Revista PET/UFC-Farmácia

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ENTREVISTAS Farmacêuco e suas áreas de atuação FARMÁCIA UFC 25 anos do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamento BREVE HISTÓRICO DA FACULDADE DE FARMÁCIA E ODONTOLOGIA DO CEARÁ Farmacia PET Revista UFC - farmácia Nº1 Ano 1 Semestral 2015 www.petfarmacia.ufc.br A Historia da PROFISSÃO FARMACÊUTICA Histórico, avanços e desafios da profissão farmacêuca Distribuição Gratuita

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Primeira Edição da Revista PET/UFC-Farmácia, idealizada e organizada foi lançada dia 12 de Março de 2015, data alusiva aos 99 anos de criação da Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade Federal do Ceará (UFC).

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ENTREVISTASFarmacêu�co e suasáreas de atuação

FARMÁCIA UFC25 anos do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamento

BREVE HISTÓRICO DA FACULDADE DE FARMÁCIA E ODONTOLOGIADO CEARÁ

Farmacia

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UFC - farmácia Nº1

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A Historia da

PROFISSÃO FARMACÊUTICA

Histórico, avanços e desafios da profissão farmacêu�ca

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Tutora/ Editora Chefe

Corpo Editorial

PETRevista

UFC - farmáciawww.petfarmacia.ufc.br

PETRevista

UFC - farmácia

www.petfarmacia.ufc.br

A Revista PET/UFC-Farmácia foi idealizada, organizada e projetada pelos integrantes do Programade Educação Tutorial (PET) do Curso de Famácia da Universidade Federal do Ceará (UFC).

A primeira edição foi lançada no dia 12 de Marco de 2015, durante o evento V Jornada da Farmácia da UFC - V JOFAR/UFC.

Professora Doutora Nádia Accioly Pinto Nogueira

Deyzilene Cardoso Araújo

Gabrielle Dantheias Barroso

Francisco Thiago Guedes Holanda

Iandra Prado Magalhães

Jéssica Andrade Barreto

Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva

Vicente de Souza Lima Neto

Layout

Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva

Fotograa

Gabrielle Dantheias Barroso

Francisco Thiago Guedes Holanda

Vicente de Souza Lima Neto

Colaboradores

Matheus Nóbrega (Arte)

Ana Luiza Ribeiro Aguiar (Redação)

Carine Soares Neto (Redação)

Maria Emília Pessoa Farias (Redação)

Kézia Nobre Bezerra (Redação)

Co-Tutora

Professora Doutora Maria Goretti Rodrigues de Queiroz

Tratamento de Imagem

Vicente de Souza Lima Neto

Rua Capitão Francisco Pedro s/n esquina com Rua Major Weyne Rodolfo Teófilo - Fortaleza - CE - Brasil

CEP 60430-170

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EditorialRevista PET/UFC-Farmacia

por Thiago Guedes

Apresento-lhes o início

No dia 15 de novembro de 2013, em uma reunião com a tutora do PET/UFC Farmácia, Dra. Nádia

Accioly Pinto Nogueira, foi lançado o desafio de produzir a Revista PET/UFC-Farmácia, a revista do

Programa de Educação Tutorial do curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará. Embebidos

de uma grande responsabilidade e honra, todos do grupo dedicaram o seu tempo, intelecto e talento

na realização dessa atividade que marcará a trajetória do curso de Farmácia.

A primeira edição da revista surge no nonagésimo nono aniversário da Faculdade de Farmácia,

momento em que temos tanta ciência para expor e tantas memórias para lembrar e que não

poderíamos deixar de homenagear e dar a devida importância a esse fato. É com imensa satisfação que

lançamos nossa revista no dia 12 de março de 2015, exatamente um ano antes do centenário da

Farmácia, durante a V Jornada de Farmácia da UFC.

Dedicamos essa revista a todos os professores, estudantes e técnicos administrativos, que fazem nosso

curso de Farmácia a cada momento, que tem diariamente vencido os obstáculos em fazer pesquisa e

assumido o desafio de promover a saúde em nosso Estado. E agradecemos a todos que fazem de seu

trabalho uma valiosa contribuição para toda a humanidade.

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Fala aí Tutor

Espaço PET

História do PET/UFC Farmácia

Atividades Desenvolvidas

Profissão Farmacêutica

Trajetória da Prossão Farmacêutica no Brasil: históricos avanços e desaos

Conselho Regional de Farmácia do Ceará - CRF CE

Ipharma Jr.

Empresa Júnior do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará

Capa

A História do Curso de Farmácia

Entrevista

Farmacêuticos em suas áreas de atuação

Banco de Leite do Ceará

Genética Humana

Manipulação de Quimioterápicos

Transplante de Orgãos

Farmácia UFC

25 anos do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamento

História do Laboratório de Análises Clínicas e Toxicológicas da Universidade Federal do Ceará

Serviço Pioneiro em Atenção Farmacêutico aos Pacientes Chagasicos no Estado do Ceará

Eventos Científicos

Eventos Cientícos em destaque que irão acontecer em 2015

Anais IV JOFAR/UFC

Resumo dos trabalhos apresentados na IV Jornada da Farmácia da UFC

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Revista PET/UFC-Farmacia

Sumário

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Revista PET/UFC-Farmacia

Revista PET/UFC-Farmácia é a realização de um sonho e muito trabalho do grupo de alunos

A que fazem o PET/UFC-Farmácia, incluindo pe�anos egressos. No entanto, não poderia ser lançada sem a importante e indispensável colaboração daqueles que dedicaram seus tempos

em escrever as diversas matérias, nos conceder suas interessantes entrevistas e disponibilizar seus arquivos fotográficos.

É uma revista para levar nosso Curso além do campus do Porangabuçu, além da nossa Universidade, além dos nossos alunos. Uma revista que conta em sua primeira edição a história do curso de

Farmácia da UFC, já "adulto e bem maduro", 99 anos. Fruto da dedicação e de muito trabalho do grupo PET/UFC-Farmácia, que abraçou essa maravilhosa idéia, mas também um grande desafio.

Nessa primeira edição, entre diversas entrevistas e reportagens, o Professor Dr. Carlos Couto de Castelo Branco nos presenteia com a história do curso de Farmácia, desde sua fundação em 1916, como Faculdade de Farmácia e Odontologia, até os dias de hoje. O PET/UFC-Farmácia, hoje com 7 anos, fala de suas a�vidades e trajetória. A empresa Junior do curso de Farmácia, Ipharma Jr, em

seu espaço nos conta sobre sua estrutura e importância. A revista nos traz também o relato de professores sobre o GPUIM e o LACT, entrevistas com farmacêu�cos que atuam em diversas áreas

profissionais, e curiosidades sobre os conselhos de classe, alem de uma agenda de eventos cien�ficos.

Nesse momento de muita alegria, agradecemos o apoio da Universidade Federal do Ceará e de todos que fazem a comunidade acadêmica do Curso de Farmácia. Agradecemos, também, ao nosso querido Reitor Ícaro de Sousa Moreira, não mais entre nós, por ter acreditado e feito real um

Programa de Educação Tutorial Ins�tucional, o PET/UFC, no qual o curso de Farmácia está inserido desde seu início, em 2008.

É com imensa sa�sfação e grande orgulho, que apresentamos a comunidade acadêmica a Revista PET/UFC Farmácia. E como tutora do PET/UFC-Farmácia agradeço o privilégio de viver esse

programa, contribuir para a formação dos nossos alunos e crescer com cada um dos pe�anos que passam pelo grupo.

por Nádia Accioly

Fala aí Tutor

Nome: Professora Doutora Nádia Accioly Pinto NogueiraTutora desde: Março de 2008.Graduação: Química Industrial pela Universidade Federal do Ceará.Mestrado: Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Ceará.Doutorado: Bioquímica pela Universidade Federal do Ceará.

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Revista PET/UFC-Farmacia

Espaço PET

Breve História do PET/UFC-Farmácia

NOME: PET/UFC-FarmáciaTIPO: PET InstitucionalCURSO: FarmáciaIES: Universidade Federal do Ceará - UFCCRIAÇÃO: 25 de março de 2008TUTORA: Professora Doutora Nádia Accioly Pinto NogueiraCO TUTORA: Professora Doutoura Maria Goretti Rodrigues de QueirozINTEGRANTES ATUAIS: Deyzilene Cardoso Araújo, Francisco Thiago Guedes Holanda, Gabrielle Dantheias Barroso, Jéssica Andrade Barreto, Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva e Vicente de Souza Lima Neto.

Programa de Educação Tutorial da Universidade

OFederal do Ceará (PET Ins�tucional), foi criado em 2008, durante a elaboração do plano de expansão

da UFC, integrando o projeto Reuni-UFC, em Fortaleza, tendo como um de seus obje�vos a melhoria do curso de graduação apoiado pelo grupo PET. Dessa maneira foi possível a implanta-ção do PET/UFC-Farmácia, em 25 de março 2008, através da aprovação do projeto in�tulado Ciência Genômica e Biotecono-logia, de autoria da Professora Doutora Nádia Accioly Pinto Nogueira.

A nossa primeira seleção de integrantes ou pe�anos, foi realizada no início de abril de 2008 sendo selecionados seis alu- nos, de acordo com o regimento do programa. E assim, o grupo iniciou suas a�vidades com sua primeira reunião mesmo sem uma sala própria. Alguns projetos foram definidos como: Curso de Atualização em Ciências Genômicas e Biotenologia, Monitoria Voluntária, Ciclo de Seminários, Curso Recém Ingresso, Campa-nha de Natal, par�cipação do movimento InterPET, Mural PET, par�cipação em Laboratórios de Pesquisa e o Jornal Tarja Preta. Alguns desse projetos até hoje são realizados e outros sofreram mudanças estruturais, como o Ciclo de Seminários que tornou-se o Projeto Sobremesa Acadêmica, em que, hoje, é um ciclo de palestras com tema geral ministrado por estudantes, profissio-nais e pós graduandos, ocorrendo uma vez a cada semestre.

A segunda seleção, realizada após 1 ano, mais seis integran-tes foram selecionados. O grupo, agora com nove pe�anos e, sala própria cedida pelo Departamento de Análises Clínicas, deram con�nuidade aos projetos já iniciados e definiram novos, dentre estes o site do grupo: www.pet.farmacia.ufc.br criado no segundo semestre de 2009, a Biblioteca PET/UFC-Farmácia (BiblioPET), a Aprendizagem de língua estrangeira e o Projeto Melhoria da qualidade de vida de internos em uma ins�tuição educa�va localizada no município de Fortaleza, o qual o grupo além de analisar parâmetros hematológicos, bioquímicos e para-sitológicos em parceria com o Laboratório de Análises Clínicas-LACT/UFC e, também ministrava palestras para promoção da saúde e convidava outros grupos PET. E no final de 2009 foi realizado o I Curso de Férias em Ciências Genômicas e Biotec-nologia de carga horária de 40 horas e 150 vagas abertas para alunos de graduação, pós graduação e profissionais.

No ano de 2010 os 12 integrantes definiram novos projetos de extensão/pesquisa como o Acompanhamento Farmacotera-pêu�co de Idosos residentes em um abrigo público localizado no município de Fortaleza, com parceria do Centro de Estudos em Atenção Farmacêu�ca - CEATENF e Avaliação Microbiológica das Mãos de Crianças e Adolescentes Internos de uma Ins�tuição Educa�va de Fortaleza-CE, o qual gerou resumo apresentado no 8º Internacional Congress of Pharmaceu�cal Sciences-CIFARP. Também foi implantado o projeto de pesquisa Como a Comuni-dade Acadêmica entende a Biologia Molecular: Aplicações e Aspectos É�cos, Legais e Sociais, o qual gerou resumo em inglês para o 3º Congresso de Biotecnologia e, projeto de ensi-no/pesquisa Estratégias de Biossegurança para o Curso de Far-mácia. E, no mesmo ano foi realizado o II Curso de Férias em Ciências Genômicas e Biotecnologia para a promoção e a dissemi-nação de conhecimento sobre o tema.

A grande novidade do ano seguinte foi a organização, junto ao Centro Acadêmico Rodolfo Teófilo-CART UFC, da I Jornada da Farmácia da UFC – JOFAR/UFC evento des�nado aos alunos de farmácia da Universidade com obje�vo de compar�lhar ideias, discu�r temas relevantes, atuais e importantes, formar profissio-nais mais qualificados e atualizados, promovendo uma formação ampla e de alta qualidade acadêmica. E, também, a par�cipação na organização do I Encontro dos Grupos PET/UFC.

Em 2012, o Projeto Biologia Molecular nas Escolas: um Novo Conceito de Aprendizagem ganhou forma e foi implantado no segundo semestre. Inicialmente para alunos do nono ano do ensino fundamental, o curso �nha carga horária de oito horas e os doze pe�anos ministraram aulas teóricas e prá�cas sobre o tema. O Projeto Natal Solidário aconteceu no final do ano, contemplan-do a Creche São João do Tatuapé. Nesse ano o PET/UFC-Farmácia par�cipou no XXXIV Encontro Nacional de Estudantes de Farmá-cia-ENEF.

Já em 2013 os projetos que os integrantes deram con�nuida-de foram: Natal Solidário, par�cipação no InterPET, Jornal Tarja Preta, Estratégias de Biossegurança, Projeto Biologia Molecular nas Escolas, BiblioPET, Aprendizagem de Língua Estrangeira, Mural PET, site, par�cipação em Laboratórios de Pesquisa e a JOFAR, projetos que con�nuam até os dias atuais.

No ano seguinte demos con�nuidade aos projetos anteriores

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7www.petfarmacia.ufc.br

Revista PET/UFC-Farmacia

Espaço PET - Breve História

INTEGRANTES

2008

Isabela Ribeiro Pinto

Hellen Crisitne Saraiva Dutra

Mariana Costa de Menezes

Raquel de Castro Chaves

Sibelle Rodigues Maria da Rocha

Vivian Romero Santiago

2009

Aduana Francisca Carneiro da Silva

Aline Santos Monte

Anielle Torres de Melo

Bianca Cordeiro Nojosa de Freitas

Igor Emerson de Oliveira Sá

Isabela Ribeiro Pinto

Mariana Costa de Menezes

Rodolfo de Melo Nunes

Sibelle Rodigues Maria da Rocha

2010

Aduana Francisca Carneiro da Silva

Aline Santos Monte

Anielle Torres de Melo

Aquiles Paulino Peres Mota

Diogo Siebra Alencar

Felipe Moreira de Paiva

Igor Emerson de Oliveira Sá

Isabela Ribeiro Pinto

Luciana de Brito Siebra e Oliveira

Mariana Costa de Menezes

Samanda Lima Oliveira

Sibelle Rodrigues Maria da Rocha

Thiago Lima Sampaio

2011

Aduana Francisca Carneiro da Silva

Aline Santos Monte

Anielle Torres de Melo

Aquiles Paulino Peres Mota

Davi PaivaAlves

Diogo Siebra Alencar

Felipe Moreira de Paiva

Hilania Valéria Dodou

Igor Emerson de Oliveira Sá

Isabela Ribeiro Pinto

Luciana de Brito Siebra e Oliveira

Mariana Costa de Menezes

Rafael Soeiro dos Santos

Samanda Lima Oliveira

Sibelle Rodrigues Maria da Rocha

Thiago Lima Sampaio

2012

Aduana Francisca Carneiro da Silva

Ana Luiza Ribeiro Aguiar

Aquiles Paulino Peres Mota

Carine Soares Neto

Cibelle Ferreira de Moura

Carlos Diego Moreira Runo

Davi PaivaAlves

Diogo Siebra Alencar

Felipe Moreira de Paiva

Glauton José Barroso Uchoa

Hilania Valéria Dodou

Thales Alves Campelo

Iandra Prado Magalhães

Igor Emerson de Oliveira Sá

Isabela Ribeiro Pinto

Luciana de Brito Siebra e Oliveira

Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva

Ludmila Alves Freitas

Nickolas Marlles Falcão Mendonça

Rafael Soeiro dos Santos

Samanda Lima Oliveira

Sibelle Rodrigues Maria da Rocha

Thales Alves Campelo

Thiago Lima Sampaio

2013

Ana Luiza Ribeiro Aguiar

Carine Soares Neto

Carlos Diego Moreira Runo

Francisco Thiago Guedes Holanda

Hilania Valéria Dodou

Iandra Prado Magalhães

Jonatas José Lobo Oliveira

Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva

Ludmila Alves Freitas

Nickolas Marlles Falcão Mendonça

Rafael Soeiro dos Santos

Thales Alves Campelo

2014

Ana Luiza Ribeiro Aguiar

Carine Soares Neto

Carlos Diego Moreira Runo

Deyzilene Cardoso Araújo

Fátima Daiana Barroso Dias

Francisco Thiago Guedes Holanda

Gabrielle Dantheias Barroso

Hilania Valéria Dodou

Iandra Prado Magalhães

Jéssica Andrade Barreto

Jonatas José Lobo Oliveira

Kézia Nobre Bezerra

Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva

Maria Emília Pessoa Farias

Rafael Soeiro dos Santos

Thales Alves Campelo

Vicente de Souza Lima Neto

2015

Deyzilene Cardoso Araújo

Francisco Thiago Guedes Holanda

Gabrielle Dantheias Barroso

Iandra Prado Magalhães

Jéssica Andrade Barreto

Luciana Satie Kurosaki Castro e Silva

Vicente de Souza Lima Neto

e iniciamos um novo projeto de pesquisa Avaliação do Conhecimento, Aceitação e Uso de Medicamentos Genéricos em parceira com o Professor Doutor Paulo Sérgio Dourado Arra-is. Outra novidade foi a inclusão do Projeto Biologia Molecular nas Escolas no Programa Novos Talentos, em pareceria com a Professora Doutora Luzia Kalyne Almeida Moreira Leal e Profes-sor Doutor Pedro Jorge Caldas Magalhães. O projeto sofreu algumas alterações estruturais devido a maior carga horária e novos temas foram incluídos como: Gené�ca e Biotecnologia na área de saúde e, também, u�lizamos outros recursos visuais como a preparação de vídeo sobre exame de detecção de grupo sanguíneo e fator Rh, em pareceria com o LACT/UFC. Nesse

mesmo ano, de 2014, outro projeto sofreu alterações, na JOFAR/UFC foram incluídos apresentação de trabalhos cien�fi-cos, premiação do melhor trabalho e visita técnica monitorada, tornando o evento mais amplo. E com a construção do Prédio Didá�co do curso, o PET ganhou uma nova sala.

No início de 2015, devido aos recentes e importantes aconte-cimentos em relação a profissão como a prescrição farmacêu�ca, iniciamos com a organização do Projeto Sobremesa Acadêmica e a V JOFAR/UFC focando nessas mudanças. O Ciclo de palestra terá como tema Semiologia e na Jornada da Farmácia foram inclu-ídos minicursos de prescrição. Durante o ano, con�nuaremos com os projetos atualmente desenvolvidos e novos estão por vir.

LOGOS

Todas as logotipos do grupo. Sendo as duas últimas utilizadas ocialmente

por Luciana Kurosaki

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8 www.petfarmacia.ufc.br

Revista PET/UFC-Farmacia

Espaço PET - Atividades Desenvolvidas

f Pet/UFC Farmácia PET/UFC-Farmácia@petfarmaciaufc @petufcfarmacia

REDES SOCIAIS

FOTOS

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9www.petfarmacia.ufc.br

Revista PET/UFC-Farmacia

Espaço PET - Atividades Desenvolvidas

Atividades DesenvolvidasAo longo dos anos o PET/UFC Farmácia tem desenvolvido diversos projetos que beneficiaram alunos e a comunidade. Entre os projetos, atualmente desenvolvidos pelo PET/UFC Farmácia podemos destacar:

SOBREMESA ACADÊMICA

Descrição: Ciclos de palestras que abordam assuntos atuais per�nentes à área das Ciências da Saúde. As palestras são ministradas por profissionais da área, professores, alunos da graduação e pós-graduação, tem duração de 1h e 15min e são realizadas quinzenalmente.

Tipo: Projeto de Ensino

InterPET-CE

Descrição: Ação dos grupos PET do Estado do Ceará de extrema importância para discussão e tomadas de decisões e para a socialização das experiências vivenciadas pelos pe�anos. Esses momentos proporci-onam uma maior interação entre alunos e tutores, e colabora para uma maior vivência entre grupos e seus diferentes ideais.

Tipo: Outras A�vidades

JORNADA DA FARMÁCIA DA UFC

Descrição: O PET/UFC-Farmácia promove anualmente a Jornada da Farmácia da UFC, que se propõe ser um evento acadêmico inovador com o obje�vo de ampliar o conhecimento no âmbito farmacêu�co. Para tanto o evento conta com mesas redondas, palestras, conferencias e minicursos, com temas que abordem o universo farmacêu�co, o curso de graduação e assuntos relacionados a saúde. Além de apresentação de trabalhos cien�fi-cos e visitas técnicas.

Tipo: Outras A�vidadesPADRIN

Descrição: O Projeto de Acompanha-mento Discente aos Recém Ingressos - PADRIN, consiste no apadrinha-mento de alunos recém-ingressos do curso de Farmácia, pelos alunos do PET, para esclarecer dúvidas, empre-star material e dar dicas, ajudando no que for preciso.

Tipo: Outras A�vidades

JORNAL TARJA PRETA

Descrição: Jornal publicado 5 vezes ao ano pelo PET/UFC-Farmácia, apresentando no�cias nacionais e internacionais relacionadas a saúde, levando informações aos alunos do curso de Farmácia. Nele são divulgados congressos, cursos, eventos e entrevistas, além de sugestões de livros e filmes.

Tipo: Outras A�vidades

NATAL SOLIDÁRIO

Descrição: Tendo em vista a importância de trabalhos sociais para constru-ção de uma vida mais justa, o PET realiza anualmente o Natal Solidário, tornando o Natal de crianças carentes, de creche ou orfanato, recheado de alegria e diversão. Alem de par�ciparem de uma festa com jogos e brincade-iras, todas as crianças da ins�tuição ganham presentes, doado por alunos e professores do curso de Farmácia.

Tipo: Outras A�vidades

SITE

Descrição: Site do grupo PET/UFC-Farmácia, www.pe�armacia.ufc.br, criado em 2009, foi reformulado em 2012 e é permanente atualizado. Nele são divulgadas no�cias cien�ficas e eventos promovidos pelo grupo PET-farmácia e pela UFC.

Tipo: Outras A�vidades

por Vicente de Sousa

Page 10: Revista PET/UFC-Farmácia

Revista

UFC - farmáciaPET

10 www.petfarmacia.ufc.br

Revista PET/UFC-Farmacia

Espaço PET - Atividades Desenvolvidas

CURSO PRÉ-SAÚDE

Descrição: A�vidade desenvolvida pelos grupos PET da Farmácia, Medicina, Enfermagem e Odontologia, além do Centro Acadêmico do Curso de Fisioterapia, em que os cursos da Saúde são apresentados aos alunos recém-ingressos da UFC, tendo com foco o contato dos alunos de diferentes cursos e promoção da interação mul�disciplinar entre os futuros profissionais da área de saúde.

Tipo: Projeto de Ensino

REVISTA PET/UFC-FARMÁCIA

Descrição: Uma inicia�va que vem inovar a comunicação dentro da comunidade acadêmica do curso de Farmácia da UFC, além de proporcionar conteúdo produzido por esta comunidade a outras comunidades de interesse. A revista é produzida por integrantes do PET/UFC Farmácia em colaboração com docentes, discentes da Universidade Federal do Ceará.

Tipo: Outras A�vidades

BIOLOGIA MOLECULAR NAS ESCOLAS

Descrição : Integrantes do P E T/U F C-Farmácia e alunos do curso de Farmácia da UFC apresentam aulas prá�cas e teóricas para alunos de escolas, de nível funda-mental e médio, abordando temas de “Ciências Genômicas e Biotecnologia”. Nossas principais metas são aproximar o estudo dessas ciências nas escolas de ensino básico e despertar o interesse nos alunos par�cipantes. Além disso, os par�cipantes do projeto tem a oportunidade de experi-mentar a troca de experiências e a prá�ca da docência.

Tipo: Projeto de Extensão

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO, USO E

ACEITAÇÃO DOS MEDICAMENTOS

GENÉRICOS

Descrição: Esse estudo permite a avaliação do grau entendimento sobre medica-mentos genéricos em relação a sua aceitação, uso e conhecimento. Público alvo: pacientes atendidos na Farmácia Ambulatorial do Hospital Universitário Walter Can�dio (HUWC) e estudantes dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Medi-cina, Odontologia e Fisioterapia do Centro Ciências da Saúde da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Tipo: Projeto de Pesquisa

PARTICIPAÇÃO EM LABORATÓRIOS DE PESQUISA

Descrição: Os integrantes do grupo PET/UFC-Farmácia par�cipam de pesquisa, sob a orientação do professor/pesquisador responsável pelo laboratório. Esta a�vidade representa uma possibilidade dos pe�anos conhecerem diversas linhas de pesquisa e contribui para a formação de melhores profissionais, além de promover a interação entre o grupo PET, demais alunos e professores. A a�vidade é realizada durante todo o período em que o aluno é vinculado ao PET

Tipo: Projeto de Pesquisa

SITE

Descrição: Site do grupo PET/UFC-Farmácia, www.pe�armacia.ufc.br, criado em 2009, foi reformulado em 2012 e é permanente atualizado. Nele são divulgadas no�cias cien�ficas e eventos promovidos pelo grupo PET-farmácia e pela UFC.

Tipo: Outras A�vidades

ESTRATÉGIAS DE BIOSSEGURANÇA

Descrição: A realização desse projeto, que permeia a pesquisa, a extensão e o ensino, proporciona a avaliação do nível de conhecimento das prá�cas de biossegurança pela comunidade do Centro de Ciências da Saúde. Para isso, são aplicados ques�onários aos funcionários dos serviços de limpeza e manutenção, alunos, técnicos administra�vos e professores. Os pe�anos também ministram uma aula sobre Biossegurança para os alunos do primeiro semestre e avaliam por meio de ques�onário o conhecimento desses alunos. Na forma de uma ação extensionista, os pe�anos promovem um Dia de Ação em torno do Campus do Porangabuçu, em parceria com outros grupos PET da área da saúde, para a conscien�zação de alunos e profissionais dos perigos do uso do jaleco fora dos locais apropriados, especialmente em lanchonetes e restaurantes.

Tipo: Projeto de Pesquisa, Ensino e Extensão

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Revista PET/UFC-Farmacia

Notícia em Evidência

Pro�ssão

por Dra. Lúcia Sales

Profissão Farmacêutica

Farmácia é uma ciência milenar e a profissão farmacêutica no

ABrasil

é uma das mais antigas, sendo a Escola de Farmácia de Ouro Preto

a pioneira no ensino de Farmácia desvinculado das Faculdades de

Medicina no país e foi criada em 4 de Abril de 1839. A Farmácia brasileira

enquanto profissão regulamentada por uma Autarquia Pública Especial, tem

54 anos de existência e se deu com assinatura da Lei 3820 pelo então

presidente da república, Dr. Juscelino Kubitschek, criando o Conselho

Federal de Farmácia e os Conselhos Regionais de Farmácia. Em toda

sua trajetória a profissão farmacêutica tem passado por grandes desafios,

traduzidos em lutas das entidades representativas e dos profissionais de uma

forma geral, para garantir seus direitos, e o direito do cidadão de contar

com os serviços desse profissional nem sempre presente nas equipes

multiprofissional de saúde.

Trajetória da Profissão Farmacêu�ca no Brasil: histórico, avanços e desafios

Histórico, Avanços e Desa�os

Farmacêutica

Page 12: Revista PET/UFC-Farmácia

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Revista PET/UFC-Farmacia

De forma simplista podemos rela-cionar três fases da profissão a par�r do século passado.

Na primeira fase, a profissão estava voltada essencialmente para o estabe-lecimento farmacêu�co, onde o profissional exercia um papel impor-tante no campo da saúde, cujo desem-penho �nha relevância e reconheci-mento social. Mesmo assim, travamos diversas disputas e lutas corpora�vas com outras profissões que tentavam ou invadiam nosso campo de atuação profissional, como exemplo, os prá�cos de farmácia e os químicos.

A segunda fase é do mundo pós-guerra, que impulsionou o desenvol-vimento da indústria farmacêu�ca, as farmácias foram transformadas em mercearias e o medicamento tratado como uma mercadoria qualquer, desconsiderando sua essencialidade como insumo estratégico na terapia medicamentosa, assim como o risco que representa quando não é conside-rado seu uso racional. Nesse momento, os cursos de farmácia passaram a formar profissionais voltados para o desenvolvimento das análises clínica e valorizar de tal forma essa a�vidade que o farmacêu�co passou a ser reconhecido como bioquímico, que não é a formação profissional e sim, uma das áreas de atuação do farma-cêu�co, deixando de lado a formação original do profissional e perdemos o eixo central ou a iden�dade da profissão.

Aqui �vemos e ainda temos disputa de mercado com outros profissionais, visto que a a�vidade não é exclusiva do farmacêu�co. Tudo isso contribuiu para que a profissão não �vesse o devido reconhecimento social, consi-derando que a maioria d a s a � v i d a d e s p r o fi s - s i o n a i s regulamentada pelo Conselho federal de Farmácia que são mais de 70, elas são desenvolvidas com ou sem a presença ou atuação do farmacêu�co, o que �ra o caráter de essencialidade desse profissional. Com isso, não querem dizer que não somos impor-tantes no contexto da saúde, somos mais do que a sociedade reconhece, só precisamos provar com a nossa capacidade e competência técnica, que somos importantes e essenciais porque a nossa presença na equipe mul�profissional faz a dife-rença, que nós somamos para garan�r maior efe�vidade no trabalho, na qualidade do atendimento ao usuário do sistema de saúde ou ao cliente da empresa privada.

A terceira é a que vivenciamos até o momento. Eu diria que se iniciou a par�r da crise de iden�dade profis-sional. Quem somos e a quem servi-mos? Precisamos resgatar nosso status de profissional de saúde que trabalha com e para o paciente, usuário ou cliente, ou seja, precisamos voltar o foco da profissão para o atendimento e atenção farmacêu�ca, e nos inserir-mos na equipe de saúde, através da prestação de serviço, no cuidado e acompanhamento ao paciente, para conquistarmos o reconhecimento e a valorização pelo desempenho profissi-onal. Neste cenário, ainda na década de 1990 surgiram os primeiros movi-mentos na categoria para reverter este quadro. O fato emblemá�co foi o Projeto de Lei nº 4.385/94, da ex-senadora Marluce Pinto (PMDB-RR) que “dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamen-tos, insumos farmacêu�cos e cor-relatos, e dá outras providências”, e se

propunha a �rar a responsabilidade Técnica dos farmacêu�cos dos esta-belecimentos registrados como drogarias. O projeto foi recebido pela Câmara e o deputado Ivan Valente do PT de São Paulo à época, entrou com um subs�tu�vo ao qual foram apensados mais vinte projetos nos vinte anos que tramitou.

Nesse tempo a expecta�va de vida aumentou, vivemos uma transição epidemiologia no país em decorrência do envelhecimento da população, trazendo o aumento das doenças crônicas e degenera�vas. A oferta do aparato tecnológico de produtos para a saúde, os meios de diagnos�co e terapêu�co no mercado é imensa, mas o acesso a esses meios é limitado. No mundo contemporâneo a necessidade de ampliar a cobertura dos serviços de saúde e incrementar a capacidade de resolução desses serviços vem desen-volvendo a idéia de expandir para outros profissionais, entre os quais o farmacêu�co, maior responsabilidade no manejo clínico dos pacientes, intensificando o processo de cuidado, fato esse que tem propiciado altera-ções nos marcos de regulação da profissão farmacêu�ca em vários países. Nesse modelo de atuação do farmacêu�co na atenção à saúde, a farmácia clínica e a prescrição farma-cêu�ca cons�tuem o melhor exemplo de avanço da profissão, ressaltando que a Prescrição Farmacêu�ca, pres-cinde da atuação Clinica do Farma-cêu�co. Existem dois modelos de prescrição farmacêu�ca, a Prescrição Farmacêu�ca Dependente e Indepen-dente, e para cada uma delas existem critérios que são rigorosamente cum-pridos. O Brasil, pela importância que representa no con�nente sul america-

Profissão Farmacêutica

‘’A Farmácia é uma ciência milenar e a profissão

farmacêu�ca no Brasil é uma das mais an�gas.‘’

Legenda: Símbolo da profissão farmacêutica. Sua origem remonta a Antiguidade, sendo parte da mitologia gregaFonte: http://megaarquivo.com/tag/farmacologia/

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americano, deve avançar com relação ao entendimento do papel que o far-macêu�co pode desempenhar para contribuir efe�vamente enquanto profissional de saúde, para a prestação de serviços de atenção à saúde.

Com base na análise da conjuntura atual da profissão no mundo e atuação do farmacêu�co no país, o Conselho Federal de Farmácia- CFF fazendo uso de suas atribuições claramente expres-sas no inciso “m” do art. 6º da Lei nº 3.820, publica duas resoluções no dia 29 de agosto de 2013, que talvez cons�tuam o marco regulatório que causara maior impacto na profissão farmacêu�ca e possa a par�r de então, definir ou dar peso a iden�dade pro-fissional com reconhecimento social que tanto buscamos, são elas: 1-A Resolução 585/2014 que regula as atribuições clínicas do farmacêu�co, com o propósito de proporcionar cui-dado ao paciente, família e comu-nidade, de forma a promover o uso racional de medicamentos e o�mizar a farmacoterapia, com o propósito de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paci-ente, por meio da promoção, pro-teção e recuperação da saúde, alem da prevenção de doenças e agravos à saúde.

2-A Resolução Nº 586, que regula a prescrição farmacêu�ca, que esta-belece Art. 2º -... cons�tui prer-roga�va do farmacêu�co legalmente habilitado e registrado no CRF de sua jurisdição. Art. 3º -... define-se a pres-crição farmacêu�ca como ato pelo qual o farmacêu�co seleciona e docu-menta terapias farmacológicas e não farma-cológicas, e outras intervenções

rela-�vas ao cuidado à saúde do paciente, visando à promoção, pro-teção e recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. O Conselho Federal de Farmácia foi extremamen-te cauteloso e respon-sável no propó-sito de avançar na regulamentação dessa nova a�vidade profissional. Para se chegar até a publicação da norma, o processo envolveu vários atores, mais preci-samente da área acadêmica e da área técnica do CFF e passou por varias etapas incluindo consulta púbica e no final foi subme�da a apreciação do plenário do CFF, e aprovada. Discu�r prescrição farmacêu�ca não é tarefa fácil, este termo ainda é tabu no Brasil quando faz parte da linguagem técni-ca dos farmacêu�cos em vários paí-ses, há mais de uma década. Estas normas representam um grande passo para que a profissão se adéque as novas exigências da sociedade e do mercado, e aponta uma mudança de paradigma, mas, por si só a norma não resolve nenhum problema se não houver o esforço cole�vo de mudar o status quo. Antes de tudo é preciso querer mudar e avançar no processo de evolução da profissão, e para isso as en�dades de classe têm o dever de

defender a proposta, os órgãos de formação profissional devem se aparelhar e adequar o currículo para a formação do profissional com esse novo perfil, e o farmacêu�co também devera se capa-citar, se quiser desen-volver as novas a�vidades regula-mentadas.

Outra ação estratégica de inicia�-va do CFF foi a criação do Fórum Naci-

onal de Luta pela Valorização da Pro-fissão.

Pela primeira vez na história recente da Farmácia brasileira, es�ve-ram reunidos em Brasília representan-te do Conselho Federal de Farmácia (CFF), conselhos regionais, Federação Nacional dos Farmacêu�cos (Fenafar) e sindicatos filiados, e Federação Interestadual dos Farmacêu�cos (Feifar) e sindicatos filiados, Associa-ção Brasileira de Educação Farmacêu-�ca (ABEF) e Execu�va Nacional dos Estudantes de Farmácia (Enefar). A plenária final dessa reunião, aprovou por unanimi-dade a imediata instala-ção de um fórum permanente de âmbi-to nacional e fóruns estaduais e regio-nais de en-�dades farmacêu�cas pela valorização profissional com os obje�-vos de promover a qualificação da inter-venção farmacêu�ca na socieda-de (técnica, polí�ca, assistencial), e tra-balhar para provação dos PECs e PLs de interesse a profissão, inicial-mente com foco nos Projetos de Lei subs�tu�vo do Deputado Ivan Valente ao Projeto de Lei- PL nº 4.385/94, da ex-senadora Marluce Pinto.O Fórum propôs uma atualização o projeto subs�tu�vo que passou a se chamar de Subemenda Aglu�na�va Subs�tu�va, e trabalhou com esta proposta junto às lideranças parla-mentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Houve um esforço concentrado liderado pelo CFF no sen�do de mobilizar a categoria através das en�dades representa�-vas, que trabalharam para conseguir

Profissão Farmacêutica

‘’No mundo pós-guerra as farmácias foram trans-formadas em mercearias e o medicamento tratado

como uma mercadoria qualquer‘’

‘’Precisamos voltar o foco da profissão para

o atendimento e atenção farmacêu�ca,

e nos inserirmos na equipe de saúde‘’

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Profissão Farmacêutica

o consenso em torno da proposta apresentada. Depois de idas e vindas a proposta foi endossada pelos representan-tes da indústria e do comércio farmacêu�co, pelas lideranças de todos os par�dos polí�cos representados no Congresso Nacional e Casa Civil da Presidência da República. Recebeu ainda, moções de apoio do Fórum das En�dades Nacionais dos Trabalhadores da área de saúde (Fentas) e do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

No dia 02 de julho de 2014, foi aprovado pela Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 4385/94, o qual classifica a FARMÁCIA COMO UMA UNIDADE DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, DESTINADA A PRESTAR ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E ASSISTÊNCIA À SAÚDE E ORIENTAÇÃO SANITÁRIA INDIVIDUAL E COLETIVA À POPULAÇÃO.

Foi nossa primeira grande vitória, mas a luta permane-cia visto que, o PL teria que voltar ao Senado Federal para votação.

No Senado o PL 4385/94 passa ser o Subs�tu�vo da Câmara dos Deputados (SCD) nº 41/93, que foi a plená-rio, votado e aprovado com louvor, no dia 16 de julho de 2014.

No dia 11 de agosto, a presidente da república do Brasil, Dilma Rousseff, sanciona a Lei nº 13.021/14, que muda o conceito de farmácia no Brasil.

Apesar de todos os acordos firmados, foram vetados alguns dos ar�gos. De acordo com o Presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter Jorge João, antes que o texto do PL chegasse à Casa Civil, foi construí-do um grande acordo entre as en�dades farmacêu�cas, o comércio varejista, a indústria e o poder legisla�vo, com o apoio do Governo Federal. “Infelizmente, esse acordo, pelo texto sancionado, não foi levado em consideração em sua totalidade, pela Presidência da República, mas a essência do PL foi aprovada, os farmacêu�cos são profissionais da saúde, as farmácias são unidades de prestação de serviço em saúde e a população contará, com mais segurança quanto ao uso de medicamentos”.

Estaríamos muito felizes se as surpresas �vessem parado por ai, infelizmente no pacote veio a Medida Provisória (MP) Nº 653/2014, que altera a Lei Nº 13.021/2014.

A luta con�nuou e mais uma vez entra em cena o Fórum Nacional de Luta Pela Valorização da Profissão

Farmacêu�ca, Comissão Parlamentar/CFF, os conselheiros Federais e Conselhos Regionais de Farmácia-CRFs, para derrubar a MP que caiu por decurso de prazo o que não significa tranquilidade, pois ela pode vir a ser reeditada, portanto, a nossa luta con�nua em favor do farmacêu�co e da saúde da população, razão de ser da nossa profissão.

‘’ Somos importantes e essenciais porque a nossa presença na equipe mul�profissional faz a diferença‘’

Texto: Doutora Lúcia de Fátima Sales Costa

Conselheira Federal de Farmácia pelo Ceará

Acesse para mais informações:

www.cff.org.br

www.feifar.org.br

www.abenf.org.br

www.fenafar.org.br

www.enefar.wordpress.com

www.conselho.saude.gov.br

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Profissão Farmacêutica

importância dos farmacêu�-A cos para a saúde da popula-ção brasileira foi reconhecida

pelo plenário do Senado Federal. Em votação unânime, no dia 16 de julho, em Brasília, foi aprovado o Subs�tu�vo da Câmara dos Deputados (SCD nº 41/93) que classifica a farmácia como unidade de assistência farmacêu�ca, assistência à saúde e orientação sani-tária individual e cole�va. O momento é histórico para a categoria, pois o Projeto de Lei nº 4.385/94, da ex-senadora Marluce Pinto, que deu ori-gem ao SCD, esteve em tramitação por quase 20 anos, 17 dos quais, na Câma-ra dos Deputados.

Essa vitória da classe se deu após gran-de mobilização, par�cipação e união das en�dades de Farmácia, onde o CRFCE está integrado, sob coordena-ção dos Fóruns Regionais e Nacional de Luta pela Valorização da Profissão Farmacêu�ca. Em abril foi iniciada a primeira tenta�va de levar a proposta à Câmara dos Deputados, por meio de uma subemenda aglu�na�va contem-

plando as atuais necessidades da saúde pública em relação ao profissio-nal farmacêu�co.

A conscien�zação e a disseminação do real perigo para a classe farmacêu�ca caso o projeto fosse novamente enga-vetado por mais longos anos foi ar�-culada pelos fóruns que organizou umas das maiores mobilizações dos farmacêu�cos no Brasil.

Em maio, o presidente do CRFCE, Dr. Jacó Albuquerque, se uniu a 1800 profissionais e acadêmicos na Cate-dral de Brasília em defesa da aprova-ção de projeto de lei.

No início de junho, o Ceará também mostrou toda a sua força na Câmara dos Deputados com a par�cipação do Dr. Jacó Albuquerque, do vice-presidente, Dr. Júlio Peixe, e da tesou-reira, Dra. Emília Pimentel, na luta pela aprovação do projeto, mas ape-sar de previsto para ser votado, não foi incluído na pauta.

Após o acordo histórico entre en�da-des farmacêu�cas, representantes do

comércio varejista e Casa Civil, os prin-cipais líderes dos par�dos e a grande maioria dos deputados passaram a se mostrar a favor do texto do projeto, inclusive com manifestações públicas em defesa no plenário da Câmara. A deputada pelo PCdoB da Bahia, Alice Portugal, farmacêu�ca, também foi árdua defensora e coordenadora de toda a luta no Congresso para aprova-ção do projeto.

Agora resta apenas a sanção da presi-dente Dilma Rousseff, que pode apre-sentar seu posicionamento a qual-quer momento.

A LUTA CONTINUA.

www.crfce.org.br

Farmácia Estabelecimento de Saúde: uma luta travada também pelo CRFCE

Imagem cedida pelo CRF/CE

Texto: Jackson de Moura

Assessor de Comunicação/ Conselho Regional de Farmácia do Ceará

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Ipharma Jr.

Ipharma Consultoria Farmacêu�ca é a A primeira empresa júnior da área da saúde no estado do Ceará, estando vinculada à

UFC. Foi fundada em 2013 e atualmente conta com a colaboração de 15 membros.

A Ipharma oferece consultorias que, por meio do diagnós�co e da formulação de soluções, auxiliam o cliente a tomar as melhores ações e decisões em relação a um assunto. Os serviços prestados pela empresa estão relacionados ao campo de atuação do farmacêu�co no mercado de trabalho, abrangen-do quatro grandes áreas: Análises Clínicas, Drogari-as, Indústria e Manipulação. Os serviços prestados pela empresa vão desde o treinamento de funcioná-rios em drogarias ao plano de gerenciamento de resíduos de indústrias farmacêu�cas.

As empresas juniores proporcionam aos acadêmi-cos uma aplicação prá�ca do conhecimento teórico e empresarial, promovendo o aprendizado em ges-tão de negócios. Os membros assumem cargos de gerência e direção, com visão e responsabilidades gerais sobre a empresa, o que permite tanto a quali-ficação profissional como o desenvolvimento pessoal. Além disso, os alunos desenvolvem não só a sua capacidade empreendedora, mas também a sua rede de contatos e relacionamentos dentro e fora da faculdade.

Saiba mais sobre os serviços e funcionamento visi-tando o website (h�p://www.ipharma.ufc.br) e a fanpage no facebook (Ipharma Consultoria Farma-cêu�ca Jr.).

“A Ipharma me fez ver que empreendedorismo não é apenas ter capital e abrir uma empresa, é uma forma de mudar a vida das pessoas e transformar a sociedade com ideias inovadoras e conscientes que quando postas em prá�ca com planejamento, pai-xão e principalmente propósito, podem sim mudar o mundo.” Fabrício César - Diretor de Projetos Iphar-ma

“A Ipharma se preocupa em estar sempre capacitan-do os membros para oferecer um serviço melhor para nossos clientes. Em pouco tempo tomei conhe-cimento de assuntos que realmente fazem a diferen-ça para o bom exercício da minha profissão, como análise de mercado, marke�ng pessoal e gerencia-mento de projetos.” Diego Moreira - Diretor de Mar-ke�ng da Ipharma.

www.ipharma.ufc.br

Texto: Cristianne Oliveira Medina

- Presidente da Ipharma Jr. -

Fabrício César Fernandes- Diretor de Projetos da Ipharma Jr. -

Carlos Diego Moreira Runo- Diretor de Marketing da Ipharma Jr. -

NOME: Ipharma Consultoria Farmacêutica JúniorTIPO: Empresa JúniorCURSO: FarmáciaIES: Universidade Federal do Ceará - UFCCRIAÇÃO: 2 de Julho de 2013MISSÃO: Ser agente transformador da sociedade pelo ideal empreendedor, prezando pela capacitação e qualidade dos acadêmicos para a sua inserção no mercado farmacêutico.VISÃO: Até o nal de 2015, ser a empresa júnior reconhecida pela área farmacêutica como referência na formação de alunos empreendedores que prestam serviços que impactam a sociedade.VALORES: Integridade, Responsabilidade social, Aprendizado contínuo, Brilho no olho, União, Compromissoe Busca por excelência.

A Empresa Júnior da Farmácia UFC

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Notícia em Evidência

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BREVE HISTÓRICO DA FACULDADE DE FARMÁCIA E ODONTOLOGIA DO CEARÁ -

ANOS99

UEI UEI UEI UEI

Manipulação Atenção Farmacêutica

por Prof. Dr. Carlos Couto

Matheus Nóbrega

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ANTECEDENTES

s tempos eram di�ceis. O Muito di�ceis mesmo. Vivia-se o ano de 1916.

O Ceará sofria as duras consequên-cias da “seca do quinze”, período da falta de chuvas que se iniciara em 1913 e que perdurou até 1917.

Em 1915, devido a migração de flagelados do sertão para Fortaleza causada pela falta das chuvas, criou-se o campo de concentração (era assim mesmo que se chamava) do Alagadiço, nos arredores da capital cearense, cenário do livro de Rachel de Queiroz - O Quinze, que chegou a juntar mais de 8 mil esfarrapados, que recebiam algu-ma comida e permaneciam vigiados por soldados.

Devido às péssimas condições da saúde pública em virtude da seca, o ano de 1916, começa em Fortaleza com uma forte campanha contra a realização do carnaval promovida por representantes da igreja e pelo jornal Correio do Ceará. O bispo diocesano Dom Manuel da Silva Gomes dirigira ao Presidente da República Venceslau Brás e ao Loyd Brasileiro telegramas implorando a vinda de vapores que auxiliassem a imigração para outros Estados da federação, dos flagelados da seca. (OLIVEIRA,1997,p.99).

Em 1915, Dom Manuel já havia ido ao Rio de Janeiro, onde “visitou jorna-is, deu entrevistas, penetrou os minis-térios, o Senado e a Câmara, foi aos colégios católicos e pregou em todos os púlpitos dos templos cariocas, con-clamando o povo a olhar a terra már-�r” (Quinderé,1957,p.119).

O Ceará vivia ainda os resquícios da Sedição de Juazeiro, guerra civil encerrada a 14 de Março de 1914, com a intervenção federal e deposição do então governador Franco Rabelo. Em 1916, era governado por Benjamin Liberato Barroso eleito em 1914,

tendo como seu vice Padre Cícero Romão Ba�sta.

Ainda em 1916 o mundo vivia o horror da Primeira Guerra Mundial, onde os jornais e o rádio voltavam-se para no�ciar uma das principais batalhas daquele conflito que durou de 21 de fevereiro a 18 de dezembro, acontecida na França, ao norte da cidade de Verdun-sur-Meuse, onde tropas francesas enfrentaram tropas alemãs fazendo quase um milhão de ví�mas.

Estes entraves polí�cos, sociais e econômicos dificultavam a vida das pessoas, principalmente daquelas que �nham algum sonho como proje-to a ser posto em prá�ca.

Era o caso de Francisco de Sá Roriz cearense nascido em 18 de Abril de 1867 na cidade de Jardim, militar que, durante o tempo em que serviu no Rio Grande do Sul, graduou-se como cirurgião den�sta na Faculdade de Odontologia daquele Estado.

Desejava voltar ao Ceará preocu-pado com a carência do ensino superi-or em nosso Estado e sonhava com o projeto de criação de uma faculdade na área de saúde, com o fim de ampli-ar as oportunidades para aqueles que, por falta de recursos, não podiam estudar em outros centros mais adian-tados.

Em Fortaleza, na época, a oportu-nidade de graduação superior, con-centrava-seexclusivamente em direi-to, curso este ofertado pela Faculdade de Direito criada no ano de 1905.

Para tanto, Sá Roriz sabia que as dificuldades seriam muito grandes

num Ceará muito pobre, sem dinheiro sequer para socorrer as ví�mas da seca. O apoio financeiro governamen-tal era impossível, devido às dificulda-des econômicas sociais enfrentadas na época, num Estado de economia frágil, eminentemente agropastoril. Havia ainda o trauma deixado pelo governo de Pedro Borges que em 1903, revoltou a população, pois, fechara 90 escolas primárias no interi-or para aplicar os recursos a elas des�-nados na fundação da Faculdade de Direito. (Farias, 2013 p.241).

Portanto, com tantos problemas de ordem poli�co, social e econômica, no ano de 1916, as prioridades gover-namentais eram outras que não a fundação de uma faculdade na área de saúde.

Mesmo assim, Sá Roriz, odontólo-go, visionário, individuo dotado de extraordinária visão de futuro, a prin-cípio, entendido por poucos, perse-guiu seu sonho e propôs a fundação da Faculdade de Medicina Tropical, Farmácia, Odontologia e Obstetrícia do Ceará.

INÍCIO

A proposta de se criar no Ceará uma escola de ensino superior (facul-dade) na área de saúde, surgiu quan-do o cirurgião den�sta Francisco Sá Roriz coordenou inicia�va para a fundação da Faculdade de Medicina Tropical, Farmácia, Odontologia e Obstetrícia do Ceará.

Em reunião presidida pelo médico Eduardo Salgado e acontecida no Liceu do Ceará em 22 de Novembro de 1914, com a presença de profissionais

‘’Podemos considerar a Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, e o Centro Médico Cearense

como ins�tuições pioneiras, formando as bases cien�ficas das modernas ações de assistência à

saúde do Ceará.‘’

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Capa

médicos, farmacêu�cos e den�stas, Sá Roriz expôs seu grandioso e arroja-do projeto. Nessa reunião ficou apro-vada a criação de referida faculdade, sendo o médico Eduardo Salgado acla-mado seu diretor.

Entretanto, Eduardo Salgado no início do ano de 1915, alegando falta de condições materiais e recursos financeiros desencorajou a inicia�va jus�ficando ser “empreitada di�cil e fadada ao fracasso”.

Sá Roriz não desanimou e, na mesma oportunidade, anunciou que, se não era possível a criação da Facul-dade de Medicina, podia anunciar como certa a fundação da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará.

Assim, dessa maneira, estava sela-do o des�no desta ins�tuição que, mesmo nascendo em berço humilde, tornou-se grandiosa em sua existên-cia.

Segundo a Ata de sua fundação lavrada em 12 de Março de 1916, “no salão de espera do gabinete cirurgico dentário do Dr. Raymundo Gomes, à Rua Major Facundo trinta e nove(al-tos)”, estava criada a Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, sendo seus fundadores (assinaram a ata de fundação) os cirurgiões den�s-tas Francisco de Sá Roriz, Raimundo Gomes, Pedro Verissimo de Araújo, Mozart Catunda, Américo Marães Picanço e o farmacêu�co Afonso Pontes de Medeiros. Sá Roriz foi acla-mado seu primeiro diretor.

Posteriormente aderiram ao movi-mento os médicos José Odorico de Morais, Raimundo Leopoldo Coelho de Arruda, os farmacêu�cos Joaquim Frederico Rodrigues de Andrade, Jose de Moraes Studart e Francisco Dias da Rocha.

Sem sombra de dúvidas, podemos considerar a Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, e o Centro Médi-

co Cearense como ins�tuições pionei-ras da saída do empirismo do binômio, saúde-doença em nosso Estado, for-mando as bases cien�ficas das moder-nas ações de assistência à saúde do Ceará.

A Faculdade de Farmácia e Odon-tologia - FFO, que a princípio se pro-punha a formar farmacêu�cos e den�stas, nesta trajetória de quase um século, extrapolou seus limites transformando-se em um grande espaço aberto a novas dimensões: pioneira no Ceará no ensino superior das ciências básicas (química, biolo-gia, botânica, �sica), das ciências da saúde (fisiologia, histologia, anato-mia, farmacologia, toxicologia, bro-matologia, cirurgia buco-maxilo-facial, den�s�ca, ortodon�a, etc) e outras matérias; propulsora e irradia-dora da pesquisa cien�fica no Ceará em áreas nobres como química orgâ-nica, botânica, plantas medicinais, farmacologia, toxicologia, alimentos, microbiologia, saúde pública, produ-

-ção, controle da qualidade e uso raci-onal de medicamentos, dentre outras; propiciou também parcerias com ins�tuições da área de saúde tanto de natureza pública quanto as par�cula-res, visando a melhoria da formação de seus alunos, através de estágios; além de a�vidades extensionistas realizadas pelos Laboratório de Análi-ses Clínicas e Toxicológicas, Farmácia-Escola, Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos – GPUIM, Centro de Desenvolvimento de Especialidades Farmacêu�cas – CDFAR, Centro de Informação de Medicamentos – CIM, Clinica Inte-grada de Odontologia, Emergência Odontológica; tem colaborado ao longo dos anos na formação de outros cursos de farmácia e odontologia no Ceará e, juntamente com a centenária Faculdade de Direito e a octogenária Escola de Agronomia, formou o tripé que originou a Universidade Federal do Ceará.

A história dessa ins�tuição, ao lon-

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-go deste século, é muito rica, cheia de a�tudes que infundem respeito e grandeza moral a todos que a fizeram e a fazem. De origem humilde, mas que o tempo e o esforço de muitos a tornou grandiosa.

Sua primeira diretoria foi compos-ta dos seguintes professores: Francis-co Sá Roriz (diretor), Mozart Catunda Gondim (primeiro secretário), Pedro Veríssimo de Araújo (segundo secre--tário), Raimundo Gomes (tesoureiro) e Mamede Cirino de Lima (bibliotecário

VESTIBULAR E CURRÍCULO

Em seu primeiro ves�bular para o Curso de Farmácia, acontecido no início de 1916, constavam provas das seguintes matérias: francês ou inglês-(oral e escrita); Physica Geral; Chimica Geral e História Natural Aplicada à Medicina.

O jovem Vicente Brito, natural da cida-de de Crato foi o primeiro a solicitar, através de telegrama, inscrição para prestar este exame para Farmácia.

O primeiro currículo propunha a minis-tração de oito disciplinas que oferta-das em duas séries (dois anos), cum-priam a formação do farmacêu�co. Eram as da primeira série: História Natural, Physica, Chimica Inorgânica e Pharmacologia (parte I). As Disciplinas da segunda série: Chimica Orgânica, Chimica Analí�ca, Pharmacologia (parte II) e Arte de Formular.

Assim, com aprovação em todas as disciplinas cursadas no período de dois anos, estava formado o Farmacêu�co.

Ainda em 1916, a diretoria requereu à Assembleia Legisla�va cearense que a ins�tuição fosse reconhecida como de u�lidade pública para efeitos jurídicos. Pelo parecer n° 57 de 23/09/1916, lhe foi concedida tal reconhecimento pela Comissão de Instrução Pública, que considerou a ins�tuição merecedora de apoio do governo estadual. Foi decretada então a lei n° 1.391 de 2 de

outubro do mesmo ano, pela qual foi autorizado o governo do Estado a reconhecer como de u�lidade pública a "Faculdade de Pharmácia, Odonto-logia e Curso de Parto do Ceará". Embora presente na denominação do estabelecimento, o Curso de Parto, não chegou a funcionar naquela épo-ca.

A validade dos diplomas emi�dos foi conferida um ano depois pela Lei nº1418 de outubro de 1917.

No ano de 1917, os professores lança-ram a Revista Polymathica, publicação especializada organizada por Raimun-do Leopoldo Coelho de Arruda, Afon-so Pontes de Medeiros e Mozart Catunda Gondim.

A primeira turma diplomada pela FFO foi em dezembro de 1917. O quadro de formatura trazia a inscrição la�na AD AUGUSTA PER AUGUSTA. Cola-ram grau cinco odontólogos e nove farmacêu�cos.

ODONTÓLOGOS:

Ulysses Castelo Branco (orador), J. Bezerra Marinho, N. F. Carlos Peixoto, M. Trajano Borges e J. Perdigão Sobri-nho.

FARMACÊUTICOS:

J. Augusto Barbosa (orador), Sabino Borges, F. Gonzaga de Almeida, D. Antônio Araújo, Tertuliano Vieira e Sá, Elias Siqueira Cavalcante, Vicente Brito, Nelson Gurgel e J. Gonçalves Linhares.

SEDES

Podemos considerar como a primeira sede da FFO, o consultório dentário do Prof. Raimundo Gomes situ à rua Major facundo nº 39,(altos da Livraria

Humberto). Entretanto, não dispondo de sede própria para funcionar, as primeiras aulas foram ministradas na sede do Centro espírita Cearense, à Rua Major Facundo. Em 1917, a dire-toria conseguiu alugar um sobrado na Rua Senador Pompeu com Rua São Paulo, onde funcionou até 1920, pas-sando em 1921 para outro sobrado, na Rua Guilherme Rocha esquina com a Rua Senador Pompeu, mudando-se em 1924 para uma casa térrea na mesma rua.

Em 1925, falece o então diretor da FFO, professor Francisco de Sá Roriz, sendo nomeado para subs�tui-lo o professor Raimundo Gomes.

Neste mesmo ano, Carlos Ribeiro, médico laboratorista, dedicado pro-fessor da FFO, foi o generoso financia-dor da aquisição de sua sede própria. Adquiriu o edi�cio no centro da cidade onde funcionava o Clube Iracema, situ à Rua Barão do Rio Branco nº 1321, e fez a doação para o patrimônio da FFO, caso inédito na construção da história da Universidade Federal do Ceará. Dessa maneira, a FFO passou a funcionar em sede própria resolvendo defini�vamente problema de paga-mento de alugueres e consequentes melhorias em suas instalações.

‘’O primeiro currículo propunha a ministração de oito disciplinas que

ofertadas em dois anos.‘’

Capa

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Os dois cursos – Farmácia e Odon-tologia funcionaram juntas por 49 anos neste endereço até o ano de 1965, quando de acordo com a Lei nº 4662 de 02/06 /65, foram separados para a criação da Faculdade de Farmá-cia da Universidade do Ceará e da Faculdade de Odontologia da Universi-dade do Ceará. Seis meses depois, com a mudança para de denominação da Universidade do Ceará para Universi-dade Federal do Ceará, passaram a Faculdade de Farmácia da Universida-de Federal do Ceará e Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Ceará.

A Faculdade de Odontologia muda-se para a Praça Jose de Alencar e a Facul-dade de Farmácia muda-se em 1967, para o campus de Porangabuçu, na Rua Capitão Francisco Pedro. Posteri-ormente, em 1986 a Odontologia migra também para Porangabuçu, voltando a funcionar vizinho ao Curso de Farmácia, na Rua Monsenhor Furta-do. Novamente vizinhos após 21 anos afastados.

CRISE

No ano de 1930, a FFO passa por seria crise, por ter sido suspensa a fiscalização Estadual em virtude da não obtenção da equiparação federal, ou seja, os requisitos para o bom funci-onamento dos cursos, não se encon-travam de acordo com o recomendado pela legislação federal. Portanto os diplomas passaram a não ser referen-dados pela Inspetoria Estadual de Saú-de.

Como consequência, muitos alu

nos transferiram-se para outros Esta-dos a fim de concluir seus cursos. Ocorreu então, um fechamento sim-bólico da FFO, entretanto Raimundo Gomes e um grupo de abnegados professores, não deixaram a ins�tui-ção sucumbir. Mesmo com todas as dificuldades, con�nuaram a ministrar aulas, aos poucos alunos que perma-neceram, abrindo mão de seus salári-os em bene�cio da FFO.

Em 1936, graças à influência do deputado federal Demócrito Rocha, jornalista fundador do jornal O Povo, e ex-aluno da FFO, da qual também fora docente, a situação financeira melho-rou.

Rocha conseguiu a liberação de verba federal com a qual foi possível a realização das reformas exigidas pela legislação e, assim, atender as exigên-cias curriculares para a equiparação da FFO.

Graças a esta grande ajuda de Demócrito Rocha, finalmente em 1940, o Presidente da República Getú-lio Vargas e o Ministro da Educação e Saúde Pública, Gustavo Capanema, assinam o Decreto nº 5.205 de 31 de Janeiro daquele ano, concedendo o reconhecimento aos Cursos de Farmá-cia e Odontologia do Ceará. Finda-se assim, o chamado período histórico de lutas, compreendido na década de

1930.

DIRETÓRIOS ACADÊMICOS

Talvez pelo entusiasmo vivido no momento do reconhecimento dos Cursos, os estudantes fundam em 12 de Março de 1940, o Diretório Acadê-mico Raimundo Gomes, homenage-ando aquele fundador da FFO. Este diretório congregou alunos dos Cur-sos de Farmácia e de Odontologia até 1965, quando houve a separação e os estudantes de Farmácia fundaram o Diretório Acadêmico Rodrigues de Andrade – DARA.

Em 1968, estas duas ins�tuições �veram suas a�vidades suspensas por decisão do Conselho Universitário da UFC, obedecendo a imposição do Ato Ins�tucional nº 5 da Presidência da República.

Em 1980 o Diretório acadêmico do Curso de Farmácia foi reaberto, agora como Centro Acadêmico Rodolfo Teó-filo – CART.

ENCAMPAÇÃO E FEDERALIZAÇÃO

No dia 20 de Dezembro de 1947, o Governador Faus�no de Albuquerque e Sousa, sancionou o Decreto nº 833, encampando a Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará e, no dia 02 de agosto de 1948, a Lei nº 256 que, “ado-ta medidas complementares à encam-

‘’No ano de 1930, ocorreu um fechamento simbólico da FFO por ter

sido suspensa a fiscalização Estadual.‘’

Capa

Legenda: Considerada a primeira sede da FFO, o consultório dentário do Prof. Raimundo Gomes situ à Rua Major facundo nº 39 (altos da Livraria Humberto).

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-pação da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará e da outras pro-vidências”.

Esta medida do Governo tornou a FFO ins�tuição de ensino estadual, portanto com possibilidades de conse-guir financiamento a par�r recursos governamentais.

Mais tarde, em 1950 ocorre a fede-ralização da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, na conformida-de da lei nº 1.254, de 04 de Dezembro de 1950. Destaque-se aqui o importan-te papel polí�co desempenhado pelo deputado federal Paulo Sarasate, que dedicou grande empenho à causa.

Eduardo Bezerra Filho, farmacêu�-co, conduziu pessoalmente o processo de Equiparação da FFO junto ao Con-selho Superior de Ensino no Rio de janeiro, às suas próprias custas.

Paulo de Brito Firmeza, odontólo-go, foi o baluarte da federalização da FFO. Encaminhou o processo junto aos Senadores Vitorino Freire da bancada do Maranhão e Plinio Pompeu de Sabo-ya da bancada do Ceará obtendo sucesso. Após o sucesso da empreita-da no Rio de Janeiro, Paulo Firmeza, no retorno à Fortaleza, morre em desas-tre aéreo.

Quatro anos após de federalizada, na conformidade do que dispõe a Lei nº 2.373, de 16 de Dezembro de 1954, passamos a integrar a Universidade do Ceará sob a denominação de Faculda-de de Farmácia e Odontologia do Cea-rá.

Em 1957, mesmo sendo da mesma unidade, o Curso de Farmácia separa-se do Curso de Odontologia.

Em 1965, com a mudança para de denominação da Universidade do Ceará para Universidade Federal do Ceará, passaram a Faculdade de Far-mácia da Universidade Federal do Ceará e Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Ceará.

REFORMA UNIVERSITÁRIA

A reforma universitária ex�nguiu as faculdades e, de acordo com o Decreto nº 71.882 de 02 de Março de 1973. Fomos transformados em departamentos componentes do Centro de Ciências da Saúde da UFC.

Quebrou-se a unidade e perde-mos quase completamente nossa iden�dade. Por esse mo�vo, muitos professores migraram para outros departamentos acadêmicos de outras áreas da UFC.

Os Cursos integralizados pelas disciplinas ofertadas pelos departa-mentos acadêmicos passaram a con-tar com uma coordenação para efeito didá�co. Foi ex�nto também o cargo de Diretor da Faculdade, e surgiu a função de Coordenador de Curso.

FFOE / UFC

Vinte e quatro anos depois da reforma universitária, e com muito esforço, nos reestruturamos em 1997, novamente como faculdade, desta vez, incorporando o Departamento de Enfermagem passando a ser FACU-LDAD E D E FARMÁCIA, OD ON-TO LO G I A E E N F E R M AG E M DA U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D O CEARÁ - FFOE/UFC.

Chegamos aos 99 anos. As dificul-dades e os desafios con�nuam sendo inúmeros. Mas, por maior que sejam

as adversidades apresentadas, a his-tória tem mostrado que sempre nossa Faculdade de Farmácia e Odontologia, mantem-se íntegra e colaborando sempre com o desenvolvimento da UFC e do Ceará.

VULTOS IMPORTANTES

Alguns vultos importantes que muito fizeram por esta Ins�tuição e pela saúde pública, merecem ser lem-brados por seus exemplos de dedica-ção, apreço, desprendimento a causa universitária:

Francisco Dias da Rocha, farma-cêu�co, fez doação à FFO de um precioso Museu de História Natural, contendo animais empalhados e devi-damente classificados e fichados, con�dos em armários de vidros, dificilmente encontrados em qual-quer estabelecimento de ensino do País, na época.

Joaquim Juarez Furtado, farma-cêu�co, também fez doação à FFO da Farmácia Amazonas de sua proprieda-de, com o obje�vo de criar ambiente real de prá�ca para os estudantes de farmácia. Juarez Furtado também fundou o primeiro laboratório de aná-lises bromatológicas no Ceará junto a Secretaria de Agricultura, e colaborou na fundação da Faculdade de Agrono-mia do Ceará.

João Ramos Pereira da Costa, médico, professor de bioquímica e fisiologia humana, sistema�zou a pesquisa no seio da FFO, organizando grupos de pesquisadores e incen�-vando os jovens a ingressar em cursos de pós-graduação.João Ramos foi pioneiro no Brasil no estudo da “Nu-cleação Ar�ficial”. Para tanto, coorde-nou junto à FUNCEME grupo de pes-quisa sobre o processo de precipita-ção pluviométrica ar�ficial causada por aspersão de nuvens com cloreto de sódio no período de secas no nor-deste.

Capa

‘’Em 31 de Janeiro de 1940 o Presidente da

República Getúlio Vargas e o Ministro da Educação e Saúde Pública, Gustavo Capanema concedem o

reconhecimento aos Cursos de Farmácia e

Odontologia do Ceará.‘’

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Revista PET/UFC-Farmacia

Francisco José de Abreu Matos, farmacêu�co, professor, um dos pio-neiros no Brasil na pesquisa de plantas medicinais e idealizador do Projeto “Farmácia Viva” copiado em outros países. Recebeu diversos prêmios internacionais por seu trabalho.

Zélia Roquairol, farmacêu�ca sanitarista, professora e pesquisadora de pres�gio nacional, com vários livros escritos no campo da epidemiologia, recebeu no ano de 2013 o troféu Seria de Ouro, prêmio ins�tuído com o obje�vo de homenagear aqueles que se destacaram e deram sua contribui-ção ao desenvolvimento do Ceará, concedido pelo Sistema Verdes Mares de Comunicação.

José Dilson de Vasconcelos Mene-zes, odontólogo, professor, fundador e presidente da Associação Brasileira do Ensino de Odontologia - ABENO e presidente da Associação La�no Ame-ricana de Faculdades de Odontologia - ALAFO / e foi o coordenador do proje-to de criação e primeiro coordenador do Curso de Odontologia da Universi-dade de Fortaleza- UNIFOR.

João Hildo de Carvalho Furtado, odontólogo, professor expoente na especialidade em cirurgia e traumato-logia Bucomaxilofacial. Grande forma-dor de profissionais na área. Foi tam-bém presidente do Conselho Regional de Odontologia do Ceará e do Conse-lho Federal de Odontologia.

Pedro Teixeira Barroso, professor de den�s�ca diretor da Faculdade de Odontologia. Foi também Pró-Reitor e posteriormente Reitor da UFC.

João Nunes Pinheiro, odontólogo, professor de periodon�a foi Pró-Reitor de Assuntos Estudan�s da UFC.

Maria Graziela Teixeira Barroso, enfermeira, professora, fundadora e consolidadora do Curso de Enferma-gem da UFC, cuja trajetória de vida confunde-secom a história da Enfer-magem, pois de maneira ímpar atuou plenamente no crescimento e desen-volvimento da profissão e do Curso de Enfermagem.

José Mauricio Duarte Matos, farmacêu�co, professor de farmacog-nosia, fundador e primeiro presidente do Conselho Regional de Farmácia do Ceará. Exerceu o cargo de presidente da Comissão Coordenadora do Ves�-bular da UFC.

Zuleica Braga de Lima Guedes, farmacêu�ca, professora de bromato-logia do Departamento de Farmácia e da pós-graduação e Tecnologia de Alimentos do Centro de Ciências Agra-rias. Uma das primeiras professoras da UFC a receber o �tulo de mestre e, a primeira mulher a receber o �tulo de mestre da Faculdade de Ciências Far-macêu�cas da USP.

Francisco Eudes Apoliano Gomes, farmacêu�co professor e economista,

implantou a disciplina Economia de Empresas Farmacêu�cas no Curso de Farmácia e desenvolveu parcerias com as universidades federais da Para-íba e do Rio Grande do Norte, com as quais implantou e modernizou a Far-mácia-Escola.

Verbena Lima Vale, farmacêu�ca, professora doutora pela Universidade de Oxford na Inglaterra, coordenado-ra do grupo de trabalho que criou o programa de pós- graduação da área de farmácia da FFOE.

Helena Lutescia Luna Coelho, farmacêu�ca, professora �tular do Departamento de Farmácia, criou o Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos – GPUIM e, coor-dena o Grupo de Pesquisa de Melho-res Medicamentos para crianças.

Lidiani Karla Azevedo Rodrigues - Odontóloga, professora, coordenado-ra do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UFC recebeu o Prê-mio Capes deTese 2013 da área de Odontologia pela tese “Estudos do Efeito An�cárie de Materiais Odonto-lógicos Beneficiados por Nanotecno-logia”, defendida no ano de 2012.

PERSPECTIVAS

A Resolução nº 02 do Conselho Nacional de Educação aprovou em de 19/02/2002 as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de gradua-ção em Farmácia, recomendando um perfil farmacêu�co com formação humanista, crí�ca e reflexiva para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor cien�fico e intelectual, capacitando ao exercício de a�vidades referentes aos fárma-cos, medicamentos e alimentos, as análises clínicas, ao controle e produ-ção e análise de medicamentos e ali-mentos.

Dessa forma, estamos no caminho do resgate da essência da profissão farmacêu�ca, trabalhando sobre um

Capa

Legenda: Haemacutometer utilizado na época para contagem da série branca e vermelha.

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24 www.petfarmacia.ufc.br

Revista PET/UFC-Farmacia

perfil profissional bem definido e adequado aos novos tempos.

CONCLUSÃO

Hoje somos Faculdade de Farmácia, Odontologia e

Enfermagem, com três cursos de graduação estruturados

em cinco departamentos acadêmicos, ofertando discipli-

nas nas áreas específicas para 1.270 alunos de graduação;

progredimos de tal forma que ofertamos programas de

pós-graduação nas três áreas nos níveis de mestrado e

doutorado, possuindo estes cursos 240 alunos matricula-

dos; somos 116 professores em sua maioria com �tulo de

doutor e 122 servidores que, juntos, nos dedicamos com

afinco e compromisso às a�vidades de ensino, pesquisa e

extensão.

Os desafios estão sempre a se apresentar. A par�r de

2011, enfrentamos significa�va taxa de evasão de alunos

dos três cursos de graduação da FFOE, após a seleção de

entrada através dos Exame Nacional do Ensino Médio –

ENEM e Sistema de Seleção Unificada - SISU do Ministé-

rio da Educação. Ocorre que, devido ao atual sistema de

seleção, grande parte dos alunos que não a�nge o perfil

para entrada no curso de medicina matricula-se, como

segunda opção, na maioria das vagas para entrada nos

cursos de Farmácia, Odontologia e Enfermagem. O resul-

tado é que no decorrer dos semestres iniciais, parte des-

tes alunos abandonam ou migram para outros cursos

deixando vagas ociosas nos cursos citados.

Necessitamos urgente de medidas corre�vas para

esta distorção, visto que, estão sendo prejudicados os

jovens realmente vocacionados para estas carreiras. Esta-

mos chegando aos cem anos. As dificuldades e os desafios

con�nuam inúmeros. Mas, por maior que sejam as diver-

sidades apresentadas, a história tem mostrado que sem-

pre nossa grandiosa Faculdade de Farmácia e Odontolo-

gia, mantem-se íntegra e colaborando sempre com o

desenvolvimento da UFC e do Ceará.

DIRETORES DA FFO

Francisco de Sá Roriz: 1916 – 1918

Raimundo Leopoldo Coelho de Arruda: 1918 – 1920

Afonso Pontes de Medeiros: 1920 – 1922

Jose Odorico de Moraes: 1923 – 1924

Carlos da Costa Ribeiro: 1924 – 1925

Raimundo Gomes: 1925 – 1927

Amadeu Furtado: 1927 – 1931

Raimundo Leopoldo Coelho de Arruda: 1931 – 1934

Francisco Dias da Rocha: 1934 – 1935

Américo Picanço: 1936 – 1939

José Odorico de Moraes: 1940 – 1947

Raimundo Gomes: 1948 – 1949

Torquato Porto: 1950 – 1955

Luiz Oliveira Albuquerque: 1955 – 1958

João Ramos Pereira da Costa: 1958 – 1960

Ailton Gondim Lóssio: 1960 – 1965

DIRETORES DA FACULDADE DE FARMÁCIA

DA UFC

Osvaldo Rabelo 1968 – 1972

Francisco de Assis da Silva Furtado - 1972 – 1974

DIRETORES DA FFOE DA UFC

Haroldo Cesar Pinheiro Beltrão - 1997 – 2003

Neiva Francenely Cunha Viera - 2003 - 2011

Maria Gore� Rodrigues de Queiroz Costa 2011 – 2015

COORDENADORES DO CURSO DE FARMÁCIA

DA FFOE (por ordem cronológica)

Francisco de Assis da Silva Furtado

Carlos Couto de Castelo Branco

Edile de Medeiros Sampaio

Verbena Lima Vale

Maria de Jesus Carlos Maia

Teresa Maria de Jesus Ponte Carvalho

Luzia Izabel Mesquita Moreira

Nirla Rodrigues Romero

Paulo Sergio Dourado Arrais

Maria de Fa�ma Oliveira

Nirla Rodrigues Romero

Capa

Texto: Professor Doutor Carlos Couto de Castelo

BrancoProfessor do Departamento de Farmácia da

Universidade Federal do Ceará

Page 25: Revista PET/UFC-Farmácia

Farmacêutico

Entrevistas

ssa sessão da Revista

E P E T / U F C - F a r m á c i a

abordará sobre as inúme-

ras áreas de atuação do farmacêuti-

co. Você encontrará o conteúdo em

forma de entrevistas, realizadas

com profissionais que trabalham na

área. Nessa edição serão quarto

matérias: Farmacêutico no Banco

d e L e i t e H u m a n o d o C e a r á ,

Genética Humana, Manipulação de

Quimioterápicos e Transplante de

Orgãos.

em suas áreas de atuação

Farmacêuticos

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Page 26: Revista PET/UFC-Farmácia

26 www.petfarmacia.ufc.br

Revista PET/UFC-Farmacia

outora Mar ia Mar ly D Lopes Vieira Peixoto é

farmacêu�ca graduada

pela Universidade Federal do

Ceará (UFC) e especialista em Bio-

química Clínica. É Consultora

Internacional da Rede Brasileira

de Bancos de Leite Humano

(F I O C R U Z/ M I N I ST É R I O DA

SAÚDE) e responsável pelo acom-

panhamento dos Bancos de Leite

Humano do Estado do Ceará junto

a área da Saúde da Criança e Alei-

tamento, Coordenadoria de Polí�-

c a s e A t e n ç ã o à S a ú d e

(COPAS/SESA).

Você poderia falar um pouco

sobre o que é, e como funciona o

Banco de Leite Humano? Banco

de Leite Humano é um elemento

estratégico da Polí�ca Pública em

favor da Amamentação. Os Banco

de Leite Humano (BLH) surgiram

da necesidade de al imentar

bebês prematuros e ou de baixo

peso ao nascer, impossibilitados

de mamarem diretamente ao seio

da mãe, mas que necessitam de

leite humano, como alimentação

saudável, naquele momento da

vida. É um serviço especializado,

responsável por ações de promo-

ção, proteção e apoio ao aleita-

mento materno e execução de

a�vidades de coleta do excedente

da produção lá�ca da nutriz,

seleção, classificação, processa-

mento, controle de qualidade e

distribuição, sendo proibida a

comercialização dos produtos

por ele distribuídos. O BLH deve

ser vinculado a um hospital

materno e/ou materno infan�l.

Quais as atribuições do farma-

cêu�co e como é o dia a dia traba-

lhando no BLH? O Conselho Fede-

ral de Farmácia foi o primeiro Con-

selho de Classe a definir o papel

do profissional, na Área de Banco

de Leite Humano através da Reso-

lução 339/99 (“São atribuições

do farmacêu�co na área de Banco

de Leite Humano, além da dire-

ção, coleta, processamento, con-

trole de qualidade, distribuição,

emissão de pareceres/laudos

técnicos, pesquisa, chefias técni-

cas”)

Qual a importância do farmacêu-

�co no Banco de Leite Humano?

O BLH trabalha com equipe mul�-

profissional, desenvolvendo 75%

das a�vidades médico assistenci-

ais, como promoção, proteção e

apoio ao aleitamento materno e

somente 25% em tecnologia de

alimentos. Cabe ao profissional

de Tecnologia de Alimentos, que

pode ser o farmacêu�co, assumir

a responsabilidade técnica pelo

serviço de BLH. O farmacêu�co

ainda pode exercer seu papel na

Atenção Farmacêu�ca ao Aleita-

mento Materno.

Quais são os principais testes

feitos pelo farmacêu�co? A

ro�na do Processamento e Con-

trole de Qualidade do BLH tem

inicio com o degelo do leite cru

pré-estocado, passa pela análise

sensorial (cor, flavor, sujidade),

análise �sico-química (teste de

acidez Dornic e Crematócrito),

Entrevistas - Banco de Leite Humano no Ceará

O IMPORTANTE PAPEL DO FARMACÊUTICA NOS BANCOS DE LEITE HUMANO

'’’ Na Atenção Farmacêu�ca ao Aleitamento Mater-no, o farmacêu�co tem a oportunidade de prestar

assistência às mães doadoras do BLH, principal-mente no que se refere a dúvidas sobre drogas, alei-

tamento materno e doação de leite humano.’’

Page 27: Revista PET/UFC-Farmácia

27www.petfarmacia.ufc.br

Revista PET/UFC-Farmacia

Entrevistas - Banco de Leite Humano no Ceará

reenvase, pasteurização, resfriamento e análise

microbiológica. Tudo executado e ou monitorado

pelo farmacêu�co ou outro profissional com forma-

ção compa�vel.´

Para os farmacêu�cos interessados em trabalhar

nessa área quais os requisitos necessários? Algu-

ma especialização? Para atuar em BLH, o profissio-

nal deve ser legalmente habilitado, com formação

superior, inscrito no respec�vo conselho de classe.

A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, por

meio de seus Centros de Referencia Estaduais, ofe-

rece cursos aos profissionais que atuam nos BLHs,

segundo as a�vidades desenvolvidas. Para a prá�ca

das a�vidades de controle de qualidade, o curso

que respalda o profissional a trabalhar na área é o

Curso de Processamento e Controle de Qualidade

(BLH 101). Curso de 45 horas.

Como se dá a relação do farmacêu�co com as mães

dodoras? Na Atenção Farmacêu�ca ao Aleitamento

Materno, o farmacêu�co tem a oportunidade de

prestar assistência às mães doadoras do BLH, prin-

cipalmente no que se refere a dúvidas sobre drogas,

aleitamento materno e doação de leite humano.

Desde a criação do banco de leite até os dias atuais

como cresceu a par�cipação do farmacêu�co no BLH?

O Processamento e Controle de Qualidade dos BLHs

podem ser exercidos por profissionais de Tecnologia de

Alimentos, como nutricionistas e biomédicos, não é

exclusivo do farmacêu�co.

Para mulheres que �verem interesses em doar leite

para o banco, o que elas devem fazer? Quais os procedi-

mentos corretos? São consideradas doadoras as nutriz

saudáveis, que apresentam secreção lá�ca superior às

exigências de seu filho e que se dispõe a doar o exceden-

te por livre e espontânea vontade. Elas devem procurar

um BLH, onde passarão por uma seleção, de responsa-

bilidade do médico do BLH. Para que a nutriz seja consi-

derada como doadora de leite humano, os seguintes

requisitos devem ser respeitados: estar amamentando

ou ordenhando o leite para o próprio filho; ser saudável;

apresentar exames do pré-natal; não fumar, usar álcool

ou drogas ilícitas; não usar medicamentos incompa�ve-

is com a amamentação.

No BLH, profissionais que prestam assistência farão

orientação sobre os cuidados higiênicos-sanitários,

para coleta, transporte e conservação do leite humano

ordenhado.

Internacional da Rede Brasileira de Bancos de

Leite Humano (FIOCRUZ / MINISTÉRIO DA

SAÚDE)

h�p://www.redeblh.fiocruz.br/

Entrevistada: Doutora Maria Marly Lopes Vieira Peixoto

Texto:

Kézia Nobre Bezerra

Acesse para mais informações:

Page 28: Revista PET/UFC-Farmácia

anúbio Andrade Bezerra D Farias possui graduação

em Farmác ia/Aná l i ses

Clínicas e especialização em Biologia

Molecular Aplicada ao Diagnós�co

Clínico pela Universidade Federal do

Ceará (UFC). Atualmente é Farma-

cêu�co- Bioquímico da Hospital São

José e Chefe do Setor de Inves�gação

de Paternidade do Laboratório Cen-

tral de Saúde Pública (LACEN-CE).

O que é Gené�ca Humana? É o

estudo das informações con�das nos

genes, incluindo a sua composição

organizacional a nível celular, bem

como a distribuição destes genes em

determinadas populações.

Qual a importância do estudo da

Gené�ca? Iden�ficar a herança

biológica, incluindo as caracterís�-

cas estruturais, fisiológicas e bioquí-

micas. Por isso, é de grande relevân-

cia na medicina e na farmacologia,

auxi l iando e proporcionando o

desenvolvimento de diferentes fer-

ramentas para pesquisa, detecção e

tratamento de doenças.

Qual a contribuição da Gené�ca

Humana na atualidade? Atualmen-

te os testes gené�cos são ampla-

mente u�lizados no diagnós�co,

prevenção e tratamento de doenças,

especialmente as hereditárias. Além

disso, sua u�lização na medicina

legal e perícia criminal incluem a

iden�ficação de ví�mas e possíveis

criminosos e os testes de paternida-

de.

Como é feito o teste de paternida-

de? Qual é a técnica u�lizada? É

realizado pelo sangue ou saliva dos

indivíduos envolvidos, Mãe, filho e

suposto pai, onde se estuda regiões

do DNA humano que passam de pai

para filho. A técnica mais difundida

atualmente se chama: “STR” (short

tandem repeat), ou seja, amplifica-

ção das regiões curtas repe�das em

seqüência no DNA.

O que é o Teste em DNA? O teste de

Paternidade em DNA, amplifica

regiões “STR” (regiões estáveis de

pouca mutação) que passam de pai

para filho, e que auxiliam na iden�fi-

cação ou não dos indivíduos genito-

res. Ele ajuda principalmente na

iden�ficação de parentesco ascen-

dente (pai e filho/mãe e filho).

Quais são as vantagens do Teste de

DNA em relação ao an�go Teste de

HLA? O teste de DNA tem mais “ro-

bustez” e possui mais diferenciação

de regiões que o HLA, ou seja, pelas

regiões em estudo do DNA serem

mais polimórficas que o HLA, o

poder de discriminação do DNA é

maior e a iden�ficação humana mais

específica do que o HLA.

Quais os �pos de amostras que

podem ser u�lizadas para realiza-

ção do teste? No LACEN u�lizamos

sangue da pulpa digital (amostra

limpa), ou saliva caso o indivíduo

realizou transplante de medula

óssea. Mas pode ser realizado em

urina, dente, bulbo do cabelo, ossos

dependendo do �po de kit para

extração do DNA.

Qual a margem de certeza do teste

de paternidade em DNA? Como não

temos o perfil de todas as pessoas do

mundo para realizar uma compara-

ção direta com todos, é realizado um

cá lcu lo esta�s�co baseado na

freqüência dos alelos em uma deter-

minada população, esse cálculo

tende aos 100%, como não existe o

100% na esta�s�ca, o valor tenta se

aproximar disto, no caso de inclusão

Entrevistas - Genética Humana

A GENÉTICA AUXILIA NO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA, DETECÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS

‘’ Os testes gené�cos são amplamente u�lizados

no diagnós�co, prevenção e tratamento

de doenças. ‘’

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Page 29: Revista PET/UFC-Farmácia

29www.petfarmacia.ufc.br

Revista PET/UFC-Farmacia

de paternidade. Por uma convenção esta�s�ca os

valores têm que ser iguais ou maiores que 99,99%.

Quais são as normas que devem ser obrigatoriamente

adotadas pelos laboratórios que oferecem o teste?

Ambiente de trabalho assép�co, com divisões para cada

etapa de processamento: extração, sala de mistura dos

reagentes, sala de amplificação, sala de detecção, sala

para recebimento de amostras e confecção de laudos

periciais, local adequado para armazenamento de amos-

tras. Treinamento específico dos funcionários, limpeza

diária dos setores, fluxo correto de realização dos exa-

mes (Ex: o funcionário que entrou na sala de extração

não poderá entrar na sala de mistura de reagentes). Pipe-

tas adequadas, calibradas para cada setor, jaleco, gorro,

pro-pés, máscaras para cada setor, canetas, etc, não

podendo haver trocas nos setores destes materiais.

O teste de DNA pode ser feito antes do nascimento da

criança? Existe alguma técnica específica para isso?

Qual? Pode ser realizado, mas pelo meu conhecimento

só se realiza em alguns estados do Brasil, pelo Lacen-CE,

nunca houve esse procedimento. A mãe tem que assinar

um atestado de risco, pois a técnica pode induzir o abor-

to, e a coleta só pode ser realizada por médicos.

Quais são as atribuições do farmacêu�co na área da

gené�ca humana? No meu setor, sou responsável pela

confecção dos laudos em teste de paternidade, materni-

dade e reconstrução familiar. Outros setores do Lacen, o

farmacêu�co bioquímico realiza sequenciamento de

HIV, HCV e HBV, diagnós�co molecular para Dengue e

H1N1, dentre outros.

O que é necessário (cursos, especialização...) para um

farmacêu�co trabalhar nessa área? É importante que se

faça curso ou especialização, etc, na área de biologia

molecular. No meu caso fiz um ano de especialização na

área, mas para atuar especificamente em Paternidade. O

Lacen me proporcionou realizar diversos cursos voltados

para iden�ficação humana.

Quais as perspec�vas do profissional nessa área?

Como se trata de uma área dinâmica, onde há muita

pesquisa envolvida, acredito que novas técnicas ten-

dem a surgir nessa área, e serão necessários novos espe-

cialistas. O campo de trabalho é promissor.

Entrevistado: Doutor Danúbio Andrade Bezerra Farias

Texto:Gabrielle Dantheias Barroso

Legenda: Termociclador

Legenda: Cabine biológica

Entrevistas - Genética Humana

Page 30: Revista PET/UFC-Farmácia

ronai Salmon da Cruz Loba-A to é farmacêu�co graduado pela Universidade Federal

do Ceará (UFC), especialista em Gestão em Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), atuando em Farmácia Oncológica do Hospital Universitário Walter Can�dio da UFC e do Hospital Haroldo Juaçaba/ Ins�-tuto do Câncer do Ceará (ICC).

Para uma pessoa leiga, como podem ser definidos os quimioterápicos? O mais correto é chamá-los de quimio-terápicos an�neoplásicos. São medi-camentos usados para o tratamento de câncer, tanto hematológicos (na medula óssea), como de tumores sólidos (Ex. na mama, pulmão, pele, ovário, próstata, etc.).

Quais seus principais usos e bene�-cios no tratamento de pacientes? Em geral levam à redução dos tumo-res ou ainda à melhora do quadro clínico dos pacientes.

Quais efeitos colaterais eles podem causar? Os principais são náuseas, vômitos, irritação da mucosa do TGI (Trato gastrointes�nal), alopecia (queda de cabelo), cons�pação, edema (inchaço), parestesias, entre outros.

Quais os avanços que precisam ser feitos para melhorar a eficácia do uso dessas substâncias? Principal-mente os avanços que já estão sendo realizados no sen�do de desenvolver as chamadas drogas alvo, que são medicamentos an�neoplásicos imunobiológicos que atuam direta-mente sobre as células afetadas, e que preservem as células sadias, aumentando a eficácia do tratamen-to e causando menos efeitos colate-

rais.

Em relação ao profissional farma-cêu�co, quais suas funções nos processos relacionados à Quimiote-rapia? O Farmacêu�co na oncologia atua em diversas áreas, por exem-plo, na dispensação de an�neoplási-cos orais, preceptoria de residentes e estagiários, manipulação segura dos medicamentos an�neoplásicos, que consiste na avaliação prévia da prescrição médica, intervenção far-macêu�ca, com interação com a equipe oncológica e na manipulação segura dos medicamentos em câma-ra de fluxo laminar ver�cal, dentre outras a�vidades administra�vas e gerenciais do setor, como controle de estoque, inventários mensais, elaboração de indicadores qualita�-vos e quan�ta�vos e par�cipação em comissões do hospital.

Como funciona o trabalho do far-macêu�co dentro do Setor de Quimioterapia do HEMOCE (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará)? Aqui no HEMOCE e HUWC (Hospital Universitário Walter Can�-dio) o Farmacêu�co exerce suas a�vidades na oncohematologia e na oncologia clínica, isto é, no trata-mento das doenças hematológicas e tumores sólidos, respec�vamente. Contamos com o respeito e reconhe-cimento de toda a equipe mul�pro-fissional, com a qual interagimos constantemente para mantermos a qualidade no tratamento dos nossos pacientes. Atuamos ininterrupta-mente trabalhando diariamente, inclusive nos fins de semana e feria-dos.

Esse setor se encontra muito ''aque-

cido'' no estado do Ceará? Hoje em dia há de fato uma grande procura dos estudantes de Farmácia por essa área, uma vez que, os hospitais e principalmente as clínicas oncológi-cas par�culares estão aquecendo o mercado com sua demanda cada vez maior por profissionais Farmacêu�-cos capacitados em oncologia.

Quais os principais locais que ofere-cem vagas de emprego no setor de quimioterápicos, em Fortaleza? (Hospitais, Laboratórios...) Atual-mente a maioria das vagas é oferta-da por hospitais públicos, como HUWC e HGF (Hospital Geral de Fortaleza), bem como pelos filantró-picos, como ICC (Ins�tuto de Câncer do Ceará) e a Santa Casa de Miseri-córdia e, como citado anteriormente por hospitais par�culares como o Hospital Regional da Unimed, CRIO (Centro Regional Integrado de Onco-logia) e Fujiday e várias clínicas tam-bém par�culares de médicos onco-logistas e oncohematologistas (Pro-nutrir, Nutriquimio, Oncovie, Quimi-oclinic, entre outras).

Entrevistas - Manipulação de Quimioterápicos

O PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NA QUIMIOTERAPIA

‘’ Contamos com o respeito e reconhecimento de toda a

equipe mul� profissional, com a qual interagimos constantemente para

mantermos a qualidade no tratamento dos nossos

pacientes. ‘’

Entrevistado: Doutor Cruz Aronai Salmon da

Lobato

Texto:Deyzilene Cardoso Araújo

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Revista PET/UFC-Farmacia

Page 31: Revista PET/UFC-Farmácia

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Revista PET/UFC-Farmacia

halita Rodrigues de Souza é T farmacêu�ca graduada pela Universidade de Forta-

leza (UNIFOR). Concluiu Residên-cia Integrada Mul�profissional em Atenção Hospitalar à Saúde, com área de concentração em Trans-plante e possui especialização em Farmacologia na Farmácia Clínica pelo Ins�tuto Brasil de Pós Gradua-ção (IBRAS). Atualmente atua como farmacêu�ca no Setor de Transplantes do Hospital Universi-tário Walter Can�dio, da Universi-dade Federal do Ceará e no Centro de Atenção Psicossocial Geral (CAPS Geral) da Secretaria Execu�-va Regional III (SER III) da Prefeitu-ra Municipal de Fortaleza.

Como é trabalhar em um setor de transplantes que é referência em transplantes de rins e �gado? Você é a única farmacêu�ca desse setor? Trabalhar em um setor que é refe-rência em transplantes é muito gra�ficante, me sinto uma profissi-onal realizada em fazer parte dessa equipe de profissionais competen-tes. A equipe dos farmacêu�cos é composta por mim, Bruna Cris�na Cardoso Mar�ns, também farma-cêu�ca, e mais seis residentes.

Como é seu dia-a-dia no setor de transplantes? As a�vidades diárias no transplante compreendem dis-cussão de casos clínicos e da tera-pia medicamentosa em todos os seus aspectos, apoio à equipe atra-vés do fornecimento de informa-ções referentes a medicamentos e educação con�nuada dos diversos profissionais. Atuamos no apoio à terapêu�ca como integrante efe�-vo da equipe mul�profissional e interdisciplinar, tendo como princi-pal obje�vo contribuir para o resta-belecimento da saúde do paciente, o�mizando a terapêu�ca e minimi-zando seus riscos. O perfil de atua-ção é mais voltado para a relação do medicamento com o paciente, desde seu preparo e adequação às necessidades específicas do paci-ente até o acompanhamento do resultado final da terapia.

Ter um farmacêu�co presente em um setor de transplantes faz muita diferença para o paciente? Ter um farmacêu�co presente em um setor de transplante faz toda diferença, pois se trata de pacien-tes polimedicados e que fazem uso con�nuo de medicamentos.

Como é trabalhar em uma equipe mul�profisssional? É maravilhoso trabalhar em uma equipe mul�-profissional, pois garante a integra-lidade na assistência. A ação mul�-profissional apresenta-se como uma forma promissora de atendi-mento na área da saúde. A forma-ção diversificada da equipe resulta

em mais efe�vidade, em um aten-dimento de melhor qualidade e segurança do paciente.

O que é necessário para um far-macêu�co fazer parte de um setor de transplantes (qualificação, especialização, etc)? Dediquei dois anos da minha vida à Residên-cia Integrada Mul�profissional em Atenção Hospitalar à Saúde. A resi-dência advém da necessidade de reconstruir as prá�cas profissiona-is levando a um olhar paradigmá�-co, rompendo com o modelo atual de formação e consolidando as ações da prevenção e promoção na atenção básica a saúde, cons�tuin-do, a par�r de então, uma nova realidade. Qualificação essa, necessária para tal cargo na área de transplante.

O que você acha do seu trabalho? Ele é gra�ficante para você? Trabalhar no transplante requer muito amor, dedicação, estudo, dentre outras coisas. Sou uma pro-fissional que amo o que faço. Eu, como farmacêu�ca clínica do transplante, tenho o paciente como foco, e não somente o medi-camento. É gra�ficante ver um paciente após uma orientação far-macêu�ca sorrindo pra você e tendo uma adesão excelente ao tratamento.

Entrevistas - Transplante de Orgãos

O FARMACÊUTICO É FUNDAMENTAL NO SETOR DE TRANSPLANTES

Entrevistado: Thalita Rodrigues de Souza

Texto:

Maria Emília Pessoa Farias

Page 32: Revista PET/UFC-Farmácia

Farmácia UFC

Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de O Medicamentos (GPUIM) foi criado em

1990, por inicia�va de um grupo de estu-

dantes do Curso de Farmácia da Universidade Fede-

ral do Ceará (UFC), tendo à frente desse processo

uma docente da disciplina de Toxicologia do Depar-

tamento de Farmácia, Helena Lutéscia, contando

inicialmente com o apoio de infraestrutura do Ins�-

tuto Equatorial de Cultura Contemporânea. A ideia

mobilizava os interesses polí�cos e cien�ficos dos

par�cipantes, preocupados com a realidade da

questão do medicamento no Brasil e com afasta-

mento da maioria dos farmacêu�cos de suas res-

ponsabilidades perante essa situação. O grupo com-

preendia que a falta de acesso a informações confiá-

veis e per�nentes sobre medicamentos era um dos

fatores que contribuíam para sua u�lização inade-

quada na sociedade e que os farmacêu�cos �nham

um importante papel a cumprir nesse aspecto. Por

isso, surgiu a decisão de adotar como estratégia prin-

cipal a democra�zação da informação farmacológi-

ca, desde a geração de conhecimentos, através da

inves�gação cien�fica, à sua disseminação entre os

profissionais de saúde, gestores do poder público e

comunidade. O grupo aliou-se à Acción Internacio-

nal por La Salud (AIS), uma rede de grupos la�-

no–americana voltados para a promoção da saúde.

Ainda em seus primórdios, o GPUIM par�cipou da

criação da Sociedade Brasileira de Vigilância de

Medicamentos (SOBRAVIME). Como problema,

iden�ficado e considerado como o primeiro passo

da estratégica de desenvolvimento de suas a�vida-

des, foi inves�gada a indicação de medicamentos

abor�vos de farmácias em Fortaleza. O “caso miso-

prostol”, colocou o GPUIM em contato com a ques-

tão da ilegalidade do aborto no Brasil. Com a reper-

cussão o grupo adquiriu visibilidade e, como conse-

quência, em 1992, obteve recursos financeiros, de

uma ONG alemã, denominada Medico Interna�o-

nal.. Os contatos internacionais permi�ram ao

GPUIM estabelecer parcerias muito relevantes para

direcionar e desenvolver as a�vidades do grupo,

com o Ins�tuto Mario Negri de Milão, Itália, e o

Ins�tuto Catalão de Farmacologia Clínica da Univer-

sidade Autonoma de Barcelona (ICF). Em 1994, foi

implantado o Centro de Informação de Medicamen-

tos (CIM), com a�vidades relacionadas à informa-

ção a�va e passiva e um programa na rádio universi-

tária sobre medicamentos. Do intercâmbio com o

ICF, surgiu, em1996, o Centro de Farmacovigilância

do Ceará (CEFACE). O GPUIM conta ainda com o

Centro de Informações Toxicológicas (CIT), Centro

de Estudos em Atenção Farmacêu�ca (CEATENF) e

o Centro de Apoio à Assistência Farmacêu�ca

(CEAAF) e mais recentemente foi criado o Centro de

Estudos em Toxicologia (CETOX). Sua inserção no

meio acadêmico possibilitou expandir as a�vidades

relacionadas à u�lização de medicamentos no âmbi-

to do ensino, pesquisa e extensão, bem como a

implantação das áreas de estudo, farmacoepidemi-

ologia e farmácia clínica.

Histório de Desenvolvimento do Grupo de Prevençãoao Uso Indevido de medicamentos - CPUIM

Texto: Professora Doutora Mirian Parente Monteiro

Coordenadora do GPUIM

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Farmácia UFC

LACT foi idealizado para promover a inte-O gração do Curso de Farmácia com a comuni-

dade, atendendo a uma das diretrizes esta-

belecidas pela Universidade como essenciais à cons-

trução do conhecimento, com a integração do trinô-

mio ensino-pesquisa-extensão.

Com o tempo, foi possível realizar convênios com

empresas para ampliar a população atendida e o rol

de exames ofertados. Desta forma, o laboratório foi

crescendo e as técnicas evoluindo.

Entretanto, com o fim dos convênios e falta de recur-

sos, o laboratório foi transferido para integrar-se ao

laboratório do Hospital das Clínicas e, por alguns anos,

o LACT permaneceu ina�vo.

No começo dos anos 2000, houve uma intensa mobili-zação dos professores para a reestruturação do LACT e, em dezembro de 2006, o laboratório foi rea�vado. Em 2010, o laboratório passou por uma ampla refor-ma em sua estrutura �sica com o obje�vo de se enquadrar dentro das normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA - RDC nº. 50) e, em 2012, foi oficialmente reinaugura-do, levando o nome de um de seus an�gos diretores e idealizadores o Prof. Dr. Eurico Li�on Pinheiro de Freitas.

Atualmente, o laboratório é um órgão técnico-

administra�vo cadastrado junto a Pró-Reitoria de

Extensão como um projeto de prestação de serviços e

subordinado hierarquicamente à direção da FFOE.

O LACT atua como laboratório escola atendendo o

Estágio Supervisionado em Análises Clínicas, como

também auxilia nas a�vidades de pós-graduação,

realização de dissertações, teses e monografias, além

da formação de técnicos de laboratório (através de

convênio com a Escola Técnica de Maracanaú).

O LACT presta serviços de natureza assistenci-

al, realizando exames laboratoriais de finalidade

preven�va, diagnós�ca e prognós�ca à comunidade.

O laboratório oferece um variado leque de exames à

população, com mais de 200 exames, garan�ndo

assistência básica em todas as áreas das análises clíni-

cas e, com isso, consegue subsidiar material para

aulas prá�cas e consolidar o aprendizado de habilida-

des dos estudantes de graduação. O atendimento

oferecido pelo LACT é cordial a todo o público, man-

tendo o sigilo e o respeito ao cliente.

No espaço também são desenvolvidos diferentes pro-

jetos de extensão e pesquisa dos docentes do DACT e

parcerias com outros departamentos da UFC.

O quadro de funcionários do LACT conta atualmente

com seis bioquímicos, quatro técnicos de nível médio

e duas profissionais do Estado, cedidas à Universida-

de. Mesmo contando com um espaço �sico restrito,

foi possível realizar mais de 25.000 exames ao longo

do ano de 2014 e elevando o laboratório de pequeno

para médio porte.

Este ano, a perspec�va é de um crescimento no núme-

ro de exames, elaboração do site do laboratório,

ampliação do setor de microbiologia, aquisição de

automação para o setor de imunologia e interfacea-

mento dos equipamentos e proporcionar cada vez

mais a qualidade na formação de profissionais, capa-

citando-os para o mercado de trabalho sem esquecer

nossa missão que é realizar exames com qualidade e

confiabilidade, provendo soluções cada vez mais

completas e integradas para a gestão da saúde e o

bem-estar das pessoas.

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS E TOXICOLÓGICAS - PROF DR EURICO LITTON PINHEIRO DE FREITAS -

Texto: Professora Doutora Renata de Sousa Alves

Chefe do LACT

Page 34: Revista PET/UFC-Farmácia

controle vetorial e transfusional da doença de O Chagas sempre foram a grande preocupação

dos governantes. Diante deste controle efe�-

vo nossa principal preocupação foi olhar para os doentes

já existentes, visto que no Brasil, a es�ma�va é de 2 a 3

milhões de pessoas infectadas, principalmente popula-

ções pobres que residem na zona rural em condições

precárias. Para atender as necessidades do Ceará, região

endêmica em doença de Chagas, foi criado no inicio de

2005 o serviço de atenção farmacêu�ca aos portadores

de infecção chagásica sob a coordenação da Profa Dra

Maria de Fá�ma Oliveira, sendo hoje a maior referencia

em doença de Chagas em todo o Estado do Ceará. O ser-

viço mantém parceria com o Hospital Universitário Wal-

ter Can�dio – HUWC e Secretária de Saúde do Estado do

Ceará que disponibiliza o benzonidazol para o tratamen-

to dos pacientes. Atualmente, o serviço dispensa 47% de

todo o benzonidazol distribuído no Estado do Ceará. As

a�vidades do serviço de atenção farmacêu�ca são

desenvolvidas no Laboratório de Pesquisa em Doença

de Chagas (LPDC), localizado no Departamento de Aná-

lises Clínicas e Toxicológicas, FFOE-UFC. No hospital os

pacientes passam por uma avaliação �sica, clínica e

laboratorial e no caso de haver indicação de tratamento

com benzonidazol são encaminhados ao LPDC para dis-

pensação e seguimento farmacoterapêu�co, como

também realização de exames sorológicos e clínicos

(eletrocardiograma) como critério de controle de cura.

Hoje, o serviço conta com 480 pacientes cadastrados

com prescrição de benzonidazol na faixa etária acima de

18 anos proveniente de vários municípios do Ceará: Rus-

sas, Crateús, Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Quixeré,

Independência etc. Essa prá�ca de atenção farmacêu�-

ca traz vários bene�cios para o paciente como também

para o estado minimizando os riscos associados ao uso

do medicamento, reduzindo os custos com internação,

evitando sequelas por reações adversas, reduzindo as

taxas de morbi-mortalidade e melhorando a qualidade

de vida de milhões de pacientes chagásicos fazendo com

que os mesmos se sintam acolhidos dentro do sistema

de saúde. O benzonidazol é único medicamento disponí-

vel no Brasil para tratar a doença de Chagas. Esse fárma-

co é bastante tóxico levando muitas vezes a suspensão

do medicamento por induzir diversas reações adversas.

O aparecimento de reações adversas intensas e de longa

duração provoca varias perdas para o paciente e a socie-

dade tais como ausência ao trabalho, gasto com medica-

mentos e sofrimento. Esse serviço de acompanhamen-

to terapêu�co visa evitar essas perdas e o sofrimento do

paciente, melhorando sua qualidade de vida e esclare-

cendo as dúvidas sobre a doença e até mesmo evitando

internação.

Figura 1 – Mostra as a�vidades desenvolvidas no serviço de atenção

Farmacêu�ca aos pacientes chagásicos no Estado do Ceará

SERVIÇO PIONEIRO EM ATENÇÃO FARMACÊUTICA AOS PACIENTES CHAGÁSICOS NO ESTADO DO CEARÁ

Imagem cedida pelo LPDC

Texto: Professora Doutora Maria de Fátima Oliveira

Coordenadora do LPDC

Farmácia UFC

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Notícia em Evidência

Eventos Científicos

LOCAL: Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Ministro Reis Velloso, em Parnaíba-PI.SITE: h�p://deltacien�fica.com.br/condoner/ACEITA TRABALHO CIENTÍFICOS: Sim, até dia 8 de março de 2015.TEMA: As perspec�vas e os desafios para o enfrentamento das doenças negligenciadas no contexto contemporâneo.INSCRIÇÕES: Online até 10 de maio de 2015. Presenciais até 14 de maio de 2015.

LOCAL: Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), em São Carlos-SP.SITE: h�p://portal.crfsp.org.br/congresso/ACEITA TRABALHO CIENTÍFICOS: Sim, até dia 31 de março de 2015.TEMA: Luz, Ciência e Ação.INSCRIÇÕES: Até 24 de março de 2015 com resumo e 6 de Julho de 2015 sem resumo.

LOCAL: Bahia Othon Palace em Salvador-BA.SITE: h�p://www.cobef.org.br/main.php?lang=por_homeACEITA TRABALHO CIENTÍFICOS: Sim, até dia 30 de abril de 2015.INSCRIÇÕES: Online.

2015

Page 36: Revista PET/UFC-Farmácia

Eventos Científicos

LOCAL: Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia-GO.SITE: h�p://www.saudecole�va.org.br/ACEITA TRABALHO CIENTÍFICOS: Sim, até dia 23 de março de 2015.TEMA: Saúde, Desenvolvimento e Democracia: o desafio do SUS universal.INSCRIÇÕES: Online.

LOCAL: Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo-SP.SITE: h�p://portal.crfsp.org.br/congresso/ACEITA TRABALHO CIENTÍFICOS: Sim, até dia 31 de maio de 2015.TEMA: Talentos Farmacêu�cos: Construindo hoje a saúde do amanhã.INSCRIÇÕES: Online.

LOCAL: Complexo Mul�eventos da UNIVASF em Juazeiro-BA.SITE: h�p://www.plamevasf.univasf.edu.br/index.phpACEITA TRABALHO CIENTÍFICOS: Sim, até dia 24 de maio de 2015.INSCRIÇÕES: Online até 16 de setembro de 2015.

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Revista PET/UFC-Farmacia

Notícia em Evidência

Anais IV JOFAR/UFC

o ano de 2014 foi realizada a IV Jornada da Farmácia da Universidade Federal do Ceará - IV NJOFAR/UFC. O Evento ocorreu nos dias 9,10 e 11 de abril, no Bloco Didá�co do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará.

Neto VSL, Rebouças LV, Oriá RB. A tecnologia de armazenamento em nuvem como nova ferramenta no gerenciamento de um laboratório de pesquisa. In: IV Jornada da Farmácia da Universidade Federal do Ceará - IV JOFAR/UFC, abril 2014. Fortaleza.

Protocolos, projetos, dados e resultados de experimentos são alguns dos materiais que

fazem parte da ro�na dos laboratórios de pesquisa. A manutenção da integridade desses

documentos é fundamental para a boa prá�ca das a�vidades nesses ambientes laboratoriais,

sobretudo pelo fato de, comumente, haver muitas pessoas vinculadas a esses locais, de modo que

o constante fluxo de informações e de produção devem sempre ser man�dos em ordem e

compilados da maneira segura. O armazenamento em nuvem aparece como uma alterna�va para

manter esses dados organizados e com back-up. Desse modo, buscando melhorar a organização e

gerenciamento de dados com segurança e fácil acesso, bem como melhorar a produ�vidade do

Laboratório de Biologia da Cicatrização, Ontogenia e Nutrição de Tecidos (LABICONTE),

coordenado pelo prof. Dr. Reinaldo Oriá, sendo diretório de pesquisa do CNPq, da Universidade

Federal do Ceará, avaliamos os produtos disponíveis no mercado de armazenamento de dados em

nuvem. Com o auxílio da internet, foram pesquisados os principais produtos do mercado de

armazenamento em nuvem, e os mesmos foram avaliados quanto à sua eficácia, segurança,

facilidade de acesso, capacidade de armazenamento e preço. O preço e capacidade de

armazenamento foram fornecidos ainda na página inicial do sí�o. A segurança foi avaliada de

acordo com a leitura das Polí�cas de Privacidade de cada sí�o. A eficácia e a facilidade de acesso

foram discu�das e avaliadas pelos próprios usuários do laboratório. O produto que mais

apresentou vantagens foi o minhateca.com.br. O serviço oferecido por esse sí�o foi considerado

superior nos quesitos de preço, segurança e eficácia, pois se trata de um serviço gratuito, sem

limite de armazenamento e permite a colocação de senhas nas pastas criadas, para restringir o

acesso, e ainda possibilita a criação de senha para bloquear o download dos arquivos

armazenados. A criação de pastas permite a organização de acordo com o material a ser posto na

nuvem, como ar�gos, dados experimentais e defesas. A atualização periódica dos usuários

permite a inserção dessa ferramenta na ro�na do LABICONTE. Dessa forma, os dados e

informações per�nentes à produção cien�fica do laboratório ficam armazenados de forma segura,

gratuita e fácil, além de facilitar a comunicação entre o orientador e seus discentes.

Page 38: Revista PET/UFC-Farmácia

Fernandes FC, Mendes RC, Sales GPW, Rocha LQ, Nogueira NAP. Avaliação do efeito do óleo essencial de folhas do quimio�po II de Lippia alba (mill.) N.E. Brown na ação an�microbiana da vancomicina e da azitromicina em cepas de Staphylococcus aureus oxacilina-resistente e oxacilina-sensível. In: IV Jornada da Farmácia da Universidade Federal do Ceará - IV JOFAR/UFC, abril 2014. Fortaleza.

Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Erva-Cidreira) é uma planta amplamente u�lizada na

medicina popular brasileira para vários fins terapêu�cos. Considerando estudos recentes que

comprovam o potencial an�microbiano do óleo essencial das folhas de L. alba (OELa), esse

estudo teve como obje�vo avaliar seu efeito na ação de an�microbianos (ATM) u�lizados para

combater infecções por Staphylococcus aureus resistente (ORSA) e sensível a oxacilina

(OSSA). Foram u�lizadas 04 cepas microbianas adquiridas da American Type Culture and

Collec�on e do Ins�tuto Oswaldo Cruz, sendo 02 cepas ORSA (ATCC 33591 e CCBH 5330) e 02

cepas OSSA (ATCC 6538P e ATCC 14458). Foram determinadas as Concentrações Inibitórias

Mínimas (CIM) e Concentrações Letais Mínimas (CLM) por microdiluição, de acordo com

metodologia descrita pelo Clinical and Laboratory Standards Ins�tute (CLSI) M7-A6 Vol. 23 N°

2, do Óleo Essencial de Lippia alba quimio�po I I (OELaI I) e dos ATM, além do seu efeito na ação

de ATM por método de Checkerboard. As CIMs do OELaI I para as cepas de S. aureus foram

(CCBH 5330 e ATCC 14458 = 0,625 mg/mL; ATCC 6538P e ATCC 33591 = 0,3125 mg/mL). Para a

azitromicina (AZI) as CIMs foram (ATCC 6538P = 0,125 ug/mL, ATCC 14458 = 2 ug/mL, ATCC

33591 > 128 ug/mL e CCBH 5330 = 128 ug/m). Já para a vancomicina (VAN), a CIM foi a mesma

para as 4 cepas analisadas (CIM = 1ug/mL). As associações OELaI I-AZI e OELaI I-VAN foram

sinérgica sobre todas as cepas de S. aureus ORSA e OSSA, com IFIC de 0,06 na associação

OELaI I-AZI para S. aureus ATCC 33591, 0,13 para CCBH 5330 e 0,12 para ATCC 6538P e

AT C C 14458. Os resultados ob�dos demonstram que o O E L a I I pode potencia l izar,

consideravelmente, a ação de ATM, inclusive a Vancomicina, além de poder fazer com que um

ATM antes ina�vo para determinado microrganismo passe a ter a�vidade quando em

associação com o OELaI I, contribuindo para a redução das doses terapêu�cas e para o controle

da resistência microbiana.

Anais IV JOFAR/UFC

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Page 39: Revista PET/UFC-Farmácia

Notícia em Evidência

COLABORADORES DA REVISTA

DISCENTES

Ana Luiza Ribeiro Aguiar

Carine Soares Neto

Carlos Diego Moreira RunoCristianne Oliveira Medina

Fabrício César Fernandes

Fátima Daiana Dias Barroso

Hilária Valeria Dodou

Jonatas José Lobo Oliveira

Kézia Nobre Bezerra

Maria Emilia Pessoa Farias

Rafael Soeiro dos Santos

Thales Alves Campelo

DOCENTES

Doutor Carlos Couto de Castelo Branco

Doutora Renata de Sousa Alves

Doutora Maria de Fátima Oliveira

Doutora Mirian Parente Monteiro

PROFISSIONAIS

Doutora Thalita Rodirgues de Sousa

Doutor Danúbio Andrade Bezerra Farias

Doutor Cruz Aronai Salmon da Lobato

Doutora Maria Marly Lopes Vieira Peixoto

Doutora Lúcia de Fátima Sales da Costa

Doutor Jackson de Moura

Page 40: Revista PET/UFC-Farmácia

Notícia em Evidência