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revista de gastronomia, entrentenimento, lazer, saúde, comportamento entre outros assuntos.

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Conselheiros editoriais: Nazareno Albuquerque e Valéria DallegraveEditora: Isabella PurcaruRedação: Isabella Purcaru, Renato Barros e Valéria DallegraveRevisão Final: Valéria DallegraveFotografia: Joselito AraújoDireção de arte: André BenevidesDiagramação: Assis NetoAgradecemos a colaboração de: Matu Macêdo, Marana Figliolo, Anaíde de Mello, Loise Benevides, Lúcio Carvalho Figueredo, Jardênia Siqueira e Soraya Ramalho.Impressão: Gráfica LCRTiragem: 10.000 exemplares

A Revista Costumes é uma publicação trimestral, com direção editorial do Blog do Tamanduá.Envie seus comentários e sugestões para a redação pelo e-mail [email protected] Rua Thomas Acioly 1493 – Dionísio Torres (85)3261 5999Sugestões e opiniões envie para [email protected]

Certo dia uma cliente nos indagava um modo de levar o São Luiz para casa, além dos saquinhos cheios com alimentos. A indagação era uma forma de expressar seu carinho pelos Mercadinhos São Luiz, cliente fiel que era, conhecida por nome próprio pelo gerente, caixas e atendentes da nossa padaria. Assim como a cliente Dona Leda, outros amigos e clientes, em várias ocasiões, repetiram o mesmo pedido. Como ir além do encarte de ofertas ? Outros sugeriram que o São Luiz saísse da loja e ganhasse a cidade, como um balão mágico a percorrer suas ruas e praças e trocando costumes com a nossa gente.Este foi o meio que concretizamos para estreitarmos os laços com os nossos clientes e com as cidades que nos acolhem com tanto carinho. A cada três meses, Costumes circulará trazendo novidades sobre gastronomia, dietas, vida saudável, beleza, enfim, os prazeres que a vida nos dá e que nem sempre sabemos desfrutar.O contexto não é novo, mas parte de um realizar bem feito, com jornalismo criativo e textos bem cuidados. O que fará certamente toda a diferença, tal como a colocamos em tudo o que fazemos na missão de tornar felizes nossos clientes.Nesta edição, e nas próximas, você vivenciará os valores humanos da nossa cidade, o cotidiano de pessoas famosas (ou não, mas que fazem toda a diferença), e o trabalho de anônimos na prática do fazer o bem.Costumes, portanto, quer ser uma revista de intenso relacionamento com a nossa cidade e os clientes dos Mercadinhos São Luiz, tornando-se um canal prazeroso de convivência, interatividade e boa leitura. De um jeito que você possa dizer dentro de pouco tempo: me acostumei com você.

Nazareno Albuquerque( Conselheiro Editorial )

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“Qualquer informação divulgada hoje em dia em prol da saúde e de hábitos saudáveis é de grande relevância, pois vivemos num momento em que se come muito mal; o fast food é uma das marcas deste tempo, e não sabemos exatamente a profundidade dos problemas que isso trará para nossa vida. A informação faz toda a diferença, pois até mesmo várias pessoas que praticam atividades físicas com freqüência não dispõem ou não conhecem suficientemente a respeito de uma alimentação adequada. Muitos pensam que conhecem tudo, mas só buscam informação quando descobrem algum problema de saúde, como se esses problemas acontecessem apenas com os outros. Nesse sentido, é muito importante uma revista sobre saúde e bem estar”.

Sabrina Mota Alencar, estudante

“Se a revista falar de saúde e esporte, já acho o conteúdo super bacana. Falar de assuntos assim hoje em dia é uma atitude muito válida!”Martha Holanda Leite, representante comercial

“Se a revista falar de saúde e esporte, já acho o conteúdo super bacana. Falar de assuntos assim hoje em dia é uma A revista vai se tornar, com certeza, um instrumento para melhorar ainda mais a

interação entre os clientes e os Mercadinhos São Luiz, fortalecendo os laços entre ambos”Quirino Rodrigues Neto, economista muito válida!”Martha Holanda Leite, representante comercial

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“Acho maravilhosa a chegada da revista, e espero que os Mercadinhos São Luiz sejam divulgados para um público ainda maior, além dos clientes que já são assíduos.”Ana Carmem Rodrigues, aposentada

“Acho ótima a chegada da revista, pois é sempre bom ficarmos informados a respeito de matérias diversificadas como culinária!”

Vitor Veiga, engenheiro civil

“A revista será importante para sabermos mais sobre os Mercadinhos e a respeito de assuntos que possam estar ligados a eles, melhorando ainda mais a nossa vida”Maria Ociley Sousa, dona-de-casa

“Gostei de saber da revista. Quanto mais informações sobre saúde e hábitos saudáveis, melhor!”Bruno Pamplona, estudante

“A chegada da revista é uma ótima novidade, pois não conheço ainda nenhuma outra nesse gênero que englobe culinária e esportes!”Vitor Moreira, administrador

“Iniciativas como o programa de degustação de vinhos, por parte dos Mercadinhos São Luiz, são muito interessantes, e a revista será muito boa para manter os clientes informados a respeito de novidades como essa que, até então, eram divulgadas com prioridade em folhetos e encartes. Espero, portanto, que a revista mostre também os diferenciais do São Luiz e as novidades trazidas aos clientes... Gostaria de ver por aqui um curso de culinária!”

Magnus Alencar, analista de sistema

E você, o que achou? Mande os seus comentários para [email protected]

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A representante de vendas Renata Gomes de Matos é a imagem da mulher moderna. Além da dedicação profi ssional, ela divide seu tempo como mãe de Isabela e esposa, há quatro anos, de Banwar da Ponte. Renata afi rma que os Mercadinhos São Luiz a auxiliam de forma estratégica nesta tripla jornada. “O diferencial é o atendimento, sempre muito atencioso. Os meninos não me deixam pegar nenhum peso: desde o carrinho até meu carro, eles fazem tudo!”No corre-corre do cotidiano, ela garante que não cozinha com assiduidade, mas sabe fazer uns petiscos de dar água na boca. Para receber os amigos no fi nal de semana, Renata dá uma receita que garante irá fazer muito sucesso, além de ser prática e rápida no preparo.

PARA O MOLHO MOSTARDA:

- 1 colher (sopa) de mostarda Dijon- 5 colheres (sopa) de maionese- 1 colher (sopa) de molho inglês- sal e pimenta-do-reino, recém-moída, a gosto

PARA A SALADA:

- 1 embalagem de Lingüiça Calabresa Enroladinha Sadia - 6 batatas médias, cozidas e cortadas em

cubos(aproximadamente 800 g)- 2 ovos cozidos, cortados em gomos- 1 xícara (chá) de cebola cortada em lâminas- 2 talos de salsão picado- salsinha picada a gosto

MODO DE FAzER

Retire a linguiça da embalagem e leve à grelha por 20 minutos,virando-a na metade do tempo para

aquecer e dourar por igual. Enquanto isso, prepare o molho: numa tigela pequena, coloque amostarda, a maionese e o molho inglês. Tempere com o sal e apimenta, misture bem e reserve.Numa tigela grande, coloque as batatas, acrescente a cebola, osalsão, os ovos e a salsinha. Adicione o molho de mostarda emisture delicadamente. Sirva em seguida, acompanhando a linguiça.

LINGUIÇA CONDIMENTADA COM SALADA DE MAIONESE

PARA OFIM DESEMANA

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Afi cionada por vida saudável, Lilian Garcia estimula desde cedo o hábito de comer bem no pequeno Victor, 8. Há dois anos, a funcionária pública descobriu na alimentação uma forma de conseguir melhor qualidade de vida. Após emagrecer oito quilos com a reeducação alimentar, passou a equilibrar a dieta com produtos saudáveis.“Na minha casa, optamos por uma alimentação balanceada, tanto para o crescimento benéfi co do Victor, como pelo bom funcionamento do meu organismo”, afi rma Lilian. Cliente dos Mercadinhos São Luiz, ela ressalta que adora fazer compras na loja do Cocó, pois lá encontra frutas e verduras sempre frescas. “Posso escolher de olhos fechados, pois já vêm para a bancada selecionadas.” Lílian conta que o dia na sua casa só começa com um farto café da manhã, no qual não pode faltar o “suco verde”. Rico em fi bras, refrescante e super saudável, ela garante: quem prova não se arrepende!

O QUE PRECISA:

- 5 laranjas sem a casca e sem pele;- 3 maças com casca;- 1 cenoura sem casca;- 2 folhas de couve-manteiga sem o talo;- 2 colheres de linhaça dourada

MODO DE FAzER

Bata no liquidifi cador as laranjas com um pouco de água. Coe o suco e depois acrescente as maçãs, a cenoura, a couve e a linhaça. Bata tudo no liquidifi cador e coe novamente. O suco deve ser consumido logo após o preparo.

SUCO VERDE

PARA OBEM DOORGANISMO

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Agrotóxico, pesticida, defensivo agrícola: três nomes para o mesmo produto que os consumidores conscientes não querem mais encontrar nos alimentos. Se você também está buscando opções mais saudáveis

e nutritivas para sua família, as hortaliças hidropônicas são uma excelente pedida, pois seu cultivo não implica necessariamente no uso de agrotóxicos.Hortaliças hidropônicas são cultivadas em estufas protegidas, onde é possível controlar os efeitos adversos do clima. As bancadas suspensas evitam o contato com organismos prejudiciais à saúde ou com o solo, que é substituído por uma mistura balanceada de água potável e minerais essenciais. O uso racional do espaço na produção da hortaliça é a principal vantagem para o meio ambiente. Comparado ao cultivo convencional, é utilizada menor área para a mesma quantidade de plantas. A prática reduz os impactos ambientais causados pelos desmatamentos, pois não provoca erosão.A cearense Hidrohorta é uma das muitas empresas que acompanham as novas tendências de eliminar do cardápio produtos com agrotóxicos, nocivos à saúde humana. Pioneira na técnica hidropônica no estado, é presidida pelo gaúcho descendente de holandeses, Delmar zimmer, que escolheu o Ceará por buscar uma melhor qualidade de vida. O empresário atua no ramo há quinze anos, desde que se mudou para terras nordestinas. Na horta, produz, entre outras hortaliças, alface, agrião e salsa, que segundo ele contêm índices baixíssimos de defensivos agrícolas, o que garante aos seus consumidores verduras de ótima qualidade. A alface crespa, uma das hortaliças produzidas pela Hidrohorta, é rica em fi bras, vitamina C, ferro, cálcio, potássio e ainda apresenta grande quantidade de beta-caroteno e folato. A alface hidropônica se diferencia das de produção convencional por ser menos calórica e tender a produzir mais fi bra e fósforo. Dentre os benefícios no seu consumo, podemos destacar: auxilio no tratamento da insônia, pois tem substancias relaxantes; redução à incidência a prisão de ventre e combate à obesidade, por seu baixo valor calórico (15 kcal em 100 gramas). Além disso, ajuda no tratamento dos transtornos funcionais do sistema nervoso, digestivo e no controle da diabetes.

CuLTIvOHIDROPÔnICO:

MAIS BENEFÍCIOS, MENOS DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

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COMO NASCE DO PLANTIO A DISTRIBUICAO

O primeiro passo é, para a retirada da acidez, molhar as bandejas de espuma que depois recebem as sementes para germinar. A maternidade é o segundo período, onde acontece a germinação, que demora em média dois dias. Nesse momento as plantas passam a receber a solução nutritiva feita por meio da irrigação instalada entre as bandejas de cultivo.Logo após vem o Berçário, onde a planta se desenvolve até um estágio intermediário, chegando a ter de seis a sete centímetros. Após alcançar os sete centímetros, as mudas são transferidas para a fase do pré-crescimento e colocadas em outro canteiro com maior espaço.Na última fase, são transferidas para a estufa de produção até estarem prontas para a colheita. O ideal é que o ciclo total dure aproximadamente 45 dias. Pronta para o consumo, a

alface, no caso, passa por uma assepsia, para a retirada de possíveis folhagens ruins.Depois de imersa a raiz na água, o que aumenta a durabilidade do produto, é colocada na embalagem.As verduras, já embaladas e dentro de caixas plásticas higienizadas, são mantidas em uma sala refrigerada até o momento do transporte. O caminhão transporta o produto, dentro de câmara também refrigerada, até os pontos de distribuição.

DICAS DE ARMAzENAMENTO:- Para conservar melhor sua alface hidropônica acondicione-a em saco plástico fechado com um pouco d’água em suas raízes;- Guarde-as na gaveta do seu refrigerador de forma que a água não atinja suas folhas;- Se sua verdura murchar depois de higienizada, coloque-a de molho em água gelada 30 minutos antes de servir;

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O funcionário público Augusto Hendryx conhece bem os benefícios das hortaliças. Leitor assíduo sobre o assunto, fala com propriedade do que lhe propicia bem estar e melhor qualidade de vida. Casado há vinte e quatro anos com Andréia Cavalcante e pai de Augusto Cavalcante, frequenta o São Luiz desde 1982, um típico cliente “me acostumei com você”, pois a rede de supermercados faz parte do seu dia-a-dia na hora de levar para casa produtos de qualidade.Hoje com 57 anos, afi rma que aprendeu a gostar de uma vida mais natural e a incluir saladas pelo menos três vezes ao dia no cardápio. Também procura instigar o fi lho, de 18 anos, a fazer o mesmo, assim como a implementar a vida com hábitos benéfi cos para uma saúde melhor.

Em viagem a Paris, Augusto fi cou fascinado com a variedade de alimentos frescos vendidos nos mercados parisienses e com as possibilidades de cores que se pode ter em uma salada. Ele afi rma que a aparência do prato é fundamental para despertar o apetite: “comemos com os olhos, então quanto mais bem apresentado e bonito for um prato de salada, mais água na boca dá”. Com paladar apurado, quando vai a restaurantes, identifi ca os ingredientes nas saladas e, ao chegar em casa, se dedica a reproduzir a ideia. Claro, também cria suas próprias receitas. Uma delas vai aqui, para você experimentar e liberar a imaginação criando sua própria “salada especial”.

E PARA ONDE VAI?SEGUINDO O PRODUTO ATÉ SUA CASA

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INGREDIENTES1 maço de alface americana1 maço de alface crespa1 maço de alface francesa 15 Tomates cerejas 20 Mini cenouras100 gramas de nozes picadas300 gramas de queijo gorgonzola200 gramas de salmão defumadoAzeite temperado com alecrim

MODO DE PREPARO:Ponha as cenouras para coser até fi car ao dente. Ao tirá-las da ágüe quente, jogue-as em água fria corrente para parar o cozimento. Lave todas as folhas em água corrente e deixe de molho por 30 minutos em água e vinagre de vinho. Corte o queijo em cubos.Depois corte as folhas com a mão e as ponha em uma vasilha. Acrescente as tomates, as cenouras, o queijo em cubos organizado-os dentro da vasilha. Acrescente as nozes picando-as com a mão e os pedaços de salão defumado. Está pronta a salada.

SALADA DO AUGUSTO

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V ida de cearense é dura. Convivendo em uma região encravada no semi-árido, virou “ave de arribação”, retirante, esses chavões que

sulista gosta de traçar como clichê. Realmente, é vida difícil. na escassez de água, mata a sede com água de coco verde, fresquinha, de preferência sem gelo. nunca engarrafada, pois isso é luxo do mundo industrializado. Como lanche, o miolo delicioso do coco, com cachacinha da boa, que também compensa as difi culdades. O seu gado, dizem, morre de fome, et pour cause o rebanho é magrelo e mirrado, quase nada. A salvação é comer camarão e lagosta fresquinhos, por preço mais em conta que picanha gaúcha. vida difícil! Ao invés de fi car enfi ado num apartamento com ar condicionado vendo televisão ou usando a internet (esses prazeres da tecnologia), não tem

outro caminho aos domingos. Fica exposto ao sol, banhando-se em água salgada, jogando pelada nas praias. não tem a paisagem da vida urbana organizada como São Paulo ou Curitiba: compensa com o olhar distante, mirando as ondas e o mar! Tá pensando o que? vida de nordestino, cantada pelo gonzagão, Humberto Teixeira e Patativa, é de uma busca contínua pela sobrevivência. Para comer, tem de usar até martelo para usufruir do seu alimento: uma carne mirradinha de caranguejo, cozida em panela de barro pra dar gosto. Bicho de mangue, com pelos e laminha na barriga do crustáceo. Como não tem água farta, toma com cervejinha gelada, em botecos de palha. Ainda bem que à beira mar, com a graça de Deus! Aliás, pra comer, cearense tem sempre de usar da força ou enfrentar espinhos pra desfrutar desse prazer: castanha de caju, piqui, abacaxi, ostra! nordestino, nessa constante luta pela sobrevivência, vai inventando a vida. E para não virar casa de aranha escondida em uma garagem qualquer, faz renda de bilro para compensar a roupinha maltrapilha. Testemunhe essa difícil vida de cearense, nordestino, cabra-da-peste: passe um fi m de semana nessa terra de clima tropical, que só conhece gelo caindo no copo, ou como dim dim de maracujá!

ÊTA VIDADuRADECEAREnSE!

Por Nazareno Albuquerque

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A REInvEnÇÃO DO COTIDIANOEM AVENTURAS uRBAnASEscapar da agitação do dia-a-dia, do estresse e até mesmo da solidão

de se viver em uma cidade grande como Fortaleza não é uma tarefa fácil. Conciliar as exigências rotineiras à prática de esportes ou

fazer novos amigos fora do círculo familiar e profi ssional, por sua vez, são desafi os que se tornam ainda mais complexos. Apesar disso, para quem consegue vencer a acomodação e procura novas soluções, há saídas inusitadas. E, com elas, a gratifi cante descoberta de que é possível reinventar o próprio cotidiano e o meio em que vivemos, lançando-se a novas aventuras.

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Uma dessas “aventuras urbanas” é o Night Bike, passeio que envolve algumas centenas de ciclistas nas noites de segundas e quartas-feiras, tendo como ponto de partida a discreta loja de acessórios para bicicletas da Rua Ana Bilhar. A idéia surgiu há mais de seis anos, quando o comerciante Gilberto Pereira da Silva, 38, reuniu alguns amigos para praticar ciclismo. Ao longo do tempo, o grupo foi aumentando, e hoje recebe até 400 pessoas que se dispõem a conhecer a cidade - e a si mesmos - através de outros ângulos além dos habituais, limitados pelos vidros do automóvel ou pelas janelas do ônibus.

A concentração dos ciclistas noturnos na Praça do Ferreira

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Gilberto, no balcão da loja que é ponto de partida da aventura, observa que a preocupação com a saúde é uma das motivações dos participantes, mas destaca outro interesse importante, a sociabilidade: “O Night Bike é um modo de praticar esporte e ainda fazer amizades, o que pode ser muito signifi cativo. Tem gente que não tem amigos, e encontrou nele uma forma de aumentar seu círculo social”. É noite de quarta-feira, as bicicletas começam a ser conduzidas para o local e Gilberto aguarda a hora da partida, já usando a roupa apropriada para a prática do esporte. A primeira coisa que chama a atenção ao se tentar identifi car o perfi l das pessoas que chegam ali é a diversidade. Enquanto ajustam capacetes e calibram pneus, crianças, jovens e adultos se preparam na calçada para percorrer algumas dezenas de quilômetros. A expectativa principal gira em torno do percurso a ser seguido, que sempre varia. Antes da partida, Gilberto ouve sugestões dos participantes e defi ne o trajeto.

O assessor legislativo André Diógenes, que integra o grupo há três meses, vê o Night Bike como meio de conquistar melhor qualidade de vida

Com expectativas positivas, Diva acompanha a fi lha Déborah e o genro Diego Meira. A família está pronta para o passeio

Mateus de Melo, 12, e Daniel Câmara de 23 anos provando que o esporte não tem idade

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O médico Ernani Ximenes Rodrigues, de 53 anos, tomou conhecimento do Night Bike por meio de um amigo que já participava do passeio. Desde então, há cerca de um ano e meio, esporadicamente, se junta ao grupo. O motivo principal para isso, afi rma, é a falta de segurança em pedalar sozinho: a prática na companhia de outros é uma forma de escapar tanto da violência do trânsito quanto de diversos gêneros de agressão, como assaltos. Além disso, o médico ressalta a importância do convívio social por meio do esporte e a liberação do estresse do dia-a-dia: “Qualquer tipo de esporte faz bem à mente e ao corpo, e ajuda a descarregar as energias”.

Ao longo do tempo, o grupo foi aumentando, e hoje recebe até 400 pessoas que se dispõem a conhecer a cidade - e a si mesmos - através de outros ângulos além dos habituais

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O assessor legislativo André Diógenes, 44, integra o grupo há três meses, e também vê o Night Bike como meio de conquistar melhor qualidade de vida dentro da urbe: “O principal motivo para eu vir aqui foi a busca pela saúde. Havia feito uma cirurgia de redução de estômago e precisava sair do sedentarismo. Praticar ciclismo foi a saída ideal, pois ajuda a perder peso, tonifi ca a musculatura, ajuda na circulação sangüínea e, além de tudo, ainda faz com que eu me torne parte de uma nova família, pois o Night Bike é isso mesmo: uma junção de famílias”.A forma como Diógenes tomou conhecimento do

passeio é bem parecida com a de várias pessoas que resolveram aderir à ideia: “Via os ciclistas passando pelas ruas do meu bairro e fui me informar sobre como eu poderia participar também. É muito simples: basta trazer a bicicleta ou alugar uma aqui mesmo (na Rua Ana Bilhar), colaborar com R$ 2,00 para receber uma pulseirinha que dá acesso ao carro de apoio e ir pedalando sempre pela direita”.A corretora de imóveis e administradora Diva Marrocos, 43, prepara-se para seu primeiro passeio no Night Bike, e conta que costumava participar de grupos menores de prática de ciclismo. Interrogada sobre o

Passeio com segurança e qualidade de vida

A Reinventada: Cidade

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O night Bike é um modo de praticar esporte e ainda fazer amizades, o que pode ser muito signifi cativo. Tem gente que não tem amigos, e encontrou nele uma forma de aumentar seu círculo socialGilberto Pereira

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porquê de migrar para um grupo maior, ela não hesita em afi rmar a busca por proteção como motivo fundamental: “A cidade não tem ciclovias. A proteção de um grupo grande nos deixa mais tranquilos, dando a possibilidade de curtir o passeio sem sustos. Além disso, podemos contar com o auxílio dos batedores”. Os “batedores” são ciclistas voluntários que organizam o percurso e trabalham em prol da segurança no trânsito necessária ao passeio. É quase o momento da largada. Acompanhada da fi lha Déborah, 17, e do genro Diego Meira, 20, que também estão prestes a segui-la nas pedaladas, Diva anuncia suas expectativas: “Espero me encontrar satisfeita ao fi nal do passeio, relaxada, feliz, e ainda com muito fôlego para novos desafi os como esse!”. Os participantes veteranos garantem que ela não se arrependerá. E logo o grupo parte para mais uma aventura noturna... Você fi cou curioso para saber se as expectativas de Diva se realizaram? Então se considere convidado: que tal experimentar por conta própria, verifi car em seu organismo os resultados e, quem sabe, aderir a um novo hábito saudável?

SERvIÇO:QuAnDO? Todas as segundas e quartas-feiras, em torno das 20 horas. OnDE? Saídas a partir da loja Esporte Bike (85 3267 7425), localizada na Rua Ana Bilhar, 1680 (esquina com Manuel Jesuíno). QuEM ORgAnIZA? Gilberto Pereira da Silva

comerciante gilberto Pereira, na sala de bicicletas

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O Peixe Vojnilô, o mais apreciado da casa, sendo preparado para ir a mesa

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Já consolidada como grande pólo gastronômico da capital cearense, a Varjota reúne alguns dos melhores restaurantes da cidade e desponta como uma área especialíssima, onde os

sabores e os aromas da boa mesa convidam moradores, turistas e desavisados a se entregar, a qualquer momento, ao apelo irresistível da arte de comer bem. Além de restaurantes com cardápio italiano, português e alemão, também tem ganhado destaque os que apostam nos sabores regionais ou na mistura da culinária internacional com o melhor da cozinha cearense que, é claro, em sua enorme diversidade, abrange não somente os sabores sertanejos como também a cultura dos pescados.

PRAzERESMEDITERRÂNEOSALIADOS AOMELHORDACULINáRIACEARENSE

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A ligação geográfi ca e afetiva do cearense com o litoral, a propósito, sempre se revelou em seus hábitos culinários, propiciando o surgimento de muitas casas especializadas nos sabores marítimos. Prova disso é a “caranguejada”, que já faz parte do cotidiano de muita gente, ou a “peixada”, guisado com pirão e arroz branco, servido principalmente aos domingos. Muito além dos quitutes mais conhecidos, entretanto, alguns restaurantes oferecem opções bem sofi sticadas, atraindo o público com serviço impecável e paladar requintado. É o caso do Vojnilô, dirigido pelo mineiro Lúcio Carvalho Figueredo (também especialista em receber bem as pessoas), que uniu o melhor da cozinha mediterrânea à culinária cearense voltada para os sabores vindos do mar. Economista de formação, Lúcio trabalhou dez anos no mercado fi nanceiro e há 20 começou a pesquisar sobre culinária (além de dirigir o restaurante, ele também é chef ). Nascido em Caxambu, estudou em São Paulo e praticou culinária com um

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mestre no assunto, Vicente Bojovski, macedônio radicado no Espírito Santo e dono do Guaramares (localizado em Guarapari), eleito pelo Guia 4 Rodas como o melhor restaurante de pescados do Brasil, pelo 10º ano consecutivo. Aliás, o nome Vojnilô, na Macedônia, corresponde a Vicente.A diversidade de pescados em Fortaleza, o clima e a receptividade local foram os principais motivos que atraíram Lúcio para nosso estado, dando-lhe a possibilidade de fazer o melhor: “Começamos em 2006. Nosso principal objetivo é trazer o que há de mais fresco no Ceará, seja a ostra, a taioba (uma espécie de marisco) ou o sururu. Nosso diferencial é trabalhar apenas com o material mais fresco que há na cozinha, em qualquer época do ano, oferecendo uma comida leve e saudável”, afi rma, preparando-se para segredar à Costumes a receita do “Peixe Vojnilô”, simples, saborosa e fácil de preparar.

A ligação geográfi ca e afetiva do cearense com o litoral sempre se revelou em seus hábitos culinários, propiciando o surgimento de muitas casas especializadas nos sabores marítimos

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Eleito pelo Guia 4 Rodas e pelas revistas Época e Veja como o melhor restaurante de pescados de Fortaleza, o Vojnilô oferece cozinha mediterrânea especializada em peixes e frutos do mar, com uma seleta adega climatizada à espera do bom gosto do cliente. O restaurante está localizado na Rua Frederico Borges, no coração da Varjota, e tem decoração rústica assinada pelo proprietário, que utilizou madeira de demolição, tijolos e até mesmo um barco naufragado no Mucuripe, o qual foi transformado em balcão de bar. Luzes indiretas e objetos de arte dão um toque de requinte, reafi rmando o ar europeu mediterrâneo e formando uma atmosfera agradável e intimista.

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RECEITA DO CHEFEntre as especialidades da casa, destacam-se o “Peixe assado na brasa”, o “Misto de pescado (peixe, lagosta e camarão na brasa)”, o “Brochete de lagosta (entrada)” e o “Sirigado (badejo)”. Além deles, o “Peixe Vojnilô” é um dos mais apreciados:

PEIxE VOJNILô

INGREDIENTES: 1 peixe Guaiúba;Molho de alcaparra;2 batatas ao murro;Arroz à grega (com pimentão vermelho, pimentão amarelo, cebola, alho, cenoura e uvas passas); MODO DE PREPARO:Pegar um peixe inteiro assado na brasa, tirar a pele, pegar o filé, colocar no prato, cobrir com molho de alcaparra e acrescentar os demais ingredientes.

*COSTUMES ESCLARECE: Que são batatas ao murro? - dizem que, além de serem deliciosas, ajudam a descarregar o estresse -. Depois de cozidas inteiras e com casca, no ponto – sem que fiquem moles demais - dá-se um “murro” em cada uma das batatas. Elas devem ficar ligeiramente achatadas e abertas. Coloque-as, a seguir, em uma forma e jogue um pouco de sal grosso e alecrim. Depois, é só levar ao forno por aproximadamente 30 minutos, ou até pegar o gosto do tempero!

SERVIÇO:Restaurante Vojnilô

Rua Frederico Borges, 409, VarjotaTelefone: (85) 3267-3081

www.restaurantevojnilo.com.br

O Chef José Bezerra

com um dos pratos mais

apreciados da casa, o Peixe

Vognilô.

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Com a crescente preocupação relacionada ao meio ambiente e os perigos que já se anunciam com todo vigor em nossa época, torna-se cada vez mais urgente a adoção de atitudes diárias

para combater a degradação da natureza e preservar nosso planeta. Os distúrbios climáticos e as grandes catástrofes apresentadas quase diariamente nos veículos de comunicação são provas dessa urgência, fazendo-nos perceber que o problema diz respeito a cada um de nós, seja qual for o país ou cidade em que vivemos, a faixa etária ou a profi ssão. Ecologia, reciclagem e sustentabilidade não são mais conceitos puramente abstratos, uma vez que se tornam alvos de medidas imediatas para a manutenção do nosso próprio bem-estar. Enquanto várias empresas, governos e movimentos da sociedade organizada passaram a adotar atitudes “verdes” em diversos pontos do globo, ainda há muito a ser feito, e a tomada de consciência por parte da população mundial desempenha um papel fundamental para a manutenção dos bens naturais e do equilíbrio na Terra. Fortaleza, uma das maiores cidades do Brasil, sofre cada vez mais com problemas ligados à degradação ambiental. A poluição e o trânsito caótico provocado pela presença de quase 700 mil veículos nas ruas são alguns dos fatores que contribuem para a diminuição da qualidade de vida. Na busca por alternativas de lazer, é importante que existam espaços verdes para atividades ligadas à causa ecológica, que propiciem a fuga de uma rotina marcada pela pressa, já que as praias não suprem

FORTALEZAE SEUSRECANTOS:UM REFúGIO VERDE NANA AGITAÇãODA CIDADE

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Iniciado há dois anos e ainda desconhecido por muitos, o evento “lazer em ação” vem despertando o interesse de um público composto, em sua maioria, por famílias em busca do contato com a natureza e da prática de atividades saudáveis e não onerosas. Realizado pela Secretaria de Esporte do Governo do Estado, o evento reúne entre 800 e 900 pessoas, é gratuito e ocorre sempre aos domingos (das 7h30min às 12h), na entrada da Trilha Ecológica do Parque do Cocó, na Avenida Sebastião Abreu, próximo ao Shopping Iguatemi. Atraindo cada vez mais crianças e adultos de todas as idades, o “lazer em ação” é composto por várias tendas temáticas com monitores, espalhadas ao longo da avenida: tenda da água (distribuição gratuita para o público), dos brinquedos (para crianças de oito a quinze anos), da pintura (pintura facial para crianças de quatro a dez anos), do palhaço (teatrinho de bonecos), da dança (aulas de dança para adultos e crianças), tenda da aeróbica e, por último, a da massagem (com oito massagistas, sendo que cada um atende uma pessoa no período de oito a dez minutos). Além das tendas, o evento conta ainda com banheiros químicos e unidades do SAMU à disposição, além de oferecer

o serviço de verifi cação da pressão (com duas técnicas de enfermagem), aulas de ginástica, Tai chi chuan e brinquedos como pula-pula, parede de escalada, balanço e high jump. O público também pode contar com uma Unidade móvel do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (DETRAN-CE), que oferece palestras para crianças sobre educação no trânsito. De acordo com a coordenadoria do evento, o perfi l dos participantes é formado por pessoas que moram em bairros próximos ao Cocó, porém, a cada domingo, o público de outras áreas também se desloca até o local para conhecer a iniciativa. O agente de trânsito Leandro de Brito, por exemplo, mora em Messejana e participa do evento há vários domingos. De acordo com ele, esse deslocamento vale realmente a pena, pois traz grande benefício, reunindo saúde, lazer e diversão num único lugar: “As pessoas vem aqui para passear com a família, com os animais de estimação, praticar cooper na trilha e sentir uma atmosfera agradável e diferente. Faço questão de visitar principalmente a tenda da massagem. Dá para liberar as tensões do trabalho e sair preparado para mais uma semana agitada”, afi rma.

AçãoLazerem

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Muitos também são atraídos ao parque por reportagens na TV ou relatos de amigos que já estiveram no “lazer em ação”, como é o caso da dona de casa Dioneide Marinho. Ela sentiu-se ansiosa para participar, desde que assistiu a uma reportagem mostrando as variadas tendas. A indicação de sua fi lha foi o empurrãozinho que faltava para descobrir por si mesma a nova opção de lazer para a família: “É a primeira vez que participo, e trouxe meus quatro netos para aproveitar esse lugar maravilhoso, que eu não conhecia ainda. Eles adoraram as brincadeiras, e me sinto feliz em poder dividir tudo isso com eles, num lugar seguro e tão diferente do que costumamos ver. Tenho certeza de que a partir de agora eles vão pedir para voltar aqui todos os domingos!”, exclama. O educador físico Abel Rodrigues, monitor de uma das tendas do “lazer em ação”, ressalta a ideia de que as

atividades são oferecidas para todas as idades, assinalando os benefícios proporcionados ao público: “Aqui, as pessoas saem do sedentarismo e têm a oportunidade de um lazer diversifi cado, diminuindo o stress, a gordura e a tensão. Além de tudo isso, ainda melhora o condicionamento físico e até mesmo o humor”, ressalta, enquanto se prepara para receber mais alunos na nova sessão de ginástica. No momento em que é entrevistado pela Costumes, a tenda é ocupada por pessoas interessadas em Tai chi chuan, e ele faz questão de explicar: “Trata-se de uma arte chinesa que explora diversos movimentos do corpo, controlando a postura, a respiração e provocando o relaxamento tanto muscular quanto espiritual”. A analista de sistemas Selma Matsu, por sua vez, percorre a Trilha do Cocó e participa há quase um mês do “lazer em ação”, assídua tanto na tenda da dança quanto

idadesBrincadeiras

paratodas as

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SERvIÇO:QuAnDO? Aos domingos, das 07h30min às 12hs.OnDE? Na entrada da Trilha Ecológica do Parque do Cocó, na Avenida Sebastião Abreu, próximo ao Shopping Iguatemi. QuEM ORgAnIZA? Secretaria de Esporte do Governo do Estado do Ceará

HORÁRIOS:08:30 às 11:30Local: Tendas do Circo do CocoApresentação com 02 (dois) palhaços(casal) realizando durante 3h com várias brincadeiras, teatro infantil ou atividades circense, com equipamento de som e um Dj.07:10 às 08:00 e 09:10 às 10:00Local: Trilha Ecológica do Parque do CocoTai Chi Chuan p/ adultos 08:10 às 09:00 e 10:10 às 11:00 Local: TendaAula de Aeróbica11:10 às 12:00Local: Avenida ao ar livreAula de Alongamento

na da aeróbica. No intervalo de uma aula de ginástica, ela conversa com a Costumes e afi rma ter fi cado surpresa ao tomar conhecimento do evento:“Moro próximo ao parque e não sabia que se realizavam atividades tão variadas nesse local. Uma programação como essa deveria existir não somente no Cocó, mas em vários lugares de Fortaleza, e acho que o evento deveria, antes de tudo, ser levado para o interior do parque (onde existe a trilha) a fi m de não atrapalhar o trânsito e colocar o público em contato ainda mais direto com a natureza”, sugere, antes de fi nalizar, entusiasmada, como se fi zesse um convite – que Costumes dirige agora para você, leitor -: “Participo sempre que posso e indico a todos os meus amigos, pois vale a pena conhecer. Desde a primeira vez que vim, comprovei que a qualidade de vida, aqui, é de primeira linha!”.

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Encontrar um escritor que não sabe ler nem escrever é algo bastante incomum. Se levarmos em conta que ele tenha nascido na periferia

de uma grande cidade e entrado para o mundo das drogas ainda muito cedo, passamos a acreditar que este personagem seja menos real ainda. Mas não é. Nascido no bairro Lagamar, periferia de Fortaleza, Joel Ventura da Silva, 43 anos, ou melhor, PP Joel (abreviatura para poeta e pintor), como ele próprio gosta de ser chamado, é protagonista de uma história tão verídica quanto surpreendente. Depois de perder o pai, Joel e a família (a mãe, empregada doméstica, e o irmão caçula) começaram a passar difi culdades que o empurraram para o mundo do crime. Depois de várias passagens por delegacias da capital cearense, ele foi levado aos 18 anos para o Presídio Olavo Oliveira, onde cumpriu pena de um ano. Ao sair de lá, no entanto, continuou sua participação no tráfi co.

Por Renato Barros de Castro

PP JOEL,UMA HISTÓRIADEVIDA

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A grande virada em sua vida seria aos 20 anos, quando Joel levava certa quantia de drogas do Lagamar até o Mucuripe, “surfando” um trem cargueiro. A empreitada resultou em acidente grave, algumas fraturas e longo período de recuperação em um hospital. Ao receber alta, foi visitado por um missionário desconhecido, responsável pelo trabalho de evangelização dentro do Lagamar, que havia se informado, com outros moradores do bairro, a respeito da vida do autor dos desenhos e poesias espalhados pelos muros, chegando ao nome de Joel. A partir desse encontro, PP começou um processo de transformação de sua própria realidade. O religioso serviu como fonte de apoio, afi rmando que a arte poderia ser um instrumento para Joel abandonar a vida arriscada que levava. Paralelamente ao trabalho com o tráfi co, o jovem também passou a vender telas

de autoria própria. A surpresa foi o fato de não conseguir vender quadros na Avenida Beira-Mar, considerada por ele o centro da boa sociedade, mas sim aos outros trafi cantes, que compravam seus trabalhos por preços razoáveis. Quanto às poesias que escrevia nas ruas de seu bairro, Joel as declamava e pedia a estudantes que as escrevessem no papel, para que em seguida pudesse “desenhar” as letras nos muros. Ouvindo as palavras amigas do missionário, Joel passou a trabalhar em seguida como decorador de barracas da Praia do Futuro,

A grande virada em sua vida seria aos 20 anos, quando Joel levava certa quantia de drogas do Lagamar até o Mucuripe, “surfando”um trem cargueiro

“”

Joel, com uma de suas telas, que o iniciaram na vida artística

Joel exercendo a profi ssão de cabeleireiro, com a qual conseguiu seu primeiro trabalho de carteira assinada.

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esposa, Nira Ventura, para colocar as idéias no papel. Dessa forma, ditando as experiências vividas, começou a surgir o livro que mistura fi cção com realidade: “Lagamar, cenário de vidas”. Os manuscritos foram apresentados ao professor Gilmar de Carvalho, cujo comentário a respeito da obra abriu as portas para a publicação do trabalho:“É um relato marcado pela sinceridade. Vai na linha do depoimento/denúncia, de Cidade de Deus. PP Joel sabe o que signifi ca pobreza e violência. Ainda que alguns episódios sejam tratados fi ccionalmente, o ponto de partida é a vida real. Vale a pena lê-lo. PPJoel é intérprete e porta-voz da comunidade da qual faz parte. Nisso reside sua importância”. O compositor cearense Raimundo Fagner também se manifestou a respeito da obra (lançada em 2006), a qual, segundo ele, “Traz a verdade nua e crua de um Brasil atual e seu eterno desequilíbrio social. O cenário é a famosa favela do Lagamar, às margens do Rio Cocó, na entrada de Fortaleza. Desde sua fundação, no início dos anos 30, por retirantes que fugiam da seca, os habitantes que aqui chegavam em busca de dias melhores, vêm sendo vítima de

recortando pneus velhos e desenhando fi guras de araras coloridas. Pouco a pouco, ele se desligava do mundo das drogas, e logo foi descoberto pela imprensa (não a policial, como se esperava): a partir de 1991, os jornais de Fortaleza passaram a publicar matérias sobre seus trabalhos artísticos. Começava a grande transformação. Em pouco tempo, Joel já possuía carteira assinada e trabalhava como cabeleireiro em um shopping center, mas sempre escondendo seu passado como presidiário, a fi m de evitar a discriminação.

O LIVRO: UM BAIRRO, UM AUTOR, MUITAS VIDASLogo nos primeiros anos do novo emprego, já se sentia realizado, constituiu família e passou a morar em casa própria. Acreditou, portanto, haver chegado fi nalmente o momento de contar sua história, sem medo. Quis escrever sua trajetória em livro mas, por ser disléxico, com difi culdade em aprender a ler e escrever, contou com a ajuda de sua

Meu nome é Lagamar, cenário de vidas. Eu nasci com quase cento e cinqüenta páginas, em torno de oito capítulos. Minha gestação foi um processo muito doloroso, pois meu pai teve muitas difi culdades na minha criação, uma vez quesou seu primeiro fi lho

No livro “Lagamar, cenário de vidas”, que escreveu com a ajuda de sua esposa, PPJoel conta sua trajetória de vida.

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todo tipo de sorte. O autor, oriundo das primeiras famílias ali instaladas, viveu todo tipo de experiência que o ambiente lhe reservou e se torna o personagem central da vida retratada neste livro histórico”. Fagner conclui: “Da Silva, ou melhor, PPJoel, é um desses brasileiros, que pela capacidade criativa, luz própria, a benção de Deus e a presença (ou ajuda) constante dos amigos, saem do lodo e transformam-se em fl or, dando cores ao caminho. Este livro simples e objetivo é uma lição de vida para milhares de jovens que, como PPJoel, vivem perambulando pelo país em busca de uma chance para mostrar a cara e fazer sua parte. Lagamar, cenário de vidas é um ‘tapa na cara’ desta sociedade injusta e preconceituosa que insiste na corrupção e na desigualdade como modelo de administração pública”. O livro, como diz Fagner, trata da história do Lagamar, desde a chegada dos avós de Joel (primeiros moradores do bairro) até os tempos atuais. O autor se transporta para dentro da história como narrador-personagem do livro, chamado “Da Silva”, alusão, segundo ele, “aos grandes ‘da Silva’ que deram a volta por cima, como o presidente Lula”, e conta toda sua história pessoal e de outras pessoas do Lagamar, cidadãos e marginais, com enfoque na invasão de terras dos latifundiários, as enchentes, o descaso do poder público para com o bairro e a falta de perspectiva dos jovens, vítimas da ociosidade e da discriminação. É dessa forma que Joel apresenta seu livro de estréia aos leitores:“Meu nome é Lagamar, cenário de vidas. Eu nasci com quase cento e cinqüenta páginas, em torno de oito capítulos. Minha gestação foi um processo muito doloroso, pois meu pai teve muitas difi culdades na minha criação, uma vez que sou seu primeiro fi lho. Na verdade, ele não tinha experiência alguma com o mundo da literatura, pois ele não é homem letrado e, assim, não tendo nenhuma formação acadêmica

e não sendo conhecedor da leitura e da escrita, me gerou por inspiração divina, como autodidata. Eu (o livro) trago na minha formação vários conhecimentos, quem passar a me conhecer vai descobrir muitas histórias. Histórias de prisões, drogas e prostituição, de sábios e loucos, romances e aventuras, cultura local, de cidadãos e marginais, de morte e de muita fé. Também falo de muitas superações de vida. Como tantos, tenho defeitos, mas não só me conheça, como peço que você venha a me examinar. Posso me abrir para você. Conheça-me melhor! Eu sou simples e popular, posso ser também contraditório, depende do seu ponto de vista, mas no geral sou muito simples”. Nessa cativante apresentação, Joel se revela como o próprio livro. E com razão: ambos se confundem e se entrelaçam com toda singularidade e pluralidade que contêm. Se, quando narramos a nós mesmos e ao que vivemos, nos reinventamos, Joel, com seu livro, não apenas desvenda uma trajetória obscura e mágica, unindo fi cção e mundo real, mas também reafi rma corajosamente seu pertencimento à sociedade.

Pouco a pouco, ele se desligava do mundo dasdrogas, e logo foi descoberto pela imprensa (não a policial,como se esperava): a partir de 1991, os jornais de Fortaleza passaram a publicar matérias sobre seus trabalhos artísticos. Começava a grande tranformaçao

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Do primeiro mamute abatido à invenção da picanha maturada, a humanidade tem se empenhado em aperfeiçoar os modos de assar a carne. Afinal, nada como

a prática para apurar a experiência. E conhecer os segredos do processo é meio caminho andado para fazer um churrasco de primeira, ao gosto do freguês, mal passado, ao ponto ou bem passado.Para começar, é preciso conhecer as chamadas carnes nobres, que resultam dos quartos traseiros dos animais, menos usados na locomoção e, portanto, com textura mais macia. Como regra geral, podemos dizer que a maciez da carne depende da idade de abate do animal, do tipo de músculo e do quanto o mesmo é exercitado. Isso porque é o tecido conjuntivo que determina o grau de rigidez de um pedaço de carne. Quanto mais o músculo se move, maior a proporção desse tecido; portanto quanto mais velho o animal, mais rígido ele se torna.Os animais de corte são criados em cocheiras para evitar movimentos bruscos e não trabalhar os músculos, segundo a veterinária Verônica Freitas. Na maioria das vezes, o gado é mantido em morros com alimentação regrada e cuidados especiais. Não é interessante que o animal engorde ou emagreça e manter o equilíbrio do peso é um dos segredos para se ter uma carne de qualidade.A idade é outro ponto importante. Sabe-se que animais mais jovens – os chamados novilhos – apresentam a carne mais macia, no entanto o animal que não segue adequado plano nutricional, compatível com sua fase de crescimento, pode gerar problemas, como baixo rendimento, acabamento inadequado e cortes de menor tamanho.

DA CAÇA AOMAMUTE AO CHURRASCO DEDOMINGO

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CAÇA AO MAMUTE

Preparado para caçar o mamute? Talvez seja mais prático ir até o supermercado, não? Mas antes disso, ainda há muito que você precisa saber. Por exemplo: na hora do abate, há a preocupação de que o animal sofra o menos possível. Vale usar massagens, veterinários, músicas e até gente para conversar. “Tudo para que ele não se assuste. Do contrário, o consumidor fi nal corre o risco de ter à mesa uma carne rígida e sem sabor, já que quando o animal se assusta, ele libera glicogênio no músculo, o que afeta a qualidade da carne”, afi rma a especialista.As exigências e cuidados com a criação do gado de corte também têm como objetivo desenvolver maior acúmulo de gordura nas carnes, os chamados “marmoeiros”, que se situam entre as fi bras. Na hora do churrasco, ao entrar em contato com o calor do fogo, esses fi lamentos derretem, tornando a carne mais macia e saborosa.Mas o sabor não é só o que importa. A nutricionista Ranile Jadão explica quais são os nutrientes presentes na carne vermelha que, segundo ela, deve constar do cardápio pelo menos uma vez por semana. A carne de gado é rica em ferro Heme, responsável pela formação da hemoglobina do sangue; assim como em vitaminas, a maioria do complexo B, além de alguns minerais, como selênio e zinco. Na economia, a carne de gado também rende deliciosos

sabores. A bovinocultura de corte representa a maior fatia do agronegócio brasileiro, gerando faturamento de mais de R$ 50 bilhões/ano e oferecendo cerca de 7,5 milhões de empregos. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), o rebanho bovino brasileiro é o maior rebanho comercial do mundo, com 190 milhões de cabeças, superando o indiano e o chinês. Sendo cerca de 80% de animais de raças zebuínas (Bos indicus) e de 20% de raças taurinas (Bos taurus).O número de supermercados que comercializam o produto selecionado, também é crescente. Desta forma, o antigo e descuidado açougue é coisa do passado. As lojas são equipadas com ar condicionado. Impecavelmente limpas, oferecem carnes em porções e embaladas a vácuo, além de produtos específi cos para diferentes tipos de cortes e carnes, temperos, facas, tábuas e carvão com grife.O consumidor Rogério Geremia é gaúcho, mas tem o

Quanto mais assada, menos macia fi ca a carne. Se você prefere carne bem passada, use cortes nobres como a maminha e a picanha e asse em medalhões

“” Rogério Geremia

O parrillero Cesarino Rodrigues recomenda o ponto do carvão no qual a carne deve ser levada ao fogo, com brasas e sem fumaça

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Ceará no coração. Residente há 15 anos na terra do sol, na bagagem garantiu a vinda das técnicas do bom e suculento churrasco, das quais não faz segredo. Pelo contrário, incentiva a todos que tenham interesse em aprender: “Para fazer um bom churrasco é necessário gostar, somente isso. A técnica se aprimora com o tempo”. O churrasco de carne bovina é a sua especialidade, e ele aconselha o uso dos cortes de picanha e maminha. Além desses, uma dica diferente é o corte de fraldinha que, segundo observa, não é tão conhecido pelos cearenses e pode fi car muito saboroso, desde que seja assado inteiro. Destaca também os cortes maturados, carnes tratadas para obter maior maciez, que são vendidos em bons supermercados. Rogério dá outra dica importante para os churrasqueiros de primeira viagem, explicando que há uma relação entre o ponto da carne e a maciez. “Quanto mais assada, menos macia fi ca a carne. Se você prefere carne bem passada, use cortes nobres como a maminha e a picanha e asse em medalhões. Porém, não encare isso como regra, invente seu churrasco!”.

ESCOLHENDO O CORTE

Preparado? Então é só dirigir o seu carro – com certeza bem mais confortável que o do Fred Flintstone – até

o Mercadinho mais próximo. Chegando lá, lembre-se: um bom churrasco começa com a escolha da carne. A Chefe Executiva do Restaurante Cabana Del Primo, Loise Benevides orienta sobre o que deve ser observado na compra da carne resfriada ou congelada à vácuo, que já vem selecionada e limpa. Se o consumidor optar pela resfriada, tem de estar atento à cor da carne, que deve ser avermelhada; e da gordura, amarela bem clara. Depois de escolhida, a carne vai ao congelador. Um dia antes do evento, deve fi car descongelando, ainda dentro do refrigerador, até perder totalmente o gelo. Meia hora antes de ir ao fogo, já pode ser retirada e passada no sal. Ao atingir a temperatura ambiente, a carne está pronta para o churrasco, afi rma Loise.Quanto ao fogo, o parrillero da casa, Cesarino Rodrigues, recomenda que a carne seja colocada quando o carvão já estiver em brasa, já que a fumaça, no começo, ao entrar em contato com a gordura, não só altera o sabor da carne como também é cancerígena.No preparo da carne bovina, não existe melhor tempero que o sal. Segundo Loise “Outros temperos podem até ser colocados, como um molho diferente, mas só depois que a carne estiver pronta, para não interferir no sabor natural, e sim potencializá-lo”.

Louise Benevides, Chefe Executiva do Restaurante Cabana Del Primo, afi rma que, para a carne bovina, o melhor tempero é o sal grosso

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Ao comprar a carne à vácuo no supermercado, observe a ausência de sangue dentro da embalagem. O sangue indica a perda do suco natural, grande responsável pelo sabor. Outro detalhe é a altura do corte, que deve estar entre dois e três dedos.Para o preparo, depois de descongelada, deve-se retirar com uma faca o que restar de nervos, pelancas e gorduras. A gordura externa deve ter a espessura de no máximo um dedo, para ser considerada de boa qualidade. O corte deve ser feito no sentido transversal ao comprimento das fi bras do músculo. O responsável pelos cortes do Cabana Del Primo, Guteerry Moraes (foto), explica que é como se o sentido da faca fi zesse um X com o nervo da carne. Os cortes devem ser feitos com uma largura de dois dedos.Quanto ao sal grosso, não há mistério, deve ser usado com generosidade: Passe a carne nele, logo antes de levá-la para a churrasqueira. Quando estiver no ponto, é só bater o espeto e retirar o excesso.

Com aPalavra, quementende

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Uma dica de especialistas: com o carvão em brasas, a carne deve ser colocada perto do fogo, assando – selando - rápido os lados da carne, assim o sumo fi ca armazenado nela. Depois disso, se pode subir a grelha ou os espetos – que devem variar entre 10 e 20 cm - e assar normalmente.Viu como tinha muita coisa para descobrir? Quem sabe com essas dicas você descobre também que é um churrasqueiro de primeira e esquece essa história de mamute? Boa sorte e bom churrasco!

Serviço:Cabana Del Primo

Rua Maria Tomásia, 503 Jardins Open Mall - Aldeota

(85) 3244-3691

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Vinhos Tintos:

Acompanhantesbons

Os vinhos são bons acompanhantes para uma carne de primeira. O sommelier Máximo Caetano indica os tintos, que são os que melhor harmonizam com carnes vermelhas, devido a sua estrutura e corpo, que tornam o vinho mais potente, já que o sabor da bebida tem que ser superior ao sabor do prato. Segundo a enófi la Jardênia Siqueira, a suculência das carnes atenua o poder dos taninos contidos nos vinhos tintos. “Eis o porquê da perfeita harmonia de carnes vermelhas para churrasco com vinhos tintos de média e longa estrutura”, afi rma ela.

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D. NICANOR

Cor vermelha, com refl exos violeta e grande untuosidade. Aroma de ameixas pretas secas, com notas de baunilha devido a seu tempo de permanência no carvalho. Com taninos maduros, bom corpo, é aveludado e tem excelente persistência, com intenso retrogosto (gosto que permanece na boca depois do vinho ter sido engolido).Origem: ArgentinaUva: MalbecTemperatura: 16 a 18 GL

ALIWEN CABERNET/MERLOT

Esse exemplar amadurece nove meses em barrica de carvalho americano e francês. Tem no aroma uma perfeita harmonia entre

fruta e carvalho, na boca boa persistência e vivacidade.Origem: Chile

Uvas: Cabernet e MerlotTemperatura: 15GL

SALTON TALENTO

Vinho ícone da vitivinicultura brasileira, elaborado apenas nas grandes safras. Apresenta aroma de boa intensidade, com predomínio de notas tostadas do carvalho; em segundo plano um pouco de frutas vermelhas e nuances terrosas.Origem: BrasilUvas: Cabernet Sauvignon, Merlot e TannatTemperatura: 16 a 18GL

SIBARIS CARMENÈRÉ

Vinho com grande personalidade, estagia oito meses em barricas de carvalho americano e francês, o que lhe concede muita

estrutura e complexidade. Com matiz rubi intenso e exuberante aroma de frutas negras, no paladar muita delicadeza e elegância

Origem: ChileUva: Carmènére

Temperatura: 18GL

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Natal na terra do sol é sinônimo de luz, e é com muitas luzes que a capital cearense se prepara para as festas de

fi ns de ano. Prédios, ruas, lojas e praças recebem uma iluminação toda especial para a data que simboliza a chegada do Menino Jesus. Mas é na mesa dos cearenses que se esperam os olhares mais atentos para essa época. A ceia de natal envolve muitas tradições familiares, algumas famílias têm suas próprias receitas “secretas” para essa data, outras se atem aos pratos natalinos tradicionais, como peru ou chester, mas seja qual for a escolha, o importante é preparar uma ceia que dignifi que e alegre familiares e amigos.

CEIADEnATAL:

O TRADICIONALCOM UMAPITADA DEINOVAÇãO

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Para algumas pessoas, essa tradição natalina está ligada à última ceia de Cristo ao lado de seus discípulos. Porém, segundo consta na literatura, originou-se do antigo costume europeu de deixar as portas das casas abertas no dia de Natal para viajantes e peregrinos, hospitaleiramente os recebendo junto à família, na confraternização pela data especial. Essa comemoração envolvia o preparo de uma refeição farta, composta por diversos pratos. A tradição foi se espalhando pelo mundo, e em cada lugar foi acrescentada alguma particularidade local como, por exemplo, a adição do peru à ceia estadunidense, peculiaridade que logo passou a fazer parte dos costumes de outros países, como o Brasil. Kênia Sousa Rios, professora do Departamento de História da Universidade Federal do Ceará (UFC), acredita que, no caso dos cearenses, a festa de Natal é um festejo muito católico, com a espera pelo Papai Noel e a decoração com presépios. “Os festejos que têm realmente a nossa cara são os festejos juninos. O Natal, na maioria dos lugares é uma imitação do que vem de fora, por exemplo, da Europa” declarou a professora e historiadora.

O “PRATO PRINCIPAL” EM QUALQUER PARTE DO MUNDO: A HARMONIAMas quanto à ceia de Natal, cada país apresenta suas peculiaridades culinárias. Os russos, por exemplo, evitam a carne. Os Jamaicanos usam e abusam das ervilhas nas receitas natalinas. Na Alemanha, come-se carne de porco e outros pratos tradicionais de tempero forte.Na Austrália, onde as festividades natalinas acontecem durante o verão, as pessoas costumam fazer a ceia de natal em praias. Na África do Sul, outro país que comemora o natal durante o verão, é comum fazer a ceia de natal em mesas colocadas do lado de fora das casas.Há quem prefi ra a praticidade de não se preocupar com os pratos e encomendá-los a lojas especializadas. Hoje é crescente número de délicatesses, padarias, restaurantes, buffets e até supermercados que oferecem este serviço. A psicóloga Valéria Lucena prefere encomendar toda a ceia. “Eu não gosto de cozinhar, e a data e minha família merecem todo o esmero que eu possa proporcionar. Embora não coloque a mão na massa na cozinha, preparo uma linda recepção para a ceia”, afi rma Valéria. Enfi m, com tantas possibilidades diferentes, não há nada que lhe impeça de inovar na Ceia, claro, sem descaracterizá-la. O mais importante é manter a harmonia e o coração aberto para receber a todos. E, se possível, encontrar alguma surpresa saborosa para acompanhar esse “prato principal”. Nas páginas seguintes, há três linhas de ceias que podem servir de inspiração ou, ainda, ser utilizadas como sugestão na hora de fazer a encomenda.

E um bom Natal a todos!

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Marana Figlioulo é culinarista há mais de 30 anos e apresenta duas vezes por semana o Quadro “Diário de Receitas” no programa “ Tarde Livre, da TV Diário. Atualmente, a culinarista se divide entre a preparação de festas nos mais variados formatos (e tamanhos) e cursos de culinária.Festa para mim é tudo, é brilho, é luz, são velas, boas louças, pratas, cristais. Enfim, boa apresentação e uma comida simples e saborosa. Com o Natal não poderia ser diferente. Na entrada, as comidinhas podem ser servidas em pequenas porções, a “Finger Food”. Além de ser mais cômodo, fica muito elegante também.

Marana Figlioulo segurando sua Moqueca com frutas

MaranaFiglioulo

Sua ceia de natal por

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ENTRADA MOQUECA COM FRUTAS

INGREDIENTES

600 ml de leite de coco (1 garrafa grande)2 colheres (sopa) de extrato de tomate2 colheres (chá) de azeite de dendê4 colheres (sopa) de azeite de olivacebolinha picada1kg pescada amarela1 cebola média picada1 pimentão verde médio picado1 manga (de preferência Tommy), descascada e cortada em cubos médios1 fatia de melão branco, descascado e cortado em cubosmédios1 banana (nanica ou prata) descascada e cortada em rodelas1 fatia grossa de mamão Formosa, descascado e cortado em cubos médios

MODO DE PREPARO

Use uma panela de barro (se não tiver, use uma panela que possa ir à mesa) própria para moqueca. Coloque a moquequeira em fogo médio. Quando estiver bem quente coloque 600 ml de leite de coco (1 garrafa grande), 2 colheres (chá) de azeite de dendê, 4 colheres (sopa) de azeite de oliva e 1 maço pequeno decebolinha picada. Quando levantar fervura, coloque 1kg de pescada amarela, cortada em cubos, 1 cebola média cortada em rodelas e 1 pimentão verde médio cortado em cubos. Deixe cozinhar de 20 a 30 minutos com a panela tampada.Nesta hora acrescente 1 manga (de preferência Tommy) descascada e cortada em cubos médios, cubos médios, 1 banana (nanica ou prata) descascada ecortada em rodelas, 1 fatia grossa de mamão Formosa descascado ecortado em cubos médios. Deixe cozinhar por 10 minutos para que as frutas liberem sabor. Sirva imediatamente acompanhado de pirão feito com o próprio caldo e arroz.

PRATO PRINCIPALRISOTTO DI RUCCOLA,POMODORI SECCHI E MOzzARELA DI BúFALA(RISOTO DE RúCULA,TOMATE SECO E MUSSARELA DE BúFALA)

INGREDIENTES:

380g de arroz vialone nano (arroz italiano específico para risotos)250g de tomate seco em pedaços120g de mussarela de búfala italiana100g de rúcula cortada à Juliana50g de manteiga30g de folhas inteiras de rúcula (para decoração)6 colheres (sopa) parmesão ralado3 colheres (sopa) de azeite extra virgem1 ½ litro de consumê

1 xícara de vinho branco seco½ cebola pequena picadasal e pimenta branca do reino á gosto

MODO DE PREPARO:

Doure no azeite a cebola,o tomate seco e metade da rúcula. Junte o arroz e refogue Por alguns minutos. Adicione o vinho branco e deixe evaporar em fogo alto. Junte aos poucos o consumê, quase em ponto de fervura. Cozinhe por 16/17 minutos, mexendo de vez em quando (à medida que o arroz for secando, coloque mais caldo). Acrescente o restante da rúcula e a mussarela de búfala. Retire do fogo. Adicione a manteiga e o parmesão ralado e misture bem. Sirva em pratos individuais ou em mini louças como entrada.

SOBREMESATORTA SEDUÇãO:

1ª etapa:

6 claras6 colheres de açúcar bem generosa

Modo de preparo:Bata em ponto de suspiro. Espalhe em um refratário e leve para assar.

2ª ETAPA:Na batedeira:6 colheres de manteiga sem sal6 colheres de açúcar

Modo de preparo:Misture até formar um creme. Acrescente 2 latas de creme de leite sem soro. Misture tudo

3ª etapa:Use morangos cortados e um pacote de coco dourado e monte em taças individuais ou única.

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Anayde de Mello, formada pela escola francesa Le Cordon Bleu, inspirou-se na cozinha Contemporânea para montar as dicas de sua Ceia de Natal. Ela defende que não só o peru pode fazer parte de uma ceia de Natal. Em uma leitura bem Clássica para a ceia de natalina, apresenta três possíveis receitas. Para acompanhar o peru, tender ou pernil suíno, um saudável arroz 7 cereais com frutas secas e grãos, numa versão de salada. O Bacalhau, que pode ser feito até mesmo na véspera e apenas gratinado na hora de servir. Não precisa de acompanhamento, pois a batata já faz parte do prato. O bolo de mel com frutas cristalizadas substitui o panetone.

Anayde Mello

Anayde de Melo indica o Bacalhau com Champagne como prato principal

Sua ceia de natal por

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ENTRADASALADA DE 7 CEREAIS

INGREDIENTES

1 pacote de arroz sete cereais Ráris2 und. tabletes de caldo de galinha2 litros de água1 und. de bouquet garni (uma folha de alho poró para envolver um braço de salsinha e uma folha de louro e amarre)50 ml de vinagre de vinho branco150 ml de azeite extra virgem1 colher rasa de pimenta calabresa20 und. tomates cereja cortados em 4 partes1 und. alho poro (somente a parte branca) em tirinhas50g uvas passas pretas50g damasco picadossal á gosto

MODO DE PREPARO

1. Cozinhe o arroz com o bouquet garni, a água e os tabletes de caldo de galinha,2. Depois de cozido, escorra e deixe esfriar,3. Refogue o alho poró ligeiramente no azeite e misture ao arroz frio,4. Faça o vinagrete colocando o vinagre e depois lentamente o azeite mexendo sempre com um fouet,5. Acrescente o restante dos ingredientes,6. Sirva gelada em ramequins individuais.

PRATO PRINCIPALBACALHAU COM CHAMPAGNE

INGREDIENTES

600 g postas bacalhau do Porto, dessalgado, aferventado e desfiado em lascas grossas3 colheres pequenas de azeite 300 g cebola em rodelas2 colheres pequenas de manteiga3 colheres chá de sal2 colheres chá de açúcar2 colheres chá de pimenta do reino moída2 colheres chá de pimenta rosa3 xícaras champagne ou espumante brut300 g creme de leite fresco20 g manteiga sem sal20 g farinha de trigo1 colher chá de estragão3 und. grãos de cardamomo levemente amassados2 und. folhas de louro3 und. dentes de alho500 g batatas em purê ou em rodelas finas cozidas200 g queijo tipo Ementhal ralado

MODO DE FAzER

1. Refogue a cebola na manteiga. Junte o açúcar, o sal e as pimentas do reino e rosa, mexendo até dourar. Reserve;2. Com farinha e manteiga (ou óleo), faça um roux e espesse o creme de champagne, colocando a outra

quantidade de manteiga para derreter e frite a farinha de trigo. Reserve.3. Ferva o espumante misturado ao creme de leite, o estragão, o cardamomo, o louro e o alho, até que se reduza à quantidade de 2 xícaras, coe e engrosse com o roux. Mexa até engrossar;4. Em uma frigideira antiaderente, salteie o bacalhau com azeite. Reserve;5. Monte em um refratário: Coloque uma camada de purê ou batatas em rodelas pré-cozidas, a cebola refogada com as pimentas, o bacalhau, cubra com o creme de champagne e polvilhe com queijo Ementhal. Em seguida leve para gratinar por 20 minutos em forno aquecido á 180º;6. Sirva enfeitado com salsa e pimentas. Pode se montar em potinhos individuais.

SOBREMESABOLO DE MEL NATALINO

INGREDIENTES

1 colher sopa margarina derretida1 colher chá canela em pó1 colher chá cravo em pó 1 colher chá café solúvel 2 colheres chá rasas de bicarbonato 2 colheres chá rasas de fermento em pó 1 xícara chá mel 3 xícaras chá farinha de trigo 1 xícara chá de nozes 1 xícara chá de damasco 1 xícara chá de laranja cristalizada 1 lata de leite condensado 1 lt leite

COBERTURA:

1 tablete (200 g) de chocolate meio amargo 1 colher (sopa) margarina

MODO DE PREPARO

1. Na vasilha da batedeira coloque a farinha, o bicarbonato, o cravo, a canela, o café solúvel e o fermento (peneirados),2. Misture e junte o leite condensado, o leite e o mel,3. Bata até se agregar todos os ingredientes,4. Desligue e acrescente as nozes, damascos, e a laranja cristalizada,5. Mexa com o auxílio de uma espátula e coloque em uma assadeira redonda, untada e polvilhada,6. Leve ao forno pré-aquecido a 180°C por 15 minutos, e a 200°C (forte) por mais 10 a 15 minutos,7. Deixe esfriar e desenforme,8. Espalhe o chocolate derretido em banho-maria e decore a gosto.

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A cearense Mattu Macêdo é culinarista há mais dez anos. Apresentadora do programa “Nossa Cozinha”, da TV jangadeiro, afirma que em 2010 a gastronomia começou um novo desafio, manter o sabor e o prazer das pessoas em comer bem, mas aliados a saúde. Por isso as sobremesas diminuíram, para não perderem o sabor, a satisfação e a alegria de quem se delicia com elas.O natal de 2010 terá este desafio, aliar sabor, saúde, beleza, praticidade, e rapidez no preparo da sua Ceia. Assim, a sugestão para a entrada é de uma salada Havaiana. Como prato principal, um salmão de festa e para arrematar com sucesso a Taça de Natal.

Mattu Macêdo e sua saborosaTaça de Natal

Sua ceia de natal por

MattuMacêdo

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ENTRADASALADA HAVAIANA INGREDIENTES

2 garrafinhas de 200ml de leite de coco light300g de camarão médios sem casca2 colheres de sopa de azeite½ cebola ralada2 tomates picados½ molho de coentro picado1 colher de sopa de molho de sojasal a gosto1 xícara de chá de vagem picada e cozida1 xícara de chá de cenoura picada e cozida1 melão50g de queijo ralado20 copinhos pequenos (tipo para sobremesas)

MODO DE PREPARO

Coloque o azeite na panela até esquentar bem. Acrescente a cebola, os tomates, o molho de soja, o sal e os camarões picados (separe alguns inteiros para ornamentar) e deixe refogar. Por último, coloque o coentro e reserve. Pique os melões em cubos pequenos, retire as sementes.Misture todos os ingredientes. Coloque as porções nos copinhos, enfeite com um camarão.Sirva gelado.

PRATO PRINCIPALSALMãO DE FESTA INGREDIENTES

1 salmão inteiro (+ ou - 2 kg)Sal e pimenta do reino branca a gostoSuco de 1/2 limão5 colheres (sopa) de azeite3 cebolas cortada em rodelas grossas1 xícara(chá)de suco de laranja3 dentes de alho fatiadosSalsa picadinha

FAROFA PARA A COMPANHAR

10 pães carioquinhas frescos1 colher (sopa) de ervas finas2 colheres (sopa) de azeite½ xícara (chá) de passas brancas½ xícara (chá) de castanhas de caju1 xícara (chá) de ameixas sem caroços picada½ xícara (chá) de gergelim

MODO DE PREPARO

Limpe bem o salmão, tempere com limão, sal, pimenta-do-reino, e o suco de laranja. Deixe marinando por 30 minutos.

Numa assadeira grande, faça uma camada com metade das cebolas, regue com o azeite, coloque o salmão em cima, cubra com o restante das rodelas das cebolas, regue com um pouco mais de azeite, cubra com papel alumínio e leve ao forno baixo (150ºC), por mais ou menos 30 minutos.

ENQUANTO ISSO PREPARE NA FAROFA.Passe o pão no multiprocessador, até formar uma farofa. Tempere a farofa com as ervas finas, e o azeite. Misture muito bem. Espalhe em uma assadeira e leve ao forno por 30 minutos. Retire do forno junte o restante dos ingredientes e misture bem.

ARMAÇãO:Retire a pele do salmão, e deixe bem limpo. Pincele com azeite, e enfeite com rodelas de laranja. Ao redor espalhe a farofa.

SOBREMESATAÇA DE NATAL

Biscoitos tipo cookiesGeléia de vinhoSorvete de creme ou chocolatePicolé chica bomFrutas(morango, ameixa, pêssegos, abacaxi)Nozes, castanha de Pará, granola1 tubo de chantillyCalda de chocolate

MODO DE PREPARO

Em uma taça de vidro, ou várias individuais, monte a sobremesa: Primeiro quebre os cookies até encher metade do recipiente. Adicione a geléia de forma que cubra os cookies, depois o sorvete, as frutas picadas, as nozes, castanhas, cubra com chantilly e polvilhe com granola e calda de chocolate.

Serviço As cheffs estão, todas as quartas feiras, de 14hs ás 20hs,

disponíveis para dar dicas de uso dos produtos e de receitas para os clientes dos Mercadinhos São Luiz.

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REVARTE – Resgate dos Valores pela Arte. (85) 3278-3453/ 32393082

Rua Salvador Correia de Sá, 465 Conjunto Alvorada, Fortaleza – Ceará.

Mais informações e mapa de localização no site www.revarte.org.br

O Natal traz consigo o desejo de amor no coração dos homens. Os apelos publicitários nos despertam não apenas para as compras, mas para a esperança de

que o mundo seja melhor um dia. Pinheirinhos artifi ciais e outros símbolos associados à data estão por todo lado: da TV à internet, em outdoors, shoppings e ruas. Mas a verdadeira alegria do Natal só pode ser encontrada nos olhos de uma criança. Se você já viu essa magia acontecer, sabe muito bem do que estou falando. Um dos lugares, entre tantas entidades, em que esse brilho especial pode ser encontrado, é a ONG REVARTE (Resgate de Valores pela Arte). A fachada simples não denuncia tudo que acontece lá dentro: aulas de fl auta, violão, coral, judô

(com direito a medalhas), teatro, contação de histórias e muito mais. E, é claro, a Biblioteca Monteiro Lobato, o começo de tudo, que oferece a possibilidade de lazer e aprendizado, organizada pela bibliotecária Lúcia Cardoso, atual presidente da ONG.Alice Domenech, fundadora da REVARTE, iniciou a concretizar esse sonho quando, contando histórias para as crianças da região, se sensibilizou com o desejo e a necessidade das mesmas por se alimentar com cultura. Era e é, para muitos, a oportunidade, de adentrar em um mundo ainda pouco conhecido, passando a sentir-se, de fato, pela primeira vez, parte da sociedade em que vivem... A principal luta empreendida pela REVARTE, atualmente, é pela construção de um novo prédio. Mantida apenas por contribuições de parceiros e colaboradores, ela aguarda a sua visita e nos revela que cada um de nós tem sempre algo com que colaborar para transformar o mundo. E o melhor de tudo é descobrir que o Natal não está no refl exo de uma vitrine, mas é uma semente em nosso coração, que pode geminar como árvore de verdadeira felicidade.

Como plantar uma verdadeiraárvore de natal

Biblioteca Monteiro Lobato

Judô: exame para mudança de faixa na REVARTE

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A cada edição, a Revista Costumes pretende apresentar aos leitores um pouco da vida de alguns estrangeiros que escolheram viver no Ceará. Através dessas trajetórias, tentaremos conhecer e entender os sonhos que impulsionaram esse deslocamento voluntário, assim como as expectativas e as difi culdades de adaptação dos que se lançaram à intrigante aventura de “se tornar cearenses”. Dessa forma, como um contra-espelho, também esperamos conhecer um pouco mais de nossa própria cultura, através de olhares vindos de fora. Aprender sobre o que parece estranho ou diferente pode ser uma oportunidade ímpar de mudar nossa visão a respeito do que está próximo ou já é considerado parte de nós.

DE zARAGOzA À PRAIA DO CUMBUCO:

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O engenheiro e construtor Angel Lasala, 44, nascido na cidade de Zaragoza, Espanha, visitou o Brasil pela primeira vez a trabalho, a serviço de uma empresa de seu país natal. Conheceu a esposa em Ribeirão Preto, interior de

São Paulo, e resolveu se mudar para Fortaleza em razão das possibilidades no ramo de sua atividade, a Construção Civil, aliadas ao potencial turístico da região. Há sete anos, mora entre a capital cearense e a Praia do Cumbuco, onde instalou o Hotel Itaca. Nele, Angel recebeu a equipe da Revista Costumes acomodado tranquilamente em sua rede de varandas, provando já ter se adaptado a um dos hábitos mais tradicionais da nossa cultura. O próprio modo como construiu o empreendimento, a propósito, revela muito bem essa integração. Todo o espaço foi projetado a partir do conhecimento que adquiriu de diversas regiões do estado, especialmente do Cariri, moldando o local ao gosto cearense.

A SAGADE UMESPANHOLEM TERRASALENCARINAS

Hotel Itaca, foi todo projetado a partir do conhecimento que Angel Lasala adiquiriu em viagens a diversas regiões cearences

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Embora a vinda para cá tenha sido por determinação do trabalho, Angel conta que países como o Brasil há muito tempo atraíam sua atenção, provocando até fascínio, o que lhe despertou a curiosidade em conhecer nossa terra. Chegando aqui, apesar de não ter domínio da língua portuguesa, não encontrou problemas para se comunicar, devido à grande semelhança entre o português e seu idioma. Se, por um lado a língua não ofereceu difi culdade, outros aspectos acabaram por lhe causar estranhamento, como a desconfi ança local para com quem vem de outros países. Segundo ele, “a desconfi ança existe, sempre que alguém chega de fora... Não é fácil fazer negócios aqui, é preciso trabalhar duro para encontrar sua parte no mercado”.Angel atribui a desconfi ança para com o estrangeiro ao fato de ainda haver muitos que chegam ao Ceará com intenções, de certa forma, escusas: “Há estrangeiros que aportam em busca de uma mulher dependente [...]. Além disso, muitos

já desembarcam com ares de superioridade, acreditando que as pessoas locais não possuem boa formação. Discordo desse tipo de visão e julgo o brasileiro um povo muito bem preparado, de modo geral”, afi rma.

A PROJEÇãO DE FORTALEzA E DO BRASIL NA EUROPA

Mas e quanto ao que se fala sobre o Brasil no exterior? Surpreendentemente, Angel conta que, na Espanha, a cidade de Fortaleza é bem mais conhecida do que o Ceará como região. Seja pelas belas praias, pelo clima quente, ou as estações sem muitas variações, “ boa parte das pessoas já ouviu falar de Fortaleza e tem vontade de ver de perto”. Ele observa que o Brasil inteiro está fi cando cada vez mais conhecido no mundo, projetando-se com o

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desenvolvimento crescente nos últimos anos. Além disso, Angel comenta que “o brasileiro sempre foi visto como um povo amigável e alegre”. E considera o bom humor do cearense como conseqüência do clima e das paisagens bonitas, afi rmando que, para ele, Ceará é “... um lugar onde todos parecem felizes, independentemente da profi ssão que exercem ou da classe social de que fazem parte”. Ao estabelecer uma comparação entre a época de sua chegada à Fortaleza, sete anos atrás, e o momento atual, Angel expressa a opinião de que nosso país passou por transformações profundas e muito positivas, inclusive na relação entre as regiões: “Quando vim ao Brasil pela primeira vez e desembarquei em São Paulo, as pessoas se referiam ao nordestino de forma pejorativa. Hoje não é a mesma coisa, e essa região brasileira está sendo vista com outros olhos”.

Angel também aproveita a oportunidade para ressaltar o modo como o Brasil passou a ser visto lá fora, nos últimos anos: “Na Europa, poucos acreditavam em Luís Inácio Lula da Silva, mas ele acabou por se tornar um presidente com uma equipe perfeita. Acompanhei as realizações dele nestes últimos anos e percebi as mudanças. Versátil em todo tipo de protocolo, ele deu uma boa imagem ao Brasil. A imagem que projetou lá fora não foi somente a da economia forte, mas de otimismo como um todo, em vários aspectos. Ele injetou credibilidade. O país fi cou muito bem conceituado.” O espanhol que adotou o Ceará como lar também faz projeções positivas para o futuro, que nós torcemos venham a ser confi rmadas: ele acredita que, nos próximos anos, o Brasil vai se fortalecer ainda mais e obter grande destaque na economia mundial.

Angel Lasala, acomodado em sua rede de varandas, provando já ter se adaptado a um dos hábitos mais tradicionais da cultura cearense.

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HuMOR

Identifi cado em todo o país como um traço genuinamente cearense, o humor é visto como uma das características das pessoas nascidas em nosso estado. Nossa vocação para o riso e para enxergar a vida de uma forma irreverente fi rmou-se no imaginário coletivo aqui e lá fora e, assim, a “molecagem

cearense” foi transformada em uma autêntica instituição regional. Numerosas personalidades e artistas nascidos aqui deixam transparecer o talento de fazer rir e conquistam admiradores não só no Brasil como no exterior. No Ceará, o humor já passou de vocação a profi ssão e é, sim, levado muito à sério.Apesar de acompanharmos a cada dia o surgimento de novos humoristas nos veículos de comunicação, vem mesmo de longe a tradição de satirizar os fatos e buscar contornar as adversidades da vida

LEvADO

À SÉRIO

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com uma boa piada. O advogado e poeta José Quintino da Cunha, nascido em 1875 em São Francisco de Uruburetama (hoje município de Itapajé) é uma prova disso. “Quintino Cunha”, como fi cou conhecido, tornou-se famoso por seu jeito moleque de ser, mantendo-o mesmo a despeito de ter se tornado Deputado Estadual e, pode-se dizer, até depois de sua morte. Seu túmulo, localizado no Cemitério São João Batista, em Fortaleza, ostenta ainda hoje o epitáfi o escolhido por ele momentos antes de morrer: “O Padre Eterno, segundo refere a História Sagrada, tirou o Mundo do nada... e eu Nada tirei do mundo!”.

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Considerado pelo crítico Agripino Grieco “o maior humorista brasileiro de todos os tempos”, chamado por Rachel de Queiroz de “um patrimônio da terra”, Quintino era homem do povo, boêmio e bom orador, personagem de uma pacata Fortaleza do começo do século XX, onde os costumes interioranos ainda estavam muito presentes. Contemporâneo de nomes como Paula Nei, Leonardo Mota, Gustavo Barroso e Ramos Cotoco, Quintino não perdia a chance de visitar os famosos cafés da época, localizados na Praça do Ferreira, a fi m de declamar suas máximas pra lá de descontraídas, tais como: “No Ceará, o sujeito nasce na Fé, cresce na Esperança e morre na Caridade”. Além do lendário humorista e literato, que ganhou a alcunha de “poeta da verdade” por Euclides da Cunha, outra prova da irreverência inata ao cearense é um ícone não menos famoso, o bode Yoyô. Querido de todos, Yoyô foi um personagem incontestavelmente popular nas ruas fortalezenses da década de 1920. Presença diária no centro da cidade, em meio a boêmios e intelectuais, o bode, de tão estimado, teve seu corpo embalsamado, passando a integrar a coleção do Museu do Ceará.

PROFISSãO: HUMORISTA

Hoje, ainda é possível estar frente a frente com essa irreverência do nosso povo a cada dia, em situações cotidianas, ou encontrar toda a força do espírito satírico que transparece na alma dos que nasceram aqui em programas de rádio, TV ou shows de humor. De acordo com Lailton Rocha Melo, ou melhor, “Lailtinho Brega”, o humor faz parte não somente do cearense, mas do povo brasileiro como um todo: “O país transpira humor, o brasileiro é bem humorado. As tragédias são muitas e tentamos amenizar os dias difíceis através da gargalhada. (Nós que trabalhamos com humor)... vendemos sonho e alegria, e o riso é uma espécie de catarse, isto é, o exorcismo do estresse que nos acompanha no dia-a-dia”, afi rma. Iniciado na vida artística há 20 anos, Lailtinho se apresenta em todo o país e realiza shows para comunidades brasileiras nos Estados Unidos. Além disso, é também idealizador e produtor do projeto Arena do Humor, que reúne diversos artistas para oferecer ao público, diariamente, um espetáculo cujo objetivo principal é entreter e arrancar o riso

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34 anos. Nascido em Independência, interior do Ceará, ele costumava fazer brincadeiras e imitações desde criança, tendo como referência nomes como Tom Cavalcante e Chico Anysio (ambos cearenses). O humor, para ele, também é visto como algo geneticamente transmitido: “O cearense nasceu com isso, e muitos descobriram esse talento. Quem nasce aqui sempre encontra uma saída bem humorada para as situações mais difíceis. Ser cearense, para mim, é sinônimo de alegria, de ser bem recebido em todos os lugares”, ressalta. Trabalhando há 14 anos como humorista, ele integra atualmente o programa radiofônico e televisivo

de uma platéia diversifi cada, formada por nativos e turistas: “Esse trabalho vem sendo feito há três anos, gerando renda e trabalho não apenas para a categoria, mas para toda uma cadeia, como taxistas, garçons, etc. Em todo esse tempo, já contamos com três mil espetáculos realizados, dia após dia”, festeja. Lailtinho atribui o sucesso do humor cearense à nossa fama de povo hospitaleiro, o que acaba por incrementar a atividade turística no estado: “Existe uma ótima campanha lá fora sobre os atrativos turísticos daqui, e isso é motorizado pelo fato de o cearense já ser conhecido pela sua hospitalidade, o que atrai por si mesmo os visitantes. Atualmente, dois milhões de pessoas passam pelos espetáculos cearenses de humor só em Fortaleza. O Ceará tem cerca de 20 casas de humor, envolvendo 60 profi ssionais dessa área”, ressalta, aproveitando a deixa para dar conselhos aos iniciantes: “Estudar atualidades e artes cênicas é fundamental. Em seguida, realizar muitos shows, pois só se aprende com bastante exercício. A tendência atual é que o artista agregue outros talentos, como a dança”. Um humorista que aprendeu bem a lição foi Ery Soares, de

o humor faz parte não somente do cearense, mas do povo brasileiro como um todo

“”Lailton Rocha Melo, conhecido como Lailtinho Brega

ESCRITÓRIO DO RISO

Para confi rmar ainda mais que, no Ceará, o humor é levado a sério, surgiu o Escritório do Riso, espaço para criação e discussão do humor cearense. Anexo ao Teatro Chico Anysio (Av. da Universidade, 2175), em Fortaleza, o Escritório foi fundado em abril de 2002 e surgiu para contar a história da comicidade no estado. É um espaço para pesquisa, criação de textos, promoção de palestras, seminários e contratação de espetáculos de humor. Com exposição permanente de fotos e um acervo de mais de 6.000 livros, o local é dirigido por Jáder Soares (zebrinha) e promove reuniões semanais entre humoristas profi ssionais e amadores. O Escritório funciona ainda como o Museu do Humor Cearense, atraindo professores, estudantes e gente interessada em pesquisar sobre o tema.

DIA DO HUMORISTA

Em uma iniciativa do Escritório do Riso, os humoristas cearenses criaram o Dia do Humorista no Ceará. A data escolhida foi 12 de Abril, que faz alusão ao aniversário de Chico Anysio (12/04/1931). Em ofício encaminhado à Assembléia Legislativa, foi solicitado à Comissão de Educação, Cultura e Desporto a criação deste dia. O projeto de lei foi aprovado por unanimidade. Em Fortaleza, a Lei Municipal nº 9518 de 23 de outubro de 2009 (DOM de 05 de novembro de 2009), instituiu a ofi cialização do Dia do Humorista na capital cearense. Em Maranguape, terra natal de Chico Anysio, também foi criada a data comemorativa. A lei foi assinada durante o I Festival Nacional de Humor, em maio de 2009. Com exposição permanente de fotos e um acervo de mais de 6.000 livros, o local é dirigido por Jáder Soares (Zebrinha) e promove reuniões semanais entre humoristas profi ssionais e amadores. O Escritório funciona ainda como o Museu do Humor Cearense, atraindo professores, estudantes e gente interessada em pesquisar sobre o tema.

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Nas garras da patrulha, do Sistema Verdes Mares, e afi rma buscar inspiração em fatos do cotidiano para compor suas piadas, renovando a cada dia suas apresentações.

“FAzER RIR É A MELHOR COISA DO MUNDO”

Na verdade, os fatos do cotidiano servem como principal fonte de pesquisa para a maioria dos humoristas, mas, diferente de Ery Soares, muitos preferem se transformar num personagem e conferir a ele uma persona distinta, inventando-lhe uma história de vida e todo um signifi cado, além de moldá-lo com as mais peculiares características. É o caso de “Picolina”, personagem interpretada por Francisco Igor Furtado, 31 anos, natural de Acaraú. “Esse trabalho começou quando eu atuava junto à personagem Aurineide Camurupim, representando a fi lha dela. Picolina é barulhenta, atrevida, e essas qualidades me ajudam na hora de brincar com a platéia. O público cearense é o mais fácil de se arrancar risadas, pois é humorista por natureza, tem o gosto pela brincadeira como instinto. Para mim, subir ao

palco e fazer as pessoas rirem é a melhor coisa do mundo”, afi rma Igor, vencedor de um festival de piadas no programa Show do Tom, da Rede Record, e integrante do programa Gente na TV, da TV Jangadeiro. Enquanto alguns humoristas fazem piadas e se apresentam dissociados de uma personagem específi ca (como é o caso de Ery Soares) ou atrelados a uma inventiva criação (como Picolina), outros optam por interpretar vários personagens ao mesmo tempo, compondo um curioso mosaico de ilustres e hilárias fi guras. É o caso do produtor, estilista e cantor Eddy Lima, que tem a personagem Mastrogilda como o carro-chefe de seus espetáculos, nos quais também encarna fi guras como Maria Portuguesa, Manoel dos Canecos, Caqui e Mestre dos Magos. Estudante de teatro desde adolescente, Eddy sempre teve a curiosidade de compor um personagem, e faz questão de explicar como se dá o processo dessa criação: “No início de carreira, geralmente, a pessoa começa imitando algum humorista que admira, um ídolo, por exemplo, e aos poucos vai descobrindo e lapidando seu próprio

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personagem, montando sua personalidade”. De acordo com ele, Mastrogilda foi inspirada em notícias publicadas na mídia, como a criação da Lei Maria da Penha: “Ela é muito feminista e dona de si, mas nunca se esqueceu das agruras que passou nas mãos do ex-marido”, brinca. O nome foi inspirado numa colega da Faculdade de Música que se chamava Francisca Mastrogilda e, por pudor, apresentava-se a todos como “Gilda”. O fi gurino é inspirado nas vedetes dos anos 80: “Trabalho muito com improviso, formulo os quadros e sempre conto um pouco da história

da Mastrogilda, para uma primeira aproximação com o público. Dessa forma, vou desvendando as particularidades de minha personagem. Ela tem algo que me impressiona, pois cada show que faço é diferente e me dá a possibilidade de me surpreender com sua desenvoltura e temperamento tão particular, tão diferente do meu. Mastrogilda é rabugenta e fala tudo o que quer, sem a menor cerimônia”, adverte. Ao ser questionado sobre o porquê de tantas pessoas se sentirem atraídas por espetáculos do gênero, Eddy não hesita: “O humor é terapêutico. O stress do dia-a-dia é extravasado tanto pelo autor quanto pela platéia, e assim se torna um duplo contentamento. O aplauso do público é um momento de grande satisfação. Tenho sempre na memória o dia em que uma senhora veio me visitar no camarim, depois de uma apresentação, para me dizer que havia conseguido rir pela primeira vez depois da morte do fi lho. Foi muito emocionante”, relata, resumindo todo o poder que a magia do humor pode exercer e provocar nas pessoas.

“O humor é terapêutico. O stress do dia-a-dia é extravasado tanto pelo autor quanto pela platéia, e assim se torna um duplo contentamento”

“”Eddy Lima, intérprete da Mastrogilda.

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CINEMA nO

CEARá:

CHICOXAvIER

ASMãES DE

Por Valéria Dallegrave

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O Ceará foi escolhido para sediar a maior parte das fi lmagens de “As Mães de Chico Xavier”, longa de Glauber Filho e Halder Gomes que vai ser exibido nos cinemas do

Brasil em abril de 2011 (as cidades de Fortaleza, Guaramiranga e Pacatuba serviram como locação). Os diretores são cearenses, assim como a produtora Estação Luz Filmes, responsável também pela produção de “Bezerra de Menezes”. Halder e Glauber defendem que o Ceará tem tudo para se tornar a “Califórnia” brasileira, em termos de importância para a indústria do cinema nacional, devido à diversidade de paisagens no estado e a presença praticamente constante da luz, como foi mencionado pelos diretores em entrevista coletiva cedida durante o Cine Ceará.Em Minas gerais, foram fi lmadas apenas algumas cenas, que constarão como parte da reportagem feita pelo jornalista Karl (Caio Blat). Lá, em Pedro Leopoldo, cidade natal do médium, há pontos de visita obrigatórios, que fazem parte do “Caminho da Luz”, como o Centro Espírita Luiz Gonzaga (onde fi cava a casa em que Chico nasceu) e o Memorial Chico xavier (local em que o médium viu, pela primeira vez, seu mentor espiritual, Emmanuel). A visita mais importante realizada pela equipe, porém, foi à casa de uma das mães que inspiraram o fi lme, Célia Diniz. Célia narrou sua experiência em receber uma carta psicografada e, através de seu depoimento, a fi cção bebeu junto ao documental, buscando um ponto de vista mais rico para conhecer o homem que mudou a vida de tanta gente. No Ceará, os momentos mais marcantes da fi lmagem foram as cenas sob o abacateiro (em locação próxima à Casa de José de Alencar), que serviu como jardim da Casa da Prece; e as feitas na réplica da mesma, construída cuidadosamente pela equipe de arte na cidade de Pacatuba. A energia forte compartilhada nesses instantes deu à representação uma aura especial. O abacateiro similar ao da Casa da Prece está na casa de dona Maria Antônia, que nunca imaginou ver em seu quintal tanta gente famosa, como Nelson xavier, Herson Capri, Caio Blat, Neusa Borges, Vanessa Gerbelli, Via Negromonte e Tainá Müller. No quintal simples, antes do início das fi lmagens, todos os presentes partilharam um momento de oração. Logo depois, partiu-se para a representação da confraternização regida por Chico xavier, com a distribuição de alimentos, remédios e roupas de bebê. É sempre bom lembrar o que Chico falava sobre essas reuniões à sombra do abacateiro. Ele dizia que, apesar da extrema importância da prática da caridade e da oferta do auxílio material, isso era mesmo uma desculpa, pois os necessitados, na fi la, já receberiam, dos espíritos, auxílio espiritual...

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Pacatuba, uma cidade tranquila, teve seu cotidiano completamente transformado pela presença de tanta gente envolvida nas filmagens. Os atores, ao caminhar pelas ruas, aproveitando o frescor do final da tarde ou da noite, na volta das refeições, deliciaram a população com encontros casuais. Caio Blat, por exemplo, foi até convidado para tomar o café da tarde na casa de uma fã - e ele aceitou!Para simular o grande público em visita à Casa da Prece, foram recrutados em média 150 figurantes por dia, conforme conta Karinny, assistente de elenco e figuração, que faz questão de completar: “os cidadãos de Pacatuba se mostraram sempre preocupados em cumprir o que se esperava deles, com seriedade e dedicação”. A cidade, afinal, tem a tradição de encenar em suas ruas, a cada ano, a Paixão de Cristo. A população local, participando das cenas na “Casa da Prece”, algumas vezes se deixou envolver pela magia da ficção e protagonizou autênticos choros inesperados de emoção ou uma intensa admiração no encontro com o ator Nelson Xavier, mais de uma vez confundido com seu personagem tão real, de mesmo sobrenome – coincidência? - Chico Xavier. No silêncio necessário para o início de cada cena, era muitas vezes convincente a sensação de que todos estavam, na verdade, em Minas Gerais, Uberaba, na verdadeira Casa da Prece.

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O ROTEIROAs mães citadas no título são mulheres como Célia, que tiveram o rumo de suas vidas modificado por cartas psicografadas por Chico Xavier. O médium procurava tratar sempre com carinho de mães que tivessem perdido um filho. Demonstrava empatia e compaixão por todos, mas guardava um lugar especial no coração para acolher a dor dessas mulheres. Foi daí que surgiu a idéia de realizar um filme com roteiro ficcional baseado nas cartas psicografadas por Chico e a produtora decidiu contratar o roteirista Emmanuel (que não tem esse nome por acaso, mas devido à intenção de seu pai em prestar uma homenagem ao guia espiritual do médium).Emmanuel Nogueira escreveu “Homens com cheiro de flor”, roteiro de longa-metragem (também sendo produzido no Ceará), premiado pela Secretaria do Audiovisual -Ministério da Cultura-, selecionado no Edital Mecenas/2008 da SECULT/CE. Tal obra foi a recomendação para que a Estação Luz Filmes convidasse o roteirista a participar de “As Mães de Chico Xavier”. Depois disso, entre o início de 2009 e 2010, foram aproximadamente 15 meses de trabalho, com a leitura de mais de 50 livros espíritas, e de cartas psicografadas já publicadas. Mas primeiro veio a pesquisa de campo: Pedro Leopoldo, Uberaba e São Paulo. Emmanuel encontrou mestres do espiritismo, familiares e pessoas próximas a Chico, e entrevistou mães que receberam algumas dessas cartas.

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“Tainá Müller (Lara) e equipe” fotos: Soraya Ramalho

Centro Espírita Luiz Gonzaga, fundado por Chico em 1950

Surgiram, assim, as personagens Ruth, Elisa e Lara. Ruth (Via Negromonte), casada com Mário (Herson Capri) é mãe de Raul (Daniel Dias da Silva), que enfrenta problemas com drogas. Elisa (Vanessa Gerbelli) tenta suprir a ausência do marido Guilherme (Joelson Medeiros) dando total atenção ao fi lho, o pequeno Theo (Gabriel Pontes), e Lara (Tainá Müller) é a professora que enfrenta o dilema de uma gravidez não planejada. Para completar o elenco, Chico Xavier é interpretado por Nelson Xavier (que já representou o médium no fi lme dirigido por Daniel Filho), Gustavo Falcão é o artista plástico Santiago, namorado de Lara, Neusa Borges é a cuidadosa governanta de Elisa e Caio Blat é o cético repórter Karl, que trabalha com Mário.

“Entre o início de 2009 e 2010, foram aproximadamente 15 meses de trabalho, com a leitura de mais de 50 livros espíritas, e de cartas psicografadas jápublicadas”

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A FILMAGEMTive o privilégio de escrever o texto do making of para o blog do fi lme ( http://asmaesdechico.blogspot.com/ ), narrando dia a dia os detalhes inusitados do trabalho imenso que é a fi lmagem de um longa-metragem. Para ter uma ideia, há mais de 80 pessoas envolvidas diretamente na produção (sem contar os extras). São diversos técnicos e profi ssionais qualifi cados que se tornam responsáveis por cada uma das áreas, formando as equipes de arte, elenco, câmeras, maquinária, fi gurino, maquiagem, etc...Mas é claro que o trabalho que mais chama a atenção é dos atores. E há muito para se falar sobre isso, que não fi ca óbvio quando assistimos o fi lme no cinema. Por exemplo: na fi lmagem de cenas dramáticas, que envolvem emoções fortes, a equipe tem um cuidado especial em propiciar o clima para a concentração

“Vanessa Gerbelli (Elisa). Acima, em preparação para cena, com a diretora de fotografi a Carina Sanginitto”fotos: Soraya Ramalho

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“Herson Capri (Mário) e Daniel Dias da Silva (Raul)”

Pietro Schläger caracterizando Nelson xavier como Chico xavier. (foto: Soraya Ramalho)

Vista de Pedro Leopoldo ( Minas Gerais )

necessária. O camarim é transformado em uma ilha de tranquilidade, e os atores só são convidados a ir até o set quando toda a parte técnica já está checada e preparada. Parece frescura? Pois não é. Na maior parte das cenas, há necessidade de repetir diversas vezes a fi lmagem, seja para conseguir diferentes “tons” da atuação ou para cobrir com câmeras diferentes a ação, tudo visando dar um material mais rico para a edição (ocasião em que se escolhe quais trechos fi lmados vão compor o fi lme a cada cena). O certo é que, nas diversas tomadas (o intervalo de tempo a cada vez que a câmera é ligada e desligada), o ator vai ser exigido como se estivesse encenando pela primeira vez. E os diretores orquestram a atuação, assim como toda a parte técnica. Enfi m, já deu para perceber que concluir um longa metragem não é fácil, pelo contrário, são necessárias muitas horas de dedicação, técnica, trabalho árduo e suor (muito suor, se a fi lmagem for no Ceará), a fi m de nos emocionar e/ou fazer refl etir na salinha escura. Bem, pela qualidade do que foi feito na fi lmagem, só posso dizer uma coisa: vale a pena conferir o resultado fi nal. Eu estarei em abril, sem dúvida, em um dos cinemas de Fortaleza, para me deliciar com “As Mães de Chico Xavier”. E você?

*Caso queira conhecer mais detalhes sobre o dia a dia das fi lmagens, visite http://asmaesdechico.blogspot.com valéria Dallegrave (graduada em jornalismo pela UFRGS, com mestrado em letras pela UFC e professora do curso de jornalismo da FIC)

Via Negromonte (Ruth)

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O sol é a fonte de energia fundamental que permite a existência de vida na terra. No entanto, assim como traz muitos benefícios, também pode ter efeitos

maléfi cos sobre nossa pele, prejudicando tanto a aparência quanto a saúde como um todo. A radiação solar pode causar desde queimaduras até fotoenvelhecimento e câncer de pele, além das manchas ou alterações de pigmentação. A pele envelhecida se caracteriza por ser fi na, sem elasticidade, apresentar rugas fi nas e aprofundamento das linhas de expressão. O envelhecimento pode se dar pelas características genéticas que herdamos ou devido a fatores ambientais e hábitos de vida, sendo a exposição solar o grande potencializador do envelhecimento cutâneo.A proteção solar é o principal cuidado que devemos ter com nossa pele. Assim como escovamos os dentes todos os dias desde crianças para mantê-los saudáveis e bonitos, devemos utilizar fotoprotetor também diariamente para que a pele permaneça saudável e bonita.

O SOLnOSSO DECADA DIA

Por Camila Franco

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Diversas são as opções de fotoprotetores no mercado. É importante, no momento da escolha, verifi car se o mesmo também oferece proteção para os raios ultravioletas A (UVA), já que o FPS (fator de proteção solar) mede apenas a proteção para raios ultravioleta B (UVB).- Infelizmente, não há uma medida de proteção para raios UVA universalmente reconhecida.-O UVB é responsável por alterações na camada mais superfi cial, chamada de epiderme, assim seus principais efeitos são a queimadura e a indução do câncer de pele. O UVA atua principalmente na camada mais profunda, a derme, e é responsável pelo envelhecimento cutâneo, além de também participar na formação do câncer de pele através dos radicais livres. As manchas são provocadas por ambos os tipos de radiação ultravioleta, além dos espectros de luz visível e infravermelho. Recomenda-se, para uso diário, fotoprotetores com FPS 30. O FPS representa a capacidade de um protetor solar de retardar a vermelhidão da pele induzida pelo sol. Na teoria, um indivíduo que aplica um protetor solar FPS10 pode permanecer no sol um tempo 10 vezes maior sem apresentar vermelhidão na pele.

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QUANTO USAR?!A quantidade de protetor utilizada é fundamental para sua efi cácia. O recomendado pelo FDA e 2g/cm2 de superfície corpórea, o que equivale a aproximadamente 30 ml para o corpo todo de um adulto. Pesquisas mostram que as pessoas utilizam em torno de um quarto a um terço desta quantidade. No entanto, utilizando uma camada mais fi na, o FPS obtido torna-se menor que o indicado no produto. Por exemplo, para um protetor rotulado como FPS25, com uma aplicação de 1,3g/cm2, o FPS médio fi ca em 9,6. Estes dados corroboram a indicação de se utilizar uma camada dupla de fotoprotetor.Fotoprotetores mais modernos não necessitam da antecedência de 30 minutos da aplicação até a exposição solar, já que associam protetores químicos (fi ltram os raios solares) e físicos (refl etem a radiação), sendo que estes começam a agir desde o momento em que são aplicados na pele. Para garantir sua efi cácia, devem ser reaplicados ao longo do dia, particularmente quando os indivíduos estão transpirando intensamente ou expostos diretamente a água. Em media, as aplicações devem ser repetidas após intervalos de 2 a 3 horas.

COMO ESCOLHER UM PRODUTO PARA SUA PELE...Na escolha do protetor solar, deve-se levar em conta também a cosmética do produto. Peles oleosas ou acneicas requerem veículos mais secos, como o gel ou loção oil free, sendo um bom exemplo destes o Minesol Oil Control © e o solar expertise gel creme antiidade FPS 30 de L´Oreal Paris. Já as peles secas requerem veículos mais hidratantes, como os cremes, cujo bom exemplo e o Anthelios creme fondante© (FPS 30 ou 60) e o solar expertise spray FPS 30 de L`Oreal Paris.Outra opção de fotoprotecão são as maquiagens com fi ltros solares. Ressalta-se que produtos de indústria farmacêutica apresentam níveis de proteção mais altos e maior estabilidade que aqueles de indústria cosmética. Um bom exemplo é a linha de maquiagem da Dermage©, com pó compacto, base oil free e corretivos, que alem de fotoprotecão oferecem também uma textura que se adapta muito bem a pele brasileira, em geral mais oleosa. Outra boa opção é a linha Tracta, com base Hidratante oil free e cremosa com FPS 15Outra opção de proteção solar são as roupas com fotoprotecão. A tecnologia foi desenvolvida na Austrália e o fi o do tecido é impregnado com uma substância fotoprotetora, que permanece nele mesmo após sucessivas lavagens. Estas roupas oferecem uma proteção de mais de 98% dos raios solares, e podem ser encontradas em diversos modelos, como chapéus, bonés, luvas, camisetas e saídas de praia. Há pelo menos 2 boas marcas brasileiras: a Sun Cover© e a UV Line.O uso regular de um protetor solar é o principal cuidado que devemos ter com a nossa pele. Existem muitas opções e um dermatologista pode auxiliar na escolha de um produto adequado para cada pessoa.

Camila Franco é Médica Dermatologista, com Mestrado em Dermatologia pela USP.

1 . Blusa com fotoprotecão da marca brasileira Sun Cover2 . Chapéu, que protege contra mais de 98% dos raios solares3 . Base Cremosa com FPS 15 Tracta4 . Solar expertise gel creme antiidade FPS 30 de L´Oreal Paris5 . Solar expertise gel creme antiidade FPS 30 de L´Oreal Paris6 . Base Hidratante oil free Tracta

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Pouca gente se lembra que os raios solares também afetam a visão. Segundo o oftalmologista Antônio Filho Costa, os

raios ultravioleta (UV) podem causar prejuízos signifi cativos aos olhos desprotegidos, resultando em uma série de doenças e distúrbios que podem levar à cegueira.“O sol pode danifi car e até destruir as células superfi ciais na parte frontal da córnea” explica o oftalmologista. Então, o que fazer para se proteger? Usar óculos de sol. Simples assim, dizem os especialistas. No entanto, eles chamam a atenção para a qualidade das lentes, que devem ter a proteção UVA e UVB. “Esses óculos que são vendidos nas praias por ambulantes não são recomendados, pois não trazem proteção adequada.” Além de ser um dos artigos mais procurados do mercado de moda, principalmente para o verão, os óculos escuros são peças marcantes que dizem muito sobre a personalidade de seus usuários. Com uma infi nidade de cores, tamanhos e formas, eles passaram de simples acessórios a ícones de estilo e até sonho de consumo, cobiçados por homens e mulheres. A variedade é tamanha que fi ca difícil saber qual comprar, qual retrata melhor seu jeito de ser ou o que fi ca melhor para seu rosto.

ÓCULOS DE SOL:

SEUSOLHOSCOM SAúDE E

ESTILOPor Edmar Mendes

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De maneira bem objetiva, quanto ao design da armação, encontramos à priori dois grupos de óculos escuros: clássicos e conceituais (com design ousado). Porém, vale lembrar: o que determina o estilo dos óculos é a cor da armação e da lente, motivo este que faz com que, por exemplo, um Wayfarer (que é tido como um dos modelos clássicos da marca Ray-Ban) seja hoje uma das armações mais revisitadas, ganhando cores e padronagens divertidas.Para cada tipo de rosto existe um modelo de óculos que melhor se adéqua.

Abaixo, vamos citar algumas dicas para você escolher o seu:

Rostos pequenos: Não são indicados modelos muito grandes. Óculos proporcionais ao desenho do seu rosto e uma armação de linhas delicadas e lentes mais claras dão o efeito de alongamento. Caso prefi ra uma armação mais grossa, é aconselhada a linha estilo Wayferer.

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Rostos redondos: Use armações mais quadradas, que tendem a proporcionar mais linhas ao rosto, Um leve degradê também ajuda a acentuar a armação e a alongar a silhueta. A lente não deve ser 100% escura. Rostos alongados: Modelos oversize com linhas mais esportivas, inteiras, e lentes mais escuras ajudam a tornar a silhueta do rosto mais arredondada.

Rosto oval: Pode-se usar praticamente qualquer armação, há uma infi nidade de possibilidades.

EM ALTA PARA O VERãOO modelo aviador com lente espelhada ganhou muita força após o fi lme Sex and The City. Uma das principais marcas a apostar no modelo é a Diesel, que propôs uma nova cara para ele.Outro forte da estação é a armação oversize, agora estilo anos 60. Rico em detalhes (linha de Roberto Cavalli), ou com armação mais enxuta (apresentado por Miuccia Prada para Miu Miu), é considerado uma peça de estilo e sofi sticação.Quanto às cores, o preto básico volta, com charme de vintage. As armações marrons são referência de estilo, imitando madeira ou com um toque de dourado e couro. E não é só isso: tons de rosa, azul, verde e amarelo vão marcar o rosto de muitas pessoas, principalmente em armações transparentes, tons fl úor ou em lentes degradês mais ousadas.Uma curiosidade é que o verão traz linhas assinadas por famosos, Madonna, por exemplo, assinou óculos para D&G. No Brasil, a marca Chilli Beans fi rmou parcerias com diversos estilistas e chega às lojas a linha assinada por Alexandre Herchcovitch. Para os homens, há sugestões de misturas bem divertidas de armações e cores de lentes. Modelos clássicos como os Ray Ban aviador e Waifarer, aparecem em mixes e estilos no mínimo, exóticos. Já a Diesel apresentou uma coleção repleta de óculos de armações douradas, estilo vintage e a marca Pólo, por sua vez, traz armação tartaruga.No Brasil, a marca Amapô apresentou uma linha de óculos com lentes azuladas, para um homem mais despojado, e a Chili Beans prepara uma série de modelos divertidos, com armações que imitam fi bra de bambu e modelos oversize.

Edmar Mendes é pós-graduado em Criação de Imagem e Styling de Moda pelo Senac São Paulo, é, também, consultor de

Moda e Estilo.

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Para algumas pessoas, ter vida saudável é simplesmente evitar doenças. Na prática, o conceito é muito mais amplo. É a busca incansável por melhor qualidade de vida em meio ao stress

diário, tentando encontrar formas de manter mente e corpo sãos com prazer. São vários os fatores que influenciam a saúde, dentre eles as relações no meio familiar, no trabalho, o local em que se vive, o estado emocional e até mesmo espiritual da pessoa. Se tudo isso não estiver harmônico, o indivíduo pode tornar-se mais suscetível a doenças, tanto físicas como psicológicas.Em busca desse equilíbrio saudável, muitas pessoas procuram atividades que não necessitem, obrigatoriamente, de um profissional ou de um espaço condicionando o seu exercício, como o jogging ou a corrida. A prática pode ser ao ar livre, na sua sala, na academia. O indivíduo pode ser rico ou pobre, alto ou baixo, estar na terceira idade ou ser adolescente. Para quem faz jogging ou corre, a atividade vai além de um exercício físico, liberta a mente, dá bem estar, e oferece, ainda, a sensação de liberdade. Embora na prática os dois exercícios tenham a mesma essência, o que os difere é para quais pessoas são mais indicados. O jogging é a prática também conhecida como cooper, atividade física bastante difundida nos anos 70 e 80, defendida pelo médico americano Kenneth Cooper como importante para a saúde.A prática consiste em trotar ou correr num ritmo pouco acelerado, cuja meta é a de aumentar a condição física com menos desgaste para o corpo do que a corrida. É prescrita pelos médicos para quem está começando as atividades físicas ou mesmo para aqueles que, por motivos físicos, não podem correr.

CORRIDA Ou jOggIng?SAúDE E BEM ESTAR LHE ESPERAM NA LINHA DE CHEGADA !!!

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CORRENDO ATRáS DA SAúDEÉ o caso da empresária Simone Bianchi, 42, mãe de um fi lho, que devido a uma ruptura no menisco (cartilagens presentes na articulação do joelho) e ao sobrepeso teve de iniciar a frequentar uma academia. “Procurei a academia pela dor,

busquei na caminhada o meio de perder peso. Mas hoje sinto muito prazer. Me faz bem”, diz Simone, que hoje, 16 kg a menos, não falta a um dia de esteira. Já a corrida é um dos exercícios aeróbicos mais adequados para quem deseja queimar gordura, e o número de seus adeptos cresce a cada dia. A difusão fi cou mais crescente desde que grandes grupos corporativos compraram a idéia

Telma Kremer é psicóloga, mãe de quatro fi lhos. Foi fumante assídua durante 20 de seus 43 anos. Apesar de conhecer os inúmeros benefícios da corrida para a saúde, ela cultivava verdadeira aversão ao esporte, mas quando descobriu o prazer da prática, encontrou também um benéfi co “vício”. Para enrijecer, começou fazendo jogging alternado com exercícios anaeróbicos. O jogging passou a não ser sufi ciente e, convencida por seu personal trainer, se rendeu a corrida. Hoje, segundo ela, não vive sem correr, pois o bem estar e a disposição resultantes tornaram-se indispensáveis. “ Quando chego na academia e saio sem correr, ao fi m do dia sinto que não foi completo...”

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e passaram a promover corridas para o público em geral, e não necessariamente atletas. A idéia da corrida passa a ser associada, atualmente, com a longevidade.Dentre outros benefícios, a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte adverte que a prática de atividade física está ligada diretamente a redução do peso corporal, maior controle dos níveis de colesterol, aumento da capacidade cardiorrespiratória, redução dos riscos de infarto, aumento da massa muscular, melhor controle da pressão arterial de repouso, auxílio para regular a glicemia.O especialista em medicina do exercício e do esporte, Dr. Emanuel Couto afi rma, também, que para melhorar o condicionamento cardiovascular e para prevenção e/ou tratamento de doenças como hipertensão arterial, diabetes e inclusive alguns tipos de câncer, os exercícios aeróbios como correr e fazer jogging são os mais indicados. No senso comum, quem busca a corrida procura emagrecer, mas tem de estar atento também para a balança, pois para alcançar este objetivo, a média de quanto você come tem de estar condizente com o quanto você gasta. Para o servidor público federal Sérgio Carvalho (51), a corrida passou a fazer parte do seu cotidiano há pelo menos 20 anos, quando passou a sentir-se insatisfeito com o seu peso, procurou academias e iniciou o processo balanceado: academia +

alimentação. Desde então, a corrida faz parte de sua vida como uma forma prazerosa de relaxar. “As atividades dentro da academia são uma obrigação, Correr para mim não é fi car na esteira, tem que ser ao ar livre, é o meu momento relax.”

A PRáTICA: SAIBA ONDE VOCÊ ESTá PISANDOSegundo o profi ssional de educação física, especialista em treinamento desportivo, Antônio Elivan Júnior, existem vantagens para a prática desses exercícios. O primeiro é não precisar de qualquer aparato, além de um tênis específi co para corrida, com bom amortecimento (na compra do mesmo, avalie também o conforto, a estabilidade, a fl exibilidade, a leveza – e o preço, claro). O segundo é a facilidade em encontrar um espaço, qualquer ambiente plano favorável está valendo, e o terceiro é a independência garantida. O praticante pode administrar o exercício de acordo com sua capacidade, o que implica no conhecimento do próprio corpo. E, além de todas essas vantagens, ainda há a possibilidade de se convidar uma companhia agradável.Elivan alerta para a importância de estar atento a sua

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O ex- analista de sistemas, Hamilton Nogueira, 37, se defi nia como uma pessoa chata, metódica, burocrata, ranzinza e infeliz. Acima do peso, não vivia sem relaxantes musculares e remédios para dor de cabeça. Esporadicamente, corria 20 minutos, mas nada que trouxesse prazer. Depois de terminar a faculdade de jornalismo, virou a mesa e se permitiu sete meses de férias, que aproveitou lendo, nadando e correndo.As férias acabaram, chegou a hora de voltar ao batente, mas agora engajando no jornalismo. Hoje, ele escreve o Blog “Tempo de Correr”, que traz notícias para os desportistas e é sucesso entre o meio. Depois da guinada, Hamilton afi rma que a corrida ultrapassa a simples vontade de manter uma relação com o esporte. Muito mais que saúde, muito mais que corpo, a corrida é também cidadania, é ter tempo (que normalmente não se tem, dentro do carro) de olhar para a cidade, de vivenciar a cidade, que é a casa da sua casa.

freqüência cardíaca. O recomendado é que quem queira praticar esteja com todos exames em dia. No entanto, o educador físico também ressalta que, sem o acompanhamento profi ssional, podem existir algumas desvantagens, o indivíduo atinge apenas o condicionamento cardiorespiratório, dos quatro componentes necessários ao condicionamento físico geral: condicionamento cardiorespiratório, força, fl exibilidade e resistência muscular.Elivan aconselha para quem quer começar a correr, uma caminhada de 30 minutos em ritmo acelerado, três vezes por semana. “Nesse caso, você deve atingir 75% da sua frequência cardíaca máxima. Depois aumente o volume para cinco vezes por semana, com duração de 30 minutos. No segundo mês de treino, aumente o tempo para 45 minutos por dia. O próximo passo é intercalar caminhada e corrida

pelo mesmo período de tempo, mas respeitando seu limite de frequência cardíaca”.Para quem já é iniciado na corrida, o desafi o é aumentar a resistência, fazendo um exercício mais puxado pelo menos uma vez na semana: “Não existe mistério, a resistência vai aumentando com o incremento no volume do treinamento. Se você se prepara para corridas de cinco quilômetros, realize algumas mais longas, de oito a dez quilômetros. Se treina para provas de dez quilômetros, faça de 12 a 15 quilômetros”.

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Costas: Precisam fi car alinhadas com a cabeça, o pescoço, os ombros e os quadris. O troco deve estar ligeiramente inclinado para frente, quando o objetivo é ganhar velocidade.

Braços:Os cotovelos devem estar fl exionados formando um ângulo de 90 graus, com o punho relaxado, a fi m de ajudar no equilíbrio e na impulsão para a frente

Abdômen:Nem completamente relaxado, de maneira a entortar as costas, nem totalmente contraído, porque aí o corpo fi ca tenso e o movimento, prejudicado. A barriga levemente contraída ajuda a endireitar a região lombar e a esticar as costas, tornando o movimento mais efi ciente.

Joelhos:Cada vez que a perna é lançada para trás, dobre os joelhos. Assim, você compensa a sobrecarga que a articulação sofre a cada contato com o chão e previne traumas por esforço repetitivo.

Pés:Não importa o tipo de pisada, o movimento deve ser sempre o mesmo: toque o chão primeiro com o calcanhar, transfi ra o peso do corpo para a planta do pé e, por último, para os dedos, dando impulso para o passo seguinte.

Correr, caminhar, fazer cooper ou jogging, qualquer que seja o nome ou a necessidade, esse é o mais democrático dos esportes e, para garantir um exercício efi ciente e seguro, o corpo todo precisa estar em sintonia, com cada parte na posição correta e realizando movimentos sincronizados. Veja como:

Tudo no lugar

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Marcante nos anos 70, a calça jogging fez a cabeça de muitas mulheres (e também dos homens) por sua silhueta que acentua a cintura e pelo conforto que proporciona.

Saída das academias, a característica singular de estrutura desta peça faz com que ela consiga agregar um ar de desleixo ao look mais chique, sem perder a classe.

Hoje, reinventada pelas tendências da temporada, ela aparece nas mais diversas formas: descontraída, oversize, minimalista, em jeans, malha, tecidos planos e até em materiais diferentes, como vinil e couro. Porém, todas estas transformações não fazem o clássico “jogging + jaquetinha ou casaquinho” sair de cena. O conjunto está entre as combinações mais elegantes da estação.Hoje, graças ao turbilhão de informações de moda, existem várias formas de compor looks com sua calça jogging, como, por exemplo: com um tênis surrado para um ar mais vintage, uma bota cano curto militar bem derrubada para um estilo mais boho, um par de ankle boots para um estilo mais fashion e até mesmo pantufas para brincar de geek, tudo é permitido, basta ousadia e mente bem aberta!

CALÇAJOGGING

Por Edmar Mendes

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ALFHAVILLE DOg:

CUIDANDO DE SEUAMIGO COMAMOR ESERIEDADE

As schnauzers Bebel e Jully

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Mais do que qualquer outra espécie, os cães são os preferidos dos seres humanos quando se trata de escolher um animal

de estimação. A natureza sociável, a facilidade de comunicação e a fi delidade que dedicam a seus donos são alguns dos motivos pelos quais o homem costuma ter, há milhares de anos, a companhia canina, estabelecendo com ela uma relação íntima e bem particular. Não é nenhuma novidade dizer que o cão é, muitas vezes, considerado um dos membros da família. Diferente da relação entre humanos, o cão oferece uma amizade simples, sem discussões ou cobranças, e dispensa palavras para a comunicação, muito mais afetiva. Ele consegue expressar o que precisa (seja a necessidade de água, comida, afagos, passeio ou até um brinquedo específi co) de forma simpática e quase sempre inconfundível para os humanos que se dispõem a entender sua “linguagem”. E ainda é capaz de perceber nossas emoções, oferecendo sua companhia silenciosa, afetiva e incondicional para momentos de tristeza, se tornando, assim, o amigo ideal. Não é à toa que a interação entre bichos e homens tem gerado histórias como a de Narriman Borges (foto), que ao tratar de proporcionar cuidados especiais para seus cães, resolveu oferecer o serviço também a outros humanos preocupados com seus amigos caninos. O amor pelos animais foi a base para a iniciativa profi ssional que resultou na criação do pet shop exclusivo (hoje com três lojas) e do hotel cinco estrelas Alphaville Dog.

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UM HOTEL MUITO ESPECIALNascida em Goiânia (Goiás), Narriman é pedagoga e conta que desde criança, sentiu o apelo afetuoso para com os bichos: “Sou bisneta de índio, e acredito que vem daí esse meu apego. Toda a minha família, aliás, gosta muito de animais e sempre procuramos estar em contato com eles”, afi rma, com um sorriso de quem está realizada com o trabalho que faz. O começo, porém, nem sempre foi fácil, como ela mesma explica: “Me chamaram de louca quando busquei parceiros para realizar uma festa temática para cães. Fui chamada de ridícula e, mesmo a despeito disso, essa festa está sendo realizada há dez anos”, afi rma, salientando ainda que a idéia de abrir o hotel surgiu de sua própria necessidade, quando tinha de viajar de férias para Goiânia a fi m de visitar a família. Visto que Fortaleza ainda não dispunha de hotéis para cães, ela tomou adecisão de montar o empreendimento pioneiro no gênero, em um terreno de 2 mil metros quadrados, no bairro Água Fria. A partir daí, Narriman buscou se especializar em hospedagem e comportamento animal, participando de feiras e visitas técnicas a vários países. E sua formação trouxe retorno: atualmente, o Alfhaville Dog é um dos maiores complexos para cães na região Norte/Nordeste do Brasil. Já são três lojas em Fortaleza, especializadas em cães e gatos. O hotel, por sua vez, é composto por 45 canis individuais, 5 parques para recreação, serviço de busca-entrega, adestramento, telefone 24 horas, pet shop, banho e tosa. Além disso, oferece os serviços de spa para emagrecimento, recreação, creche e day care.Para o cão se hospedar no hotel, porém, é preciso

que esteja com todas as vacinas em dia, e tenha sido tratado contra pulgas e carrapatos. Se o animal for idoso, o proprietário também precisa assinar um termo de responsabilidade. Mas Narriman sabe que o bem estar de seus “clientes” não é resultante apenas do cuidado em preservar a saúde física, por isso ressalta o cuidado em oferecer muita diversão aos hóspedes: “Essa é uma de nossas principais preocupações, para que eles não sintam falta de seus proprietários”. O day care é procurado quando os proprietários têm dia de dedetização em casa ou algum tipo de conserto a ser feito, como encanamentos, e preferem colocar os cães em contato com outros, em lugar de deixá-los sozinhos. O sistema de creche, por sua vez, funciona de segunda a sábado, exatamente como um sistema de creche para crianças (os cães entram de manhã e saem no fi nal da tarde, alimentados e limpos). Já o spa oferece ração light, acompanhamento veterinário e exercícios, ou melhor, muitas brincadeiras.

O amor pelos animais foi a base para a iniciativa profi ssional que resultou na criação do pet shop exclusivo (hoje com três lojas) e do hotel cinco estrelas, o Alphaville Dog

“”Narriman Borges

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O entendimento entre cães e humanos, embora pareça tão perfeito, na verdade levou milhares de anos para se aprimorar, e implicou em um longo processo de aproximação. A prova mais antiga dessa amizade é uma mulher enterrada com seu cão, encontrada em Israel, que data de 12 mil anos atrás. A domesticação, entretanto, se iniciou muito antes, há cerca de 100 mil anos, quando os ancestrais do homem passaram a dar abrigo aos fi lhotes de lobos que rondavam as áreas nas quais costumavam se instalar. A aproximação entre homens e cães, que hoje se caracteriza mais pela afetividade, tinha inicialmente um caráter puramente utilitário: em troca de comida, o cão ajudava na proteção das tribos e também na caça. É provável que os animais que se adaptaram melhor ao convívio humano tenham conseguido mais chances de sobreviver e de gerar descendência, acompanhando o homem através dos séculos. Nesses séculos, a relação entre ser humano e cão foi evoluindo para uma amizade singular, com laços de companheirismo cada vez mais fortes.

Uma amizade milenar

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A empresária Gabriela Correia explica que vê no hotel uma forma de fazer com que seu cão não sofra tanto com a distância física: “O Alfhaville cria um ambiente de proximidade. Narriman pede até mesmo para que se deixe uma peça de roupa com o cheiro do dono, a ser colocada no local onde o animal vai dormir. Os cães são tratados por quem entende deles, como se fossem parte de uma família. É um tratamento diferenciado em Fortaleza e é o único lugar onde deixo meus animais de estimação.” A administradora Roberta Zenticinque, dona das schnauzers Bebel e Jully, usa os serviços do Alfhaville há mais de dez anos, e explica que esse cuidado especial é uma forma de retribuir o amor que recebe de suas “meninas”: “Os animais são o amor que é dado sem esperar nada em troca. É um amor verdadeiro. Trato minhas cachorrinhas como se fossem minhas filhas. Também acho importante que as crianças tenham animais de estimação, pois assim elas poderão crescer aprendendo a ter cuidado e a se preocupar mais com as pessoas, afinal, os animais são vida e também tem sentimentos”.Outro diferencial do Alfhaville são as festas temáticas organizadas em ocasiões como Carnaval, Páscoa e São João. A idéia não surgiu, entretanto, apenas para entreter nossos amigos caninos, mas a partir de ações voluntárias em instituições como o Lar Torres de Melo, promovendo encontros com os idosos. “Os cães tem um apelo afetivo muito grande. Eles dão afago, carinho, e trazem coisas muito positivas para as pessoas através desse contato”,

incondicionalRetribuindo

o amor

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explica Narriman.O “Arraiá dos dogs” foi o primeiro evento realizado dentro dessa proposta e, assim como os demais, teve caráter benefi cente. Com uma contribuição de 2 quilos de alimento não perecível, o dono paga sua entrada na festa e a arrecadação é revertida para instituições carentes que, por sua vez, emitem um certifi cado comprovando a doação. Nas festas, os donos brincam em barracas de dardos, argolas e pescarias e os brindes vão para os cães, que podem participar até mesmo de uma quadrilha, dançando com seus proprietários. E todos, humanos e cães, têm a possibilidade de conhecer novos amigos de ambas espécies. A incansável busca pela melhora dos serviços levou o Alfhaville Dog a fazer parte da Rede Pet, a primeira do Brasil montada em Fortaleza com o apoio do SEBRAE, que envolve capacitação de equipes por meio de profi ssionais renomados e eventos voltados para o segmento, no Brasil e no exterior. Narriman que, é claro, já se prepara para trazer mais novidades ao mundo pet, explica o que move o sucesso do empreendimento no qual conseguiu equilibrar razão e coração: a preocupação de que o relacionamento do homem com os animais seja o melhor possível, visando desde a saúde dos bichos até a tranqüilidade do dono, que sabe ter deixado seu amigo canino em um local seguro, onde será muito bem tratado.

SERvIÇO:

Endereço das lojas ALFHAvILLE:

Hotel Alfhaville DogRua NS 08, número110. água Fria Telefone:

(85) 3278-2334

Clínica e Pet ShopAv. Padre Antônio Tomás, número 2090

Telefones: 3224-9130 ou 3081-7379

Pet Shop ConceitoShopping Center Um

Av.Santos Dumont, 3130 Loja E Telefones: 3261-0088 ou 3021-0689

Roberta zenticinque e suas schnauzers Bebel e Jully

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