Revista forma beatriz milhazes barroco contemporâneo

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Beatriz Milhazes: barroco contemporâneo em formas e cores orma Ano 1 - nº 002 - 10/2012 - $ 19.99 F ISBN 658-0-1234-5678-9 6 580123 6 456789 $19.99 51999

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Beatriz Milhazes:barroco

contemporâneoem formas e cores

ormaAno 1 - nº 002 - 10/2012 - $ 19.99F

ISBN 658-0-1234-5678-9

6 580123 6 456789 $19.99

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Caros Leitores, A revista Forma é uma publicação semestral do curso de Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros. Tem como objetivo expor a arte e arquitetura para o mundo alcançando um público amplo e interessado. O leitor da Forma tem uma relação de intimidade e cumplicidade com a arte. É um leitor crítico, que faz questão de encontrar sempre um conteúdo editorial de vanguarda e conhecimento. Nesta edição, apresentaremos a arte e arquitetura do Renascimento e do Barroco, fazendo um passeio entre o antigo e o novo, mostrando a influência destes estilos na atualidade. Esperamos que gostem. Tenham uma boa leitura!

BEATRIZ MILHAZESbarroco

contemporâneoem formas e cores

R e n a s c i d o n a a r t eLouis I. Kahn e 'seu'

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A ARTE DO RENASCIMENTO

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A galeria dos espelhos O registro da história da

França, Galeria do palácio de Versalhes

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Beatriz Milhazes Jules Hardouin-Mansart

Leonardo Da Vinci Louis Kahn

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Curso 3º período de Arquitetura e Urbanismo

Professora Orientadora Viviane Marques

Equipe de criação Emanuela Marques Lara Bastos Luana de Vasconcelos Márcia Oliveira

Coordenadora Paula Alcântara

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1503 - 1506 - Mona Lisa - Leonardo da Vinci

Leonardo Da Vinci, artista renascentista italiano, foi um dos mais importantes pintores do Renascimento Cultural. É considerado um gênio, pois foi um excelente anatomista , e n g e n h e i r o , m a t e m á t i c o , arquiteto, inventor e escultor.

As principais características das pinturas de Da Vinci é a utilização da perspectiva, uso de cores próximas da realidade, figuras humanas perfeitas, temas re l ig iosos , imagens p r i n c i p a i s c e n t r a l i z a d a s , paisagens de fundo, figuras humanas com expressões de sentimento.

O retrato de L i sa Del Giocondo (Mona Lisa) , foi considerada a obra mais famosa de Leonardo, e desde que foi roubada do Louvre em 1913, foi considerada a pintura mais famosa do mundo.

O período do Renascimento, ou Renascença Italiana se passou na Europa entre os séculos XIV e XVI. Pode-se dizer que foi um período transitório entre a Idade Média e a Idade Moderna do qual foi marcado por importantes mudanças no pensamento sociocultural, refletidos na economia, política e religião. Jacob Burckhardt, em seu livro “A Cultura do Renascimento na Itália”, escrito em 1867, define claramente o termo “Renascença“, como entendemos hoje. Trata-se de um período de ”descoberta do mundo e do homem“. A volta aos paradigmas da Antiguidade Clássica, que trazia como ideal o humanismo e o naturalismo, foram os principais fios condutores de todo um período de reflorescência empírica e científica de uma época.

A arte do RenascimentoMárcia Oliveira

Leonardo Da Vinci 1452—1519

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Certas obras de arte viram verdadeiros ícones, é o caso da M o n a L i s a , e c o m o a r t e e publicidade tem tudo a ver, mesmo sem ser percebida a arte faz parte da nossa vida através de publicidades, que brincam com a arte usando obras de pintores famosos nas propagandas para chamar a atenção de seu público alvo.

‘’Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça’’

(Leonardo Da Vinci)

No que diz respeito á forma, a Mona Lisa de Leonardo demonstra claramente vários aspectos do retrato úmbrio ou florentino no fim do século XV. A meia figura virada dois terços na direção do observador, o objeto fica mais perto da extremidade frontal do quadro do que era costume até ao momento. Esta pequena distância entre a modelo e o observador aumenta a intensidade da sensação visual, enquanto que a paisagem sugere profundidades espaciais m a i o r e s e u m a i n t e n s i d a d e atmosférica. As montanhas desaparecem na d i s t â n c i a c o n t r a u m c é u a z u l -esverdeado. A beleza de um sorriso

feminino contido e modesto refletia a b e l e z a d e s s a m u l h e r e , consequentemente a sua virtude. E mesmo á parte disso, não se deve esquecer a condição de Lisa Del Giocondo, pois por ter feito um casamento tão proveitoso talvez tivesse todas as razões para sorrir, ela própria vinha de uma família menos abastada que o marido, que se revelou um esposo atencioso e delicado, visto que o quadro foi pintado para o comerciante de seda Florentino Francesco Del Giocondo, que o e n c o m e n d o u p a r a a s s i n a l a r a mudança para uma casa nova e o nascimento do seu filho, Andrea.

(à esquerda) Cartaz promocional do 31º Salão de Bolonha: Monalisa, a Gioconda, a bordo de um conversível, com cabelos esvoaçantes, curtindo uma brisa em pleno verão europeu.(acima) Cartaz promocional da Bombril.(à direita) Cartaz promocional da Coca-Cola.

O que Leonardo acharia disso?

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A g a l e r i a d o s e s p e l h o s O registro da história da França,

Galeria do palácio de Versalhes

Lara Bastos

A a r q u i t e t u r a b a r r o c a é a harmonia da arte que coexiste entre arquitetura, pintura e escultura. É um estilo arquitetônico de exuberância e ênfase, que ocorreu em vários países da Europa a partir do século XVII que decorre até o século XVIII.

C a r a c t e r i z a d o p o r e f e i t o s impactantes e ilusórios através da produção de efeitos luminosos que modificam totalmente a estrutura de um lugar, que produz aspecto de

grandiosidade e riqueza.Nas construções barrocas, o

movimento, a curva, a complexidade de elementos arquitetônicos e de construção, a dinâmica construtiva, assimetria, as cores sombrias, a cenografia, contrastes de cheios e vazios, luz e sombras, permitem a dramat ic idade da arqui tetura barroca.

Galeria dos espelhos. Palácio de Versalhes, França.

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Jules Hardouin-Mansart

M a n s a r t a . D e u i n í c i o a e s t a c o m p o s i ç ã o e m 1 6 7 8 , p o r é m inaugurada em 1681.

O arquiteto francês Jules Hardouin-Mansart nasceu 1646, em Paris, como Jules Hardouin e faleceu em 1708 em Marly. Formou-se com seu primo François Mansart, um renomado arquiteto da tradição clássica na arquitetura francesa, e assim Jules Hardouin herda sua coleção de plantas e desenhos, bem como seu sobrenome, Mansart. Destacou-se na arquitetura barroca clássica, um dos mais geniais da sua época, possuía uma obsessão pela perfeição, o que faz suas obras ter um d e m a s i a d o t e m p o p a r a s e r e m executadas. Sua arquitetura era focada em ideais de clareza e contenção, com estilo e elegância.

O maior feito para que o palácio de Versalhes se tornasse o principal palácio da época, foi à construção da Grande Galeria, que ficou conhecida como a Galeria dos Espelhos, pelos 357 espelhos que a ornamentava.

Após a morte do arquiteto Louis Le Vau, o Rei-Sol, Luís XIV concedeu o projeto ao arquiteto Jules Hardouin- Interior da Galeria dos espelhos

Instalada em um antigo terraço, possui uma beleza espetacular, composta por 73m de comprimento, 10,5m de largura e 12,3 de altura, iluminada por 17 janelas que têm a sua frente, tanto pela iluminação natural quanto a artificial, os espelhos que refletem a vista dos jardins, para o por do sol e também a pintura do teto, que ilustrava e homenageava os primeiros anos de reinado de luís XIV. Os arcos das arcadas e as janelas da galeria são encimadas por uma cabeça de Apolo e um leão e os capiteis decorados por uma flor de lis. Oito bustos em mármore de imperadores romanos e oito estátuas de deuses da antiguidade adornam a Sala.Le Brun, o principal pintor do Rei, utilizou a técnica de "trompe-leoeil" fazendo perspectivas ilusionistas. O teto elevado e elaborado com elementos de escultura traduz uma dimensão do infinito.

Com relação ao período do barroco, a galeria traz a característica marcante do jogo de luz e sombra que é

provocado pela iluminação tanto natural quanto artificial. Os tetos esculp idos ou p intados , com a predominância de dourados, o efeito provocado pelas luzes os arcos, os adornos e os capitéis, dão movimento a toda a sala, o quenos remete a arquitetura do período barroco.

(acima) Entrada da Galeria dos espelhos.(abaixo) Interior da Galeria.

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A exposição do artista foi criticada por alguns especialistas da arte, todavia sua irreverência diante do palácio renomado da França, choca o local pela qual foi inserida. Mas há controvérsias, em 2009 a revista Time def iniu-o como o mais inf luente representante da cultura japonesa contemporânea, pela imponência e ousadia, fazendo referencia ao período barroco. Entretanto, não teria lugar melhor para ser exibida a sua exposição, que dentro do próprio contexto da era barroca.

O artista plástico japonês Takashi Murakami em setembro de 2010, expôs seu trabalho no palácio de Versalhes. Com estranha combinação entre o majestoso e esplendoroso palácio da França, a arte ultrapop fazendo uso da estética dos mangás. São 22 obras distribuídas entre as salas e jardim do palácio, algumas das esculturas fazem uso de flores sorridentes, multicoloridas que são a marca registrada do seu pop irônico. A exposição é refinada e luxuosa, fazendo jus à paixão que o rei Luís XIV, tinha pela arte. Suas obras são quase que uma releitura do barroco, uma vez que, o artista faz uso de técnicas tradicionais e representativas, como a utilização de coberturas de ouro, a utilização de cores marcantes, formas com idéia de movimento, imagens atraentes e impactantes, exuberância, sendo essas características do período barroco utilizada no moderno.

‘’É provável que o Versalhes d a m i n h a i m a g i n a ç ã o corresponda a um exagero. Para mim, o lugar tornou-se completamente separado, um mundo irreal. É isso que eu t e n t e i t r a n s m i t i r n e s s a exposição. Eu sou como o gato Cheshire que dá boas-vindas à Alice com o seu sorriso diabólico e convida-a a conhecer o País das Maravilhas de Versalhes’’

(Takashi Murakami)

Obras expostas no Palácio de Versalhes

Takashi Murakami

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R e n a s c i d o n a a r t eLouis I. Kahn e 'seu' Renascimento

Emanuella Marques

Itze-Leib Schmuilowsky nasceu em 1901, de uma família judia pobre na ilha de Ösel, na Estônia. Filho de Leopold Kahn, um judeu artesão especializado em cristais e de Bertha Mendelsohn Kahn. Devido à Guerra entre Russia e Japão sua família imigrou para os Estados Unidos. Foi naturalizado americano e teve o nome mudado por seu pai para Louis Isidore Kahn.

Em 1928, em viagem de estudos na Europa, seu interesse recaiu sobre as ruínas de Carcassone e os castelos medievais da Escócia, mais do que sobre os edifícios clássicos.

Diferentemente dos arquitetos de tradição clássica, que tomavam a arquitetura da Itália como fonte inspiradora para obras do futuro como inspiração de maneira mais figurativa,

Kahn vai tomá-la de forma mais abstrata e reflexiva, voltando-se para as técnicas construtivas e para os dramáticos efeitos de luz.

Era conhecida a sua distinção entre espaços serventes e espaços servidos. Os primeiros não eram espaços para servidores, mas espaços que serviam a outros espaços, tais como corredores, escadas, salas técnicas, aos quais sempre reservava uma forma distintiva.

Com seu vocabulário específico, Kahn acende o debate sobre conteúdo e continente na arquitetura. As considerações sobre forma e beleza, sobre o moral e o social não se detém a aspectos particulares e fragmentários; são sempre voltadas para o universal e integro.

Kahn tinha grande fascínio pelas

técnicas construtivas tradicionais e as utilizou com freqüência e consistência. As paredes e os arcos de alvenaria são uma marca deste conjunto. Os arcos não apenas são utilizados para vencer

os vão, mas também para direcionar os esforços nos grandes paramentos, como ensinava os romanos. Como podemos comparar, com um período histórico marcante para estudantes de

Assembléia Nacional. Dacca, Bangladesh.

Instituto de Administração Pública. Ahmedabad, Índia.

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arquitetura, o período do Renascimento que nasceu na I tá l ia , em Florença, nas primeiras décadas do século XV, tendo como destaque na a r q u i t e t u r a F e l i p p o Brunelleschi, a estrutura sofreu uma simplificação análoga: entre as abóbodas que sustentarão o teto, serão preferidas a de berço e a de arestas, em vez da de cruzaria ogival. Foi completamente banido o arco quebrado, ogival, bem como qualquer outro tipo de arco que não fosse o de volta perfeita.

(à direita) Louis Kahn - 1901 - 1974.Assembléia Nacional. Dacca, Bangladesh. (abaixo)

Para Kahn, definir um volume absoluto de uma forma canônica, significa a essência da ordem. Isso, combinado com a apl icação da Academia de Belas Artes, a influência de seu professor Paul Cret, leva a um projeto fechado, preciso e sem costura.

Kahn teve uma vida amorosa bastante conturbada, com três famílias diferentes, duas de suas esposas, Anne Tyng e Harriet Pattinson, foram grandes colaboradoras de suas obras. O seu terceiro filho, Nathaniel, em 2003, lançou o filme My Architect. A son's Jorney, indicado para o oscar de

Melhor Documentário em 2004. Apresentando belas imagens sobre as obras do seu pai, o filme é imperdível para os estudantes de arquitetura.

Louis. I Kahn iniciou sua produção arquitetônica de expressão aos 50 anos de idade, e 24 anos mais tarde faleceu. É um curto espaço de tempo, se comparado aos 73 anos de sua existência, mas o suficiente para deixar através de suas obras escritas e construídas muitas lições de boa arquitetura. A morte de Louis Kahn teve a mesma dimensão trágica de sua obra.

Museu de Arte Kimbell. Fort Worth, Texas.

“Meu pensamento está impregnado de grandeza romana e a idéia da abóbada romana e a idéia da abóbada encontra-se tão firmemente gravada em minha mente que mesmo quando não possa empregá-la está sempre presente e aparece para mim como a forma mais adequada. E entendo que a luminosidade deve partir de um ponto elevado, que é onde a luz alcança seu apogeu.”

(KAHN, Louis I. “Kimbell Museum Dedication”. In: Wurman'86)

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Sua paleta de materiais vai ser muito comedida. Sempre o concreto armado como elemento estrutural. A a l v e n a r i a d e t i j o l o s c e r â m i c o s tradicionais como elemento vedante externo será quase sempre presença c o n s t a n t e . A m a d e i r a s e m p r e aparecerá como contraponto, em divisórias, balcões, paramentos etc. À maneira dos seus contemporâneos brutalistas, nenhum material receberá revestimento, a não ser em algumas obras, na última fase. Os artistas do período do renascimento estavam bem à altura de conferir ao material, qualquer que ele fosse – mármore, pedra, bronze, madeira, terracota – exatamente a forma dese jada , justamente como Kahn, que dá forma a tijolos

A elevada abstração formal levou o escultor e paisagista Isamu Noguchi a caracterizá-lo como um filósofo entre arquitetos, capaz de cr iar uma arquitetura monumental que não se afastava da escala humana, mas afirmava a grandeza das pessoas e instituições, fossem estas comerciais, culturais ou administrativas.

"Não se converte em filósofo

quem lê filosofia, se converte em filósofo quem nasce capaz de pensar"

A sua obra caracteriza-se por combinações de formas geométricas puras, por vezes inspirando-se na arquitetura clássica ou medieval, e uma utilização expressiva dos materiais no seu estado bruto. Um tema que será uma constante em suas obras, a forma cilíndrica contendo a escada, um espaço servidor. A horizontalidade da obra também pode ser percebida em seus projetos.

No período do Renascimento as formas provêm de duas fontes principais: a reutilização das formas características - a arte grega e a arte romana - e, ao mesmo tempo, a aplicação de uma nova descoberta técnica: a perspectiva.

Para Kahn, definir um volume absoluto de uma forma canônica, significa a essência da ordem. Isso, combinado com a apl icação da Academia de Belas Artes, a influência de seu professor Paul Cret, leva a um projeto fechado, preciso e sem costura.

A o v o l t a r d e u m a viagem de trabalho de Bangladesh, em 1974, possivelmente pressionado p o r g r a v e s p r o b l e m a s f i n a n c e i r o s p o r q u e passava, sofreu um ataque cardíaco fulminante em um s a n i t á r i o d a E s t a ç ã o P e n s i l v â n i a , e m N o v a Iorque. Não foi identificado durante três dias, pois, por razões desconhecidas , havia raspado o seu nome do passaporte.

I n s t i t u t o S a l k d e E s t u d o s Biologicos. La Jolla, California

Kahn, em seu primeiro grande trabalho, a Galeria de Arte da Universidade Yale, construída entre 1951 e 1953, passa a trabalhar com elementos não usuais na arquitetura corrente daquele período. As lajes da estrutura são compostas por uma sucessão de tetraedros que configuram um entramado triangular, que por sua vez permitem o alojamento de instalações e o vencimento de grandes vãos sem o emprego de pilares.

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Luana de Vasconcelos

ormaF22 B E AT R I Z M I L H A Z E Sb a r r o c o c o n t e m p o r â n e o

e m f o r m a s e c o r e s

O Guitarrista. (abaixo) Os três músicos.

A arte barroca se inicia na Itália (séc. XVII), mas não tardou a irradiar-se por outros países com linguagens d i ferentes . As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a c i ê n c i a , q u e o s a r t i s t a s renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e n ã o o r a c i o n a l i s m o d a a r t e renascentista.

É uma época de conflitos espirituais e religiosos, o barroco visto como meio de propagar o catolicismo e ampliar sua influencia.

O est i lo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e

e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; a legr ia e t r i s teza ; paganismo e cristianismo; espírito e matéria. Uma arte exuberante e teatral que muda a linguagem clássica e padrão com características de dinamismo, urgência, conflito, teatralidade das obras e forte apelo emocional, muito contraste de luz e sombra. Pinturas extremamente dramática e violenta e o uso do dourado. A escultura se casa com a arquitetura , cada uma com sua importância, onde a intenção era o exagero.

As primeiras décadas do século XX caracter izaram um momento de valorização estética do Barroco, de afirmação do próprio conceito e de muitos estudos historiográficos sobre a arte e os artistas do século XVII. Beatriz Milhazes apresenta uma arte contemporânea original, tendo criado um vocabulário plástico próprio com superfícies compostas por cores, planos e formas orgânicas, vibrantes e justapostas onde fundo e figura se fundem, demonstrando um gosto pelo decorativo, pelo ornamento. Ao planejar suas gravuras, Beatriz pode atuar em etapas, e assim planejar as várias camadas no decorrer de seu trabalho. Porém, o processo criativo de Milhazes torna-se lento em decorrência da técnica de aplicação dos decalques e

da precisão necessária para a aplicação dos mesmos.

A partir de 1989, de certa forma, toda a obra de Beatriz Milhazes é colagem. Desde as composições feitas com invólucros de balas e chocolates, passando pelas múltiplas camadas aplicadas nas serigrafias e os adesivos de vinil utilizados nas obras públicas, até as FGS

pinturas com decalque. Aplicando tinta acrílica sobre folhas de plástico e transferindo o resultado para telas, como se fosse um decalque.

(acima) Paz e amor.(abaixo) Beatriz Milhazes.

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“ S e m a c o r , a i m a g e m n ã o acontece. Quando a sinfonia das cores não funciona, a sedução acaba.”

(Beatriz Milhazes)

As listras são outra característica nas obras da a r t i s t a e m q u e o r a produzem leituras verticais ora horizontais. O q u a d r a d o é considerado um de seus formatos preferidos por ser o mais neutro, não impõe v e r t i c a l i d a d e o u hor izontal idade, como ocorre com as listras por exemplo. Contudo, o círculo ocupa lugar de destaque por manter o olhar em constante movimento. Os efeitos visuais nas obras de B e a t r i z M i l h a z e s s e d e s t a c a m t a n t o e m sobreposições quanto na cor. Após estabelecer um m é t o d o , M i l h a z e s a p r e s e n t a m ú l t i p l a s imagens que se movem, dentro de repetições e m u d a n ç a s c r o m á t i c a s infinitas. A tendência na organização de formas e cores é sempre buscar o equilíbrio.

D e n t r e o s í c o n e s apresentados constata-se uma produção diretamente relacionada em torno da paisagem, da flora e da f a u n a t r o p i c a i s , d o s territórios do feminino, das tradições artísticas locais e das expressões populares e religiosas. Motivos de flores, contas e laços retratam o universo feminino fazendo referência ao ornamento, ao vestuário e à decoração.

(acima) Beleza Pura. / (abaixo) Te quiero.

In Albis. / (abaixo) Menino Pescando.

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A g a l e r i a d o s e s p e l h o s

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- CONTI, Flavio. Como reconhecer a arte do Renascimento. Edições 70, 1996.

R e n a s c i d o n a a r t e

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A arte do Renascimento - http://carpress.uol.com.br

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