REVISTA O CONGADO 2012 4ª EDIÇÃO

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No Brasil, país multiétnico e pluricultural, o Centro de Ensino Superior de Catalão (CESUC) tem procurado refletir acerca das maneiras de produção do conhecimento, buscando apreciar a amplitude das expressões culturais, ditas popu-lares, o que possibilita uma visão crítica sobre a relação do homem com a cultura e a sociedade.

A manifestação cultural, realizada pelo povo de determinada região, é algo extraordiná-rio, que deve receber sua devida valorização como instrumento educacional de futuros profissionais. Uma análise acadêmica da cultura popular pro-porcionará a esses profissionais a percepção da riqueza e da diversidade cultural presentes no panorama da cultura brasileira. O educador deve instigar questionamentos e análises críticas sobre o tema enfocado, sensibilizando-se para a riqueza e a importância do patrimônio imaterial que as culturas populares representam.

Essa prática pedagógica estimula a cons-trução de um conhecimento emancipatório e crí-tico, calcado em investigação cultural, que atrela o saber acadêmico com os saberes populares. Isso leva os alunos a uma percepção mais ampla e in-clusiva, com a formação de uma consciência dife-renciada frente às questões sociais.

O direito à inclusão social, intelectual e cultural ocorrerá à medida que os estudantes fo-rem inseridos no convívio social, possibilitando a ampliação de sua visão a respeito das culturas populares. O direito à participação política tam-bém é outro ponto importante a ser destacado como ganho aos alunos, ao avaliarem a auto-or-ganização dos grupos populares e, posteriormen-te, no aprendizado democrático, ao discutirem as ideias. Igualmente positiva será a elaboração de ideias decorrentes das vivências experimentadas no decorrer dessa prática.

Demonstra-se, com isso, a preocupação do CESUC com a identidade profissional que se almeja construir e a elaboração de um currícu-lo que contribua para formar indivíduos huma-nistas, que possam exercer a reflexão no ensino e que, espera-se, poderão contribuir para os reais interesses locais e comunitários.

Em Catalão, o CESUC reconhece a impor-tância da cultura em nossa sociedade e apoia ati-vidades que promovam o seu desenvolvimento. Investir na valorização da tradição cultural, como é o caso da Congada, faz parte do jeito de ser e de viver do CESUC.

O saber acadêmico e os saberes populares

Patrícia Fortes Lopes Donzele CieloProfessora do curso de Direito do CESUC

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CONGO PIO GOMES

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CONGO CONGREGAÇÃO DO ROSÁRIO

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CONGO SÃO FRANCISCO

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CONGO N. SRA. DO ROSÁRION. SRA. DA GUIA

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CONGO N. SRA. DE FÁTIMA (CONGO ZÉ GORDO)

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CONGO SANTA TEREZINHA

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O Rei dançador

Rubens Nei Gomes é professor, diretor pe-dagógico de uma escola da rede estadual em Cata-lão. Mas em setembro é Rei do Congado em Goian-dira e, em outubro dançador do terno de Congo Prego em Catalão. Nasceu em Goiandira, mas tem título de cidadão catalano. Na cidade onde nasceu, assumiu o trono de Rei Congo para substituir o tio, as filhas Lidiana, Mara Rúbia e o filho Rubens Ju-nior o acompanham, assim como a esposa Helena. Rubens conta que faz parte de família de congadeiros, por isso acompanha as Congadas e a Irmandade do Rosário desde que nasceu. “Quem nasce nesse meio herda toda uma hierarquia, a re-ligiosidade principalmente, todo terno de Congo tem uma família como suporte”, diz. Rubens tam-bém já fez parte da diretoria da Irmandade do Ro-sário e da Associação da Congada. Ele conta que escolheu o Terno do Prego para fazer parte por conta da ligação que tem com a família Arruda, fundadora do terno. “Temos uma amizade muito bonita, com respeito e carinho. Os considero como minha família e sei que eles tam-bém me consideram”, diz. Rubens acha impressio-nante o envolvimento da família e até mesmo dos vizinhos nos dias de festa quando o terno está se apresentando. Se o lendário Geraldo Arruda, o Pre-go, estivesse ainda por aqui, sentiria orgulho de ver as cores do manto de Nossa Senhora saindo pelas ruas da cidade nas fardas dos filhos, netos e amigos. E é de calça branca e camisa azul, com uma faixa vermelha na cintura e na calça que Rubens re-presenta seu amor pela Congada e a fé em Nossa Senhora do Rosário. “Para um congadeiro, dançar congo não é um fato simples e isolado. “Não é dan-çar por dançar, somos levados a dançar pelo com-promisso com Nossa Senhora do Rosário, pela fé, pela devoção, o amor ao próximo, e isso é de uma importância e profundidade enorme; é uma satis-fação e um prazer”, diz. Rubens disse que os filhos também participam por prazer, é algo natural para eles fazerem parte do reinado.

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Para ele, não há como explicar o que signifi-ca estar envolvido com a congada, é tão difícil como tentar definir o que é o amor. “É um momento inex-plicável, muito particular, é o que há de mais puro na alma”, diz. Rubens acredita que a congada é o momen-to em que todos se igualam, independente de raça, cor, posição social, todos ali são dançadores louvando e agradecendo. A fé das pessoas é o que há de mais impressio-nante para Rubens. “Quando estou como Rei Congo, já presenciei algumas vezes pessoas parando em fren-te a Coroa de Nossa Senhora do Rosário e pedindo a bênção, ou querem levar uma pétala de rosa junto a imagem. As pessoas pedem a bênção a mim, elas con-fiam, essa manifestação de fé é muito bonita”, conta.Rubens deseja que essa tradição continue com toda força, teme um pouco por aqueles que entram como dançadores apenas para aparecer e, a parte mais im-portante, que é a tradição do congado, se perder.

“Como tudo aquilo que move a comunidade é difícil usar o termo acabar, porém pode haver mudanças que abalem o acontecimento da festa, que envolve religio-sidade, dança, manifestação”, diz. Ele fala ainda da importância de preservar a memória e os ensinamentos dos mais velhos, expe-rientes dentro da tradição. “Acho que temos pessoas importantes que são verdadeiros arquivos vivos dessa tradição e que precisam ser valorizadas, exploradas, para que fique um registro que vá contribuir com as próximas gerações”, diz. De qualquer forma Rubens está fazendo a sua parte, seja no trono herdado do tio, seja representan-do o Prego, juntamente com Edson e Elzon Arruda. É lá no quintal da casa do lendário Geraldo Arruda, que é armado o palco que abriga agora congos e congadei-ros, debaixo de tantas mangueiras, tanta fé e vontade de continuar.

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CONGO SÃO BENEDITO(DE GOIÂNIA)

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CONGO MARIARTE

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MOÇAMBIQUE

CORAÇÃO DE MARIA

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MOÇAMBIQUE

MAMÃE DO ROSÁRIO

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CATUPÉ

CACUNDA N. SRA. DO ROSÁRIO

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CATUPÉ

SÃO BENEDITO

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CATUPÉ

CACUNDA N. SRA. DAS MERCÊS

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CATUPÉ

CACUNDA SANTA EFIGÊNIA

PRATA

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CONGO MARINHEIRO

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VILÃO SANTA EFIGÊNIA

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O jovem congadeiro

Aos 21 anos, Adalto já é suplente de capitão do terno Catupé Cacunda Nossa Senhora das Mer-cedes, o Catupé Amarelo, paixão do tio, João Ra-nhão e do avô, Valdir da Silva, o Pimbinha. Adalto na verdade é Joilson Ramos da Silva, mas só a mãe Sônia o chama pelo nome, o apelido vem de anos. O jovem congadeiro traz na alma e no pensamen-to a vontade de continuar uma tradição centenária que faz parte da família, o amor ao Congado não se resume em palavras, mas se reflete em vontades e atitudes. O amarelo, o preto e o vermelho são as co-res estampadas no coração de Adalto. Durante a festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário, é esse o colorido que sai do quintal da casa do avô para as ruas da cidade, enchendo os olhos alheios aos quase 300 integrantes do terno. O Catupé Nossa Senhora das Mercedes foi fundado pelo falecido Antônio Miguel e é responsa-bilidade da família de Adalto desde 1953. Antônio Alucimário, o Bigu, é o primeiro capitão, dividindo a responsabilidade com Rosenilo e Cristóvão, se-gundo e terceiro capitão, respectivamente. Adalto e Norberto são suplentes, caso algum capitão se afas-te, um dos dois substitui. “É uma responsabilidade muito grande”, comenta Adalto. Como suplente, Adalto dá suporte e apoio aos capitães, no momento da organização do terno, nas marcações, nos cânticos. Mas quando se tornar capitão as obrigações aumentarão ainda mais e a responsabilidade também. Adalto conta que nasceu dentro da tradição da congada, recebeu do avô Valdir, que era segundo capitão do terno, o legado de dançar congo, além do incentivo da mãe, Sônia, que sempre esteve apoian-do o terno e já foi bandeirinha. Sônia ainda ajuda muito antes e durante a festa, além disso, é zeladora na Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Adalto acredita que a tradição das congadas ainda vai continuar por muitos anos em Catalão. “Eu nasci dentro da congada, para mim é natural

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fazer parte disso. No que depender de mim a tradição vai continuar na minha família, aprendi com meu avô e vou repassar adiante”, diz. Ele lembra do avô com saudade e orgulho. Desde muito pequeno Adalto já era fardado e o acom-panhava. A lembrança é de criança, pois quando o avô faleceu, Adalto tinha cerca de 7 anos. “Eu ficava com uma sanfoninha acompanhando o terno do lado dele”, lembra. Para o jovem congadeiro, sempre estará na congada, até quando tiver forças, “porque faço isso por prazer, eu gosto demais”, diz. Adalto diz que o que motiva é a fé em Nossa Senhora do Rosário e a emoção de dançar. “É uma expressão cultural muito bonita, temos que cuidar e manter isso”, diz. E quando chega setembro, o quintal da casa do velho Pimbinha se transforma em palco. Os en-

saios do terno são realizados ao entardecer e o ritmo das caixas se mistura as vozes dos dançadores. Caixas, pandeiros e tamborins, instrumentos que ajudam a compor a melodia perfeita, de fé, respeito e amor a Nossa Senhora de Fátima. As bandeirinhas carregam os estandartes com as imagens de São Benedito, Nos-sa Senhora do Rosário e Nossa Senhora das Mercedes, padroeira do terno. Entre um ensaio e outro acontece a confecção das caixas, feita de modo artesanal por membros do terno, com couro e adesivo. Em outubro, a gente simples do Catupé se transforma em verdadeiros artistas, colorindo Cata-lão com as cores das fardas, animando com o ritmo dos tambores e o som das vozes, um festival de beleza alegrando a população que anseia por cultura, tradi-ção e fé.

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VILÃO II N. SRA. DE FÁTIMA

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CONGO PENACHO

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CONGO MARUJEIRO

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CONGO PREGO

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“Quem é ateu e viu milagres como eu...”

A frase é de Carmem Lúcia Costa, doutora em geografia e professora titular do Campus da Universi-dade Federal de Goiás em Catalão. Em 2010 Carmem concluiu e apresentou a tese para a conclusão do dou-torado em geografia humana na Universidade de São Paulo. Apaixonada pela cultura de sua cidade natal, a pesquisadora, depois de quatro anos de estudo publi-cou a tese com o título: “Cultura, religiosidade e co-mércio na cidade: A festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário em Catalão-Goiás”. Carmem acompanha a festa e a congada desde criança, tem amizade com alguns congadeiros, o tio foi capitão de um terno. O estudo lhe rendeu a ho-menagem de irmã de honra da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário. “O fato de eu ser atéia não me impediu de ver a subjetividade presente na congada, a fé e a devoção dos congadeiros. É um universo fantás-tico que fiz questão de explorar. Sempre vou acompa-nhar essa tradição na cidade, dar apoio a Irmandade e ajudar a divulgar a festa”, diz. A pesquisadora conta que o surgimento da festa se confunde com o próprio surgimento da cida-de. “Aliás, acho que Catalão surge a partir da festa dos negros em louvor a Nossa Senhora do Rosário”, diz. Para ajudar a compor o material para pesquisa, Car-mem escolheu o Terno de Congo Nossa Senhora do Rosário, o Terno Zé do Gordo, para acompanhar mais de perto. O cotidiano, a preparação, o antes, durante e depois da festa. “Quem é de fora vê a festa uma vez por ano. “Mas há toda uma preparação, há algo por trás da festa que não é mostrado, foi nesse universo que mergulhei”, conta. Segundo Carmem, ela escolheu esse tema para estudo para pensar um pouco sobre a relação entre a reprodução do urbano na sociedade e as práticas fes-tivas populares. “O objetivo era entender como essas práticas são cooptadas no processo de reprodução do urbano e reproduzidas como mercadoria”, esclarece. A pesquisadora abordou questões como o surgimento

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e desenvolvimento da cidade tendo como base a festa, a questão da religiosidade, a ligação com as matrizes africanas e como a Igreja faz uma cooptação dessa prática e a resignifica como uma festa católica. Carmem explica como é construída a festa, acompanhando o cotidiano de congadeiros e dança-dores. “O que chateia é ver como o trabalho de um ano inteiro é invisibilizado, as pessoas que assistem a festa uma vez por ano não conhecem todo o investi-mento pessoal que existe para se chegar aos três dias em que os ternos estão nas ruas todos bonitos”, diz. Ela também discute a questão de sujeitos que não fazem parte desse mundo, que se apropriam da festa para ganhar dinheiro, status e visibilidade po-lítica. Outro ponto abordado foi tentar entender a questão do comércio informal, ilegal, que se torna legal nos dias de festa e que rende um dinheiro con-siderável aos cofres da prefeitura. “E pior, não há um repasse de verba para os ternos, os sujeitos que fazem a festa”, diz. “Descobrimos caravanas que saem de São Paulo para montarem barracas na Festa do Rosário, tivemos o prazer de conviver muito de perto com os barraqueiros, que trabalham de festa em festa, entre-vistamos 300 comerciantes”, conta. A pesquisadora diz que muitas pessoas não valorizam a festa, principalmente aqueles que vêm de outras cidades para morar aqui e não conhecem a história da festa. Ela também observou as transforma-ções na festa ao longo dos anos, a entrada do branco, o aumento do número de dançadores, muitos começam a fazer parte de ternos não pela questão da fé e sim para ser visto pelo outro. A mudança de instrumen-tos, a opção por deixar as caixas de couro e madeira por aqueles menos pesados e sintéticos, uma vez que

o espaço urbano cresce e os ternos precisam sÍLIAe deslocar cada vez mais longe para fazerem visitas. “A tradição vai sendo meio deixada de lado, há uma ba-nalização disso em detrimento da beleza, a festa vista como espetáculo”, diz. Ela aborda ainda a questão da desterritoriali-zação da festa. “A Igreja do Rosário, local de encon-tro dos congadeiros está localizada numa área que é central na cidade, de desenvolvimento constante do comércio, nos dias de festa ali fica intransitável, isso cria argumentos para tirar a festa dali, tirar os con-gadeiros de um local que é deles por direito, que eles construíram”, diz. Carmem diz que a principal conclusão de sua pesquisa é o fato de que a festa tem se tornado merca-doria. É a cultura vendida como imagem para a mídia, a locação de ruas da cidade para o comércio, o poder público se apropriando disso sem um retorno para os sujeitos que fazem a festa, os congadeiros, que, em sua grande maioria, são pessoas de classe média baixa. Apesar da conclusão, de ver o lado bom e ruim de tudo isso, depois da pesquisa Carmem diz que passou a ter ainda mais respeito por essa cultu-ra. “Aumenta a admiração e a vontade de fazer com que mais pessoas conheçam a história da festa, para valorizá-la”, diz. “A fé desses congadeiros em Nossa Senhora do Rosário, o respeito que eles têm por ela é emocionante. É claro que tudo isso precisa ser vis-to com um olhar racional, mas é o que mais me im-pressiona nessa cultura, aqueles que dançam para a santa com tamanha devoção”, diz. Segundo Carmem, copia de todo o material documentado impresso, bem como fotografias e imagens foram doadas a Irmanda-de do Rosário.

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CONGO SAGRADA FAMÍLIA

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TERNO FILHOS DO ROSÁRIO

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PO

PU

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Entrega da Coroa Comissão 2012

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Procissão e Missa Encerramento da Festa

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Congada em Cumari

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Congada em Ouvidor

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