalmente, vem o Baile de Finalistas, que estamos agora a começar a organizar, com a colaboração da professora Vanda Tavares de História e da professora Glória Silva de Portu-guês.

Enquanto presidente da AE, que mensagem gostaria de deixar aos alunos?Gostaria de frisar o facto de esta ser uma Associação dife-rente e que se quer manter aberta a todos os alunos, para que eles possam entrar e passar lá o seu tempo, sempre conforme as regras de funcionamento próprias de uma escola. Somos dezasseis e todos podem contar connosco para trabalharmos juntos!

GOSTO DE...Um livro: Memorial do ConventoUm filme: Profissão de RiscoUma música: “I Know you don’t love me” do 50centUma cidade: Loret Del MarUm objecto: o telemóvelUm prato: Cozido à Portuguesa

Qual é a sua opinião sobre o papel da Associação de Pais na escola?Acho que é importantíssima. Eu tenho dois filhos, um de 28 anos e o outro com 20, mas que já não se encontra nesta escola. Contudo, como o meu mandato tem a duração de dois anos, eu permaneci como Presidente da Associa-ção de Pais para terminar o exercício das minhas funções. Há que recordar aos pais que a sua presença na Escola, mais ou menos formal, é funda-mental, com o intuito de ajudar os professores e os próprios alunos a alcançarem o mesmo fim: o de ser capaz de educar para a vida.

Como se sente no papel de representante dos pais dos alunos desta escola?Sinto-me bem porque sempre gostei de fazer algo pela co-munidade escolar, neste caso, a Escola D. Sancho I. Eu sem-pre pertenci a Associações de Pais, há cerca de vinte e tal anos que o faço. Desde a pré-primária dos meus filhos. Mas fui sempre ou Secretário ou Tesoureiro. Há cerca de três anos, esta escola não estava a conseguir arranjar alguém, de consenso, que não deixasse cair a Associação. Na verdade, a Associação de Pais da D. Sancho formou-se porque um amigo meu, com o qual estive na Associação da escola Júlio Brandão, quando passou para esta escola, tentou “pegar” no-

Presidente da Associação de Pais Acúrsio Pereira

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11 Nós ... em diálogo

vamente na Associação de Pais da D. Sancho, que se encon-trava um pouco debilitada. A razão é que os pais não têm a sensibilidade que deviam ter e arranjam sempre razões como o “não tenho tempo”, não participando muito nestas activi-dades. Entretanto, quando esse colega saiu, em unanimidade com a restante Associação e outros elementos, fiquei, de boa vontade, à frente da Associação de Pais.

No contacto com os encarregados de educação que ques-tões lhe têm sido colocadas?Os contactos com os encarregados de educação até nem têm sido muitos. É, de facto, algo que nós verificamos: não há muita procura por parte dos pais em relação à Associação. O que nós temos feito é trabalhar juntamente com a esco-la. Nós fazemos parte do Conselho Geral, do Pedagógico e, portanto, estamos na rectaguarda, mas sempre atentos ao que se passa na escola. Logicamente que às vezes vem um ou ou-tro pai abordar assuntos como a segurança (do meio envol-vente da escola e não dentro da escola).Porém, não sentimos realmente uma grande adesão dos pais nem grande interesse. Penso que tem sido o despejar dos filhos na escola e depois vêm buscá-los outra vez e não se interessam muito.

Então, nesse sentido, enquanto representante dos pais, gostaria de deixar uma mensagem à comunidade esco-lar?Sim: que os pais deveriam ser mais participativos na comu-nidade e dispender, de facto, mais tempo com a escola e com os filhos. Que os acompanhem não só em casa, mas que ve-nham também à escola para saberem como esta funciona, e o que é preciso para os filhos. Enfim, de facto, o que sentimos na Associação é que vêm sempre os mesmos. Nas reuniões vêm só oito ou nove pais em turmas de 28 ou 30 alunos.

GOSTO DE...Um livro: A BíbliaUm filme: Um Homem a quem chamaram cavaloUma banda: Pink FloydUma cidade: Ndalatando (Angola)Um objecto: lapiseiraUm prato: Muamba

Chefe dos Serviços Administrativos Ana Pires

Chegou à escola há pouco tempo. Como está a sentir esta mudança no seu percurso profissional?

Eu cheguei há precisa-mente um ano a esta es-cola para a direcção dos serviços administrativos. Na verdade, já cá esti-ve a trabalhar há cerca de trinta anos, em 1977, como auxiliar de acção educativa. Entretanto, fui concorrendo, até que cheguei a chefe dos serviços adminis-trativos. Em Dezembro de 2008, houve um concurso no qual participei e, pela nota que obtive, pude escolher a Escola que queria, optando, assim, pelo regresso às raízes. Estou a gos-tar muito, sempre trabalhei em escolas de ensino básico, mas prefiro os alunos mais crescidos, aliás, a minha preferência vai para os mais rebeldes!

De que forma é que os serviços administrativos contri-buem para o funcionamento da escola?Ora bem, tudo o que diz respeito a papeladas, matrículas, funcionamento das turmas, pagamentos... constitui o motor de funcionamento da escola, sendo essencial para que esta trabalhe bem.

Sendo este um serviço a que toda a comunidade escolar recorre, que apreciação faz acerca das relações interpes-soais que tem estabelecido?Têm sido óptimas, desde professores a alunos. Como já dis-se, gosto muito dos alunos mais velhos, principalmente, os mais irreverentes. Quando vêm para aqui de castigo traba-lhar, relacionamo-nos muito bem através do diálogo e aca-bam por acatar as orientações. Estou muito satisfeita com todo o ambiente!

GOSTO DE...

Um filme: A filha de Ryan

Um livro: O Advogado do

DiaboUm cantor(a): Dulce Pontes

Uma Cidade: Porto

Um objecto: a aliança

Uma comida: bacalhau

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12 Nós ... em diálogo

Quais são as funções que desempenha na equipa directi-va da escola?

Eu desempenho o cargo de adjunto do director e, por-tanto, compete-me auxiliá-lo no exercício das suas funções, que são delegadas, especificamente, em cada adjunto. No meu caso, é o de coordenar os cursos para adultos. Neste momento es-tou a coordenar quer a for-mação lectiva, quer a formação não lectiva dos cursos que temos em funcionamento que são: os Cursos do Ensino Re-corrente, os Cursos EFA, os Cursos CEF e os de Formação Modelar Certificada. Para além disso, estou a trabalhar nos projectos de âmbito europeu que têm a ver com adultos e também nas candidaturas para a obtenção de financiamento para determinado tipo de cursos como é o caso dos profissio-nais, dos CEF, das Formações Modelares Certificadas e dos EFA. Estou, também, a trabalhar no projecto de estágio no estrangeiro, entre muitas outras funções.

Que alterações foram implementadas, nos últimos anos, no ensino nocturno?Foram bastantes. Neste momento, temos a funcionar EFA’s, Recorrente, CEF’s e Formação Modelar Certificada. Dantes, o ensino recorrente funcionava por unidades capitalizáveis e permitiu a alunos dos cursos diurnos terminarem o seu per-curso académico que, muitas vezes, deixavam incompleto, nomeadamente, por uma ou outra disciplina que ficava em atraso. Deste modo, submetiam-se a um processo de equiva-lências, terminando o seu curso no ensino recorrente. Desta forma, demos resposta a centenas de casos quer do conce-lho, quer de concelhos vizinhos que não tinham um leque tão variado de disciplinas que proporcionasse um plano de equivalências tão útil ao candidato. Entretanto, o ensino re-corrente por unidades capitalizáveis foi reformulado e pas-sou a existir o ensino recorrente por módulos capitalizáveis, em que os programas escolares são os mesmos que os dos cursos diurnos, mas o programa está dividido em módulos. Ultimamente, surgiram os cursos de Educação e Formação para Adultos sendo uma das componentes dessa formação a Formação Modelar Certificada que foi criada recentemente.

Considera a relação aluno/professor diferente no contex-to do ensino nocturno?Não. A única diferença que noto, e tendo em conta a dife-rença etária, é a questão do comportamento. Ao nível dos cursos nocturnos, não chegam até mim tantos problemas de comportamento como dos cursos diurnos. É lógico que a for-ma de lidar com um adulto é completamente diferente da de lidar com jovens, o que implica que nós, como professores, temos que respeitar a experiência de vida de cada um. Isto não significa que o que se possa dizer a um jovem não se possa dizer a um adulto, até porque todos estão cá igualmen-te em processo de formação.

GOSTO DE...

Um livro: Os Maias

Um filme: E.T.

Banda/cantora: GNR/

Dulce Pontes

Uma cidade: Roma

Um prato: Bacalhau

Adjunto da DirecçãoArtur Passos

Coordenadora da BibliotecaIrene.Pereira

Em que consiste o centro de recursos e o que pode pro-porcionar aos alunos?No centro de recursos, podemos encontrar tudo…Supostamente, é um local onde se tem acesso a livros, aos mul-timédia e aparelhos de som. Neste momento, a maioria dos computadores fixos estão ava-riados ou não trabalham bem. A maioria das aparelhagens está danificada e os MP3 são pouco requisitados. Livros, temos muitos, todavia, os alunos prefe-rem internet.

Em termos preferências, o que procuram mais os alunos?Os discentes preferem computadores e filmes acima de tudo, porém, também temos aqueles que lêem bastante – mas são poucos. Nas nossas estatísticas, temos como mais lidos a saga do Crepúsculo, a Manhã Submersa (devido a concur-so de leitura) e Os Maias, por fazerem parte do programa de Português de 11º ano.

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13 Nós ... em diálogo

Presidente do Conselho Geral António Pinto

Como é constituído o Conselho Geral da Escola?

O Conselho Geral da Escola é constituído por vinte e um membros, sendo que sete re-presentam os professores, dois alunos (ensino diurno e noc-turno respectivamente), dois funcionários, três da Câmara Municipal (vice-presidente, funcionário superior da Casa de Camilo e funcionário da Câmara Municipal), quatro representantes dos Encarregados de Educação e três que representam as actividades econó-micas e culturais da região (Centro de Emprego e Formação Profissional de V. N. de Famalicão, Associação de Centros de Saúde da mesma e Associação do Centro de Formação de Professores). Estas entidades estão aqui representadas, uma vez que o novo modelo de gestão da escola assim o deter-mina, tendo como princípio base que a escola não é algo de isolado numa determinada região, visto que essa comunida-de deve ter uma palavra a dizer na organização e gestão da escola, pois a mesma procura responder aos interesses e às necessidades dessa comunidade onde está inserida.

Destaque algumas competências deste órgão? Qual a sua função?O Conselho Geral é o órgão de direcção estratégica da esco-la, isto é, elabora um plano de princípios gerais que devem orientar a mesma, visto que na prática a gestão compete ao director. Neste sentido, este órgão máximo elabora e aprova o regulamento interno da escola, que é da sua inteira res-ponsabilidade, aprova o projecto educativo que é formula-do pelo director. Este é eleito ou demitido pelo Conselho Geral. Para além disso, aprova o plano de actividades, as linhas orientadoras do orçamento e a fiscalização dos órgãos de gestão da escola. Em suma, podemos dizer que este órgão tem o poder legislativo e o director o executivo.

Como perspectiva o papel deste novo órgão no futuro da escola?Bem, numa perspectiva de gestão, eu julgo que é correcto que, para além do director, exista um órgão mais alargado que coopere na gestão e que também fiscalize os actos do di-rector, visto que, a não ser assim, a escola seria administrada de uma forma unipessoal com todos os inconvenientes que daí poderiam advir. Assim, o Conselho Geral acaba por apa-recer como um sistema de controlo e verificação dos actos de gestão da escola. Na minha perspectiva, é positivo, dado que garante uma certa democracia na administração da escola, uma vez que no Conselho Geral está representado todo o sistema educativo.

GOSTO DE...

Um livro – As Moscas, de Jean-Paul Sartre

Um filme – E tudo o vento levou

Uma música – todas dos Creedence Clear-

water Revival

Uma cidade – Lisboa

Um objecto – Caneta (da qual nunca me

separo)Uma comida – Cozido à portuguesa (em-

bora eu coma para viver, mas não viva para

comer)

Para além de coordenadora do Centro de Recursos, con-tinua a leccionar a disciplina de Português. O que a re-aliza mais em termos profissionais?Sem dúvida, prefiro leccionar a ser coordenadora do centro de recursos, uma vez que este me desgasta imenso, embora tenha vindo para aqui porque gosto… Todavia, entendo que a biblioteca tende a tornar-se extremamente burocrática (só papelada….).

GOSTO DE...

Um livro – Cem Anos de Solidão

Um filme – Era uma vez na América,

de Sérgio Leone

Uma cidade – Veneza

Um objecto – O computador

Um prato – Arroz de cabidela

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14 Nós ... em acção

Laboratórios Abertos 09/10

Mais uma vez, se realizaram, no dia 26 de Fevereiro, os “Laboratórios Abertos 09/10”. Esta actividade foi desen-volvida pelos grupos disciplinares de Biologia e Geologia e de Física e Química, tendo contado com a participa-ção e colaboração nas diferentes experências laboratoriais de alunos dos 9º, 10º e 11º anos. Tal como em anos an-teriores, consistiu na realização de actividades experimentais dirigidas a alunos dos 3º e 4º anos de escolaridade. Este ano, recebemos a visita de cerca de 250 alunos das escolas do ensino básico do nosso concelho.

No passado dia 26 de Fevereiro de 2010, foi dada aos mais novos - alunos do primeiro ciclo das escolas do concelho - uma oportunidade de questionar e descobrir um pouco sobre o mundo das ciências experimentais. Com a ajuda dos alu-nos dos cursos de prática experimental, foram levadas a cabo diversas actividades que visaram despertar nos mais novos a curiosidade e o interesse por este tipo de experiências. Como aluna dinamizadora, considero que foi uma experiên-cia muito enriquecedora, uma vez que, através da ciência, contactámos com crianças muito diferentes, com distintos gostos e interesses, mas igual empenho e entusiasmo nas ac-tividades desenvolvidas.

Filipa Dias, 1102

Considero que a minha participação nos Laboratório Aber-tos foi uma boa experiência e bastante enriquecedora. Re-cordando esse dia, relembro o sorriso das crianças enquanto viam algumas das nossas experiências, o fascínio e interesse destas na procura de uma explicação que lhes satisfizesse a curiosidade e lhes ensinasse algo mais. O simples acto de sair da carteira e colocar-se no lugar do professor, não apenas aprendendo, mas podendo partilhar com os outros um pouco do nosso conhecimento e do que é a Ciência, é francamente motivador, engraçado e uma ex-celente experiência que, caso tenha oportunidade, repetirei com todo o gosto.

Daniel Dias, 1102

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Roteiro de uma Visita a LisboaGrupo “Olhos de Sombra”, 1207

Nos dias 9 e 10 de Fevereiro de 2010, os alunos dos grupos de Área de Projecto “Olhos da Som-bra” e “Esoteris-mo em Fernando Pessoa”, da tur-ma 1207,realiza-ram uma visita de estudo a Lisboa a fim de conhecer a Casa de Fernando Pessoa e a Casa de Saúde do Telhal – Ordem Hospitaleira de S. João de Deus. A turma 1206 foi convidada a acompanhar-nos nesta actividade.Depois do almoço e de alguns alunos terem provado ou re-lembrado o sabor dos famosos pastéis de Belém, foi hora de seguir para a casa de Fernando Pessoa. Esta visita foi mui-to interessante e foram cumpridos os objectivos delineados pelo grupo “Esoterismo em Fernando Pessoa”.

Seguimos para a “downtown” de Lisboa, ou seja, a baixa Pombalina. Aí, sob a orientação e explicação dos professores responsáveis, os alunos tiveram oportunidade de conhecer melhor esta área histórica e de relacionar esses conhecimen-tos com as aprendizagens desenvolvidas na disciplina de História.Na visita à baixa e suas áreas envolventes, passámos pela Rua Augusta, Câmara Municipal de Lisboa, Chiado, Café “A Brasileira”, Quartel do Carmo e acabando em grande, no Hard Rock Café.Depois do jantar no Centro Comercial Vasco da Gama, foi tempo de seguirmos para a Pousada da Juventude, que se situa em Almada. No dia seguinte, seguimos para Sintra em direcção à Casa de Saúde do Telhal – Ordem Hospitaleira de S. João de Deus.

Nós ... em acção

Índia RealAnabela Costa, Inês Sousa, Mónica Vilela, Regina Miranda e Telma Domingues, 1207

Na semana de 12 a 19 de Fevereiro, foi apresentada, no átrio da nossa escola, uma exposição intitulada ‘‘A Índia Real”, orga-nizada por um grupo de Área de Projecto da turma 1207, deno-minado Casta’s.Esta exposição abordava, através de textos e fotos, alguns dos assuntos que mais distinguem a cultura Indiana da Por-tuguesa. A selecção foi difícil perante tão rica e diversificada cultura, mas a escolha ficou-se pelo “Deus Ganges”, onde cinzas e corpos de defuntos são depositados; mesmo assim, os habitantes servem-se da água desse rio para saciar a sede e tomar banho. Através do título ‘’Sonho Indiano”, mostrá-mos a cor e a beleza da Índia; com “casamento e viuvez’’, realçámos o contraste da festividade bela do matrimónio, ar-ranjado e sem regras, com a tristeza da viuvez incolor. Ilus-trámos as divergências sociais que vigoram no “Sistema de Castas’’, segundo qual os ricos são cada vez mais ricos e os pobres além de estarem cada vez mais pobres, podem nem ser considerados humanos pelas classes superiores. Por fim, não nos podíamos esquecer de através dos “símbolos sagra-do’’, revelar um pouco das inúmeras representações incrivel e cegamente respeitadas pelos crentes Hindus.Esta foi apenas uma pequena amostra de uma grande cultura que, mesmo difícil de compreender por nós, ocidentais, me-rece respeito pela sua força e tradição.

Chegados ao destino, foi possível ver e ouvir a história desta casa. Convém também mencionar que os alunos e os profes-sores almoçaram na Casa de Saúde junto com profissionais da área de Psiquiatria e com alguns doentes mentais, utentes da instituição. O almoço foi agradável e esta interacção im-portante, pois mostrou que é possível conviver com pessoas portadoras de doenças mentais, as quais mostraram ter o seu potencial.Já à tarde, finda a visita à Casa de Saúde do Telhal, foi hora do regresso a casa, não tão desejado quanto isso. Em suma, estas duas visitas tiveram bastante importância, tanto na aprendizagem de novos conhecimentos acerca de Fernando Pessoa, como na apreensão de conhecimentos acerca de doenças mentais e demências.

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16 Nós ... em acção

D. Sancho na Praça da AlegriaMaria Antonieta Costa, Prof. de História

Eram cerca das 8 horas e 30 minutos do dia 5 de Fevereiro, quando um grupo de formandos dos Cursos EFA deixou a escola para uma visita de estudo. Desta vez, o destino foi os estudos da RTP, no Porto. As inscrições estiveram abertas a todos os cursos EFA (Básico e Secundário) e participa-ram aqueles que podiam dispor de uma manhã de sexta-feira sem trabalho. O grupo de 25 formandos dos Cursos de BAA, SE1, SE3, SE4, SEC2, TAE 1, TAE2, TE1, TE2, TAG1, TV e TDCM, acompanhados pela organizadora da visita, a for-madora Maria Antonieta Costa, partiu à descoberta do que é assistir ao vivo a um programa que é transmitido em directo (Praça da Alegria) e do que são os bastidores de uma estação de televisão.O acolhimento foi fantástico! Os profissionais que nos rece-beram e os técnicos que asseguravam a transmissão do pro-grama foram de uma grande amabilidade para com o grupo. O apresentador Jorge Gabriel excedeu-se em simpatia, che-gando mesmo a sacrificar um intervalo para tirar fotografias colectivas e individuais com a malta.Os participantes puderam observar como é um estúdio de te-levisão e como se faz um programa ao vivo (nomeadamente o controle infalível do tempo, ao nível do segundo). No final do programa, tiveram ainda a oportunidade de entrar numa das régies em funcionamento e observar o trabalho de equi

pa dos técnicos, ao procederem à gravação de um momento publicitário com Jorge Gabriel, para o programa da próxima segunda-feira. Houve ainda mais uns minutos para coloca-ção de questões, satisfazendo assim a curiosidade de alguns dos formandos.No final de uma manhã tão preenchida (e todos já com o «es-tômago a dar horas»), a formadora apelou à reflexão sobre a visita, deixando a indicação da importância da existência de um testemunho da actividade no Portefólio Reflexivo das Aprendizagens de cada um dos presentes.

Carnaval Veneziano na D. SanchoArtur Passos, prof . de Contabilidade

A alegria encheu a Escola Secundária D. Sancho I, no dia 12 de Fevereiro, à noite. Foram responsáveis por isso as turmas do curso EFA Secundário de Acção Educativa. As formandas da turma TAE2 promoveram um desfile que nos levou até Veneza, à sua magia e sumptuosidade. Seguiu-se a apresentação da turma TAE1, contemplando diversas temáticas, desde a natureza até à mulher sexy, passando pelo par Mikey. Receberam grande aplauso da comunidade educativa. De salientar que as máscaras foram elaboradas pelas formandas com materiais reciclados. Cumpriu-se assim, de forma bem divertida, um dos objectivos da formação – pôr em prática e mostrar as técnicas que adquiriram nas aulas.

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17 Nós ... em acção

II FILOCAFÉ - Ciclo de Palestras 2010 da APEFPEugénio Oliveira, prof. de Filosofia

A APEFP - Associação Portu-guesa de Ética e Filosofia Práti-ca - iniciou no dia 15 de Janeiro o seu II FILOCAFÉ - Ciclo de Palestras 2010, na Sala Rómulo de Carvalho da Escola Secun-dária D. Sancho I de V. N. de Famalicão, reeditando assim o FILOCAFÉ, que no ano tran-sacto se realizou no Museu Ber-nardino Machado desta mesma cidade.Esta segunda edição conta com a colaboração da Escola Se-cundária D. Sancho I, que integra este Ciclo de Palestras no seu plano anual de actividades, possibilitando assim a toda a comunidade educativa a oportunidade de presenciar e parti-cipar neste conjunto de palestras com temas diversificados e da maior importância para o enriquecimento social e cultural de alunos, professores, funcionários, encarregados de educa-ção e de toda a sociedade civil.Na abertura oficial do FILOCAFÉ, marcaram presença o Dr. Eugénio Oliveira, professor da Escola Secundária D. San-

cho I e Presidente da Direcção Nacional da APEFP, e o Dr. António Pinto, professor e Presidente do Conselho Geral da Escola Secundária D. Sancho I, tendo afirmado ambos, nas suas intervenções, a importância que este evento tem a nível nacional na promoção da ética, da cultura e da filosofia prá-tica, bem como pelos importantes convidados /palestrantes para os vários temas que constam desta segunda edição.Após a abertura oficial, teve lugar a 1ª palestra, que con-tou com uma sala completamente esgotada, para assistir ao

tema: "O que é o Humor Filosófico?" e cujo orador convida-do foi um dos maiores especialistas da matéria em Portugal, o Dr. Miguel Coimbra. O Moderador foi o Dr. Manuel Bar-reira, Vice-Presidente da APEFP e o Secretário foi Evandro Semedo, aluno da Faculdade de Filosofia de Braga - UCP e a realizar estágio na APEFP.O Dr. Miguel Coimbra centrou a sua comunicação em duas perspectivas gerais acerca da opinião que se tem da Filoso-fia, a primeira: “A filosofia não serve para nada” ou “ Apenas serve para discutir o sexo dos anjos” e a segunda: “A filoso-fia serve para tudo”. Quanto à primeira perspectiva, come-çou por afirmar: “Não se dediquem à filosofia se acharem que é uma coisa vaga porque pode levar a consumir bebidas intragáveis, a perder a cabeça, a ter condições de trabalho piores do que muitos chineses e a sentir um amor doentio por cavalos”. Depois de dizer estas palavras, ele explicou o sentido de cada uma delas e o porquê. Aprofundou esta perspectiva com outras referências, mostrando algumas fo-tografias relacionadas com o Humor e Filosofia. Em relação à segunda perspectiva, Miguel Coimbra falou da filosofia como um instrumento fundamental para o homem e as suas actividades. Segundo ele, os filósofos são Bússolas, Soterio-logistas, Consoladores, Farmacêuticos. Também explicou os referidos conceitos, dando exemplos para cada um. O público presente demonstrou um grande entusiasmo pela excelente comunicação do Dr. Miguel Coimbra que, para além da sala completamente esgotada, conseguiu que a boa disposição fosse a tónica da sua exposição.A APEFP, em colaboração com a Escola Secundária D.SanchoI, demonstrou que consegue, através de iniciativas como esta, dar uma nova alma à Filosofia em Portugal, fa-zendo com que as pessoas sintam o gosto por esta área do saber. No próximo dia 19 de Fevereiro, prossegue o II FILOCAFÉ, com a 2.ª palestra: Que papel têm as emoções na vida hu-mana?, cujo orador convidado é o Dr. João Abreu, Director da Academia das Emoções

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18 Nós ... em acção

Frei Luís de Sousa em palco!Mariana Oliveira, 1106No passado dia 12 de Fevereiro, às 8:45h, as turmas do 11º ano da Escola Secun-dária D. Sancho I deslocaram-se ao Auditório Municipal de Gaia, acompanhados pelos respectivos professores da disciplina de Português, para assistir à represen-tação da peça Frei Luís de Sousa. Esta teve início às 10h, ocupando grande parte da manhã e, posteriormente, proporcionaram-se momentos de convívio durante a pausa para almoçar. O regresso a Vila Nova de Famalicão ocorreu por volta das 16:30h. A obra de Almeida Garrett foi analisada nas aulas de Português desde o início do 2º período e, deste modo, esta visita de estudo pode ser encarada como um bom complemento às aulas, permitindo melhorar a compreensão e interpretação da obra de uma forma mais dinâmica, captando mais facilmente o interesse e atenção dos estudantes. É também um modo de aprendizagem que motiva os alunos, sensibilizando e despertando o gosto por este género literário (o drama), servindo, não só para o optimização do processo de ensino/aprendizagem, mas também para alargar os horizontes culturais. Os alunos demonstraram um grande entusiasmo e receptividade a esta actividade bastante enriquecedora, realçando também a importância do teatro, muitas vezes desvalorizado, principalmente pelo público jovem.

No final do 1º período, a 17 de Dezem-bro, os alunos do ensino básico da nossa escola deslocaram-se à escola secundária de Joane, Padre Benjamim Salgado, a fim de receberem o Diploma de Estudos de Língua Francesa em con-texto escolar (DELF Scolaire) realiza-do no ano lectivo de 2008-2009. Foram acompanhados pela Subdirectora da escola, Drª Maria Amélia Figueiredo e pela professora de Francês, Drª Maria do Carmo Amorim, responsável pela colaboração da escola com a organiza-

O DELF ESCOLAR está ao teu alcance...Maria do Carmo Amorim, prof de Francês

ção do DELF. A cerimónia contou com a presença, entre outras personalidades, do Cônsul Francês de quem os alunos receberam o diploma. O DELF é um exame de língua fran-cesa promovido pelo governo Francês através da sua embaixada em Portugal e da Alliance Française com o propósi-to de estimular a aprendizagem da língua francesa e certificar os alunos. Inscreve-se no quadro de um acordo realizado entre as autoridades educati-vas locais e a embaixada de França em Portugal. A partir do 8º ano, os alunos podem candidatar-se a um nível defini-do no Conselho da Europa para as línguas e explicitado no Quadro Euro-peu Comum de Referência para as lín-guas estrangeiras. Este diploma DELF SCOLAIRE (Diploma de Estudos em Língua Francesa em contexto escolar) emitido pelo Ministério Francês da Educação Nacional, certifica as com-petências em Francês dos alunos es-trangeiros de acordo o QECR (Quadro Europeu Comum de Referência para as

línguas estrangeiras). Em cada nível, o aluno realiza provas de compreensão e produção oral e escrita.Os alunos interessados deverão in-formar-se junto da sua professora de Francês com quem deverão realizar a sua inscrição, até ao dia 23 de Março, entregando-lhe uma ficha de inscrição, uma fotocópia do bilhete de identi-dade, o número de contribuinte para a emissão do recibo e a quantia corre-spondente ao nível a que se candida-tam: A1 18 euros, A2 20 euros, B1 25 euros, B2 30 euros.As provas colectivas (compreensão oral e escrita; expressão escrita) real-izar-se-ão na escola secundária Padre Benjamim Salgado, nos dias 06 e 07 de Maio, consoante o nível:

- A1 e B1 dia 06 de Maio de 2010- A1 das 9:00 às 10:30- B1 das 11:00 às 13:00- A2 e B2 dia 07 de Maio de 2010- A2 das 9:00 às 10:40- B2 das 11:00 às 13:00

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No dia três de Março, durante o período da manhã, na sala Rómulo de Carvalho, realizou-se uma actividade subordinada ao tema, “Par Fantástico: Actividade Fí-sica e Alimentação”. Para assistir à mesma, contámos com a presença de quatro turmas do 12º ano.

O Clube de Saúde propôs a realização desta acção para sensibilizar os presentes de que ter uma boa imagem corporal não é sinónimo de dietas “loucas”(restritivas e monótonas), nem da prática de “overtrainning”(treino físico excessivo), mas sim, da adopção de estilos de vida saudáveis, o que significa dançar em harmonia com o par fantástico que integra o epíteto da palestra citada.Para aprofundar este assunto, contámos com a presença de dois especialistas, um na área da Actividade Física e Desportiva, o Professor Simão Carneiro, e outro na área da Nutrição, a Dra. Alexandra Lima.O Professor Simão Carneiro, com a sua intervenção “Um bom motor gasta muito combustível?”, destacou a importância da exercitação muscular. Comparando o organismo humano a um carro, elucidou a plateia que o “motor” do homem é o músculo e que este prefere um depósito pouco cheio, ou seja, com pouca gordu-ra. Com esta metáfora, reiterou a importância do treino da força muscular como uma das estratégias pilares na promoção da Saúde.A Dra. Alexandra Lima desenvolveu o tema “Como perder uns quilos” e enfatizou que a questão de ter uma alimentação saudável não significa “passar fome“, mas sim “saber comer”. Para isso, transmitiu alguns conse-lhos úteis que nos ajudam a controlar o peso. Também distribuiu, pelos alunos, um plano alimentar ideal que,

segundo a sua opinião, é apenas uma referência, uma vez que qualquer plano alimentar deve ser adaptado a cada pessoa e, antes de se iniciar uma dieta, deve con-sultar-se um Nutricionista”.

Terminámos a sessão, com um rastreio antropométrico. Os alunos interessados puderam conhecer alguns indi-cadores físicos, tais como o índice de massa corporal, a percentagem da massa gorda, o peso de referência e as necessidades energéticas. A partir do conhecimento destes indicadores, os alunos ficaram a saber se esta-vam ou não com um peso ideal, de acordo com a sua idade, género e nível de actividade física diária.Em jeito de conclusão, podemos afirmar que esta pales-tra foi um sucesso, uma vez que todos os participantes, em nome do seu bem-estar psíquico, físico e social, en-tenderam duas coisas: “comer para viver e não o con-trário” e que “parar é morrer“.

Nós ... e a Saúde

“ Par Fantástico: Actividade Física e Alimentação”Clube de Educação para a Saúde

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Primeiros-socorros em contexto escolarClube de Educação para a Saúde

No espaço escolar, é comum a ocorrência de acidentes ou outras com-plicações resultantes do agravamento de doenças crónicas (ex. crise de hipoglicemia, epilepsia…). Neste sentido, o Clube de Educação para a Saúde promoveu, mais uma vez, no dia 10 de Março, uma formação sobre "Primeiros Socorros em Contexto Escolar". A formação que, este ano, contou com a presença de todos os directores de turma, teve como formadoras as enfermeiras Fátima Gomes e Sameiro Jorge, da Equipa de Saúde Escolar do Centro de Saúde de Vila Nova de Famalicão. Os primeiros socorros são procedimentos básicos e simples prestados à vítima no local do acidente ou próximo dele, atitudes que, na maioria das vezes, salvam e/ou evitam o agravamento do estado de saúde do acidentado, desde que prestado por pessoas treinadas. Caso contrário, atitudes inadequadas podem causar maiores danos e, inclusivé, a morte.As formadoras transmitiram um conjunto de informações e procedimentos a seguir nas situações de emergência que são mais frequentes no espaço escolar.Partilharam-se experiências, esclareceram-se dúvidas e adquiriram-se técnicas básicas de primeiros socorros. Es-tas acções são uma mais valia para aqueles que poderão ter, no futuro, de lidar com situações reais, num contexto escolar.

Nós ... e a Saúde

O Serviço de Psicologia vem sentindo a necessidade de, numa atitude preven-tiva, intervir de forma pertinente em re-lação a algumas temáticas consideradas chave num positivo desenvolvimento dos jovens em geral e dos da Escola Se-cundária D. Sancho I em particular. Por uma questão de organização de traba-lho, e de modo a contemplar um núme-ro abrangente de alunos, a intervenção do Serviço de Psicologia, no âmbito da temática do “Consumo de Drogas: Lícitas ou Ilícitas”, será direccionada para as turmas de 11.º ano dos cursos gerais. Esta decisão surgiu na sequên-cia de uma intervenção piloto realizada numa das turmas do ano em questão.A iniciativa tem como objectivos per-mitir aos alunos a apropriação de mais informação no âmbito da temática, alertar consciências, desmistificar e esclarecer, efectivamente, as causas/efeitos das drogas e, por fim, reflectir acerca dos comportamentos de risco

associados ao consumo destas substân-cias.Pretende-se, assim, promover e permi-tir aos alunos momentos de reflexão e fomentar a necessidade de aquisição de aprendizagens e atitudes de preven-ção ao longo da vida.Porque as drogas, quer sejam lícitas ou ilícitas, se devem encontrar nas fren-tes de batalha das equipas educativas, abraçam-se os desafios e colocam-se a caminho todos os meios para atenuar as consequências sociais do flagelo que constitui o consumo destas substâncias. As entidades movem-se nesse sentido, nomeadamente, o Instituto de Drogas e Toxicodependências (IDT), as IPSS (Instituição Particular de Solidarieda-de Social), entre outras. Não falamos apenas de uma problemática de saúde, mas também social, tendo em conta as repercussões que daí advêm para as fa-mílias e jovens, os quais são arrastados para a vida marginal e não compensa-

tória sem, muitas vezes, dela conse-guirem sair. Atento a estes perigos que ameaçam a sociedade actual, o Serviço de Psicologia da Escola Secundária D. Sancho I procura, junto da comunidade escolar, sensibilizar e responder às ne-cessidades da população estudantil.

“Consumo de Drogas: Lícitas ou Ilícitas”Serviço de Psicologia

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21 Nós ... e as Línguas Estrangeiras

AdolescenceAna Fernandes, 1001

This is one of the most difficult periods to overcome in our lives, not only for us but also for our parents. It is called the age of the “closet”. We get on it around twelve/thirteen years old and it ends when we are seventeen/eighteen.This is a very important step to us, be-cause that’s when we are not a child anymore and we are becoming an adult. It’s a very complicated age, be-cause sometimes people don’t under-stand that we want to be free, to go out with our friends, to go out at night, etc. Especially our parents who worry about us, the bad influences and often don’t let us do what we want to. We find their behaviour quite conserva-tive. However, we often don’t realize how much we need our parents to pro-tect and defend us when we make any kind of mistake. There are some things that a teenager can’t live without: great clothes, freedom, love and lots of atten-tion. We have to face up physical and psychological changes in our bodies and our minds, and we always get in trouble with that as we are not accus-tomed to them. Fortunately, there are some exceptions. But with all these pros and cons and doubts around us, this is unquestionably the most beauti-ful stage in our lives and we should be and live like a real teenager, in spite of all the problems we have to rise above.

Our SchoolMaria João Jerónimo, 701

I live in Famalicão which is a very small town. My school is D. Sancho I. I’m new in this school, but I like it very much. Peo-ple are very nice, and the teachers are very smart. I have so many friends! My school has got a lot of students. There are three fields to play any sport we like, many classrooms and bathrooms. When I go to school I take my school bag with one pencil, one pen, one rub-ber, exercise-books and books in it. I never have lunch at school because I prefer to go to the restaurant with my friends. It’s very funny! When I don’t have classes I and my friends go to the cafeteria to have a snack and talk. The food is very tasty!In this school I learn well, because the teachers give lots of worksheets, and they teach very well.I have never been in a school like this!

My favourite hobbyAna Rita Duarte - 1014

My favourite hobbies are listening to music and, eventually, make music too. I do it almost everywhere and anytime. Unfortunately, I don’t have too much time to do it, my free time is short. If I could, I’d do it all the time. I like many types of music but it is all about the rock: alternative, grunge, new wave, psychedelic, indie…Music is the only thing I can trust. Mu-sic is always there to support me, in the bad and hard times and also in the

good ones. Now, I’m learning how to play the guitar and I do it with a friend that is very connected to music too, but when I’m home, I do it all on my own. I enjoy writing lyrics because it sets me free, and I love to have my own world this way. Me, my guitar, my Mp3…it’s all that I need to live happily.

Me, Myself and MusicAna Dias, 1003

Music is always with me. I just can’t spend a day without listening to music. If I’m in a good mood, I listen to music or if I’m sad, I listen to music.My favourite music styles are: rock, heavy metal, hard rock, pop, r&b, tech-no…My favourite bands/singers are: Metal-lica, Guns n Roses, Beyoncé, Green Day, Lady Gaga, Sixx A.M., Red Jump-suit Apparatus… Music is everywhere. When I wake up, I start listening to music, when I’m doing my homework I listen to music, when I go to bed I listen to music and in Capoeira I listen to music (a different style). Personally, music is like my best friend. When I’m sad or happy I listen to music and it al-ways has a message for me. That’s why I love music.

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22 Nós ... e as Línguas Estrangeiras

Le Téléphone PortableAnna Nápoles, 902

Salut!Je suis une jeune fille de la 9e année de la classe 902. J’adore mon téléphone por-table. Avec mon telephone portable je joue “Buzz” et “Tetris”, j’envoie des photos, j’écoute de la musique et je fais des vidéos. J’utilise l’Internet, j’appelle mes amis et ma famille.J’adore mon téléphonne portable et je suis très contente.

London’s Multicultural ExperienceJohn Gibb

Being one of the largest and most populated cities of Eu-rope, London, the United Kingdom's capital is a cosmopoli-tan area in which a highly diverse range of peoples, cultures and religions coexist today. According to a Guardian newspaper editorial, "London in 2005 can lay claim to being the most diverse city ever." With more than 300 different languages spo-ken in London's streets by its permanent residents, such a claim seems at least reasonable.During my last London visit, I was as-tonished by the multicultural experi-ence a tourist like me could have, just by visiting different neighborhoods and talking to a variety of people. In fact, the city is considered today to be an international transport hub and an extremely popular tourist destination, making London one of the most visited world's capitals; a fact that tremendously promotes its multicultural character.London's metropolitan area has considerably grown over the centuries, especially during the 19th and early 20th centu-ries increasing industrialization that led to rapid population growth. England's capital was the most populated city of the world until 1925, when New York overtook its immense number of citizens. London continued to grow until World

War II. But although urban building constructions were not allowed to take place at the same speed as before, the city’s habitats’ number continued to increase. Today, London’s wider metropolitan area has a population between 12 and 14 million depending on the definition of that area. Accord-ing to the 2001 census, 27 percent of London’s population was born outside the UK and about 29 percent were classi-

fied as non-white -non-counting the unknown tens of thousands who did not complete a census form. But even this total does not include the second the third generation immigrants, who have inherited the traditions of their parents and grandparents.Ethnically diverse and historically rich, London continues to attract people from around the globe who find in its neighborhoods their new home. Lon-

don in 2006 is uncharted territory. According to sociologists and historians, never have so many different kinds of people tried living together in the same place before. Virtually every race, nation, culture and religion in the world can claim at least a dozen of Londoners. But, what some people see as the greatest experiment of multiculturalism of the last cen-turies is already challenged by the global political and social developments which have recently begun to point out that harmony and peace are more than ever subject to the powers of race and ethnicity.

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23 Nós ... e a Biblioteca

“Vamos viajar?”Coordenação da Biblioteca

“VAMOS VIAJAR?” é uma actividade que pretende mostrar aspectos de países cuja língua é estudada na escola. Assim, pretende-se ilustrar algumas características de Portugal, Espanha, França e Inglaterra.Esta actividade é realizada pelos alunos do Ensino Básico e os temas são também escolhidos por eles.Nesta fase, os alunos debruçaram-se sobre Portugal. Seguidamente, serão expostos os trabalhos dos restantes países.A todos os alunos que participam nesta actividade, a Equipa da Biblioteca, desde já, agradece o empenho e o entusiasmo com que elaboraram as actividades propostas.

Os Hábitos dos Outros…

Tibete- Mostrar a língua a outras pessoas, nalgumas tribos do Tibete, é um acto de cumprimento.

Japão- Nunca ofereça relógios a um japonês. No Japão, simbolizam a morte.

Egipto- Deixe sempre um pouco de comida no prato após as refeições, mesmo que esteja com muita fome. Sim-boliza a abundância e é um elogio ao seu anfitrião.

Itália vs. França- Palitar os dentes após as refeições na Itália significa que gostou da comida e em França é um acto de extrema falta de educação.

Japão- Espetar o palito no arroz é coisa que só se faz durante os funerais. Os japoneses costumam, em rituais fúnebres, deixar palitos espetados em vasilhas de arroz e, depois, levá-los ao altar.

Coreia do Sul Quando um homem e uma mulher vestem exactamente a mesma roupa é sinal de que estão em lua-de-mel. A vestimenta idêntica simboliza que, a partir daquele momento, eles tornam-se num só.

Cuba- Os homens cubanos sentem-se praticamente “obrigados” a fazer elogios às mulheres com quem se cru-zam na rua; é quase uma forma de cavalheirismo, um ritual.

Rússia e Irlanda- Nunca recuse um cálice de vodka na Rússia ou qualquer tipo de bebida na Irlanda. Isso é imperdoável, considerado um gesto rude.

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24 Nós ... e a Poesia

Noite da PoesiaHelena Gomes, 1010

No dia 11 de Fevereiro de 2010, realizou-se, na nossa escola, um café-concerto, que contou com a participação de alunos dos diferentes anos de escolaridade e de todos os que quises-sem ler e ouvir ler. Este encontro foi marcado para as 21 h. e o desafio era participar com a leitura de textos, previamente seleccio-nados. O encontro contou também com a presença do poeta António Pedro Ribeiro, convidado pelos professores dina-mizadores da actividade, que enriqueceu o momento, mos-trando uma forma muito particular de “dizer” poesia.A sala Rómulo de Carvalho, espaço onde decorreu a acti-vidade, estava repleta e o facto de ser uma participação in-formal transmitia um ambiente de à-vontade, onde todos entravam de forma espontânea, precisando apenas de sentir interiormente o momento em que queriam participar. Na minha opinião, esta actividade foi muito interessante e enriquecedora, uma vez que proporcionou um contacto com os textos de forma descontraída, apesar de me ter levado a encarar o público presente com alguma responsabilidade, esforçando-me para que a leitura do meu poema fosse o mais perfeita possível. Considero que seria muito importante dinamizar mais activi-dades deste género, pois são momentos que enriquecem to-dos os que neles participam, despertando o gosto pela poesia.

Rap e FilosofiaÁlvaro Oliveira, Luís Martins, Jorge Manuel, José Carlos e Vitor Morais, 1106

Filosofar também pode ser um exercício agradável. Um grupo de alunos do 1106, a propósito do tema “ Filosofia, retórica e democracia”, apresentou os conteúdos com recur-so à sonoridade rap. Eis o resultado do trabalho, que merece uma referência especial.

Vamos falar dos sofistas Que não vêm nos jornais ou nas revistas E do grande Platão, Nascido em Atenas e com grande coração.

Os sofistas são mestres do saber Condição própria, um caminho a percorrer .Da sua política nada podemos dizer, Mas com ironia podemos nos esconder

Os sofistas interessam-se pelo Homem ,Pelo seu lugar na sociedade Mas neste mundo já é rara a felicidade!

Refrão: Uns dizem que sim, outros dizem que não por um lado os sofistaspor outro Platão!

E ali é assim Em Atenas tens que ter cuidado, Mas quem lá vive Já está habituado. Existência é assim, confusão com a realidade A palavra é um gesto, gesto de verdade Não posso ser o escravo, pois tenho utilidade O mundo é assim, pouca universalidade

Todos aqueles momentos de argumentação Cada um com um ponto de vista Vivem todos da ilusão Mas Aristóteles é o mais realista.

Refrão Uns dizem que sim, outros dizem que não por um lado os sofistas por outro Platão!

Para Platão, plano ontológico É um ser da realidade Mundo inteligível Concepção de verdade Esta música é dedicada e definida Para o “stor” António Pinto com ritmo de rap mostro as batidas do coração é para ele dedicada esta canção!

Refrão: Uns dizem que sim, outros dizem que não por um lado os sofistas por outro Platão!

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25 Nós ... e a Poesia

Concurso de PoesiaGrupo II de A. P., 1206

“Navegando pelo Douro”Este é o tema que tem vindo a ser desenvolvido em Área de Pro-jecto pelo grupo II da turma 1206. Com o objectivo de promover a participação dos alunos do básico nas actividades dos alunos do secundário, este grupo realizou uma actividade de poesia, em que incentivou os seus colegas mais novos a usarem do seu “en-genho e arte” para que escrevessem poemas cuja temática era exactamente “Navegando pelo Douro”.Os resultados estão à vista: após o concurso, foram selecciona-dos os três vencedores. O grupo organizador agradece a parti-cipação de todos os concorrentes e dá os parabéns aos artistas que chegaram ao pódio. Tal como prometido, os poemas eleitos foram publicados no blogue do grupo - http://www.navegando-pelodouro.blogspot.com/.Os prémios serão distribuídos na primeira semana do 3º período.

1º lugarDouro

Douro,Homem de olhar azul,De rosto húmidoDo manto de botão-de-ouro.Douro namora a vinhaDos cabelos cacheadosE do sabor distante.Nosso Douro de ouroBeleza estonteanteVinha linda inteiramente portuguesaUm tesouro, mil e uma homenagensUm orgulho, de certeza.

Juliana, 902

2º lugar

Douro Vinhateiro...

Quem está nas suas margens

Encanta-se com o suave passeio das águas calmas

E do chilreio das aves pardas no verde das ramagens

E delicia-se com o leve ondular

Das encostas ao leito,

Como a saudade que trazem no peito

Os que o douro viu à luz dar

Eles que partem e levam na face

O que nenhum sorriso ou disfarce

Pode de facto esconder

E podem até negar o certo

Mas nunca terão o coração tão aberto

Como quando olham o rio que os viu nascer.

Rita Fonseca e Costa. 901

3º LugarNavegando Pelo Douro

Pelo Douro navegavaNum barquinho a remoSempre a remar me cansavaNaquele rio ténueObservo a paisagemOs teus grandes valesAdoro esta viagemQue para mim não tem males

Com as vinhas eu me espantoCom o vinho é de meter medo!Gostava de te tirar esse mantoPara saber o teu segredoAdorava cá viverPelas margens do DouroVia o sol nascerQue brilhava como ouro

Francisco Manuel Moreira, 701

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26 Nós ... e os Livros

Livro vs. FilmeA crítica apresentada neste artigo ad-vém dum processo experimental rea-lizado pela turma, que consistiu, numa primeira fase, na leitura da obra O Ra-paz do Pijama às Riscas de John Boyne e, num segundo momento, no visiona-mento do filme, adaptação da obra. A opinião generalizada e retirada da avaliação comparativa a que a activida-de foi submetida, é que a maioria dos alunos demonstrou um maior interesse pela leitura do livro, fugindo porven-tura um pouco à ideia de que “uma imagem vale mais que mil palavras”. Predominou, naqueles que preferi-ram a leitura ao filme, um sentimento de liberdade, na medida em que ficou registada a oportunidade de dar asas à imaginação, ao contrário do que acon-tecia com o filme, que nos impunha a imagem, cujo elemento estandardizado se estendia por todo o desenrolar da acção. Foi dito, também, que “o livro transmite mais emoção, os pormenores evidenciados durante a leitura tornam a história mais rica, imprimindo-lhe uma maior densidade emocional, algo que o filme não consegue fazer.” Este aspecto assenta, claramente, na capaci-dade de detalhe de que goza uma histó-ria escrita. Considerou-se ainda que era possível atingir uma maior percepção da acção através da narrativa, ainda que não seja pelo facto de termos à disposi-ção a hipótese de seguir a história com o nosso próprio ritmo, algo que nova-mente o filme nos impede de fazer.Partindo para a opinião da minoria, que

defende uma preferência pelo filme, assistimos a argumentos que assentam por si, todos numa ideia geral, que é a de que o filme consegue, através de toda uma componente visual e multi-média, transmitir mais emoção, senti-mento, drama, sem no entanto deixar de ser fiel à obra que o motiva. Foi tam-bém elogiado o elemento musical, que causou impacto, e tornou o filme, sem dúvida, muito mais interessante.Como observação final, ficou assina-lada a sensação de vazio por parte de quem lê primeiro o livro e se submete posteriormente ao visionamento do fil-me, não porque este último tenha sido de todo uma má experiência, mas por-que fica um tanto ou quanto aquém do livro, que consegue revelar e transmitir os acontecimentos de uma forma mais completa, sem no entanto desvalorizar aquela que é a ideia principal.

Turma 901

O Rapaz do Pijama às Riscas, John Boyne

As Intermitências da Morte,José Saramago

Cândido, Voltaire

A morte faz greve! Num dado país, um novo ano começa… Não um ano qualquer, mas aquele em que todos os cidadãos ficam imortais. Inicialmente, a euforia é indeclinável, todavia acaba por ser um sentimento efémero, visto que o facto de ninguém morrer leva a um envelhecimento ex-cessivo da população, saturando os hospitais e pondo em causa a sustenta-bilidade da segurança social. Vivendo esta nova realidade, os idosos e doentes agonizam eternamente nos seus leitos.Como não seria de estranhar, Saramago desafia mais uma vez a fé cristã, dado que sem morte não há ressurreição, e sem a mesma não há igreja e a conse-quente vida eterna. Neste veemente romance, o ser hu-mano é levado a implorar aquilo que outrora temia – a morte.

Saberíamos nós conviver com uma existência imortal?

André Silva, 1205

Como se convive com a ideia de que este é o melhor dos mundos onde tudo corre pelo melhor? É neste contexto que Voltaire faz uma crítica acérrima à filosofia de Leibniz ao contar as aventuras do pobre Cân-dido (ressalve-se a ideia de candura e pureza) que, na sua ingenuidade, cai na crença de que todo o mundo é tão belo e maravilhoso como o castelo de Thunder-ten-Tronckh. Contudo, na sua triste ingenuidade, Cândido é lançado para o centro das aventuras da vida que o vão fazendo pôr em causa tudo o que o Mestre Pangloss sempre lhe transmi-tiu sobre as verdades do Mundo. “Acreditais – inquiriu Cândido - que os homens sempre se tenham massacrado

como o fazem hoje? Que eles tenham sido sempre mentirosos, velhacos, pérfidos, ingratos, malandros, débeis, volúveis, cobardes, invejosos, glutões, bêbedos, avarentos, ambiciosos, san-guinários, caluniadores, debochados, fanáticos, hipócritas e estúpidos? – Acreditais – replicou Martin – que os gaviões tenham comido sempre pom-bos desde que estes lhe apareçam à frente?”.Conseguirá Cândido impedir que a sua teoria seja refutada?

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27 Nós ... e a Literatura

Eu Descubro Camilo 1 Fátima Santos, Isabel Carvalho e Isabel Marques, dinamizadoras do projecto “Leitura em Acção”

Não sendo Camilo Castelo Branco natural de V. N. de Famalicão, o seu nome leva esta terra até outras paragens. Os famalicenses orgulham-se de ter a Casa Museu Camilo Castelo Branco como um dos espaços de referên-cia da cultura nacional.Concretizando um dos objectivos da Escola D. Sancho I, interacção com a comunidade, o projecto “ Leitura em Acção” concebeu algumas activi-dades que aproximassem os alunos da leitura e do meio. Neste contexto, surgiu a visita à Casa Museu Camilo Castelo Branco para consolidar o conhecimento das obras camilianas, objecto de estudo deste período.Acolhidos pelos guias à entrada da Casa, os alunos foram convidados a fazer uma viagem, recuando ao século XIX. Apresentados os adereços de Camilo e de Ana Plácido, estas duas figuras acompanharam os visitantes

pelos diferentes espaços interiores. Facilmente os alunos reviveram momentos do casal, nomeadamente a secretária onde o escritor, já afectado pela cegueira, era apoiado na escrita pela sua amada; o quarto que causou estranheza pelas camas separadas; e a sala onde se realizou a última visita do médico que prescreveu as águas do Gerês como último recurso para a cura da sua doença.Absorvidos pelas palavras dos guias, a Casa dotou-se de sensações que preencheram o imaginário dos alunos – o som do tiro que troou, os passos de Camilo para combater as suas insónias, o bulício do Jorge e do Nuno…No regresso, os alunos trouxeram a imagem de um homem que lutou pelo amor da sua vida, chegando a estar preso, de um homem extremamente culto que dominava cerca de trinta mil palavras e do primeiro profissional da escrita.

1 “Eu Descubro Camilo” é a designação da actividade desenvolvida ao longo do 2º Período e prevista no Projecto de Leitura da escola

A visita à casa de Camilo revelou-se interessante, pois foi bom revivermos o século XIX no real. Mais que ler livros, estivemos presentes e sentimos a presença de Camilo. André Morais, e Pedro Alves, 1009

Eu gostei muito da visita de estudo à casa de Camilo porque foi muito interessante, desde o facto de as camas serem pequenas até às anotações que o autor escrevia na margem dos livros.

Márcia, 1009

Ler Camilo é uma Aventura...

O vocabulário de Camilo permite-nos adquirir autonomia linguística e enri-quecer o nosso vocabulário para não nos limitarmos às vagas palavras do dia-a-dia, alargando os nossos hori-zontes.

Fátima Carvalho, 1003

Eu gostei muito do livro A Queda De Um Anjo, é uma história di-vertida e contém alguns aspectos que se aplicam à política actual,

transportando-nos para a As-sembleia. Catarina Aboim, 1003

À distância de mais de um século, a pro-sa camiliana, embora com uma lingua-gem mais rebuscada, continua a ser um exemplo vivo do quotidiano português.

Catarina Ferreira, 1001

Revelou-se uma experiência de leitura diferente e um desafio a superar.Este projecto, “Eu Descubro Ca-milo”, proporcionou-nos uma oportunidade de conhecer e apre-ciar a riqueza das obras deste grande escritor.

Catarina, Daniel e Sofia, 1009

O livro que eu li foi O Romance De Um Homem Rico de Camilo Cas-telo Branco. Apesar da linguagem complexa, foi uma boa experiência de leitura. Camilo escreve de uma forma diferente dos outros escrito-res, ele não está apenas a narrar a

história, envolve-nos nela e faz de nós persona-gem do seu romance.

Alexandra, 1003

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28 Nós ... e o Desporto

RAIO X: Aula de Educação FísicaIsabel Columbano, prof. Ed. Física

Nesta rubrica, pretendo divulgar o empenho e motivação dos alunos nas aulas de Educação Física, dando a conhecer o potencial educativo das actividades físico-desportivas lec-cionadas. Abordarei as modalidades desportivas leccionadas ao longo do 1º período.

Actividades Rítmicas Expressivas – Esta unidade didácti-ca potencia a proximidade entre dois corpos belos e jovens e permite o desenvolvimento da expressão corporal e estética. No início, esta modalidade causou nos alunos (sobretudo nos do sexo masculino) alguma inibição, contudo, posteriormen-te, aderiram com entusiasmo. Este comportamento justifica o pensamento de Fernando Pessoa: “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”.Leccionamos, na escola, esta modalidade há quatro anos, envolvendo várias formas de expressão de dança, nomeada-mente aeróbica, folclore e danças latino-americanas.

O nosso grupo gostou desta experiência proposta pela pro-fessora, para avaliar a dança/aeróbica. No início, o grupo pa-receu um pouco “assustado” com a ideia de ter de fazer a sua coreografia para apresentar à turma. Mas só custa começar. A nossa maior dificuldade foi adequar o ritmo da música aos passos que tínhamos aprendido nas aulas. Com a imaginação e o empenho de todos os elementos, conseguimos atingir os nossos objectivos e brilhar no dia da apresentação.Ana Cláudia, Catarina, Francisco, João, Ruben, Sara Miranda, 1207

Contrariamente ao esperado, aprender Salsa e Merengue tornou-se numa experiência emocionante, que nos ensinou que não é preciso ser dotado de um talento inato para apren-der a dançar. Além disso, permitiu que as aulas de Educação Física assumissem um verdadeiro clima de descontracção e diversão. Ao ritmo destas exóticas danças, tivemos a possi-bilidade de aplicar os passos básicos aprendidos nas aulas e de criar novos movimentos.

Ana Sofia, Célia, André Pereira, Carla Sofia, 1205

Voleibol – Este desporto, apesar de ter muitos aspectos em comum com outros desportos colectivos, tem algumas es-pecificidades, a saber: o espaço de jogo desenvolve-se num plano superior; o manusear do objecto de jogo caracteriza-se por uma expulsão e não apreensão; ao nível da intervenção espacial dos jogadores, não há invasão do terreno adversário (pois existe a rede, elemento separador).Estas características fazem do Voleibol uma modalidade querida e inclusiva, pois possibilita a participação de joga-dores com idades e morfologias diferentes.

Ao longo do 1º período, desenvolvemos aptidões técnico–tácticas e cognitivas relativas à prática desta modalidade, através de exercícios e jogos realizados.Como a vida é feita de experiências, a aprendizagem do Voleibol também contribuiu para solidificar as aprendiza-gens escolares. Os laços criados com os colegas e todo o esforço colectivo e individual permitiram que o tempo dis-pensado nas aulas fosse essencial para o nosso crescimento como atletas e cidadãos responsáveis e justos.

Ana Carmo, Ana Alves, Bárbara Inês, 1204

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29 Nós ... e o DesportoA aptidão física é uma área de trabalho, onde a Educação Física se consagra como disciplina promotora de saúde e bem-estar. A finalidade é potenciar a condição física geral dos alunos, através do desenvolvimento das suas capacidades motoras condicionais (Resistência, Força e Velocidade) e coordenativas (Equilíbrio, flexibilidade, Orientação Espacio-Temporal, Agilidade).

A aptidão física é essencial para o bem-estar físico e psicológico, contribuindo para a nossa saúde em geral.

Catarina, 1101

Quando estou a realizar os testes de apti-dão física, sinto-me nervosa, mas depois fico com uma sensação de satisfa-ção e tomo consciência das capaci-dades motoras e dos limites que o meu corpo tem.

Diana Cavaleiro, 1101

Nos dias de hoje, acho que o desenvolvimento da aptidão física é de extrema impor-tância dado que caminhamos

cada vez mais para um mundo de obesos.Adriana, 1101

O Núcleo de Estágio de Educação Física, da nossa escola, organizou, no dia 17 de Março, um seminário subordinado ao tema”A Participação dos Alunos no Desporto Escolar”.Esta iniciativa teve como principais objectivos compreender as razões que levam os alunos a praticar ou não desporto es-colar e encontrar soluções para a não participação. A consciência de que a prática de exercício físico é impres-cindível à construção de padrões de vida saudável e à valori-zação pessoal e social do indivíduo tem vindo a consolidar-se na sociedade actual. Cabe, por isso, às escolas fomentar, nos seus alunos, essa cultura de combate à inactividade física.

Seminário: “A Participação dos Alunos no Desporto Escolar”Núcleo de Estágio de Educação Física

Acreditem que o desenvolvimento da aptidão física dá resultados, pelo me-

nos, já toco na ponta dos pés de pernas estendidas!

Rui, 1101

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31 Nós ... e a Matemática

RastrosAutor: Bill Taylor, 1992

MaterialUm tabuleiro 7 por 7.Uma peça branca e pedras pretas um número suficiente (cerca de 60).

Neste tabuleiro a casa marcada [1] é a casa final do primeiro jogador, enquan-to a casa [2] é a casa final do segundo jogador.

ObjectivoUm jogador ganha se a peça branca se deslocar para a sua final ou se for capaz de bloquear o adversário, impedindo-o de jogar.

RegrasCada jogador, alternadamente, deslo-ca a peça branca para o quadrado va-zio adjacente (vertical, horizontal ou diagonalmente). A cada casa onde se encontrava a peça branca recebe uma peça negra. As casas que recebem pe-ças negras não podem ser ocupadas pela peça branca. O jogo começa com a peça branca na casa e5.

Jogos MatemáticosRicardo Costa, prof. Matemática

AvançoAutor: Dan Troyka, 2000MaterialUm tabuleiro quadrado 7 por 7.14 peças brancas e 14 peças negras.Objectivo

Um jogador ganha se chegar com uma das suas peças à primeira linha do ad-versário, ou seja, as Brancas devem chegar à 7ª linha e as Negras à 1ª linha do tabuleiro.

RegrasCada jogador, alternadamente, move uma peça sua. Começam as Brancas.As peças movem-se sempre em frente, para uma casa vazia, seja na sua coluna ou numa das suas diagonais. No dia-grama esquerdo mostram-se para onde cada uma das peças se poderia movi-mentar se fosse a sua vez de jogar. As peças podem capturar peças adver-sárias que se situem na sua diagonal

em frente movendo-se para a casa onde elas se encontram (como os peões do Xadrez). As peças capturadas são re-movidas do tabuleiro. As capturas são opcionais e apenas se pode capturar uma peça por turno (ou seja, não há capturas múltiplas). No diagrama di-reito observa-se quais as peças negras que poderiam ser capturadas pela peça

branca (a peça branca não se pode mo-ver para d5 porque a casa está ocupa-da, nem pode capturar essa peça negra, porque as capturas apenas se efectuam na diagonal). De notar que as partidas deste jogo terminam rapidamente por-que as peças são obrigadas a mover-se sempre para a frente. Em cada turno, cada jogador tem pelo menos uma jo-gada possível (o adversário não conse-gue bloquear peças, assim, a peça mais avançada pode sempre deslocar-se). Deste modo, as partidas nunca termi-nam em empate.

Campeonato em Santarém

A final do 6º Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos (CNJM6), promo-vida em conjunto pelo Departamento de Ciências Matemáticas e Naturais da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém, a Associação Ludus, a Associação de Professores de Matemática e Socieda-de Portuguesa de Matemática foi rea-lizada no dia 12 de Março de 2010, no CNEMA, em Santarém.

Os alunos que representaram a escola foram: Barbara Pereira, da turma 901, seleccionada para o Hex (3º ciclo); Pedro Oliveira, da turma 901, selec-cionado para Rastos (3º ciclo); João Veloso, da turma 1109, selecciona-do para o Avanço (Secundário); João Araújo, da turma 1109, seleccionado para o Rastos (Secundário) e Jorge Lei-te, da turma 1007, seleccionado para o Hex (Secundário). Os resultados foram francamente positivos: dos vários jogos disputados, cinco foram vencidos por alunos da nossa escola. Estes estão de parabéns pela enorme dedicação e en-tusiasmo manifestado.

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