RISCO E SUSTENTABILIDADE: A REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE ... · PDF...
Click here to load reader
Transcript of RISCO E SUSTENTABILIDADE: A REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE ... · PDF...
RISCO E SUSTENTABILIDADE: A
REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL COMO
ORIENTAÇÃO PARA A GOVERNANÇA
DO TERRITÓRIO
Icaro Aronovich da Cunha
(Unisantos)
Mariana Nascimento
(Unisantos)
Fernanda Pennas
(UnisantosbRASIL)
Resumo O artigo apresenta conceituação sobre riscos ambientais e seu
gerenciamento, em diferentes campos teóricos, relacionando essa
questão com o conceito de Desenvolvimento Sustentável. Com base em
levantamentos feitos junto a gestores da área ambiental e de defesa
civil, são apresentados fatores de alteração dos quadros de risco
ambiental na zona de costa paulista, relacionando a questão da
exclusão social à vulnerabilidade em relação aos riscos.
A discussão apresentada procura estabelecer uma correlação entre a
construção de outro tipo de governança , numa nova etapa do
desenvolvimento da costa paulista, em que destacam-se entre os
fatores dinâmicos os investimentos de aproveitamento dos recursos
energéticos da camada do Pré Sal.
A exclusão social se articula com a exposição ao risco,
especialmente, em duas vertentes. Enquanto fenômeno de segregação
espacial na constituição das cidades costeiras, determina a exposição
de grupos humanos aos perigos das situações de escorregamentos de
solo nas encostas, situação que pode ter suas probabilidades
ampliadas face às conseqüências do aquecimento global, que incluem
episódios chuvosos de maior amplitude e freqüência.
Enquanto exposição a acidentes tecnológicos, aqueles que envolvem
liberação de substâncias perigosas, a vulnerabilidade se relaciona com
a falta de informação ao público e de preparação para respostas a
emergências por parte dos governos locais e populações expostas.
De outro lado, a exclusão econômica se liga ao ordenamento dos
empreendimentos econômicos, e à capacidade dos gestores locais
quanto a evitar que novos projetos impactem o ambiente a ponto de
inviabilizar as outras formas de utilização econômica dos recursos
12 e 13 de agosto de 2011
ISSN 1984-9354
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
2
ambientais.
Palavras-chaves: Gerenciamento de riscos naturais e tecnológicos
Exclusão social e vulnerabilidade aos riscos Sustentabilidade e
redução da vulnerabilidade socioambiental
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
3
Situação problema
Esse trabalho é desenvolvido procurando examinar como se configuram, em grandes linhas,
as situações de exposição aos riscos ambientais na zona de costa, discutindo possíveis
orientações para que a governança territorial promova a redução da vulnerabilidade
socioambiental. Para tanto, serão trazidos conceitos que dão base para a visão de
gerenciamento de riscos como dimensão fundamental de construção da Sustentabilidade,
orientando a análise de dados.
Na zona de costa, ocorrem situações de riscos ambientais naturais, especialmente aqueles
ligados aos episódios de fortes chuvas de verão, e riscos tecnológicos, decorrentes das
atividades econômicas em que são manipulados produtos perigosos.
Trabalhando sobre a visão dos elementos da equação de risco ambiental, deseja-se identificar
potenciais fatores de ampliação dos riscos, seja no campo das probabilidades de eventos
acidentais, seja na dimensão das possíveis conseqüências dos mesmos, examinando a
dinâmica das cidades costeiras em que estão presentes, de um lado, quadros de exclusão e
segregação espacial, e de outro, a inércia em relação à adaptação dos lugares para responder
às mudanças climáticas.
Revisão conceitual: Risco, Sustentabilidade,Vulnerabilidade socioambiental
Risco ambiental é uma categoria de interesse para áreas como a saúde, a demografia e as
ciências sociais, a engenharia, a psicologia e a comunicação, cujos focos de análise serão
brevemente assinalados . Começando por abordagens do campo da saúde, já que talvez aí
esteja a base de um conjunto de elementos do conceito que fornecem conteúdos comuns para
um diálogo entre as diferentes especialidades.
Risco ambiental em Saúde
O desafio da saúde ambiental, como campo de estudo e práticas, evoluiu de uma era em que
se tratava de proteger o homem do ambiente, para a situação contemporânea, em que trata-se
de proteger o homem das alterações ambientais provocadas pelo homem (Forattini, 1992 ).
As diferentes formas de artificialização e poluição fazem parte do conjunto de determinantes
físico-químicos dos quadros de saúde / doença. A importância relativa de tais determinantes
cresce com o grau, a escala que, historicamente, assume a interferência da espécie humana e
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
4
de sua organização social sobre a biocenose, em cada região, dando lugar, no limite, a
verdadeiros ecossistemas antrópicos .
Essa visão de Forattini, em sua obra Ecologia, Epidemiologia e Sociedade (1992), converge
com a idéia apresentada no campo da Geografia por Milton Santos (2001), que vê o entorno
do homem como natureza artificializada, mecanizada, em que a ação entrópica tem efeitos
continuados e cumulativos, tornando-se o homem um fator geológico, geomorfológico,
climático.
Crise ambiental brasileira e vetores estruturais para uma sociedade do risco
Os quadros de saúde ambiental se definem no contexto da crise ambiental brasileira, que tem
algumas linhas básicas em sua configuração.
O território brasileiro é transformado conforme uma tradição predatória, cuja manifestação
mais antiga está na simplificação dos ecossistemas pela monocultura, uma característica de
nossa colonização pelo europeu, mantida nos sucessivos ciclos econômicos de nossa história.
A potencialização dessa relação predatória se dá, a partir do pós guerra, em toda a segunda
metade do século XX, com a assimilação do país a um estilo de desenvolvimento
transnacional, com a transferência para o País de processos produtivos intensivos em uso de
recursos naturais e energia, e utilizadores de tecnologias de alto impacto e risco associado
(Sunkel, 1989; Cunha,1996).
O processo da industrialização brasileira é marcado pela constituição de grandes
aglomerações, pólos industriais de grande poder transformador, localizados muitas vezes em
ambientes especialmente vulneráveis, ecologicamente. Concentram-se no espaço processos
geradores de resíduos e efluentes, e atraem-se grandes volumes de população com a oferta de
oportunidades econômicas.
As transformações econômicas e técnicas na agricultura trazem efeitos ambientais severos,
com perdas de solo fértil e disseminação da contaminação química, ocasionando ainda forte
movimento da população rural para as periferias urbanas.
O viés geopolítico na orientação do Desenvolvimento pelo Estado brasileiro, e as políticas de
ocupação de fronteiras associadas, como nos casos da região do Centro Oeste e da Amazônia,
funcionam como fatores multiplicadores para os fenômenos de mobilidade da população
pobre pelo território do País.
As grandes cidades têm suas estruturas orientadas pelas conveniências da especulação
imobiliária e pelo uso do transporte individual. Caracterizam-se pela segregação espacial dos
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
5
mais pobres, pois os mercados de habitação voltam-se a segmentos de renda mais alta. As
manchas urbanas se expandem na horizontal exageradamente, conduzidas por esses vetores
que passaram ao largo de qualquer racionalidade ambiental (Cunha, 1996).
Nas caóticas aglomerações urbanas, as redes técnicas das infra-estruturas produtivas, como
estradas ou dutovias, se entrelaçam a espaços de urbanização precária em situações de fato
que desafiam à implantação de um gerenciamento dos riscos.
Beck definiu uma sociedade do risco como aquela em que a disseminação dos riscos assume a
centralidade que antes era conferida à questão distributiva, do atendimento às necessidades
essenciais (Beck, 1998 ). Já a “nossa” sociedade do risco tem, mais uma vez, o pior dos dois
mundos: no Brasil, o risco foi disseminado numa sociedade que está longe de atender às
necessidades básicas da maioria, como no caso de garantir habitação digna e salubre para os
moradores das chamadas periferias das grandes cidades (Cunha, 2004 ).
O risco na visão da vigilância no campo da saúde
Seguindo o pensamento de Tambellini e Câmara ( 2002 ), a vigilância em saúde preocupa-se
com fatores / agentes / cargas com capacidade morbígena, que se encontram presentes no
ambiente. O que caracteriza as exposições a riscos são as relações dinâmicas entre estes
elementos e os humanos, pois as interações entre ambos levam a alterações nos meios internos
dos humanos expostos.
Trabalha-se com a idéia de biocenoses naturais e biocenoses artificiais, vendo o ambiente
como um todo integrado. A noção de ecossistemas inclui o homem, espécie em relação com
outras espécies e demais unidades complexas (Tambellini e Câmara, 2002).
A Vigilância ambiental em saúde será nessa visão o conhecimento e detecção ou prevenção
de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na
saúde humana, visando medidas de prevenção e controle dos fatores de risco relacionados às
doenças e outros agravos à saúde.
Devem-se reconhecer como prioridades, nesse campo de ação, os fatores biológicos (vetores,
reservatórios, hospedeiros, animais peçonhentos) e não biológicos (água para consumo
humano, ar, solo, contaminantes ambientais, desastres naturais e acidentes com produtos
perigosos).
A Vigilância Ambiental em Saúde deve ser organizada também em suas interfaces com todos
os tipos de vigilância em saúde.
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
6
A vigilância da doença ou do agravo, tem como focos de atenção a vigilância dos expostos; a
vigilância de agentes; a vigilância de produtos; a vigilância de processos; a vigilância de
resíduos/ passivos ambientais.
Aqui os autores citados definem a vigilância dos fatores de risco. Tratam-se de construtos
matemáticos probabilísticos, de orientação epidemiológica, que podem se referir tanto aos
doentes / expostos, aos agentes, às condições ambientais ou à articulação de todos ou alguns
destes elementos que ocorrem durante o curso do processo saúde/doença (Tambellini e
Câmara, 2002).
A vigilância do ambiente se define pelo objetivo de identificar situações de risco que
antecedem efeitos adversos para a saúde. Demanda o uso de sistemas de informações:
informações hidrológicas, imagens de satélite, sobre recursos hídricos, biodiversidade;
qualidade do ar; balneabilidade; etc.
Discussão da vulnerabilidade nas ciências sociais, em especial sociologia
ambiental e estudos sobre população e ambiente
Autores como Hogan, Marandola ( 2006) e Torres (2006) desenvolvem análises e discussões
que se afastam do foco em riscos num espaço restrito, para tratarem de um fenômeno
associado ao mecanismo da reprodução social. Nessa perspectiva, preferem trabalhar com a
idéia de vulnerabilidade, considerada um conceito promissor para lidar com as incertezas nos
arranjos socioespaciais.
A disseminação do risco não implica em homogeneidade dos lugares e regiões, nem entre as
pessoas. Há diferentes capacidades de resposta (grifo meu). Riscos e Perigos são produtos
do sistema, frutos da modernização ecológica, da modernidade tardia e de processos de
segregação e desigualdades sociais (Hogan, Marandola, 2006).
A que riscos os grupos estão vulneráveis ? É preciso conhecer as situações e construir
alternativas para reduzir a vulnerabilidade, relacionando perigos a uma série de conseqüências
possíveis.
As diferenças de percepção do risco devem ser reconhecidas, ultrapassando-se a idéia de que
exista uma percepção mais verdadeira (científica) do que a do público do lugar.
Vulnerabilidade, para Fonseca Alves e Torres ( 2006 ), define-se pela exposição ao risco, a
incapacidade de reação e a dificuldade de adaptação. Estes autores estabelecem uma
associação entre risco ambiental e vulnerabilidade social.
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
7
Outros autores discutem metodologias para mensuração do risco e da vulnerabilidade (Braga
et al., 2006 ). Na abordagem da DRI (indicadores de redução de desatres), o Risco é a
combinação de exposição (população média exposta) e da vulnerabilidade (combinação de
variáveis demográficas, econômicas, sociais, técnicas, ambientais).
Outra idéia é da Vulnerabilidade biofísica ou risco, como função de evento perigoso
(freqüência projetada ou observada) e da vulnerabilidade social.
Análise e Avaliação de Riscos Ambientais na ótica da engenharia ambiental
A avaliação de riscos ambientais é, para a engenharia ambiental, um processo pelo qual são
identificados, avaliados e quantificados os riscos à saúde humana ou bem de relevante
interesse ambiental a ser protegido (Serpa, 2000 e 2008 ).
Riscos de Segurança de Processos são aqueles riscos, impostos por instalações ou atividades,
com potencial de causar efeitos severos e imediatos às pessoas, ao patrimônio público ou
privado e/ou impactos agudos ao meio ambiente.
Risco à Saúde Humana é a probabilidade de ocorrência de câncer num determinado receptor
exposto a contaminantes presentes numa área contaminada ou a possibilidade de ocorrência
de outros efeitos adversos à saúde decorrentes da exposição a substâncias não carcinogênicas.
Risco Ecológico é a possibilidade de ocorrência de efeitos adversos aos organismos presentes
nos ecossistemas.
No enfrentamento de riscos de acidentes ambientais, trabalha-se com a equação de riscos, cuja
expressão mais simples é: ( R = f x c ) , ou seja, o risco é mensurado por meio da
multiplicação entre a freqüência dos eventos , traduzida em estimativa de probabilidades, e
suas conseqüências.
O Risco no conceito de Desenvolvimento Sustentável
Uma apropriação superficial do conceito de Sustentabilidade por vezes leva a associar esta
idéia aos interesses das gerações futuras, tão somente. Esta interpretação retira do conceito
parte importante de seu caráter crítico em relação à atualidade. No segundo capítulo de
“Nosso Futuro Comum” temos a sistematização de uma vasta discussão que buscou
caminhos de superação para um desenvolvimento insustentável, predatório, que se caracteriza
por ultrapassar os limites ambientais sem garantir o atendimento às necessidades básicas do
conjunto das populações humanas, no presente.
Neste trabalho de preparação à Rio 92 ou em autores como Sachs, a proposta de
sustentabilidade combina dimensões ecológicas, sociais, culturais, econômicas e espaciais,
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
8
de forma que as crises ambientais de poluição e devastação são a um só tempo impacto
ambiental e exclusão social, para agora e para o futuro (Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, 1988; Sachs, 1993; 2002).
Estilos de vida e desenvolvimento de certos grupos e populações conseguem impor-se
historicamente como padrão de utilização de recursos e territórios, condicionando os ritmos
de alteração dos mesmos e seus potenciais de aproveitamentos atuais e futuros, assim como
outros atributos relacionados a campos diversos, como a segurança que proporcionam ou seu
papel simbólico. A referência direta ao risco é uma das dimensões centrais do conceito, no
segundo capítulo de Nosso Futuro Comum, onde uma recomendação fundamental é a
administração da tecnologia com vistas a evitar a poluição e a reduzir os riscos associados.
No pensamento de Sachs, a questão da inclusão social é dimensão central na busca da
Sustentabilidade. Em sua leitura da realidade brasileira, esse autor destaca a convivência
entre ilhas de produtividade e tecnologias avançadas, basicamente as grandes empresas, e
todo um mar de atividades de baixa produtividade, os espaços onde se move a população em
geral, os grupos que ficam excluídos socialmente por não estarem capacitados a participar
produtivamente do padrão das empresas modernas. Para Sachs, a palavra de ordem central
deve ser a inclusão social pelo trabalho dentro da lei (Sachs, 2004).
Nessa situação de “apartheid” social, a desinformação é um componente fundamental da
vulnerabilidade social ao risco (Porto, 2002). Sua superação demanda uma colaboração entre
os diferentes atores locais como uma questão estratégica para construir patamares de
segurança ambiental efetiva sempre que existam instalações perigosas na vizinhança de
aglomerados urbanos ou mesmo de outras instalações industriais.
A construção de mecanismos de cooperação depende essencialmente de abrir a informação
sobre o risco, garantindo que cada segmento participe do desenvolvimento e análise dos
diagnósticos dos riscos. Sobre esta base, empresas, agências governamentais e lideranças
comunitárias poderão desenvolver esquemas de resposta rápida a emergências, que podem
guiar efetivamente as ações em momentos de crise desde que ancorados em forte
credibilidade em relação aos planos de ação propostos e aos esquemas de coordenação das
mesmas (De Marchi, 2002).
Mecanismos de informação e cooperação com os diferentes stakeholders são colocados como
prioridades pelo conjunto de princípios para prevenção, preparação e resposta a acidentes
químicos desenvolvido pela OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico, lançado em 2003. Estes princípios foram trabalhados como base para o conceito
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
9
de “confiança consciente”, ou confiança lúcida, uma relação de convivência positiva entre
comunidades e empresas que operam instalações perigosas, em que a empresa supera a
rejeição – agressividade – do público abrindo a informação sobre os riscos associados a suas
operações, demonstrando comprometimento total com a sua redução através de
gerenciamento constante com melhorias contínuas, e construindo cooperação com
autoridades públicas e entidades da comunidade para organizar adequados planos de
respostas a acidentes (OECD, 2003; Charte de Cooperation Interville pour la Gestion des
Risques, 2003) .
O conceito da confiança consciente – ou da busca de novas relações não agressivas com a
comunidade baseadas no acesso à informação sobre o risco – incorpora até certo ponto as
discussões propostas por correntes mais críticas sobre os fenômenos da sociedade do risco,
que podem ser encontradas em trabalhos como os de Sevá ou Beck . As situações de risco de
acidentes podem ser analisadas como fenômenos de violência, cuja discussão deve ser
encarada como parte importante da questão democrática, de vez que as populações ficam
expostas a falhas técnicas nos processos industriais sem que ao menos esta condição de
insegurança seja previamente conhecida (Sevá, 1989) . Para Beck, vivemos numa sociedade
do risco, estando as ameaças disseminadas pelo novo padrão de técnica produtiva, num grau
em que as responsabilidades pelo risco se diluem. Quando a sociedade tenta enfrentar o
problema, o cidadão defronta-se com o autoritarismo técnico-burocrático dos especialistas,
que tendem a impor suas equações sofisticadas e desqualificar os temores dos leigos (Beck,
1998).
Objetivos
Identificar as linhas de mudanças nos fatores de risco e vulnerabilidade na costa, uma região
que hoje se constitui numa nova fronteira econômica do País, especialmente a partir dos
novos usos do mar.
Discutir a vulnerabilidade socioambiental como dimensão estratégica para novos parâmetros
de governança territorial na zona de costa, visando subsidiar uma orientação sustentável para
os processos de administração da mudança ambiental.
Metodologia
O artigo foi desenvolvido com base em pesquisa qualitativa exploratória, focada nos
processos em curso na zona costeira paulista, base das operações do Pré Sal e espaço de
ampliação de estruturas industriais e portuárias.
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
10
A metodologia incluiu revisão bibliográfica, coleta de documentos e revisão de depoimentos
de especialistas, sobre as mudanças climáticas. Foram realizadas entrevistas com dirigentes da
Defesa Civil da região da Baixada Santista e do Litoral Norte paulista, e da área de Meio
Ambiente (gestores municipais de Santos e São Sebastião, e de Unidades de Conservação do
litoral norte). Utilizaram-se também registros gerados a partir de observação participante em
projetos de pesquisa estruturados com base em processos participativos. Um desses projetos
foi o desenvolvimento do plano APELL (Alerta e Preparação para Emergências no Nível
Local, metodologia do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas) em São Sebastião e
Santos. O outro foi a construção de processo de diálogo e negociação entre representantes da
Petrobras e de entidades ambientalistas do litoral norte paulista, o Diálogo para a
Sustentabilidade, cuja dinâmica incluiu seminários e sessões de informação sobre riscos
ambientais, entre a empresa de petróleo e o público regional.
Resultados: A costa como nova fronteira econômica – Petróleo e gás,
Álcool, Cargas gerais, Indústria , Atividade imobiliária
A zona de costa paulista recebe os impulsos de transformação provocados pela dinamização
de várias frentes econômicas. A mais visível, por sua repercussão, envolve as operações da
Petrobras com novos projetos de gás e de petróleo, incluindo a retirada, armazenamento e
transporte dos recursos da camada do Pré Sal. A base técnico-administrativa dessas operações
está na cidade de Santos, implicando na transferência e instalação de numerosas equipes, bem
como demandando uma série de atividades de apoio, tais como aeroporto, terminais
portuários dedicados a operações específicas, novas redes técnicas de transporte de produtos,
desdobrando-se para toda uma série de negócios e expectativas de negócios que motivam
fluxos paralelos de pessoas e instalações.
Em horizonte breve, as infra-estruturas portuárias deverão ser equipadas para os novos
volumes de álcool combustível a ser exportado, dando condições para o fluxo de
fornecimento , a partir das novas grandes áreas de plantio de cana implantadas, para
aproveitar a demanda dos mercados externos. Tais ampliações de terminais portuários se
somam àquelas de cargas gerais, que vão sendo construídas ou ainda aguardam as licenças em
Cubatão, Santos e São Sebastião, desdobrando-se conforme o caso em novas obras de acesso
das cargas à região portuária – via de regra pela expansão da infra-estrutura rodoviária.
O parque industrial de Cubatão vive fase de expansão de sua produção, o que traz o aumento
dos fluxos de insumos e produtos que tem aquele parque industrial como destino ou origem.
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
11
Em seu conjunto, todo esse processo se traduz em dois grandes focos regionais de
transformação territorial, a Baixada Santista e as cidades do litoral norte de São Paulo, onde já
são percebidos impactos na estrutura das cidades pela movimentação imobiliária que
aproveita a chegada dos investimentos, naquilo que impulsionam como mercado para novas
moradias e espaços comerciais. Já se registram, de forma localizada, mudanças no perfil
social dos grupos de moradores de bairros e regiões, redesenhando a distribuição de pessoas e
a mobilidade entre locais de trabalho e moradia, dos profissionais de equipes técnicas
especializadas, ou de trabalhadores com baixa qualificação que afluem em busca de
oportunidades, especialmente na construção civil.
As reconfigurações em torno do Risco natural-
Os chamados riscos naturais estão ligados, em especial, à ocorrência de chuvas, cuja
temporada de maior freqüência e volume acontece entre os meses de outubro e março. Podem
ocorrer enchentes e, maior fonte de preocupação, escorregamentos do solo das encostas da
Serra do Mar. Tradicionalmente, existem fatores de exposição ao risco dos escorregamentos
ligados à segregação espacial dos mais pobres nas cidades litorâneas.
Sendo uma região que recebe, continuadamente, fluxos de migrantes pobres, e caracterizada
pela forte valorização dos terrenos próximos ao mar, o litoral paulista não oferece para essas
camadas sociais uma cidade organizada. Em muitos casos a opção que resta aos grupos de
baixa renda é assentar-se em terrenos fora do mercado, as encostas de morros ou as áreas de
manguezais e outros espaços de alagamento. Multiplicam-se os núcleos urbanos precários,
entremeados de espaços vulneráveis às chuvas de maior volume.
Desde final da década de 80, funcionam nas cidades do litoral paulista planos de defesa civil
para as chuvas de verão, que consistem na disponibilização de cenários de riscos a partir de
um diagnóstico geológico que identificou as áreas de risco de instabilidade, e os volumes de
chuvas potencialmente críticos. É feito o treinamento das equipes locais que operam a
remoção dos moradores quando as chuvas evoluem para os estágios considerados graves nos
planos pré organizados.
Em relação a esses cenários, registram-se hoje dois fatores importantes cujo processamento é
essencial para que exista a garantia da segurança das pessoas, ainda que dentro da
configuração de segregação espacial que caracteriza as cidades costeiras.
As análises de especialistas sobre os efeitos das mudanças climáticas no litoral (Nobre, 2009)
destacam o aumento dos volumes de chuva e da freqüência de eventos climáticos extremos
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
12
como conseqüências de destaque nos cenários de evolução. Esse dado interfere no fator
probabilidade dos eventos acidentais, na equação do risco, podendo conforme o caso ampliar
o desenho das áreas de instabilidade de terrenos afetadas por eventos climáticos, hipótese essa
aparentemente confirmada pelos sucessivos eventos catastróficos registrados em diferentes
regiões brasileiras recentemente.
O incremento da migração de contingentes pobres, em busca de oportunidades associadas à
notícia do ciclo de investimentos que a região recebe, e o padrão de administração urbana
historicamente predominante, alheio ou incompetente em relação à organização da ocupação
e uso do solo, podem por outro lado permitir a ampliação do volume de pessoas expostas a
tais situações de instabilidade.
Os governos locais não demonstraram até aqui a compreensão da necessidade de adaptação
local às mudanças climáticas, mediante desenvolvimento de cenários, planos e posteriormente
de intervenções de resposta.
A mudança do Risco tecnológico
O risco de acidentes tecnológicos, com vazamentos de produtos tóxicos, e/ou que podem
ocasionar incêndios ou explosões, envolve numerosas instalações produtivas e redes de
transporte de produtos. Desde final da década de 80, programas de gerenciamento de riscos
foram desenvolvidos pela agência estadual paulista de controle ambiental, e em anos mais
recentes a evolução das práticas de gestão das empresas vem sendo um outro fator de
melhoria para a gestão nesse campo de possibilidade de ocorrência de eventos catastróficos.
Onde há demanda objetiva por maior atenção e implantação de agendas mais eficazes é nos
casos em que a proximidade da população residente com as instalações perigosas exigiria um
trabalho de informação e preparação do público para eventuais situações de emergência.
Essas situações se caracterizam em áreas como as concentrações de terminais de produtos
químicos na região do Porto de Santos, no pólo de Cubatão, e em pontos urbanizados em
torno do terminal aquaviário de petróleo e derivados de São Sebastião e sua rede de dutos
para outras regiões. No caso desse terminal, já ocorreu no passado a implantação do plano de
alerta e preparação da comunidade local para emergências , o sistema APELL do programa
de meio ambiente das Nações Unidas, que carece hoje de revitalização.
Entre os fatores de risco no campo dos acidentes tecnológicos, passiveis de alteração nessa
conjuntura, destacam-se (caso a caso) a eventual associação de probabilidades acidentais com
o aumento das chuvas e instabilidade de terrenos onde estejam implantados dutos e depósitos
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
13
de produtos perigosos, o aumento de volumes e do número de instalações com manipulação
de substâncias perigosas, e as possibilidades de ampliação do público exposto, em
determinadas situações, em função de casos de urbanização espontânea e caótica,
protagonizada por grupos oriundos de outras regiões.
Conclusões: discutindo uma governança orientada pela redução da
vulnerabilidade socioambiental
A ampliação das operações econômicas que se inicia, desenhando forte expansão em
diferentes campos para os próximos anos na costa paulista, não pode ser compreendida como
uma correspondente e automática redução do volume de pessoas socialmente excluídas na
região. Dentro do perfil tradicional da oferta de oportunidades ligadas aos ciclos econômicos
na região, registra-se o fenômeno histórico da migração de grandes contingentes que só
conseguem colocação em atividades que demandam baixa qualificação , como a construção
civil, em trabalhos que não são capazes de perpetuar a oferta de vagas.
Correlata a esse fenômeno, uma outra forma de exclusão está na segregação espacial dos
mais pobres, conformando bairros precários em que se multiplicam as situações de exposição
a riscos naturais e/ou tecnológicos.
Com base nos estudos sobre as mudanças climáticas e na experiência dos especialistas e
profissionais de agências de defesa civil e gestão ambiental, é possível identificar potenciais
de ampliação da vulnerabilidade ao risco natural e tecnológico na região da costa, no estado
de São Paulo. A identificação desses vetores pode orientar os interesses identificados com a
melhoria da governança territorial, vista como um fator de promoção de um Desenvolvimento
Sustentável.
A atualização dos estudos de riscos focados em fenômenos naturais deve partir do
reconhecimento das conseqüências das mudanças climáticas já identificadas pelos estudiosos,
dando lugar a planos locais de adaptação às mudanças climáticas, em que novos cenários de
alcance de processos geológicos decorrentes das fortes chuvas serão a base para novos planos
de defesa civil, capazes de garantir segurança aos grupos humanos expostos.
A visualização desses cenários e das medidas de proteção poderá dar base à priorização de
investimentos em moradia popular, a partir do reconhecimento das dificuldades para sustentar
economicamente a permanência de situações de vulnerabilidade de grandes contingentes
populacionais nas cidades litorâneas, com todos os custos da precariedade e dos atendimentos
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
14
emergenciais – inclusive providenciando-se abrigos temporários para as populações
desalojadas por força de escorregamentos catastróficos.
Quando o foco são as situações de risco tecnológico, uma linha orientadora para as novas
diretrizes de governança pode ser a construção de processos de informação e preparação das
comunidades para emergências ambientais, em complemento às medidas de gerenciamento
adotadas pelas empresas diretamente responsáveis.
Ambas as diretrizes podem ser vistas como dimensões complementares para processos de
governança orientados pela inclusão social como um dos alicerces para a Sustentabilidade.
As grandes linhas de mudança nos fenômenos de risco ambiental na costa paulista indicam
que a exclusão social ligada à falta de oportunidades de trabalho decente é um fator de
ampliação da exposição a eventos acidentais, pela via da multiplicação das urbanizações
precárias, protagonizadas por grupos humanos deslocados de outras regiões e, portanto, mal
informados sobre a região à qual chegam.
Um bom gerenciamento ambiental dos novos empreendimentos pode evitar que os seus
eventuais impactos negativos provoquem a ruína de outras práticas econômicas, como a
pesca. Outro efeito negativo a ser evitado é a inviabilização de novos espaços econômicos ,
como aqueles ligados a atrativos turísticos ainda não explorados na região, sejam naturais,
sejam culturais, por degradação da qualidade ambiental. Um gerenciamento sinérgico da
dinâmica econômica potencializaria os impactos positivos de inclusão social pelo trabalho
dentro da lei.
A fundação de uma governança sustentável do território passa, assim, pela incorporação de
diretrizes de redução da vulnerabilidade socioambiental. Políticas de adaptação às mudanças
climáticas, de informação e preparação para emergências, e de inclusão social pelo trabalho
dentro da lei, afloram como questões de grande relevância para uma nova pauta nesse campo.
............................................................................
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, F. O Bom Negócio da Sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2002.
ANDION, C. Análise de Redes e Desenvolvimento Local Sustentável. Revista de
Administração Pública, Fundação Getúlio Vargas. 37(1): 1033 -1054, set.-out./2003.
Rio de Janeiro.
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
15
BECK, U. La Sociedad del Riesgo: Hacia una Nueva Modernidad. Barcelona: Paidós
Ibérica, 1998.
BRAGA, T. et al. Avaliação de Metodologias de Mensuração do Risco e Vulnerabilidade
Social a Desastres Naturais Associados à Mudança Climática . In São Paulo em
Perspectiva, v.20, no.1, jan.mar. 2006 p 81 / 95.
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
16
CARNEIRO, C. Conselhos de Políticas Públicas: Desafios para sua
Institucionalização. Revista de Administração Pública, Fundação Getúlio Vargas.
36(2), 277-292,março/abril 2002. Rio de Janeiro.
Charte de Coopèration Interville pour la Gestion des Risques. Seminário Mediterrâneo
sobre Riscos Urbanos. Marseille, 2003.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO .
Nosso Futuro Comum . Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1988.
CUNHA, I. Sustentabilidade e Poder Local: A Experiência de Política Ambiental em
São Sebastião, Costa Norte de São Paulo (1989-1992). São Paulo, 1996. Tese de
doutorado apresentada à Faculdade de Saúde Pública da USP.
--------- Conflito ambiental na costa de São Paulo: o Plano Diretor de São Sebastião.
Associação Paulista de Saúde Pública . Saúde e Sociedade,10 (1), 15-32, jan. jul/ 2001.
São Paulo.
-----------: Política Ambiental Local, Negociação de Conflitos e Sustentabilidade:
Sebastião, Costa Norte de São Paulo. In Abramovay, R. Construindo a Ciência
Ambiental. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2002.
------------ Desafios do Gerenciamento de Riscos Ambientais na Baixada Santista. In
Perdicaris, A. Temas de Saúde Coletiva. Santos: Leopoldianum, 2004.
DE MARCHI, B. Comunicação e Informação de Riscos: a Experiência da
Comunidade Européia com os Grandes Acidentes Industriais. In Porto, M. e Freitas,
C. (orgs.) Problemas Ambientais e Vulnerabilidade: abordagens integradoras para o
campo da Saúde Pública. Rio de Janeiro: CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, 2002.
FONSECA ALVES, H. e TORRES, H. Vulnerabilidade Socioambiental na Cidade de São
Paulo: uma análise das famílias e domicílios em situação de pobreza e risco ambiental. In
São Paulo em Perspectiva, v.20,no.1, jan. mar. 2006 p 44/60.
FORATTINI, O. Ecologia, Epidemiologia e Sociedade. São Paulo: EDUSP, 1992.
GUIMARÃES, R. P. Ecopolitics in the Third World: an Institutional Analysis of
Environmental Management in Brazil. Connecticut , 1986 . Tese de Doutorado.
University of Connecticut.
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
17
LITTLE, P. Os Conflitos Socioambientais: um Campo de Estudo e Ação Política. In
Bursztin, M. (org.) A difícil sustentabilidade- política energética e conflitos
ambientais. Rio de Janeiro : Editora Garamond, 2001.
LODI, J. Governança Corporativa – o Governo da Empresa e o Conselho de
Administração. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
MARANDOLA, E. e HOGAN, D. As Dimensões da Vulnerabilidade. In São Paulo em
Perspectiva, V.20 no. 1, jan.mar. 2006, p.33 / 43.
NOBRE, C. Entrevista sobre as conseqüências das Mudanças Climáticas no litoral paulista.
www.cedslitoralnorte.org.br, acesso em abril de 2011.
OECD – Organisation for Economic Co-operation and Development. OECD Guiding
Principles for Chemical Accident Prevention, Preparedness and Response. Paris:
OECD, 2003.
PORTO, M. Entre a Saúde e a Vulnerabilidade: em Busca de uma Abordagem
Ecossocial para a Análise de Problemas em Saúde e Ambiente. In Porto, M. e Freitas,
C. (orgs.) Problemas Ambientais e Vulnerabilidade: abordagens integradoras para o
campo da saúde pública. Rio de Janeiro: CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, 2002.
QUARANTELLI, E. Principais Critérios para Julgamento da Gestão de Desastre e
Aplicação nas Sociedades em Desenvolvimento. In Freitas, C. et al. Acidentes
Industriais Ampliados. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2000.
SACHS, I. Estratégias de transição para o Século XXI – Desenvolvimento e Meio
Ambiente. São Paulo: Estudio Nobel / FUNDAP, 1993.
---------- Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável . Rio de Janeiro: Garamond,
2002.
---------- Desenvolvimento Includente, Sustentável, Sustentado. Rio de Janeiro:
Garamond, 2004.
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
18
SANTOS, M. e SILVEIRA, M.L. O Brasil: Território e Sociedade no início do Século XXI.
Rio de Janeiro / São Paulo: Record, 2001.
SERPA, R. As Metodologias de Análises de Risco e seu Papel no Licenciamento de
Indústrias e Atividades Perigosas. In Porto, C. et al. Acidentes Industriais Ampliados.
Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2000.
-------------- Análise de Riscos . Apresentação gentilmente cedida, 2008.
SEVÁ , A. O. “Seguuura, Peão!” Alertas sobre o risco técnico coletivo crescente na
indústria petrolífera (Brasil, anos 90) . In Freitas, C.M. , Porto, M.F.S. e Machado,
J.M. (org.) Acidentes Industriais Ampliados , desafios e perspectivas para o controle e
a prevenção. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2000.
----------- Urgente: combate ao risco tecnológico. São Paulo, Cadernos Fundap –
Planejamento e Gerenciamento Ambiental. 16: 74-87, junho 1989.
SOUZA JR., A. B. e SOUZA, M. S. Implantação de sistemas de resposta para
emergências externas em áreas industriais no Brasil. In Freitas, C. M., Porto, M. F.S.,
e Machado, J. M. H. (org.). Acidentes Industriais Ampliados, desafios e perspectivas
para o controle e prevenção. Rio de Janeiro, 2000. Fundação Oswaldo Cruz Editora.
SUNKEL, O. Estilos de Desarrollo y Medio Ambiente em America Latina. Santiago de
Chile: Cepal, 1989.
SUSSKIND, L. ; FIELD, P. Em Crise com a Opinião Pública. São Paulo: Futura, 1997.
SUSSKIND, L. et al. Negotiating Environmental Agreements. Washington: Island
Press, 2000.
TAMBELLINI, A. e CÂMARA, V. Vigilância Ambiental em Saúde: conceitos, caminhos e
interfaces com outros tipos de vigilância. In Cadernos de Saúde Coletiva, V. X no.1. jan /
jun 2002, p.77 /93.
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
19
UNEP – United Nations Environmental Programme. APELL – Alerta e Preparação
para Emergências Locais. Manual APELL. ABIQUIM, 1990.