ROTEIRO PARA OFICINAS DE RESILIÊNCIA
Transcript of ROTEIRO PARA OFICINAS DE RESILIÊNCIA
[Ano]
Edileuza Maria Lima Belmont Mestranda
Ierecê Barbosa Monteiro Orientadora
Roteiro para Oficinas de Resiliência
2
Qwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwerty
uiopasdfghjklzxcvbyuiopasdfghjklzxc
mqwertjklzxcvbnmqwertyuiopasdfgh
jklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcv
bnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqw
ertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuio
pasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfgh
jklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcv
bnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqw
ertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuio
pasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfgh
jklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcv
bnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqw
ertyuiopas
dfghjklzxcvbnmrtyuiopasdfghjklzxcv
ROTEIRO PARA OFICINAS DE RESILIÊNCIA:
Possibilidades para conhecer e
discutir o sentido, o significado,
os Fatores Constitutivos
da Resiliência, identificar
e promover a
capacidade resiliente em
Professores e Alunos-
Professores no processo
de Formação Continuada em
Ensino de Ciências na Amazônia
Foto
: L
uiz
C.
Mar
igo
Foto
: Sa
mya
San
ches
Foto
: Sa
mya
San
ches
Foto
: L
uiz
C. M
arig
o
Roteiro para Oficinas de Resiliência
3
SUMÁRIO
PREFÁCIO ........................................................................................................................... 7
Oficina n.◦ 1 ......................................................................................................................... 9
Tema ............................................................................................................................... 9
Objetivos ......................................................................................................................... 9
Metodologia e tempo ...................................................................................................... 9
Materiais e recursos ........................................................................................................ 9
Acolhimento ................................................................................................................... 10
Dinâmica 1: Apresentação inicial .................................................................................. 10
Primeiro passo ................................................................................................................ 10
Segundo passo ................................................................................................................ 10
1ª etapa ............................................................................................................................ 10
Primeiro passo: Introdução do tema ............................................................................... 11
Dinâmica 2: Formação dos pequenos grupos ................................................................ 11
Segundo passo: Trabalho em pequenos grupos ............................................................. 11
Terceiro passo: Plenário ................................................................................................. 11
Intervalo (momento livre, coffee break) ......................................................................... 12
2ª etapa ............................................................................................................................ 14
Quarto passo: Apresentação dos conceitos ligados à Resiliência .................................. 14
Quinto passo: Trabalho em pequenos grupos ................................................................ 14
Sexto passo: Plenário....................................................................................................... 16
Roteiro para Oficinas de Resiliência
4
Sétimo passo: Avaliação ................................................................................................. 16
Oficina n.◦ 2 ......................................................................................................................... 17
Tema ............................................................................................................................... 17
Objetivos ......................................................................................................................... 17
Metodologia e tempo ...................................................................................................... 17
Materiais e recursos ........................................................................................................ 17
Acolhimento ................................................................................................................... 18
Dinâmica 1 ...................................................................................................................... 18
Primeiro passo: Introdução do tema ............................................................................... 18
Dinâmica 2 ...................................................................................................................... 18
Segundo passo: Trabalho em pequenos grupos ............................................................. 19
Terceiro passo: Entrega do material para estudo ............................................................ 19
Quarto passo: Trabalho em pequenos grupos ................................................................ 22
Quinto passo: Plenário .................................................................................................... 22
Intervalo: (momento livre, coffee break) ........................................................................ 22
Sexto passo: Organograma conceitual ............................................................................ 22
Sétimo passo: Avaliação.................................................................................................. 23
Considerações Finais ...................................................................................................... 23
Atividades pós-oficinas .................................................................................................. 24
TEXTOS PARA LEITURA E REFLEXÃO ........................................................................ 25
Texto 1: Significados de Resiliência (BELMONT, 2009) ............................................. 25
Texto 2: Resiliência (COELHO, 2005) .......................................................................... 28
Texto 3: Resiliência (VASCONCELOS, 2008) ............................................................. 31
Texto 4: Os conceitos/significados de vulnerabilidade, adversidade e fatores de risco
(BELMONT, 2009) ..............................................................................................................
33
4.1 Vulnerabilidade .............................................................................................. 33
Roteiro para Oficinas de Resiliência
5
4.2 Adversidade .................................................................................................... 34
4.3 Fatores de risco ............................................................................................... 35
Texto 5: A escola possível (VEJA, 2009) ...................................................................... 37
Texto 6: Mudanças! Quem é o seu autor? (SARAIVA; SOUZA, 2006) ....................... 38
Texto 7: A constituição da Resiliência ........................................................................... 39
Texto 8: Os fatores que constituem a Resiliência .......................................................... 40
Texto 9: O menino que domou o vento .......................................................................... 42
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 48
Roteiro para Oficinas de Resiliência
6
“A resiliência é um chamado a centrar-se em cada indivíduo como alguém único, a enfatizar
as potencialidades e os recursos pessoais que permitem enfrentar situações adversas e sair
fortalecido, apesar de estar exposto a fatores de risco” (MUNIST, 1998).
Roteiro para Oficinas de Resiliência
7
PREFÁCIO
O presente roteiro se apresenta como um instrumento para orientar o estudo da
Resiliência em cursos de Formação Continuada para Professores, utilizando a técnica de
oficinas enquanto “espaço de reflexão, desconstrução ou construção da ação profissional a
partir da relação teoria-pesquisa-prática” (GHEDIN, 2005), para a discussão dos significados
e conceitos que envolvem a Resiliência e seus atributos a partir das seguintes interrogações:
O que significa Resiliência?
O que sabemos a respeita da Resiliência?
Quais fatores constituem a Resiliência?
Como trabalhar para desenvolver e fortalecer os fatores de Resiliência?
Que aspectos da Resiliência devem ser fomentados no processo de formação docente
em Ensino de Ciências na Amazônia?
Este roteiro se dirige, em princípio, aos professores e professoras envolvidos com a
prática docente em Ensino de Ciências na Amazônia, porém, esta fronteira é flexível e
passível de expansão à medida que professores e professoras de outras áreas do ensino
sentirem a necessidade desse tipo de intervenção.
As oficinas, utilizando-se de técnicas e dinâmicas sugeridas por Oliveira; Meireles
(2007) e Saraiva; Souza (2006), oferecem oportunidades para que o professor/professora faça
uma avaliação de seu desempenho profissional diante dos desafios e situações adversas de sua
prática docente, procurando reconhecer suas vulnerabilidades e, desta forma, identificar os
fatores de resiliência que precisarão ser fortalecidos como condição de enfrentamento das
situações desfavoráveis do seu dia-a-dia com maior possibilidade de êxito profissional e
pessoal consequentemente.
Portanto, nesta proposta de Oficinas de Resiliência buscamos atender ao princípio da
indissociabilidade teoria-prática, tendo como tema operador nesse processo a Resiliência que
se apresenta como teoria orientadora de uma prática inovadora que pode oferecer aos sujeitos,
professores e professoras em Ensino de Ciências na Amazônia, um conjunto de qualidades
favorável à sua formação pessoal e profissional para viver e vencer, apesar do estresse ou das
Roteiro para Oficinas de Resiliência
8
adversidades que comportam riscos de saídas negativas em seu espaço de atuação
profissional.
Queremos enfatizar que este não é um produto acabado, pois se trata de uma
estrategia de intervenção aberta a contribuições e enriquecimentos à medida que for aplicada e
avaliada, tanto pelos participantes quanto pelos articuladores e facilitadores das oficinas.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
9
Oficina n.◦ 1
Tema:
A Resiliência e conceitos afins.
Objetivos:
Conhecer o significado de Resiliência relacionado às Ciências Humanas e Sociais e o
conceito de vulnerabilidade, adversidade e fatores de risco.
Discutir qual a relação da Resiliência, da adversidade e dos fatores de risco com a
atividade docente em Ensino de Ciências na Amazônia.
Identificar as próprias vulnerabilidades que podem implicar na prática docente.
Metodologia e tempo:
1. Acolhimento, 20 minutos.
2. Apresentação do tema, 20
3. Trabalho em pequenos grupos, 20 minutos.
4. Exposição planária, 30
5. Intervalo, 20 minutos.
6. Continuação do tema, 20
7. Trabalho em pequenos grupos, 20
8. Exposição plenária, 30 minutos
9. Avaliação da oficina, 20 minutos
Materiais e recursos:
TV, DVD, vídeo, filmes, micro system, CD, textos, pinceis atômicos, giz de cera,
cartolinas, papel sulfite, cola, revistas, canetas, quadro de giz, fichas de papel cartão com os
nomes dos participantes, fichas com a sequência numérica (repetida) conforme a quantidade
de participantes, fita dupla face, caixinha de papelão, ou de madeira e espaço físico (sala com
mesas e cadeira ou carteiras).
Roteiro para Oficinas de Resiliência
10
Acolhimento:
Momento de acolhida, de aconchego. Abrir um espaço de diálogo em torno do tema
em tela, dos objetivos da oficina e das expectativas dos participantes.
Recebem-se os participantes dando-lhes as boas vindas. O (a) facilitador (a) expõe os
objetivos da oficina, evidenciando as possibilidades de conhecimento que a oficina deseja
construir. Faz-se necessário enfatizar a importância do comprometimento e empenho de todos
os participantes para que o processo alcance êxito. Para facilitar o conhecimento entre os
integrantes e gerar um ambiente de confiança e interação realiza-se a primeira dinâmica.
Dinâmica 1: Apresentação inicial
A dinâmica da apresentação inicial tem como finalidade descontrair e eliminar a
tensão, aproximar e integrar os participantes.
Primeiro passo:
Cada participante é convidado a retirar de uma caixinha uma ficha numerada.
Divide-se o grupão em duplas pela numeração. Ex.: Formam-se duplas com o número 1, com
o número 2 e assim sucessivamente. Cada dupla procura saber o nome de seu parceiro ou sua
parceira e uma característica. A característica será escrita em uma tarjeta de papel cartão. Ao
retornar ao grupão cada um fala o nome e aquela característica marcante de seu parceiro ou
de sua parceira. Ao final todas as tarjetas são entregues ao (à) facilitador (a).
Segundo passo:
Em uma ficha, cada participante escreve, em segredo, a impressão que teve daquele
seu parceiro. Esta ficha deve ser guardada, pois será retomada em outro momento da oficina.
1ª etapa
Nesta primeira etapa conheceremos as várias definições dadas à resiliência por
diferentes autores (as).
Roteiro para Oficinas de Resiliência
11
Primeiro passo: Introdução do tema
A palavra RESILIÊNCIA será colocada em destaque no centro do quadro de giz ou
quadro branco. Inicia-se a atividade de apresentação do tema com a pergunta: O que é
Resiliência?
O (a) facilitador (a) pedirá a participação de todos nesse momento com suas
concepções sobre a resiliência e irá escrevendo no quadro as resposta. Quando todos tiverem
opinado o (a) facilitador (a) convocará o grupão a formar pequenos grupos utilizando a
seguinte dinâmica:
Dinâmica 2: Formação dos pequenos grupos
O (a) facilitador (a) apresenta uma caixa com pétalas de papel dobradas com cores
variadas. Ex.: 5 pétalas azuis, 5 brancas, 5 vermelhas e 5 rosas. Se o grupão for de 20
membros. Cada um pega a cor de sua preferência. Os pequenos grupos, de 5 membros, serão
formados pelas cores das pétalas.
Segundo passo: Trabalho em pequenos grupos
Quando todos estiverem acomodados será entregue a cada grupo o primeiro texto
que é composto de uma relação com várias definições de Resiliência, segundo diferentes
autores (as). (Ver texto 1). A cada grupo será solicitado que leia e escolha aquela definição
que considera de maior significado para a vida pessoa e profissional dos membros do grupo.
Após discussão escolhe-se um relator para explanar as conclusões do grupo no plenário.
Terceiro passo: Plenário
Cada relator (a) expõe ao grupão o conceito escolhido e comenta as razões da
escolha. – Os grupos podem escolher formas diversificadas para apresentar o resultado de
suas reflexões. Ao término de cada exposição o (a) facilitador (a), com a ajuda de todos os
participantes, irá traçando paralelos entre os conceitos comentados e aquelas concepções
iniciais dadas à pergunta feita na introdução do tema: O que é Resiliência?
O (a) facilitador (a) complementa a exposição com uma breve apresentação sobre o
desenvolvimento do estudo do conceito e aplicação da Resiliência nas Ciências Humanas.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
12
Para encerrar esta primeira parte da oficina convida-se um participante para ler o texto 2 ou o
texto 3: Resiliência.
Intervalo (momento livre, coffee break)
Este momento pode ser um espaço privilegiado para que o (a) facilitador (a) comece
a observar o comportamento dos participantes, como estratégia avaliativa da ação
interventiva.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
13
“Penso que todos temos a semente da resiliência; de como seja regada dependerá seu bom
crescimento”1
____________ 1Palavras de um adolescente de Nova York. In.: Laura J. Hilton, A voz dos jovens, Vol. 5, n◦. 3/1994. Genebra,
Suíça
Foto: Araquém Alcântara
Roteiro para Oficinas de Resiliência
14
2 ª etapa
Apresentação dos conceitos de Vulnerabilidade, Adversidade e Fatores de Risco e
suas relações com o desenvolvimento da Resiliência.
Quarto passo: apresentação dos conceitos ligados à resiliência
O (a) facilitador (a) afixará abaixo da palavra Resiliência os vocábulos
vulnerabilidade, adversidade e fatores de risco, como no diagrama abaixo:
Serão formuladas aos participantes as seguintes perguntas: O que cada um, aqui
presente, imagina quando escuta a palavra vulnerabilidade? Em seguida solicita que cada um
responda sucintamente à pergunta. O (a) facilitador (a) irá escrevendo abaixo do termo
vulnerabilidade as respostas dos participantes. Na continuação, pergunta-se: Levando-se em
conta o contexto da prática docente em Ensino de Ciências, o que vem a ser adversidade? As
respostas serão escritas abaixo da palavra adversidade. Por fim, pergunta-se o que significa
fatores de risco relacionado ao contexto da profissão de professores (as). As respostas a esta
última questão serão registradas abaixo da expressão fatores de risco.
Quinto passo: Trabalho em pequenos grupos
Os conceitos de Vulnerabilidade, Adversidade e Fatores de Risco serão apresentados
aos participantes, em fichas, conforme quadro a seguir. Uma relação com as concepções dos
sujeitos colaboradores da pesquisa que gerou nossa dissertação de mestrado, Professores e
Alunos-Professores do Curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências na Amazônia,
sobre esses fatores, será entregue aos pequenos grupos para auxiliar o estudo, conforme texto
4 (quatro).
RESILIÊNCIA
VULNERABILIDADE ADVERSIDADE FATORES DE RISCO
Roteiro para Oficinas de Resiliência
15
VULNERABILIDADE ADVERSIDADE FATORES DE RISCO
Vulnerabilidade é a
predisposição a desordem
ou suscetibilidade
psicológica que impede o
indivíduo responder, de
forma satisfatória, quando
submetido à situações de
risco ou eventos estressores
(YUNES; SZYMANSKI,
2002).
Contrariedade ou oposição
à condução normal da vida
ou das atividades
desenvolvidas pelos seres
humanos (INFANTE,
2005).
São fatores que se
relacionam com toda sorte
de eventos negativos de
vida e que, quando
presentes, aumentam a
probabilidade de o
indivíduo apresentar
problemas físicos, sociais
ou emocionais (YUNES;
SZYMANSKI, 2002).
Fonte: Elaborado pela autora.
Outras fichas, conforme formato abaixo, serão entregues aos participantes para que,
tendo como orientação os conceitos de vulnerabilidade, adversidade e fatores de risco,
discutam e relacionem as situações de sua estrutura emocional e prática docente em que esses
conceitos estão concretamente inseridos, observados, constatados. Ex.: Na coluna
vulnerabilidade registra-se uma vulnerabilidade pessoal que dificulta alguns aspectos da ação
docente. Na coluna adversidade registra-se aquela situação adversa que é encontrada no
espaço no ambiente de atuação profissional e que se relaciona com a vulnerabilidade
reconhecida pelo (a) professor (a). Da mesma forma, identifica-se um fator de risco presente
no espaço da prática docente e que se apresenta como um desafio a ser enfrentado e que irá
exigir a superação da vulnerabilidade que o docente considera possuir. E assim, cada membro
dos pequenos grupos dará sua contribuição completando o quadro.
VULNERABILIDADE ADVERSIDADE FATORES DE RISCO
Professor (a) Ambiente de trabalho Ambiente de trabalho
Fonte: Elaborado pela autora.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
16
Sexto passo: plenário
Os pequenos grupos serão convidados a formarem novamente o grupão e
socializarem seus resultados. Juntamente com o facilitador retomarão as respostas dadas às
perguntas formuladas no quarto passo para que se proceda a análise comparativa, como
recurso para consolidar o conhecimento sobre os termos em tela.
Ao final desta exposição será distribuído aos participantes o texto 5 (cinco),
intitulado “A escola possível” (VEJA, 2009), que propõe uma reflexão sobre a ação docente
na Amazônia e o quanto de vulnerabilidade, adversidade, fatores de risco estão envolvidos
nesse processo e exigem do professor e da professora um grande esforço de superação e
adaptação positiva, ou seja, do desenvolvimento/promoção dos fatores de resiliência que serão
conhecidos e discutidos na próxima oficina. O texto será lido silenciosamente por cada
participante enquanto se ouve a música “Embalando a rede” (BRAGA, 2005).
Sétimo passo: Avaliação
A avaliação, ao final desta oficina, é muito importante porque permitirá ter um
retorno do trabalho realizado e, desta forma, evitar a repetição de erros e oferecer espaço para
opiniões que não foram dadas durante o desenvolvimento da oficina.
Aspectos a serem avaliados:
1. Os resultados esperados foram alcançados?
2. Os objetivos foram cumpridos?
3. O que mais gostou e o que menos gostou na oficina?
4. Quais as maiores dificuldades durante a oficina?
5. O que concorda ou discorda com relação aos conceitos abordados?
6. O tema e conceitos abordados serviram para ampliar seus conhecimentos?
7. A estrutura oferecida para o desenvolvimento das atividades foi adequada?
8. A exposição dos conteúdos e objetivos foi encaminhada com clareza?
9. O tempo estabelecido para cada atividade foi suficiente?
10. Que proveito esta oficina trouxe para sua vida pessoal e profissional?
11. Outras observações.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
17
Oficina n.◦ 2
Tema:
A constituição da Resiliência
Objetivos:
Conhecer a constituição da Resiliência segundo a concepção de diferentes autores.
Refletir sobre os fatores de resiliência: Administração das emoções, Alcançar pessoas,
Otimismo, Análise do ambiente, Empatia, Autoeficácia, Controle dos impulsos e
Humor procurando identificar estas capacidades em sua conduta pessoal e
profissional.
Relacionar os oito fatores de resiliência estudados com as possibilidades de superação
das adversidades e fatores de risco presentes no cotidiano da prática docente em
Ensino de Ciências na Amazônia.
Metodologia e tempo:
1. Acolhimento, 20 minutos.
2. Apresentação do tema, 20
3. Trabalho em pequenos grupos, 30 minutos.
4. Exposição plenária, 30.
5. Intervalo, 30
6. Apresentação do organograma conceitual, 20
7. Considerações finais, 20 minutos
8. Avaliação da oficina, 20 minutos
Materiais e recursos:
TV, DVD, vídeo, filmes, micro system, CD, textos, pinceis atômicos, giz de cera,
cartolinas, papel sulfite, cola, revistas, canetas, quadro de giz, fichas de papel cartão, fita
dupla face, bexigas (balões), caixinha de papelão, ou de madeira e espaço físico (sala com
mesas e cadeira ou carteiras).
Roteiro para Oficinas de Resiliência
18
Acolhimento:
Nesta oficina iremos estudar as concepções de alguns autores sobre a constituição da
Resiliência humana e construir, de acordo com nossas experiências e formação profissional,
um conhecimento novo sobre como orientar nossas ações diárias na prática docente. Para
começar nossa primeira atividade teremos um momento de relaxamento.
Dinâmica 1: Relaxamento: “Mudanças! Quem é o seu autor?”
De posse do texto n.◦ 6 (seis), ao som suave da música “Águas sagradas”
(CAUCHIOLI, 2002), o (a) facilitador (a) inicia a leitura do texto.
Primeiro passo: Introdução do tema “A constituição da Resiliência”
O (a) facilitador (a) retoma, resumidamente, o tema da primeira oficina e apresenta o
que será estudado e discutido na segunda oficina, assim como os objetivos a serem
alcançados.
Dinâmica 2:
Os participantes receberão balões inflados para que sejam estourados. Cada balão
contém um fator de resiliência tirado do quadro “A constituição da Resiliência”, texto 7(sete).
Em seus lugares (no grupão) cada participante estoura seu balão e lê em voz alta o que está
escrito no papel que estava no interior de seu balão.
O (a) facilitador (a) explica que estes são fatores que constituem a resiliência
conforme a concepção de diferentes autores. Neste momento apresenta um quadro, igual ao
elaborado no texto 7 (sete), que pode ser em papel 40 quilos, cartolina ou em data show, se
houver.
Porém, nesta oficina discutiremos apenas oito fatores constitutivos da Resiliência.
Sete deles porque, conforme Barbosa (2006), são de fácil mensuração e o oitavo, o humor, foi
acrescentado em nossa pesquisa no curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências na
Amazônia após observamos que a maioria dos teóricos/autores/pesquisadores que estudamos
mencionam, habitualmente, entre os fatores que compõem a resiliência o humor, na qualidade
de indicador de resiliência.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
19
Segundo passo: Trabalho em pequenos grupos
Os pequenos grupos podem ser mantidos, conforme formação na primeira oficina ou
refeitos, segundo acordo com os participantes.
Terceiro passo: Entrega do material para estudo
Os oito fatores de Resiliência e seus respectivos significados serão distribuídos da
seguinte forma: cada pequeno grupo receberá dois fatores de resiliência com seus respectivos
significados (ver texto 8).
Grupo Azul:
Fatores de Resiliência Significado
Administração das emoções
É a habilidade de se manter calmo sob pressão. Para utilizar
essa habilidade, as pessoas costumam aglutinar um conjunto de
aptidões, conseguindo com isso obter a auto-regulação. Quando
a presença desta capacidade é rudimentar, as pessoas percebem
dificuldades em manter relacionamentos e, com freqüência,
desgastam emocionalmente os que convivem com elas e se
tornam pessoas difíceis no ambiente profissional.
Controle dos impulsos
É compreendido como a habilidade de não agir
impulsivamente. Pessoas que têm um quociente de resiliência
elevado neste fator são propensas a ter um alto quociente de
resiliência em Administração das Emoções. Ambas as
habilidades são vistas como estruturadas a partir de sistemas de
crenças parecidos na pessoa, gerando nelas a conexão entre si.
Fonte: Elaborado pela autora
Grupo Branco:
Fatores de Resiliência Significado
Otimismo
É a habilidade de ter a firme convicção de que a situação irá mudar
para melhor quando envolvida em adversidade e manter a esperança
de um futuro promissor, por se acreditar em ter a capacidade para
gerenciar a adversidade que venha surgir no amanhã. O Otimismo,
quando real e contextualizado, tende a ser uma vantagem quando
relacionado à Autoeficácia, uma vez que provê motivação para a
busca de soluções e recuperação.
Autoeficácia
É a convicção de ser eficaz nas ações. Sinaliza a crença de poder
encontrar soluções para os problemas que por ventura vier a surgir
com a certeza de se sobressair. Fonte: Elaborado pela autora
Roteiro para Oficinas de Resiliência
20
Grupo Vermelho:
Fatores de Resiliência Significado
Análise do ambiente
Descreve a habilidade de identificar precisamente as
causas dos problemas e das adversidades. Quando
incrementamos em nós a capacidade de lermos de maneira
correta o ambiente que nos cerca, com o qual estamos
envolvidos, passamos a entender melhor o processo que
está ao nosso redor e muito maior será nossa condição de
responder bem o que nos está sendo proposto.
Empatia
É a habilidade de ler os estados emocionais e psicológicos
de outras pessoas. Uma habilidade para decodificar a
comunicação não verbal e organizar atitudes a partir dessa
leitura. É a capacidade de compreender os sentimentos e
preocupações, as dificuldades do outro procurando se
colocar no lugar da outra pessoa. Fonte: Elaborado pela autora
Grupo Rosa:
Fatores de Resiliência Significado
Alcançar Pessoas
É a habilidade de se conectar a outras pessoas para viabilizar
soluções para intempéries da vida. Trata-se de não alimentar o
medo de se expor ao fracasso e ao ridículo em público e não
superestimar que as probabilidades de tentativas fracassadas
levam a finais catastróficos.
Humor
Significa a capacidade de expressar em palavras, gestos ou
atitudes corporais os elementos cômicos, incongruentes ou
hilariantes de uma situação, obtendo um efeito tranqüilizador e
prazeroso, facilitando um certo distanciamento do problema e
favorecendo a tomada de decisão para resolvê-lo com respostas
originais e soluções inovadoras mesmo em meio à crise. Fonte: Elaborado pela autora
Roteiro para Oficinas de Resiliência
21
“Olhando as coisas com humor, abrimos espaço para tolerar as dificuldades e calamidades e
lidar com elas” (MILLER, 2006).
Roteiro para Oficinas de Resiliência
22
Quarto passo: Trabalho em pequenos grupos
Os pequenos grupos serão orientados a fazer a leitura dos fatores de resiliência e seus
significados conforme ficha recebida e procurar responder as seguintes perguntas que serão
entregues digitadas em papel A4:
1) Tenho estas características resilientes?
2) Como estes fatores de resiliência são exigidos em minha prática docente?
3) Quais ações podem fortalecer estas minhas qualidades para melhor responder às
solicitações da minha profissão?
O facilitador entregará a cada grupo o texto 9 (nove): “O menino que domou o
vento” (SANTOS, [s/d]) e solicitará que cada grupo analise e procure identificar os fatores de
resiliência, que estudaram e discutiram, na história que o texto apresenta.
As respostas serão escritas pelo relator do grupo e serão entregues ao facilitador da
oficina pós a seção plenária.
Quinto passo: Plenário
De volta ao grupão, cada pequeno grupo apresentará suas respostas. (A forma de
apresentação é espontânea de forma a valorizar a criatividade dos participantes).
Intervalo (momento livre, coffee break)
Enquanto os participantes cumprem o intervalo, o (a) facilitador (a) termina de
montar o quadro que começou a ser elaborado na primeira oficina.
Sexto passo: Organograma Conceitual
Nesse momento o (a) facilitador (a) apresenta o quadro com um organograma dos
conceitos sistematizados apresentados nos textos distribuídos e as contribuições dos
participantes resultantes de suas discussões nos pequenos grupos e no grupão.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
23
Sétimo Passo: Avaliação
A avaliação, ao final desta oficina, permitirá ter um retorno do trabalho realizado e
tomar conhecimento das falhas e, também, dar espaço para opiniões que não foram
compartilhadas durante o desenvolvimento da oficina, além de possibilitar a melhoria de
futuros eventos.
Aspectos a serem avaliados:
1. Os resultados esperados foram alcançados?
2. Os objetivos foram cumpridos?
3. O que mais gostou e o que menos gostou na oficina?
4. Quais as maiores dificuldades durante a oficina?
5. O que concorda ou discorda com relação aos conceitos abordados?
6. O tema e conceitos abordados serviram para ampliar seus conhecimentos?
7. A estrutura oferecida para o desenvolvimento das atividades foi adequada?
8. A exposição dos conteúdos e objetivos foi encaminhada com clareza?
9. O tempo estabelecido para cada atividade foi suficiente?
10. Que proveito esta oficina trouxe para sua vida pessoal e profissional?
11. Outras observações.
Considerações finais
A resiliência, tema trabalhado nestas oficinas, foi discutida enquanto possibilidade na
realidade concreta, nos temas e problemas do cotidiano da prática docente. Por meio desta
técnica procuramos conhecer os significados de resiliência e os conceitos de vulnerabilidade,
adversidade e fatores de risco que envolve a necessidade do desenvolvimento e fortalecimento
das características resilientes, redimensionando sua prática em defesa da qualidade e do
respeito ao exercício profissional e da integridade pessoal do (a) professor (a) em Ensino de
Ciências na Amazônia.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
24
Por meio destas oficinas tivemos a possibilidade de conhecer e construir uma nova
forma de ser e estar no mundo mais flexível, com capacidade para identificar os fatores de
risco, reconhecer nossas vulnerabilidades e conviver com as adversidades do ambiente de
trabalho, podendo superá-las e sair fortalecidos a partir da operacionalização da resiliência.
Atividades pós-oficinas
Propõe-se que ao buscar desenvolver ou fortalecer os fatores de resiliência em sua
estrutura pessoal e operacionalizar a resiliência em suas práticas docentes, os professores e
professoras procurem registrar suas vitórias e, também, suas dificuldades e dúvidas e as
enviem aos promotores das Oficinas ou ao Laboratório de Resiliência Vinculado ao Curso de
Mestrado em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia – UEA (em fase de estruturação)
ou, ainda, aos centros de estudo da resiliência, como a Sociedade Brasileira de Resiliência –
SOBRARE, por exemplo. Bastando para isso que se associem por meio do site:
www.sobrare.com.br.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
25
TEXTOS PARA LEITURA E REFLEXÃO
Texto 1: Significados de Resiliência (BELMONT, 2009)
“É o termo que escolhi para descrever as forças psicológicas e biológicas exigidas para
atravessarmos com sucesso as mudanças em nossas vidas” (FLACH, 1991, p.11).
“Capacidade de proteger sua integridade sob fortes pressões; a capacidade de se
construir, criar uma vida digna de ser vivida a despeito das circunstâncias adversas”
(VANISTENDAEL; LECOMTE, 2000).
“Um conjunto de qualidades que favorecem o processo de adaptação criativa e
transformação a despeito dos riscos e adversidades” (POLETTI; DOBBS, 2007, p.13).
“Capacidade de vencer, viver, desenvolver-se positivamente, de maneira socialmente
aceitável, apesar do estresse ou de uma adversidade que normalmente comportam o
grave risco de uma saída negativa” (VANISTENDAEL; LECOMTE, 2000).
“Uma resposta global em que estão em jogo os mecanismos de proteção, entendendo
por estes não a valência contrária aos fatores de risco, mas aquela dinâmica que
permite ao indivíduo sair fortalecido da adversidade, em cada situação específica,
respeitando as características pessoais” Rutter (apud INFANTE, 2005, p. 25).
“Um processo dinâmico em que as influências do ambiente e do indivíduo interatuam
em uma relação recíproca, que permite à pessoa se adaptar, apesar da adversidade”
(LUTHAR; CICCHETTI; BECKER, 2000).
“Um processo dinâmico que tem como resultado a adaptação positiva em contextos de
grande adversidade” Luthar et al. (apud INFANTE, 2005, p. 26).
“O fenômeno chamado de resiliência é entendido como a capacidade do ser humano
de enfrentar as adversidades da vida, superá-las e ser transformado positivamente por
elas” Munist et al. (apud MELILLO et al., 2005, p. 60).
“Habilidade para sair da adversidade, adaptar-se, recuperar-se e ter acesso a uma vida
significativa e produtiva” (KOTLIARENCO, 1997).
Roteiro para Oficinas de Resiliência
26
“História de adaptações exitosas no indivíduo exposto a fatores biológicos de risco ou
a eventos de vida estressantes; além disso, implica a expectativa de continuar com
baixa suscetibilidade a futuros fatores de estresse” Luthar e Zingler; Masten e
Garmezy; Werner e Smith (apud KOTLIARENCO, 1997).
“Capacidade humana universal de enfrentar as adversidades da vida, superá-las ou até
ser transformado por elas. A resiliência é parte do processo evolutivo e deve ser
promovida desde a infância” Grotberg (apud MELILLO et al., 2005, p. 61).
“A capacidade humana para enfrentar, vencer e ser fortalecido ou transformado por
experiências de adversidade” (GROTBERG, 2005, p. 15).
“A resiliência distingue dois componentes: a resistência diante da destruição – a
capacidade de proteger a própria integridade sob pressão – e, além da resistência, a
capacidade de construir um condutismo vital positivo, apesar das circunstâncias
difíceis” Vanistendael (apud MELILLO et al., 2005, p. 61).
“Capacidade de uma pessoa ou sistema social enfrentar adequadamente as
dificuldades, de forma socialmente aceitável” Vanistendael (apud MELILLO et al.,
2005, p. 61).
“A resiliência caracteriza-se como um conjunto de processos sociais e intrapsíquicos
que possibilita ter uma vida sadia, mesmo vivendo em um meio insano” Rutter (apud
KOTLIARENCO, 1997).
“A resiliência remete a uma combinação de fatores que permitem a uma criança, a um
ser humano enfrentar e superar os problemas e as adversidades da vida” Suárez Ojeda
(apud MELILLO et al., 2005, p. 61).
“Conceito genérico que se refere à ampla gama de fatores de risco e aos resultados de
competência. Pode ser produto de uma conjunção entre os fatores ambientais, o
temperamento e um tipo de habilidade cognitiva que têm as crianças, quando são
muito pequenas” Osborn (apud KOTLIARENCO, 1997).
“Habilidade de superar as adversidades” Werner (apud YUNES; SZYMANSKI, 2002,
p. 19).
“Uma qualidade de resistência e perseverança da pessoa humana face às dificuldades
que encontra” (TAVARES, 2002, p. 44).
Roteiro para Oficinas de Resiliência
27
“Resiliência é o resultado do desenvolvimento de certas capacidades ao nível do
próprio self, da identidade de permanecer e evoluir no fluxo e refluxo livre, dialógico,
dialético e triádico da inter, intra e transpersonalidade” (TAVARES, 2002, p. 57).
“A resiliência é uma capacidade universal que permite ao indivíduo, grupo ou
comunidade, prevenir, minimizar ou ultrapassar as marcas ou efeitos da adversidade”
Grotberg (apud PEREIRA, 2002, p. 86).
“A resiliência traduzir-se-ia, por conseguinte, numa capacidade pessoal para enfrentar
a adversidade, de modo não só a resistir-lhe ou a ultrapassá-la com êxito, mas a extrair
daí uma maior resistência a condições negativas subseqüentes” (PEREIRA, 2002, p.
96).
“Resiliência é aquela área da ciência que trabalha com o estudo, a análise de quanto
uma pessoa tem potencial, tem reservas para superar um trauma, uma adversidade, um
fracasso, um sofrimento ou uma condição desfavorável” (BARBOSA, 2009).
Roteiro para Oficinas de Resiliência
28
Texto 2: Resiliência (COELHO, 2005)
“O problema não é o problema.
O problema é sua atitude com relação ao problema.”
(Kelly Young)
Hoje a tristeza me visitou. Tocou a campainha, subiu as escadas, bateu à porta e
entrou. Não ofereci resistência. Houve um tempo em que eu fazia o impossível para evitá-la
adentrar os meus domínios. E quando isso acontecia, discutíamos demoradamente. Era uma
experiência desgastante. Aprendi que o melhor a fazer é deixá-la seguir seu curso. Agora,
sequer dialogamos. Ela entra, senta-se na sala de estar, sirvo-lhe uma bebida qualquer,
apresento-lhe a televisão e a esqueço! Quando me dou por conta, o recinto está vazio. Ela
partiu, sem arroubos e sem deixar rastros. Cumpriu sua missão sem afetar minha vida.
Hoje a doença também me visitou. Mas esta tem outros métodos. E outros
propósitos. Chegou sem pedir licença, invadindo o ambiente. Instalou-se em minha garganta e
foi ter com minhas amígdalas. A prescrição é sempre a mesma: amoxicilina e paracetamol.
Faço uso destes medicamentos e sinto-me absolutamente prostrado. Acho que é por isso que
os chamam de antibióticos. Porque são contra a vida. Não apenas a vida de bactérias e vírus,
mas toda e qualquer vida...
Hoje problemas do passado também me visitaram. Não vieram pelo telefone porque
palavras pronunciadas ativam as emoções apenas no momento e depois perdem-se difusas,
levadas pela brisa. Vieram pelo correio, impressos em papel e letras de baixa qualidade,
anunciando sua perenidade, sua condição de fantasmas eternos até que sejam exorcizados.
Diante deste quadro, não há como deixar de sentir-se apequenado nestes momentos.
O mundo ao redor parece conspirar contra o bem, a estabilidade e o equilíbrio que tanto se
persegue. O desânimo comparece estampado em ombros arqueados e olhos sem brilho, que
pedem para derramar lágrimas de alívio. Então, choro. E o faço porque Maurice Druon
ensinou-me, através de seu inocente Tistu, que se você não chora, as lágrimas endurecem no
peito e o coração fica duro.
Limão e Limonada
Roteiro para Oficinas de Resiliência
29
As Ciências Humanas estão sempre tomando emprestado das Exatas, termos e
conceitos. A última novidade vem da Física e atende pelo nome de resiliência. Significa
resistência ao choque ou a propriedade pela qual a energia potencial armazenada em um corpo
deformado é devolvida quando cessa a tensão incidente sobre o mesmo.
Em Humanas, a resiliência passou a designar a capacidade de se resistir
flexivelmente à adversidade, utilizando-a para o desenvolvimento pessoal, profissional e
social. Traduzindo isso através de um dito popular, é fazer de cada limão, ou seja, de cada
contrariedade que a vida nos apresenta, uma limonada, saborosa, refrescante e agradável.
Aprendi que não adianta brigar com problemas. É preciso enfrentá-los para não ser
destruído por eles, resolvendo-os. E rapidamente, de maneira certa ou errada. Problemas são
como bebês, só crescem se forem alimentados. Muitos deles resolvem-se por si mesmos. Mas
quando você os soluciona de forma inadequada eles voltam, dão-lhe uma rasteira e, aí sim,
você os anula corretamente. A felicidade, pontuou Michael Jansen, não é a ausência de
problemas. A ausência de problemas é o tédio. A felicidade são grandes problemas bem
administrados.
Aprendi a combater as doenças. As do corpo e as da mente. Percebê-las, identificá-
las, respeitá-las e aniquilá-las. Muitas decorrem não do que nos falta, mas do mal uso que
fazemos do que temos. E a velocidade é tudo neste combate. Agir rápido é a palavra de
ordem. Melhor do que ser preventivo é ser preditivo
Aprendi a aceitar a tristeza. Não o ano todo, mas apenas um dia, à luz dos
ensinamentos de Victor Hugo. O poeta dizia que “tristeza não tem fim, felicidade sim”.
Porém, discordo. Penso que os dois são finitos. E cíclicos. O segredo é contemplar as
pequenas alegrias ao invés de aguardar a grande felicidade. Uma alegria destrói cem
tristezas...
Modismo ou não, tornei-me resiliente. A palavra em si pode cair no ostracismo, mas
terá servido para ilustrar minha atitude cultivada ao longo dos anos diante das dificuldades,
impostas ou auto-impostas, que enfrentei pelo caminho, transformando desânimo em
persistência, descrédito em esperança, obstáculos em oportunidades, tristeza em alegria.
Nós apreciamos o calor porque já sentimos o frio. Apreciamos a luz porque já
estivemos no escuro. Apreciamos a saúde porque já fomos enfermos. Podemos, pois,
experimentar a felicidade porque já conhecemos a tristeza.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
30
Olhe para o céu, agora! Se é dia, o sol brilha e aquece. Se é noite, a lua ilumina e
abraça. E assim será novamente amanhã. E assim é feita a vida.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
31
Texto 3: Resiliência (VASCONCELOS, 2008)
Há mais de quarenta anos, a ciência tem-se interrogado sobre o fato de que certas
pessoas têm a capacidade de superar as piores situações, enquanto outras ficam presas nas
malhas da infelicidade e da angústia que se abateram sobre elas como numa rede engodada.
Por que certos indivíduos são capazes de se levantar após um grande trauma e outros
permanecem no chamado fundo do poço, incapazes de, mesmo sabendo não ter mais forças
para cavar, subir tomando como apoio as paredes desse poço e continuar seu caminho?
As experiências e estudos feitos têm mostrado algumas explicações científicas sobre
esse fato. A Biologia defende o ponto de vista de que cada ser humano é dotado de um
potencial genético que o faz ser mais resistente que outros. A Psicologia, por sua vez, dá
realce e importância nas relações familiares, sobretudo na infância, que construirá nesse
indivíduo a capacidade de suportar certas crises e de superá-las. A Sociologia vai fazer
referência à influência do entorno, da cultura, das tradições como construtores dessa
capacidade do indivíduo de suplantar as adversidades. A Teologia traz um aporte diferente
pela própria subjetividade transcendente, uma visão outra da condição humana e da
necessidade do sofrimento como fator de evolução espiritual: o célebre “dar a outra face”.
Mas foi o cotidiano das pessoas que passam por traumas, que realmente atravessam o
vale das sombras, o que realmente atraiu a curiosidade de cientistas do mundo inteiro. Não
personagem de ficção que se erguem após a grande queda; são homens, mulheres, crianças,
velhos, o indivíduo comum do mundo que retoma sua vida após a morte de um filho, a perda
de uma parte de seu corpo, a perda do emprego, doenças graves, físicas ou psicológicas, em si
mesmo ou em alguém da família, razões suficientes para levar um indivíduo ao caos. Esses
que são capazes de continuar uma vida de qualidade, sem autopunições, sem resignação
destruidora, que renascem dos escombros, esses são seres resilientes.
A resiliência é um termo oriundo da física. Trata-se da capacidade dos materiais de
resistirem aos choques. Esse termo passou por um deslizamento em direção às ciências
humanas e hoje representa a capacidade de um ser humano de sobreviver a um trauma, a
resistência do indivíduo face às adversidades, não somente guiada por uma resistência física,
mas pela visão positiva de reconstruir sua vida, a despeito de um entorno negativo, do
estresse, das contribuições sociais, que influenciam negativamente para seu retorno à vida.
Assim, um dos fatores de resiliência é a capacidade do indivíduo de garantir sua integridade,
mesmo nos momentos mais críticos etc.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
32
Não se é resiliente sozinho, embora a resiliência seja íntima e pessoal. Um dos
fatores de maior importância é o apoio e o acolhimento, feito em geral por um outro
indivíduo, essencial para o salto de qualidade que se dá. Alguns autores nomearam essas
pessoas: Flach chamou de mentor de resiliência; Cyrulnik chamou de tutor de resiliência;
muito antes Bolwby chamou de figura de apego. Denominações a parte, a resiliência ganha
hoje seu espaço na pesquisa em ciências humanas, médicas, sociais, administrativas etc. (grifo
nosso).
Mas não se forma um mentor/tutor/figura de apego. Não se pode dizer que alguém
vai ser a partir de agora esse indivíduo que vai chegar para operar o milagre. A resiliência é,
na verdade, o resultado de intervenções de apoio, de otimismo, de dedicação e amor, idéias e
conceitos que entram sorrateiramente nas ciências como causa e efeito, intervenção e
resultado, hipóteses e tese de que as relações intra e inter-humanas são relações que
ultrapassam o rigor do empirismo para encontrar o acaso.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
33
Texto 4. Os conceitos/significados de vulnerabilidade, adversidade e fatores de risco
(BELMONT, 2009).
Abaixo relacionamos as respostas dos sujeitos colaboradores da nossa pesquisa sobre
suas concepções conceituais a respeito de vulnerabilidade, adversidade e fatores de risco,
como segue.
4.1 Vulnerabilidade
“Atitude capaz de levar o indivíduo a ser suscetível em demasia, nas questões problemas do
cotidiano”
“Relação à instabilidade”
“Acredito que seja a condição uma de fragilidade, abertura para se deixar abater por
alguma circunstancia da vida”
“Toda a sorte de atos negativos de vida que poderão contribuir para que os indivíduos
corram o risco de ter ou aumentar problemas físicos, sociais ou emocionais”
“Acredito que vulnerabilidade está relacionada a iminência, está propensa a algo, a
qualquer momento pode ocorrer”
“É quando algo específico consegue me atingir, deixando-me vulnerável, com a sensação de
insegurança, de estar desprotegida”
“Estar passivo ou em situação de risco numa determinada situação-problema”
“No meu entender significa não estar preparada para lidar com uma situação”
“Geralmente se diz quando o indivíduo está mais frágil, mais exposto a determinada situação
ou doença”
“A palavra vulnerabilidade possui a utilização variada do conceito. De forma geral podemos
dizer em relação a um ser humano que seria um estado, ou um processo, desencadeado por
fatores determinados ou indeterminados e que levaria a uma instabilidade ou uma
estabilidade provisória”
“É a possibilidade de sermos atingidos nos aspectos físico, profissional, emocional,
psicológico; enfim, de sermos sensibilizados negativamente de maneira a nos prejudicar ou
magoar”
“É a situação que demonstra a falta de proteção que pode ter uma pessoa ou processo físico,
o que pode levar a uma diminuição das possibilidades de sucesso em qualquer esfera do
conhecimento científico”
Roteiro para Oficinas de Resiliência
34
“É ser fraco, frágil”
4.2 Adversidade
“Posição adversa, ou contrária, a determinadas situações que fogem de um padrão, ou plano
comum”
“Adversidade são as situações que surgem em nosso dia-a-dia sem que estivessem em nossos
planos, podendo nos atingir positiva ou negativamente”
“Situações desagradáveis, infortúnios, etc.”
“Problemas a serem enfrentados”
“Problemas ou dificuldades perante situações”
“Conflitos, dificuldades”
“Situações que fogem ao normal”
“Situações não satisfatórias”
“Dificuldade circunstancial a ser enfrentada”
“Aquilo que se apresenta como contrário ou em oposição ao nosso cotidiano”
“É o encontro com as diferenças de pontos de vista”
“Contrariedade”
“É o conjunto de fatores ou barreiras que a pessoa tem que enfrentar no processo de ensino-
aprendizagem, para conseguir uma assimilação consciente do conteúdo de estudo de
qualquer disciplina em Ciências Naturais, as mesmas podem constituir níveis para alcançar
a superação auto individual ou pessoal”
“Dificuldade na compreensão ou execução de determinado processo teórico e prático”
“Problemas de relacionamento com alunos e colegas de trabalho, falta de estimulo dos
alunos pela matéria, não ter uma metodologia adequada pra ministrar determinada
disciplina”
“Nós temos que ultrapassar o paradigma cartesiano, que para ele o erro era algo negativo,
um caminho a não ser tomado ou perseguido, aprendemos que na vida é inevitável nos
depararmos com adversidade, mas temos que aprender com elas, assim na educação o erro
deve ser tido como mecanismo de advertência, para observar como está o processo de
ensino-aprendizagem. Eu acho algo positivo, algo que devemos aprender a conviver”
“Adversidade é tudo que se constitui em obstáculo para o processo ensino-aprendizagem,
então a maneira como está organizado o ensino de ciências, salário e condições de trabalho
Roteiro para Oficinas de Resiliência
35
do professor, formação do professor, paradigma predominante do ensino de ciências,
acredito que são situações adversas ao que buscamos para o ensino de ciências”
“Relação professor-aluno e entre os próprios pares”
“É o que não dá certo, imprevistos sobre os quais geralmente não se tem controle, por
exemplo; uma programação que não ocorreu como previsto, a impossibilidade (material) de
que uma atividade planejada se realize, o descaso de muitos estudantes em relação aos
próprios estudos, etc. Nossa profissão está cheia de adversidades”
“Para mim é impedimento, uma situação contrária ao que se quer fazer e muitas vezes, as
condições objetivas não permitem. Exemplo: as condições sociais, salas superlotadas, um
currículo com poucas horas para o Ensino de Ciência nos anos iniciais do Ensino
Fundamental”
“Existem problemas que se colocam como adversidades dentro de um determinado processo,
isto pode ocorrer dentro da escola, no trabalho ou ate mesmo em nossa casa. As
adversidades existem na relação sujeito-objeto, ou seja na relação do sujeito com o real a
sua frente e podem ser de cunho epistemológico positivo ou negativo. O real e as relações
sociais produzidas pelos sujeitos são produtor e produto de múltiplas adversidades que
precisam ser abordadas pelos sujeitos. Penso que muitas adversidades são explicitas e outras
são ocultas, simbólicas, porém acredito que devemos tentar refletir, analisar o máximo
possível de adversidades para que ações possam ser tomadas em prol de soluções”
4.3 Fatores de Risco
“São indicadores que delimitam o grau de ameaça que pode ter para o desenvolvimento
positivo do processo de ensino aprendizagem, a tomada de decisões erradas ou a falta de
fornecimentos logísticos”
“Sala de aula inadequada, carência de materiais para o ensino, Professor sem domínio de
conteúdo, baixos salários dos professores”
“Incompetência técnica, cultura enciclopedista, distorção cognitiva etc.”
“Stress, cansaço, cobrança por melhores resultados”
“Formação de professore e materiais de ensino”
“Falta de conhecimento teórico/prático sobre a matéria e falta de domínio em uma
metodologia adequada para garantir os resultados de acordo com objetivos propostos”
“Falta de conhecimento e preparo para o processo de ensino, falta de domínio sobre o
conteúdo, falta de didática”
“Os fatores de risco são a falta de vivacidade e dinâmica que devemos dar para os conteúdos
curriculares, ou seja, pontes entre a teoria e prática; desmotivação; mau sistema de
avaliação; mau planejamento; má metodologia etc.”
Roteiro para Oficinas de Resiliência
36
“Não estar aberto à discussão coletiva. Negar as mudanças no ambiente e sua
responsabilidade pessoal quanto a isso. Estar desatualizado”
“De modo geral creio que sejam as impropriedades da prática pedagógica e o pouco
interesse da maior parte dos estudantes”
“Um professor não estar preparado ou capacitado para exercer essa atividade e utilizar
aulas repetitivas, baseadas só em memorização e desenvolver no aluno uma aversão a
Ciência”
“São fatores ou situações que irão interferir no processo de ensino-aprendizagem. Ex.:
relação professor-aluno, problemas familiares, etc.”
“Bem, a falta de cuidados em manusear material para experimentações, por exemplo,
problemas causados pelo excesso de trabalho, ansiedade etc.”
“Ensino embasado na memorização”
“Aulas que insistem em privilegiar a memorização”
“Podemos dizer que sejam fenômenos físicos ou não, aquilo que pela interação ou não com
outros fatores, pode provocar uma situação ou estado com probabilidade maior de acontecer
dentro do processo de ensino-aprendizagem”
“Essa expressão “fatores de risco” entendo como desafios ao processo ensino-aprendizagem
principalmente relacionado à formação de professores que podem ou não desenvolver
práticas de ensino que realmente contribua para a aprendizagem”
“Pensar que Ciência só se faz dentro de laboratórios equipados. Ter uma visão de Ciência
como algo que só pode ser feito por cientistas. Permitir que os poucos laboratórios e espaços
da escola e fora dela não sejam utilizados para o Ensino de Ciências”
“Dificuldades no aprendizado dos alunos; Ausência de recursos didático-pedagógicos
básicos nas escolas, como laboratórios, livros, material concreto, jogos; Despreparo dos
professores em relação aos conhecimentos da área; Inexistência de uma política nacional de
formação contínua de professores; Inexistência de uma política salarial nacional para os
profissionais da educação”
“Fator de risco, é quando a escola não consegue mobilizar articular e implementar na sua
proposta pedagógica o ensino de valores, atitudes, habilidades e conhecimentos, em ciências
principalmente, pois a aprendizagem de conceitos descontextualizado desmotiva os alunos.
Acredito que os professores também estão expostos a fatores de riscos quando são
desvalorizados, desmotivados e sobrecarregados com problemas de toda ordem, não é a toa
que pesquisas comprovam que muitos professores adoecem por causa do exercício do
magistério”
Roteiro para Oficinas de Resiliência
37
Texto 5: A escola possível (VEJA, 2009).
O H O M E M D A A M A Z Ô N I A
A ESCOLA POSSÍVEL Desde 1989, a professora Yolanda Santiago, de 42 anos, dá aulas em comunidades ribeirinhas do Rio Negro. Atualmente ela trabalha em uma delas, com doze famílias, a cerca de duas horas de barco do município de Novo Airão, no Amazonas. Como só há um professor para dividir com ela a tarefa de ensinar 36 alunos, com idade que varia de 3 a 43 anos e que cursam da pré-escola ao final do ensino fundamental, o jeito é improvisar. Alunos de diferentes turmas – do 1◦ ao 4◦ ano, por exemplo – dividem espaço numa mesma sala. “Procuro separá-los por grupinhos, para não embaralhar a cabeça deles. Mas é complicado trabalhar assim, porque os conteúdos são diferentes”, diz. Outra dificuldade é a energia elétrica, fornecida por um gerador a diesel, que atende a comunidade apenas à noite, das 18 às 22 horas.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
38
Texto 6: Mudanças! Quem é o seu autor? (SARAIVA; SOUZA, 2006).
Respire... procure uma posição confortável para permanecer em sintonia com seus
pensamentos. Inicie o processo de respiração colocando suas mãos sobre o abdômen; sinta o
ar inflar seu diafragma e lentamente se esvaziar.
Respire lentamente e sinta seu corpo acalmar-se; vá fechando seus olhos lentamente;
inicie sua viagem pela verdade escutando o som das ondas, da água límpida e clara; comece a
perceber o mundo e as possibilidades que a água pode lhe oferecer.
Você é muito parecido com as ondas que se formam no mar ou na pororoca, às vezes
calmo, às vezes sereno, em momentos seguintes muito agitado, capaz de banhar e lentamente
moldar a natureza. Você, como a água, é capaz de realizar mudanças, às vezes mais rápidas,
de forma suave ou violenta. Você é o autor de transformações, e essas podem se dar em várias
situações.
Respire... pense na pureza. De ser solidário, de compartilhar o crescimento por um
mundo melhor. Pense com otimismo na força que há em você para transformar coisas,
pessoas, lugares, histórias e rotinas; pense na sua responsabilidade com você e com o outro;
com você e com o mundo. Respire e reflita sobre o poder do amor em transformar, ou melhor,
mudar as verdades absolutas por uma verdade social, pense nas mudanças que é capaz de
fazer com a educação; pense no seu compromisso, como as ondas do mar têm que diariamente
banhar as areias da praia com leveza e nobreza nas manhãs e no entardecer.
Pense nessas ondas que possuem humildade suficiente para estar em todos os lugares
do mundo, levando alegria e não escolhendo situação econômica ou social para realizar seu
eterno prazer de amar a terra.
Respire... Pense em você, pense que você se converte em inúmeras possibilidades,
que antes de tudo é necessário fluir algo de dentro para fora, é preciso coragem de ousar para
promover mudanças. E essa iniciou aqui, nesse momento com você. Parabéns! Respire,
porque você é água, é ar, é terra, é vida, é gente, é pessoa criativa e capaz de amar. Eu vou
contar até dez e, ao término, lembre-se de que o ser humano não é perfeito, mas é dotado de
capacidade para continuar fazendo o melhor que puder, transformando problemas em
possibilidades. Vá lentamente retornando ao nosso ambiente de acordo com os números.
Respire. 1... 2... 3... 4... 5... 6... 7... 8... 9... 10.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
39
Texto 7: A constituição da Resiliência
A CONSTITUIÇÃO DA RESILIÊNCIA
ELEMENTOS
FACILITADO-
RES DA
RESILIÊNCIA
ELEMENTOS
DA
RESILIÊNCIA
ATRIBUTOS/
PILARES DA
RESILIÊNCIA
QUALIDADES
DA
RESILIÊNCIA
FATORES
CONSTITUTI-
VOS DA
RESILIÊNCIA
ASPECTOS
DA RESILIÊN-
CIA
Flach (1991)
Vanistendael
(2000)
Suárez Ojeda
apud Melillo
(2005)
Miller (2006)
Reivich; Shatté
apud Barbosa
(2006)
Steven e Wolin
apud Poletti;
Dobbs (2007)
Aceitação
Aceitação
incondicional da
pessoa
Introspecção
Vulnerabilidade
Administração das
emoções
Tomada de
consciência
Sentido de
comunidade
Sentido de vida
Capacidade de se
relacionar
Conexão
Alcançar pessoas
Capacidade de se
relacionar
Respeito
Autocontrole
Iniciativa
Partes
Otimismo
Criatividade
Reconhecimento
Autoestima
Criatividade
Necessidades
Análise do
ambiente
Iniciativa
Garantia de
privacidade
Senso de Humor
Humor
Humor
Empatia
Humor
Tolerância às
mudanças
Moralidade
Limites e
fronteiras
Autoeficácia
Independência
Estruturas
coerentes mais
flexíveis
Autoestima
Perdão
Controle dos
impulsos
Ética
Limites de
comportamento
definidos
Independência
Dons e talentos
Comunicação
aberta
Persistência
Receptividade a
novas ideias
Sofrimento
Tolerância aos
conflitos
Sentido de vida
Busca de
reconciliação
Interdependência
Humor
Valores humanos
construtivos
Empatia
Esperança
Fonte: Elaborado pela autora
Faz-se necessário levar em conta a advertência de Osborne em seu artigo
“Resiliência e estratégias de intervenção” citada por Rodriguez (2005) que nunca será
possível detalhar numa lista todos os fatores que aumentam a possibilidade de ser resiliente,
porque dependerá sempre do risco, da adversidade ou do fator de vulnerabilidade particular.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
40
Texto 8: Os fatores que constituem a resiliência
Sustentados na abordagem Cognitiva, Reivich; Shatté (apud BARBOSA, 2006, p.
45), reconheceram que a resiliência é constituída por sete fatores, que são: Administração das
Emoções, Controle dos Impulsos, Empatia, Otimismo, Análise do Ambiente, Autoeficácia e
Alcançar Pessoas, que foram selecionados por serem concretos, possíveis de serem
mensurados, ensinados e melhorados.
O Humor é um fator de resiliência que tem sua importância defendida por Flach
(1991), Vanistendael (2000), Suarez Ojeda (2005), Rodriguez (2005), Miller (2006) e Poletti;
Dobbs (2007). Por isso consideramos relevante seu estudo em nossa pesquisa.
1) A Administração das Emoções é descrita como a habilidade de se manter calmo sob
pressão. Para utilizar essa habilidade, as pessoas costumam aglutinar um conjunto de
aptidões, conseguindo com isso obter a autoregulação. Quando a presença desta
capacidade é rudimentar, as pessoas percebem dificuldades em manter
relacionamentos e, com freqüência, desgastam emocionalmente os que convivem com
elas e se tornam pessoas difíceis no ambiente profissional.
2) O Controle dos Impulsos é compreendido como a habilidade de não agir
impulsivamente. Pessoas que têm um quociente de resiliência elevado neste fator são
propensas a ter um alto quociente de resiliência em Administração das Emoções.
Ambas as habilidades são vistas como estruturadas a partir de sistemas de crenças
parecidos na pessoa, gerando nelas a conexão entre si.
3) O Otimismo é a habilidade de ter a firme convicção de que a situação irá mudar para
melhor quando envolvida em adversidade e manter a esperança de um futuro
promissor, por se acreditar em ter a capacidade para gerenciar a adversidade que
venha surgir no amanhã. O Otimismo, quando real e contextualizado, tende a ser uma
vantagem quando relacionado à Autoeficácia, uma vez que provê motivação para a
busca de soluções e recuperação.
4) A Análise do Ambiente descreve a habilidade de identificar precisamente as causas dos
problemas e das adversidades. Quando incrementamos em nós a capacidade de lermos
de maneira correta o ambiente que nos cerca, com o qual estamos envolvidos
passamos a entender melhor o processo que está ao nosso redor e muito maior será
nossa condição de responder bem o que nos está sendo proposto.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
41
5) A Empatia revela a habilidade de ler os estados emocionais e psicológicos de outras
pessoas. Uma habilidade para decodificar a comunicação não verbal e organizar
atitudes a partir dessa leitura. É a capacidade de compreender os sentimentos e
preocupações, as dificuldades do outro procurando se colocar no lugar da outra pessoa.
6) A Autoeficácia é a convicção de ser eficaz nas ações. Sinaliza a crença de poder
encontrar soluções para os problemas que por ventura vier a surgir com a certeza de se
sobressair.
7) Alcançar Pessoas é a habilidade de se conectar a outras pessoas para viabilizar
soluções para intempéries da vida. Trata-se de não alimentar o medo de se expor ao
fracasso e ao ridículo em público e não superestimar que as probabilidades de
tentativas fracassadas levam a finais catastróficos.
8) O Humor significa a capacidade de expressar em palavras, gestos ou atitudes corporais
os elementos cômicos, incongruentes ou hilariantes de uma situação, obtendo um
efeito tranquilizador e prazeroso, facilitando um certo distanciamento do problema e
favorecendo a tomada de decisão para resolvê-lo com respostas originais e soluções
inovadoras mesmo em meio à crise.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
42
Texto 9: O menino que domou o vento (SANTOS, [s/d])
Com dois livros de física elementar, um monte de lixo e a energia eólica, jovem abastece
lâmpadas e celulares em sua vila no interior da África.
FORÇA AÉREA:
William Kamkwamba mostra a instalação que carrega celulares e acende luzes em Malauí, na África.
Escondido entre Zâmbia,Tanzânia e Moçambique, o Malauí é um país rural com 15 milhões de
habitantes. A três horas de carro da capital Lilongwe, a vila de Wimbe vê um garoto de 14 anos
juntando entulho e madeira perto de casa. Até aí, novidade nenhuma para os moradores. A
aparente brincadeira fica séria quando, dois meses depois, o menino ergue uma torre de cinco
metros de altura. Roda de bicicleta, peças de trator e canos de plástico se conectam no alto da
estrutura e, de repente, o vento gira as pás. Ele conecta um fio, e uma lâmpada é acesa. O
menino acaba de criar eletricidade.
O menino e a importância de suas descobertas cresceram. William Kamkwamba, agora com 22
anos, já foi convidado para talk shows, deu palestras no Fórum Econômico Mundial, tem site
oficial, uma autobiografia - The Boy Who Harnessed the Wind (O Menino que Domou o Vento,
ainda inédito no Brasil) - e um documentário a caminho. O pontapé de tamanho sucesso se deve
a uma junção de miséria, dedicação, senso de oportunidade e uma oferta generosa de lixo.
EM TERMOS DE GERAÇÃO e consumo de energia elétrica, o Malauí é o 138º país do mundo
Uma seca terrível no ano 2000 deixou grande parte da população do Malauí em situação
desesperadora. Com as colheitas reduzidas drasticamente, as pessoas começaram a passar fome.
"Meus familiares e vizinhos foram forçados a cavar o chão para achar raízes, cascas de banana
ou qualquer outra coisa pra forrar o estômago", diz Kamkwamba. A miséria o impediu de
continuar na escola, que exigia a taxa anual de US$ 80. Se seguisse a lógica que vitima muitos
rapazes na mesma situação, o destino dele estava definido: "Se você não está na escola, vai virar
Roteiro para Oficinas de Resiliência
43
um fazendeiro. E um fazendeiro não controla a própria vida; ele depende do sol e da chuva, do
preço da semente e do fertilizante”, diz Kamkwamba.
Para escapar dessa sentença, começou a frequentar uma biblioteca comunitária a 2 km de sua
casa. No meio de três estantes com livros doados pelo Reino Unido, EUA, Zâmbia e Zimbábue,
Kamkwamba encontrou obras de ciências. Em particular, duas de física. A primeira explicava
como funcionam motores e geradores. "Eu não entendia inglês muito bem, então associava
palavras e imagens e aprendi física básica." O outro livro se chamava Usando Energia, tinha
moinhos na capa e afirmava que eles podiam bombear água e gerar eletricidade. "Bombear um
poço significava irrigar, e meu pai podia ter duas colheitas por ano. Nunca mais passaríamos
fome! Então decidi construir um daqueles moinhos."
Você está fumando muita maconha. Tá ficando
maluco." Era isso que Kamkwamba ouvia enquanto
carregava sucata e canos para seu projeto. "Não
consegui encontrar todas as peças para uma bomba
d'água, então passei a produzir um moinho que gerasse
eletricidade. " Seu primo Geoffrey e seu amigo Gilbert
o ajudaram, e após dois meses as pás giravam. O
gerador era um dínamo de bicicleta que produzia 12
volts, suficientes para acender uma lâmpada. As pessoas
próximas a ele só acreditaram em sua conquista quando
ele ligou um rádio, que na hora tocou reggae nacional.
"Fiquei muito feliz. Finalmente as pessoas
reconheceram que eu não estava louco."
"Conseguimos energia para quatro lâmpadas, e as
pessoas começaram a vir carregar seus celulares", diz.
No Malauí, a companhia telefônica se recusou a
fornecer infraestrutura para as vilas, e as empresas de
celulares chegaram com torres de transmissão e
baratearam os aparelhos. Por isso, hoje há mais de um
milhão de aparelhos celulares no país, uma média de
oito para cada cem habitantes.
NOVAS MEDIDAS: O primeiro
moinho ganhou altura (12 metros) e
potência.
"Bombear um poço significava irrigar. meu pai podia ter duas colheitas por ano. Nunca mais
passaríamos fome! Então decidi construir um daqueles moinhos."
A história chegou aos ouvidos do diretor da ONG que mantinha a biblioteca. Ele trouxe a
imprensa, e o menino foi destaque no jornal local. E daí alcançou o diretor do programa
TEDGlobal, uma organização que divulga ideias criativas e inovadoras que convidou
Kamkwamba para uma conferência na Tanzânia. O jovem aumentou o primeiro moinho para 12
metros de altura e construiu outro que bombeia água para irrigação. "Agora posso ler à noite, e
minha família pode irrigar a plantação", diz.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
44
Depois de cinco anos, com ajuda daqueles que descobriram sua história, Kamkwamba voltou à
escola. Passou por duas instituições no Malauí, estudou durante as férias no Reino Unido e agora
cursa o segundo ano da African Leadership Academy, instituição em Johannesburgo que reúne
estudantes de 42 países com o intuito de formar a próxima leva de líderes da África.
Apesar de não ter mudado em nada a sua humildade, o sucesso e as oportunidades de estudo
tornaram mais ambiciosos os planos de Kamkuamba: "Quero voltar ao Malauí e botar energia
barata e renovável nas vilas. E implementar bombas d'água em todas as cidades. Em vez de
esperar o governo trazer a eletricidade, vamos construir moinhos de vento e fazê-la nós
mesmos".
Escrito por William Kamkwamba em conjunto com o jornalista Bryan
Mealer, The Boy Who Harnessed the Wind foi lançado em 29 de setembro
nos EUA e ficou entre os dez mais da livraria virtual Amazon.
ENTREVISTA
Conversamos com William Kamkwamba, o menino africano que construiu um moinho
com lixo e dois livros de física.
Ricardo Santos//Foto: Tom Rielly
* Conte-me um pouco sobre você, William. Quando você nasceu, onde foi, como é sua
família?
Nasci em 5 de agosto de 1987 em Dowa, no Malauí. Moro com seis irmãs, meu pai e minha
mãe. Em uma família de garotas, você pode imaginar os problemas por que passei. Na escola,
os garotos sempre implicavam comigo porque eu não tinha um irmão mais velho que me
protegesse. De qualquer jeito, sobrevivi.
* Como é sua vida na vila onde mora, como são as condições de água, eletricidade ?
Moro na vila de Wimbe. É um lugar pequeno com uma grande estrada empoeirada e algumas
lojas. Chamamos de Centro de Comércio. Há o barbeiro, o soldador, vários armazéns que
vendem roupas e uma loja Farmer’s World, onde meu pai compra milho para plantar e
Roteiro para Oficinas de Resiliência
45
fertilizante. Seguindo essa estrada, há a minha vizinhança, Masitala. A cidade grande mais
próxima é Kasungu, com muitos habitantes, um grande supermercado e várias lojas. Para
chegar até lá, tem que ir de carona, espremido por uma hora na caçamba de um caminhão. Só
2% da população rural do Malauí tem eletricidade e isso é um grande problema. E antes de eu
conseguir perfurar um poço e providenciar água limpa para minha família, não havia água
corrente por quase 100 km.
* Em 2000, o Malauí passou por uma seca terrível. Foi por isso que você teve de deixar a
escola em 2002?
Sim. Essa seca fez faltar alimento em todo o país. Ninguém conseguia plantar o suficiente para
comer. As pessoas começaram a passar fome. Muitos moradores aqui perto de Wimbe
morreram de inanição. Causou a morte de mais de 10 mil malauianos. Meus vizinhos e minha
família fomos forçados a cavar o solo para achar raízes e cascas de banana, qualquer coisa
para forrar o estômago. A taxa para minha escola era 80 dólares por ano. Por causa da
situação, meu pai não conseguia pagar, tive que parar de estudar com 14 anos.
*Como você se sentiu por estar fora da escola?
Era bem ruim. Se você não está estudando, quer dizer que vai ser fazendeiro. Eles não
controlam a própria vida; dependem do sol, da chuva, do preço das sementes e do fertilizante.
Quando saí da escola, olhei meu pai, aqueles campos ressecados e vi o resto de minha vida. Era
um futuro que não podia aceitar.
*Foi aí que você começou a frequentar uma biblioteca perto da sua casa?
Sim. Era um lugar bem pequeno dentro de minha escola primária, a uns dois km de casa. Eu
geralmente caminhava, ou ia de bicicleta. A biblioteca tinha três estantes cheias de livros
doados pelos EUA, Reino Unido, Zâmbia e Zimbábue. Fui com a esperança de estudar por
conta própria, para ficar no mesmo nível dos amigos que continuaram na escola. Comecei a ler
livros de ciência, e isso mudou minha vida.
* Você construiu um moinho de vento a partir das explicações de um livro, sem nunca ter
visto um. Como foi isso, e para que você queria um moinho?
No livro, “Explaining Physics”, entendi como funcionavam motores e geradores. Não lia inglês
muito bem. Usei diagramas e fotos para associar as palavras, e assim aprender física básica. O
outro livro que li chamava-se “Using energy”, tinha uma foto de um moinho de vento na capa.
Dizia que moinhos podem bombear água e gerar eletricidade. Meu pai poderia irrigar a
plantação, aumentar a colheita e nós nunca mais passaríamos fome! Por isso decidi construir
um moinho. Não havia instruções, mas sabia que se um homem havia construído no livro, eu
também conseguiria.
* Como você fez para arranjar as peças? Quanto tempo levou?
Fui a um ferro-velho perto de casa e encontrei vários pedaços de metal e uns canos de plástico.
Mas vi que não tinha todas as peças para uma bomba d’água, então procurei fazer um moinho
que gerasse eletricidade. Quando me viam carregando os ferros, as pessoas achavam que eu
Roteiro para Oficinas de Resiliência
46
estava louco. Me provocavam e diziam que eu estava fumando maconha. Mas não deixei que
isso me incomodasse. Continuei. Meu primo, Geoffrey, e outro amigo, Gilbert, me ajudaram a
construir. Ficou pronto em dois meses. Quando o vi funcionando, fiquei muito feliz. Finalmente
as pessoas sabiam que eu não estava louco.
* Quanta energia gerava o moinho?
O gerador do moinho era um dínamo de bicicleta, produzia 12 volts. Era suficiente para
acender uma lâmpada. Mais tarde, meu primo achou uma bateria de carro na estrada. Demos
uma carga nela, e conseguimos energia para manter quatro lâmpadas e dois rádios. As pessoas
faziam fila para carregar seus celulares. Os celulares estão em todo o lugar na África porque
são baratos. Há poucos lugares onde a eletricidade chega - geralmente nos arredores das
empresas estatais de tabaco – e algumas lojas cobram para as pessoas carregarem os celulares.
Comigo era grátis.
* Depois que sua história se espalhou, você voltou a estudar. Como estão seus estudos?
Depois que eu fui à conferência do TED [organização sem fins lucrativos que promove
conferências anuais para divulgar boas idéias] em Arusha, na Tanzânia, algumas pessoas se
aproximaram e me ofereceram ajuda para voltar à escola. Primeiro frequentei um colégio
cristão na capital. Agora estudo em Johannesburgo, na África do Sul, na African Leadership
Academy, uma escola que pretende treinar a próxima geração de líderes do continente. Há 200
estudantes de 42 países diferentes da África.
* Agora que você viu que seu moinho não só ajudou sua família, mas gerou esperança em
cima de energia elétrica e renovável, quais são seus próximos planos?
Depois de fazer faculdade, talvez nos EUA, quero voltar ao Malauí e descobrir maneiras de
produzir energia barata e renovável nas vilas. Quero construir bombas d’água de baixo custo e
que possam ser operadas facilmente. E também colocar um moinho de vento em cada cidade do
Malauí. Quando a companhia estatal de telefones se recusou a atender às vilas, as empresas
particulares de telefonia celular chegaram com torres e agora todos têm celulares. Nós
simplesmente passamos por cima dessas companhias ineficientes. Espero fazer o mesmo com a
energia no Malauí. Em vez de esperar o governo levar eletricidade até as vilas por linhas de
força, vamos construir moinhos de vento e gerá-la nós mesmo.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
47
“Quando você ajuda alguém a atravessar o rio transportando-o em seu barco, você também
chega à outra margem” autor desconhecido (apud POLETTI; DOBBS, 2007).
Roteiro para Oficinas de Resiliência
48
REFERÊNCIAS
BARBOSA, George Souza. Resiliência em professores do ensino fundamental de 5ª. A 8ª.
série: validação e aplicação do “Questionário do Índice de Resiliência: adultos Reivich-
Shatté/Barbosa”. São Paulo: PUC/SP, 2006.
_______. Corpo Abstrato. II Simpósio AENE (Avaliação do estado nutricional dos
estudantes) – UNIBAN – SÃO PAULO – SP – 13 a 15 nov, 2009.
BELMONT, Edileuza Maria Lima. A Resiliência no processo de Formação Continuada
dos professores e alunos-professores do curso de mestrado profissional em Ensino de
Ciências na Amazônia – Dissertação de Mestrado – Manaus: UEA, 2009.
BRAGA, Celdo. Embalando a rede. In.: Pássaros e Sonhos. CD. Manaus: Studio 301, 2005.
CAUCHIOLI, Rogério. Águas sagradas. In.: Sonhos das Águas (CD). São Paulo : SPA,
2002.
COELHO, Tom. Resiliência. Disponível em: <www.tomcoelho.com.br>. Acesso em: 05 set
2005.
FLACH, Frederic. Resiliência: a arte de ser flexível. Tradução de Wladir Dupont. São Paulo:
Saraiva, 1991.
GHEDIN, Evandro (org.). Ética e formação profissional em educação. Manaus: BK
Editora, 2005.
GROTBERG, Edith Henderson. Introdução: novas tendências em resiliência. In.: MELILO,
Aldo; SUÁREZ OJEDA, Elbio Néstor. (Orgs.). Resiliência: descobrindo as próprias
fortalezas. Tradução Valério Campos. Porto Alegre: Artmed, 2005.
INFANTE, Francisca. A resiliência como processo: uma revisão da literatura recente. In.:
MELILO, Aldo; SUÁREZ OJEDA, Elbio Néstor. (Orgs.). Resiliência: descobrindo as
próprias fortalezas. Tradução Valério Campos. Porto Alegre: Artmed, 2005.
KOTLIARENCO, Maria Angélica; CÁCERES, Irma; FONTECILLA, Marcelo. Estado del
arte en resiliencia. Washington DC, OPS/OMS, Fundación Kellogg, CEANIM, 1997.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
49
LUTHAR, S.; CICCHETTI, D.; BECKER, B. The Construct of resilience: A critical
evaluation and guidelines for future work, Child Development, 71 (3) p. 543-558. 2000.
MELILLO, Aldo; ESTAMATTI, Mirta; CUESTAS, Alicia. Alguns fundamentos
psicológicos do conceito de resiliência. In.: MELILO, Aldo; SUÁREZ OJEDA, Elbio
Néstor. (Orgs.). Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Tradução Valério Campos.
Porto Alegre: Artmed, 2005.
MILLER, Beth. A mulher vulnerável: 12 qualidades para desenvolver a resiliência.
Tradução de Carolina Caires Coelho. São Paulo: Melhoramentos, 2006.
MUNIST, Mabel; et al. Manual de identificación y promoción de la resiliencia em niños y
adolescentes. Oranización Panamericana de la salud, Organización Munidal de la salud,
Fundación W. K. Kellogg, Autoridad Sueca para el Desarrollo Internacional (ASDI),.
Washington, U.S.A., 1998.
OLIVEIRA, Ivani de; MEIRELES, Mário. Oficinas e dinâmicas: técnicas para trabalho em
grupo. 3. ed. São Paulo: Paulinas, 2007.
PEREIRA, Anabela M. S. Resiliência, personalidade, stress e estratégia de coping. In.:
TAVARES, José. (Org.). Resiliência e educação. São Paulo: Cortez, 2002.
POLETTI, Rosette; DOBBS, Barbara. A resiliência: a arte de dar a volta por cima. Tradução
de Stephania Matousek. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
RODRIGUEZ, Daniel H. O humor como indicador de resiliência. In.: MELILO, Aldo;
SUÁREZ OJEDA, Elbio Néstor. (Orgs.). Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas.
Tradução Valério Campos. Porto Alegre: Artmed, 2005.
SANTOS, Ricardo. O menino que domou o vento. Entrevista. Disponível em:
<http://www.incredimail.com/?id=604047&rui=118752317>, [s/d].
SARAIVA, Emerson; SOUZA, Kelly Christiane de. Oficinas pedagógicas: visualizando
possibilidades para o cotidiano escolar. Manaus: Valer/Foppi, 2006.
SOBRARE. Sociedade Brasileira de Resiliência. Disponível em: <www.sobrare.com.br>.
Roteiro para Oficinas de Resiliência
50
SUÁREZ OJEDA, Elbio Néstor. Uma concepção latino-amaericana: a resiliência
comunitária. In.: MELILO, Aldo; SUÁREZ OJEDA, Elbio Néstor. (Orgs.). Resiliência:
descobrindo as próprias fortalezas. Tradução Valério Campos. Porto Alegre: Artmed, 2005.
TAVARES, José. A resiliência na sociedade emergente. In.: TAVARES, José. (Org.).
Resiliência e educação. São Paulo: Cortez, 2002.
YUNES, Maria Angela Mattar; SZYMANSKI, Heloísa. Resiliência: noção, conceitos afins e
considerações críticas. In.: TAVARES, José. (Org.). Resiliência e educação. São Paulo:
Cortez, 2002.
VANISTENDAEL, Stefan; LECOMTE, Jacques. Le bonheur est toufours possible. Paris:
Bayard, 2000.
VASCONCELOS, Sandra Maia Farias. Resiliência. Disponível em:
<http://www.reacao.com.br/programa_sbpc57ra/sbpccontrole/textos/sandravasconcelos-
resilien...> Acesso em: 13 ago 2008.
VEJA 2130. Amazônia: O fator humano. Editora ABRIL, Ano 42, setembro de 2009.