Revista Raízes

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107 ANOS TERIA HOJE MIGUEL TORGA QUE SEMPRE DEFENDEU O SEU REINO CARAS DA HISTÓRIA ENTREVISTA COM O CICLISTA BRIGANTINO RICARDO VILELA DESPORTO NOVE LOCALIDADES DURIENSES RECEBEM BIENAL DE GRAVURA CULTURA União e cooperação precisam-se no sector vitivinícola Nº 2 SETEMBRO 2014 MENSAL 2€ (IVA INCLUÍDO)

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O melhor de Trás-os-Montes e Alto Douro em Revista

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  • 107 ANOS TERIA HOJE MIGUEL TORGA QUE SEMPRE DEFENDEU O SEU REINO

    Caras da histria

    ENTREvISTA COM O CICLISTA BRIGANTINO RICARDO vILELA

    dEsPOrtO

    NOvE LOCALIDADES DURIENSES RECEBEM BIENAL DE GRAvURA

    CULtUra

    Unio e cooperao precisam-se no sector vitivincola

    n 2 Setembro 2014 menSal 2 (iva includo)

  • 2 Agosto www.revistaraizes.ptTelefone: 273 303 200 E-mail: [email protected]

    Campus de Santa Apolnia 5300-253 Bragana Portugal

    ipb.pt/portaldocandidato2 FASE

    Candidaturas

    at 30 desetembro

    2 FASECandidatura

    sat 30 desetembro

    2 FASECandidatura

    sat 30 desetembro

  • www.revistaraizes.pt Setembro 3

    Comeo este texto com um agradecimento muito espe-cial a todos que acolheram a RAZES em suas casas e nos ajudaram a promov-la. No podemos achar que este projecto editorial pode vingar sem o carinho dos trans-montanos. Ela nasceu para unificar, promover e dinami-zar a regio de Trs-os-Montes e Alto Douro. No descobrimos a plvora? No! Mas sabemos que po-demos construir uma comunicao sria baseada nas gentes, nas suas histrias e acima de tudo na identidade de uma regio muito rica. Por acreditarmos no nosso ter-ritrio e nas nossas potencialidades, que Torga denomi-nou de Reino Maravilhoso, no nos podemos simples-mente cingir to meditica desertificao do Interior.Trs-os-Montes e Alto Douro no ficar deserto, haver sempre gente ligada s suas razes que no aceitar o discurso dos pequeninos. Exalte-se a Nao e vamos apoiar o que nosso.Nesta edio abordamos dois temas que contribuem para enaltecer o orgulho transmontano. Falamos da his-tria do ensino superior, que tanto impacto econmico e cultural traz a Trs-os-Montes, que deixa marcas. Ex-alu-nos que criaram as suas empresas e hoje fazem parte de empresrios de sucesso a nvel nacional e internacional. Os rankings comprovam o quo se esforam as nossas instituies para estarem na linha da frente na captao de fundos comunitrios e investigao, apesar de todas

    as adversidades inerentes a uma regio do Interior.E porque estamos no ms de Setembro no podamos deixar de abordar o sector vitivincola, que d o maior contributo econmico regio. Quando falamos nos vi-nhos transmontanos e durienses remete-nos para tradi-es seculares que rodeiam as vindimas e a confeco dos mesmos. Fomos conhecer histrias de vindimadores que conhecem as vinhas como a palma das suas mos.O sector depara-se com problemas relacionados com os pequenos produtores que ainda no cooperam entre si e que enfraquecem assim a comercializao. Outro en-trave continua a ser a venda de vinho regional com lu-cros abusivos por partes dos restaurantes. No vivel, muitas vezes, pagar-se mais por uma garrafa de vinho, at de um produtor nosso vizinho, do que pelo prato de comida. O maior lucro deveria ser obtido pelo produto transformado. Gostaria de assistir com maior frequncia ao incentivo do consumo dos nossos vinhos por parte de quem serve mesa nestes espaos de hotelaria.A fraca distribuio acaba por pr tambm em causa o aumento desse consumo. A criao de uma rede de dis-tribuio poderia ajudar, mas, claro est, que um peque-no produtor no a poder assegurar por isso vamos con-tinuar a insistir naquele velho provrbio A UNIO FAZ A FORA.

    Ctia BarreiraDirectora

    Sou tranSmontana e?

    ED ITOR IAL

    Ficha tcnicaDirectora: Ctia Barreira ([email protected])Colaboradores: Marisa Santos, Brbara Matias e Roberto Afonso Cronistas: Antnio Salema, Vtor Pereira e Antnio MonteiroDesign e paginao: Hugo Reis ([email protected])Fotografia de Capa: Pedro Agostinho Cruz N Registo ERC: 126549 N Depsito Legal: 379565/14Tiragem: 5000 exemplares

    Propriedade/Editora: IDNTICODESTAQUE COMUNICAO, Lda.Av. 25 Abril Edifcio Cruzeiro Lote 17/18 Loja B5370-202 Mirandela - [email protected]: 278 257 407Impresso: LIDERGRAF - ARTES GRFICAS, S.ARua do Galhano, n. 15, 4480-089 Vila do Conde, Portugal

    A Razes alheia ao contedo da publicidade externa. A sua exatido e/ou veracidade da responsabili-dade exclusiva dos anunciantes e empresas publicitrias.

  • 4 Setembro www.revistaraizes.pt

    caRaS Da hiStRia O transmontano Miguel Torga que com poesia sempre defendeu a sua regio.

    OFciOS Da MEMRia Latoeiro de Vila Real trabalha por amor arte.

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    13

    ndice

    GEntE DE c A criadora da marca Parfois tem razes transmontanas. Conhea a histria de Manuela Medeiros, uma empresria de sucesso mundial.

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    O QUE SE PaSSa EM tRS-OS-MOntES Saiba que assuntos marcam a actualida-de da sua regio.

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    DESPORtOO atleta Mrio Trindade trouxe medalha de bronze para Trs-os-Montes.

    54ViticULtURaConhea as tradies que rodeiam as vindimas durienses. Anlise do sector com o presidente da CVRTM.

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    cULtURaNove localidades durienses acolhem ni-ca Bienal de Gravura.

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    Caras da Histria

    Miguel torgaVou falar-lhes dum reino maraVilhoso. embora muitas pessoas digam que no, sempre houVe e haVer reinos maraVilhosos neste mundo palavras do poeta transmontano

  • 6 Setembro www.revistaraizes.pt

    o hoMeM que noMeou trs-os-Montes o reino Maravilhoso

    Passaram 107 anos sobre o nascimento de Miguel Torga. Foi a 12 de Agosto de 1907 que nasceu em So Martinho de Anta (Vila Real). Nasceu Adolfo Rocha, filho de Fran-cisco Correia Rocha e Maria da Conceio Barros, uma famlia humilde transmontana. Anos mais tarde, quando comeou a escrever, escolheu o nome pelo qual ficou co-nhecido: Miguel Torga. Foi poeta, contador de histrias, trabalhou em fazendas de caf no Brasil, serviu em casas apalaadas, foi mdico e escreveu romances, peas de teatro e ensaios. Um homem de mil ofcios, cem por cento transmontano.

    Miguel Torga tinha apenas 10 anos, quando foi para a ci-dade do Porto servir de porteiro e moo de recados. Tra-balhava numa casa apalaada onde rigorosamente far-dado de branco fazia de tudo um pouco: regava o jardim, limpava o p, polia os metais da escadaria nobre e aten-dia campainhas. Mas a rebeldia do jovem falou mais alto e foi despedido um ano depois. Foi no Seminrio de Lamego que o escritor estudou Por-tugus, Geografia, Histria, Latim e ganhou alguma fami-liaridade com os textos bblicos. Ser padre no passava pelos sonhos de Torga e um ano depois de estar no semi-nrio comunicou a deciso ao seu pai. Passou alguns anos no Brasil, onde viveu com o tio que era proprietrio de uma plantao de caf. Este aperce-beu-se da inteligncia do sobrinho e pagou-lhe os estudos de medicina na Universidade de Coimbra.

    ser padre no passava pelos sonhos de torga e uM ano depois de estar no seMinrio coMunicou a deciso ao seu pai

    no passado ms de agosto celebrou-se mais um aniVersrio de miguel torga. o rebelde poeta transmontano que sempre defendeu as suas terras e as suas gentes.

  • www.revistaraizes.pt Setembro 7

    Ansiedade foi o primeiro livro de poemas publicado pelo transmontano. Tinha pouco mais de vinte anos quando deu incio colaborao na revista Presena, folha de arte e crtica, com o poema Altitudes. Em 1936, separou-se do ncleo da revista de que eram fundadores Jos Rgio e Joo Gaspar Simes, e criou, com Albano Nogueira, o Manifesto, Revista de Arte e Crtica: Procurvamos um ca-minho de liberdade assumida onde nem o homem fosse trado, nem o artista negado, defendiam, contra o indi-vidualismo dos presencistas. Nessa altura j comeara a publicar: Ansiedade (1928, ainda como Adolfo Rocha), Rampa (1930), Tributo e Po zimo (contos), ambos em 1931.

    Conta a histria e muitos transmontanos que privaram com Miguel Torga que era um verdadeiro rebelde, um eter-no inconformado diante dos abusos de poder e das injus-tias. Pela sua vida fora, estiveram sempre bem vincadas as suas razes transmontanas. Tambm a sua experincia enquanto mdico. Dividiu o seu tempo entre a medicina e a literatura. Depois da Revoluo de Abril de 1974, Torga surge na poltica para apoiar a candidatura de Ramalho Eanes presidncia da Repblica. No entanto, era avesso agitao e publicidade e manteve-se distante de movi-mentos polticos e literrios.Publicou mais de cinquenta livros ao longo de sessenta anos e foi vrias vezes indicado para Prmio Nobel da Lite-ratura. Casou com uma belga, Andre Crabb, viera para Portugal fazer um curso de Vero mas o poeta transmon-tano j no a deixou regressar sua terra natal. O casal teve uma filha, Clara Rocha. Viveram grande parte da sua vida na cidade de Coimbra, onde ainda hoje se pode visi-tar a casa de Torga.Em 1993 publicou o seu ltimo trabalho, dois anos depois o corao do poeta do Reino Maravilhoso deixou de bater. Hoje, em So Martinho de Anta ao lado da sua campa est uma torga plantada, em honra do poeta, que nosso.

    percurso literrio

    uM rebelde escritor que escreveu Mais de 50 livros

  • 8 Setembro www.revistaraizes.pt

    instituto politcnico de bragana revolucionou o nordeste transMontano

    Ensino supErior

  • www.revistaraizes.pt Setembro 9

    30 anos de ensino e histria

    o balano so mais de 19 mil diplomados e um lugar de topo nos rankings nacionais. fundado em 1983, o instituto politcnico de bragana (ipb) constitudo por cinco escolas, quatro no campus de bragana e uma em mirandela. passaram j 30 anos, nestas trs dcadas, centenas de estudantes, docentes e funcionrios fizeram desta instituio uma referncia no ensino superior.

    A actividade do IPB abrange uma vasta rea do saber e da tecnologia, nomeadamente, as artes, comunicao e multimdia, turismo, desporto e lazer, educao e a for-mao de professores, sade e proteco social, cincias empresariais e direito, cincias agrrias e recursos natu-rais e tecnologias.

    verificaram-se transformaes importantes, em termos de actividade econmica, na qualificao das pessoas, houve uma evoluo ao nvel da residncia, da concen-trao de pessoas que se tem verificado na cidade, que funciona hoje como um espao ncora relativamente ao espao envolvente. A qualificao dos recursos humanos outro nota positiva do ex-presidente que classifica o Ins-tituto Politcnico como uma das realidades mais impor-tantes das ltimas trs dcadas no distrito de Bragana.

    data que marcou a revoluo no ensino no nordeste transmontano: Nasce o Instituto Politcnico de Bragan-a. Tomava posse a primeira Comisso Instaladora. O pro-fessor Dionsio Gonalves presidia esta comisso. Hoje, 30 anos mais tarde, olha com orgulho para a instituio. Pode at dizer-se que foi a salvao do nordeste trans-montano. O IPB foi talvez o grande instrumento que os go-vernos tiveram para no desequilibrar mais o Interior. Hoje continuamos a sofrer de litoralizao de servios. Nem bom pensar: o que seria o Interior sem estas infra-es-truturas de ensino superior e de investigao aplicada?, questiona o professor Dionsio Gonalves. Hoje enaltece o trabalho da instituio e valoriza o facto de esta primar pela qualificao do pessoal docente.

    16 anos frente do municpio de bragana, o ex-autar-ca jorge nunes olha com carinho para a Instituio que no seu entender trouxe um impacto muito positivo no s para a regio como tambm deu o seu contributo ao Pas, visto que se trata de uma Instituio de dimenso na-cional, refere o ex-autarca. Para Jorge Nunes, que assistiu de perto ao crescimento da instituio e do seu impacto,

    28 DE JanEiRO 1983

  • 10 Setembro www.revistaraizes.pt

    as apostas na qualificao do corpo docente, internacionalizao e na inVestigao so as razes que colocam o ipb nos lugares cimeiros dos rankings nacionais.

    ipb d alMa ao interior

    O IPB consolidou a sua dimenso em cerca de 7 mil es-tudantes e concretizou a adequao ao processo de Bolonha atravs da oferta de cerca de uma centena de formaes de cursos de especializao tecnolgica, li-cenciaturas e mestrados. Actualmente, mais de metade do corpo docente do IPB possui doutoramento. Num universo que ultrapassa os 7 mil alunos, mais de 400 professores, 300 funcionrios, numa cidade com 23.500 habitantes o impacto tem que ser positivo, salienta o actual presidente do IPB. Sobri-nho Teixeira comeou por dar aulas nos corredores da Instituio, que hoje preside, e trabalha diariamente para o IPB ser uma referncia no ensino superior. Hoje, esta-mos a fazer um bom trabalho numa situao que mais difcil que a dos outros, j cheguei a propor a colegas de outros institutos fazermos um Erasmus de presidncias. Era bom eles virem aqui perceber quais so as dificulda-des, lana o desafio Sobrinho Teixeira. Acrescenta que o IPB visto como uma instituio de referncia a nvel na-cional em termos de qualidade, resilincia e capacidade de dar a volta ao sistema.

    Forte aposta na internacionalizao

    Conscientes que a internacionalizao um factor de diferenciao positiva entre instituies de ensino supe-

    rior, nos ltimos dez anos o IPB foi um dos politcnicos que mais promoveu a mobilidade acadmica em Portu-gal: mais de mil estudantes e professores em mobilidade transformaram a imagem desta escola.Actualmente, o IPB integra o Top 100 das instituies de ensino superior com maior recepo de professores e o Top 500 das instituies com maior recepo e envio de estudantes em mobilidade Erasmus. O IPB hoje em dia uma instituio multicultural, onde 10 por cento dos seus estudantes possuem nacionalidade no portuguesa. Ofe-rece a todos os seus alunos, nacionais e internacionais, uma oportunidade nica de estudar numa instituio criativa e inovadora e de desfrutar de um ambiente aca-dmico, cultural e de enquadramento paisagstico verda-deiramente nico.

    Ensino supErior

  • www.revistaraizes.pt Setembro 11

    Ensino supErior

    esact principal factor de desenvolviMento do concelho Mirandela

    A Escola Superior de Comunicao, Administrao e Tu-rismo (ESACT) de Mirandela a maior escola de ensino superior descentralizada do Pas. A sua histria remete para grandes lutas travadas entre o Instituto Politcnico de Bragana e o Ministrio da Educao para criar con-dies dignas, que esto hoje a um passo de ser conse-guidas com o novo edifcio que se encontra em fase de construo.A Escola surgiu, inicialmente, como um plo da Escola Superior de Tecnologia e de Gesto de Bragana mas trs anos depois adoptou uma estrutura autnoma, assumin-do o nome de Escola Superior de Tecnologia e Gesto de Mirandela. Com a reestruturao dos estatutos do IPB, aprovados em Dezembro de 2008, a Escola adoptou a designao de Escola Superior de Comunicao, Administrao e Turis-mo de Mirandela.O ex-autarca mirandelense, Jos Silvano, lembra o pe-rodo da implementao do ensino superior em Miran-dela, da fora e teimosia que foram necessrias para a sua concretizao. Quando abriu o IPB c foi na minha presidncia e muito se deveu, na altura, ao professor Dio-nsio Gonalves que, em conjunto com a Cmara Munici-pal, correu o risco de implementar um plo em Mirandela mesmo em instalaes que eram da prpria autarquia, conta Jos Silvano.A Cmara cedeu as instalaes melhores que tinha, onde ainda hoje se mantm parte da escola, no piso inferior do Auditrio Municipal. Jos Silvano recorda que mesmo

    depois de anos a fio de luta, a esact Vai ter noVas instalaes

    sem instalaes e autonomia prprias o plo de Miran-dela cresceu e teve uma evoluo exponencial. Quando no se esperava que atingisse os 300/400 alunos chegou ao milhar de alunos, o que fez com que se investisse cada vez mais na ESACT.

    apoios comunitrios do origem s novas instalaes

    O ensino superior em Mirandela o principal factor de de-senvolvimento do concelho e por esse motivo as foras uniram-se e a Cmara Municipal, juntamente com o IPB, conseguiram financiamento de fundos comunitrios para a construo das novas instalaes.O actual autarca, Antnio Branco, salienta o impacto econmico e cultural que a ESACT traz para Mirandela. preciso lembrar que a construo da ESACT o maior investimento que alguma vez foi feito em Mirandela em equipamentos pblicos. So cinco milhes de euros. um investimento estratgico porque ns temos 850 alu-nos que esto a estudar em reas de desenvolvimento que so inovadoras a nvel nacional como o curso de Design de Jogos Digitais. Temos outras reas que esto a ter uma boa sada profissional e mesmo com as dificulda-des que se verificam no sentido de captar alunos temos mantido esta estabilidade, refere o autarca.A Escola centra as suas valncias em trs reas estrat-gias, distribudas por nove cursos de licenciatura. Assim, nos domnios da Comunicao, Administrao e Turis-mo, o leque de oferta da Escola distribui-se pelos cursos de Gesto e Administrao Pblica, Informtica e Comu-nicaes, Marketing, Multimdia, Solicitadoria, Design de Jogos Digitais, Turismo e Guia Intrprete.

  • 12 Setembro www.revistaraizes.pt

    Mais ervas ganha Mercado internacional

    pioneira na gesto agrcola

    casos de sucesso

    ex-aluno do ipb cria explorao de erVas aromticas na regio

    quase 30 anos depois de frequentar o ipb ainda se sente prxima

    H 3 anos que Tiago Relhas, ex-aluno de Engenharia do Ambiente do Instituto Politcnico de Bragana (IPB), de-cidiu investir na regio e criar uma explorao de ervas aromticas.A explorao est sediada em Alfndega da F e j ex-porta para Espanha e Frana. O jovem de 33 anos faz um balano positivo do projecto e reala que o papel do IPB continua a ser muito importante. Alm da formao que adquiri, todo o desenho deste projecto foi feito no gabi-nete de empreendedorismo do Instituto, refere Tiago Re-lhas acrescentando que so desenvolvidas um conjunto de parcerias que optimizam o negcio das ervas. Ns abrimos a explorao ao IPB e eles desenvolvem um tra-balho de investigao. Depois cedem-nos gratuitamente

    Beatriz Cadavez Pilo fez formao no Instituto Politcni-co de Bragana (IPB) em 1985, o primeiro ano de existn-cia da Escola Superior Agrria.Hoje a tcnica responsvel pelo Centro de Gesto da Empresa Agrcola Vale do Tua, uma associao que pres-ta servios fundamentais aos agricultores da regio. Con-tabilidade, formao profissional, candidaturas a ajudas agrcolas, elaborao de projectos agrcolas, apoio s pequenas e mdias empresas, levantamento de parcelas com GPS e servio de aconselhamento agrcola so al-guns servios prestados.Beatriz Pilo considera que o bacharelato de Gesto da Empresa Agrcola, na altura, foi uma formao quase nica e graas proximidade que ainda hoje consegue manter com o Instituto possvel realizar uma srie de parcerias no desenvolvimento de alguns trabalhos.A tcnica superior decidiu continuar a investir na sua for-

    as concluses desses estudos que contribuem imenso para o desenvolvimento do projecto, sendo-nos aponta-do um caminho mais optimizado sempre com o objecti-vo de melhorar a nossa explorao e o nosso trabalho, reala o engenheiro do ambiente.O empreendedor terminou a formao acadmica no IPB em 2005 e ainda no tinha tido a oportunidade de trabalhar na rea. Com este projecto deixou o Governo Civil, onde trabalhava, e ainda criou mais trs postos de trabalho. So seis hectares de explorao, 3.5 em Alfn-dega da F e 2.5 no Vale da Vilaria que ainda no con-seguem dar resposta s solicitaes. Neste momento a MAIS ERVAS j est no mercado com uma linha de chs e ervas medicinais empacotados.

    mao acadmica no IPB e tirou um Curso de Estudos Especializados de Contabilidade, o que lhe permite ser Tcnica Oficial de Contas. Isto no um trabalho s meu mas sim da equipa toda do Centro de Gesto Vale do Tua. um conjunto de pes-soas que faz com que tenhamos este sucesso na nossa rea e nos servios que prestamos quer ao nvel da for-mao profissional quer ao nvel dos projectos de inves-timento, contabilidade etc., reala Beatriz Cadavez Pilo. O Centro de Gesto Vale do Tua nasceu em 1992 com o objectivo de ser uma estrutura inovadora na regio, com a misso de contribuir para o desenvolvimento sustenta-do da mesma, dotando os agentes do sector agrrio de formao adequada, promovendo tambm a inovao e o esprito empreendedor, a modernizao, a melhoria tcnica-econmica e o aumento do rendimento das ex-ploraes agrcolas dos seus associados.

    Ensino supErior

  • www.revistaraizes.pt Setembro 13

    ofCios da mEmria

    o fim da latoaria, acabou tudo

  • 14 Setembro www.revistaraizes.pt

    por aMor arteNos nossos dias encontrar um latoeiro no tarefa fcil.Que o diga o Sr. Jlio Ferreira, um dos nicos dois latoei-ros a trabalhar na cidade de Vila Real. Desde tenra idade que soube o que era o mundo do tra-balho. Comeou na latoaria com 9 anos. Hoje tem 69. Foi com o patro que aprendeu tudo o que sabe. No foi f-cil, pois o trabalho era muito exigente.A oficina onde trabalha actualmente a mesma onde aprendeu a sua arte. Foi-lhe deixada pelo patro antes de falecer.Viveu nica e exclusivamente da latoaria. E fazia de tudo, desde baldes a regadores, canecos, funis, amotolias, lampies, enxofradeiras, corredores para a farinha, assa-dores de castanhas, rocas para apanhar a fruta, jarros, e at bas que as senhoras compravam antigamente para levarem o enxoval.Agora ainda continua a produzir as mesmas peas mas em muito menor quantidade.H uns anos atrs toda a gente comprava os utenslios do dia-a-dia para a casa mas agora compram tudo em plstico, revelou o Sr. Jlio, com alguma tristeza. Hoje as pessoas compram artigos para uma recordao, por-que lhe faz lembrar a sua infncia, a casa dos pais ou dos avs, ou ento para decorar, e pouco mais, admitiu.

    Mesmo assim diz que ainda d para viver desta arte. O que lhe vale so os turistas estrangeiros, que no s no Vero, mas durante todo o ano, lhe compram muitas pe-as para levar para os seus pases.Jlio revela que se sente orgulhoso por ser fotografado por tanta gente que admiram o seu trabalho. Isto para os turistas uma relquia, ficam todos admirados e eu ponho-me logo todo bonito para eles, diz em tom de brincadeira.Quando lhe perguntmos a razo da diminuio das ven-das, a resposta veio de imediato. No tem nada a ver com as grandes superfcies. As pes-soas que preferem o plstico por ser mais prtico e mais barato, mas esquecem-se que esto a prejudicar o meio ambiente. Mas se por um lado a culpa do plstico, por outro, a crise tambm no ajuda. Este resistente da la-toaria diz mesmo que o povo vai ao mais fraco porque tambm ganha pouco.Tem duas filhas e netos mas ningum lhe quis seguir os passos. As filhas porque no um trabalho dito de mu-lheres. E os outros porque no se revem nesta forma de vida.Quanto mocidade, esses no querem trabalhar nisto porque sujam muito as mos, diz entre gargalhadas.

    agora j ningum quer isto, s querem computadores

    isto para os turistas uma

    relquia, ficam todos admirados e eu ponho-me logo todo bonito para eles

    ofCios da mEmria

    POR: MaRisa santOs

  • www.revistaraizes.pt Setembro 15

    Mas o sorriso foi-se embora rpido quando questionado sobre o futuro da latoaria. Jlio diz que o fim da latoa-ria, acabou tudo. Agora j ningum quer isto, s querem computadores, acrescentou com alguma tristeza.Outrora chegou a haver sete oficinas em Vila Real. O Sr. Jlio chegou a ter seis empregados. Hoje no tem ne-nhum. Mas se agora no tem porque impossvel pagar um ordenado a um funcionrio, a verdade que na altura em que a latoaria dava bem para viver, ningum quis con-tinuar naquela arte. J tive seis empregados, mas foram todos trabalhar para o Estado, uns foram para polcias, outros para frica e ningum se interessou por isto, re-velou.O trabalho de latoeiro no fcil, pois requer muita pre-ciso, sabedoria e empenho. Mas o Sr. Jlio no baixa os braos, nem to pouco desiste. Todos os dias s 5 da manh j est na oficina a fazer aquilo que mais gosta, o que o faz verdadeiramente feliz. Se na altura no teve ou-tra escolha, hoje diz que no trocava a sua profisso por qualquer outra, independentemente do dinheiro que pu-desse ganhar. No me imagino a fazer outra coisa. Isto para mim representa tudo porque foi sempre a minha vida, e s vou sair daqui quando morrer. E foi com estas palavras que terminmos a agradvel conversa com este que um dos ltimos latoeiros de Vila Real.

    s Vou sair daqui quando morrer

  • 16 Setembro www.revistaraizes.pt

    artigo dE opinio

    A comunicao entre os vrios grupos profissionais defi-nem um novo mapa das provncias e regies em Portu-gal. o que demonstra um estudo de investigadores do MIT, dos EUA que acabou de ser publicado na Technology Review (www.smart.welcomeportugal.org).Neste estudo, e atravs de representao grfica, re-velado o rasto das mltiplas comunicaes entre os diferentes pontos do territrio continental de Portugal, originando novas fronteiras baseadas na interao social e econmica como, por exemplo, a origem e destino de telefonemas e envio de dados.O que salta de imediato vista que as Beiras e Extre-madura aparecem juntas, assim como o Alentejo e o Al-garve. Lisboa surge sem a Margem Sul enquanto a rea metropolitana do Porto chega a Braga. As regies do Minho e Trs-os-Montes e Alto Douro surgem isoladas e bem definidas com pequenas alteraes de pormenor.Esta realidade das comunicaes confirma que h ainda diversas fronteiras dentro da Regio Norte e que, naturalmente, so os prprios residentes e profissio-nais das respectivas regies que se encarregam de des-montar tanto os planos de unio e grande regio, por exemplo, no sector turstico, como as concretizaes de diviso administrativa com a criao de trs Comunida-des Intermunicipais em Trs-os-Montes e Alto Douro, por exemplo.Estes dados do MIT revelam, no caso dos transmonta-nos, que estes comunicam exaustiva e preferencialmen-

    te com outros transmontanos, sejam eles brigantinos, barroses ou durienses.Abrem-se as portas a diversas interpretaes e a outras tantas reflexes. Por exemplo no sector do Turismo. Recentemente esteve em Portugal o Presidente do Salo Internacional do Turismo da Catalunha, uma autoridade mundial, que revelou em 2005 dez mandamentos para o sucesso na promoo turstica de um destino.O primeiro mandamento diz que o investimento em promoo turstica inversamente proporcional, ou seja, no pela quantidade de milhes que se gastam que surgem os benefcios, antes pelo contrrio.J o quarto mandamento, segundo Raimon Fraile, refere que h que fazer pouca publicidade e muita promoo, o quinto diz que preciso segmentar produtos no desti-no e o sexto segmentar produtos na origem. O stimo mandamento diz que o produto prima sobre o destino. O ltimo mandamento, segundo o fundador do Turismo de Barcelona, dita que o Turismo economia ou seja, no meio da crise, o nico sector capaz de gerar riqueza, no apenas econmica, mas riqueza social com a gera-o de postos de trabalho.Num prximo texto voltarei ao tema, para j, e olhando para os mapas do MIT, posso concluir que h uma regio Norte em que as sub-regies no comunicam entre si. A boa notcia que sim, para c do Maro ainda mandam os que c esto.

    os fluxos de coMunicao e os MandaMentos do

    turisMo

    Vtor pereiraDurante 20 anos foi jornalista, hoje empreendedor envolvido em projectos relacionados com a inovao tecnolgica em sectores como o turismo, as cidades e os territrios.Blogger em Portugal, Holanda, inglaterra, EUa, Canad e Espanha.

    Vtor pereira

  • www.revistaraizes.pt Setembro 17

    gEntE dE C

    criadora da Marca parfois transMontana

    maria manuela de medeiros pereira soares nasceu na cidade do porto mas as razes so transmontanas. a sua famlia natural de Valpaos, distrito de Vila real. a criadora da marca de malas, calado e acessrios de moda que faz sucesso por todo o mundo sempre esteVe ligada aos tx-teis e moda. razes contou um pouco do seu percurso profis-sional e a sua ligao com as terras trans-montanas.

  • 18 Setembro www.revistaraizes.pt

    porqu parfois?

    A Parfois, com o formato que hoje tem, nasceu em mea-dos dos anos 80 e surgiu para dar resposta a uma ten-dncia a despontar em Portugal, a procura crescente dos acessrios de moda.

    A primeira loja Parfois nasceu no Porto na Rua de San-ta Catarina em 1985.Hoje so mais de uma centena pelo pas e cercas de 400 no estrangeiro, espalhadas um pou-co por todo o Mundo.Manuela Medeiros sempre esteve ligada aos txteis e moda. Comecei por trabalhar numa grande empresa do sector, depois criei a minha prpria marca e o negcio que ainda hoje mantenho e dirijo, conta a criadora.

    Qual o segredo do sucesso? Como se gere um empreen-dimento destes?No h propriamente um segredo, a Parfois no uma empresa tecnolgica. O que conseguimos fruto de mui-to trabalho, rigor e competncia e tem como objectivos captar novos clientes e fidelizar os existentes. A gesto cada vez mais complexa medida que a empresa cresce quer em volume de negcios, pases, lojas e colaborado-res. S possvel atravs de recursos humanos cada vez mais qualificados e motivados, explica a empresria.

    A criadora da marca explica a escolha de um nome fran-cs para a linha de acessrios de moda. Uma marca por definio algo de intangvel que tem de despertar a curiosidade e os sentidos dos consumidores. No tem que ter qualquer racionalidade ou estar ligada um deter-minado conceito. Portanto a resposta sua pergunta : Porque no Parfois?.

    ComeCei por trabalhar numa grande empreSa do SeCtor, depoiS Criei a minha prpria marCa e o negCio que ainda hoje mantenho e dirijo

    Sem qualquer imodStia aCho que herdei aS CaraCterStiCaS doS noSSoS tranSmontanoS Como a perSeverana, a reSilinCia e a CapaCidade de enfrentar a adverSidade. o que tem Sido uma grande ajuda quer na minha vida peSSoal Como profiSSional

    gEntE dE C

  • www.revistaraizes.pt Setembro 19

    sangue trans-Montano nas veias

    parfois eM trs-os-Montes e alto douro

    Malas vendidas por todo o Mundo

    Sem qualquer imodstia acho que herdei as caracters-ticas dos nossos transmontanos como a perseverana, a resilincia e a capacidade de enfrentar a adversidade. O que tem sido uma grande ajuda tanto na minha vida pes-soal como profissional, assim descreve Manuela Medei-ros as suas razes transmontanas. Mantm uma ligao forte com Valpaos. Sempre que posso venho c, com alegria na chegada e tristeza na partida, refere emocio-nada. O estado da sua regio preocupa-a, a desertificao do interior fruto do envelhecimento e das migraes inter-nas e externas pode e deve ser combatido e no ser con-siderado uma inevitabilidade.

    Vila Real, Chaves, Bragana e Mirandela so os pontos de venda na regio. A criadora est aberta a considerar no-vos pontos de venda sempre que se verifiquem as condi-es necessrias para tal.A Parfois uma marca com notoriedade e lder do sec-tor em Portugal e tal s foi possvel graas fidelidade e preferncia dos seus clientes e nomeadamente das mu-lheres, salienta Manuela Medeiros.Orgulhosa do o seu percurso profissional debate-se dia-riamente com o desafio de fazer cada vez mais e melhor. A transmontana deixa, no entanto, a promessa: Penso que no caso da Parfois partilho do lema de que o Mundo o limite...

    Frana, Espanha, Reino Unido, Alemanha, as lojas Par-fois esto espalhadas um pouco por todo mundo. Mundo que se pode intitular de encantado para o sexo feminino. Ma-las, carteiras, brincos, anis, pulseiras, relgios, culos de sol, sapatos e len-os. Manuela Medeiros confessa que uma apaixonada por moda, o que influencia muito a sua vida profis-sional. Desde que me co-nheo que vivo com intensidade e paixo o mundo da moda. No admira, portanto, que tudo o que diz respeito a este mundo no me seja estranho.

  • 20 Setembro www.revistaraizes.pt

    FICHA DE ASSINANTECliente

    Morada

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    NIF Telef. Telm.

    Nacional - 30/ano Internacional - 45/ano

    Para efectivar a sua subscrio dever efectuar uma transferncia bancria para o NIB: 0018 0003 372349 94020 29 ou IBAN: PT50 0018 0003 37234994020 29 / BIFT: TOTAPTPL com o valor correspondente subscrio escolhida e enviar o comprovativo para [email protected] ou enviar cheque ou vale postal para: Av. 25 Abril Edifcio Cruzeiro, Lote 17/18, Loja B, 5370-202 Mirandela, juntamente com a ficha de assinante

  • www.revistaraizes.pt Setembro 21

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    O que se passaem trs-Os-mOntes

    Integrado nas Festas de S. Bartolomeu, a Freguesia de Bilh acolheu o j tradicional Concurso Pecurio da Raa Maronesa. Este j considerado o mais im-portante e tradicional concurso de gado da regio. Toda esta fama tem atrado concorrentes e aprecia-dores desta raa. O nmero tem vindo a aumentar todos os anos. A concurso estiveram mais de 5 mil euros, distribudos por sete categorias de gado. In-centivar e fomentar a actividade pecuria na regio, bem como premiar a qualidade dos animais autc-tones, foram os principais objectivos do evento que contou com o apoio da autarquia de Mondim de Basto, da Associao de Criadores do Marons e Ins-tituto de Conservao da Natureza e Biodiversidade.

    O Municpio de Torre de Moncorvo entregou 20 equipamentos de proteco individual de combate a fogos florestais corporao local de Bombeiros Voluntrios. Os fatos conferem proteco ao corpo do utilizador. Foram fabricados em Portugal, so cer-tificados e os nicos que cumprem todas as normas legalmente exigidas. Este novo fardamento permite melhorar as condies de segurana dos bombeiros moncorvenses e dar uma resposta mais eficaz na proteco e combate a fogos florestais. A equipa dos Bombeiros Voluntrios de Torre de Moncorvo estreou o novo equipamento, no hastear das bandeiras aquando das Festas da Vila e do Con-celho.

    a raa Maronesa esteve a concurso eM bilh

    equipaMentos de proteco entregues aos boMbeirosbilh voltou a destacar a raa Maronesa

    no tradicional concurso pecurio que j considerado dos Mais iMportantes da regio

    este novo fardaMento perMite Melhorar as condies de segurana

    MondiM de Basto torre de Moncorvo

    o quE sE passa Em trs-os-montEs

    fOtOgRafia DE lUs lOPEs

  • 22 Setembro www.revistaraizes.pt

    precisa-se Mais uM cais fluvial

    praia da ribeira: uMa das Maravilhas do azibo

    carrazeda de ansies Macedo de cavaleiros

    Rio Douro acima, so cada vez mais os turistas que se passeiam de barco entre o Porto e Barca D`Alva. Mas este fluxo de pessoas pelo Douro, Patrimnio da Humanidade, no tem trazido mais-valias a todos os municpios ribeirinhos. Carrazeda de Ansies, no distrito de Bragana, j reclamou a construo de um cais fluvial e o melhoramento do da Senhora da Ribeira, para que permitam atracar as embarcaes e deixar que os turistas usufruam do patrimnio, cul-tura e gastronomia do seu concelho.

    eMbargo na rssia prejudica exportaes de carne Mirandesa

    Miranda do douro

    O embargo da Rssia aos produtos agro-pecurios ocidentais fez diminuir a exportao de subprodutos de carne bovina mirandesa. A preocupao vem da Cooperativa Agrcola Mirandesa, que j exporta para pases como Angola, Dubai e Frana. Ter agora que encontrar novos mercados para compensar este em-bargo que estava a revelar-se promissor. O Solar da Raa Mirandesa, que engloba os conce-lhos nordestinos de Miranda do Douro, Vimioso, Mo-gadouro, Bragana, Macedo de Cavaleiros e Vinhais dispe de um efectivo pecurio de cerca de 4000 vacas.O mercado para esta raa, que j esteve em vias de extino, est em franco crescimento. Da que, para satisfazer as necessidades externas, ser preciso au-mentar o efectivo de animais e de criadores.

    A praia da Ribeira, integrada na paisagem protegida da Albufeira do Azibo, uma das concorrentes s 7 maravilhas praias de Portugal. E predicados no lhe faltam: tem espaos verdes, tem um grande areal, riqueza paisagstica e biol-gica e oferece aos seus frequentadores inmeras actividades e recursos para dias bem passados. A praia da Ribeira proporciona espaos relvados com sombras refrescantes e muito sol no seu areal.E para quem no molha o p em gua fria, fica a dica mais importante: a gua atinge normalmente uma temperatura acima dos 24 graus superfcie, durante o Vero.

    pedra por pedra, foi Mudado o santurio de santo anto

    alfndega da f

    Para no ser afogado pelas guas da Barragem do Sabor, o Santo Anto da Barca foi obrigado a subir cerca de um quilmetro do stio onde foi construda a sua capela. Fica agora no cimo de uma colina, no local conhecido como stio do Rebento. Tal como o nome indica, Santo Anto da Barca tem uma ligao ao rio que no pode ficar esquecida. Para completar o Santurio, falta a praia fluvial que existia no antigo e que faz parte dos compromissos da EDP. O novo santurio dispe de um restaurante, alojamento local e um pequeno museu. Por resolver continua o problema do acesso ao santurio, que no funcional, e que foi feito pela Ascendi, a concessionria do IC5, uma das novas es-tradas transmontanas que atravessa o concelho de Alfndega da F. A albufeira da barragem do Sabor, no concelho vizi-nho de Torre de Moncorvo, dever comear a encher definitivamente em breve.

    o quE sE passa Em trs-os-montEs

  • www.revistaraizes.pt Setembro 23

    No mesmo dia, 29 de Agosto, Mirandela e Bra-gana viram ser inauguradas pelo Secretrio de Estado da Segurana Social, Agostinho Branquinho, as suas Unidades de Cuidados Continuados. Estas UCCs vo disponibilizar 70 camas, 40 em Bragana e 30 em Mirandela, para quem continua a necessitar de cuidados depois da alta hospitalar. A unidade de Bragana, a maior do distrito e pertena da Santa Casa da Misericrdia local, comeou a funcionar e a receber os primeiros utentes no dia 8 de Setembro. As camas que ficam de fora do acordo com a segurana so-cial, 32, podero vir a ser disponibilizadas pon-tualmente a cidados que caream da sua uti-lizao. Claro que, com menos camas a serem utilizadas, os postos de trabalho que estavam inicialmente previstos tambm sofreram um ajuste. Dos 60 funcionrios, s sero admi-tidos cerca de 50 trabalhadores. Para apoiar o funcionamento desta Unidade, a Cmara de Bragana vai disponibilizar 100 mil euros anuais Misericrdia at 2017.Em Mirandela, A Unidade de Cuidados Con-tinuados (UCC) Joo Paulo II pertena da

    Santa Casa da Misericrdia de Mirandela, des-de do dia 16 de Maio de 2013, est situada no quarto piso do Hospital Terra Quente S.A. e encontra-se totalmente equipada e pronta a entrar em funcionamento h mais de um ano. Apenas agora viu estabelecidos acordos com a Segurana Social que permitem comear a receber doentes dentro desta valncia. Tam-bm aqui o nmero de camas disponibiliza-das ficou aqum das existentes. Esta unidade disponibiliza dez camas destinadas a doentes que necessitem de cuidados de mdia dura-o e reabilitao, e 20 camas para longa du-rao e manuteno. A inaugurao destes dois equipamentos vai evitar que os doentes da regio tenham que ser colocados em UC-Cs que, por vezes, distam centenas de quil-metros de suas casas. No distrito de Bragana existem ainda unidades integradas na rede nacional de cuidados continuados em Freixo de Espada Cinta, Mogadouro, Vila Flor, Miran-da do Douro, Macedo de Cavaleiros, Vimioso e Torre de Moncorvo.

    Mais de 6 Milhes e Meio de euros gastos eM unidades de cuidados continuados no distrito de braganaapesar dos Milhes gastos nestas valncias, apenas vo ser rentabilizadas parte das caMas que poderiaM estar disponveis. eM teMpos de austeridade, o governo abanou Mais uMa vez coM a bandeira da crise e no estabelece acordos suficientes que conteMpleM os Meios disponveis.

    Bragana e Mirandela

    o quE sE passa Em trs-os-montEs

    Curiosidade

    A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), um novo modelo organi-zacional criado pelos Ministrios do trabalho e da Solidariedade Social e da Sade. forma-da por um conjunto de instituies pblicas e privadas, que prestam cuidados continuados de sade e de apoio social. Estas novas respostas promovem a continuidade de cuidados de forma integrada a pessoas em situao de dependncia e com perda de autonomia.Os Cuidados Continuados Integrados esto centrados na recuperao global da pessoa, pro-movendo a sua autonomia e melhorando a sua funcionalidade, no mbito da situao de dependncia em que se encontra.

  • 24 Setembro www.revistaraizes.pt

    Este empreendimento, que vai custar cerca de 200 mil euros com comparticipao do PRODER em cerca de 60 por cento, partiu de um ex-emigrante que diz que este projecto a concretizao de um sonho com mais de duas dcadas.Esta ideia j me acompanha h mais de 20 anos. J tive o projecto aprovado h uns anos mas depois caiu porque no era con-siderado turismo mas eu insisti sempre at que consegui, conta Lus Esteves de 52 anos.Durante vinte anos que esteve emigrado na Sua sempre foi mecnico de automveis e por esse motivo sente-se como peixe na gua em relao aos karts.Apesar de ser natural e residente em Castedo, concelho de Moncorvo, distrito de Bragana, Lus Esteves, escolheu Mirandela para rea-lizar este investimento porque sempre teve

    um carinho muito especial por esta cidade Transmontana.Eu sempre gostei muito de Mirandela por-que quando vinha de frias aqui passava beira do rio com esta vegetao. Depois tive um grande amigo que era o senhor Gama (ex-presidente da cmara) que me apoiou mui-to, explica o empreendedor.Lus Esteves reconhece que um investimen-to de risco, tendo em conta o fraco poder econmico que assola a regio, mas j tem vrias solues para tentar cativar gente. Par-cerias com os municpios, associaes e es-colas da regio, so algumas delas e at est a pensar lanar um desafio aos 12 autarcas do distrito para uma competio entre eles.O kartdromo regional ter uma pista de 600 metros de extenso e fica situada junto ao aerdromo municipal.

    KartdroMo regional abre portas no prxiMo Ms

    a cidade do tua prepara-se para receber, eM outubro, uM KartdroMo coM 12 Karts, seis dos quais destinados s crianas.

    Mirandela

    o quE sE passa Em trs-os-montEs

  • www.revistaraizes.pt Setembro 25

    VitiCulturaEspECial

    fOtOgRafias DE PEDRO agOstinHO CRUz

  • 26 Setembro www.revistaraizes.pt

    VitiCultura

    teMpo de vindiMas j comearam as Vindimas na zona do douro. socalcos de Vinha que so agora pin-tados por gentes, que procuram nesta altura algum dinheiro extra. muitos deles andam nas Vindimas do douro desde criana. a razes foi quinta do Vallado em peso da rgua conhecer as histrias escondidas nestes socalcos.

    O sol j espreita na Quinta do Vallado, em Peso da R-gua. Somos recebidos por Paulo Rodrigues, caseiro nesta quinta h quase uma vida. Festejei aqui os meus 14 anos e pode dizer-se que daqui nunca mais sa, relembra en-quanto d orientaes equipa que comea a espalhar-se pelos valados a cortar uvas. Paulo Rodrigues tem 43 anos natural de Peso da Rgua e passou toda sua vida no Douro. Recorda as vindimas de

    antigamente. As uvas eram cortadas para cestos de ver-ga que depois carregvamos s costas at aos tractores. No havia estes socalcos, era vinha velha, trabalho muito duro, salienta o caseiro da Quinta.Um trabalho duro, mas este duriense nunca conseguiu abandonar estes valados inconfundveis banhados pelo rio Douro. Diz que no quis contas com os livros e sem-pre preferi a vinha, hoje sei que devia ter estudado mais. Tenho a 3 classe e quero muito que os meus trs filhos tenham um futuro melhor.

    equipa animada

    Valados abaixo o ambiente j bem animado, a equipa de 25 vindimadores segue num passo ligeiro, o dia vai ser longo e no h tempo a perder. Inicia-se assim um dia, que vai ser de oito horas a cortar uvas. Alm das tesouras, a boa disposio tambm essencial para esta equipa. Aqui a palhaa de servio sou eu. Olhe uma diz uma pa-lhaada daqui, outro diz uma palhaada dali e o tempo l se passa melhor, diz Gorete animada. Uma duriense que comeou a vindimar com a sua av quanto tinha oito anos. Conta que na altura no ficava um bago por apanhar, a vinha era velha, os cestos eram pesados e a sua av no era meiga no que tocava a trabalho. No nos deixava parar nem um minuto, era sempre andar e olhe que ramos mais felizes do que somos hoje, diz Go-rete com alguma emoo. Trabalha na Quinta do Vallado apenas nesta altura que sai tudo para a vindima. O po-bre, o rico, o magro, o gordo, toda a gente, refere alto e bom som pondo toda a equipa a rir. Equipa instalada nos socalcos, as caixas distribudas, co-mea a ouvir-se o barulho das tesouras. Neste dia ainda se colhem os brancos na Quinta do Vallado, nesta primei-ra fase tem 25 pessoas a trabalhar na vindima. Quando comearem a cortar as uvas tintas, sero entre os 40 a 50, mas a a propriedade recorre tambm mo de obra fornecida pelos empreiteiros agrcolas.

    07:30h

  • www.revistaraizes.pt Setembro 27

    PRODUTOR DO MS

    QUINTA DEARCOSS

    Promovemos Os Produtos Locais

    Travessa da Cocheira n. 53, 5370-347 MirandelaTlm. 278 259 058 [email protected]

    petiscos e vinhos regionais

    uma vida no vallado

    Aqui a quinta prima pelo rigor. Rigor este que vai desde a qualidade da uva prpria apanha. Estes vinhos so de grande qualidade por isso mesmo, explica-nos Maria Lucinda, funcionria desta quinta h mais de vinte anos. Trata o Douro por tu, de mos robustas e marcadas pelo rduo trabalho. Enquanto nos conta um pouco da sua histria, minuciosamente tira os bagos secos e podres. Fao isto com muito amor sabe. Sei que este vinho tem muita qualidade por tambm ter gente que trata muito bem estas vinhas. Trabalhei aqui a vida toda. Hoje j an-seio pela minha reforma mas de certeza que na altura das vindimas no vou resistir e vou voltar aos meus va-lados, sim porque tambm os considero meus, diz Maria Lucinda olhando para a quinta. As caixas ficam rapidamente cheias, os vindimadores avanam a bom ritmo. So muitos anos a cortar uvas, diz a animada Gorete enquanto canta umas cantigas mais antigas da poca das vindimas.

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  • 28 Setembro www.revistaraizes.pt

    hora de almoo na Quinta do Vallado. Almoo? Meni-na este trabalho dose. A esta hora comemos uma sopa, um peixinho frito, que hoje faneca, e ficamos prontos para aguentar at ao meio-dia, diz-nos Maria Rosa, outra vindimadora sazonal. sombra a equipa aproveita meia hora de descanso para retomar energias. Esta refeio para eles o primeiro almoo. As senhoras aproveitam para pr a conversa em dia e trocar at algumas receitas e ideias para o jantar. Os homens discutem o derby de futebol do prximo fim-de-semana.

    09:30hestmago composto, segunda parte

    O caseiro, Paulo Rodrigues d por terminada a refeio: Vamos l pessoal!. Os vindimadores comeam de novo a cortar as uvas valado a valado. As uvas vo sendo recolhidas por tractores, os vindima-dores seguem com seu trabalho que vai durar at ao fim do ms de Setembro. So levadas para a adega, hoje os ps so substitudos por mquinas que pisam rapida-mente toneladas de uvas.

    no Fim Faz-se a Festa

    No ltimo dia de vindima canta-se a Cano do Adeus, uma tradio de outros tempos. Gorete est encarregue de fazer durante a vindima umas quadras para no ltimo dia cantar a Francisco Ferreira, o responsvel da Quinta do Vallado. uma bonita tradio que felizmente no se perdeu. No ltimo dia faz-se um raminho de flores e entrega-se ao patro que nos d uma gorjeta e dividimos por todos. Come-se o lanche, diz-se uns versitos e olhe para o ano c estamos de novo, assim nos despedimos da vindima. As costas doem e preciso ir descansar que amanh s 7h30 hora de cortar uvas novamente. Fran-cisco Ferreira, um dos proprietrios desta propriedade perspectiva uma boa produo, seja em termos de quan-tidade como de qualidade. Esta uma uma das Quintas mais antigas e famosas do Vale do Douro, construda em 1716.Pertenceu lendria Dona Antnia Adelaide Ferreira e mantm-se at hoje na posse dos seus descendentes.

    VitiCultura

  • www.revistaraizes.pt Setembro 29

    PRESIDENTE DA COMISSO VITIVINCOLA REgIONAL DE TRS-OS-MONTES MOSTRA-SE OPTIMISTA EM RELAO AO FuTuRO DOS VINhOS TRANSMONTANOS. APONTA CRTICAS E DEIxA O ALERTA AOS PRODuTORES quE PRECISO uNIO. RAzES FEz uMA ANLISE DO SECTOR VITIVINCOLA NA REgIO

    franciscopavo

    EntREvista

    proMoo e unio precisaM-se no sector vitivincolaprodutores da regio precisam de se unir e criar a marca dos Vinhos transmonta-nos. o sector da restaurao tem que apoiar os Vinhos da regio. joVens deVem in-Vestir no sector. ideias partilhadas por francisco paVo, o presidente da cVrtm - a comisso VitiVincola regional de trs-os-montes.

    qual o estado do sector vitivincola na regio de trs-os-montes neste momento?Francisco Pavo (FP) - O sector vitivincola neste mo-mento atravessa as mesmas dificuldades que atravessa o pas. A regio de Trs-os-Montes est a crescer em ter-mos de produtores e engarrafadores, cerca de trs a qua-tro produtores por ano, o que d cerca de 10 por cento de crescimento anual. A crise europeia ou a crise mundial veio afectar o consumo de vinho, portanto as vendas tem vindo a diminuir. Tm sido feitos esforos nas aces de promoo e na produo dos vinhos, quer pela Comisso

    a ttulo institucional, quer tambm pelos prprios produ-tores e engarrafadores e pelas adegas cooperativas, que tambm tem feito muito esforo na produo dos seus vinhos. Por exemplo, temos dificuldade em encontrar os nossos vinhos transmontanos nos mercados. Temos feito algumas aces de demonstrao no sentido de que os vinhos sejam consumidos pela prpria regio, ns vamos a muitos restaurantes e encontramos vinhos do Alentejo, por exemplo, mais baratos que os vinhos transmontanos. Este um ponto a mudar.

  • 30 Setembro www.revistaraizes.pt

    VitiCultura

    qual a tarefa mais difcil de um produtor de vi-nho?FP - A tarefa mais difcil de um produtor promover o seu vinho. Temos excelentes vinhos em Trs -os- Montes, s que depois no conseguem sair da adega para fora. Po-demos ter o melhor vinho do mundo mas se ningum o conhecer ele nunca ir ter sucesso. Como que algum em Valpaos vai conhecer um vinho de Mirandela se as pessoas no se do a conhecer no aparecem em ne-nhum evento? Temos de investir muito nas aces de de-gustao e de promoo dos nossos vinhos.

    esse tem sido um dos trabalhos da Comisso vitivi-ncola regional de trs-os-montes? promover?FP - Temos feito convites a jornalistas que trabalham

    deveria existir uma regulamentao para a restau-rao no preo dos vinhos?

    FP - Efectivamente, o vinho na restaurao costuma estar a um preo exagerado. preciso fazer ainda mais aces de sensibilizao junto dos restauradores, para que per-cebam as vantagens de venderem vinhos da sua prpria regio. Se o produtor de c no precisam de comprar grandes quantidades, visto que podem facilmente ir bus-car mais quando terminar. Quando isso acontecer j tem dinheiro em caixa para comprar mais. O que acontece que as pessoas acabam por consumir mais cerveja e na hora de seleccionar um vinho vo escolher um que no transmontano porque mais barato. Temos vinhos de grande qualidade na regio, medalhados inclusive. Temos tido algum sucesso com os nossos vinhos, infe-lizmente pela nossa pequena dimenso, no temos tido a projeco que devamos. Temos o problema dos nos-sos vinhos ainda no serem muito conhecidos dentro da regio. O grande lema do Turismo de Portugal no v para fora c dentro? Nos vinhos transmontanos tem que acontecer o mesmo. Temos produto de qualidade, temos nome preciso promov-lo e temos que comear por aqui.

    o vinho na reStaurao CoStuma eStar a um preo exagerado. preCiSo fazer ainda maiS aCeS de SenSibilizao junto doS reStauradoreS, para que perCebam aS vantagenS de venderem vinhoS da Sua prpria regio

    temoS CondieS que permitem fazer vinhoS de exCelnCia. aS noSSaS CondieS ClimatriCaS, felizmente, poSSibilitam a exiStnCia de pouCaS pragaS e pouCaS doenaS. temoS uma regio imenSa que podemoS plantar e temoS CondieS para fazer vinhoS diStintoS em todo o mundo

    a tarefa maiS difCil de um produtor promover o Seu vinho. temoS exCelenteS vinhoS em trS -oS- monteS, S que depoiS no ConSeguem Sair da adega para fora. podemoS ter o melhor vinho do mundo maS Se ningum o ConheCer ele nunCa ir ter SuCeSSo

  • www.revistaraizes.pt Setembro 31

    na mesma aldeia e cada um compra as suas garrafas sem perguntar ao vizinho se as quer comprar com ele. dife-rente comprar cinco mil ou dez mil, pode reduzir custos e assim, podemos meter os vinhos no mercado a um preo mas baixos e dar-lhe mais potencial.

    Se um jovem aqui de trs-os-montes pensar a in-vestir num sector vitivincola recomendvel? um sector que est em crescimento?FP - Hoje em dia, felizmente, os jovens gostam cada vez mais de agricultura. Temos aqui na regio jovens agricul-tores com alguma dinmica e formao que os ajuda no desenvolvimento do seu plano de negcios. fundamen-tal ter um plano de negcios, sobretudo entendermos se temos potencial para lanar para o mercado um produto com qualidade. Esta regio conhecida no por produzir muito, mas por produzir com muita qualidade. preciso sangue novo no sector e unio.a Comisso vitivincola regional de trs-os-montes orienta esses jovens? FP - A Comisso d todo o apoio necessrio, e mesmo os outros colegas, os outros produtores, esto perfeitamen-te disponveis para lhes mostrarem adegas. Quem me-lhor do que um produtor para explicar e mostrar como est o sector e ns fazemos esse encaminhamento.

    E-mail: [email protected]

    Tlm.: 963 926 320

    VitiCultura

    com vinhos e eles tm vindo com alguma frequncia. Ainda h alguns meses tivemos c alguns de referncia nacional a provarem os vinhos transmontanos. A impren-sa j comea a despertar para os nossos vinhos, comea a espalhar-se a ideia de que Trs-os-Montes uma regio por descobrir. Temos condies que permitem fazer vi-nhos de excelncia. As nossas condies climatricas, felizmente, possibilitam a existncia de poucas pragas e poucas doenas. Temos uma regio imensa que pode-mos plantar e temos condies para fazer vinhos distin-tos em todo o mundo.

    as cooperativas funcionam? os produtores preci-sam de se unir para conseguir projeco no merca-do?FP Enquanto cada um trabalhar por si e para si o vinho transmontano no ganha projeco. Os produtores tm que se unir com as cooperativas ou sem as cooperativas, preciso que se unam numa estrutura que lhes facilite a venda e a promoo. A regio no tem uma associao de produtores e engarrafadores, a que tem no funcio-na, neste ponto de vista de agregao dos produtores, de cooperao real. Assistimos a uma cooperao irreal. Porque no podemos promover os vinhos transmonta-nos em conjunto? Temos por exemplo dois produtores

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  • 32 Setembro www.revistaraizes.pt

    VINHOS COM CORPO E AROMA DE

    TRS-OS-MONTES

    Quinta do Gago - Bairro Alto n 175430-272 Sonim - Valpaos

    Telm: 278 759 215 | Telm: 966 224 323Email: [email protected]

    A sede da Comisso Vitivincola Regional de Trs-os-Montes passou para a recm-inaugura Casa do Vinho, na cidade de Valpaos. Esto agora reunidas as condies para desenvolvermos e promovermos aces sobre v-rias temticas. Desde o tratamento da vinha, passando pela questo da adega, provas at promoo e co-mercializao. Faremos tambm aces de modo a ten-tarmos aglutinar, alocar os produtores e tentar uni-los, disse Francisco Pavo. A equipa da CVRTM conta com um laboratrio de anlises para os produtores de vinho e c-maras de provas de vinhos. A sede insere-se na Casa do Vinho, que desvenda a histria, as caractersticas e espe-cificidades dos vinhos da regio.

    nova sede da cvrtM na casa do vinho de valpaos

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  • www.revistaraizes.pt Setembro 33

    vinhodos Mortos o ex-libris de boticas e carto de Visita da localidade transmontana

    Quem prova no esquece o seu sabor. O facto de ser en-terrado apura as suas qualidades e torna-o especial. O Vinho dos Mortos passa por vrias fases, estas do ori-gem a um nctar nico.Tudo comea em Novembro com a plantao de novas castas nas encostas poentes de Boticas. Segue-se a poda em Fevereiro, aduba-se e cava-se a vinha, e dois meses depois feita a enxertia.Concludo este processo segue-se a fase das caldas de enxofre, processo que se prolonga at primeira semana de Agosto. A vindima acontece no incio de Outubro. As uvas, que do origem ao vinho, so transportadas para o lagar onde depois so pisadas pelos homens que vindimaram.O vinho fica durante seis dias no lagar, depois retirado para as pipas, onde continua a fermentar. engarrafado depois de passar a fase de certificao.Terminado este processo o vinho enterrado debaixo das pipas do lagar, onde permanece durante seis meses. A prova feita no ms de Junho.

    e porqu vinho dos Mortos?A histria remonta a 1808, altura da segunda invaso francesa. Por onde as tropas passavam deixavam um ras-to de destruio. O vinho, patrimnio valioso das pessoas de Boticas, tinha que estar a salvo das foras militares. A soluo foi enter-rar as garrafas no cho das adegas, debaixo das pipas e dos lagares.O vinho foi desenterrado depois dos franceses terem sido expulsos. Na altura, a populao pensou que o nctar estava estragado, mas quando o provaram verificaram que estava ainda muito mais saboroso. Pelo facto de ter sido enterrado, passou a chamar-se Vinho dos Mortos e esta tcnica passou a ser usada para o conservar melhor e apurar as suas qualidades.Era um vinho com uma graduao de 10/11 graus, palhe-te, apaladado, e com algum gs natural, que lhe adveio da circunstncia de se ter produzido uma fermentao no escuro a temperatura constante.O Vinho dos Mortos representa a resistncia do Povo de Boticas. Actualmente j so poucos os agricultores que mantm esta tradio de enterrar o vinho.

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    fOtOgRafias: MUniCPiO DE BOtiCas

  • 34 Setembro www.revistaraizes.pt

    transmontanos mundo fora

    do nordeste transMontano para a sia

    trocou bragana por singapura. tiago barbosa ViVe do outro lado do planeta h cerca de trs anos. professor no departamento de cincias do desporto da nanyang technological uniVersity rumou para o continente asitico procura de noVas experincias profissionais. no transmontano de gema mas garante ser do nordeste transmontano que sente mais saudades. a razes foi conhecer a sua histria.

  • www.revistaraizes.pt Setembro 35

    Foi no ano de 1974 que nasceu na cidade do Porto Tiago Manuel Cabral dos Santos Barbosa. Trocou a Invicta por Trs-os-Montes em 1988 e de c nunca mais quis sair. As-sume-se como um verdadeiro filho da terra, uma vez que em Bragana que tem o seu lar. Com a excepo de alguns familiares no Porto, a minha vida nesta regio. O meu lar em Bragana, onde tenho a minha casa, os meus amigos, os meus restaurantes favoritos, a gastro-nomia que gosto, portanto a minha zona de conforto, assim se assume um transmontano a 99 por cento, visto que nasceu para l do Maro.

    Tiago Barbosa vive na sia h cerca de trs anos. Avan-ou sete horas no relgio, o prato do dia dos restaurantes que agora frequenta no incluem feijoada transmontana mas sim Chop-Suey e mais algumas especialidades asiticas. O campus da NTU ter a dimenso da cidade de Bra-gana. Inclui linhas de transportes gratuitos, shopping, centro de sade, supermercados, hotel, restaurantes, cantinas, uma pr-escola para os filhos de docentes e funcionrios, ginsios, estdio, piscinas, pavilhes des-portivos, bibliotecas, residncias para estudantes, apar-tamentos para docentes e jardins pblicos, assim des-creve a sua nova escola que mais parece uma pequena cidade.Quando perguntamos ao Tiago Barbosa porque decidiu ir trabalhar para fora, prontamente responde: No h uma nica razo, mas julgo que um conjunto de razes. Distinguiu-se em 2010, nos Jogos Olmpicos de Londres. Fui abordado por outras universidades mas sempre me senti bem em Trs-os-Montes. No entanto, as aborda-gens de vrias universidades intensificaram-se um pouco mais e comeam a germinar em mim a questo se no me iria arrepender no futuro de no tentar, de no expe-rimentar, conta Tiago Barbosa que de todas as hipte-ses escolheu a Nanayang Technological University que uma referncia no ensino superior a nvel mundial.

    Saiu de bragana, uma Cidade Com CerCa de 35 mil habitanteS, para Singapura que tem aCtualmente CerCa de 5,5 milheS de habitanteS. anteS de emigrar dava aulaS no inStituto politCniCo de bragana que tem CerCa de 4 mil alunoS. agora d aulaS na nanyang teChnologiCal univerSity que Conta Com CerCa de 35 mil alunoS.

  • 36 Setembro www.revistaraizes.pt

    O professor conta que na sia h uma cultura de merito-cracia. Em Trs-os-Montes tem de se trabalhar duas ou trs vezes mais para se ter o mesmo retorno que se tem nas ditas grandes cidades portuguesas. Continuo sem entender esta macrocefalia do eixo A1-A3 sendo Portugal um Pas to pequeno, lamenta.Alguns amigos brincam e chamam-lhe o big in Japan. Big in Japan uma expresso americana para aqueles artistas que tem um sucesso mediano nos EUA mas que so estrelas cintilantes na sia. A viver do outro lado do mundo, Tiago Barbosa sente or-gulho em ser portugus e evita ao mximo o discurso mi-serabilista. Em Portugal, colabora com diversas institui-es de ensino superior mas a interaco com os colegas do Instituto Politcnico de Bragana e Universidade de Trs-os-Montes e Alto Douro continua a ser quotidiana. Alm disso, tambm colaborador da Federao Portu-guesa de Natao, consultor de atletas olmpicos, atletas paralmpicos e marcas desportivas.Quanto ao regresso a Trs -os Montes diz: Como todos, ou quase todos, h-de chegar o dia de voltar para o meu Lar.

    um amigo meu brinCa dizendo que Sou big in japan. big in japan uma expreSSo ameriCana para aqueleS artiStaS que tem um SuCeSSo mediano noS eua maS So eStrelaS CintilanteS na Sia

    transmontanos mundo fora

  • www.revistaraizes.pt Setembro 37

  • 38 Setembro www.revistaraizes.pt

    inoVao

    solues e perspectiVas de desenVolVimento para territrios de baixa densidade

    congresso internacional procura solues inteligentes para turisMo

    De 4 a 7 de Dezembro de 2014 decorre no Nordeste de Portugal o Evento Smart Travel. Trata-se de uma iniciati-va que alia o conhecimento, a inovao e a investigao s experincias territoriais. Nos dias 4 e 5 decorre o con-gresso nas cidades de Bragana e Mirandela, nos dias 6 e 7 realizam-se experincias temticas por toda a regio.

    O Smart Travel vai reunir oradores de primeira linha, a nvel mundial, especialistas em Turismo, Inovao, Tec-nologia, Desenvolvimento e Planeamento Urbano, Smart Cities, etc., capazes de aportar novos conhecimentos, de partilhar novas experincias, de abrir novos campos de reflexo e ajudar a desenhar novos caminhos que encon-trem solues inteligentes adaptadas ao desenvolvimen-to dos territrios.

    Este congresso dirige-se a todos quantos queiram saber mais, actualizar conhecimentos, contactar directamen-te com especialistas e investigadores mundiais. Podem participar autarcas, empresrios, funcionrios e gestores administrativos, estudantes, investigadores, decisores

    polticos, dirigentes pblicos ou cidados que, simples-mente, pretendam enriquecer os seus conhecimentos.

    Este o primeiro Evento do gnero que se realiza em Por-tugal e um dos poucos da Europa e no mundo. Aconte-ce num perodo em que se planeia e projecta o futuro, nomeadamente nos pases membros da Unio Europeia, com a aproximao de um novo quadro comunitrio de apoio que privilegia a inovao e a competitividade.

    O Smart Travel 2014 um projecto de parceria que envol-ve dois Grupos de Aco Local (GAL), representativos de nove municpios do Nordeste de Portugal: A Corane As-sociao para o Desenvolvimento dos Concelhos da raia Nordestina (Bragana, Miranda do Douro, Vimioso e Vi-nhais) e Desteque Associao para o desenvolvimento da Terra Quente (Alfndega da F, Carrazeda de Ansies, Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Vila Flor). Estes dois GAL tm como misso a promoo do desenvolvimento local.

  • www.revistaraizes.pt Setembro 39

    Descobrir PORTUGALPara alm das costas das praias e falsias recortadas de Portugal, encontra-se uma terra diversificada e uma rica histria construda por mais de 800 anos.Queremos mostrar-lhe esse Portugal desconhecido!Criamos roteiros e eventos que so experincias nicas, com tudo includo!

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    meuportugal.pt

  • 40 Setembro www.revistaraizes.pt

    Vou ali j VEnHo...

    ao parque biolgico de vinhaisCriado em 2008, o Parque Biolgico de Vinhais (PBV) j um motor de dinamizao turstica do municpio e as perspectivas so de franco crescimento. Este parque um dos locais com maior procura em todo o Nordeste Transmontano. Prova disso foi a lotao esgo-tada deste vero segundo a directora do Parque Biolgico de Vinhais, Carla Alves. Tivemos lotao esgotada o Ve-ro inteiro. Alguns j repetentes outros pela primeira vez

    oriundos de todo o mundo, conta satisfeita. Centenas de turistas escolheram a vila de Vinhas, no distrito de Bra-gana para passar uns dias relaxados em pleno Parque Natural de Montesinho. O Parque Biolgico nasceu com o objectivo de ser uma mostra da fauna e flora locais, e com uma rea de alojamento constituda por bungalows. Hoje em dia muito mais que isso e so inmeras as valncias oferecidas ao pblico.

    centro interpretatiVo das raas autctones portuguesas

    Neste espao foi instalada uma exposio permanente com representao das 55 raas autctones nacionais. Cada uma das raas tem neste espao um exemplar em tamanho real, construdo em fibra de vidro e pintado de forma a evidenciar as suas caractersticas fenotpicas, dando-lhe uma aparncia quase real.

    fOtOgRafias DE tiagO fERnanDEs

  • www.revistaraizes.pt Setembro 41

    nico no distrito de Bragana, este espao est destinado interpretao, divulgao e at degustao dos cogumelos mais comuns na regio. Aqui so feitas vrias conferncias, jornadas, workshops e passeios micolgicos.

    Os hspedes podem desfrutar de uma variedade de activi-dades no local ou nos arredores, incluindo passeios de bur-ro, ciclismo e caminhadas.

    Aberto diariamente, o Picadeiro e o Centro Hpico tm tambm uma forte componente educativa, dado que contempla uma escola de equitao. No existe mais nenhum equipamento similar na rea do municpio. Os cavalos podem ser usados para realizar passeios pelo Parque Natural de Montesinho e tambm para fa-zer passeios de charrete.

    Piscina Biolgica, nica em toda a regio, a marca ineg-vel da aposta no turismo sustentado e da preocupao com a preservao e conservao da natureza que define toda a filosofia subjacente ao parque. Por um lado possui um enquadramento paisagstico que valoriza ainda mais este espao, por outro lado um servio de grande valia para os hspedes dos bungalows neste perodo.

    PisCina BiolgiCa

    PiCadeiro e Centro hPiCo

    Passeios de Burros, Pedestres e de BiCiCleta

    Centro MiColgiCo

  • 42 Setembro www.revistaraizes.pt

    Aquilo que podia ser um almoo de amigos, juntos na sua terra natal num fantstico dia de Agosto foi bem mais que isso. Cerca de 150 pessoas uniram-se por uma causa no-bre: ajudar as meninas do Patronato de So Jos de Vilar de Nantes. A quinta, situada em Valverde, foi cedida por um casal de emigrantes, que generosamente emprestou e organizou o almoo.

    Este canto um dos smbolos das Academias de Baca-lhau. Outro o sino, que sempre que toca h brinde, a bandeira, o diploma de honra e a gravata. Quando algum dos senhores se esquece de pr a gravata para a iniciati-va multado, tal como se houver um atraso. Multado? verdade, uma das forma de angariarem dinheiro para

    misso da academia do bacalhau

    O presidente da Academia do Bacalhau de Paris, Car-los Ferreira, garante que o objectivo destas iniciativas ajudar quem mais precisa e promover a portugalidade. Conviver e ajudar quem mais precisa passa pela misso desta Academia onde no se fala de poltica, nem de re-ligio e no h assuntos comerciais. Promovemos a ami-zade, a portugalidade e a solidariedade.Esta academia est sediada nos Campos Elsios em Paris mas a ligao com Portugal muito forte e tentam orga-nizar diversas iniciativas ao longo do ano. Neste almoo estiveram presentes outras academias como a Academia de Bacalhau de Rouen, outra cidade francesa, e uma por-tuguesa, a Academia do Bacalhau do Minho. Associado ao esprito solidrio destes emigrantes esto uma srie de costumes, regras e tradies. Durante o almoo, a cada brinde, como um ritual, os participantes eram con-vidados a levantar-se com um copo de vinho na mo, cantavam:

    eMigrantes e Mulheres eMpreendedoras transMontanas juntos por uMa causa

    assoCiatiVismo

    angariar fundos para o patronato de so jos de Vilar de nantes, em chaVes, foi o objectiVo de um almoo a 8 de agosto organizado pela academia do bacalhau de paris

    Gavio de Penacho do bicolor Pra cima do bicolor Pra baixo!

    mas acima mas abaixo vai ao centro .. bota Pra dentro!

    associao ultrapassar barrei-ras apresenta projecto eVa

    A recm-criada Associao de Mulheres Empreendedo-ras de Trs-os-Montes -Associao Ultrapassar Barreiras - apresentou o Projecto Eva que visa criar emprego para mulheres transmontanas. A directora Cristina Passas ex-plica que este um projecto de Empreendedorismo de Valor Acrescentado. Pretendemos fazer uma micro-uni-dade que possa dar emprego a algumas mulheres e es-ses produtos serem colocados num circuito comercial, nomeadamente, junto da nossa dispora.

    ajudar, neste caso o Patronato, atriburem-se multas. Num ambiente divertido e bem-disposto lhes cobrada qualquer infraco para com a Academia. Desta forma simples, estes emigrantes ajudaram com cerca de sete mil euros o Patronato de Vilar de Nantes que acolhe nes-te momento 30 meninas. Tambm presente no almoo a irm Augusta, da instituio, mostrou-se emocionada com o gesto destes emigrantes. um gesto muito nobre. Estes portugueses trabalham muito l fora e hoje esta-rem aqui a pagar a sua refeio e a dar este contributo para as nossas meninas emocionante, diz a freira.O presidente da Comunidade Intermunicipal de Trs-os-Montes, Amrico Pereira, e a deputada Manuela Tender tambm fizeram questo de participar neste almoo.

  • www.revistaraizes.pt Setembro 43

    Os principais espaos de cultura de Alij, Favaios, La-mego, Peso da Rgua, Sabrosa, Salzedas, Ucanha, Vila Nova de Foz Ca e Vila Real so os locais escolhidos para a mostra que homenageia Bartolomeu Cid dos Santos, uma referncia incontornvel na gravura portuguesa do sculo XX. Os trabalhos deste artista podero ser vistos no Museu do Douro (Peso da Rgua).Alm das exposies, esta Bienal contempla tambm workshops e conferncias de gravura no txica.

    douro acolhe a nica bienal de obra grfica do pas

    DESTAQUE DO MS

    Cultura

    noVe localidades durienses acolhem, at ao final do ms de outubro, a 7 bienal internacional de graVura do douro. so 14 exposies, pelas quais sero distribu-das 1200 graVuras de 530 artistas.

    Este evento nasceu em 2001 com a ambio de descen-tralizar a cultura e promover a arte da gravura.Para o curador e artista plstico Nuno Canelas a reduo dos apoios financeiros no pe em causa a qualidade do evento mas sim a promoo do mesmo.Se por um lado a exposio tem crescido de edio para edio por outro os apoios tm diminudo, fruto, claro, da crise econmica que o Pas atravessa. A nvel de qua-lidade artstica o evento continua a crescer mas no que respeita divulgao, impresso de catlogos etc., tive-mos que reduzir, explica o alijoense.Assumindo-se como a nica Bienal de obra grfica do Pas, o evento tem vindo a ganhar projeco interna-cional, posicionando-se j entre as mais importantes Bienais do mundo. A comprov-lo esto as exposies de homenagem a artistas mundialmente reconhecidos como Antoni Tpies, Paula Rego, Vieira da Silva, Octave Landuyt, Gil Teixeira Lopes, Nadir Afonso, David de Almei-da, Bartolomeu Cid dos Santos, entre outros.

  • 44 Setembro www.revistaraizes.pt

    os roManos regressaraM a aquae flaviae

    castelo de bragana eM festa

    Chaves

    BRagana

    Cultura

    A Festa dos Povos - Mercado Romano atraiu mais de 65 mil visitantes a Chaves. O ponto alto do evento Aquae Flaviae foi o cortejo, bem como o espectculo em palco e sobre o rio Tmega. Os 86 expositores viram as suas ex-pectativas superadas, quer pelo nmero significativo de

    A cidade de Bragana acolheu de 14 a 17 de Agosto a VIII Festa da Histria. Uma autntica viagem medieval foi proporcionada aos milhares de visitantes que rumaram cidadela brigantina. Desde demonstrao de falcoaria, danas quinhentistas, verdadeiras ceias histricas com ingredientes mgicos, espectculos de fogo e algumas rbulas teatrais que remetiam de imediato para outro tempo. Isto num ambiente mgico, o castelo e as ruas que o envolvem vestiram-se a rigor. Trajes da poca, mer-

    visitantes, quer pelo generoso volume de negcios. Durante trs dias foi feita uma viagem no tempo at poca romana, com memrias da ento Aquae Flaviae.A condio de Cnsul (o magistrado supremo no munic-pio romano) foi atribuda ao presidente do municpio de Chaves, Antnio Cabeleira, que presidiu ao culto pblico de abertura do mercado romano com o atear da chama inaugural, depois de um cortejo entre os Paos do Conce-lho e a Alameda do Tabolado, acompanhado pelo Sena-do (composto pelos Vereadores do executivo municipal) e os representantes dos Povos de Aquae Flaviae (presi-dentes das Juntas de Freguesia do concelho).Neste evento histrico estiveram envolvidas as juntas de freguesia, associaes do concelho, comrcio local e tambm os muitos cidados que trajaram a rigor para participar na festa. Com o intuito de tornar este evento numa referncia da regio, a autarquia j incluiu a reali-zao deste certame anual no seu programa cultural.

    cados e oficinas histricas lembrava uma viagem medie-val.Com esta iniciativa o municpio de Bragana pretende celebrar os 500 anos do Foral, dado por D. Manuel I a Bra-gana, em 11 de Novembro de 1514. Foram, durante es-tes dias, feitas vrias recreaes histricas como a ence-nao da atribuio do Foral Novo cidade de Bragana pelo enviado do Rei D. Manuel I. Tambm foram recriadas as reunies do Senado Municipal, na Domus Municipalis, a exposio de armas de fogo da poca e a presena da rplica de uma nau do sc. XVI da Carreira das ndias, no interior do castelo, uma novidade desta edio.Assalto ao castelo e o torneio a cavalo voltaram a fazer a delcia dos espectadores que rumaram a Bragana du-rante estes dias. A Associao Team Giant de Bragana com o apoio do municpio organizou o III Passeio de BTT, que tambm percorreu as muralhas do Castelo de Bragana.fOtOgRafia: MUniCPiO DE BRagana

    fOtOgRafias: MUniCPiO DE CHavEs

  • www.revistaraizes.pt Setembro 45

    nadir afonso Mostra sequenzasBotiCas

    Nadir Afonso Sequenzas o nome da exposio que pode ser visitada no Centro de Artes Nadir Afonso e que tem a curadoria de Maria de Ftima Lambert. uma mostra da criao artstica do pintor flaviense, produzida entre finais de 1940 e princpios de 1960.Trata-se de um conjunto que ultrapassa os 300 estudos de carcter abstracto geomtrico, compreendendo ainda a apresentao de uma ou outra tela, onde facilmente se observa a evoluo face aos estudos iniciais.Estes trabalhos foram concebidos com os recursos que o pintor encontrava longe do seu atelier. Verso das folhas de desenhos acadmicos realizados na Escola Superior de Belas-Artes no Porto, papis de clculos, cartolinas, papel vegetal ou at mesmo recibos. Nesses suportes, Nadir Afonso foi desenhando, com grafite ou a aguarela, motivos rectilneos, circulares, quadrangulares, explo-rando as virtuosidades da composio geomtrica.

    centro de artes nadir afonso

    Inaugurado em Julho de 2013, o Centro de Artes Nadir Afonso tem cerca de 2000 m e alberga uma exposio permanente com cerca de 80 obras do artista, um audit-rio, uma biblioteca e uma escola de pintura.O projecto do Centro de Artes Nadir Afonso foi distingui-do no Internacional Architecture Awards 2009, tendo sido elogiada a arquitectura aberta como uma plataforma para as pessoas, com um grande sentido de lugar e uma profunda sensibilidade nos materiais utilizados. Da au-toria da arquitecta norte-americana Louise Braverman e com a colaborao do portugus Paulo Pereira Almeida, o equipamento uma homenagem ao pintor Nadir Afon-so, falecido em Dezembro do ltimo ano.

    mais de 300 estudos de carcter abstracto geomtrico de nadir afonso esto patentes at 19 de outubro, em boticas.

  • 46 Setembro www.revistaraizes.pt

    Cultura

    agendaculturaldouroNove localidades durienses acolhem, at ao final do ms de Outubro, a 7 Bienal Internacional de Gravura do Douro. So 14 exposies, pelas quais sero distribudas 1200 gravuras de 530 artistas.Alij, Favaios, Lamego, Peso da Rgua, Sabrosa, Salzedas, Ucanha, Vila Nova de Foz Ca e Vila Real.

    BraganaDe 4 a 27 de Setembro o centro Cultural Municipal Adriano Moreira vai receber a X Bienal de Pintura. Ser ainda atribu-do o prmio Eixo Atlntico e o prmio Jovens Talentos Luso-Galaicos.

    Vila realAt ao dia 30 de Setembro estar paten-te no Museu Numismtica a exposio Augusto, Imperador. Trata-se de uma exposio de homenagem a Csar Au-gusto, primeiro Imperador do Imprio Romano, no ano em que se comemora o bimilenrio da sua morte.

    ChaVesA exposio do marechal Francisco da Costa Gomes Responsabilidade Histrica pode ser visitada no Museu da Regio Flaviense at ao dia 30 de Novembro.

    BotiCasAt ao ms de Outubro est patente a exposio 3 Sequenzas de Nadir Afonso. Renem-se nesta curadoria algumas centenas (dos milhares) de estudos que integram um dos esplios mais significativos da pintura portugue-sa no sc. XX.

    alfndega da fNo dia 25 de Setembro realiza-se na Casa da Cultura Mestre Jos Rodrigues, no auditrio Manuel Faria, o III Encon-tro de Bandas Filarmnicas.

    Museu da terra reabreMiRanda do douRo

    O Museu da Terra situado no centro histrico de Miranda do Douro, na antiga Domus Municipalis da cidade voltou a abrir portas, depois de ter estado encerrado para obras durante quatro meses. Um edifcio do sculo XVII que evoca o tem-po longo do planalto mirands e que no sofria obras desde 1982. Esta foi a primeira fase da obra de requalificao que resol-veu os problemas mais urgentes mas a Direco Regional de Cultura do Norte tem novos projectos candidatados a fundos comunitrios para reestruturar totalmente o museu.

    desconto para naVegantes dos cru-zeiros do rio douro

    De forma a atrair mais visitantes foi celebrado um protocolo entre a Direco Regional de Cultura do Norte e a Estao Biolgica Internacional que possibilita aos turistas que naveguem nos cruzeiros do rio Douro obtendo descontos no bilhete de entrada para o museu.

    o que por l pode Ver

    A visita ao Museu da Terra de Miranda do Douro permite des-cobrir traos da vida social e cultural de uma regio de forte identidade, desde logo manifestada pela presena da lngua mirandesa, a segunda lngua oficial portuguesa, ancorada na agricultura, na pecuria e no comrcio de fronteira. Esto ex-postas diversas peas arqueolgicas de interesse, um acervo sobretudo etnogrfico que descreve a vida de uma popula-o natural da regio rural fronteiria entre o sculo XIX e o perodo contemporneo.

  • www.revistaraizes.pt Setembro 47

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  • 48 Setembro www.revistaraizes.pt

    disparosde gentecoMuMum pr-do-sol transmontano. um forno a lenha a cozer po caseiro. um rio. uma estrada. um disparo de uma objectiVa, de um telemVel que tenha marcado um determinado momento que passou na regio. neste espao pode partilhar com os leitores da razes alguma fotografias que tire na regio.

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  • www.revistaraizes.pt Setembro 49

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    fotografia: Sandra Saraivalocal: Alto de Ciradelha - Vinhais (Bragana)legenda: verde e ondulante! Genuno e xistoso. Uma in-curso nestes montes como regressar s origens, da terra e do homem. sentir a terra nua e crua. sentir o sotaque na voz dos velhos e o desejo de partida na face dos novos.

    8.

    fotografia: ana espirito Santolocal: Vila Verde - Vinhais (Bragana) legenda: O despertar mgico, numa manh de Inverno, de uma aldeia transmontana.

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    fotografia: ana isabellocal: Castelo de Braganalegenda: O retrato do nascer de um Domingo acompanha-do pela paisagem da cidade que nos move e comove, in-descritvel.

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    fotografia: Slvia faustino local: Barragem do rio Azibolegenda: Aromas e cores de um reino testemunha de tantos amores.

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    fotografia: rafael netolocal: Cmara Municipal de Mirandelalegenda: O Palcio dos Tvoras datado do sculo XVII es-conde a alma de uma famlia que deixou marcas na histria.

    fotografia: Srgio lopeslocal: Parque Natural de Montesinholegenda: Montesinho tem destas coisas, amor primeira vista.

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    fotografia: joel teixeiralocal: Nogueira, Vila Real (Douro)legenda: No Douro qualquer viagem uma descoberta in-crvel, e em mais um regresso a casa de passagem pela aldeia de Nogueira foi obrigatrio parar para tirar uma fotografia ao pr-do-sol, ainda assim a fotografia fica a dever ao momento presenciado neste mgico Douro.

    2.

    fotografia: tiago fernandeslocal: Monte da Ciradelha Vinhais (Bragana)legenda: - Eu no posso brincar contigo, disse a raposa. No me cativaram ainda. (O Principezinho - Antoine de Saint-Exupry)

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  • 50 Setembro www.revistaraizes.pt

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  • www.revistaraizes.pt Setembro 51

    Em dEstaquE

    para uM leque de dificuldades, uM leque de solues

    leque proMove nico centro de frias de turisMo rural inclusivo do pasNas ltimas duas semanas de Agosto, o Centro de F-rias de Turismo Rural Inclusivo da Associao de Pais e Amigos de Pessoas com Necessidades Especiais (LE-QUE) em Alfndega da F, recebeu pela primeira vez este ano crianas, jovens e adultos de todo o pas (com e sem necessidades especiais). A criao deste centro de frias representa um novo marco na dinamizao do turismo rural, sendo uma resposta social nica no Pas, e contan-do com frequentadores desde Lisboa a Vieira do Minho.Esta valncia permite aos pais e familiares descansarem em plenas frias de vero, proporcionando um aumento na qualidade vida. Caso queiram, os familiares podem ficar hospedados no Hotel SPA de Alfndega da F, e be-neficiar de um desconto de 20% na estadia.De salientar que, apesar da frequncia de colnias de f-rias esto em decrscimo em cerca de 16%, este Centro de Frias Rurais e Inclusivas contraria essa tendncia, apresentando um aumento do nmero de utentes face ao perodo homlogo, o que demonstra a pertinncia deste centro.

    A Associao LEQUE nasceu de uma tese de doutora-mento. A investigao realizada por Celmira Macedo, presidente da direco da LEQUE, evidenciou que as famlias de pessoas com deficincia, limitaes ou inca-pacidades do distrito de Bragana, apresentavam uma qualidade de vida deficitria, decorrente da falta de apoio das redes de suporte social. Confrontada com esta realidade, Celmira Macedo arregaou as mangas e ini-ciou um caminho de presso na comunidade, educativa, social e na rea da sade. a ela que se deve o reforo de tcnicos nos centros de sade, em 2007, que apoiam esta populao.Depois destas respostas, era fundamental comear a

    formar os pais para a problemtica da deficincia ou incapacidade. Em 2009, arranca um modelo de forma-o parental inovador: Escola de Pais.nee. O interesse e capacitao dos pais e mes envolvidos de tal modo forte que, juntos, criam em Junho de 2009 a Associao LEQUE.Em Maro de 2010 abrem em Alfndega da F, um Cen-tro de Atendimento para 30 pessoas com Necessidades Especiais. E, em 2011 um Centro de Turismo Rural In-clusivo para esta populao. Nesta longa caminhada, Celmira Macedo j conseguiu envolver no projecto apro-ximadamente 6 mil pessoas. Esta Associao pretende continuar a desenvolver respostas que promovam o apoio psicossocial, emocional, teraputico, reabilitao e incluso social da populao-alvo.

    o centro de Frias tem uma equipa multi-disciplinar, formada para esta resposta so-cial, disponibilizando os seguintes servios:

    Reabilitao Psicomotora;Terapias de Relaxamento em contexto rural;Terapia assistida com Animais;MusicoterapiaBalneoterapia (no hotel SPA);Oficinas de Cinema, Jardinagem, Culinria e

    Esttica;Actividades Desportivas (Aerbica, Canoa-

    gem e BTT);Actividades ao ar livre (Piqueniques, Peddy

    pappers e Passeios pedonais).

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    vila real culturalPOR: BRBaRa Matias

    Vou falar-lhes de um reino maravilhoso. Pego em Miguel Torga para pegar na mo dos recm-chegados. A eles, Pedro Romeu Alves, presidente da Associao Acadmica da UTAD (AAUTAD), deixa um conselho. Co-nheam a cultura da cidade que vos recebe e comecem a conhec-la no seio da academia.

    principio deste roteiro cultural dentro de portes

    Vo perder-se, inevitavelmente, nos primeiros dias. Sai-bam que se encontram num dos maiores jardins botni-cos da Europa. No interior do Jardim Botnico da UTAD podem observar espcies vegetais vindas dos quatro cantos do mundo. Mas entrego o comando do arranque deste roteiro ao Pe-dro Romeu Alves. Encontramo-nos mais frente!Uma vez na UTAD, o Museu de Geologia Fernando Real visita obrigatria. Fundado em 1986 pelo gelogo Fer-nando Real, data reitor da recm-criada universidade, foi instalado no edifcio de Geocincias. O Ciclo Cultural deve tambm merecer a vossa ateno e, se assim entenderem, as vossas propostas!, diz. Com morada no Complexo Pedaggico e Laboratorial e

    pelas vielas cantaM doces Melodias

    Canta a Tuna Acadmica da UTAD (TAUTAD), Tuna mais antiga da academia que surgiu na primavera de 1983. Deixamos ento que a ponte entre a universidade e a ci-dade seja erguida pelas Tunas. Optou a TAUTAD por um reportrio de msica popular, essencialmente Transmontano, que provinha do Cancio-neiro do Rio dOnor. Andr Filipe, magster da TAUTAD, adianta que o primei-

    recebe agora a uniVersidade de trs-os-montes e alto douro (utad) os noVos alu-nos. acolhe Vila real os noVos inquilinos.

    a cargo da docente do Departamento de Letras, Artes e Comunicao (DLAC), Olinda Santana, o Ciclo Cultural da UTAD promove exposies e apresentaes de obras, conferncias e debates, concursos e workshops.No corao da academia, a Biblioteca Central no se basta de livros, e recebe exposies e outros eventos culturais com regularidade. As idas a esta primeira sero complementadas com as voltas a uma segunda, a Biblioteca Municipal Dr. Jlio Teixeira, que acolhe tambm o Grmio Literrio.

    Ensino supErior

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    ro contacto com os novos alunos logo nas matrculas, altura em que a Tuna lhes d as boas-vindas e anima o tempo de espera!.A eterna cidade viu, no ano de 1998, nascer o azul e o amarelo da TransmonTuna, Tuna masculina, aberta a to-dos os estudantes de Trs-os-Montes e Alto Douro. Ali, os caloiros so Palhuos, nome do tpico traje transmonta-no. A Vibratuna Tuna Feminina da UTAD nasceu em 2007 e apresenta como mascote uma rata, smbolo de fecundi-dade e dinamismo. Na sua estrutura possui uma hierar-quia, regida de forma crescente em Dentuas, Roedoras, Ratunas e Velhotas.A rebelde Imperialis Serenatum Tunix j deu entrada na idade adulta, com 19 anos, e a adolescente Tuna Univer-sitria de Chaves (TUCHA) completou este ano 14 inver-nos.

    H ainda a Casa de Mateus, o Ncleo Museolgico do Regimento de Infantaria n 13 (RI13), ou a Traga-Mundos. Deixo propositadamente o roteiro incompleto. Na cultura no h portes que se fechem

    tens o corgo aos ps, eM adorao

    Entoa a marcha da cidade. Uma vez nela, somos condu-zidos por Joo Ribeiro