RIO BRANCO - ACRE, MARÇO DE 2012 - EDIÇÃO Nº 12 Números ...€¦ · tal, o maior do planeta,...

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RIO BRANCO - ACRE, MARÇO DE 2012 - EDIÇÃO Nº 12 Númer Númer Númer Númer Números garant os garant os garant os garant os garantem em em em em cresciment cresciment cresciment cresciment crescimento da Ufac o da Ufac o da Ufac o da Ufac o da Ufac Páginas 6 e 7 CAp 30 anos depois CAp 30 anos depois CAp 30 anos depois CAp 30 anos depois CAp 30 anos depois Página 4 Ufac e Seap desenvolvem Ufac e Seap desenvolvem Ufac e Seap desenvolvem Ufac e Seap desenvolvem Ufac e Seap desenvolvem pr pr pr pr proje oje oje oje ojeto de criação de o de criação de o de criação de o de criação de o de criação de animais silvestres animais silvestres animais silvestres animais silvestres animais silvestres Página 9 Formação de R ormação de R ormação de R ormação de R ormação de Recur ecur ecur ecur ecursos sos sos sos sos Humanos é meta da Prodgep Humanos é meta da Prodgep Humanos é meta da Prodgep Humanos é meta da Prodgep Humanos é meta da Prodgep Página 8 Saberes Saberes Saberes Saberes Saberes indígenas indígenas indígenas indígenas indígenas em Cruzeiro em Cruzeiro em Cruzeiro em Cruzeiro em Cruzeiro do Sul do Sul do Sul do Sul do Sul Página 10 Minter e Minter e Minter e Minter e Minter e Dinter para Dinter para Dinter para Dinter para Dinter para qualificação qualificação qualificação qualificação qualificação docente docente docente docente docente Página 3 Tese analisa ese analisa ese analisa ese analisa ese analisa problemas problemas problemas problemas problemas e desafios e desafios e desafios e desafios e desafios do SUS do SUS do SUS do SUS do SUS Página 12 Doutora Valéria Rodrigues da Silva José Ivan fala sobre José Ivan fala sobre José Ivan fala sobre José Ivan fala sobre José Ivan fala sobre a política de a política de a política de a política de a política de edit edit edit edit editoração da Ufac oração da Ufac oração da Ufac oração da Ufac oração da Ufac Página 11 Livros e Idéias Livros e Idéias Livros e Idéias Livros e Idéias Livros e Idéias Livros e Idéias Livros e Idéias Livros e Idéias Livros e Idéias Livros e Idéias Página 10 FOTO: FRANCISCO DANDÃO FOTO: ALLEN FERRAZ FOTO: JOÃO PETROLITANO FOTO: CEDIDA

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RIO BRANCO - ACRE, MARÇO DE 2012 - EDIÇÃO Nº 12

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Páginas 6 e 7

CAp 30 anos depoisCAp 30 anos depoisCAp 30 anos depoisCAp 30 anos depoisCAp 30 anos depoisPágina 4

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Doutora Valéria Rodrigues da Silva

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FOTO: ALLEN FERRAZ

FOTO: JOÃO PETROLITANO

FOTO: CEDIDA

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JORNAL DA

Rio Branco, Acre, março de 2012

O valor da floresta e a UfacO valor da floresta e a UfacO valor da floresta e a UfacO valor da floresta e a UfacO valor da floresta e a Ufac

A

A Extensão da Ufac chega ao Cras ou vice-versa?

A

Caminhos e descaminhos da lenda do judeu errante na AmazôniaCaminhos e descaminhos da lenda do judeu errante na AmazôniaCaminhos e descaminhos da lenda do judeu errante na AmazôniaCaminhos e descaminhos da lenda do judeu errante na AmazôniaCaminhos e descaminhos da lenda do judeu errante na Amazônia

MReitora: Olinda Batista AssmarVice-Reitor: Pascoal Torres MunizAssessor de Comunicação: João Petrolitano Gonçalves de Assis (MTb/AC 0120/08)Edição: Francisco de Moura Pinheiro (MTb/AC 085)Textos e Fotos: Allen Ferraz, Cláudio Porfiro, Francisco Dandão, Jahnnyne Lima, Jéssica Ramos, João Petrolitano eMagda TomazApoio Editorial: Gustavo Ribeiro, Jersimar Silva e Veridiano BarrosoTiragem : 2.000 exemplaresDiagramação: Edson Carrilho de SouzaEmail: [email protected] Telefone (068) 3229-1799. Site: www.ufac.br

JORNAL DA

E X P E D I E N T E

* ECIO RODRIGUES

lastra-se nomundo umc o n s e n s oacerca daAmazônia, degrande impor-tância para as

instituições de ensino e de pesquisa queatuam na região. Não seria novidade, con-tudo, se esse consenso se referisse à ne-cessidade de se proteger o maciço flores-tal, o maior do planeta, sua biodiversidade esuas águas.

Também não seria surpreendente se odito consenso girasse em torno do reconhe-cimento, pelo mundo, que desmatamentose queimadas representam os mais danososimpactos ambientais na Amazônia e, o queé assustador, o maior risco de destruiçãodo respectivo ecossistema florestal.

Finalmente, não se está a falar de umaterceira e antiga consonância: o fato de queas atividades produtivas que favorecem o des-matamento são aquelas que dependem deterra para obter escala de produção, comoa pecuária de gado, o cultivo da soja e o dacana-de-açúcar.

Ora, que é preciso proteger o ecossiste-ma florestal, e que o desmatamento é o mai-or obstáculo para essa proteção, não setem qualquer dúvida desde a década de1990. Tampouco não se duvida que os des-matamentos visem a substituição da flores-ta por monocultivos.

Diferentemente do que se supunha, po-rém, não será por meio do poder de políciaestatal e do investimento pesado em fiscali-zação que se alcançarão os ideais de sus-tentabilidade para a Amazônia - ideais quemantêm o desmatamento-zero como suamais importante referência. Vale dizer, exis-te um desmatamento que é legalizado, per-

mitido, cuja prática jamais possibilitará quese passe um ano sequer na Amazônia semdesmate.

Valorizar a floresta: é este o novo con-senso, o conceito inovador.

Deve-se entender, contudo, o conceitode valorização da floresta não apenas comoa estipulação de um preço - ou precifica-ção, como dizem os economistas -, mas,sobretudo, como o reconhecimento de queo ecossistema florestal presta para a socie-dade um rol de serviços para os quais o sis-tema econômico deve atribuir uma medidade valor.

Estimativas simplórias dão conta de quebasta a remuneração pelo sequestro de car-bono, ou limpeza do ar, para que o ecossis-tema florestal amazônico amplie seu valorpor hectare - a ponto de gerar mais rendapara o produtor que maneja a floresta quequalquer outra atividade produtiva que pres-suponha o desmatamento.

Entretanto, o consenso a respeito da ur-gência em se estruturar uma economia debaixo carbono está vinculado a um tópicoadstrito às universidades e instituições depesquisas: o da inovação tecnológica.

Estamos na fase de calcular, por exem-plo, quanto vale o serviço referente à purifi-cação da água, manutenção do equilíbrio hi-drológico dos rios e garantia da pesca queé prestado por cada hectare de floresta pre-sente numa mata ciliar.

Trata-se, portanto, de se atribuir valoreconômico para a biodiversidade existentena floresta. É este o caminho para uma eco-nomia de baixo carbono e para a sustenta-bilidade da Amazônia. E a Ufac não podese afastar dele.

* Doutor em Desenvolvimento Sustentávelpela Universidade de Brasília (UnB) e profes-

sor do curso de Engenharia Florestal daUfac.

* SIMONE DE SOUZA LIMA

uitos já leramou ouviram fa-lar sobre a nar-rativa JudasAsvero, de Eu-clides da Cu-nha, um curio-

so texto caracterizado como um misto deensaio ou crônica literária, escrito algunsanos antes de sua morte, ocorrida em 1909.A leitura do texto nos dá a oportunidade derefletir sobre a alteridade a partir do corpomonstruoso de Judas Asvero, vitimado porcastigo atroz por sua sovinice ao filho de

Deus, cerne da cultura judaico-cristã. Des-locando a lenda judaico-cristã para o con-texto da Amazônia acreana, Euclides daCunha nos apresenta aos sentidos os me-canismos de poder no interior dos seringaisamazônicos e suas conseqüências na vidados seringueiros, a lutar pela sobrevivênciacom sua família, sob a dominação do poderdos patrões seringalistas que os submetiaa sistema de trabalho escravo.

A re-apropriação do tema da lenda doJudeu Errante possibilitou a Euclides daCunha unir as duas pontas da trajetória dosbravos nordestinos atuantes desde o con-fronto de Canudos – retratados em Os Ser-tões (1902) e, no início do século 20, nos

seringais amazônicos (1907). Além dis-so, o autor d’Os Sertões antecipa, emnível simbólico, a dispersão e a violên-cia contra o povo judeu na Alemanha, ashoah. Além disso, à recriação da fabu-losa lenda do Judeu Errante no cenáriogeográfico amazônico dos seringais,Euclides da Cunha mostra a trajetória di-aspórica do nordestino seringueiro, outra po-pulação desterritorializada. Aproveitando-se da popular festa do Sábado de Ale-luia, a narrativa do Judas Asvero fundeem si mesma dois eventos culturais demassa com a intenção de proceder àamostragem das lutas e sofrimentos dos se-ringueiros nordestinos nos seringais ama-zônicos.

Nesse breve texto chamamos a atençãode nossos leitores para o tema da diásporaatravés de um duplo viés: a apropriação euso simbólico da lenda do Judeu Errante,vagando agora pelas sinuosas águas e flo-restas amazônicas; e a narração da deam-bulação dos retirantes nordestinos pelas es-pacialidades amazônicas em situação deescravidão e abandono no interior dos se-ringais. Segundo a pesquisadora Lyslei Nas-cimento – “A lenda do Judeu Errante é umanarrativa de teor antissemita que relata a

história do remendão Asverus, que, ao re-cusar um copo de água a Cristo rumo aoCalvário, recebe deste um castigo exemplar:errar pela terra sem morrer até o fim dostempos. A imortalidade – desejo de todo serhumano – seria, pois, para o judeu, um cas-tigo”. (NASCIMENTO, Lyslei. Borges eoutros rabinos, Belo Horizonte: EditoraUFMG, 2009, p. 189).

Condenado a vagar tal qual o seringuei-ro, pelos rios que são as estradas moven-tes amazônicas; como os seringueiros –Judas Asvero desfilará pelos rios da Ama-zônia seu desterro de viajante solitário emdeambulação por terras distantes de seutorrão natal. Resignado, esquecido, vítimada fatalidade, excomungado pela incivilida-de, vítima de sua própria ambição – como oseringueiro, como afirma o narrador num tre-cho de Judas Asvero, o personagem sim-bólico sofrerá todo tipo de violência, sem serdestruído, qual espantalho condenado aodesterro sem fim.

* Doutora em Teoria Literária e LiteraturaComparada pela Universidade de São Paulo(USP) e professora do Centro de Educação,

Letras e Artes da Ufac.

* ALEJANDRO FONSECA DUARTE

lunos da Uni-v e r s i d a d eFedera l doAcre (Ufac) ebolsistas doC o n s e l h oNacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq), Maria Antônia da Silva Souza,Teresa da Silva Carneiro, FranciscoEidem da Silva Costa e Verônica Araujoda Silva, que atuam no Grupo de Estu-dos e Serviços Ambientais da Ufac, tive-ram uma experiência enriquecedora aoparticipar do Curso de Extensão Servi-ços sociais e ambientais em hidrologia,meteorologia e clima na Amazônia”, re-alizado junto ao Centro de Referên-cia de Assistência Social (Cras) da

Baixada do Sobral.Sobral é um nome tão bonito como

Quinari e todos os demais historicamen-te originais. Por isso perdu-ram na psicologia dos mo-radores, vizinhos e doutrosrelacionados com o lugar,embora tentem mudá-lospor um sol artificial e umsenador.

Os alunos do curso fo-ram jovens, adultos e ido-sos, moradores do bairro,que guardam uma sabedo-r ia acumulada pelasvivências. Eles sofreram esofrem de alagações e dafalta de infraestrutura e decondições básicas para avida. Foi bonita a satisfação de receberesses alunos em visitas a laboratórios

na Ufac e em áreas experimentais decampo, distantes da cidade de Rio Bran-co. A troca de conhecimentos permitiu

acompanhar as suas curio-sidades em saber mais emais sobre a alternânciaanual das estações de chu-va e seca, de como se me-dem e interpretam os valoresdas variáveis meteorológicas,das peculiaridades da baciahidrográfica do rio Acre e darelação permanente entre asociedade e seu ambiente.

Mediante o uso da com-putação eletrônica, mapase imagens, os alunos iden-t i f i caram suas casas, oc u r s o d o r i o A c r e e

igarapés em Rio Branco, bem comoas á reas a lagad iças nos ba i r ros

Taquari, Cadeia Velha, Airton Sena, Ae-roporto Velho e outras.

Ônibus da Universidade Federal doAcre transladaram os alunos a conhe-cer as nascentes do rio São Franciscoe participar de uma atividade extraordi-nária no parque “Chico Mendes”. Umencontro de confraternização, organiza-do pelo Cras Sobral, encerrou o cursoda maneira mais simples e carinhosapossível. O Cras Sobral está de para-béns. Seu apoio e entusiasmo, demons-trados ao longo da realização dos en-contros, deixou estabelecido um vínculode trabalho no tema Universidade e So-ciedade, muito importante para o desen-volvimento.

Obrigado pela oportunidade!

*Coordenador do Grupo de Estudos eServiços Ambientais da Universidade

Federal do Acre - Ufac -.

O Cras Sobral estáde parabéns. Seu

apoio e entusiasmo,demonstrados ao

longo da realizaçãodos encontros,

deixou estabelecidoum vínculo de traba-lho no tema Univer-sidade e Socieda-de, muito importan-te para o desenvol-

vimento.

OPINIÃO

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JORNAL DA

Rio Branco, Acre, março de 2012

PrPrPrPrProgramas de Mintogramas de Mintogramas de Mintogramas de Mintogramas de Minter e Dinter e Dinter e Dinter e Dinter e Dinterererererqualifqualifqualifqualifqualificam o coricam o coricam o coricam o coricam o corpo docentpo docentpo docentpo docentpo docente da Uface da Uface da Uface da Uface da Ufac

JAHNNYNE LIMA

capacitação de servi-dores públicos sem-pre se apresentacomo um comprome-timento que acarretapossíveis dificulda-des à administração

de qualquer empresa ou institui-ção. O valor do investimento, bemcomo o tempo que se leva paraaplicar a capacitação e para co-lher os frutos são alguns dos prin-cipais fatores dessas dificuldades.Quando o compromisso é com aeducação, aí então o tempo paraa qualificação do quadro é aindamais precioso.

A UniversidadeFederal do Acre(Ufac) não difere darealidade das demaisinstituições públicas,principalmente quan-do o assunto é quali-ficação do quadrodocente,bem comode servidores técnico-administrativos. Masa Ufac tem a qualifi-cação dos seus do-centes como priorida-de e tem buscadoatingi-la por meio deprogramas e propos-tas de mestrados edoutorados interinsti-tucionais, Minter eDinter, respectiva-mente.

A doutora Rus-leyd Maria Magalhães Abreu, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Gradu-ação (Propeg) da Ufac, asseguraque essa alternativa tem grande va-lia, uma vez que a instituição e aprópria educação anseiam por me-lhorias em curto e médio prazos.“Programas interinstitucionaiscomo esses possuem extrema im-portância, pois capacitam os do-centes em uma maior quantidade

AFOTO: ALLEN FERRAZ

Bloco sede dos programas de pós-graduação da Ufac, no Campus Universitário de Rio Branco

e em pouco tempo. Além disso,promovem a nucleação de novosprogramas de pós-graduação ins-titucional, criação de grupos depesquisa e fortalecimento dos cur-sos de graduação. Portanto, o re-sultado é significativo”, garante.

Estes programas interinstituci-onais há algum tempo estão sen-do formatados e recebidos pelaUfac, porém em uma quantidadeainda pequena. “Recentemente, oDinter em Educação com a UFMGformou doze doutores e a repercus-são é extremamente positiva, poisos referidos doutores estão for-mando grupos de pesquisa e apre-sentando trabalhos em eventos.

Estão representandobem a Ufac nos even-tos nacionais e al-guns, até, internaci-onais. O resultado,então, é visível emcurto prazo.Ou seja,é excelente para ainstituição”, enalte-ceu a pró-reitora.

Conquistas atu-ais - A administraçãoatual aprovou ummestrado e, segun-do a reitora OlindaAssmar, está ten-tando consolidar oscinco outros mestra-dos existentes, cria-dos antes da suaposse na reitoria daUfac. “O mestradoinstitucional que nós

aprovamos foi o mestrado em Ci-ência, Inovação e Tecnologia paraa Amazônia, que foi criado em2011, com conceito três. Alémdisso, tivemos na nossa admi-nistração, os cinco programasde pós-graduação (mestrados),com conceito três. Nenhum foidescredenciado pela Capes “,ressaltou.

A atual administração assinouconvênios para programas de mes-trado e doutorado em Saúde Públi-ca com a Universidade de São Paulo(USP) e mestrado e doutorado emEducação com a Universidade Fe-deral Fluminense (UFF). “Conquis-tas importantes para a educaçãoacreana, que abrem as portas paraoutras propostas e novos progra-mas de pós-graduação”, afirma areitora Olinda Batista.

“Aprovamos agora pela agênciade Capacitação de Pessoal de Ní-vel Superior (Capes) alguns douto-rados interinstitucionais nas áreasde Saneamento, Meio Ambiente eRecursos Hídricos, com a UFMG;Computação, com a UFF; HistóriaSocial, com a USP; Educação,com a Universidade Federal doParaná (UFPR) e Engenharia Elé-trica, com a Universidade FederalSanta Maria (UFSM). Sendo queeste último em parceria com a Uni-

versidade Federal de Rondônia(Unir). E, além disso, temos umMinter em Matemática, em parce-ria com a Universidade Federal doAmazonas (Ufam) e um Minter emEnfermagem, que foi aprovado paraCruzeiro do Sul, com a Universi-dade Federal de São Paulo (Uni-fesp)”, esclarece Olinda Assmar.

“Penso que a grande conquis-ta dessa gestão na pós-graduaçãoe na qualificação do corpo docen-te foi à aprovação destes doutora-dos e mestrados interinstitucio-nais, pois dessa forma estamosqualificando algumas das áreasque estavam bastante necessita-das. Entendo que, por conta dis-so, podemos dizer que na área dapós-graduação estamos dando umsalto qualitativo enorme, muito sig-nificativo para quatroanos de gestão”, exal-tou a reitora.

Curiosidades:Minter X Dinter - Ométodo utilizadonesses programasinterinstitucionaisfunciona como umaoperação de guerracontra a baixa quali-dade da educação,isso em nível de pós-graduação. O queconsiste na oferta deuma universidadepromotora oferecen-do um mestrado e/ou doutorado auma universidade receptora. Tan-to um Minter quanto um Dintersão oferecidos, prioritariamente,para os servidores de uma insti-tuição, não sendo abertos para acomunidade.

Exemplo: a instituição promo-

tora pode ser a UFMG e a re-ceptora a Ufac. Então é ummestrado, ou um doutorado, quepode ser oferecido de uma uni-versidade para outra. Uma uni-versidade de grande porte parauma universidade que ainda pre-cisa qualificar seus servidores emnível de mestrado.

A situação diferenciada é queum professor ao fazer um Minterou um Dinter continua trabalhandona instituição,com a carga horáriareduzida, ficando com 20 horas dededicação para realizar as ativida-des relativas ao seu curso.

O Minter tem a duração de doisanos e o Dinter é oferecido duran-te o prazo de quatro anos, os quaisdecorrem em períodos normais dosdemais mestrados e doutorados

brasileiros.A diferença é que

quando um professoré afastado para fazerum doutorado fora dasua instituição, elevai passar quatrosanos fora da suasede. E no Dinternão, pois ele vai ficarna instituição, pas-sando até, no máxi-mo, nove meses nauniversidade promo-tora. Período neces-sário para dialogarcom o orientador,para conhecer grupos

de pesquisa, para fazer disciplinase defender a sua tese. Da mesmaforma ocorre com o Minter, onde oprofessor passa ainda menos tem-po fora da instituição.

Exemplo: existe Dinter que ofe-rece quinze vagas, permitindo, en-tão, à universidade receptora a ca-Reitora Olinda Assmar Pró-reitora Rusleyd Abreu

pacitação desse número de alunospara a instituição ao mesmo tem-po. Esses alunos vão trabalhar jun-tos, construir uma universidadejuntos, vão criar grupos de pes-quisa etc. Ou seja, vão passarquatro anos trabalhando juntoscomo alunos e, ao término, elesvão estar aptos ao processo denucleação.

Os próprios alunos depois deformados, os doutores, podem for-talecer os mestrados já existentese/ou criar um mestrado na univer-sidade.

Importante ressaltar que nãoapenas universidades de pequenoporte participam de programas as-sim. Muitas universidades de gran-de porte também participam deprogramas desse tipo, pois esseparece ser o melhor caminho paracapacitar servidores em curto emédio prazos.

O métodoutilizado nesses

programasinterinstitucionaisfunciona comouma operação

de guerra contraa baixa

qualidade daeducação, isso

em nível depós-graduação

PÓS-GRADUAÇÃO

FOTO: MAGDA TOMAZFOTO: ALLEN FERRAZ

A atual adminis-tração assinouconvênios paraprogramas de

mestrado edoutorado emSaúde Públicacom a Universi-

dade de SãoPaulo (USP) e

mestrado edoutorado emEducação coma Universidade

FederalFluminense

(UFF)

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JORNAL DA

Rio Branco, Acre, março de 2012

Colégio de Aplicação daColégio de Aplicação daColégio de Aplicação daColégio de Aplicação daColégio de Aplicação daUfac comemora 30 anosUfac comemora 30 anosUfac comemora 30 anosUfac comemora 30 anosUfac comemora 30 anos

JOÃO PETROLITANO

riado em 14 de dezem-bro de 1981, atravésde Resolução do Con-selho Diretor, o Colé-gio de Aplicação (CAp)da Universidade Fede-

ral do Acre (Ufac) recentementecompletou 30 anos de existência.Para comemorar a data, a direçãoda escola promoveu uma série deatividades, com a participação defuncionários, professores, estudan-tes e administração superior daUfac, culminando com uma apre-sentação artístico-musical na qua-

CAlunos do Colégio de Aplicação da Ufac apresentam número de poesia e música

Horário integral no futuroSobre as ações para o futuro

imediato, o diretor afirma que embreve o Colégio trabalhará em ho-rário integral, “atendendo aí a umaperspectiva do Ministério da Edu-cação de que o quanto mais umaluno permanece na escola, maiseleva o seu desempenho nas pro-vas dos indicadores. Para isso,serão mobilizados todos os nos-sos professores, que hoje são38, sendo 28 efetivos e dezsubstitutos, e também todos osnossos técnicos, que hoje somam28. Um contingente que atendehoje a 525 alunos”.

No que diz respeito à transfe-rência do Colégio de Aplicação,que hoje funciona no antigo prédiodo Palácio da Cultura (Av. GetúlioVargas, 654), para o Campus uni-versitário, Cleilton Santos foitaxativo. “Eu avalio essa transfe-rência de uma forma bastante po-

dra de esportes, na manhã do dia9 de dezembro, uma sexta-feira.

Na oportunidade, o diretor Cleil-ton França dos Santos aproveitoupara falar das origens da institui-ção, afirmando que o colégio foicriado “no intuito de atender a ne-cessidade dos cursos de licencia-tura da Ufac, no que diz respeito àprática de ensino e ao estágio su-pervisionado. Em contrapartida,nós temos aí um trabalho voltadopara o ensino da educação bási-ca, do ensino Fundamental e doEnsino Médio. E além das ques-tões educacionais, também sãodesenvolvidas atividades de pesqui-

sa e extensão”.Coincidentemente, no ano em

que comemora 30 anos o Colégiode Aplicação recebeu nota máxi-ma na avaliação levada a efeitopelo Instituto Nacional de Estudose Pesquisas Educacionais (Inep).“O Colégio de Aplicação tem al-cançado bons índices nos indi-cadores do Governo Federal,fato que nós atribuimos ao traba-lho incansável e à política educa-cional que temos aqui, juntamen-te, é claro, ao empenho dos pro-fessores, dos técnicos educacio-nais e dos próprios alunos”, expli-cou Cleilton França.

sitiva, por várias razões. Uma de-las, a questão do trânsito. Nós fun-cionamos no centro da cidade e otrânsito é sempre muito intenso poraqui, o que faz com que se vivaem permanente estado de tensão,o que não acontecerá no campus”,afirmou.

Mas o trânsito não é a únicoproblema que ficará para trás coma mudança do CAp para o campusuniversitário. Cleilton fala de outrasvantagens que a mudança trará.“No campus nós teremos ambien-tes específicos para as criançase adolescentes, uma vez quetrabalharemos com muito maisespaço do que esse que temosaqui. Para se ter uma idéia, na atu-al sede da escola nós não temosnem espaço para a recreação dascrianças. Fato que, certamente,não se repetirá no campus univer-sitário”, disse o diretor.

Cleilton Santos, diretor doColégio de Aplicação

Geografia: conhecendoas diferentes realidades

ALEXSANDE FRANCO

No dia 12 de novembro de2011 os acadêmicos do curso degeografia, licenciatura plena (6ªperíodo) e bacharelado (4ª perío-do), se deslocaram à cidade dePorto Velho para visita técnicaàs hidrelétricas de Samuel, San-to Antônio e Jirau.

Essa atividade foi realizadapelos professores AlexsandeFranco, Frank Arcos e RodrigoPerea, referente às disciplinascurriculares que os respectivosprofessores ministram no cursode Geografia.

Essa atividade faz parte deuma ação de valorização acadê-mica e profissional do curso degeografia, principalmente no quediz respeito à geografia física esuas tecnologias. A idéia é con-tinuar com as propostas de cam-po e visitas a outras realidades,iniciando pelo Estado do Acre evizinhança. A escolha de campoem Porto velho deve-se à exis-tência de uma dinâmica interes-sante a ser analisada devido àshidrelétricas que já foram cons-truídas e aquelas que estão emconstrução.

Durante a visita técnica às hi-drelétricas foi possível constataruma série de informações, des-de impactos ambientais, sociaise econômicos, como desmata-mento, perda da qualidade daágua, desapropriações, produ-ção de energia elétrica, empre-gos e infra-estrutura. Foi, tam-bém apresentado o funciona-mento de uma usina hidrelétricapor dentro, as comportas, as tur-binas e a distribuição de ener-gia. Já na visita à hidrelétrica deSanto Antônio, foi realizado o

deslocamento pelo rio Madeiraonde observou-se a dinâmica flu-vial, a estrutura da usina e o can-teiro de obras.

É importante mencionar a ob-servação do uso do solo duranteo percurso Rio Branco – PortoVelho, pois a BR - 364 está sen-do em grande parte elevada devi-do aos futuros impactos ocasio-nados pelos lagos das usinas.

A observação e análise da ci-dade de Porto Velho foi relevan-te, pois esta sofre um aceleradoprocesso de ocupação e urbani-zação, acompanhado de novasoportunidades de emprego, mastambém de sérios problemassociais.Segundo a acadêmicaDhuliane Bonfante, “as atividadesfora da sala de aula, na praticasão importantes, pois pode-seperceber e observar as realida-des. No caso das hidrelétricas foiuma experiência fantástica. Vi-mos os impactos positivos e ne-gativos causados por elas.”

Para o acadêmico José Mar-done, “a aula prática (da viagem)foi importante para observar e ana-lisar a problemática local e es-pecífica, onde pudemos consta-tar e confirmar tudo que vimos emsala de aula, na teoria, além deconhecer outras formas de ocu-pação do espaço geográfico.”

De fato, constata-se que asatividades de campo, as visitastécnicas, a observação de outrasrealidades é fundamental para aformação do geógrafo e do licen-ciado em geografia, pois são asexperiências, juntamente com ateoria, que vão construir a basede um profissional de sucesso.

Professor do curso deGeografia da Ufac.

Hidrelétrica de Samuel, em Rondônia

FOTO: CEDIDA

FOTO: JOÃO PETROLITANO

FOTO: JOÃO PETROLITANO

ENSINO

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Rio Branco, Acre, março de 2012

Niead contribui para melhorarNiead contribui para melhorarNiead contribui para melhorarNiead contribui para melhorarNiead contribui para melhorara qualidade do ensino na Ufaca qualidade do ensino na Ufaca qualidade do ensino na Ufaca qualidade do ensino na Ufaca qualidade do ensino na Ufac

Com apoio do Niead a modalidade de educação à distância (EAD) tem avançado na Ufac

Ufac cria infraestrutura para melhorar atividades educacionais

JAHNNYNE LIMA

educação à distância(EAD) está presentena Universidade Fe-deral do Acre (Ufac)há quatro anos. Perí-odo que correspondeao ápice de incentivo

e estimulo do Ministério da Edu-cação (MEC) à criação de progra-mas, em nível nacional, para queas universidades desenvolvessemprogramas de ensino à distância,para atender principalmente as re-giões de difícil acesso.

Visando a inclusão social, uni-versidades de todo Brasil aderiramà proposta do MEC, na qual o ob-jetivo primordial é a inclusão depessoas no âmbito da EAD, pos-sibilitando, assim, a grande parteda população a oportunidade dedar continuidade aos seus es-tudos (graduação, especializa-ção e outros). A Ufac, porém,

A Ufac aprovou internamente,em 2011, o curso de matemática,a ser oferecido inicialmente em oitopólos, e agora está aguardandouma equipe do MEC que avaliaráas condições organizacionais e es-truturais da instituição para conce-der a respectiva autorização de fun-cionamento.

“Conseguimos a inclusão daUfac na UAB. Portanto, a partirdessa inclusão nós estamos noaguardo da aprovação do MEC paraministrar o curso de matemáticajá este ano. E a partir do mo-mento que cadastrarmos esseprimeiro curso poderemos minis-trá-lo em qualquer pólo da UAB,tanto no Acre quanto em qualquerlugar do Brasil e até no exteri-or. Ao mesmo tempo estamostrabalhando num projeto de pós tam-bém da área de matemática”, ressal-tou o diretor.

Ufac na UAB

O papel e os projetos do NieadO Núcleo de Interiorização e

Educação à Distância (Niead) é umórgão de apoio acadêmico direta-mente vinculado à reitoria da Ufac,tendo por finalidade executar aspolíticas e diretrizes de EAD na ins-tituição, além de apoiar o desenvolvi-mento de ações desta modalidade deensino em âmbito local.

“Durante os onze meses queestamos à frente da EAD conse-guimos aprovar o curso de mate-mática, incluir a Ufac na junta

UAB, contratar professores e téc-nicos para fazer parte do corpoestruturante da universidade e daras condições físicas adequadaspara o prédio do Niead. O que ti-nha de ser feito em termo de es-trutura e recursos humanos foi fei-to. A Ufac avançou muito nessepequeno período”, declarou o dire-tor do Niead, Minoru Kinpara.

Atualmente a Ufac tem chega-do aos municípios por meio decursos modulares. Mais de oito mil

optou inicialmente por sedimen-tar toda sua estrutura, buscan-do estruturar pólos educacio-nais em alguns dos municípiosdo Estado.

De acordo com o professor Mi-noru Martins Kinpara, diretor doNúcleo de Interiorização e Educa-ção à Distância (Niead), hoje a ins-tituição conta com três pólos pró-prios que são insuficientes paracobrir os núcleos presentes nosvinte e dois municípios acreanos.Portanto, a parceria com o Gover-no do Estado se faz necessária.“Atualmente a Ufac conta com trêspólos e o Governo do Estado pos-sui pólos em quase todo o territó-rio acreano. Nós temos parceriacom o Governo do Estado para uti-lizarmos esses espaços, pois to-dos estão cadastrados no UAB –Universidade Aberta do Brasil, poisassim, disponíveis, facilitam o al-cance da comunidade-alvo”, expli-cou Minoru.

profissionais formados pela univer-sidade, por meio dos cursos mo-dulares, estão atuando nos muni-cípios através dos vários programasconveniados, o que se torna pos-sível graças à parceria Estado –universidade - prefeituras.

Segundo Minoru, o Acre temdestaque nacional em termos deformação de nível superior e, deacordo com o diretor, os frutos nãose apresentam somente na áreada licenciatura, mas também no

bacharelado.“Na primeira quinzena de janei-

ro tivemos a conclusão do cursode economia em quinze municípi-os do nosso Estado. Então agoraa idéia é, além do investimento nocurso à distância, investir em pro-jetos como o de materializar umcampus no Alto Acre, que seriao Campus da Fronteira, em Bra-siléia. O que consolidaria a pre-sença permanente da universi-dade e, para o futuro, em médio

prazo, com a possibilidade deconsolidar um campus em SenaMadureira. Daí estaríamos pre-enchendo todas as regiões”, ex-plicou.

Para que o tráfego da EAD fluacom precisão é necessário a pre-sença da Ufac no interior, não so-mente com núcleos, mas comcampi, uma vez que há a necessi-dade de continuar a oferecer cur-sos modulares com qualidade emtodo território acreano.

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Representantes do interior pedem novos cursos à Ufac

MAGDA TOMAZ

Uma reunião entre a reitora daUniversidade Federal do Acre(Ufac), Olinda Batista Assmar,com representantes da Câmarade Vereadores do município deBrasiléia e pró-reitores da ins-tituição, na última semana domês de novembro, trouxe umnovo momento para a discus-são da continuidade do Planode Expansão da Ufac no interi-or do Estado.

Além de Brasiléia, a propos-ta de expansão das atividades degraduação da universidade acre-ana inclui, também, os municípi-os de Xapuri e Sena Madureira,cidades em que já existem nú-cleos da Ufac. No caso deBrasiléia, já estão, inclusive,em andamento ações de pla-nejamento para o início dasobras de construção do Cam-pus Fronteira, cuja inaugura-ção está prevista para o primei-

ro semestre de 2013.“Se você melhora na sua vida,

é natural que o seu desejo seja deprogredir sempre. Ninguém querregredir. Sabemos das dificuldadesque a Universidade tem de mantercursos nos municípios, mas Bra-siléia não pode parar”, disse Eri-zete Lima, vereadora de Brasiléia.

Em Xapuri, no segundo semes-tre de 2010, a população reivindi-

cou por meio de audiência públicauma ação permanente da Ufac. Mesmo com a recente realizaçãodo Programa Especial de Forma-ção de Professores para EducaçãoBásica (Profir), identificou-se umanecessidade premente de maiscursos de licenciatura.

A diretora de Apoio ao Desen-volvimento do Ensino da Ufac, Gra-ce Gotelip, afirma que os três mu-

nicípios serão contemplados assimque for possível.

“Os municípios de Sena Madu-reira, Xapuri e Brasiléia estão in-clusos no Plano de Extensão daUfac. Temos, de fato, o desejo dosmunicípios de contar com cursosde graduação. Desejo esse que foimanifestado por uma pesquisapública. Mas, a Ufac só poderáatendê-los quando tiver reais con-dições de oferecer cursos com res-ponsabilidade e qualidade. Temosque admitir nossas limitações edificuldades. Nesse momento, porexemplo, a instituição sozinha nãotem condições de contratar umcontingente suficiente de professo-res e técnicos administrativos paratrabalharem em todos os municí-pios demandantes. O que poderiafacilitar esse processo seria o es-tabelecimento de parcerias comprefeituras e com o Governo, bemcomo o apoio dos parlamentares”,afirma a diretora.

Para o Pró-reitor de Graduação

da Ufac, Renildo Moura da Cu-nha, é necessário que se re-conheça as peculiaridades decada município para poder serfeito um estudo avaliativo doscursos que cada municípiotem necessidade.

“A Ufac tem que ter uma vi-são mais holística de modo quea universidade possa identificare respeitar os diferentes municí-pios que devem ser contempla-dos. É necessário que a institui-ção apresente qualidade no en-sino”, disse o pró-reitor.

Ao final da reunião, sensibili-zada com o apelo dos municípi-os, a reitora Olinda Batista Ass-mar solicitou dos pró-reitores umlevantamento técnico das reaiscondições da Ufac para o aten-dimento das demandas no me-nor espaço de tempo possível. Apartir desse levantamento, seráformatado um plano de implan-tação desses novos cursos nasrespectivas cidades pleiteantes.

FOTO: ALLEN FERRAZ

EDUCAÇÃO

A

FOTO: ARQUIVO ASCOM

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JORNAL DA

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A

GESTÃO

FRANCISCO DANDÃO

maior das metas deuma instituição públi-ca de ensino superi-or provavelmente sejaa formação de profis-sionais qualificados,do ponto de vista téc-

nico, bem como a capacidade des-tes mesmos profissionais de respon-der positivamente aos anseios da so-ciedade onde estão inseridos.

Nesse contexto, explica o Pla-no de Desenvolvimento Institucio-nal (PDI) da Universidade Federaldo Acre (Ufac), proposto para operíodo de 2011 a 2014, a institui-ção acreana tem desenvolvido suasações “constituindo-se em um re-ferencial da educação, da ciência,da cultura e da tecnologia, atravésda capacitação profissional e daexpansão do saber.”

“Para tanto”, continua o docu-mento, “a Ufac vem realizando pes-quisas em várias áreas do conhe-cimento, promovendo uma exten-são das atividades institucionais,em parceria com os vários seg-mentos do governo, entidades eorganizações da sociedade civil,de forma a participar do desenvol-vimento regional.”

Os números que a Ufac exibehoje talvez se constituam no me-lhor testemunho do alcance dasmetas propostas pela instituição,além do que, inegavelmente, ates-tam o avanço desta nos últimosanos. É o que informa outro trechodo PDI (página 11).

“A Ufac possui, hoje, em plenodesenvolvimento, cursos, progra-mas e projetos nas diversas áreasdo conhecimento humano, man-tendo, atualmente, 45 cursos de

Campus da Ufac: espaço físico em constante transformação

graduação presenciais, sendo 33deles mantidos no Campus de RioBranco, ofertando 1.620 vagas. Osoutros 12 cursos são ofertados noCampus de Cruzeiro do Sul (...),disponibilizando 430 vagas, nos cur-sos de entrada regular (...). A Universi-dade conta, ainda, com 05 cursos demestrado, que ofertaram 93 vagas paraingresso no ano de 2010.”

Enem e Reuni – Em 05 de ju-lho de 2010, por meio da Resolu-ção nº 36 do Conselho Universitá-rio (Consu), a Ufac aderiu ao NovoExame Nacional do Ensino Médio– Enem, como processo de sele-ção para ingresso nos cursos delicenciatura em Filosofia e Músicae para as vagas remanescentes doEdital Vestibular 2011 do CampusRio Branco e Cruzeiro do Sul. Nocurso de Filosofia e para as vagasremanescentes a adesão foi total. Nocurso de Música a adesão foi parcial(50% das vagas). No primeiro semes-tre de 2011, por meio de Resoluçãodo Consu nº 16, a Ufac aderiu inte-gralmente ao Enem.

A Ufac tem buscado, medi-ante diversas ações, promover aexpansão da educação superiorpública no Acre. Duas dessasações estão integradas ao Planode Expansão I e ao Plano de Re-estruturação e Expansão das Uni-versidades Federais – Reuni. EmCruzeiro do Sul, o Campus Florestafoi financiado pelo Plano de Expan-são I, sendo que o fortalecimentoe a expansão do campus sede, emRio Branco, somente foram possí-veis por conta da adesão, em 2007,ao Programa Reuni, que possuicomo principal objetivo ampliar oacesso e a permanência na edu-cação superior.

Graduação:Graduação:Graduação:Graduação:Graduação:formação comformação comformação comformação comformação com

qualidadequalidadequalidadequalidadequalidadeSobre as preocupações e avan-

ços na área da graduação na Ufacnos últimos anos, falou o pró-rei-tor Renildo Cunha.

“Uma das ações sobre a qual aPró-Reitoria de Graduação maistem refletido nos últimos temposé no sentido de fazer, dentro da uni-versidade, um acoplamento eficazdas atividades de ensino, pesqui-sa e extensão. E a partir disso,enveredar por uma discussão doensino de graduação em si. De quemodo? Pegando os projetos depesquisa e de extensão e ver comoeles podem melhorar a qualidadede formação dos alunos”, explicou.

“Outra coisa que tem sido alvodas reflexões da Pró-Reitoria deGraduação é a forma de otimizar aatividade docente, encontrando umjeito de trilhar os caminhos da ofertados componentes curriculares comunsem consonância com a oferta de dis-ciplinas num sistema de créditos.Assim, se poderá economizar o en-contro dos professores com as tur-mas, fazendo com que eles pos-sam se dedicar mais às atividadesde pesquisa e extensão”, afirmou.

“Mas penso que a principal ar-rancada da Ufac nessa gestão é ade tirar um atraso de vários anosque a instituição tem, a partir doraciocínio de que ela começou compouquíssimos cursos, e até hápouco tempo mantinha a mesmaestrutura para manter os, agora,mais de 40 cursos. Para tirar esseatraso é que está sendo implemen-tado nesse momento um sistemade total informatização das açõesda universidade. Nesse sentido, éimportante pontuar algumas ferra-mentas do sistema de informatiza-ção, como as informações diretaspara registro acadêmico, portal doaluno e portal do professor. Soma-do a isso, ações aperfeiçoadorasda atividade docente e composi-ção curricular enxuta constituemmelhor qualidade, atrativo à perma-nência nos cursos, formação ple-na no menor tempo possível e com-bate às causas da retenção e eva-são”, disse Renildo Cunha.

“E para o futuro imediato”, con-cluiu o pró-reitor, “penso que é vi-tal o fortalecimento da articulaçãocom governo e prefeituras para aalavancagem dos ensinos Funda-mental e Médio, para melhoria daqualidade do aluno que chega àuniversidade, bem como do profis-sional que se quer disponibilizar aomundo do trabalho.”

As ações do programa Reu-ni contemplaram o aumento devagas nos cursos de graduação, aampliação da oferta de cursos no-turnos, a promoção de inovaçõespedagógicas e o combate à eva-são, entre outras metas que tem opropósito de diminuir as desigual-

dades sociais do país. No entan-to, informa o PDI da Ufac, “a con-solidação das Ifes está ainda napauta de discussões, pois à épo-ca da implementação do Reuniexistia um déficit de recursos hu-manos muito grandes que esseplano não previa.”

Administração: aporte de recursos e vagas para novosservidores ajudam a Ufac a cumprir o seu papel

Para o pedagogo FranciscoAntônio Saraiva de Farias (foto),pró-reitor de Administração daUfac, só se pode falar da evolu-ção da universidade acreana naatual gestão fazendo uma pontecom a administração anterior. Ecita como apoio para o seu ar-gumento que o próprio slogan dacampanha da atual reitora, pro-fessora Olinda Assmar, era o de“avançar mais”. Ou seja, os avan-ços que já existiam anteriormen-te continuaram acontecendo.

“Eu diria que o grande méritoda atual gestão foi a consolida-ção de metas herdadas da ges-

tão passada. Casos, por exemplo,dos projetos de expansão e dereestruturação - Reuni - do ensinosuperior, que eram metas do Go-verno Federal, cuja participação, doponto de vista do aporte de recur-sos foi decisiva, concedendo vagaspara novos servidores e professo-res e dando condição para investi-mentos em estrutura física”, expli-cou Saraiva.

“Outra coisa extremamentepositiva empreendida pela atualgestão, no meu ponto de vista”,disse o pró-reitor, “foi a conclusãodo Regimento Interno da Ufac, umdocumento que a professora Olinda

pegou inacabado. Eu acho quecomo marco regulatório das açõesinternas da universidade, a conclu-são desse documento é algo paraser enfatizado e louvado, comoconquista da atual administraçãoda Universidade Federal do Acre”.

“E, por último, gostaria deenfatizar o bom momento que aUfac vive, no que diz respeito amaterial disponível para a execu-ção das atividades acadêmicas.Hoje trabalhamos com estoque,em vez de esperar as demandaspara, então, adquirir os produtosrequisitados pela comunidade”,afirmou o pró-reitor.

FOTOS: ALLEN FERRAZ

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GESTÃO

Pesquisa e Pós-Graduação: novos programas depós-graduação e bolsas de iniciação científicaPara a pró-reitora de Pesqui-

sa e Pós-Graduação da Ufac,professora Rusleyd Magalhães,a instituição viveu avanços sig-nificativos na pasta da qual é ti-tular nestes últimos três anos.E enumera três bons exemplos.

1. Bolsas do Programa deIniciação Científica - Pibic -. Noperíodo de 2007-2008, a Ufac ti-nha um total de 106 bolsas, dasquais apenas 36 bolsas eramcom recursos próprios da Ufac.As demais 70 bolsas eram comrecursos do CNPq. Atualmente,

período de 2011-2012, o cenário éoutro, pois das 371 bolsas, 220são com recursos da Ufac eapenas 151 são oriundas doCNPq. Neste cenário a Ufac,vem investindo nestes últimosanos na pesquisa, em nível degraduação.

2. Aprovação do Programa dePós-Graduação em Ciência, Inova-ção e Tecnologia para a Amazô-nia, em 2010, com relevância parao desenvolvimento regional, princi-palmente na área de tecnologia einovação, priorizada, atualmente,

pelos órgãos vinculados a pes-quisa e pós-graduação.

3. Aprovação do Edital Alfa IIIda União Européia, no valor de1.500.000 euros, única aprova-ção da região Amazônica, cujoobjetivo principal é a criação dodoutorado em DesenvolvimentoRegional. O projeto aprovadoconta com a participação daCosta Rica, Itália, Espanha, Perue Bolívia, no oferecimento decursos de pós-graduação latosensu, dentre outras atividadesintegradas.

Planejamento: futuro de longoprazo é a próxima frente de luta

“A Pró-reitoria de Planejamen-to”, diz o titular da pasta, profes-sor Francisco Eulálio Magnésio dosSantos, “dentro da estrutura dauniversidade, é uma das peças fun-damentais da atividade-meio, ondesão buscados os recursos que vãodar suporte à instituição”.

“Do ponto de vista dos avançosobtidos na atual gestão, pode-sedizer que a Pró-Reitoria de Plane-jamento contribuiu decisivamenteem dois momentos distintos: naelaboração do Plano de Desenvol-vimento Institucional - PDI - e noprocesso de informatização da uni-versidade”, afirma Magnésio.

“O PDI, não é demais afirmar,é um instrumento base da univer-sidade. É no PDI que todos podemencontrar as diretrizes de trabalho

e de ação a ser desenvolvidos, quevenham a determinar o futuro dainstituição. E quanto à questão dainformatização, a nossa expecta-tiva é que até o fim deste ano de2012 nós estejamos com 80% dasações da Ufac informatizadas”,explicou o pró-reitor.

“Agora nós entramos em outrafrente de luta, que é a definição dofuturo de longo prazo da universi-dade. Isso porque nós temos pla-nejado, via PDI, para quatroanos. Mas existe um novo ins-trumento, emanado do Ministé-rio da Educação, chamado Pla-no Decenal. Então, o desafio quejá se configura na nossa frente épensar a projeção que queremospara esse tempo maior”, disseFrancisco Magnésio.

Extensão e Cultura: a manutenção de recursos e oapoio ao estudante estão entre as principais ações

No tocante à Pró-Reitoria deExtensão e Cultura, falou o pró-rei-tor Gilberto Dalmolin (foto), paraquem nos últimos três anos a suapasta avançou no que diz respeitoà institucionalização e aprimora-mento de algumas ações.

“Nós temos duas diretorias ematividade na nossa Pró-Reitoria.Uma voltada para programas e pro-jetos de extensão e outra voltadapara assuntos estudantis e comu-nitários. A primeira, onde nós te-mos procurado consolidar umaação que, inclusive, começou nagestão anterior, que é a da manu-tenção de recursos administradospela nossa unidade para ações deextensão, na forma de Edital, fa-zendo com que os gestores dosdiversos projetos tenham acesso

a esses recursos com mais cele-ridade. Na segunda, nós temos pro-curado viabilizar o apoio ao estu-dante, principalmente àquele quedispõe de pouco recursos para semanter na universidade”, afirmaDalmolin.

“Mas, além disso, nós temosprocurado, dentro da diversidadede demandas da Ufac, na área doesporte, na área da cultura, na áreade apoio a eventos científicos, dartodo o apoio possível para que oestudante, de fato, participe. En-tão, dessa forma, nós temos ge-renciado a nossa Pró-Reitoria,atendendo as demandas mais pre-mentes da universidade. É claroque nós temos consciência queainda estamos longe de garantirum atendimento ideal, mas, den-

tro do que nos é possibilitado, te-mos procurado fazer o melhor”,garantiu Gilberto Dalmolin.

Gestão de Pessoas: segurança jurídica equalificação dos servidores da Ufac

“Logo que assumimos a Prod-gep, em setembro de 2009, perce-bemos que muitos procedimentoscareciam de segurança jurídica,quanto às concessões. Assim,nossa principal luta foi dar celeri-dade aos processos, bem como adevida segurança jurídica aos pro-cedimentos, para que não surgissemdúvidas com relação às concessõese para que, no futuro, os servidoresnão fossem obrigados a devolveralgum valor que houvesse sidopago indevidamente”, informou opró-reitor Jaider Almeida (foto).

“Além disso”, ressaltou Jaider,“implantamos o programa de qua-lificação dos servidores técnico-administrativos, que desde o ad-vento da Lei 11.091, em 2005, en-

contrava-se parado na instituição.Com a implementação desse pro-grama, a Ufac realizou dezenas decursos para os servidores, promoven-do tanto a qualificação deles como asua ascensão funcional.”

“Ao longo desses últimos doisanos também contamos com umaexpressiva reposição de servidores,tendo em vista que a instituição, oupor motivo de aposentadoria ou porfalecimento, estava bastante desfal-cada, com muitas vagas ficando emaberto. Fizemos essa reposição devagas e agora estamos na expec-tativa de mais 70 para este ano, es-perando que o Governo Federal as li-bere logo, para poder sanar a defi-ciência de mão-de-obra de algunssetores”, concluiu o pró-reitor.

CURSOS EM RIO BRANCO

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gundo as especificidades e os finsa seguir apostos.

Consideramos que a grandemeta das organizações, nos diasatuais, é a formação e o progres-so do seu quadro de pessoal. APró-Reitoria de Desenvolvimento eGestão de Pessoas trabalha, hoje,levando em consideração ser im-prescindível que os sonhos tenhamcomo vetor de realização o desen-volvimento do ser humano con-substanciado pelas ações concre-tas que levarão às grandes con-quistas institucionais.

Então, como as maiores insti-tuições de ensino superior, estaIfes precisa, também, de espaçoscondizentes que tenham comoobjetivo a formação dos seus re-cursos humanos. Hoje, em vista detal insuficiência, esta Pró-Reitoriatem sempre se visto na contingên-cia constrangedora e incômoda denegociar espaços com outras uni-dades institucionais, o que por ve-zes leva ao cancelamento e/ou adi-amento de atividades e eventos atémesmo planejados com bastanteantecedência. São as prioridadesque outros dirigentes elegem por-que também eles precisam do quelhes está sob a responsabilidade,o que é perfeitamente compreen-sível.

Assim, em vista do expostoacima, vimos propor que seja ela-borada uma emenda ao Orçamen-to da União para que, assim, estaUniversidade venha a ter o seu pró-prio Centro de Formação de Re-cursos Humanos, órgão adido aesta Pró-Reitoria. Tudo se resumi-ria à construção de um prédio dedois pavimentos onde funcionari-

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OJOSÉ CLÁUDIO MOTA PORFIRO

futuro não é tão dis-tante, mesmo paraos que ousam so-nhar com os pés nochão. Trilham-se ca-minhos tortuosos,ultrapassam-se obs-

táculos antes tidos como intrans-poníveis, enfrentam-se os mons-tros criados e tramitados pelos tec-nocratas do destino, mas, enfim,as luzes do fim do túnel aparecem,de início, como fachos bem tênu-es e, depois, como o clarão deuma aurora acreana que anima atodos, apesar dos circundantes edos corvos ao redor.

Mesmo levando em conta ostempos de controle e fiscalizaçãoexacerbados dos gastos públicos,apesar de uma certa aura negati-va por sobre cabeças e ao redorde pescoços roliços, é preciso di-zer a todos que os reveses e asderrotas acontecem, aqui e ali, fe-lizmente, não todos os dias. Éoportuna a reação que significanovos projetos e medidas que vi-sem consertar o desconcerto quese observa. Ir em frente é extre-mamente necessário, sempre,uma vez que o futuro é construídopelas nossas decisões diárias, in-constantes e mutáveis, e cadaevento influencia todos os outros.

Assim é que se veste de muitaimportância ressaltar o contatoverbal mantido entre esta Pró-Rei-toria e o Deputado Federal SibáMachado, ocorrido quando da suavisita esta Universidade há algunsdias. Na ocasião, acordamos emelaborar a presente proposta se-

Servidores da Ufac estão em constante processo de qualificação

am, no andar térreo, um centro deatendimento para o servidor (ativos,aposentados, seus dependentes epensionistas) - uma espécie deOCA - para serviços oferecidos pe-las unidades da Prodgep, comosejam a Diretoria de Gestão dePessoas, a Diretoria de Desempe-nho e Desenvolvimento e a Direto-ria de Saúde e Qualidade de Vida,inclusive, com a implantação defi-nitiva do espaço da Unidade SI-ASS-UFAC, de acordo com a novaPolítica de Atenção à Saúde e

Segurança do Trabalho do Servi-dor Público Federal – PASS, im-plementada pelo Governo Federalem 2007.

No andar superior, teríamos asinstalações de um pequeno audi-tório, de oitenta a cem lugares –destinado a eventos para todo opessoal da Universidade - salasde aula multimídia e um laborató-rio com sessenta microcomputa-dores, para a realização dos nos-sos cursos de formação; e umaacademia de ginástica moderna-

mente aparelhada, com banheirosbem estruturados de forma a bematender os servidores que os utili-zarão nos intervalos dos períodosde trabalho.

Importa observar que uma aca-demia de ginástica, se bem estru-turada, frequentada e com instru-tores de formação adequada, ga-rantirá significativas melhorias noaspecto relativo à saúde e à quali-dade de vida, o que terá como con-sequência uma melhor disposiçãopara o trabalho.

Vislumbrando um certo amanhãA melhor forma de nos prepa-

rarmos para o futuro é concentrartoda a imaginação e entusiasmona execução perfeita do trabalhode hoje. Se as metas forem con-venientemente traçadas, o esforçode cada um é que apontará o me-lhor caminho a ser seguido para aconsecução dos fins.

Entende-se que há uma parce-la significativa de servidores emvias de se aposentar. A estes a Ins-tituição deverá agradecer solene-mente pelos serviços prestados aolongo dos anos. Todavia, além des-te dever de gratidão, há que refle-tirmos muito acerca dos mais no-vos, estes que estão chegando poraqui, agora, mesmo considerandoos salários irrisórios que lhes pa-gamos o que muitas vezes os le-vam a tentar a sorte em outrasesferas do serviço público federal.

Desta forma, os servidores emgeral e, mais especificamente, osmais novos e promissores terãocolocados ao seu dispor cursos de

pós-graduação em nível de Espe-cialização, Mestrado e Doutorado,de forma a que, paulatinamente,consigamos colocá-los à frente dasunidades instituci-onais dirigentes -pró-reitorias eafins - e, assim,daremos umgrande saltorumo à melhoriada qualidade doensino.

Enfim, libera-remos os nossospós-doutores,doutores e mes-tres dos cargosde direção que sóos sufocam, eesses, com a ex-periência adquiri-da ao longo dosanos, retornarãoàs salas de aulae, lá, certamente, darão novos ru-mos à perfeita efetivação do ensi-

no, da pesquisa e da extensão coma qualidade que a Ufac requer paradeixar de lado o provincialismo quetolhe talentos e reprime demandas.

Aí, então, por fim,alcançaremos opleno desenvolvi-mento que todosum dia sonha-mos.

Segundo Da-niel Faria Este-ves, Diretor deDesempenho eDesenvolvimento,será necessário,também, forjarnos servidores ohábito segundo oqual “vestir a ca-misa” da Institui-ção, independen-te de quem sejao gestor ou o di-retor, é sempre

algo de positivo. As funções sãoperenes, a designação passa, mas

o trabalho permanece. E esse pro-cesso de capacitação irá além dassalas de aulas propostas. Terá queser feito um trabalho de conscien-tização da importância desta Ifes,já que é aqui que passamos amaior parte das nossas vidas.

Não se pode dizer que os es-forços não existem ou são míni-mos. Dá para perceber, sim, quevivemos uma época marcada pe-las incertezas ditadas por um sis-tema que, em nível nacional, nãoprivilegia, mas desprestigia aque-le servidor que, apesar dos reve-ses e dos desatinos na seara doserviço público, ainda sonha emcapacitar-se da melhor forma pos-sível e, assim, chegar aos patama-res máximos de uma carreira que,enfim, depois de concluído um dou-torado, pode lhe oferecer um salá-rio mais digno num tempo futuroem que todos os nossos percal-ços e barreiras serão colocados delado porque é para a frente que acaravana segue.

Entende-se que háuma parcela significa-tiva de servidores emvias de se aposentar.A estes a Instituição

deverá agradecersolenemente pelosserviços prestadosao longo dos anos.Todavia, além deste

dever de gratidão, háque refletirmos muito

acerca dos maisnovos

Sibá Machado, parceiro da Ufac

FOTOS: ALLEN FERRAZ

QUALIFICAÇÃO

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UFRANCISCO DANDÃO

m convênio entre aSecretaria de Agrope-cuária do Estado doAcre (Seap), a Em-presa Brasileira dePesquisa Agropecuá-ria (Embrapa) e a Uni-

versidade Federal do Acre (Ufac)tem permitido, desde 2004, o de-senvolvimento de um interessanteprograma de criação de animais sil-vestres. Tão interessante que já foiaté tema de uma reportagem emrede nacional, levada ao ar pelaRede Globo de Televisão.

O programa, denominado Cria-tório de Animais Silvestres Cabo-clinho da Mata, sob a coordena-ção da médica veterinária Vânia Ri-beiro, doutora em Biotecnologiapela Universidade Federal do Ama-zonas (Ufam) e professora do Cen-tro de Ciências Biológicas e daNatureza da Ufac, tem como metaprincipal a criação dos referidos ani-mais em cativeiro, como alternati-va conservacionista e comercial na

Criatório de pacas na Fazenda Experimental Catuaba

Amazônia brasileira.O criatório onde os animais são

albergados situa-se na Fazenda

Experimental Catuaba, no municí-pio de Senador Guiomard, dispon-do de três recintos, com capaci-

dade para receber60 pacas, 30 capi-varas e 30 catetos.Além disso, sete dos819 hectares da fa-zenda são destina-dos às atividades doprojeto, sendo usa-dos para a plantaçãode culturas perenese temporárias desti-nadas à alimentaçãodos animais.

Quanto às espécies animaisescolhidas para fazerem parte doprojeto, a opção deu-se por conta dofato de que tanto capivaras quantocatetos e pacas apresentarem alto po-tencial zootécnico para serem produ-zidas na região, por adaptarem-se àscondições de cativeiro, e por produzi-rem carne de excelente qualidade.No caso da capivara e do cateto,até o couro e os dentes podem serlargamente aproveitados do pontode vista comercial.

A valorização da fauna pelo manejo sustentávelEntusiasmada pelos resultados

obtidos até aqui e pelas perspecti-vas de futuro do projeto de criaçãode animais silvestres em cativeiro,a professora Vânia Ribeiro conver-sou com a reportagem do Jornalda Ufac e deu mais explicaçõessobre as atividades realizadas naFazenda Experimental Catuaba.

Jornal da Ufac – Professora,por favor, explique as atribui-ções específicas da Seap, daEmbrapa e da Ufac no projeto?

Vânia Ribeiro – Tudo come-çou quando eu fui convidada pelaSecretaria de Agropecuária, naépoca ainda do Governo Jorge Vi-ana, para fazer um projeto que con-templasse a criação de animais sil-vestres, de forma que a nossa fau-na também fosse valorizada e sepudesse demonstrar que ela pode-ria ser explorada de forma susten-tável. Não somente a flora, mas afauna também. E daí, já nessecomeço, a gente pediu o apoio daEmbrapa, que nos ajudou a elabo-rar os primeiros projetos. Em se-guida, entrou a Ufac, que passoua participar de forma efetiva, nãosomente com a cessão da profes-sora responsável pelo andamentoda atividade, mas também com aárea onde tudo viria a acontecer. ASeap participa até hoje das ativi-dades do projeto, disponibilizando,inclusive, pessoal técnico para ocuidado do que a gente chama dequintal e para trabalhar na produ-ção dos alimentos para os ani-mais. E hoje, pode-se dizer que asduas entidades que continuam di-retamente envolvidas no projetotêm objetivos comuns e distintosao mesmo tempo. Isso porque en-quanto nós da universidade esta-

mos mais preocupados em produ-zir conhecimentos científicos so-bre as espécies, a Seap se detémmais na questão de desenvolvertecnologias para a expansão de cri-atórios, nos mesmos moldes, emoutros municípios. E no que dizrespeito a objetivos comuns, tantoa Ufac quanto a Seap trabalhamno sentido de dar assistência téc-nica às pessoas interessadas nacriação das espécies estudadas.

Jornal da Ufac – E sobre o pro-cesso da chegada dos animais aocriatório, como é que ele se dá?

Vânia Ribeiro – Antes de tudoa gente tem de ter a autorizaçãodo órgão ambiental, No caso, oIbama [Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos NaturaisRenováveis]. Essas espécies comas quais a gente trabalha, o Ibamaautoriza a captura. Hoje, no cria-tório, nós temos alguns animaisque são produto de captura e ou-tros, por incrível que pareça, a gen-te pegou de doação. Na verdade,nesse projeto que a gente execu-ta, a captura somente foi feita para

a gente formar o plantel inicial.Nesse momento a gente já tem umplantel relativamente grande, porconta da reprodução daquelesexemplares inicialmente captura-dos. O que a gente tem o cuidadonessa questão da reprodução é ode não deixar acontecer o cruza-mento entre parentes. Isso paraque não haja nenhum problema deconsaguinidade, porque o efeito,em casos assim, é o mesmo quenos cruzamentos humanos. Podemnascer filhos com defeitos genéticos.Com esse cuidado, nós teremos sem-pre uma população bastante sau-dável para a realização dos nos-sos estudos, sem a necessidade,portanto, de ir à floresta para a re-alização de novas capturas.

Jornal da Ufac – De 2004 atéhoje, quais os principais resul-tados do projeto?

Vânia Ribeiro – Os resultadosprincipais dizem respeito ao conhe-cimento, à melhor forma de criaressas espécies, e da certeza deque elas tem um potencial zootéc-nico muito bom, podendo ser cria-

das da maneira que a gente de-monstra. Por exemplo, nesse sen-tido de maneira de criar, lá no pro-jeto a gente não dá ração para osanimais. Eles são criados consu-mindo alimentos produzidos lámesmo na fazenda, bem comocom alimentos produzidos na flo-resta. Por outro lado, o tipo de ins-talação que a gente tem na fazen-da é uma instalação muito barata.É uma instalação que qualquerpessoa que tenha interesse em tra-balhar com essa atividade podeconstruí-la. Com esse tipo de ali-mentação e instalação que a gen-te usa no projeto, os animais vãoreproduzir facilmente. E reprodu-zindo eles vão gerar produtos emabundância que podem ser comer-cializados. No nosso caso, alémda gente ceder matrizes para pes-soas interessadas nesse tipo decriação, vários desses animaistambém já foram soltos na flores-ta, justamente para prevenir, naschamadas ilhas florestais, aquelasendogamias. Além de tudo isso, háainda, em relação ao futuro, a pos-sibilidade de aproveitamento dosanimais na gastronomia. Uma coi-sa que a gente pretende para mui-to breve. Agora mesmo nós fize-mos uma pesquisa junto ao mer-cado e à população local para sa-ber o interesse dos consumidorespela carne silvestre. Para nossasurpresa, noventa e oito por cento daspessoas entrevistadas disseram játer consumido esse tipo de carne.Não somente consumiram comoafirmaram que gostariam de con-tinuar consumindo. Existe, en-tão, um mercado consumidorbastante interessado. Possoaté dizer que restaurantes eaçougues ainda não trabalhamcom carne silvestre porque aindanão existe uma disponibilidade su-

ficiente de criação.

Jornal da Ufac – Quais asperspectivas futuras do projeto?

Vânia Ribeiro – As perspecti-vas são as melhores possíveis. Sea gente pegar a paca como exem-plo e aplicarmos na espécie técni-cas de reprodução, que, inclusive,já são amplamente utilizadas emoutros animais domésticos, a gen-te pode elevar significativamente acapacidade de crescimento doplantel, com um ganho de capitalinimaginável. Vou usar o exemploda vaca, para facilitar o entendimen-to. Se ela te dá um bezerro ao ano,com técnicas de biotecnologia dareprodução ela pode te dar até cin-qüenta bezerros. É certo que esseprocedimento ainda não é muitobarato, mas se você olhar pelo ladodo custo benefício, o resultado éaltamente satisfatório. Mas voltan-do para o nosso projeto, nós fize-mos um trabalho usando técnicasda biotecnologia da reproduçãocom a paca, conseguindo que elativesse gêmeos. A paca é um ani-mal que dá, no máximo, duas cri-as ao ano e, normalmente, ape-nas uma cria por parto. Alémdisso, a paca é um animal queé altamente consumido, alta-mente predado e com uma taxareprodutiva muito baixa... Comas técnicas que a gente temutilizado, acreditamos que nofuturo, confirmando-se a eleva-ção da taxa da natalidade in-duzida pelos nossos experimen-tos, haverá uma boa perspectiva depreservar esse animal. A genteaumentou em cinqüenta por centoa produção de crias. Penso quenão poderia haver melhor resulta-do no sentido da preservação des-sa espécie.

Doutora Vânia Ribeiro faz ultrassonografia numa paca

Ufac desenUfac desenUfac desenUfac desenUfac desenvvvvvolvolvolvolvolve pre pre pre pre projeojeojeojeojettttto deo deo deo deo decriação de animais silvcriação de animais silvcriação de animais silvcriação de animais silvcriação de animais silvestresestresestresestresestres

FOTOS: CEDIDAS

Veterinárias Vânia Ribeiro, da Ufac, e Maria do Carmo, da Seap

MEIO AMBIENTE

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JORNAL DA

Rio Branco, Acre, março de 2012

Livros e IdéiasLivros e IdéiasLivros e IdéiasLivros e IdéiasLivros e IdéiasLivros e IdéiasLivros e IdéiasLivros e IdéiasLivros e IdéiasLivros e IdéiasFRANCISCO DANDÃO

Obra: Vida e Morte na Amazônia IndígenaAutor: Marcus Vinícius Aguiar MacedoEditora: Edufac

Vida e Morte na AmazôniaIndígena – As Invasões Madei-reiras e os Povos Ashaninka éresultado da dis-sertação de mes-trado em Direitode Marcus Viní-cius Aguiar Ma-cedo, professorda UniversidadeFederal do Acre(Ufac), apresen-tada em 2008 naUniversidade Fe-deral de SantaCatarina (UFSC).

Trata-se deum estudo decaso da etnia indígena citada notítulo, tendo como foco principal

a busca de uma solução noâmbito das relações internacio-nais para a devastação ambien-

tal da Amazôniaem zonas defronteira causa-da pelo desma-tamento ilegalpraticado pormadeireiros pe-ruanos na reser-va dos Asha-ninka.

À venda naEditora da Uni-versidade Fede-ral do Acre (Edu-fac), campus

universitário, anexo à BibliotecaCentral.

Obra: Sustentabilidade na AmazôniaAutores: Ecio Rodrigues e Aurisa PaivaEditora: Andiroba

Assinado por Ecio Rodri-gues e Aurisa Paiva, Susten-tabi l idade naAmazônia per-corre três eixostemáticos.

P r i m e i r o :uma retrospecti-va da sucessãode procedimen-tos internacio-nais que cul-minaram nasreuniões de cú-pula da ONU,cujo tema foiMeio Ambientee Desenvolv i -mento.

Segundo: uma anál isedos avanços e anacronis-

Obra: Colégio de Aplicação e Formação de ProfessoresAutor: Minoru Martins KinparaEditora: Edufac/Idéia

Terceiro livro do professorMinoru Martins Kinpara, dou-tor em Educação pela Uni-camp e pós-doutor pela Uni-vers idade deSalamanca (Es-panha) , estaobra se propõea analisar a vin-cu lação dosColégios deAplicação coma formação deprofessores, apartir da inves-tigação de qua-tro fatores: osmotivos da cri-ação da referi-das unidades escolares; seusrespectivos vínculos históri-cos; a concepção inicial da

instituição; e as mudançaspelas quais os CAP’s passa-ram ao longo da sua história.

E m b o r anão se trate, ne-cessariamente,de um estudode caso, a mo-tivação para arealização dosestudos que de-terminaram apublicação do li-vro foram os inú-meros proble-mas, num con-texto macro,e n f r e n t a d o spelo Colégio deApl icação da

Universidade Federal do Acre.À venda nas livrarias de

Rio Branco.

Saberes químicos indígenasem Cruzeiro do Sul

PAULO CÉSAR PINHEIRO

stive na UniversidadeFederal do Acre (Ufac)no período de 20 demaio a 4 de junho de2011, atuando comoprofessor no curso deFormação Docente

para Indígenas, no campus Flores-ta, em Cruzeiro do Sul. Minha es-tada se deu mediante convite daprofessora Valquíria Garrote, queme localizou na internet em suasbuscas por professor de químicacom perfil adequado para o curso.

Eu trabalho como docente naUniversidade Federal de São Joãodel-Rei (UFSJ), em Minas Gerais,atuando mais diretamente naformação de professores de quí-mica, sendo que, como pesqui-sador, me dedico ao estudo desaberes e práticas popularesque mantém relações com aeducação em ciências.

Durante o tempo em que estivena Ufac, interagi diretamente com13 acadêmicos/as indígenas emduas disciplinas da área de Ciên-cias da Natureza: Química Aplica-da e Princípios de Química Orgâ-nica, ambas com 50 horas de du-ração, mais 25 horas de fase in-termediária, as quais ocorrem nasaldeias.

Ao iniciar os trabalhos, comen-tei com os alunos sobre a ne-cessidade de conhecer melhora cultura deles, para poder ade-quar o ensino. Disse tambémque enquanto ainda estávamosnos conhecendo, iria apresen-tar-lhes um pouco da culturamineira e os saberes químicosnela presentes. Esses exem-plos funcionariam como exem-plos para que eles pudessem,posteriormente, analisar suas

realidades sob o mesmo ângulo.Desse modo, analisamos a produ-ção do sabão de cinzas, do docede leite e do polvilho azedo duran-te as aulas, utilizando computado-res, um sistema hipermídia evídeos. Os alunos logo foram reve-lando seus saberes sobre o usodas cinzas na limpeza, criticaramo modo de produção do polvilhoazedo a partir da macaxeira vistono vídeo e deram vários exemplosde como a macaxeira é utilizadaem suas culturas.

Depois, exploramos os saberesindígenas sobre os motivos pelosquais os remédios curam, realiza-mos entrevistas na comunidadeacadêmica a esse respeito, assis-timos vídeos com explicações daciência e discutimos as visões ci-entífica e indígena sobre o efeitoda ayahuasca no organismo.

Brincamos também com mode-los moleculares usando massinhade modelar, realizamos leituras einterpretação de rótulos de produ-tos de limpeza em um supermer-cado, visitamos o laboratório dequímica para conhecer seus ma-teriais e realizar alguns experimen-tos, fizemos pesquisa na internetsobre os materiais presentes nolixo das aldeias, definindo com-posição química, tempo de de-gradação no ambiente e formasde tratamento, lemos um textosobre drogas antimalária, reali-zamos a representação de fenô-menos físicos e químicos usan-do desenhos e o próprio corpoe exploramos jogos, como umbaralho sobre os principais gru-pos de substâncias orgânicas,um tabuleiro denominado “Cami-nhos da Química”, com dados epeões, onde tiveram que respon-der perguntas fáceis, médias e di-fíceis sobre os conteúdos aborda-

Emos dos mecanismos degestão ambiental adotados

no Brasil.Te r c e i r o :

uma discussãodo uso dos ins-trumentos eco-nômicos base-ados no princí-pio do poluidor/pagador, parâ-metro mais atu-alizado para seaferir a interna-lização das ex-t e r n a l i d a d e sambientais nosistema econô-mico.

À venda nas livrarias deRio Branco.

dos nas aulas, e um jogo do tipoQuiz, onde dois grupos compe-tiram entre si. Os jogos foramformas lúdicas de avaliar aaprendizagem e de continuaraprendendo.

Notei que os indígenas ti-nham pouco hábito de trabalharem grupo e chamei atenção de-les para a importância dessetipo de organização nas tarefasescolares. Eles se mostrarammuito aplicados nas aulas, co-piando tudo, realizando as ati-vidades propostas com zelo ededicação, fazendo perguntas eexpressando seus próprios co-nhecimentos e idéias.

Outra experiência interessantefoi a interação com os alunos daUFSJ usando o recurso da filma-gem em vídeo. Os alunos da UFSJfizeram perguntas variadas aos in-dígenas e esses responderamcom atenção.

Desejo parabenizar a Ufac pelainiciativa do curso de formaçãodocente indígena e aproveitar paradizer aos alunos o quanto gosteide trabalhar com eles em Cruzeirodo Sul. Ao retornarem às suas al-deias, eles terão agora a incum-bência de escrever narrativas so-bre saberes químicos presentesem suas comunidades, usando aescrita, a fotografia e o vídeo, quan-do possível. Desse modo, teremosa oportunidade de trazer um pou-co dos saberes químicos indíge-nas para o universo escolar dosbrancos, configurando assim umanova possibilidade de interação eaprendizagem na área de ciênciasda Natureza.

Professor do Departamento deCiências Naturais da Universi-

dade Federal de São Joãodel-Rei.

LIVROS

Turma de alunos do curso de Formação Docente para Indígenas, no Campus Floresta

FOTO: FRANCISCO DANDÃO

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JORNAL DA

Rio Branco, Acre, março de 2012

DireDireDireDireDiretttttor fala sobre a políticaor fala sobre a políticaor fala sobre a políticaor fala sobre a políticaor fala sobre a políticade editde editde editde editde editoração da Ufacoração da Ufacoração da Ufacoração da Ufacoração da Ufac

FFRANCISCO DANDÃO

undada em 2003, a Edi-tora da UniversidadeFederal do Acre (Edu-fac) conta hoje commais de cem títulos noseu catálogo, com pu-blicações nas mais di-

versas áreas, tanto de membros dacomunidade universitária quanto dopúblico externo, sendo que gran-de parte dessas obras foi publica-da nos últimos três anos, na ges-tão do diretor José Ivan da SilvaRamos, professor lotado no Cen-tro de Ciências Exatas e Tec-nológicas (CCET), doutor emMatemática pela Universidadede Brasília (UnB).

Foi para falar sobre a trajetóriaaté aqui e das perspectivas futu-ras da Edufac que José Ivan daSilva Ramos concedeu a entrevis-ta que segue ao Jornal da Ufac.

Jornal da Ufac – Professor,fale-nos, por favor, a respeito dacriação da Edufac. Em que mo-mento a Ufac sentiu necessida-de de contar com os serviços deuma editora própria?

José Ivan – A criação da edi-tora da Ufac, institucionalmentefalando, deu-se em 2003. Digo ins-titucionalmente porque a movimen-tação para a criação da editora co-meçou bem antes de 2003, mas,como entidade jurídica ela somen-te veio à luz no ano de 2003. Eisso precisou acontecer, fundamen-talmente, pelo fato de que a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Gra-duação não tinha mais como colo-car dentro das suas atribuições aresponsabilidade pelas publica-ções das mais diversas pesquisasque todos os nossos professores ealunos estavam realizando. Acho queessa dificuldade foi o fato que maisimpulsionou a criação da editora, sobpena de, caso isso não aconteces-se, a universidade ficasse impos-sibilitada de atender à demanda dadivulgação, de uma forma mais jus-ta e mais ampla das centenas detrabalhos acadêmicos produzidostodos os anos.

Jornal da Ufac – Qual é a po-lítica editorial da Edufac? Quem é eo que é que se pode publicar? Comoé que se dá o processo de seleçãodas obras que são editadas?

José Ivan – A política editorialse concentra nos livros, nas carti-lhas e em revistas. Quanto a queme o que pode ser publicado, nósdamos preferência para autoresque tem vínculo com a instituição.No caso, professores, pesquisado-res, visitantes, alunos. Mas tam-bém tem espaço para pessoas dacomunidade. Aqueles que, por edi-tal público ou por autonomia derecursos, procuram a editora parapublicar seus trabalhos. Quanto àquestão da escolha das obras queserão publicadas, o mecanismoque a gente costuma usar é o desempre submetê-las a pareceris-

Professor José Ivan da Silva Ramos, diretor da Edufac

tas pesquisadores nos assuntosrelacionados, que emitem suas opi-niões sobre as publicações queefetivamente serão materializadas.Como a gente não tem ainda umalivraria, nem mesmo uma licença paraa venda de livros, a gente procura aten-der todas as demandas que chegamà editora. É claro que a gente tem umapreocupação em não publicar obrasque, de alguma maneira, possamofender a moral nem a religião. Issoé o que, em princípio, poderia in-terferir na edição e publicação dealguma obra pela Edufac.

Jornal da Ufac – Como é fei-ta a distribuição dos livros pu-blicados pela Edufac?

José Ivan – A gente tem inves-tido muito na questão da divulga-ção, com a criação da página online da editora e com a distribui-ção efetiva, logo que um novo tra-balho é editado, às bibliotecas doEstado e à Biblioteca Nacional. Ofato de a gente estar associado àAbeu [Associação Brasileira dasEditoras Universitárias] faz comque os nossos títulos recebam, devez em quando, alguns comentári-os, alguns elogios, em nível nacio-nal, o que dá, nesses casos, umavisibilidade maior. No que diz res-peito à página da editora, aprovei-tando aqui a oportunidade da nos-sa conversa, ela pode ser acessa-da através do site da Ufac, no en-dereço www.ufac.br. Chegandonesse local, o usuário deve clicar nolink “publicações”. Esse é o caminhomais direto. Mas também se podeachar muito facilmente pelo siste-ma de busca da ferramenta Goo-gle. A pessoa vai lá e digita Edu-fac. Em seguida aparecerão inú-meras opções de acesso às infor-mações da nossa editora.

Jornal da Ufac – De ondevem o recurso para a publica-ção das obras?

José Ivan – Como eu disseantes, a nossa editora não vendeainda através de livrarias. Os pe-quenos recursos que são arreca-

dados com a venda dos livros pu-blicados entram na contabilidadeda editora através de uma Guia deRecolhimento Único [GRU], queleva o CPF do comprador, no quese configura um sistema aindamuito primário de venda. Mas, ogrosso dos recursos para publica-ção vem geralmente do orçamen-to da universidade. Os editais quea gente tem lançado são executa-dos com recursos próprios da ins-tituição. Naturalmente que essesrecursos são escassos, o que fazcom que nem tudo que a gente gos-taria de colocar para os consumi-dores seja possível, de fato, fazê-lo. Mas ressalve-se que não exis-te nenhum tipo de proibição nosentido de que os autores ou osgrupos que tem os seus projetoseditoriais banquem tanto a impres-são quanto a diagramação do livrodos respectivos livros.

Jornal da Ufac – Em sua opi-nião, professor José Ivan, o quesignifica publicar um livro em ummundo de cada vez menos leito-res, permeado de imagens?

José Ivan – Eu penso que pu-blicar um livro hoje, nesse mundode superexposição de imagens,parece mais uma questão de rea-lização pessoal do autor. É possí-vel perceber hoje, por exemplo, quecada vez, tanto os autores quantoas editoras se preocupam com aquestão da apresentação da obra.Às vezes, até, sem a correspon-dência devida no que diz respeitoao conteúdo. As capas, as fotogra-fias e os textos, na sua maioria,tornam-se cada vez mais coloridos.E quando isso não acontece, pa-rece que a obra fica também meioesquecida. A questão da internet,a velocidade com a qual as infor-mações são postadas no meio ele-trônico, tem também o poder hojede causar mais atração no leitordo que o formato livro. Como pro-fessor, eu também acho que os li-vros didáticos são vítimas desseprocesso universal e que, ao quetudo indica, não pode ser contido.Livros que, às vezes, tem um ótimo

conteúdo e que passam com preci-são as informações e as pesquisasque são feitas pelo mudo, ficam mui-tas vezes para trás na fila de livros quepossuem uma apresentação maisatrativa do ponto de vista do visual.

Jornal da Ufac – E sobre aquestão das revistas? Quantas sãohoje publicadas pela Edufac?Quais as formas dessas revistas?E quem pode publicar nelas?

José Ivan – Quanto às revis-tas, nós temos, basicamente, qua-tro publicações. Destas, três sãoeletrônicas, ou seja, veiculadas nainternet, e uma é impressa. A re-vista impressa é, exatamente, umapublicação editada em parceriacom a Fundação de Cultura EliasMansour, do Governo do Estado.Ela chama-se Uirapuru e é voltadaessencialmente para o segmentodo turismo, mostrando as diversaspossibilidades desse tipo de ativi-dade na região acreana. Duas re-vistas que aceitam artigos desen-volvidos por estudantes universitá-rios e professores, chamadas, res-pectivamente, Seringal de Idéias eRamal de Idéias. E tem, ainda, arevista Elementos, que é uma pu-blicação que acaba de receber oISSN [International Standart Seri-al Number], mais voltada para te-mas relacionados com a questãoda álgebra. Esta sob a direção deprofessores das Ciências Exatas

da Ufac, mais precisamente daárea de álgebra.

Jornal da Ufac – Quais as pos-sibilidades de crescimento daEdufac?

José Ivan – A editora precisade vitrines, onde ela possa colo-car de forma mais aberta as obrasque tem publicado. Existe um vo-lume muito grande de livros recen-temente publicados e existem,pelo menos, seis títulos prestes aserem lançados. E a idéia da livra-ria, eu acho que é o passo maisemergencial nesse momento. Sea gente tivesse uma livraria, comuma boa vitrine, um lugar onde agente pudesse desenvolver essarotina da venda de forma mais apro-priada, certamente teríamos ummelhor desempenho, uma vez queas obras circulariam com mais fa-cilidade. Já há uma previsão de localpara o funcionamento da livraria. Nós,inclusive, já indicamos para a admi-nistração superior o que deve sercomprado para o funcionamento dalivraria. O que a gente está procu-rando agora, com o auxílio dosnossos juristas, é verificar comoisso poderá funcionar. Essas sãoas nossas preocupações no mo-mento, mas a administração su-perior tem acenado favoravelmen-te quanto a essa possibilidade dagente realizar essa ampliação de-finitiva das nossas atividades.

Livros recentes 7. Madeira que Cupim não

Rói, Xapuri em Arquitetura, 1913A 1945 - Ana Lúcia Costa – 2010.

8. Mulheres Trabalhado-ras Rurais em Movimento:Uma História de Resistência- Vales do Acre e Médio Pu-rus, 1988-1998 - Tereza Al -meida Cruz - 2010.

9. Práticas, Rituais de Avali-ação e Cultura da Escola - MarkClark Assen de Carvalho - 2010.

10. Processos de Territoria-lização e Identidades Sociais, Vol.1 – Elder Andrade de Paula (Org.) -2010.

11. Colégio de Aplicação eFormação de Professores - Mino-ru Martins Kinpara - 2011.

12. I Colóquio de Estudos deGênero na Amazônia: Poder e Vi-olência Doméstica - 2011 - Lucia-na Marino do Nascimento e Mar-garete Lopes - 2011.

13. Linguagens e Identida-des da/Na Amazônia Sul - Ociden-tal, Vol. 2 - Sheila da Costa MotaBispo - 2011.

14. Resistência Camponesae Desenvolvimento Agrário: UmaAnálise a partir da RealidadeAmazônico-Acreana - Silvio Simi-one da Silva - 2011.

Quatorze livros foram publica-dos pela Edufac nos últimos doisanos. Confira, abaixo, a lista com-pleta.

1. Acre (Anos) de Cinema:Uma História Quadro-a-Quadrode Jovens Cineastas (1972-1982)- Hélio Moreira da Costa Júnior -2010.

2. Cumprindo Trajetos, Re-fletindo sobre a Memória: Colo-nos e Seringueiros Migrantes emRio Branco, Acre - Uma Aborda-gem Antropológica - Laís MarettiCardia - 2010.

3. Do Manso ao Guardião daFloresta: Estudo do Processo deTransformação Social do Siste-ma Seringal, a Partir do Caso daReserva Extrativista Chico Men-des - Benedita Maria Gomes Este-ves - 2010.

4. Linguagens e Identidadesda/Na Amazônia Sul - Ocidental,Vol. 1 - Sheila da Costa Mota Bis-po (Org.) - 2010.

5. Linguagens e Identidadesda/Na Amazônia Sul - Ocidental,Vol. 3 - Sheila da Costa Mota Bis-po (Org.) - 2010.

6. Linguagens e Identidadesda/Na Amazônia Sul - Ocidental,Vol. 4 - Sheila da Costa Mota Bis-po (Org.) - 2010.

ENTREVISTA

FOTO: FRANCISCO DANDÃO

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JORNAL DA

Rio Branco, Acre, março de 2012TESE

FRANCISCO DANDÃO

Centro de Ciênciasda Saúde e do Des-porto da Universida-de Federal do Acre(Ufac) ganhou maisuma doutora em ju-

lho de 2011. Trata-se da professo-ra Valéria Rodrigues da Silva, quedefendeu, na Escola Nacional deSaúde Pública, no Rio de Janeiro,a tese Gestão Pública do SUS naAmazônia Ocidental – ProblemasAntigos e Desafios Contemporâne-os da Secretaria de Estado daSaúde do Acre 2000-2007.

Sob orientação da doutora Ma-ria Helena Magalhães de Mendon-ça, a tese da professora ValériaRodrigues da Silva tratou de dis-secar, mais especificamente, asquatro maiores funções do temaproposto, quais sejam: as diretri-zes políticas de saúde brasileira,a definição da missão e modelo degestão praticado, os modos decoordenação para a efetiva opera-cionalização dos planos de saúdee responsabilidades estaduais.

As questões do estudo empre-

Doutora Valéria Rodrigues da Silva

endido pela professora Valéria Sil-va partiram da revisão da literaturaestruturada para compreender ondeestavam situados os principaisobstáculos da gestão do SistemaÚnico de Saúde (SUS) e a delimi-tação do problema da gestão naSecretaria de Estado de Saúde doAcre (Sesacre). Neste último as-pecto, Valéria percorreu um cami-nho desde o contexto geral até aosdetalhes do tema.

Três grandes indagações ser-viram de rumo para a pesquisa deValéria Silva.

Primeira indagação: qual a ca-pacidade de gestão da Sesacrepara coordenar o sistema estadu-al de saúde, operacionalizar o Pla-no de Saúde, criar condições deplanejamento, monitoramento,equipe técnica e de responsabili-zação diante das adversidades ine-rentes ao sistema?

Segunda indagação: como osprocedimentos no nível de depar-tamento eram conduzidos pelosgerentes para viabilizar a execuçãodo Plano de Saúde?

Terceira indagação: quais eramas condições de operacionalizar

A formulação dos planosA formulação dos planosA formulação dos planosA formulação dos planosA formulação dos planosestaduais de saúdeestaduais de saúdeestaduais de saúdeestaduais de saúdeestaduais de saúde

No entender da agora doutoraValéria Rodrigues da Silva, doismotivos principais tornaram o seutrabalho um desafio acadêmicoimportante. Primeiro, por tornarpossível compreender como é acondução de uma Secretaria deEstado de Saúde dentro dos limi-tes regionais. E segundo, pela ne-cessidade de se demonstrar comofoi a implementação de um siste-ma único de saúde diante das ad-versidades existentes.

No que diz respeito à conclusõesdo trabalho, destaque para três.

Uma delas, a de que a “Sesa-cre desenvolve uma gestão com-preendida como triângulo de ferronegativo, onde as principais carac-terísticas indicam para centraliza-ção de poder nas escalas hierár-quicas próximas ao Gabinete doSecretário”.

Sede da Secretaria de Estado de Saúde do Acre

TTTTTriângulo deriângulo deriângulo deriângulo deriângulo deferro negativoferro negativoferro negativoferro negativoferro negativo

Outra conclusão, a de que notocante à direcionalidade da Sesa-cre, “houve um esforço de esta-belecer as condições de gestão,no entanto, ocorreram diversosproblemas relacionados à faltade maturidade dos processosadministrativos”.

E uma terceira conclusão, a deque “a falta de acordos e definiçõespolíticas resultou numa imprecisãopara a gestão”.

Como aconselhamento final,Valéria Silva afiança ser “estraté-gico estabelecer uma agenda na-cional de enfrentamento dos pro-blemas de gestão das secretariasde saúde de estados e municípi-os, mediante diagnósticos bemelaborados e amplamente debati-dos, como ponto de partida parafortalecer o SUS e as políticas pú-blicas de saúde”.

tecnicamente as propostas oriun-das dos Planos e dos planejamen-tos nas gerências do primeiro ní-vel hierárquico, a partir da existên-cia, ou não, de alguma forma decompromisso ou responsabilidadena prestação de contas interna-mente às gerências de departa-mentos?

Para responder a essas inda-gações e levar a cabo sua tese,Valéria Silva escreveu cinco capí-tulos. No primeiro, delimitou o cam-po da gestão e do SUS; no segun-do, fez um recorte histórico dosconflitos até a constituição doEstado do Acre, e os serviçosde saúde, delimitando a ques-tão em termos de atuação doEstado e das parcerias com ins-tituições religiosas e dos proje-tos do governo para a região; noterceiro, analisou as diretrizespolíticas com relação ao tema;no quarto, tratou da operacionali-zação das demandas emanadasdos Planos de Saúde; e no quin-to, avaliou as questões dos com-promissos internos e respon-sabilidade no que diz respeito àprestação de contas.

Os planos estaduais de saú-de, formulados a partir do ano2000 e com vigência até 2007,foram documentos importantesusados pela professora ValériaRodrigues da Silva para compre-

ender o seu objeto de estudo.O primeiro desses planos, pro-

jetado para o período de 2000 a2003, apresentava as proposiçõesda política delineada na III Confe-rência Estadual de Saúde. Mas,

durante os quatro anos de vigên-cia do plano, explica Valéria Sil-va, “ocorreram três mudanças desecretários de Estado de Saúde,sendo que um ficou responden-do interinamente até a nomeaçãodo titular da pasta por quase umano (...). A falta de definição dogestor (...) e da equipe causouuma instabilidade em toda a Se-cretaria, refletindo também nassecretarias municipais e acarre-tando um período de estagnaçãoe indefinição na condução políti-ca da Sesacre”.

Já a formulação do segundoplano, válido para o período de2004 a 2007, teve um contextodiferente: o processo de descen-tralização praticamente já haviasido consolidado, além de que opapel político dos conselheiros desaúde em relação ao controlesocial já estava mais definido.“Esse segundo plano”, diz Valé-ria Silva, “teve a participação dasociedade civil e de entidadesque não eram exclusivamente dasaúde, resultando na ampliaçãoda representatividade das dis-cussões”.

“Em linhas gerais, pode-sedizer que segundo Plano Esta-dual priorizava modernizar o ge-renciamento da Secretaria deSaúde do Estado do Acre”, afir-ma Valéria Silva.

FOTOS: FRANCISCO DANDÃO