Revista FERXXI - 4º Congresso Nacional - Conclusões

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Publicação relacionada com sistemas de transporte. Realizada pela ADFER - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Ferroviário. Specialized Transport Systems themed Magazine made by ADFER - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Ferroviário (Portuguese Association for the Railway Development).

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4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário2

DIA 11 DE MARÇOSessão de Abertura - Auditório 2 - 15h00m

Oradores:- Dr. Isaltino de Morais, Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente - Professor Ernâni Lopes, Presidente do Congresso- Engº Arménio Matias, Presidente da Direcção da Adfer- Engº Martins de Brito, Presidente da Comissão Executiva do Congresso

Sessão A - Auditório 2 - 16h30m“Novas Políticas e Novas Organizações do Transporte Metropolitano e Regional”

Mesa:Presidente - Dr. Crisóstomo Teixeira, Presidente da CPVice-Presidente - Dr. Manuel Frasquilho, Presidente do Metropolitano de Lisboa

Oradores:- Sr. Hans Rat, Secretário Geral da UITP- Sr. Jesus Rodrigues Molina, Director Gerente do Consórcio de Transportes da Comunidade

de Madrid- Prof. António Nogueira Leite, Docente Universitário

Encerramento – 18h30m

DIA 12 DE MARÇO

Sessão B - Auditório 2 - 09h30m“ Responsabilidade da Administração pública”

Mesa:Presidente (manhã) - Maria Teresa Vicente de Sá, Presidente da Cãmara Municipal de PalmelaPresidente (tarde) - Martins de Brito, Presidente da Comissão Executiva do CongressoVice-Presidentes - Cristina Dourado, Administradora da Fertagus e Oliveira Marques,Presidente do Metro do Porto

• 09h30m - A acessibilidade e a mobilidade interna são factores determinantes para a com-petitividade da Região de Lisboa - António Diogo Pinto e Luís Chambel• 09h50m - A evolução da legislação sobre o TP urbano em Portugal, face às condicionanteseuropeias - Marina Lopes Ferreira• 10h10m - A expansão da rede do Metropolitano de Lisboa, E.P. e a integração das questõesambientais - Ana Cerdeira• 10h30m - O Metro Ligeiro como oportunidade única para reestruturar o Sector dosTransportes Urbanos e Suburbanos - José Manuel Duarte Vieira

Intervalo - 11h00m

• 11h30m - As relações transfronteiriças Galiza/Região Norte de Portugal - José António DiasFernández• 11h50m - A solução Tram - Train: a estratégia de uma rede ferroviária integrada no orde-namento do território - Carlos Gaivoto• 12h10m - Um nono contexto. Uma nova atitude - Oliveira Monteiro e a equipa de comunicaçãodo projecto MIQ da CP• 12h30m - Solução para o metro ligeiro: “Chave na mão” da Siemens - Herbert Seelman

Debate - 12h50m

Almoço - 13h00m

• 15h00m - Avaliação do Impacto da percepção da Qualidade do Serviço como Instrumentodo Planeamento - Rosário Macário e Dalila Lopes• 15h20m - A Administração Pública e a Modernização Ferroviária - Oliveira Martins• 15h40m - A Regulação do Transporte Público Urbano na Europa e o Grupo das GrandesMetrópoles - Marina Lopes Ferreira• 16h00m - O duplo papel do Estado como prestador e regulador do serviço público do trans-porte ferroviário - Vital Moreira• 16h20m - Financiamento do Transporte Público Urbano: Entre a concorrência e o apoio daAdministração Pública - João Marrana e Pedro Morais

Intervalo - 16h40m

• 17h10m - O Actual Regime de Concessões das AMT’s e as Perspectivas de Evolução - JorgeJacob• 17h30m - O Serviço Público de Transportes e a sua Construção - Luís Oliveira

Debate - 17h50m

Encerramento - 18h00m

SESSÃO C - Sala 1 - 09h30m“As infra-estruturas e a regulação da circulação”

Mesa:Presidente (manhã) - Macário Correia, Presidente da Câmara Municipal de TaviraPresidente (tarde) - Maria da Luz Rosinha, Presidente da Junta Metropolitana de LisboaVice-Presidentes - Braancamp Sobral, Presidente da Refer e Cristina Elvas, do Instituto deEstradas de Portugal

• 09h30m - Qualidade Mais na Refer - Pitacas Leonardo• 09h50m - Compatibilidade do material circulante com a infra-estrutura da Refer - PauloGodinho Gonçalves• 10h10m – O investimento na modernização e expansão - Carlos Reis• 10h30m – Metro Ligeiro de Superfície (MLS) – A problemática da localização e o desenho -João Garcia Moreira

Intervalo – 11h00m

• 11h30m – A manutenção de Infra-estrutura na Área de Lisboa - António Fernandes e PedroValente• 11h50m – Acessibilidades nos Interfaces Intermodais - João Cachola e Nuno Fragoso• 12h10m – A modernização da Linha de Sintra - Filipe Amorim• 12h30m – A Estação Modelo para as futuras expansões da rede do Metropolitano de Lisboa- Paulo Brito da Silva

Debate – 12h50m

Almoço – 13h00m

• 15h00m – Quantificação e Internalização de Custos – Aplicação à Infra-estrutura eCirculação no Transporte Ferroviário - Paulo José de Matos Martins• 15h20m – Os Sistemas de Transporte de capacidade intermédia e a mobilidade sustentável -Carlos Gaivoto e Artur Bivar• 15h40m – Novos Sistemas e Tecnologias avançadas para o transporte público - MarçaloAntónio Alves• 16h00m – Metro Ligeiro: Interactividade Ferroviária/Rodoviária - Nuno Rodrigues e Frans opde Beek

Intervalo – 16h30m

• 16h50m – Taxa de Uso das Infra-estruturas Ferroviárias - Eduardo Cardadeiro e Pedro Verga Matos• 17h10m – O projecto do MST – Metro Sul do Tejo - Cristina Vasconcelos• 17h30m – O projecto Refer Online e a adequação das tecnologias aos objectivos do negó-cio - Eduardo Freitas

Debate – 17h50m

Encerramento – 18h00m

DIA 13 DE MARÇO

SESSÃO D – Auditório 2 – 09h00m“A organização e a oferta do serviço”

Mesa:Presidente (manhã) – Silva RodriguesPresidente (tarde) – Manuel Anacoreta CorreiaVice-Presidente – Presidente da Vimeca

• 09h00m – O novo sistema de bilhética - António Quaresma• 09h20m – O contributo da comunicação de marketing, para a mudança de atitudes e com-portamentos em favor do Transporte Público - António Carlos Araújo• 09h40m – A experiência de um novo operador de transportes - Paulo Cerqueira e Clara Esquível• 10h00m – Plataforma de e-business para comercialização de títulos de transporte e difusão deinformação - Rui Lucena• 10h20m – Um sistema de ajuda à exploração e informação ao público – “O SAE X TraNPassenger da Carris” - Élio Serra, Roboredo e Castro, José Maria Moniz e João Barbosa• 10h40m – A implantação do novo sistema de bilhética multimodal da Região de Lisboa -Alberto Cunha

Intervalo – 11h00m

• 11h30m – As tendências da bilhética intermodal - Tiago Lousada• 11h50m – À procura do Cliente - Miguel Cerejeira e Cristina Prieto• 12h10m – A Qualidade em Serviços de Transporte Público Urbano: o problema da contra-tualização - Gabriela Beirão e José Sarsfield Cabral• 12h30m – Avanto: o novo conceito de “Tram – Train” da Siemens - Paulo Viçoso

Debate- 12h50m

Almoço – 13h00m

• 15h00m – A externalização parcial da manutenção do material ferroviário: um elementodinamizador - Thierry Dugay• 15h15m – INOSS – Uma plataforma integrada de apoio à operação em sistemas deTransporte de Passageiros - Cipriano Lomba• 15h30m – Sistema de Diagnóstico de Avarias inteligente, aplicado à Manutenção Ferroviária- Augusto Costa Franco• 15h45m – Reabilitação e assistência técnica a motores de tracção em Portugal - Vivas deFreitas e Luís Coimbra

Intervalo – 16h00m

• 16h30m – O papel da Qualidade no serviço da Fertagus - Nuno Lopes• 16h45m – A contratualização da manutenção da frota da Unidade de Suburbanos daGrande Lisboa - Luís Costa e Maia Pires• 17h00m – A Organização da Produção na Linha de Sintra e os ganhos de Produtividade ede Qualidade do serviço prestado - Martins da Silva• 17h15m – O papel da iniciativa privada - Luís Espírito Santo

Debate – 17h30m

Sessão de Encerramento - Auditório 2 - 18h00m

Oradores:- Prof. Valente de Oliveira, Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação- Prof. Ernâni Lopes, Presidente do Congresso- Engº Martins de Brito, Presidente da Comissão Executiva do Congresso

Jantar do Congresso - Pavilhão de Exposições do Instituto Superior de Agronomia, Calçadada Tapada, Lisboa - 20h00m

Programa

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34º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Ao ser tomada pela Cimeira Ibérica de 7 e 8 deNovembro uma decisão sobre a componente inter-nacional da futura rede ferroviária portuguesa deAlta Velocidade a ADFER entende dever tornarpública a seguinte posição:

1. Congratular-se pela configuração da redeconsagrada, contemplando uma ligação ibéricaLisboa – Madrid, via Évora, uma ligação europeiaNorte e Centro – Europa e Madrid, via Viseu, umaligação regional entre o Norte e a Galiza, via Bragae uma ligação regional e turística entre o Algarve ea Andaluzia;

2. Felicitar o Governo Português e em parti-cular o Prof. Carmona Rodrigues pelo acerto e pelaousadia da decisão tomada que a ser concretizadaao ritmo imprimido pela Espanha à concretizaçãoda sua rede terá o mais relevante alcance histórico.Recordar a contribuição positiva dada a este pro-jecto pelo então Ministro Dr. Jorge Coelho;

3. Sublinhar que esta foi a rede defendidapublicamente, de forma permanente, ao longo demais de 15 anos, pela ADFER, por ser aquela que, nonosso entendimento, melhor serve os interesses doPortugal do Futuro. Lançámos este debate aindaantes da Espanha ter arrancado com o seu projectode Alta Velocidade e mobilizámos para ele osQuadros do sector dos Transportes e o próprio País.Temos consciência do dever cumprido;

4. Lamentar o tempo perdido e o financiamen-to comunitário desperdiçado quando o essencialdesta decisão poderia ter sido suficientementesuportada nos estudos efectuados por Empresasnacionais e internacionais da maior credibilidadeem 1989 e 1990 por encomenda da CP, o que per-mitiria que Portugal hoje estivesse a par daEspanha;

5. Lamentar que uma profunda falta de visãoestratégica dos Membros do Governo que tute-laram o sector e dos Gestores que desempenharamfunções nos Organismos/Empresas nele integradostenha permitido que o País se tenha comprometido

no projecto desadequado de modernização dalinha do Norte e não tenha, até ao dia 8 deNovembro passado, tomado nenhuma medidaestratégica em relação à rede ferroviária do futuro,em bitola europeia, como seja a aplicação de tra-vessas bibitola, apesar de existir uma Resolução doConselho de Ministro datada de Dezembro de 1988que preceitua sobre essa matéria;

6. Manifestar a esperança de que o Governoseja capaz de impor que o novo eixo de AltaVelocidade Lisboa – Porto se vá concretizando, cons-truindo primeiro os troços de um eixo concebido deraiz que sejam compatíveis com a linha do Norte enão empolando o projecto de modernização dalinha do Norte com uma miríade de variantes;

7. Esperar que o Governo mande rever o pro-jecto da nova linha de mercadorias Sines-Évora--Badajoz, à luz das decisões da Cimeira Ibérica, evi-tando que o País venha, mais uma vez, a desper-diçar recursos;

8. Defender o prolongamento do IP4 atéPuebla de Sanábria para facilitar a acessibilidade doNordeste Transmontano a Espanha e à Europaatravés da rede espanhola de Alta Velocidade;

9. Pedir ao Governo que mande preparar umverdadeiro Plano Ferroviário Nacional que contem-ple, não só a nova rede de Alta Velocidade mas tam-bém a reconversão da rede herdada do Século XIX,designadamente a mudança de bitola. Que na pre-paração desse Plano e no estudo de mudança de bito-la da linha da Beira Baixa seja analisada a viabilidadede uma ligação entre Castelo Branco e Plassência,cidade integrada na rede de AV espanhola.

Lisboa, 10 de Novembro de 2003

A Direcção da ADFER (*)

(*) Aprovado por unanimidade

edi tor ia ledi tor ia l

NOVA REDE PORTUGUESADE ALTA VELOCIDADE

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74º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

SESSÃO DE ABERTURA

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8 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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94º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Os trabalhos deste Congresso, como sabemos, são desdo-brados nesta sala e na sala de reforço, dado o sucesso deinscrições que este Congresso considerou e por isso asminhas primeiras palavras são de saudação a todos os pre-sentes, no duplo sentido que há pouco referi.

Todos têm nas vossas mãos o Programa do Congresso e eugostaria de vos dizer que nesta Sessão, que é uma Sessãoformal de Abertura depois as Sessões de Trabalho conti-nuarão logo de seguida. Nesta Sessão eu próprio fareiuma brevíssima alocução de Abertura e depois ouviremoso Sr. Eng. Martins de Brito, o Sr. Eng. Arménio Matias e aencerrar o Sr. Ministro Isaltino Morais.

Sr. Ministro e restantes membros da Mesa, MinhasSenhoras e meus Senhores

Quero evidentemente começar esta intervenção dirigin-do, para além das Boas Vindas que já apresentei, dirigiruma saudação especial que é também uma saudação pes-soal, em primeiro lugar, ao Sr. Ministro Isaltino Moraisque nos deu a honra de estar connosco nesta ocasião, aoSr Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e tam-bém Presidente da Assembleia Geral da ADFER, meuquerido amigo , Dr. Rui Vilar, ao Sr Eng. Martins de Britoe Eng. Arménio Matias, que como sabemos foram asalmas deste Congresso.

Ora, este 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviáriositua-se no ponto de encontro de três componentes bási-cas da vida concreta das sociedades actuais, Mobilidade,Cidade e com Cidade Área Metropolitana e Transportes.

No tema geral do Congresso, como resultado dessa inter-cessão dá-se a sobreposição de parte de subconjuntos de

cada uma desses componentes, só que essa sobreposiçãoacaba por se traduzir no domínio da temática geral de umoutro aspecto, esse sim o dominante, refiro-me àscondições de vida das populações das áreas urbanas.

Justifica-se pois, pela relevância desse domínio uma refe-rência a cada um dos componentes e de seguida umabreve avaliação geral.

Quanto à Mobilidade obviamente, haverá que salientarem primeiro lugar que se trata de um dos factores per-manentes, não é de hoje, da vida económica e social. Emverdade do ponto de vista económico a Mobilidade sob aforma daquilo a que chamamos circulação. A Mobilidadeé o factor, e sublinho bem o artigo definido é o factorgerador de mais valia, limito-me a dizer, imaginem o queé produzir pêras, produzir bielas, produzir estação deserviços, seguros, agricultura, indústria e serviços e essaprodução ficar exactamente no sítio onde é feita, a pêrana árvore enquanto não cair, a biela na fábrica e avocação de cobertura de seguros dentro do gabinete doagente segurador.

Não há mais valia, só há valia, é isto que eu quis salientarno momento a Mobilidade sob forma de circulação, queentra no circuito económico é o gerador de mais valia. AMobilidade pode ser vista em sentido restrito e em senti-do lacto, nós aqui neste Congresso estamos muito con-centrados, mas não só, estamos muito concentrados naMobilidade no sentido restrito e nesse sentido aMobilidade corresponde ao conjunto das possibilidades econdições de circulação de pessoas e bens, e isso querdizer que nesse sentido restrito é uma questão de con-cessão de sistemas de infraestruturas, de condições de

DISCURSO DO PROF. ERNÂNI LOPESPresidente do Congresso

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exploração, leia-se custos, preços, organização, e quali-dade de serviços, mas do outro lado, o mesmo conceito, amesma realidade de mobilidade, agora em sentido lactotranscendendo o âmbito, mas repercutindo sob o nossoCongresso no sentido lacto a Mobilidade é aquilo a queeu customo chamar o polígono das mobilidades que é oprincipal gerador do processo geral de globalização.

Pelo facto de nos focarmos na Mobilidade em sentidorestrito não quer dizer, seria erro, que não tenhamos pre-sente a sua dimensão em sentido lacto.

O nosso segundo elemento que cruzamos e intercepta-mos neste Congresso, a Cidade. A Cidade é antes de maisnada o ponto de acumulação do potencial e as capaci-dades de inovação e de transformação e portanto dedesenvolvimento económico e social. Nós podemos olharpara a cidade como um espaço de criação, de circulação,um espaço de acumulação e um espaço de concentração.

Explicitando a Cidade é um espaço de criação e circulaçãode informação, de riqueza, de ideias, de cultura e é tam-bém um espaço de acumulação de capacidade, de podere de capital, e corresponde a um espaço, como há poucoreferi, também concentração de populações, de tenções ede factores potenciadores de interrupção e de ruptura.

Ora, é sobre este espaço, para este tipo de espaço que oCongresso se concentra nos seus trabalhos, no seu estudoe felicito-me por esta ocasião em que posso exprimirquanto me agrada que este Congresso trabalhe nessaárea, por quanto na problemática das cidades, inequivo-camente com segurança para mais que nos próximosanos, nas próximas décadas, nós temos que enfrentar e deresolver, não em seminários, não em Congresso, mas navida real factos sucessivos que estamos já a vivê-los.

A Cidade na sua problemática está a gerar novas reali-dades que acabam por suscitar novos abordagem teóricase que exigem novas políticas, quero com isto significarque as novas realidades, com novas abordagens teóricas,com novas políticas acabam por ser um elemento centralde todo o trabalho do Congresso na certeza que conti-nuará depois.

Deste modo a cidade concebida desta maneira e entrandomais directamente na realidade específica e concreta, acidade acaba por se configurar como o lugar geométricoda intersecção de múltiplos grandes sistemas complexos,um dos quais é, obviamente, o sistema de transportes.

Na prática, no dia a dia da vida das populações e aexpressão teórica desse dia a dias, na prática, nós costu-mamos numa forma simplificada, por ventura troncada,nós costumamos designar uma parte significativa destasquestões como o tema geral das Acessibilidades.

Terceira dimensão o Transporte. Desde logo não se trataapenas do transporte ferroviário, pois há obviamente, nasnossas primeiras preocupações, mas não é apenas, o queefectivamente conta é o sistema geral de transportes edaí a relevância das soluções multimodais.

Ora bem, o sistema se transportes, refiro-me directa-mente a pessoas e mercadorias é o mais directo de todosos sistemas de circulação, pela simples razão de o sistema

de transportes, no quadro dos sistemas de circulação seraquele que está especializado na circulação física. É tam-bém um dos grandes sistemas que constituem a malhainfraestrutural das economias modernas. Tudo isto é ver-dade, o problema é que o sistema de transportes tambémé um sistema basicamente bloqueado e é bloqueadoexternamente e internamente.

É bloqueado externamente em função de acessos e con-gestionamento, isto é, onde está acesso e congestiona-mento estão custos acrescidos e tempo perdido. E é blo-queado internamente em função das questões do equi-líbrio económico financeiro das empresas e do sector.Uma especificidade particularmente visível no transporteferroviário refere-se à simultaneidade, à confluênciaentre investimentos maciços, custos elevados de fun-cionamento e proveito magro. O que conduz a umatemática difícil bem conhecida, mas de facto inaceitável.É aquilo a que podemos chamar , eu tive oportunidade deo fazer num pequeno trabalho publicado há aproximada-mente dois anos, aquilo a que podemos chamar o modeloimplícito de inviabilidade empresarial que nesse texto,sobre o caso específico da CP, pude estudar e dizer-vosque fiquei bastante preocupado com aquilo que encon-trei. Ou tem um corte ou é um processo cumulativo decrescimento de dificuldade, e daí decorre a exigência deuma política minimamente coerente e consistente quepermita resolver os níveis necessários de investimento eminfraestruturas, as condições exigíveis de funcionamentoempresarial e os volumes adequados de financiamentojustificado e à solução racionalizada das responsabili-dades por parte do Estado. Quero eu dizer com isto e comalguma experiência no exercício de funções públicas, quenão se trata a título nenhum do Estado pagar a diferençana ponta, é inaceitável. Não se trata a título nenhum doEstado não honrar os compromissos, o que se trata é exac-tamente aquilo que há um minuto eu referi, a soluçãoracionalizada das responsabilidades por parte do Estado.

O Estado não pode impor e/ou assumir responsabilidadesque não honra porque na altura de honrar, antes tinha-seesquecido que não tinha dinheiro. Não pode ser, mas háum ou outro exemplo da história recente em que oEstado assumiu as suas responsabilidades sob a forma decontrato-programa e pelo menos durante algum tempocumpriu esse contrato.

Para terminar, uma breve avaliação geral que tem tam-bém uma intenção subjacente que é sugerir um ou outrotópico para reflexão ao longo das Secções de trabalho doCongresso. Procurei sistematizá-la, esse quadro de avalia-ção geral enunciando um conjunto de questões que sãotipificados pela qualificação, pelo adjectivo de qualifica osubstantivo questão.

A temática deste Congresso é uma questão estratégica,desenvolvimento das cidades e redes de transporte.

É uma questão geopolítica onde sobressai a abordagemem termos de análise micro geopolítica das cidades dascidades e os interfaces entre múltiplos sistemas, em par-ticular o interface com o sistema ambiental.

É uma questão histórico sociológica na medida que temosperante nós a busca de tipos de resposta adaptada àscondições de vida das grandes aglomerações humanas.

10 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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É uma questão económica no momento o papel dostransportes no desenvolvimento económico conjunto e ascondições de eficiência e eficácia e na economicidade naafectação de recursos ao sistema de transportes ou aossistemas de transportes, como sabem são grandes volu-mes de recursos que são colocados no sistema de trans-portes.

É também em quinto lugar uma questão financeira, oequilíbrio da exploração das empresas e o financiamentodas infraestruturas e dos equipamentos.

É uma questão empresarial, a organização e a gestão dasempresas de transportes, quer públicas, quer privadas.

É uma questão de gestão, a qualidade e a segurança noserviço.

Num quadro mais geral e em oitavo lugar é uma questãoinstitucional, a relação de serviço público, empresas pri-vadas, empresas públicas, a regulamentação e a regu-lação do sector e a articulação entre aspectos jurídicosformais e aspectos ideológicos conceptuais, uns e outrossempre presentes.

Em nono lugar é uma questão tecnológica, o impacto dopermanente progresso tecnológico e a evidência cres-cente do papel da inovação e da busca de melhoressoluções do ponto de vista técnico, certamente e tambémdo ponto de vista económico financeiro uma inovaçãonão é boa porque é chique do ponto de vista tecnológico,

ela é boa quando do ponto de vista tecnológico e cupu-lativo, melhor do ponto de vista económico financeiro.

Finalmente em décimo lugar o tema que estamos a trataré também uma questão política, irremediavelmente, enesse plano trata-se da escolha efectiva entre soluçõesalternativas, isto é, optar e o papel decisivo da acçãoconcreta.

Sr. Ministro, Minhas Senhoras e Meus Senhores relembroo folheto de divulgação retenho e sinto que o 4º Con-gresso Nacional pretende promover a reflexão e debateno sentido de desenvolver e aprofundar as melhoressoluções com vista a uma inadiável melhoria e qualifi-cação da relação mobilidade, acessibilidade nos sistemasmultimodais nos transportes metropolitano e regional donosso País.

É isto que consta do folheto que consta do folheto quetodos conhecemos. Significa isto que agora neste momen-to em que está no seu início os melhores votos quepodemos formular para este Congresso Nacional são quena sequência nas suas multiplas sessões de trabalho, oCongresso se não esgote na sua sessão de encerramento,antes se projecte em trabalho profícuo em resolução efec-tiva dos problemas em boa verdade é para isso que aquiestamos.

Muito Obrigado

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1034º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Introdução

A informação da procura obtida pelosestudos de mercado permite à USGLestabelecer a sua estratégia deMarketing que se descreve seguida-mente, segundo as variáveis doMarketing Mix. A referida informação éobtida, não só através dos Estudos deMercado propriamente ditos, como pelamanipulação de um Modelo deIndicadores de Gestão, por Barómetros àQualidade Percebida pelos Clientes, por“Clientes Mistério” e por estudos inter-nos elaborados pela própria Equipa deMarketing.

Estudos de Mercado

Com vista à obtenção de um conheci-mento detalhado do mercado, e dosseus clientes em especial, a USGL lançoudiversos estudos de mercado tendo aDHVFBO elaborado alguns desses estu-dos, nomeadamente para as Linhas deCascais, Azambuja e Sado. A DHVFBOiniciou recentemente o estudo de mer-cado para a Linha de Sintra.

Em termos gerais, os estudos desenvolvi-dos tiveram como objectivo a identifi-

cação das medidas e estratégias maisadequadas para aumentar a atractivi-dade e a qualidade dos serviços presta-dos, incrementar o valor para o cliente epara a empresa e potenciar a captaçãode novos clientes.

Para tal, os referidos estudos produzi-ram e apresentaram um conjunto deresultados que seguidamente sedescriminam, possibilitando a partir dasua análise concretizar os objectivos pre-tendidos:

• análise sócio-económica e suaevolução, assim como a mobilidade emcada eixo analisado;

• conhecimento dos volumes de pas-sageiros transportados, as matrizesO/D por período do dia, motivações etítulos de transporte utilizados;

• segmentação da procura segundovários critérios (salientando-se ocritério da motivação para o consumodo serviço), com definição do perfil docliente pertencente a cada segmento;

• análise dos factores de escolha domodo de transporte e obtenção daselasticidades directas e cruzadas dasvariáveis que influenciam a procura doserviço ferroviário;

• modelação informática da relação ofer-ta/procura e consequente avaliação do

À procura do cliente

Cristina Prieto e Miguel Cerejeira

CRISTINA PRIETO

Cristina Prieto é Directora deMarketing da Unidade deSuburbanos da Grande Lisboa da CPCaminhos de Ferro Portugueses EP.Licenciou-se em Economia pelaUniversidade Nova de Lisboa em1986 e realizou a Pós-Graduação emTransportes no Instituto SuperiorTécnico em 1992.

MIGUEL CEREJEIRA

Miguel Cerejeira é Director deProjectos da DHVFBO, sendo oresponsável pelo Departamento deMobilidade e Planeamento deTransportes.Licenciou-se em Eng. Civil peloInstituto Superior Técnico em 1993onde realizou a Pós-Graduação emTransportes em 1994.

Figura 1 – Procura diária da USGL

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comportamento da procura caso se introduzida alguma alteraçãorelevante nas características da oferta dos serviços (como porexemplo os tempos de viagem no comboio, as frequências, os cus-tos ou o conforto);

• identificação e avaliação dos modos de transporte concor-rentes e complementares do caminho de ferro.

O mercado da USGL

A USGL é responsável pelo transporte diário de 370 mil pes-soas nas suas quatro linhas ferroviárias. O transporte indivi-dual apresenta-se como o principal modo de transporte con-corrente, com uma quota de mercado superior a 50% emqualquer dos eixos. O transporte colectivo rodoviário tam-bém representa uma elevada concorrência em especial nasLinhas da Azambuja e Sado.

A compreensão da competitividade da USGL está directa-mente relacionada com todo o sistema de transportes colec-tivos e sua adequação à cadeia total de viagem pretendidapelos Clientes.

O gráfico anexo ilustra de forma simplificada a relaçãotempo-modo-volume da cadeia de transportes dos clientesda USGL da Linha de Cascais. O facto de mais de 60% dosacessos às estações serem realizados a pé é um claro indi-cador da reduzida área de influência do caminho de ferro edo fraco nível de serviço dos modos adutores.

O tempo dispendido no comboio representa menos de 40%do tempo total de viagem, embora represente mais de 70%da distância total da viagem.

Comportamento da Procura

Dos inquéritos de opinião realizados foi possível obter aopinião sobre as razões que levam os Clientes a utilizar oudeixar de utilizar o comboio. Torna-se também relevantesaber porque os restantes utilizadores não optam pelo modoferroviário e quais as medidas necessárias para que o passema fazer (Quadro 1).

Esta informação, apesar de qualitativa fornece algumasorientações quanto às preferências dos utilizadores.

Contudo, uma análise quantitativa mais profunda deve serrealizada de forma a quantificar o impacto de potenciaismedidas na captação de procura e respectivas receitas.

As técnicas de preferência revelada e declarada, desenvolvi-das pela DHVFBO permitiram determinar a elasticidade daprocura face à variação dos diversos atributos de viagem. NoQuadro 2 podem-se identificar à esquerda algumas possíveismedidas sendo à direita apresentado o respectivo impacto naprocura da Linha de Cascais.

Esta análise permitiu identificar que:

• a melhoria dos tempos de acesso às estações é a medidamais importante para a captação de procura para o com-boio;

• na Linha da Azambuja o conforto apresenta especialimportância (facto justificado essencialmente pelo maiortempo de viagem em relação às restantes Linhas da USGL);

• o aumento das tarifas terá um reduzido impacto na procu-ra, facto que poderá ser compensado com o aumento dasfrequências e do conforto com a redução do tempo deviagem;

• a procura do comboio é naturalmente influenciada pelaalteração dos modos de transporte concorrentes, destacan-do-se o aumento do custo do combustível como a alteraçãode maior influência.

Figura 2 – Cadeia de viagem dos Clientes da USGL

Quadro 1 – Opinião dos entrevistados

Quadro 2 – Elasticidade da procura na Linha de Cascais

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1054º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Estes resultados referem-se ao período de ponta e para todosos motivos de viagem agregados. Uma análise mais fina per-mite identificar mais detalhadamente o efeito das potenciaismedidas dirigidas para segmentos específicos.

Modelo de Indicadores de Gestão

Para além dos estudos de mercado a DHVFBO esteve tambémenvolvida, em conjunto com a USGL, na concepção de umModelo de Indicadores de Gestão. Este modelo tem permiti-do monitorizar a evolução da procura desde o ano 2000, anode início de recolha, ajudando a USGL a estabelecer a suaestratégia de Marketing.

O modelo permite determinar automaticamente, por linhaferroviária e título de transporte, diversos indicadores men-sais, como sejam: passageiros transportados, distância médiapercorrida, passageiros.km transportados, receitas de bilhéti-ca, base tarifária média e receitas médias.

Tal permite que hoje a USGL, a par do elevado conhecimen-to do mercado, realize um acompanhamento permanente daprocura e uma eficaz monitorização do desempenho e daperformance do seu negócio.

Além das vantagens atrás referidas, o modelo de indicadoresde gestão constituirá também um precioso auxiliar para afutura negociação de um contrato de serviço público, poisdada a metodologia consistente com que os dados são obti-dos, apresenta-se como uma boa base de cálculo para anegociação entre o operador ferroviário e a tutela.

Definição do Produto – O Horário

O “produto” produzido a partir dos estudos de mercado con-siste no horário comercial. Esquematicamente poderemosmostrar de uma forma muito simples como nasce um novohorário.

Um novo horário nasce a partir da informação recebida dascontagens de passageiros entrados por estação, das matrizesO/D, das cargas por troço e da segmentação da procura.

Qualquer informação adicional também é tida em conta,como por exemplo a previsão, num futuro próximo, deuma ligação numa estação de algum modo de transporteem sítio próprio, o qual fará aumentar a procura nessaestação.

As conclusões retiradas desta informação permitem definir asfamílias de comboios e respectivas frequências, assim comoas suas leis de paragem. Incorporando as restrições impostaspela disponibilidade de canal horário, de pessoal e de mate-rial circulante chega-se ao horário comercial para uma dadalinha.

Definição do Produto – Modos deTransporte Complementares

A partir de estudos prospectivos de análise da procura detec-tam-se oportunidades de criação de modos de transportecomplementares ao comboio. Com base nesta informaçãoavaliam-se oportunidades para a criação de novas carreirasou infra-estruturas que permitam criar melhores acessos àsestações.

Esta informação pode ser partilhada com outros parceiros domercado da Mobilidade: Tutela, Autarquias ou outrosOperadores, com vista à atracção de procura para o Caminhode Ferro.

A Constituição do Preço

Neste grupo enquadra-se não só a criação de novos títulos,como a renegociação de quotas dos já existentes e as propostas à Tutela para actualizações tarifárias.Esquematicamente o processo pode resumir-se do seguintemodo:

Com os dados anteriores, bem como com as matrizes O/Dpor título de transporte foi possível criar uma proposta àTutela para a total reestruturação tarifária da USGL. Osdados permitiram ainda avaliar os impactos da reestrutu-ração, tanto a nível de receitas para o Operador como donúmero de passageiros afectados em cada O/D.

Figura 4 – Criação de Novos Títulos de transporte

Figura 3 – Desenho de um novo Horário

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A Distribuição

Conhecendo a procura podem optimizar-se os canais de dis-tribuição. Esta optimização passa não só pela localização dasmáquinas de venda automática como pelos períodos deguarnecimento das bilheteiras, uma vez que em cada estudode mercado são analisados os percursos seguidos pelosClientes nas estações.

A análise da sazonalidade horária permite adaptar os perío-dos diários de guarnecimento das bilheteiras à dominânciados fluxos. Por outro lado, a partir da sazonalidade diária dasvendas em cada Estação tipificam-se e adaptam-se osreforços de fim de mês nas Bilheteiras para fazer face àaquisição dos Títulos Mensais (Passes). Na USGL 67% dos pas-sageiros viajam com títulos de transporte mensal, o querepresenta uma enorme pressão da procura sobre os postosde venda, concentrada em poucos dias de cada mês.

O dimensionamento, tanto dos efectivos necessários à vendacomo do trabalho extraordinário programado para osreforços da venda, permitem racionalizar os custos com pes-soal comercial, resultando em notáveis reduções.

A Comunicação

A partir da segmentação da procura é conhecido o perfil docliente de cada segmento possibilitando uma comunicação

mais efectiva e dirigida ao segmento desejado, como é o casoda promoção de um título de transporte desenhado para osegmento turístico.

A comunicação também incide sobre os factores mais valo-rizados pelo Cliente. Por exemplo, dado que o tempo e oconforto são factores importantes, comunicam-se men-salmente os indicadores de performance da USGL.

Tanto os Estudos de Mercado como os Barómetros àQualidade Percebida como os “Clientes Mistério” ajudam aUSGL a perceber as necessidades de formação, de forma adefinir o respectivo Plano. O Plano de Formação é por sua vezadequado aos novos serviços, títulos ou processos definidosnas etapas anteriores.

Os Processos

Os Estudos contribuem ainda para a melhoria dos ProcessosInternos. Todo o desenho do futuro projecto de bilhética semcontacto, complementado com o controlo dos acessos àsestações, baseia-se em dados dos estudos.

Todas as decisões sobre a forma de controlar os títulos, abilhética a utilizar, a reorganização das funções e os canais devenda têm de se basear nos resultados da análise da procura.

Conclusões

Só o apurado conhecimento da procura permite à USGLtomar decisões e definir a sua estratégia de Marketing. Estabase de conhecimento permite-lhe também fazer sugestõesfundamentadas à sua Tutela, tanto no sentido de modificar oseu tarifário como de propor novas infra-estruturas. Dadoscomo os factores de escolha modal são um input relevantepara futuras decisões relacionadas com investimentos paramelhorar a intermodalidade. A avaliação das necessidades doCliente pode tirar conclusões quanto à estratégia de todo oSector para o futuro, uma vez que os Modos de Transportefazem parte de uma cadeia que permite ao Cliente percorreras várias etapas da sua viagem.

Por último, permite também a cooperação entre Operadoresde Transporte, não só no que respeita ao desenho de novostítulos combinados mas também na criação novos e melhoresserviços complementares.

Figura 6 – Construção dos serviços de guarnecimento das bilheteiras de umaestação

Figura 5 – Esquema zonal do novo tarifário proposto

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Reabilitação e assistência técnica a motores de tracção em Portugal

Vivas de Freitas e Luís Coimbra

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Exmos. Senhores,

Nesta apresentação iremos abordar oprocesso de implementação do Sistemade Gestão da Qualidade da Fertagus,Travessia do Tejo, Transportes, SA, osprincipais indicadores referentes aProcessos e ao Serviço e a aplicação dePrincípios da Qualidade.

1. Sistema de Gestão daQualidade Fertagus

A Fertagus obteve a certificação doseu Sistema de Gestão da Qualidadeem 8 de Novembro de 2002. A normade referência é a NP EN ISO 9001:1995Sistema da Qualidade. Modelo degarantia da qualidade na con-cepção/desenvolvimento, produção,instalação e assistência após venda.

O processo de implementação iniciou-se com a definição da Missão e daPolítica da Empresa, bem como doâmbito de aplicação da norma dereferência. Seguidamente, desen-volveu-se o sistema documental, hier-arquizado em três níveis: Manual daQualidade, Procedimentos Gerais daQualidade e Restantes Documentos(Instruções de Trabalho, Registos,Planos da Qualidade, etc.).

Para assegurar os níveis de qualidadepretendidos, foram definidos osObjectivos Estratégicos, que tiverampor base a análise dos compromissoscontratuais e regulamentares, inquéri-tos realizados junto dos clientes, sug-estões e reclamações recebidas, entreoutros.

Em resposta aos ObjectivosEstratégicos, cada Direcção e ÁreaOperacional da Empresa estabeleceu epropôs os respectivos ObjectivosOperacionais, tendo sido escolhidosindicadores que permitissem a suamonitorização. Em articulação comestes objectivos e de modo a assegu-rar o controlo de processos e activi-dades críticas foram elaborados,quando aplicável e necessário, Planose Procedimentos Operacionais.

A implementação do Sistema deGestão da Qualidade foi acompanha-da por auditorias internas, com vistaao seu aperfeiçoamento, e de acçõesde sensibilização e formação à totali-dade dos funcionários da Empresa,com vista à avaliação e implemen-tação de uma cultura de melhoriadiária.

Apresentamos alguns dados da for-mação realizada em 2002:

NUNO LOPES

Habilitações:

Licenciado em Economia pelaFaculdade de Economia daUniversidade Nova de Lisboa(FEUNL)-1994.Pós Graduado em Distribuição eLogística pelo Instituto Superiorde Transportes (ISTP)-1995.Pós Graduado em GestãoEmpresarial pelo Instituto Su-perior de Ciências do Trabalho eda Empresa da UniversidadeTécnica de Lisboa (ISCTE) -1996.Formação específica em Qua-lidade “Auditorias da Qualidade”e “Metrologia Dimensional”.

Experiência profissional:

1995 a 1996-Técnico na empre-sa Soflusa- Sociedade Fluvial deTransportes, S.A1996 a 1997- Auditor na empre-sa Idade Nova, ConsultadoriaEconómica, Lda.1997 a 06.1999- Técnico doGabinete de Estudos e Plane-amento, de., na Transtejo,Transportes Tejo, SA.Desde 06.1999 Na Fertagus,Travessia do Tejo, Transportes,SA, sendo actualmente Respon-sável da Qualidade

O papel da qualidade no serviço da Fertagus

Nuno Lopes

114 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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A implementação do Sistema de Gestão da Qualidadecontemplou ainda outros processos, nomeadamente, o desugestões e reclamações. Refira-se igualmente, como fac-tor decisivo para o sucesso do Sistema de Gestão daQualidade, a permanente e generalizada motivação que,a todos os níveis, existe nos colaboradores da Empresa.

2. Principais Indicadores referentes aProcessos e ao Serviço

2.1. Objectivos estratégicos

Para 2001-2002 os Objectivos Estratégicos da Fertagus, nogeral amplamente atingidos, foram os seguintes:

Objectivos da Fertagus

2.1.1. Procura (número de títulos de transporte vendidos)

No quadro seguinte apresenta-se, por semestre, onúmero de passageiros transportados.

Como se pode constatar, o objectivo proposto, 15%, foiultrapassado, 18,81%, isto é, mais 25,40%, valores tantomais relevantes quando se registou uma evolução decres-cente para a totalidade dos meios de transporte subur-bano colectivo na Região de Lisboa.

2.1.2. Índice Global de Satisfação dos Clientes (parâmet-ros com relevância superior a 25%)

Através da análise comparativa dos inquéritos realizadosem 2001 e 2002, constata-se, também aqui, que foramatingidos os objectivos propostos, realçando-se que a fre-quência, a pontualidade, a segurança e a rapidez são,para os nossos Clientes, as principais características doserviço que prestamos. De notar, ainda, a diminuição daamplitude da relevância dos parâmetros que com asrespectivas avaliações elevadas, são sinónimo de umasatisfação generalizada.

Quadro comparativo dos parâmetros com relevânciasuperior a 25% para os Clientes:

Quadro comparativo do Índice de Satisfação Global

2.2. Objectivos Operacionais (2001-2002)

2.2.1. Direcção Comercial

Os Objectivos Operacionais da Direcção Comercial para2001-2002 foram os que se apresenta de seguida.

Adequação da oferta, visando as necessidades dos clientesatravés da gestão da oferta entre comboios simples e duplos,Fornecer uma informação de divulgação dos reforços,Execução do Plano de Marketing,Continuação do bom acolhimento dos clientes nasestações,Reforço de contactos institucionais (autarquias),Campanha de divulgação das lojas oferecendo descontos(Maio),Acompanhamento da gestão do serviço da Sulfertagus, emespecial a carreira da Quinta do Conde e Fernão Ferro,Estudo que vise solucionar a eventual ruptura de esta-cionamento no Pragal,Disponibilizar os meios para a instalação da Rede Expressosno Pragal.

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Nos quadros seguintes é apresentada a adequação daoferta à procura, com realce para o factor de carga, indi-cador que nos mereceu, continuamente, particularatenção.

O factor de carga é medido pelo menos quatro vezes porano, sendo, pelo menos uma vez no período de verão.Dos resultados obtidos, fizeram-se, pontualmente, ajustesna oferta (Fevereiro e Outubro de 2002).

No quadro seguinte são apresentadas as alterações às car-reiras da Sulfertagus, respectivo motivo, alteração eefeito.

2.2.2. Direcção de Produção

Os objectivos operacionais da Direcção de Produçãoforam os seguintes em 2001-2002:

Os quadros seguintes apresentam a evolução dos indi-cadores escolhidos:

Para os bons resultados obtidos e sua evolução positiva(no 1º trimestre de 2002 o atraso médio foi de 9,6 segun-dos, passando este valor no 4º trimestre para 6,7 segun-dos) contribuíram essencialmente, a generalizada e con-solidada Cultura de Qualidade e, decisivamente, as per-manentes acções de enquadramento/acompanhamento ede formação dos maquinistas, particularmente em pro-cedimentos de desempanagem e, também, com especialregisto, o trabalho desenvolvido entre a Direcção deProdução da Fertagus e os órgãos da REFER responsáveispelo comando e controlo da circulação.

Resultante do Contrato de utilização da infra-estrutura é cal-culada a imputação dos atrasos entre a Fertagus e a REFER.

Atribuição do atraso médio mensalentre Fertagus e REFER (em minutos)

O atraso médio por comboio foi de 12,2 segundos. Destevalor 2,5 segundos foram imputados à Fertagus e 9,7segundos à REFER.

Melhorar o índice de pontualidade à chegada - IP3(comboios realizados com atraso até 3 minutos)

Melhorar o índice de pontualidade à chegada - IP5 (comboios realizados com atraso até 5 minutos)

Melhorar o índice de pontualidade à chegada - IP10(comboios realizados com atraso até 10 minutos)

Melhorar o atraso médio em minutos

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Evolução do tempo em minutos das principais causas deatraso imputadas à Fertagus

Das causas imputadas à Fertagus, e para o últimotrimestre de 2002, a Avaria de Material representou 26%,o Convel 24% e a Causa Comercial cerca de 42%.

2.2.3. Direcção de Manutenção

Para a Direcção de Manutenção os objectivos para 2001-2002 foram os seguintes:

De que resultaram os seguintes indicadores:

Os quadros seguintes apresentam a evolução de algunsdos indicadores acima descritos:

Do exposto conclui-se que, permanentemente, foi garan-tida à Direcção de Produção o número de unidadesnecessárias para a realização do Horário estabelecido.De referir, também, que a partir de Maio de 2002 é regis-tado uma melhoria no tempo perdido com imobilizações.

3. Princípios da Qualidade

Dos oito princípios de gestão da qualidade que estão na baseda família das normas ISO 9000:2000, a Focalização no Clientee a Melhoria Contínua têm, desde sempre, estado presentesno desenvolvimento do serviço prestado pela Fertagus.

i.) Focalização no ClienteA Fertagus tem procurado promover:• A medição da satisfação dos seus Clientes;• A análise e difusão na Empresa das expectativas e neces-

sidades dos Clientes;• A definição de objectivos da Empresa inequivocamente

relacionados com as expectativas e necessidades dosClientes;

• A tomada de medidas com vista à satisfação dos Clientes.

ii.) Melhoria ContínuaA aplicação deste princípio levou a Empresa a promover:• A aplicação consistente de uma abordagem à melhoria

contínua;• A melhoria contínua de serviço, processos e sistema como

objectivo de cada função/elemento da organização;• A estabelecer objectivos orientadores e medidas de

monitorização da melhoria continua;• A reconhecer e promover melhorias.

Conclusão

O serviço público prestado pela Fertagus tem índices de quali-dade, diária e crescentemente, reconhecidos pelos seus Clientes.O Instituto Nacional do Transporte Ferroviário atribuiu àFertagus, em 2001 e 2002, um incentivo pecuniário pela fia-bilidade e pontualidade do serviço ferroviário prestado.O serviço prestado pela Fertagus constitui entre as duasmargens do Tejo, uma excelente alternativa ao transporteindividual.

Concretização do ciclo de manutenção programadaprevisto para as UQE e a realização de operações demanutenção curativa ou correctiva, com vista a quedevido a causas sistemáticas ou pontuais, decorrentesda falta de manutenção, ou incorrecta realização damesma, não possa haver:- Incumprimento da disponibilidade de UQE para a

realização do horário comercial.- Falta de fiabilidade das UQE e seus equipamentos,

provocando imobilizações e consequente tempo per-dido, durante a exploração das UQE.

- Falta de segurança e conforto dos passageiros.

- Disponibilidade diária de UQE (DD = dias do mês comconcretização da disponibilidade x 100 / dias totaisdo mês),

- Índice de incidentes da classe I (II = n.º de incidentesno mês x 100.000/quilómetragem percorrida peloparque de UQE no mesmo mês),

- Número de UQE retiradas do serviço comercial,- Número mensal de imobilizações de UQE durante o

mês, durante a exploração comercial,- Tempo perdido no mês durante a exploração comer-

cial das UQE, em consequências das imobilizações,-Percentagem de realização de visitas do ciclo demanutenção programada dentro da margem de 10%relativamente à quilometragem prevista, trimestral-mente,

- Percentagem de realização de visitas do ciclo demanutenção programada dentro da margem de 10%relativamente à realização da visita anterior, con-siderando-se para tal 12.500Km entre realização devisitas, trimestralmente,

- Número de avarias em equipamentos oficinais, pormês, que impeçam a realização de visitas dentro doperíodo de tempo previsto,

- Número de acidentes de trabalho por mês.

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Adelino Domingos Gomes BitoAbílio Cabral da CunhaAbrantes MachadoAcúrcio Mandes dos SantosAdérito FontesAdérito MatosAdriano FialhoAgostinho GonçalvesAgostinho MonteiroAguinaldo AzevedoAires São PedroAlbano Figueiredo e SousaAlberto CunhaAlberto EspingardeiroAlberto Gameiro JorgeAlberto Manuel ArosoAlberto Manuel GrossinhoAlderico Santos MachadoAlexandra LopesAlexandre BotelhoAlexandre VenturaAlfeu Pimentel SaraivaAlfredo PlexaAlice AlmeidaAlípio MagalhãesÁlvaro José da CostaAmândio GonçalvesAmérico RosaAna Berta Nunes DuarteAna Cristina CoelhoAna Cristina Hipólito CavalheiroAna FurtadoAna Isabel Rosa DomingosAna LourençoAna PaulaAna Paula Resende MoutaAna Paula Torres FerreiraAna Paulo VitorinoAna Rosa Ribeiro SantosAnabela da Cruz FernandesAndré Mauricio FredericoAndré RiscadoAndres LopezAníbal CoutinhoAntónio AndradeAntónio AparícioAntónio AraujoAntónio Archer CarvalhoAntónio Caldeira CabralAntónio CaniçoAntónio CardosoAntónio Cardoso MonizAntónio Carlos AraújoAntónio Castel-BrancoAntónio Cerdeira BaptistaAntónio Corrêa SampaioAntónio CostaAntónio Diogo PintoAntónio Eduardo Garcia LousadaAntónio FernandesAntónio Fernandes António Girão RasteiroAntónio Henrique CoelhoAntónio Homem de MelloAntónio Jorge PassosAntónio José Marques Martins GraçaAntónio Luis Martins da Silva

António Manuel Ribeiro MedeirosAntónio Mendes MourãoAntónio MineiroAntónio Nunes dos SantosAntónio ParenteAntónio Pinto MonteiroAntónio Portela GouveiaAntónio ProençaAntonio QuaresmaAntónio RebeloAntonio Rodriguez ManzanaresAntónio Sérgio Manso PinheiroAntónio SilvaAntónio Silva FernandesAntónio TinocaAntonio ValienteAntónio Vasco Guimarães SilvaArlindo Crespo RodriguesArmando Fonseca MendesArmando José de Carvalho Rodrigues PereiraArmando OliveiraArménio Bonacho CostaArménio Martins MatiasArnalda Viegas Martins RamosArnaldo Bento FelicioArnaldo PimentelArtur BívarArtur CarvalhalArtur Pinto DantasArtur SantosAugusto Costa FrancoAugusto Costa FrancoAugusto Pinto FrancoBeatriz GonçalvesBrito da SilvaBruno Pereira BernardoCabaço MartinsCaetano TrindadeCândido RodriguezCarla PiresCarlos Abel Pais CarvalhoCarlos Alberto Hormigo VicenteCarlos Alberto NunesCarlos Alberto Oliveira PenimCarlos Alberto Rodrigues dos SantosCarlos António LopesCarlos BarreraCarlos CorreiaCarlos CorreiaCarlos FigueiredoCarlos FranciscoCarlos GaivotoCarlos Jorge Garcia MadeiraCarlos LopesCarlos LourençoCarlos Manuel Costa NunesCarlos Manuel Fernando RodriguesCarlos Marques dos SantosCarlos MeiraCarlos MiguelCarlos NetoCarlos Nunes RodriguesCarlos PazCarlos PeixotoCarlos PiresCarlos ReisCarlos Rocha

Carlos Rosário SantosCarlos Severiano Drummond BorgesCarlos SimõesCarlos Teixeira de SousaCarlos TeodoroCatarina Arantes e OliveiraCatarina PiedadeCélia Farinha BritoCipriano LombaClara EsquívelCláudia Baptista Moreira de FreitasClotilde BotelhoConceição BandarrinhaCristina CaetanoCristina CascãoCristina DouradoCristina LaginhaCristina PrietoCristina VasconcelosDalila LopesDaniel Le GallDelfim Marinho Neves FerreiraDeolinda OliveiraDiamantino GuerraDinora Morteira SerafimDomingos Serpa dos Santos Edite Maria OliveiraEdite Marques LopesEdmundo CostaEduardo CardadeiroEduardo FreitasEduardo Manoel FredericoÉlio SerraElisabete ProençaElísio CarmonaElsa Roncon SantosElvira AtalayãoElvira Maria Oliveira PedrosoEmídio Assis BarbosaEmília Mateus BrancoErnesto FerrandizErnesto Martins de BritoEuclides RosaEvaristo BarnquinhoFelício GabrielFernanda Conceição Martins RosaFernanda SousaFernando Augusto Silva SantosFernando Cabrita SilvestreFernando CarreiroFernando CostaFernando de OliveiraFernando FigueiredoFernando Goulart ÁvilaFernando Manuel de SousaFernando Manuel MoreiraFernando Nunes SerraFernando Santos SilvaFernando SilvaFernando Vieira LauFilipe AmorimFilipe EstrelaFilipe FragaFilipe Gomes de PinaFilipe M. AlmeidaFilipe Miguel Saraiva FerreiraFilipe Pereira

LISTA DE PARTICIPANTES AO 4.º CONGRESSO NACIONALDO TRANSPORTE FERROVIÁRIO

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Francisco Asseiceiro Francisco Dias FernandesFrancisco Domingos LeiteFrancisco Estevinha AldeiasFrancisco GraçaFrancisco José Lamy FigueirasFrancisco Maia do NascimentoFrancisco Melo ParenteFrancisco MirandaFrancisco SalvadorFrancisco Silveira RamosFrank HeezenFranklim Féteira DiasFrederico Ribeiro SilvaGabriel BulhãoGabriela BeirãoGabriela BeirãoGenoveva Marques DiasGerman FonsecaGodinho GonçalvesGonçalo de BarrosGraça Maria Albuquerque FernandesGualdino Egídio MartinsGualdino Pombo Lopes CruzGuilhermo RodriguesHelder Silva NetoHelena Barata MinaHelena Cristina FigueiredoHelena Cristina PrietoHenrique Megre RamosHenrique Sila TelesHerbert SeelmanHerculano Afonso LimaHermenegildo Nogueira Ferreira RicoHugo MorenoHugo SilvaHumberto CunhaIlidio António de SerôdioIlidio E.J. Neto MestreIsabel PimentaJacinto Carlos Bastos LimaJacinto J. Gonçalves Pereira Jack RooseveltJaime MartinsJaime OliveiraJaime Rocha QuaresmaJasmim MacedoJean-Claude DégandJesus DuarteJoan SaroaJoão AbreuJoão Alberto Moutinho BarbosaJoão Alves AlbertoJoão Américo Sales PereiraJoão António AsseiceiroJoão AntunesJoão AparícioJoão Bento BorgesJoão Bruno Ferreira AlvesJoão Cachola João CamposJoão Carlos Galante do Rêgo BayamJoão Carlos Rodrigues MendesJoão Carlos Vaz de SousaJoão CarreiraJoão CunhaJoão de Deus Bramão RamosJoão Diogo Andrade CorreiaJoão Garcia MoreiraJoão GonçalvesJoão GrossinhoJoão Lobato FerreiraJoão Manuel Boquinhas PereiraJoão Manuel Correia Santos SilvaJoão Manuel Mendes Simões

João MarchãoJoão Maria Rodrigues LopesJoão MarranaJoão Marreiros LoureiroJoão Martins RibeiroJoão MonteiroJoão Paulo DuarteJoão Paulo EstevesJoão Paulo Farinha FrancoJoão Paulo Lourenço JorgeJoão Paulo Rosas da Silva Líbano MonteiroJoão RebeloJoão Ribeiro BentoJoão RodriguesJoão RodriguesJoão Simões VianaJoão Taborda CraveiroJoão Teixeira AlvesJoão ValérioJoaquim Baptista Amaral RelhaJoaquim BarretoJoaquim Brito dos SantosJoaquim Dias AmaroJoaquim José Henriques PolidoJoaquim José Sousa MarquesJoaquim Leonardo RobaloJoaquim MorenoJoaquim Rossio MendesJoaquim Soares ResendeJoaquim VenturaJoaquim ZeferinoJoel Vaz Viana de LemosJorge AbrantesJorge AirosaJorge AlmeidaJorge António Schetini MotaJorge Augusto BaptistaJorge JacobJorge Manuel Seabra Jorge MartinsJorge Maurice Banet Nandim de CarvalhoJorge NabaisJorge Nandim de CarvalhoJorge RoqueJorge RosaJorge SarafanaJorge SeabraJorge SimõesJosé Alberto Bacelar FerreiraJosé António Aranha AntunesJosé António Dias FernándezJosé Artur PereiraJosé BagarrãoJosé BaptistaJosé CapelaJosé Carlos DiasJosé Carlos Gouveia LimaJosé Carlos PereiraJosé Castanheira RodriguesJosé Castela ViegasJosé Cordeiro RamosJosé Correia AlemãoJosé Costa RamalhoJosé Eduardo Fidalgo PenaJosé FernandesJosé Fernando Reis LealJosé Fernando Vieira Coelho SilvaJosé Gomes de PinaJosé JeremiasJosé Jesus FradiqueJosé Joaquim DiasJosé Joaquim Geraldes FlachoJosé Lopes NenoJosé Luis BrandãoJosé Mª T. Bastos Cardoso Moniz

José MaiaJosé Manuel Canelas LopesJosé Manuel Costa FreitasJosé Manuel Duarte VieiraJosé Manuel GarciaJosé Manuel Marques LeitãoJosé Manuel NascimentoJosé Manuel Pontes CorreiaJosé Manuel Rodrigues GasparJosé Manuel Santos PedroJosé Manuel Silva AzenhaJosé Manuel Silva RodriguesJosé Maria Sousa AranhaJosé Maximiano Seara PaixãoJosé MeloJosé Mendes dos ReisJosé Miguel QuintanaJosé MontalvãoJosé Nicomedes MoreiraJosé Orlando Farinha Marques MouraJosé Pedro Castello BrancoJosé Pereira de OliveiraJosé PestanaJosé ReimãoJosé Santos ArgolinhaJosé Santos PereiraJosé Sarsfield CabralJosé Simões BertoJosé Teles de MenezesJosé Vicente ValérioJosé Vitor Natal da LuzJudite Leonor PernesJulio Aires Lopes HingaJúlio Manuel PereiraJustino EstevesLeonel Carvalho de MendonçaLeonor Azevedo MendesLília Margarida Carvalho SousaLuis Alberto MouraLuis António Marques FariasLuís B. NunesLuis Brás CoelhoLuís CadilhaLuis Carlos Gonçalves FigueiredoLuis ChambelLuis CoimbraLuis CostaLuis CunhaLuis de AlmeidaLuis DiasLuis Espírito SantoLuis Fernando AlhoLuis FerreiraLuis Filipe Palmeira CostaLuis Flamino PintoLuis Guia NunesLuis Hilário BotelhoLuis Inácio Rosa LuzLuis JoséLuís Manuel de Sousa Roboredo CastroLuis Manuel Faria AreiasLuis Manuel Lopes de Faria AreiasLuis Manuel Reis de MeloLuis MarreiroLuis MataLuis Miguel C. GagliardiniLuis Miguel Faria da CruzLuís Miguel Pereira ValeLuis Miguel RamosLuis Miguel Santana CaetanoLuis MotaLuis OliveiraLuis Pedro de Castro AlmeidaLuis SilvaLuisa Martins

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Luisa ResinaLuiz Alfredo SoeiroMª Manuela C. de Abreu G. BotinasMaia PiresMaia PiresMamede Matos FernandesManuel Alves da CruzManuel BuracoManuel CaryManuel de Castro BastosManuel Faria BastosManuel Ferreira CaetanoManuel Furtado Amaral MartinsManuel João Duarte MartinsManuel João GarciaManuel João Sá AlmeidaManuel José Monteiro LorgaManuel José NortonManuel José Silva Lopes ParadelaManuel Marques da SilvaManuel MartinsManuel MoreiraManuel NascimentoManuel Sousa BastosMarçal António AlvesMarçal BritesMarçalo António AlvesMarcelo MourinhoMarcos da ConceiçãoMargarida Isabel Rosa CruzMargarida Maria ArantesMargarida MotaMaria Adelina Pinto Dias RochaMaria Angélica DiasMaria Aurora Marques FerreiraMaria Conceição MarquesMaria Constantina BatistaMaria de Fátima Sampaio TelesMaria de Lurdes PetronilhoMaria do Carmo Vilaça LopesMaria Eduarda Portugal LoureiroMaria Fátima AzevedoMaria Filomena MataMaria Graça BartolomeuMaria Graciete LageMaria Guilhermina MendesMaria Helena BarretoMaria Helena FernandesMaria Helena VaqueirinhoMaria Isabel Albuquerque C. SeabraMaria Isabel Caruço LopesMaria Isabel Valadas PalmaMaria Jesus LopesMaria João BrancoMaria João Calado LopesMaria João TenderMaria José CoelhoMaria José Duarte NunesMaria Leonor ViegasMaria Luísa Currito e SilvaMaria Lurdes PintoMaria Manuel Madeira ViegasMaria Manuela CruzMaria Manuela Figueiredo TrigoMaria Margarida Guerra PintoMaria Natália Madureira Teixeira LopesMaria Paula BramãoMaria Paula Pelicas SoaresMaria Toiko Morishita RamosMariana Carolina Ruas BrásMarina FerreiraMarina Lopes FerreiraMário FrancoMário NetoMário Rui Domingues

Marques da CruzMartins MarquesMaurício Besel LevyMiguel AfonsoMiguel CerejeiraMiguel dos Santos CalixtoMiguel FolgadoMiguel LisboaMiguel Sena e SilvaMira FeyoMónica FreitasMonteiro dos ReisNadir SantosNarciso HenriquesNorberto SilvaNuno Agostinho SoaresNuno BaptistaNuno Duarte PatrãoNuno FragosoNuno Gonçalves PereiraNuno LopesNuno Manuel LeandroNuno Manuel Piteira PinheiroNuno Miguel Silva NevesNuno Ricardo Simões BentoNuno RuaOliveira MartinsOliveira MonteiroÓscar AmorimÓscar Manuel de Oliveira GasparOtília Maria Queirós e SousaPato das NevesPatricia Vaz MirandaPaula JóiaPaula MartinsPaulo AfonsoPaulo Alexandre Gomes DuartePaulo Almeida PintoPaulo Brito da SilvaPaulo CerqueiraPaulo CostaPaulo FerreiraPaulo José de Matos MartinsPaulo Ribeiro Soares FilhoPaulo RodriguesPaulo Sampaio RodriguesPaulo São PedroPaulo ViçosoPedro AndradePedro CorreiaPedro Correia AlemãoPedro Domingues CarreiraPedro FerreiraPedro GalupaPedro Jorge Filipe Correia Pedro LobatoPedro Lopo Ermida ManoPedro Manuel Fernandes NunesPedro Martins PereiraPedro MontalvãoPedro MoraisPedro Nuno Oliveira JesusPedro PereiraPedro PitaPedro TeixeiraPedro ValentePedro Verga MatosPier Paolo PolitaPierluigi PolastriPitacas LeonardoRamos EmílioRaul SantosRaul Vilaça MouraRegina FerreiraReinaldo Gonçalves Serpa

Renato Vieira CamposRicardo Drummond BorgesRicardo NunesRicardo SampaioRicardo SoaresRita Loureiro GomesRita LourençoRita Reis SousaRogério de SousaRogério Monteiro NunesRomeu FaustinoRosário FernandezRosário MacárioRui António Ferreira Moniz InácioRui ChambelRui Emanuel Galego RondãoRui LucenaRui Lucena Andrade MarquesRui Manuel Ferreira MartinsRui MatosRui Menezes Vale PereiraRui Mil-HomensRui Moreira CravoRui Nuno Manjua Reis CunhaRui Pedro Lopes CostaRui SabinoRui Ximenes Guedes AbreuSandra CatarinoSandra Cristina Franco CaetanoSandra de AlmeidaSandra OliveiraSandra RebeloSantos CunhaSara Maria NascimentoSérgio Filipe Sá SeixasSofia BaiãoSousa BentesSusana CoimbraSusana MartinsSusana MascarenhasTeixeira SilvaTeresa GafoTeresa Simões ReisThierry DugayThomas HelloiTiago LousadaTimotheo de Araújo NetoTomás Leiria PintoVale de GatoVanda BandeiraVazão de AlmeidaVictor Silva BacalhauVictor TávoraVioleta SaraivaVital CardosoVital MoreiraVitor AlvesVitor AntunesVitor CamiloVitor CarvalhoVitor FragosoVitor GonçalvesVitor Manuel LameirasVitor Manuel Martins da SilvaVítor Manuel Mestre FarrajotaVitor Manuel Sousa RisotaVitor Morato SantaVitor PereiraVivas de FreitasWifredo Martinez

120 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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Em nome da ADFER, Associação Portuguesa para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário, quero agradecer, penhoradamente, a honrosa presença de Vossa Excelência Senhor Dr. Isaltino de Morais, na cerimónia de abertura deste Congresso, sinal claro da importância que atribui à temática que vai aqui ser abordada e, certamente, lenitivo para o empenho dos congressistas e dos quadros do sector português dos transportes.

Gostaria de aproveitar este ensejo para dar público testemunho da enorme dívida de gratidão que a ADFER tem para com o Senhor Dr. Rui Vilar, nosso Sócio Honorário e Presidente da Assembleia Geral, a cujo envolvimento se deve, em grande medida, o sucesso da actividade da Associação, nomeadamente dos Congressos Nacionais.

Quero aqui manifestar o orgulho que sentimos por ter como Presidente da Mesa deste Congresso uma das Figuras mais marcantes e mais respeitadas da Política e da Economia portuguesas do nosso tempo, o Senhor Professor Ernâni Lopes. Bem haja por nos ter ajudado.

Agradeço ao Senhor Eng. Martins de Brito, um dos mais prestigiados Técnicos e Dirigentes do sector dos Transportes, a toda a Comissão Executiva, por ele presidida, e ainda ao Senhor Eng. Natal da Luz, a forma empenhada como puseram em marcha este Congresso.

O 1º Congresso teve como tema dominante a reforma do sector ferroviário português, que, de certo modo, viria a ser considerada pelo anterior Governo na sua actuação.

O 2º Congresso aprofundou a abordagem multimodal da temática dos transportes, tendo merecido especial destaque os sistemas de metros ligeiros e a alta velocidade.

O 3º Congresso consolidou a visão integrada dos problemas dos transportes e olhou, saudavelmente, para as necessidades do País, neste sector, a partir da capital do Noroeste Peninsular.

Este é o 1º de um ciclo de três Congressos que tratarão separadamente cada um dos subsistemas em que pode ser, funcionalmente, dividido o sector dos transportes, ou seja:

· O Transporte Metropolitano e Regional;· O Transporte de Mercadorias;· O Transporte Interurbano

No próximo ano realizaremos o 5º Congresso que incidirá sobre o tema «Transporte de Mercadorias - Liberalização e Logística». Convidámos para Presidente da Mesa do Congresso o Senhor Eng. Luís Braga da Cruz e para Presidente da Comissão Executiva o senhor Dr. Duarte Amândio.

Senhor MinistroSenhores ConvidadosSenhores Congressistas

Portugal precisa de ter uma Política e uma Organização para o sector dos transportes assente numa visão moderna e de futuro. Todos reconhecem que o sector dos transportes é um instrumento poderosíssimo para a qualidade de vida das populações e para o desenvolvimento económico e social. Porém, os Governos não adoptam uma política para o sector, que ataque de raiz os seus problemas, preferindo refugiar-se em soluções de continuidade e de actuação casuística, que vão melhorando algumas componentes do sistema de transportes e deixando agravar outras.

O País precisa de ter no Governo «Rostos» que sejam responsáveis pela política de cada um dos subsistemas

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dos transportes. Quem é o membro do Governo responsável pela política do transporte de mercadorias e da logística, assente numa visão global e integrada?

Que sentido faz manter na designação do ministério, que tutela o sector, o histórico título de obras públicas quando, desde 1985, estas estão repartidas pelos vários ministérios e, no caso dos transportes, as obras públicas devem ser, como o são na Saúde, na Educação, na Justiça, no Ambiente, etc, um mero instrumento da respectiva política?

A estação ferroviária do Oriente ilustra bem as consequências de uma política inadequada. Essa catedral arquitectónica satisfez a realização e a vaidade dos políticos, dos gestores e dos especialistas que ficaram com os seus nomes a ela ligados. Contudo, esse objectivo básico, de qualquer boa política de transportes, que é servir bem as pessoas, não foi considerado!

Os Governos não podem continuar a financiar as tarifas sociais, cada ano mais virtuais, dos transportes públicos, nas regiões mais desenvolvidas, ao mesmo tempo que não apoia a exploração dos transportes no resto do País.

É preciso reedificar os alicerces duma política para os transportes à volta de um conjunto de ideias simples e de objectivos claros, tais como:

· Uma visão global e integrada deve sempre presidir a todas as decisões em cada um dos subsistemas de transportes;

· A Administração Pública, Central e Local, deve assumir as funções - planear, coordenar, concessionar e fiscalizar. Deve ainda financiar

as infra estruturas sempre que os proveitos da exploração não permitam comparticipar esse financiamento;

· O princípio do utilizador pagador dos custos de exploração deve ser generalizado. Quando houver tarifas sociais a decisão e a assunção do correspondente encargo devem caber à respectiva Autarquia;

· A gestão e a exploração dos transportes deve ser confiada à iniciativa privada;

· A equidade entre modos impõe a internalização dos custos externos;

· A cadeia integrada do transporte público deve beneficiar de prioridade.

A criação das Autoridades Metropolitanas de Transportes é, no nosso entendimento, uma decisão correcta do actual Governo, promissora da assunção de uma nova política para o sector, que contou com o especial empenhamento de Vossa Excelência Senhor Ministro.

Senhores ConvidadosSenhores Congressistas

O debate que este Congresso vai efectuar, sobre o transporte metropolitano e regional, há-de ajudar a aprofundar e a consolidar a nova política de transportes, de que Portugal precisa.

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154º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Exmº. Senhor Ministro das Cidades OrdenamentodoTerritório e Ambiente

Exmº. Senhor Presidente do Conselho de Administraçãoda Fundação Calouste Gulbenkian

Exmº. Senhor Presidente da Mesa do 4º. Congresso daADFER

Exmº. Senhor Presidente da Direcção da ADFER

Exmºs. Senhores Convidados

Senhoras e Senhores Congressistas

Em nome da Comissão Executiva do 4º. Congresso daADFER quero igualmente agradecer e enaltecer a pre-sença, nesta Sessão de Abertura, de Sua Excelência oSenhor Ministro, que de imediato acolheu o convite doSenhor Presidente da Mesa do Congresso para presidir aesta Sessão.

Para além da simpatia que quis expressar por esta nossainiciativa, a presença de V.Exª. aqui e agora, bem como apresença anunciada do Senhor Primeiro Ministro naSessão de Encerramento são sinais inequívocos do eleva-do interesse e importância conferidos pelas mais elevadasinstâncias políticas nacionais ao tema eleito para esteCongresso que é o da Mobilidade e o do TransporteMetropolitano e Regional.

Facto que muito nos toca e nos anima por indiciar segu-ramente uma valorização e prioridade acrescida, nasopções e nos programas de acção política, a estasquestões que são certamente de inquestionável oportu-nidade para o desenvolvimento e bem estar social daspopulações residentes nas grandes aglomerações metro-politanas e regionais que em Portugal se consolidam edespontam neste novo século em que acabámos deentrar.

Segundo os dados prospectivos conhecidos, no ano de2020 60% da população mundial viverá em grandescidades e, na União Europeia, o número apontado é de80%, mesmo que neste caso o processo de urbanizaçãode elevada concentração esteja sofrendo algum abranda-mento.

No espaço comunitário, a enorme pressão da necessidadede mobilidade das populações urbanas, gerada pelo mo-delo económico e social, particularmente desenvolvido apartir dos anos 50 do século passado, conduziu a uma ver-dadeira explosão da viatura individual que se democrati-zou e popularizou e à consequente execução dos grandesplanos rodoviários nacionais com a construção nas últimasdécadas e a elevado ritmo de estradas, auto estradasviadutos, nós e circulares urbanas.

É assim que segundo o Livro Branco sobre a PolíticaEuropeia de Transportes no horizonte de 2010, o parqueautomóvel de passageiros triplicou em 30 anos estandoactualmente a crescer ao ritmo de 3 Milhões de via-turas/ano, taxa que seguramente aumentará com oalargamento da UE.

DISCURSO DE ABERTURAEng.º Martins de Brito

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Todos os dias na UE são consumidos 10Ha em novasinfraestruturas rodoviárias, sendo o transporte urbanoresponsável por 40% das emissões poluentes totais.

Parte importante destas realidades do nosso modeloeconómico abateu-se duramente sobre as grandescidades e zonas periféricas, comprometendo irremedia-velmente uma qualidade de vida e um bem estar socialque paradoxalmente irá certamente colocar em causa opróprio modelo económico subjacente e o futuro detodos nós e dos vindouros.

Dados divulgados nos últimos dias pelo nosso INE, acercade um estudo sobre os movimentos pendulares no perío-do de 1991 – 2001, revelam que nas Áreas Metropolitanasde Lisboa e do Porto, a cota do transporte individualaumentou cerca de 20 pontos percentuais posicionando--se acima dos 45% relativamente aos outros modos, cain-do ao mesmo tempo o transporte público cerca de 13pontos.

Torna-se assim urgente intervir no sentido de assegurar,em tempo útil, um reequílibrio modal sustentado queproporcione a maior eficiência na mobilidade metropoli-tana como factor determinante para a robustez económi-ca, a qualificação ambiental e as vantagens competitivase comparativas destes territórios no actual contexto deconcorrência internacional e globalizada.

É preciso agir e depressa. A revitalização, a regularizaçãoe o reposicionamento dos sistemas de transporte públicode modo a torná-los mais atractivos e preferenciais relati-vamente ao transporte individual para determinadasdeslocações, não passará exclusivamente pelo investimen-to maciço na modernização e expansão das redes deinfraestruturas e no equipamento de transporte, comoestá sendo demonstrado na região de Lisboa. Este inves-timento será sem dúvida condição prévia e necessária,indispensável mesmo, mas não suficiente.

Torna-se então imperativo ir mais longe. Actuar nos pró-prios processos de ordenamento do território e doplaneamento das infraestruturas de transporte e suaarticulação; na regulação do acesso ao espaço público e àinfraestrutura de circulação e do próprio mercado damobilidade; na organização da cadeia de transporte quese pretende cada vez mais integrada; nos modelos de financiamento do investimento e da exploração; nomarketing e na operação dos serviços, no claro entendi-mento da definição e delimitação do serviço social e nasua justa compensação; na clarificação das competênciase das responsabilidades do Estado e dos operadores dosserviços de transporte; na sustentabilidade económica daactividade da exploração do transporte público, sem aqual se compromete inevitavelmente o respectivo desem-penho a longo termo.

Todas estas importantíssimas questões para o futuro damobilidade e do transporte metropolitano e regional vãoestar em análise e debate nos próximos dias, através dainestimável contribuição dos oradores e dos autores dascomunicações que vão ser apresentadas neste Congressoa quem apresento o meu agradecimento pelo esforçoconcedido, para além das suas já intensas vidas profis-sionais, na realização de conteúdos de tão elevada quali-dade técnica.

Estas comunicações foram agrupadas em três sessõessubordinadas a outras tantas áreas temáticas tituladascom a Responsabilidade de Administração Pública, AInfraestrutura e a Regulação do Seu Acesso e a Oferta e aQualidade do Serviço. Sessões que se realizarão de acor-do com o programa que se encontra nas vossas pastas.

Como complemento desta cerimónia de abertura terálugar uma Sessão Especial para a qual a ComissãoExecutiva convidou três prestigiadas e qualificadas per-sonalidades do sector do transporte público e da vidaeconómica a quem também quero saudar e sublinhar aimediata manifestação da disponibilidade demonstradapara compartilharem connosco a sua experiência e visãoestratégica sobre muitas das questões sobre a mobilidadeque vão determinar no próximo futuro a qualidade devida e o desenvolvimento das nossas Cidades.

Aos Srs. Hans Rat, Secretário-Geral da União Internacionaldo Transporte Público, Jesus Rodrigues Molina DirectorGerente do Consórcio de Transportes da Comunidade deMadrid e ao Sr. Prof. António Nogueira Leite o meu muitoObrigado.

Uma palavra de muito apreço e profundo reconhecimen-to para o Senhor Prof. Ernani Lopes, Presidente da Mesado Congresso, que de imediato aceitou o convite daADFER para esta função e que sempre acompanhou,apoiou e participou nos aspectos fundamentais da orga-nização do Congresso.

Um agradecimento aos Presidentes e Vice-Presidentes dasMesas das quatro sessões do Congresso que aceitaram osconvites que lhes foram endereçados.

Não posso também deixar de enaltecer e agradecer ainestimável colaboração e apoio que recebi por parte dosmembros da Comissão Executiva deste Congresso quedesde a primeira hora me ajudaram a que fosse possívelchegarmos a este dia.

Agradecimento extensivo às empresas organizadoras epatrocinadoras do Congresso, sem as quais também nãoteria sido possível concretizar esta iniciativa.

O nosso muito obrigado ao Conselho de Administraçãoda Fundação Calouste Gulbenkian pessoalmente dirigidoao seu Presidente, Sr. Dr. Rui Vilar, pela cedência das insta-lações e todo o apoio concedido.

Aos Senhores Congressistas também uma palavra dereconhecimento pela Vossa adesão e presença, em queaforte afluência de inscrições é bem demonstrativa dointeresse, da pertinência e da oportunidade deste encon-tro, compensação mais do que suficiente para quem nosúltimos meses procurou teimosamente encontrar temposuplementar para colocar de pé este Projecto.

Estou certo que a vossa intervenção activa e participativa,estimulada pelos contributos das 51 teses que aqui irãoser apresentadas, muito contribuirá para o enriquecimen-to das conclusões deste Congresso.

Muito obrigado pela Vossa atenção.

16 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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174º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Sr. Presidente do Congresso Dr. Ernâni LopesSr. Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Dr. Rui VilarSr. Presidente da ADFER, Eng. Arménio MatiasSr. Presidente da Comissão Executiva do Congresso, Sr. Eng.Martins de BritoSrs. ConvidadosMinhas Senhoras e Meus senhores

Cumpre-me a honra de presidir à abertura do 4º CongressoNacional do Transporte Ferroviário, uma iniciativa daAssociação Portuguesa para o Desenvolvimento do TransporteFerroviário que este ano aborda um importante tema da“Mobilidade e o Transporte Metropolitano e Regional”.

Aceitei com muito gosto o convite endereçado pelo Sr.Presidente da Mesa do Congresso dando-me uma oportu-nidade de voltar a reflectir sobre temas que me preocupam hámais de 20 anos, aos quais sou particularmente sensível e ondetenho procurado intervir de uma forma construtiva para ofuturo.

De resto, neste preciso momento, noutro local da cidade, estáa decorrer um Encontro cuja temática é conexa com a desteCongresso “Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente”,e nesta oportunidade, quero antes de mais expressar ao Prof.Ernâni Lopes, o testemunho da minha admiração, de reconhe-cimento pela reflexão que tem vindo a fazer a propósito dasCidades, ou da Cidade ideal, se quiserem, contributos que sãoincontornáveis para a definição de estratégia para as cidadesde Portugal.

Os temas aqui hoje abordados sendo de grande oportunidadee relevância para a sustentabilidade do desenvolvimento equalidade de vida dos grandes centros urbanos, justificamassim, todo o interesse e atenção do Ministério das Cidades,Ordenamento do Território e Ambiente, uma vez que

assumem uma importância extrema para o modelo do País.Modelo este que se pretende ser baseado nos princípios dodesenvolvimento sustentável, princípios que são particular-mente caros a este Governo e muito em especial ao Ministériode Tutela.

Mas, temas também que têm a ver com a liberdade, liberdadede circulação consagrada na Constituição, com o direito dedeslocação, no seu art.º 44 da lei fundamental. Modernamenteeste direito fundamental apela à existência de vias de comuni-cação e meios de transporte capazes de dar exequabilidade aodesidrato constitucional da liberdade plena, circulação no ter-ritório Nacional.

O 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário ao eleger otema da Mobilidade e em especial o transporte metropolitano,revelou-se assim, de grande actualidade. Os transportes públi-cos de passageiros perderam passageiros, como aqui já foireferido, no período entre 91 a 2001, tomando como referên-cia a área metropolitana de Lisboa, passando de 50%, onúmero de deslocações da população, para cerca de 30%, emfavor do transporte individual, que se tornou preferencial ilu-minante ao aumentar na mesma década, de 26 para 45%,segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

No ano de 2001 os percursos casa/trabalho e casa/escola uti-lizaram em 44% dos casos, a viatura própria e apenas 22% utilizaram o autocarro. Esta alteração está ao invés do esforçorealizado por responsáveis do transporte no País, tornando-searrogante reflectir sobre as suas razões. Todos reconhecemque o fenómeno da concentração de pessoas em grandes emédias metrópoles urbanas, decorrente do modelo de desen-volvimento seguido, trouxe novos e difíceis problemas pararesolver, nas mais variadas vertentes.

O problema complexo da mobilidade no acesso e circulaçãonas áreas urbanas é um deles, exigindo o planeamento e orga-

DISCURSO DO DR. ISALTINO DE MORAISMinistro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente

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nização das cidades e áreas metropolitanas no quadro maisamplo do planeamento e gestão do território. Hoje em dia aspessoas utilizam o comboio, o autocarro ou o metropolitano,nas cidades onde ele existe, exigindo a interligação entre osdiferentes meios de transporte, o sistema multimodal tornou--se assim numa necessidade por força da concentração dofluxo de passageiros e de mercadorias.

Daí qualquer política de transportes tenha de se centrar emsoluções integradas que assegurem um serviço de qualidade àspessoas e às mercadorias, o que exige planeamento e envol-vendo todos os modos de transporte, daí a necessidade domunicípio de Lisboa, nomeadamente, em alargar a resoluçãodo seu transporte, envolvendo outros municípios, razãoporque o Governo se tem empenhado em pôr a funcionar aAutoridade Metropolitana de Transportes, devendo esta enti-dade concentrar a sua acção essencialmente ao nível doplaneamento, coordenação e financiamento, infra-estruturase gestão de sistemas de transporte, promovendo soluçõesintegradas de transporte.

Como imperativo é requalificar o ordenamento do espaçometropolitano e proceder à reorganização das múltiplasfunções sócio económicas geradas nesse território tendo emconta a profunda interdependência entre Transporte/ter-ritório/política de Habitação/ dinâmica empresarial.

É fundamental por isso desenvolver uma cultura dos trans-portes, concebida à medida dos interesses dos cidadãos e dasempresas que suporta a política a realizações do sector.

Essa nova cultura dos transportes deverá alicerçar-se na visãoperspectiva das necessidades do mercado e conceber umasolução integrada que assegure complementaridade e inter-modalidade.

Sabemos que as deficiências e assimetrias eminentes à maioriados sistemas de transportes metropolitanos nas grandes áreasurbanas se deve à crescente, como aqui já foi dito, democrati-zação do transporte privado, ao crescimento exponencial doíndice de motorização das famílias e sobretudo à inadequadavisão de gestão dos sistemas de transporte.

Diria ainda, devido a uma grande incapacidade de previsão eplaneamento nas últimas três décadas, não terá constituídoinfelizmente, uma prioridade política nos sucessivos governos,tornam-se assim, cada vez mais premente a elaboração de umPlano Nacional de Transportes e planos regionais de trans-portes sendo particularmente urgentes nas áreas metropoli-tanas e no litoral sob pena de se agravar esse exponencial e oabandono do transporte público.

Refiro um plano Nacional de Transportes e Planos Regionais detransportes , sendo certo que, imagino já a concretização denovas identidades autárquicas, municipais, intermunicipais esupra municipais no âmbito dos novos modelos de organiza-ção territorial, as áreas metropolitanas e as comunidades inter-municipais que, indiscutivelmente constituirão unidades terri-toriais no âmbito das quais se acturão os planos de transportespara esses territórios.

Os transportes são instrumentos no quadro de uma políticapara os transportes que devem servir as pessoas e as empresas,o que exige visão global ao nível da macrologística do planea-mento do território.

Os terminais de passageiros ou de mercadorias e os nós ouplataformas logísticas estão associados às soluções do trans-porte integrado e visando assegurar a competitividade do sistema e proporcionar condições de qualidade de vida àspopulações e qualidade de serviço às empresas. Isto leva à

necessidade do quadro de uma política de transportes a aferirum modelo estratégico para o transporte.

Concordo por isso, com os tópicos que aqui foram enunciadospelo Eng.º Arménio Matias, relativamente ao princípio do uti-lizador/pagador, naturalmente, com adequação das tarifassociais, o desenvolvimento da iniciativa privada na gestão eexploração dos transportes, a interligação dos custos de cadaum dos diferentes modos o cometimento à administraçãopública do financiamento das infra-estruturas, de planeamento,coordenação, concessão e fiscalização do sistema e natural-mente de prioridade do transporte público face ao transporteindividual.

Nas grandes áreas metropolitanas a utilização do comboio edo metropolitano são sistemas essenciais na resolução dosproblemas de mobilidade, verificando-se nas sociedades orga-nizadas crescentes índices de tráfego.

Em Portugal e em especial na área metropolitana de Lisboa eno Porto Também, verifica-se um decréscimo de utilização, o que evidencia existir grandes problemas que é urgenteresolver.

Definitivamente tem de se encontrar as melhores soluções

Não obstante, esta realidade e os constrangimentos actuais,relação entre as políticas de transportes e mobilidade e a pro-tecção ambiental está no centro das modernas políticas dodesenvolvimento sustentável.

Não é por acaso que o Governo deu clara prioridade à questãodos transportes no quadro da estratégia nacional de desen-volvimento sustentável no programa das alterações climáticas.

Se há área onde é bem visível a transversabilidade do am-biente nas políticas sectoriais, essa área é obviamente a dostransportes. De facto emitindo cerca de um terço das emissõesde gases com efeitos de estufa e apresentando as taxas maiselevadas da economia nacional, ou seja, mais 120% até 2010,o sector dos transportes tem que ser um dos pilares na políticanacional para cumprir os objectivos do protocolo de Kioto apar dos sectores industrial, residencial e dos serviços.

Desta forma uma política de transportes sustentável tem deser equacionada no contexto de três vectores centrais:

– Integração por políticas, planeamento e ordenamento doterritório;

– Internalização dos custos especiais económicos;– Transferência de passageiros para os módulos de transporte

mais eficientes, ou seja, fomentando o uso do transportepúblico.

Passo a explicar um pouco mais em detalhe cada um destesvectores. Do ponto de vista da integração das políticas detransporte e as políticas de planeamento e ordenamento doterritório, assumem particular relevância as estruturas daAutoridade Metropolitana de Transportes, a conjugação depolíticas e ordenamento do território não indutoras da neces-sidade de uma unidade a par da gestão integrada e racionaldas diferentes alternativas modais, constituem dois pontos departida para que não continuemos a assistir à degradação dasáreas urbanas e suburbanas. Neste contexto as autarquias têmum papel fundamental a desenvolver, através de instrumentostão significativos como os Planos Directores Municipais emrevisão, e das políticas de mobilidade que preconizam e incen-tivam.

O segundo vector fundamental para uma política de trans-portes sustentável, prende-se com a necessidade de rever atributação automóvel e energética, de forma a incentivar, por

18 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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um lado, veículos menos poluentes e mais seguros e por outrolado, fomentar o uso de transportes públicos de passageiros emercadorias.

O programa nacional das alterações climáticas 2002 inclui nalinha de propostas comunitárias, elementos de reforma fiscalque vão no sentido de se operar uma transferência de base detributação da aquisição da tecnologia para a sua utilização, ouseja, para a sua circulação. Pretende-se assim num contexto deneutralidade fiscal aplicar o princípio do poluidor / pagadoraliviando a carga fiscal dos veículos menos poluentes e aumen-tá-la para os mais poluentes. A par de políticas de incentivopara abate de veículos usados.

Por último, mas não menos importante, o fomento de utiliza-ção do transporte público. Neste âmbito, o Estado não devepensar a mobilidade nas cidades exclusivamente à custa da uti-lização do transporte individual. Aqui a aposta tem de serdefinitivamente em investimento em frotas de transportepúblico de mercadorias e passageiros de qualidade, nomeada-mente, o caracter prioritário da ferrovia.

Este terceiro vector interage com os dois restantes, visto quenão poderá deixar de ser visto na óptica do ordenamento doterritório e da fiscalidade que incentiva a transferência modal.

Mais uma vez, quer a estratégia nacional de desenvolvimentosustentável, quer o programa nacional das alterações climáticas2002, apostam nesta fundamental mudança de comportamen-tos uma alteração profunda de comportamentos individuais.Tarefa que não é fácil porque o automóvel é ainda um símbolode afirmação e promoção individual na sociedade portuguesa.

Este símbolo tende porém, a elevar o interesse individualacima do interesse colectivo, e este apela hoje a um desen-volvimento capaz de satisfazer as necessidades das gerações

actuais sem comprometer igual direito das gerações vindourasobterem pelo menos igual nível de satisfação, ou seja, o inter-esse no desenvolvimento sustentável só se cumprirá se criar-mos as condições necessárias à redução drástica dos níveis depoluição nas nossas cidades.

O Estado não pode pois, dar sinais contraditórios que colo-quem em dúvida a firmeza deste propósito, afirmado nos maisdiversos foros internacionais muito em especial a recentecimeira de Joanesburgo, após a aprovação da estratégianacional para o desenvolvimento sustentável no quadro dasopções políticas sobre a matéria, tomadas no seio da UniãoEuropeia, como refere a estratégia nacional sustentável nosector dos transportes após décadas de crescimento insusten-tável, requer uma intervenção estratégica urgente.

Julgo haver um largo consenso em Portugal sobre esta neces-sidade, face às iniciativas em curso em várias frentes no sectordos transportes. Criação das autoridades metropolitanas detransportes, metros ligeiros, plataformas logísticas entre ou-tras, importa uma abordagem integrada que garanta umarepartição equitativa dos seus custos ambientais, sociais eeconómicos, porque todos dependemos das diferentes formasde mobilidade. Este desafio nacional deve ser assumido deforma colectiva e decisiva.

Concluo com uma mensagem de reconhecimento por esta ini-ciativa que estou certo que as conclusões dos diferentesmomentos deste 4º Congresso Nacional do TransporteFerroviário constituirá um conjunto de reflexões muito útilpara o aperfeiçoamento de políticas que visão o desenvolvi-mento sustentável para o reforço da liberdade de circulação epara a melhoria dos transportes em geral.

Muito Obrigado

194º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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214º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

SESSÃO DE ENCERRAMENTOConclusões e Recomendações

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22 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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234º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Conclusões e recomendações do 4º Congresso Nacional doTransporte Ferroviário

Durante dois dias e meio e nestas agradáveis instalações daFundação Calouste Gulbenkian, gentilmente cedidas pela suaAdministração, foi possível ouvirmos e debatermos as múlti-plas e variadas contribuições e perspectivas de eminentes ereputados especialistas de política, planeamento e da explo-ração de transportes urbanos, metropolitanos e regionais,bem como de técnicos dos sectores industriais ligados àsinfra-estruturas, ao material de transporte ferroviário e a sis-temas avançados de tecnologia do transporte em sítiopróprio.

Foram 51 intervenções agrupadas em quatro áreas temáticasque estruturaram este congresso: Novas Políticas e NovasOrganizações do Transporte Metropolitano e Regional; AResponsabilidade da Administração Pública; As Infra-estru-turas e a Regulação da Circulação; A Organização e a Ofertado Serviço. É um imenso capital de capacidade estratégica,de conhecimento, de experiência e de elevado profissionalis-mo investido na Mobilidade e no Transporte Metropolitanoe Regional e colocado ao serviço das mais altas instâncias dedecisão política, dos responsáveis pelo planeamento central,municipal e supramunicipal, das entidades empresariasenvolvidas e de todos os técnicos e profissionais do sector.

E deste capital aplicado por via deste Congresso terá de resul-tar seguramente um elevado retorno consubstanciado nasdecisões, medidas e acções urgentes que irão surgir, estamosconvictos, no próximo futuro em matéria de promoção,desenvolvimento e requalificação da mobilidade e dos sis-temas de transportes públicos nas Áreas Metropolitanas eUrbanas de média dimensão em Portugal, completando ereforçando as que já vêm sendo tomadas nesta matéria.

Assim, aquelas decisões e medidas não podem deixar de terem devida conta as principais conclusões deste Congressoque, em nome da Comissão Executiva, passo a apresentar:

As grandes aglomerações urbanas cresceram de forma con-tinuada nas últimas décadas, fruto do modelo de desenvolvi-mento económico da nossa sociedade, originando complexosproblemas de ordenamento e de interacção social para aspopulações que vivem e trabalham em espaços de elevadaconcentração demográfica e ainda riscos acrescidos para odesenvolvimento económico sustentado e para o bem estarsocial das grandes metrópoles.

No caso de Portugal as estruturas metropolitanas e outrasaglomerações urbanas têm-se desenvolvido com reduzidaconsistência e insuficiente ordenamento e coerência depolíticas de utilização dos solos, levando a uma ocupaçãodifusa e pouco estruturada dos territórios periurbanos, como alastramento em mancha de óleo e quase inexistente arti-culação e harmonização das principais funcionalidades sociais associadas.

Os resultados estão à vista através de uma continuada alte-ração dos padrões de mobilidade, cada vez mais sustentados,por força das opções entretanto tomadas, na infra-estruturarodoviária e no transporte individual, implicando umaincidência negativa nas redes de transporte público e na con-sequente perda de utilizadores.

Parece caminhar-se, assim, rapidamente para o colapso, ouseja, para o congestionamento total das acessibilidades, obloqueio dos fluxos de deslocação, a degradação irreversíveldo ambiente e a consequente perda das capacidades e dasvantagens económicas das nossas regiões metropolitanas,factor particularmente critico para a competitividade entreos países, no século da globalização.

DISCURSO DE ENCERRAMENTOEng.º Martins de Brito

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A estrutura das deslocações urbanas e periurbanas que secomplexificou significativamente nos últimos anos nãoobteve resposta adequada do lado do transporte publicocolectivo dada a fragilidade da sua hierarquia e organização,obrigando a um recurso excessivo de modos de transporte,com distancias aumentadas e com as redes dos vários modospouco preparadas para satisfazer o sistema intermodal, obri-gando a penalizantes rupturas com tempos de trajectoagravados.

É neste quadro, que a viatura particular vem exercendo umelevado poder de atracção, proporcionando mais conforto,deslocações directas, por vezes em menor tempo de trajectoe disponibilidade total.

Assim sendo e em Portugal, o problema da mobilidade nasaglomerações urbanas de elevada e média dimensão, sendoum imperativo de sustentabilidade para a sociedade deamanhã exige a tomada de um conjunto de medidas denatureza politico-estratégica, táctica e operacional emmatéria de organização, planeamento, financiamento eexploração dos sistemas de transporte público que se devemrever nas seguintes recomendações:

• Aplicar a política comunitária relativa aos serviços de inte-resse geral ao transporte público, proporcionando umamaior transparência e precisão sobre a avaliação das neces-sidades e expectativa dos utilizadores e do mercado emgeral, com particular ênfase no acesso não discriminado, nonível de qualidade requerido e no preço socialmente justodo serviço prestado; avaliação que também deverá serestendida às necessidades colectivas como sejam a pro-tecção ambiental, o apoio aos cidadãos de mobilidadereduzida ou de baixo rendimento e o direito às acessibili-dades em zonas de reduzida densidade populacional;

• Aplicar decididamente a política comum de transportes daUE, particularmente na admissibilidade do apoio do Estadopara o reembolso de prestações inerentes de serviço públi-co e fixação de preços e outras condições de transporte deacordo com a real situação económica dos operadores; mascondicionando sempre a subsidiação à máxima eficiência,de modo a minimizar o esforço financeiro do Estado;

• Actuar na política tarifária, do lado da procura, na con-vicção, sustentada pela análise do mercado, de que o baixopreço já não é o factor fundamental da percepção de valordo serviço prestado factor esse que se está deslocando paraoutros atributos tais como a frequência o tempo de trajec-to, a continuidade, a disponibilidade, o conforto e a segu-rança;

• Fomentar e acelerar a criação de condições institucionaispara se alcançar uma clara separação de competências e deresponsabilidades em matéria de planeamento, regulação,fiscalização, contratualização, financiamento e exploraçãode serviços de transporte metropolitano e regional;

• Reconhecer e actuar em conformidade com o facto daeconomia do transporte Público depender de forma muitoestreita do ordenamento do território e do modo como aspolíticas de ocupação do solo se articulam com as redes deinfra-estruturas de transportes;

• Adoptar políticas de sustentação económica-financeira parao sector através de mecanismos de financiamento que te-nham em conta a eficiência global, por via da internalizaçãoforçada dos custos externos do transporte individual, noscasos de manifestas deseconomias como é patente nos con-gestionamentos do acesso aos centros urbanos; a face

operacional desta medida poderá ser a adopção daportagem urbana nas suas diversas modalidades que acabade ser adoptada na cidade de Londres com os primeirosresultados muito animadores;

• Reequacionar a política tarifária de transporte públicoonde a par do reforço da integração intermodal se consagreo principio da subsidiação selectiva e não indiscriminada,segundo a qual só se concede o direito social da mobilidadea quem dispuser de reduzido rendimento disponível para otransporte;

• Desenvolver de forma progressiva mas continuada, de acor-do com a orientação política da Comissão Europeia, asacções necessárias para uma efectiva abertura do mercadoao sector privado e à chamada "concorrência controlada",com direitos exclusivos e de duração limitada, na convicçãode que neste regime a relação custo-eficácia e a atractivi-dade do serviço público aumentam, satisfazendo melhor ointeresse geral;

• Acelerar as necessárias modificações no direito, no regimejurídico e na prática portuguesa, que se encontram já emmuitos casos completamente desajustadas do contextoeuropeu, na constatação de que o sector do transportepúblico metropolitano em Portugal se está a atrasar bas-tante nesta matéria;

• Aprofundar o modelo regulatório do sector, particular-mente o seu modo ferroviário, que está muito aquém dodesejável; os seus instrumentos orgânicos devem verreforçadas a independência e a capacidade de intervençãono mercado, para melhor atender os interesses dos uti-lizadores, do serviço público e, ao mesmo tempo, gerarcapacidades de criação e de defesa da concorrência, ajus-tadas à abertura graduada do mercado;

• Iniciar de imediato a preparação das condições de contra-tualização das relações entre entidades públicas e opera-dores como condição necessária para a definição clara etransparente das obrigações de serviço público seja qual fora variante do modelo contratual que vier a ser adoptadoem Portugal; o adiamento sistemático da adopção dosprocessos de contratualização com os operadores públicosimpede a definição de objectivos e de compromissos de efi-ciência e agrava os défices de gestão das empresas;

• Aprofundar continuadamente a ciência da economia dostransportes, tendo como objectivo a sua divulgação juntodos diverso "actores", face á necessidade de incorporar nosector as novas orientações e desafios que UE está a pro-mover;

• Promover uma política consequente de integração modalglobal que se torna indispensável para um reposicionamen-to do TP no mercado, que assegure um conveniente reequi-libro sustentado com o Tl, a requalificação da cadeia detransporte das deslocações oferecendo maior cobertura ter-ritorial, menos mudanças de modo, maior conforto emenores tempos de correspondência, maior disponibilidadeaplicando o conceito de just-in-time, maior e melhor acessoaos serviços através dos novos canais de distribuição;

• Desenvolver novos conceitos de interoperabilidade e deequipamentos ferroviários de modo a alargar as capaci-dades intermodais dos sistemas e contribuir para a estrutu-ração da ocupação dos solos urbanos. Um dos novos con-ceitos mais interessantes com projectos já em operação emvários países da Europa e o designado Tram-Train com inter-essantes potencialidades de sucesso em determinadas áreas

24 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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254º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

urbanas do país como sejam os casos de Olhão/Faro,Portimão/Lagos, Aveiro/Oliveira de Azeméis/Ovar/Espinho eCoimbra-Lousã;

• Densificar e fechar a malha de transporte público em sitiopróprio, através de sistemas periurbanos complementaresde tecnologia avançada e de média capacidade, como ometro ligeiro de superfície, que funcionam como alimenta-dores da rede de configuração radial do modo ferroviáriode elevada capacidade e, ao mesmo tempo, como factoresde mobilidade entre centros urbanos de proximidade,favorecendo a coesão social de curta distancia e a conecti-vidade das redes de TP na região.

Os estudos preliminares já efectuados sobre a oportunidadee viabilidade técnica da adopção de um sistema comple-mentar de transporte ligeiro em sitio próprio no corredorCarcavelos/Oeiras/Abóboda/R. Mouro, recomendam o apro-fundamento do projecto e do seu modelo de concretização,considerando os interessantes indicadores de procura emcausa.

Também a requalificação e modernização do eixo ferro-viário Torres Vedras/Malveira/Linha de Sintra poderá ter, seintervencionado em tempo útil, um positivo efeito estru-turante na vertente Oeste da AMLisboa, evitando nestecorredor erros de inconsistência e de desarmonização terri-torial que se verificam noutras áreas da região.

• Completar a hierarquia da rede de TP com sistemas decapacidade intermédia de configuração tangencial fechan-do os sistemas pesados e semi - pesados em sitio próprio;para isso torna-se necessário integrar a linha de Cascais narede ferroviária da margem Norte, através da sua ligação àlinha de Cintura;

• Revitalizar o modo eléctrico através dos projectos de circu-lares já anunciados com os novos traçados nomeadamenteo de Algés/Falagueira/Odivelas/Loures, sendo no entantoindispensável estudar cuidadosamente os seus espaços-canais de modo a impedir a sobreposição das áreas naturaisde influência modal e de efeito concorrencial que, a não se verificar, compromete a eficiência dos investimentosrequeridos e a sustentabilidade económica futura dosrespectivos operadores, sem benefícios objectivos para omercado;

• Aproveitar bem o enorme potencial de desenvolvimento denovos mercados, novos negócios, novas mentalidades enovos protagonistas no sector dos transportes públicosmetropolitanos que está emergindo na UE; os MetrosLigeiros e sistemas afins, pela abordagem inovadora que pro-porcionam, possuem excelentes condições para aproveitarem pleno esse potencial, que em Portugal já está sendo con-cretizado através da modernidade contida nos projectos doMetro do Porto e do SATU no Concelho de Oeiras.

• Reformular, dinamizar, actualizar e integrar as políticas demarketing do transporte público procurando uma maioreficácia na comunicação com o mercado e um maiordomínio no conhecimento das necessidades e percepçõesdo cliente e dos desejos e aspirações da sociedade em geral;uma estratégia de marketing ajustada e moderna para otransporte público passa por um tratamento especial ecuidado dos aspectos emocionais e dos atributos e valoresque, hoje em dia, mais marcam o estilo e a qualidade devida dos cidadãos;

• Reconhecer como factor determinante para a qualidade eatractividade do transporte público a condição de disponi-

bilizar um conjunto de facilidades e de serviços comple-mentares que vai para além do simples transporte entreorigem e destino e inclui níveis de segurança pessoal eleva-dos, informação visual e sonora variada on-line, canais dedistribuição diversificados e transações rápidas e seguras;esta circunstancia recomenda a oportunidade da criação deprogramas de incentivos aos operadores que estimulem aadopção e instalação de sistemas integrados de bilhética,de comunicação e de informação de apoio à operação eexploração dos serviços, através do recurso às novas tecno-logias, à telemática, à gestão centralizada da rede e deserviços de telecomunicações, actualmente possíveis atravésdas capacidades da sociedade da informação;

• Continuar a desenvolver sistemas de gestão que con-tribuam para a implementação sustentada de políticas dequalidade das infra-estruturas e da prestação de serviço dosoperadores de transporte público, indo ao encontro dasexpectativas dos clientes, em termos de conforto, disponi-bilidade e acessibilidade;

• Promover políticas que garantam a continuidade do desen-volvimento da modernização e expansão do transportepúblico nas áreas metropolitanas, quebrando os ciclosviciosos de congestionamento das vias de comunicaçãorodoviária que acarretam os inerentes prejuízos para toda acomunidade;

• Intensificar a investigação e os estudos de engenharia quefundamentem as opções políticas de novos investimentos etambém as que permitem incrementar a diversificação einteroperacionalidade dos diversos tipos de veículos fer-roviários, não esquecendo a qualidade das infra-estruturase a sua adaptação ás melhores condições de mobilidadeactualmente exigidas pelas populações;

• Continuar a fomentar e a incentivar condições que permi-tam obter uma gestão eficaz, em tempo real, dos activos,recorrendo a sistemas de apoio á decisão que monitorizemfísica e financeiramente as diferentes acções ligadas àmanutenção das infra-estruturas e do material circulante.

Esta síntese de conclusões e de recomendações resultante daparticipação de mais de 700 congressistas, oradores e convi-dados que aqui conviveram nestes últimos dias, não deixaráde merecer uma adequada reflexão de todos quantos, nopróximo futuro e aos mais diversos níveis de responsabili-dade na esfera política e na administração pública e empre-sarial, serão chamados a tomar decisões sobre o transportemetropolitano, decisões que irão marcar de forma indiscutí-vel a qualidade de vida e o bem estar social nas regiões demédia e alta densidade urbana do nosso país.

Muito obrigado

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26 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Senhor Presidente do Congresso,

Senhor Presidente da Comissão Executiva do Congresso,

Senhor Presidente da ADFER,

Senhor Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian,

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Senhores Congressistas.

Eu quero, naturalmente, começar por agradecer o conviteque me fizeram para estar hoje aqui nesta sessão de encer-ramento e para as vossas Conclusões e Recomendações emprimeira mão.

Eu tenho a impressão que este voto que o Prof. ErnâniLopes fez, está muito facilitado porque o Sr. Engº Martinsde Brito, e naturalmente o grupo que o acessorou, tiveramo cuidado de fazer conclusões muito práticas e de fazerconclusões muito concretas que nos vão naturalmenteorientar. E eu, revendo-me muito na linha geral do que foisugerido, naturalmente, que vou aplicar-me naquilo quefoi, naturalmente, o trabalho de três dias de grande inten-sidade e rigor.

Mas não poderia ter sido mais oportuna a escolha que fize-ram do tema geral de enquadramento das discussões “AMobilidade e o Transporte Metropolitano e Regional”.

Apresentei e discuti no Parlamento, em nome do Governo,há poucos meses, uma proposta de autorização legislativarespeitante à criação das autoridades metropolitanas deTransporte para Lisboa e para o Porto, estando prestes aser apreciada em Conselho de Ministros a correspondenteproposta de Decreto-Lei. Visa-se com a sua criação pro-

mover a articulação entre os diversos modos de transporte,tendo o utilizador no centro das atenções, a começar poruma bilhética que permita viajar em todos eles até à cons-trução de toda a sorte de charneiras entre os diferentesmodos, de maneira a que os chamados “Arcos fictícios” dearticulação entre eles imponham o mínimo de atrito e dedesconforto. Todas as acções que visam a lubrificação dosmovimentos, serão da competência e atribuição daquelasautoridades.

Pondo o utente no fulcro das preocupações e das acçõestem-se como objectivo fazer atrair para o TransportePúblico o número máximo de viajantes possível de forma a que por um lado seja mais fácil viabilizar económica efinanceiramente as empresas de transporte colectivo e quepor outro não se torne quase compulsivo o recurso aoautomóvel privado com as consequências do congestiona-mento linear que fazem dele um transporte caríssimo emuito pouco interessante, em termos de tempo de viageme seguramente, numa perspectiva social, em termos am-bientais.

Todos sabemos que há muitas causas para o recursoexagerado ao automóvel privado para a realização de via-gens pendulares diárias, elas compreendem a verdadeiraexplosão verificada ao longo das duas últimas décadas da taxa de motorização, o valor simbólico da liberdade de movimentos que a posse e uso de um automóvel per-mitem.

Com a ausência de medidas disciplinadoras do estaciona-mento nos núcleos centrais das cidades, e especialmente,como já foi sublinhado nas conclusões, a conjugação deuma urbanização periférica especulativa e caótica comuma degradação das construções localizadas naqueles

DISCURSO DO SR. PROF. VALENTE DE OLIVEIRAMinistro das Obras Públicas, Transportes e Habitação

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274º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

núcleos, determinar aquela extensão por um regime decongelamento de rendas (instrumento rígido de gestão deoferta) que devia ter sido mantido somente não longo decurtos lapsos de tempo, os suficientes para a restabelecerequilibradamente na sequência de ocorrências temporaismuito severas, como os terramotos ou as guerras, quesubitamente a tenham reduzido, a essa oferta, favore-cendo desse modo a especulação desenfreada. O pro-longamento, no tempo, desse tipo de condicionamentos,se induz deformações que são financeiramente e politica-mente difíceis de corrigir, a raiz de todos os assuntos emmatéria de fraca utilização dos transportes colectivos tem aver com as formas de utilização do solo, foi dito nas vossasconclusões, quando estes são dispersos naqueles núcleosespalhados na periferia embora, e mal servidos por trans-portes, que ou não são confortáveis ou são morosos ou nãoestão acessíveis, o resultado é o recurso ao automóvel pri-vado, porque ele está disponível e porque não há grandescondicionamentos ao seu estacionamento no destino.

Deixou-se urbanizar excessivamente na periferia não sepensando nos transportes que haveriam de servir os novosconjuntos construídos. A consequência é a geração degrandes fluxos que colmatam progressivamente as viasexistentes que não cessam de ser objecto de pedidos dealargamento uns a seguir aos outros com a capacidaderapidamente a ser engolida e reclamando custos incom-portáveis pelos orçamentos das diversas instâncias respon-sáveis.

Muitos locais de origem das viagens são servidos por linhasde caminho de ferro que foram modernizadas, essas linhas,quer nas estações, quer no material circulante. O irónico dasituação é que se deixou rodear as antigas estruturas dospequenos centros quase rurais que são origem dessas viagens,por urbanizações imensas e muito densas que afogaram asestações e tornam complicada a prática, por exemplo, dosistema de “park and ride”, mesmo quando há parques deestacionamento, eles se revelam irritantemente inaces-síveis, uma prática, que evitaria a ida para o centro dametrópole de muitos automóveis que seguem viagem, namaior parte dos casos, somente com o condutor.

Quando as estações são acessíveis e dispõem de parques deestacionamento e se conjuga num só título o pagamentodo estacionamento e a viagem de comboio, conseguem-seresultados muito interessantes, tal é o caso da linha daFertagus, para a margem sul do Tejo, que mesmo incom-pleta e ainda não articulada com o Metro de Superfície, emconstrução e paralelo ao rio, consegue já evitar a vindapara Lisboa, de cerca de 19.000 veículos diários. É pouco,mas é suficiente para mostrar o acerto de um caminho pos-sível que, obviamente se tem de conjugar com outrassoluções, todas elas valorizando o recurso ao TransporteColectivo.

Quero felicitar os organizadores do Congresso, pela esco-lha dos 4 temas que o estruturam:

O primeiro dá ênfase às novas políticas e às novas organi-zações no Transporte Metropolitano e Regional.

Quero deixar aqui registado, o empenhamento doGoverno no reforço do papel dos diversos modos de trans-porte colectivo público e privado e da sua utilização earticulação conjunta através de mecanismos definidos noquadro das duas novas áreas, das duas novas autoridades aque já me referi.

Estamos a trabalhar em simultâneo no desenho de fórmu-las mais aligeiradas dessas autoridades para aglomeraçõesurbanas grandes são os atributos que habitualmente carac-terizam as áreas metropolitanas mas que exibem altosníveis de congestionamento reduzindo a acessibilidade aoslocais de trabalho e aos serviços situados nos núcleos cen-trais da cidade que representa o seu ponto fulcral.

O sucesso depende de muitos factores que vão até à con-jugação dos transportes, com a ocupação do solo e as for-mas que este assume, como já disse, verdadeira causadestes problemas que temos de resolver. Todavia, emsimultâneo, como não agravamento das condições de raiz,a maior parte do nosso esforço tem de ser dirigida, para oremédio dos defeitos, a que a acumulação de decisõeserradas naquele domínio conduziu.

O ideal teria sido pensar ao mesmo tempo nas condiçõesde ocupação do solo e nos transportes, mas pelo facto dehaver agentes de decisão distintos dificilmente coor-denáveis e muitas forças impulsoras com interesses parti-culares poderosos, chegámos à situação actual de grandeindisciplina na ocupação do território e por isso temos deseguir pela via do remédio dos efeitos através de uma coor-denação eficaz dos instrumentos a que temos acesso e quecompreendem o recurso aos diversos modos de transportepúblico nos campos de vocação próprios de cada um e amobilização de fórmulas como foram sugeridas à bocado:reservas próprias e toda a parafernália, que o Senhor EngºMartins de Brito referiu, até naturalmente à modernabilhética com integração tarifária e a remoção de barreirasintermodais.

Dentro das novas políticas, compreende-se naturalmente, atarifária, ela deve traduzir a opção do reforço no papel dostransportes públicos e de definição dos recursos reais,incluindo os ambientais, para o transporte privado.

É evidente que o estacionamento deve ter um preço con-sonante com a utilidade que os utentes tiram da ocupaçãode um pedaço de espaço público durante certo tempo.

Parece-me muito interessante que tenham convidado oDirector Geral do Consórcio Regional dos Transportes daComunidade de Madrid para dar o seu depoimento, sabe--se que ele conseguiu especialmente, por via da coorde-nação intermodal, fazer afluir muitos novos passageirospara uma rede pública, é uma experiência que está aonosso alcance.

Entretanto quero afirmar o compromisso de tudo fazerpara tornar mais atraente o transporte público contribuindopara que se perca menos tempo nas deslocações, nas pen-dulares diárias, e se tornem as nossas duas principaismetrópoles e as cidades de uma forma geral mais atraentese mais competitivas em termos de localização das activi-dades e do reforço da sua base económica, porque é poraqui que irá passar muita da capacidade de sucesso emmatéria de nível de vida das nossas populações, para nãofalarmos da sua qualidade de vida que manifestamentenão se coaduna com a permanência diária durante horasdentro do habitáculo do automóvel.

Por tudo o que estudaram, debateram e propuseram querodeixar a todos a expressão do meu reconhecimento,

Muito Obrigado

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28 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

JANTAR ASSOCIADO AO CONGRESSO

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294º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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30 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

EXPOSIÇÃO ASSOCIADA AO CONGRESSO

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APRESENTAÇÃO DAS TESESNÃO EDITADAS NO VOLUME 1

Sessão A

A

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34 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

New policies and new organisations in metropolitanand regional transport

Hans Rat

1 MARETOPE Project, www.tis.pt/proj/maretope/maretope.html.

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354º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

I have been asked to address the topic of new policies andnew organisations in metropolitan and regional transportspeak. I will present you now the

Composition and Responsibilities ofthe OA in Europe

The context: how is public transport organised?

Before describing the different types of organising authori-ties, it is first necessary to define the different models oforganisation of public transport. The types of organisationreflect the national singularity, which results from the histor-ical context, the regulatory framework and the cultural cus-toms. Despite all the national differences, theoretical modelshave showed that public transport, like most industries, canbe divided into three levels:

- a strategic level, which deals with the definition of theoverall objectives of the transport policy

- a tactical level, which is in charge of the definition of thesupply of pt services (quantity and quality) in line withthe objectives of the strategic level

- an operational level, the most visible one since it is incharge of operations and therefore of operating costs

According to the countries and the types of the cities, towns,the different layers can be split differently between the oper-ators and the authorities. If the mission of public transport is to ensure the accessibilityto the greatest number of citizens at a low price, it is logicalto associate the strategic and the tactical level to the respon-sibilities of the organising authorities, and to delegate theoperational level to the operators.The differences in the role and empowerment of the author-ities and operators have a direct impact in the managementof the systems and in the existence of contracts. Furthermorethe type of market regimes has implications in the composi-tion and the responsibilities of the organising authorities andtheir relationships with the operators.

Indeed a fundamental classification of the different types ofmarkets can be drawn from the right of initiative to createpublic transport services, as extensively presented in theMARETOPE project1 of the European Commission. The maindistinction is between the organisational form where theright to initiate the creation is reserved to the authority,which can delegate it, and those organisational forms wherethis right is left to the market. In authority initiative regime, two types of managementexist: direct management by the administration of theauthority and delegated management, where the authorityselects a company to set-up and operate public transportservices. Concession is a specific form of delegated manage-ment where the company is usually the owner of the instal-lations and rolling stock.

In market initiative regimes, companies on the market arethe initiators of transport services with the assumption thatcommercially viable services appear out of autonomous mar-ket processes. The different categories of regimes vary fromfully competitive open entry regime to strict authorisationregimes, where the operators are granted a more or less per-manent and extensive levels of exclusivity.

Who is responsible for organisingpublic transport services in largeEuropean cities or conurbations?

The current situation is very diverse, with 3 main systems: (I

refer here to the study2 carried out on organising authori-ties)

- metropolitan areas where the responsibility for organis-ing pt is a competence of ordinary local authorities. Thesituation can be found in the case of metropolitan areaswhose transport networks are not integrated and in thecase of metropolitan areas under the responsibility ofone single metropolitan or regional authority (Brussels-Region of Brussels Capital, Rome/Municipality, Helsinki,Copenhagen, Stockholm)

- metropolitan areas where operators have the responsibil-ity of organising (managing and developing) pt net-works. This usually happens in cities with powerful publicoperators in situation of monopoly. (Milan, contract ofservice signed between the Municipality and the munici-pal company ATM. It has also been the case of mostGerman conurbations between 1970 and 1990: publiccompanies operating networks created structures of co-operation (Verkehrsverbund) to co-ordinate and inte-grate their services. As we will see below, the system hasevolved.

- Metropolitan areas where with a specific body in chargeof organising pt. UK and Germany offer 2 examples ofstructures bringing together local authorities so as toorganise and co-ordinate the supply of pt in cities. TheFrench experience is in the same spirit.

What responsibilities for PTAs?Regulation/Competition

The organisation of the public transport services are suffi-ciently different in United Kingdom, Germany and France togive a clear illustration of the different types of marketregimes and to demonstrate the consequences on the mis-sions and responsibilities of PTAs. I wish to give you anoverview of the different responsibilities in accordance withthe different type of regime. United-Kingdom and Germany

2 What role for PTAs in the European metropolitan areas?, Stéphane Lecler, EMTA, www.emta.com

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are two examples of a market initiative regime, while Franceillustrates the case of an authority initiative regime. Anotherimportant distinction is the character regulated or not of themarket for the use of contract, which reflects the role givento the authority and the mission associated to public trans-port. The more public transport is considered as a service inthe general interest of the community with public servicerequirements, different from a pure market service, the moreresponsibilities the authority will have to organise, plan andcontrol public transport services. Indeed the authority isempowered of a strong regulation role, when public trans-port is seen as a key factor in sustainable development ofcities, integrating the social, ecological and economicalaspects. As a result in a regulated market, the authority setsthe rule for the operators, monitors and enforces the rules ofthe game in all regimes, being market or authority initiativesystems. In this respect, the contract is an efficient tool forthe management of public transport services. In a deregulat-ed market, the role of the authority is limited to promotepublic transport in general by an integrated information sys-tem and branding activities and to ensure the provision ofnon-commercial services left over by the market.

§ 1 The British example of a marketinitiative and deregulated regime

There is a formal split between the strategic level (passengerTransport Authority – PTA, which brings together represen-tatives of the local councils based on the population) and thetactical level (Passenger Transport Executive – PTE, in chargeof implementing the decisions reached by the Authority).The role of PTAs/PTEs has evolved greatly since the introduc-tion of deregulation in 1985 by the Transport Act and imple-mented in the whole regions except London and NorthernIreland. Before this date, PTEs used to operate services them-selves. Now their main mission is to plan services, own busstops, award concessions for the building of new infrastruc-tures (light rail), conclude quality partnerships with the pri-vate operators, inform passengers and buy services not pro-vided by operators on a commercial basis.

In London, the situation is totally different as Transport forLondon is entrusted of the responsibilities to plan, organiseand monitor public transport services. Bus services are pro-vided by private operators selected by tendering procedurewith contracts of 5 to 7 years. The operation of the under-ground is delegated to London Underground.

§ 2 the German example of a marketinitiative and regulated market:

Within a regulated market, public transport is considered tohave to fulfil public service requirements and the productdesign can not be left to the market. Therefore the authori-ty is empowered to organise, monitor and regulate the trans-port services, since the authority guarantees the coherenceof public service or universal service obligations, security andsafety rules, environment protection. Regardless of thedegree of intervention of the authority, a regulated systemexists as much in a market initiative market, like in Germany,as in an authority initiative market, like in France.

In Germany, public operators were at the initiative of the cre-ation of structures of co-ordination of te networks(Verkehrsverbund) in the 1980’s. Then the structures evolvedto become real transport authorities. Ex: Frankfurt,Hamburg, Rhein-Ruhr region, Berlin.In some cases, the strategic and tactical levels are clearly splitlike in the UK and in this case the political body is called“Zweckverband Verkehrsverbund” and the public organisa-tion in charge of executing the decisions of the politicalauthority is called Verkehrsverbund GmbH.

§3 The French example of the authori-ty initiative and regulated regime:

France is a typical example of an authority initiative regime:

the Transport Act3 gives the regulating responsibility to thelocal authorities, including the general definition of thetransport offer, the choice of the transport mode and tariffpolicy. Though it has a precise legal definition, the concept oforganising authority can apply both to an ordinary localauthority or to a specific structure similar to those in the UKor in Germany, as can be found in Lyons (SYTRAL for Syndicat

Mixte des Transports pour le Rhône et l’AgglomérationLyonnaise) or Paris (STIF for Syndicat des Transports d’Ile deFrance). Under the Transport Laws (Loti Act 1982 and SapinAct 1993), PTAs can decide to operate services themselves orto award contracts to transport undertakings through ten-dering procedures. Today, more then 90% of French PTAs buy

36 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

3 Loi d’Orientation des Transports Intérieurs 30/12/82

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374º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

services from transport companies, with the key exception ofthe city of Marseilles, the second largest French city.

§4 the emergence of a new model inSpain

It seems that a new model is currently appearing: the 3 mainmetropolitan areas now have pTAs bringing together thepublic authorities concerned by public transport:Madrid with the Consorcio de Transportes de Madrid Barcelona with the Autoritat del Transport Metropolita Valencia Entitat de Transport Metropolita

§5 Emergence of a new type of organ-ising bodies: network integrators

In Milan, Rome and Brussels, the historic operators are cur-rently progressively being turned into PTAs (ATM, ATAC andSTIB).

Which financial resources for PTauthorities?

The budgets of PTA are very different from one city to anoth-er. This accounts from the differences of the missionsbetween PTA, and by the different cost-coverage ratios in thecities, which mean different level of public subsidies. Generally speaking, the resources of PTAs mostly stem fromgrants of their public shareholders. Some PTA collect all orpart of fares sold and then redistribute them to operatingcompanies. Some PTA got other specific resources, as it is thecase in France with the Transport Tax, a specific tax paid byall companies, including administrations with more than 10employees on the basis of wages paid to employees. This tax,whose rate if determined by the PTA, can be used either forfunding of operations or of investments.

In Germany, PTAs responsible for regional services get a spe-cific resource stemming from taxes on petrol.

What are the responsibilities commonto most of the PTAs ?

The basis responsibility is the planning of the networks. AllPTAs have this responsibility.

The relations with the operators, the management of thecontract and tendering procedures are generally falling tothe PTAs.

Financing the deficits of the networks is usually one of theirresponsibilities, even it is not any more so frequent.

Pricing policy, that is to say, to set up the fare price is notalways incumbent upon the PTAs. The operator decidessometimes himself the price.

The property of the infrastructure can also influence the rela-tionship between the PTA and the operator for example, inLyon, the PTA owns part of the infrastructure, while in Paris,the STIF, owns part of the installations of RATP.

In relation to marketing, like travel information, brandingstrong differences exist according to countries. In Frankfortor Munich, the name of the PTAs appears on the modes oftransport, on the maps and tickets.

I will not go further in detail. However I wish to inform youthat UITP has conducted a comparative study on contractualpractices. In addition to the analysis of the use of contractaccording to the different types of market regime, it gathersmore than 20 case studies with a comparative table describ-ing the sharing of responsibilities between the PTAs and theoperators.

Which relations between PTAs andOperators?

If the allocation of tasks is currently one of the most disput-ed and most difficult matters to be dealt with, the use of con-tract enables a clear division and allocation of responsibilitiesamongst PTAs and operators. The main current trend is thegeneralisation of the use of contract. Even UK where dereg-ulation made contract unnecessary, is introducing again con-tract to improve the quality of the services provided by pri-vate operators.

The contract can be considered as a working method focusingon responsibilities of all the partners and on results, whileestablishing new relationships between the organising author-ities and operators. These contractual relationships are the con-trol lever of policies elaborated in co-operation taking intoaccount the comprehensive mobility policy, the needs of thecustomers, practical realities and the economic development toincrease quality of services and productivity levels. The opera-tor is commissioned to achieve clear objectives in terms of offerand quality of service. In this respect, the contract allows a pre-cise definition of the responsibilities of the public organisingauthority and the operator while meeting the interest of thepublic at large and achieving economic efficiency.

The contract enables to develop a new mode of relationshipsbetween authorities and operators, based on reciprocal com-mitments and on a clarification of the financing modes.Public or private, the companies are entrusted of the execu-tion of a service of collective interest and in this respect con-stitute a proposals strength vis-à-vis the authority for thedesign of the whole public transport system. The introduc-tion of a contract leads the operator to change from a meansto a results culture while meeting quality requirements andeconomical and financial constraints.

Page 50: Revista FERXXI - 4º Congresso Nacional - Conclusões

What role for the PTAs in the future?

The responsibilities of PTAs and of operators are changingquite fast under several factors:

- wish of public authorities to clearly separate theirresponsibilities of authorities from those of operators

- the introduction of competition, so as to get best valuefor money in the management of pt systems. The per-spective of the European regulation imposing competi-tion would only accelerate a trend, which has beenobserved for some 20 years in many European countries,starting from the northern countries.

Three main models are emerging:

- the model of PTAs created ad nihilo by public authori-ties in charge of the strategic and tactical levels (that isto say of planning and organising the networks, ofmanaging contracts with the operators, and of consid-ering the financial balance of the future).These PTAs can be found mostly in Spain (Madrid,Barcelona, Valencia), in France (Paris, Lyon, Lille), and inGermany (Munich, Berlin) and Prague.

Such PTAs enable a good co-ordination between the differ-ent public authorities involved in public transport and a goodintegration of the different operators. But this system is onlyefficient if the PTAs develop a real technical know-how andare able to define precisely what they expect from operators.They must have a clear vision of the needs of mobility in theirterritory and of the evolutions under way, but also an excel-lent knowledge of transport systems, to choose the ones thatbest answer the needs identified. The organising authority isempowered of a new mission, which is to define the expect-ed level of service and quality, needs therefore to develop astrong capacity of contract expertise and management. Ittakes some time and lots of competent people to acquiresuch skills.

- The model of historic public operators progressivelyturned into PTAs in charge of the tactical level. This isthe case of Stockholm where the public operator SL in10 years transformed its modals divisions (metro, bus)into subsidiaries, which have been then privatised. SL’smain mission is now to plan the networks and organisethe tendering procedures to select the operating com-panies. Other cities are following the same path:London with Transport for London, as far as buses areconcerned, Milan, Rome. The Region of Brussels Capitalis considering to turn STIB into a real PTA who would inthe future have to sub-contract part of its operationsthrough tendering procedure. The advantage are twofold:

- using the know-how of existing operators, which wantto become real “mobility agencies” and not only be incharge of driving vehicles.

- Adapting large public companies to competition whilekeeping a good integration of the network thanks tothe “network integrator”But this evolution is adapted for cities with one mainoperating company but is more difficult when severalcompanies operate the network. The fundamental question is whether a public companycan become a good PTA.

- and lastly the model of public authorities in charge ofseveral metropolitan matters, with, in the first place ,public transport. This is the way followed by Helsinkiand Copenhagen.

In Copenhagen, all public companies merged into aregional transport authority (HT) in 1974 so as to inte-grate planning and fares. In 1990, HT was obliged to usetendering procedures and in 1995 a new law brought acomplete separation of authority and operators. In July2000, a new regional authority was created (HUR) whichinherited from the planning division of former HT andwhich is also responsible for tourism and culture in theGreater Copenhagen Area.In Helsinki, The Helsinki Metropolitan Area Council wascreated in 1996. It is a regional authority bringing togeth-er 5 municipalities and in charge of public transport,waste management, air pollution control and develop-ment planning.

Conclusion

Despite all the differences highlighted, some common trendscan be identified:

- clear division of responsibilities between PTAs and oper-ating companies.

- generalisation of contracts between PTAs and opera-tors, leading to a better definition of their respectiveroles and stronger commitment.

Beyond the different types of the actors, it is irrelevant torecommend one model of organising authorities given thediversity of the local circumstances. Whatever the type oforganisation, the real challenge is to ensure a comprehensiveintegration of transport services, which requires integrationof pt networks (all modes including railways, fares, services,schedule, information), but also integration of public andprivate modes. The solution is to be found in the provision ofa door-to-door seamless service, and no longer in a succes-sion of fragmented services. This is only possible with formsof co-ordination between the different types of authoritiesaccording to their field of responsibilities, their different lev-els of decentralisation or of different geographical compe-tencies.

I am convinced that the challenge for the coming decade isto turn multimodality into seamless mobility. This is the keytopic of next UITP Congress in Madrid where all UITP mem-bers are invited to share ideas and experiences from aroundthe world.

Thank you for your attention.

38 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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394º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Buenos días, en primer lugar quiero agradecer a los orga-nizadores de este Congreso la invitación a favor delConsorcio de Transportes de Madrid, además tengo quedisculpar la ausencia del Gerente del Consorcio D. JoséIgnacio ITURBE LÓPEZ que por problemas de salud no hapodido asistir este día en Lisboa y ha delegado en mí quemodestamente voy a explicarles las características, actua-ciones y resultados del Consorcio de Transportes deMadrid que fue creado por ley 5/1985, de 16 de mayo, dela Comunidad de Madrid.

Desde mediados del pasado siglo Madrid y los municipiosde su entorno, formaban un Area Metropolitana, conmuy fuertes relaciones entre todos los núcleos depoblación, especialmente intensas con la capital. Esaindudable realidad socioeconómica hacía necesaria la

concepción de una integración de todas las redes, modosy tarifas del transporte que coordinara primero y poten-ciara después el transporte público como elemento fun-damental para conseguir una movilidad más eficiente yuna región más sostenible. En definitiva se hacía nece-sario crear una Autoridad Unica del transporte que inte-grara administrativa, tarifaria e intermodalmente eltransporte público y que racionalizara los despilfarros, lasdescoordinaciones y las pérdidas de calidad existentespara conseguir el objetivo básico que es la potenciacióndel transporte público y el aumento de las demandas entodos los modos.

En la exposición de motivos de la Ley de Creación delConsorcio se establece un diagnóstico bien preciso de lasituación existente en 1985; cito textualmente:

“Como consecuencia de lo anterior, se constata en lasituación actual una sensible falta de coordinación en lostransportes de la Comunidad, que se manifiesta a todoslos niveles desde la propia concepción de las infraestruc-turas, que no favorece la correspondencia entre losmedios de transporte, hasta la superposición de líneas deautobuses con el metro o el ferrocarril o de aquellas entresí, que en la mayoría de los casos no constituyen tanto unabanico de opciones dirigidas a diferentes tipos de usuar-ios sino puramente variantes en competencia, con el con-siguiente desequilibrio espacial y temporal en la capaci-dad ofertada”.

La creación del Consorcio supuso entre otros tres obje-tivos básicos complementarios entre sí para alcanzar laintegración de redes y modos de transporte y la concep-ción de un sistema de transportes único, articulado yarmónico.

Por una parte se consiguió la integración administrativaya que el Consorcio recibió las competencias como titu-laridad del servicio y se configuró como Autoridad Unicade transportes de los operadores: Metro de Madrid S.A.;Empresa Municipal de Transportes de Madrid, S.A.,Empresas Concesionarias de las líneas interurbanas deautobuses y Empresas de transporte urbano de otrosmunicipios de la región quedando únicamente al margenun solo operador el Ferrocarril de Cercanías de la RedNacional de Ferrocarriles de España cuya titularidad cor-responde al Estado actualmente y se concreta en elMinisterio de Fomento, no obstante la coordinación coneste operador se realiza mediante Convenio para que lostítulos multimodales del Consorcio sean válidos tambiénen las líneas de este operador y otras cuestiones técnicasse realizan de forma coordinada entre Cercanías de Renfey el Consorcio que es su mejor cliente ya que los viajeroscon títulos del Consorcio son más del 70 por ciento detodos los usuarios de Madrid y estos son más del 50 por

Estructura de Coordinación del Transporte Público en el ÁreaMetropolitana de Madrid. El Consórcio Regional de Transportes

Regulares de la Comunidad de Madrid

Jesus Molina

Page 52: Revista FERXXI - 4º Congresso Nacional - Conclusões

ciento de todas las redes de Cercanías de Renfe en todaEspaña.

Por otra parte el Consorcio ha conseguido plenamente laintegración tarifaria mediante los siguientes medios:

• Sustitución de la tarificación kilométrica por tarifica-ción zonal.

• Introducción del concepto de abonado al sistema detransportes.

• Simplificación de los títulos de transporte.• Homogeneización de los tipos de tarifas en los distin-

tos modos.• Establecimiento de unos niveles de precios de los títu-

los acordes con las fuentes de financiación fijadas porlos órganos políticos.

Las tarifas según la mayor o menor recurrencia de losusuarios se establecen en tres tipos:

• Abono Transportes: número ilimitado de viajes inter-modales dentro del ámbito espacial y temporal.

• Título de 10 viajes. Modal o intermodal según loscasos.

• Título sencillo: un solo modo.

Las tarifas según el ámbito espacial se crearon las sigu-ientes zonas tarifarias ordenadas desde el núcleo de lacapital hasta las coronas cada vez más distantes.

• Zona A: Toda la capital de Madrid.• Zona B1: Primera Corona Metropolitana y con A.• Zona B2: Segunda Corona Metropolitana, con B1 y

con A.• Zona B1-B2: Relaciones entre B1 y B2 y dentro de B1 y B2.• Zona B3: Tercera Corona Metropolitana, con B2, con

B1 y con A.• Zona C1: Primera Corona Regional, con B y con A.• Zona C2: Segunda Corona Regional, toda la región.

Las tarifas según el carácter personal del abonado son detres tipos:

• Abono Normal para usuarios de edades entre 21 y 64años.

• Abono Joven para usuarios entre 4 y 21 años.• Abono Tercera Edad para usuarios a partir de los 65

años (este abono tiene además la particularidad quees único para todas las zonas.

En función de la validez temporal existen los abonos men-suales con carácter general y dos abonos anuales paratodos los abonos normales y para el abono de la terceraedad.

La penetración del Abono Transportes es muy alta en lapoblación madrileña ya que más del 40 por cientodispone de tarjeta de Abono Transportes, proporción quese eleva al 45 por ciento si se excluye a la poblaciónmenor de nueve años y mayor de noventa.

La utilización del Abono Transportes según los grandesmodos y en total ha sido muy alta en el último año 2002,en Metro (60,8 por ciento de los viajes), en EMT (65,2 por

ciento), en Cercanías Renfe (69,1 por ciento) y enAutobuses Interurbanos (67,1 por ciento) quedando elvalor medio total en el 64,4 por ciento de todos los viajes.Los precios de venta de los Abonos más vendidos en 2003,son los mensuales de la zona A, el normal 33,60 , el joven22,95 y el de la tercera edad, válido para todas las zonas,9 y los beneficios y subvenciones que reciben los usuariosson los siguientes,

Tipo Nº de Valor medio de Subvenciónde viajes los viajes tarifaria a los

Abono Equivalentes realizados usuarios (%)

Normal A 65 88,9 26,9

Normal B 60 86,5 30,7

Normal C 46 75,4 39,0

Joven A 44 73,1 39,8

Joven B 41 78,0 47,4

Joven C 34 71,2 52,2

Tercera Edad 15 42,0 64,3

Valor medio 48 75,3 36,3

Finalmente la integración modal es el tercer objetivo queha conseguido la actuación del Consorcio.

El vehículo privado tiene la posibilidad de realizar sudesplazamiento puerta a puerta sin necesidad de trans-bordo, pero tiene el inconveniente, de forma especialcuando tiene su origen o destino en las áreas centralesmás congestionadas, que sufre tiempos de viaje muy altospor la saturación de la capacidad de las calles. Por el con-trario el transporte público en las grandes AreasMetropolitanas puede conseguir etapas en transporteferroviario con altas velocidades comerciales pero con lanecesidad de realizar transbordos para llegar a muchosdestinos, por ello son muy útiles los modernos intercam-biadores que disminuyen los tiempos de transbordos,facilitan la utilización de los diferentes modos y aumen-tan la calidad y la utilización de los transportes públicos.Así en Madrid hemos construído intercambiadores, enPlaza de Castilla (N-I), Avenida de América (N-II), Aluche yPríncipe Pío (N-V), Moncloa (N-VI) y otros que están enproyecto para otros corredores.

Los residentes en la Corona Metropolitana, que utilizan elsistema público un 52,6 por ciento de ellos realizan másde una etapa para llegar a su destino.

En 1986 se construyó el intercambiador de Aluche dondeconfluían 6 líneas de autobuses urbanos, 7 líneas de auto-buses interurbanos, dos líneas de Metro L-5 y L-10 y unalínea de Ferrocarril, la más importante de las Cercanías deRenfe en Madrid, la C-5.

En 1993 se construyó Plaza de Castilla que permitió acer-car al Metro las paradas de autobuses de 20 líneas deautobuses, de ellas 2 urbanas y 18 interurbanas, que per-miten un mejor intercambio con 3 líneas de Metro, L1, L9y L10.

En 1995 se construyó el intercambiador de Moncloa queintrodujo un nuevo concepto de intercambio para mejo-rar a los autobuses.

40 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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414º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

• Estación de autobuses subterránea para acercar más alos viajeros que luego transbordan a la red de metro.

• Dotación de accesos exclusivos y subterráneos para losautobuses para mejorar su calidad y atractivo, calzadaBUS-VAO y carril SOLO-BUS.

• Construcción de la línea circular de metro, la másimportante de la red con más de 600.000 viajeros endía laborable y con una nueva estación en Moncloa.

El éxito de este intercambiador se expresa muy fácilmentecomparando la situación anterior y actual, en 1995existían 26 líneas de autobuses interurbanos y 1603 expe-diciones diarias, actualmente existen 37 líneas y 3700expediciones que operan en subterráneo y 3 líneasinterurbanas con 300 expediciones que operan en super-ficie por agotamiento de la capacidad existente. En lapróxima legislatura está prevista la ampliación.

En conjunto la demanda de las líneas interurbanas deautobuses ha pasado de 45.000 viajeros en día laborablea más de 120.000 actualmente y Metro de Madridanálogamente ha aumentado su demanda de 88.000 a150.000 viajeros en día laborable.

Finalmente en el año 2000 se construyó el mejor inter-cambiador de autobuses que tenemos en Madrid y que enmayo de 2002 fue premiado en Londres con el primer pre-mio de INTERCHANGE: “Integrated Transport Awards2002” Organismo británico dedicado al estudio de laintermodalidad, donde están representados autoridadesdel transporte, operadores de transporte, UITP,Instituciones Nacionales y Locales entre otros grupos. Delas 26 propuestas se seleccionaron 6 de diferentes países:Alemania, Holanda, USA, Hungría y España. El juradootorgó el primer premio a nuestro Intercambiador deAvenida de América.

Podríamos definir a este Intercambiador como de tercerageneración, dispone de túneles exclusivos e independi-entes para entradas y salidas de los autobuses,, dos car-riles para cada túnel unidireccional, superficies amplias40.000 m2 construidos, que permiten capacidades no solopara autobuses urbanos y regionales en la planta segun-da subterránea sino también para autobuses nacionalesque relacionan a Madrid con las capitales del norte deEspaña, Santander, Bilbao, San Sebastian y del nordestecomo Zaragoza y Barcelona que operan en la primeraplanta subterránea.

Además toda la inversión ha sido privada por importe de25,3 millones de euros.

El número total de dársenas es de 36, todas en forma deisla, de ellas 19 en la segunda planta con dársenas endiente de sierra, que no necesitan maniobras y 17 dárse-nas en la primera planta en espina de pez que obliga amaniobras de marcha atrás.

En los tres primeros años entre 1999 y 2002 las líneasde autobuses dependientes del Consorcio han aumen-tado un 62 por ciento el número de expediciones, enparte gracias a la mayor velocidad comercial que ofre-cen los túneles, y los viajeros en día laborable hanaumentado de 44.100 en 1999 a 73.120 en el año 2002es decir un crecimiento del 66 por ciento en solamentetres años.

En la red de metro también se ha beneficiado de impor-tantes crecimientos de la demanda pasando de 15,28 mil-lones de viajes en 1999 a 28,75 millones en 2002 con unincremento del 88 por ciento.

El medio físico y la estructura territorial y demográficadonde tiene sus competencias el Consorcio de Transportesde Madrid.

La Región de Madrid se conforma administrativamentecomo una de las diecisiete Comunidades Autónomas quecomponen el Estado Español, con una superficie de8.030,1 km2 y compuesta por 179 municipios, en el centrose encuentra el municipio de Madrid que es la capital dela Comunidad de Madrid y de toda España, que con 605,8km2 (el 7,54 por ciento) tiene una población de 2.938.723habitantes (el 54,70 por ciento). Gráfico G-1.

La evolución de la población desde la creación delConsorcio puede analizarse en la Tablas III.1 y III.2.

Las relaciones entre corona de residencia y corona delugar de trabajo se expresan en la Tabla 3.2.II.

La matriz de viajes origen y destino según modos es lasiguiente: Tabla 3.2.V.

La demanda del Sistema de Transportes se puede analizaren el siguiente gráfico desde 1974 hasta 2002. Gráfico3.3.5.

Todos estos excelentes resultados han sido posibles medi-ante una serie de actuaciones en los diferentes oper-adores y con ampliaciones y mejoras de las redes, espe-cialmente la red de Metro, de renovaciones del materialmóvil, que desde hace muchos años todos los autobusesque se adquieren son accesibles para todos los usuarios,así como los modernos intercambiadores de transporteque se están construyendo y otros que se han proyectadoy se van a realizar en la próxima legislatura.

Para concluir voy a explicarles a ustedes las ampliacionesde la red de metro que en los últimos ocho años han con-vertido a Metro de Madrid en el tercer metro de Europaen longitud, precedido solamente por Londres y Moscú yel segundo en longitud de túneles detrás de metro deMoscú.

Esto puede analizarse en los gráficos de las ampliaciones1995-199 y 1999-2003.

Para el futuro tenemos planes para seguir ampliando lasredes de metro, introducir en Madrid las líneas de tranvía,que desaparecieron en Madrid en junio de 1972, y con-struir nuevos y mejores intercambiadores de transportepara seguir potenciando el transporte público y conseguircada día más que la movilidad sea eficiente y sostenible.

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Sessão B

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1 - Introdução

O metropolitano é indubitavelmenteencarado como uma solução “amiga doambiente”, embora os seus benefíciosambientais sejam frequentementeassumidos em vez de quantificados.

Contudo, a implantação desta infra-estrutura subterrânea implica a ocorrên-cia de impactes ambientais com naturezadistinta, quer se considere a sua fase deconstrução ou a sua fase de exploração,devendo ser criados e implementados osmecanismos necessários para garantir aminimização dos impactes ambientaisnegativos associados.

Assim, procede-se à apresentação dedois casos de estudo - a Linha Amarela,entre Campo Grande e Odivelas, e aLinha Vermelha, entre Alameda e SãoSebastião - como exemplos do modo deintegração das questões ambientais naconstrução de novos prolongamentos noâmbito de expansão da rede doMetropolitano de Lisboa, E.P. (ML).

2 - Impactes ambientaisassociados aometropolitano

O metropolitano é um modo de trans-porte assumidamente “amigo do ambi-ente”, rápido, seguro, não sujeito ainterferências com outros modos detransporte, permitindo o transportecolectivo de passageiros independente-mente da rede viária urbana. Apesar dasua utilização ser condicionada aos pon-tos de cobertura da sua rede, pode serdefinido como sendo eficaz e, porexcelência, de vocação urbana.

É, pois, indiscutível a importância queuma rede de metropolitano possui naresposta às necessidades crescentes dapopulação em termos de mobilidade nacidade de Lisboa e na sua ÁreaMetropolitana. Constituindo uma alter-nativa privilegiada ao transporterodoviário de superfície, com tempos dedeslocação diminutos, permite uma mel-horia da qualidade de vida urbana e doaproveitamento dos tempos diários da

população que se desloca pendular-mente entre casa e trabalho.

Efectivamente é possível quantificar osbenefícios ambientais associados a estemodo de transporte, tendo em conta osganhos de tempo de deslocação, bemcomo a redução da poluição atmosféricae sonora, do consumo energético, daocupação do solo e da sinistralidade. Atítulo exemplificativo apresenta-se, emanexo, um documento designado por“Benefícios Sociais e Ambientais denovos prolongamentos da rede do

Metropolitano de Lisboa” [1].

Embora não tão evidente, é também desalientar a contribuição decisiva da redede metropolitano na estruturação e nareorganização espacial urbana, na medi-da em que é “um modo de transportealtamente estruturante”, influindo “naevolução da cidade e nos padrões dequalidade de vida que a caracterizam”.Deste modo, é “um importante instru-mento de reordenamento da cidade, ou,dito de outra forma, de “fazer-cidade”[2].

Porém, a implantação desta infra-estru-tura subterrânea, em tecido urbanodensamente construído e ocupado,implica a ocorrência de impactes ambi-entais com natureza distinta, quer seconsidere a sua fase de construção ou asua fase de exploração.

Na fase de construção verificam-segrandes intervenções em termos de obrae, consequentemente, uma significativaperturbação do meio urbano a váriosníveis, tais como afectação da ocupaçãotemporária do solo, intrusão visual dapaisagem, alteração da qualidade do ar,acréscimo dos níveis de ruído e devibrações, produção de águas residuais ede resíduos perigosos e não perigosos,alterações das condições de circulaçãorodoviária e pedonal, o que se traduz naafectação da vivência privada, da vivênciade comunidade e da qualidade de vida dapopulação. Logo, verificam-se impactesnegativos, directos e significativos, masna maioria dos casos temporários.

Na fase de exploração ocorrem impactesmuito significativos, mas neste caso pos-itivos e permanentes. Verifica-se a mel-

ANA CERDEIRA

Eng.ª Ana Cerdeira - Licenciadaem Engenharia do Ambientepela Faculdade de Ciências eTecnologia da UniversidadeNova de Lisboa (1996), comparte curricular do Mestradoem Ordenamento do Territórioe Planeamento Ambiental(1999), trabalha desde 1996 naárea ambiental do grupo doMetropolitano de Lisboa, E.P..Actualmente integra o Gabi-nete de Estudos, Planeamentoe Orçamento do Metropolitanode Lisboa, E.P., sendo respon-sável pelas questões ambientaisdesta empresa.

Contactos:

Metropolitano de Lisboa, E.PGabinete de Estudos, Planea-mento e Orçamento Avenida Barbosa du Bocage, nº5 - 1040-039 LisboaTelefone - 21 3558457Fax - 21 35584908E-mail - [email protected]

A expansão da rede do Metropolitanode Lisboa, E.P. e a integração

das questões ambientais

Ana Cerdeira

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horia da oferta de acessibilidade e de distribuição no interi-or da cidade, da mobilidade e da qualidade de vida da pop-ulação, bem como a qualificação ambiental da zona inter-vencionada, na medida em que ocorrerão benefícios em ter-mos de ruído, de vibrações e de qualidade do ar, em detri-mento da dissuasão (indirecta) da utilização do transporteindividual. Contudo, podem existir situações pontuais deincomodidade, especialmente em zonas com usos sensíveis eadjacentes aos novos prolongamentos a construir, face à pro-dução de ruído e eventuais vibrações resultante da circulaçãodas composições do metropolitano, situação que, para serminimizada, deverá ser tida em conta na fase de projecto.

3 - Integração das questões ambientais

O ML possui e assume responsabilidades ambientais nodesenvolvimento das suas actividades, tendo progressiva-mente procedido à adopção interna - e, por vezes, à anteci-pação - das crescentes exigências impostas pela legislaçãoambiental vigente, nomeadamente na construção de umvasto conjunto de infra-estruturas.

Neste âmbito, foram criados e progressivamente implemen-tados mecanismos que permitem a integração das questõesambientais no âmbito da expansão da rede do Metropoli-tano de Lisboa, E.P..

Assim, desenvolveu-se o designado como acompanhamentoambiental, com o objectivo de contribuir para o desenvolvi-mento sustentável1 e assegurar a implementação das medidasde minimização recomendadas nos Estudos de ImpacteAmbiental desenvolvidos para todos os novos prolongamentos.

3.2 - Caso do Prolongamento da Linha Amarela, entre CampoGrande e Odivelas

De um modo genérico, o Prolongamento da Linha Amarela,entre Campo Grande e Odivelas, é uma nova linha com 5estações – Quinta das Mouras, Lumiar, Ameixoeira, SenhorRoubado e Odivelas, com quase 5 quilómetros de extensão ecuja abertura à exploração está prevista para o final de 2003.

Este projecto vai servir não só a área de influência directa dasnovas estações, bem como a população do “corredor” Lumiar- Loures, o único corredor de acesso a Lisboa ainda sem lig-ação em modo ferroviário.

Como requisito de candidatura deste projecto aos fundoscomunitários, em 1998 foram elaborados os “Estudos deIncidências Ambientais do Prolongamento da linha “B”

Campo Grande – Odivelas” [3], que constituem os primeirosdocumentos, com perfil similar a um Estudo de ImpacteAmbiental, elaborados para projectos do ML.

De referir que o Prolongamento da Linha Amarela, entreCampo Grande e Odivelas foi aprovado pelo Governo emJulho de 1997. Nessa altura o procedimento de Avaliação deImpacte Ambiental (AIA), estipulado pelo Decreto-Lei n.º278/97, de 8 de Outubro, e regulamentado através doDecreto Regulamentar n.º 42/97, de 10 de Outubro, aplicava-se a projectos de metropolitano, quer aéreos, quer subterrâ-neos, que afectassem uma área superior a 20 ha ou de com-primento superior a 5 km (alínea g), ponto 10 - Projectos deinfra-estruturas, Anexo III). Assim, e verificando-se que ao

projecto não se aplicava nenhum desses critérios, este não foisujeito ao procedimento de AIA.

Não obstante este facto, e de modo a garantir a implemen-tação e o cumprimento das medidas de minimização recomen-dadas nos estudos mencionados anteriormente, desenvolveu-se o designado por acompanhamento ambiental, baseado emdiversas exigências ambientais, a seguir indicadas, para todasas empreitadas de construção deste projecto:

• Plano e Programa de Acompanhamento Ambiental: docu-mento obrigatoriamente apresentado, referindo, de formaobjectiva, aos seguintes aspectos:

- Responsabilidades;- Acompanhamento Ambiental; - Monitorização Ambiental;- Arqueologia;- Gestão de Resíduos;- Relatórios de Acompanhamento Ambiental;- Planeamento das Actividades;- Legislação Ambiental.

• Relatório de Acompanhamento Ambiental: documentoobrigatoriamente apresentado mensalmente e relativo àsactividades desenvolvidas no que concerne à aplicabilidadedo Plano e Programa supra-referido, cuja estrutura con-siderou, entre outros, os seguintes assuntos:

- aspectos positivos e negativos verificados; - medidas implementadas;- reajustamentos realizados; - actuações futuras; - anexos de documentação relevante.

• Relatório Final: documento obrigatoriamente apresentado,que constituiu uma síntese dos trabalhos desenvolvidosnesta matéria.

• Responsável: designação obrigatória de um técnicoresponsável pela aplicabilidade do Plano e Programa supra-referido e pela elaboração dos Relatórios de Acompa-nhamento Ambiental, com qualificação em matéria deambiente e um tempo de afectação que permitisse umacompanhamento semanal, concretizado através de visitasà obra.

Deste modo, para todas as empreitadas de construção aindaem curso do Prolongamento da Linha Amarela, entre CampoGrande e Odivelas, o ponto de situação resultante destemodelo de acompanhamento ambiental é o seguinte:

- existência dum Plano e Programa de AcompanhamentoAmbiental;

- presença de técnicos especialistas em ambiente;- apresentação de relatórios mensais de acompanhamento

ambiental, com excepção da Estação Quinta das Mouras,em que são trimestrais;

- realização de campanhas de monitorização de ruído,vibrações, águas residuais e/ou superficiais e solos, deacordo com a periodicidade definida e ajustada emfunção das actividades de construção desenvolvidas;

- implantação de sistemas de drenagem de águas residuaise respectivos tanques de decantação, bem como de sis-temas de lavagem de rodados.

Foram ainda desenvolvidas muitas outras actividades, taiscomo:

1 definido pela Comissão de Brundtland como “desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a satisfação dasnecessidades das gerações futuras”

514º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Page 64: Revista FERXXI - 4º Congresso Nacional - Conclusões

52 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

- acompanhamento arqueológico, nas Estações Quinta dasMouras e Lumiar; para a Estação Odivelas foram estabele-cidos todos os contactos necessários com o InstitutoPortuguês de Arqueologia, que concordou com o facto denão ser necessário proceder à realização deste tipo deacompanhamento;

- existência dum serviço de informações ao público nasEstações Lumiar e Odivelas.

Em termos de limpeza, quer do estaleiro, quer dos acessos àobra, esta variou temporalmente e de empreitada paraempreitada. Verificou-se, porém, que a correcta gestão deresíduos constituiu, em todas as empreitadas, a tarefa demais difícil execução.

Para verificar e controlar a eficácia do acompanhamentoambiental para todas as empreitadas de construção foramperiodicamente realizadas reuniões para discussão das activi-dades desenvolvidas neste âmbito, bem como visitas com aposterior elaboração das respectivas fichas de visita. Este pro-cedimento permitiu identificar os efectivos impactes ambien-tais decorrentes da fase de construção e procurar meiospráticos de solucionar ou minimizar estas questões.

3.2 - Caso do Prolongamento da Linha Vermelha, entreAlameda e São Sebastião

O Prolongamento da Linha Vermelha, entre Alameda e SãoSebastião, é prioritário para o ML e, de um modo genérico,constitui uma nova extensão com cerca de 2 quilómetros decomprimento, que integra a construção de 2 novas estações- Saldanha II e São Sebastião II, bem como de um Ramal deLigação à Linha Azul.

Este projecto é fundamental para o reforço da interconec-tividade e potenciação do efeito da rede, na medida em quepermite a transferência de passageiros entre as LinhasAmarela e Vermelha (em Saldanha II) e as Linhas Azul eVermelha (em São Sebastião II). Deste modo, é possível aredução dos tempos de deslocação na rede (15 minutos apartir deste prolongamento), bem como a melhoria de aspec-tos sociais, económicos e ambientais no centro administrati-vo de Lisboa.

Actualmente, o Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, estip-ula a aplicação do procedimento de AIA a projectos de met-ropolitano, quer aéreos, quer subterrâneos, que afectemuma área superior a 20 ha ou de comprimento superior a 5km, para o caso geral, ou uma área superior a 4 ha ou decomprimento superior a 1 km, para áreas sensíveis (alínea h),ponto 10 - Projectos de infra-estruturas, Anexo II).

Tratando-se de um projecto financiando com fundos comu-nitários e considerado muito sensível, quer face à sua local-ização em área urbana, quer ao seu atravessamento de zonassensíveis ao abrigo do definido no diploma citado (desig-nadamente do ponto de vista patrimonial), o Prolongamentoda Linha Vermelha, entre Alameda e São Sebastião, estásujeito ao procedimento de AIA.

Assim, com a conclusão do respectivo projecto de execução,procedeu-se ao desenvolvimento do Estudo de ImpacteAmbiental [4]. Ambos os documentos foram apresentados naSecretaria de Estado dos Transportes, que procedeu ao seuencaminhamento para o Instituto do Ambiente, iniciou-seformalmente, em Outubro de 2002, a AIA deste projecto.

Refira-se que, cerca de um mês depois, obteve-se a respecti-va Declaração de Conformidade do Estudo de Impacte

Ambiental e que a Consulta Pública realizada em sede desteprocedimento decorreu de 18 de Novembro a 20 Dezembrode 2002, tendo integrado uma reunião técnica com a pre-sença de diversas entidades.

Entretanto, a Comissão de Avaliação deste procedimento foisolicitando, ao longo do tempo, diversos esclarecimentoscomplementares, solicitações a que o ML foi oportunamenterespondendo.

No final de Fevereiro de 2002 a Comissão de Avaliação emi-tirá o seu parecer final, bem como a proposta de Declaraçãode Impacte Ambiental, um documento com carácter vincula-tivo quanto à concretização do projecto e que deverá serproferido pelo Ministério do Ambiente até Abril de 2003,quando terminam os 120 dias úteis de duração máxima doprocedimento de AIA. A Declaração de Impacte Ambientalpoderá ser “desfavorável”, “favorável” ou “favorável condi-cionada”, sendo esta última a mais provável e que exigirá aimplementação de diversas medidas de minimização.

Registe-se que para esta infra-estrutura subterrânea nãoexistem alternativas de traçado, na medida em que se pre-tende ligar a Alameda a São Sebastião, com o cruzamento daLinha Amarela, na Estação Saldanha, e com a Linha Azul, naEstação São Sebastião. O projecto está, deste modo, condi-cionado à localização das estações já construídas, à mini-mização da interferência com as edificações existentes e aosrequisitos técnicos a garantir na exploração.

Considera-se que, não obstante os benefícios indiscutíveisdecorrentes deste projecto, a sua implantação, especial-mente na sua fase de construção, gera impactes ambientaisnegativos, para os quais deverão ser encontradas soluções deminimização. É neste âmbito que importa realçar a pertinên-cia da AIA.Posteriormente, o ML terá que relatar periodicamente omodo de implementação das medidas de minimizaçãorecomendadas na sequência do procedimento de Avaliaçãode Impacte Ambiental. Para responder a este desafio, aexperiência existente em matéria de acompanhamentoambiental, como é o que se verifica no caso doProlongamento da Linha Amarela, entre Campo Grande eOdivelas, será extremamente importante.

4 - Conclusões

O Prolongamento da Linha Amarela, entre Campo Grande eOdivelas, um projecto financiado com fundos comunitários,mas sem obrigatoriedade de Avaliação de ImpacteAmbiental, foi o catalizador do desenvolvimento de ummodelo de acompanhamento ambiental, que garantiu aimplementação e o cumprimento de diversas medidas deminimização em todas as empreitadas de construção desteprojecto.

Já com o Prolongamento da Linha Vermelha, entre Alamedae São Sebastião, um projecto também financiado com fundoscomunitários, e de acordo com a legislação ambiental actual-mente em vigor, o ML iniciou o seu primeiro procedimentode Avaliação de Impacte Ambiental, que poderá contribuir,de forma significativa, para definir soluções com vista à min-imização de impactes negativos associados a este projecto.Deste modo, estão assim desenvolvidas as bases essenciaispara que, cada vez mais, se proceda à integração dasquestões ambientais na construção de novos prolongamen-tos no âmbito de expansão da rede do ML, através de umequilibrado sistema de gestão ambiental.

Page 65: Revista FERXXI - 4º Congresso Nacional - Conclusões

534º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Aos novos prolongamentos da rede do Metropolitano deLisboa estão associados diversos benefícios sociais e ambien-tais, cuja quantificação foi feita no âmbito dos Estudos Custo-Benefício dos seguintes empreendimentos:

• Pontinha / Falagueira (Linha Azul);• Campo Grande / Odivelas (Linha Amarela);• Rato / Alcântara (Linha Amarela);• Campo Grande / Telheiras (Linha Verde);• Alameda / Campolide / Campo de Ourique (Linha

Vermelha).

Os benefícios em análise estão sempre associados a dife-rentes grupos de futuros utilizadores da rede do metro que,em termos gerais, são os seguintes:

– para os viajantes “cativos” do metro (aqueles que já hojeutilizam o metro nas suas deslocações), os benefícios sãoexclusivamente os associados aos ganhos de tempo nasdeslocações;

– para os viajantes “cativos” do transporte público semdisponibilidade de metro (isto é, os que seriam sempre uti-lizadores de transporte público e que devido ao novo pro-longamento de metro passarão a ter uma melhor oferta),existem benefícios associados aos ganhos de tempo, àmenor poluição atmosférica, ao menor con-sumo de energia e à redução dos custos deoperação devido à diminuição da frotarodoviária;

– para os utilizadores “conquistados” ao trans-porte individual existem igualmente benefí-cios associados aos ganhos de tempo, à menorpoluição atmosférica e ao menor consumo deenergia, e ainda benefícios associados àmenor pressão sobre o estacionamento nocentro da cidade, à menor poluição sonora eao menor número de acidentes por havermenos veículos em circulação.

Apesar de se tratar de uma componente muitoimportante neste tipo de benefícios, a valoriza-ção imobiliária nas proximidades das novasestações não foi considerada nos estudos real-izados, uma vez que representa uma transfe-rência entre proprietários privados e não existenenhuma forma de taxação específica quereverta para a cobertura dos custos de cons-trução do novo prolongamento.

Como exemplos, apresentam-se os resultados dos benefíciosanuais imputados ao prolongamento de Metro de Rato aAlcântara , a preços correntes, em milhares de euros:

Benefícios 1º ano 11º ano 21º ano

Tempo Cativos Metro 193,00 2.856,73 3.093,55

Cativos TP 668,84 3.423,53 3.652,03

Captados TI 312,79 1.952,18 2.114,13

Total 1.174,64 8.232,45 8.859,70

Ambientais * Cativos TP 147,52 249,57 180,24

Captados TI 149,19 829,68 911,76

Total 296,71 1.079,25 1.092,00

Pressão sobreestacionamento Captados TI 390,99 2.548,93 2.954,90

Poluição sonora Captados TI 76,53 317,23 348,84

Acidentes rodoviários Captados TI 128,67 837,44 970,55

Custos de operação TProdoviários Cativos TP 478,06 4.701,32 5.090,65

* O cálculo destes benefícios tem em conta a diminuição das emissõespoluentes (monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de azoto,partículas) e de dióxido de carbono e do consumo de energia (dióxido deenxofre, óxidos de azoto, partículas) por efeito da transferência modal (TIe TP rodoviário para ML) e o aumento dos mesmos decorrente da maioroferta ML (benefícios negativos).

5 - Referências Bibliográficas

[1] Metropolitano de Lisboa (2003). Benefícios Sociais eAmbientais de novos prolongamentos da rede doMetropolitano de Lisboa - Documento de trabalho. Estudos,Planeamento e Orçamento. Metropolitano de Lisboa,Fevereiro de 2003.

[2] Metropolitano de Lisboa ed. (1996). Obras noMetropolitano de Lisboa. Fotografias de Inês Gonçalves.Metropolitano de Lisboa, Janeiro de 1996.

[3] IMPACTO 2000 (1998). Estudos de Incidências Ambientaisdo Prolongamento da linha “B” Campo Grande – Odivelas,do Metropolitano de Lisboa, E.P.. IMPACTO 2000 - Gabinetede Engenharia e Planeamento Industrial, Lda., Abril de 1998(troço 1 - Campo Grande/Lumiar) e Maio de 1998 (troço 2 -Lumiar/Odivelas).

[4] IPA (2002). Estudo de Impacte Ambiental doProlongamento da Linha Vermelha, entre Alameda e SãoSebastião - Metropolitano de Lisboa. IPA - Inovação eProjectos em Ambiente, Lda., Outubro de 2002.

Benefícios Sociais e Ambientais de novos prolongamentosda rede de metropolitano de Lisboa

Page 66: Revista FERXXI - 4º Congresso Nacional - Conclusões

54 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Ao prolongamento de Alameda a Campolide e posterior-mente a Campo de Ourique (entrada em exploração 3 anosapós o troço anterior) são imputados os seguintes benefíciosanuais, também em milhares de euros:

Benefícios 1º ano 11º ano 21º ano

Tempo Cativos Metro 4.438,44 4.919,28 5.050,17

Cativos TP 2.977,08 5.623,07 6.075,62

Captados TI 261,77 1.062,61 1.115,30

Total 7.677,29 11.604,95 12.241,08

Ambientais * Cativos TP 549,61 694,91 633,91

Captados TI 674,95 1.435,30 1.485,21

Total 811,38 1.757,52 1.749,20

Pressão sobreestacionamento Captados TI 1.299,42 2.822,90 2.929,94

Poluição sonora Captados TI 378,24 835,78 867,39

Acidentes rodoviários Captados TI 297,26 630,58 662,19

Custos de operação TProdoviários Cativos TP 1.586,15 9.673,85 10.039,88

* O cálculo destes benefícios tem em conta a diminuição das emissõespoluentes (monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de azoto,partículas) e de dióxido de carbono e do consumo de energia (dióxido deenxofre, óxidos de azoto, partículas) por efeito da transferência modal (TIe TP rodoviário para ML) e o aumento dos mesmos decorrente da maioroferta ML (benefícios negativos).

E, finalmente, os benefícios anuais do prolongamento deCampo Grande a Odivelas , também em milhares de euros:

Benefícios 1º ano 10º ano

Tempo Cativos do TP 5.907,27 6.109,73

Captados ao TI 4.603,14 4.543,59

Cativos TI 2.381,96 2.536,79

Total 10.510,41 10.653,33

Ambientais * Cativos do TP 1.286,26 1.351,76

Captados ao TI 928,97 1.048,06

Total 2.215,23 2.399,83

Pressão sobre estacionamento Captados ao TI 2.501,06 2.548,70

Poluição sonora Captados ao TI 940,88 976,60

Acidentes rodoviários Captados ao TI 613,36 625,27

* O cálculo destes benefícios tem em conta a diminuição das emissõespoluentes (monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de azoto,partículas) e de dióxido de carbono e do consumo de energia (dióxido deenxofre, óxidos de azoto, partículas) por efeito da transferência modal (TIe TP rodoviário para ML) e o aumento dos mesmos decorrente da maioroferta ML (benefícios negativos).

Page 67: Revista FERXXI - 4º Congresso Nacional - Conclusões

554º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

O Metro Ligeiro como oportunidade únicapara reestruturar o Sector dos Transportes

Urbanos e Suburbanos

José Manuel Duarte Vieira

ENG. DUARTE VIEIRA

AdministradorComissão Executiva do Metrodo Porto

Outras funções:

- Assistente da Faculdade deEngenharia da Universidadedo Porto 1974/1979

- Director Grupos Efacec1979/1992

- Administrador Grupo Efacec1992/2000

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56 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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574º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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58 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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594º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Os Poderes Públicos, os Transportes Urbanose os Caminhos de Ferro:

Lições do Passado/Soluções para o Futuro

Oliveira Martins

JOÃO MARIA DEOLIVEIRA MARTINS

Nascido em Esposende, Distrito de Braga, em1934.10.31. Casado/5 filhos• Licenciado em Engenharia Civil, pela Faculdade deEngenharia da Universidade do Porto ( 1958 ) com 17valores;• Membro Conselheiro da Ordem dos Engenheiros• Especialista em Vias de Comunicação e Transportespela OE. • Actualmente exerce a profissão liberal comoConsultor técnico-económico, nas áreas daConstrução, Transportes e Telecomunicações.• 2002 - Membro do Conselho Geral da Federação dosTransportes Rodoviários • Presidente do Conselho de Administração da EJA-Estádio José Alvalade SA (Grupo SCP)• 1999 - Membro do Conselho Consultivo do InstitutoNacional do Transporte Ferroviário • 1993 - Membro do Comité des Sages / Air Transportda Comissão das Comunidades Europeias. • 1987-1994 - Membro do Parlamento eleito pelo PSDnos círculos de Viana do Castelo (1987) e Braga (1991)• 1985-1990 - Ministro das Obras Públicas, Transportese Comunicações (X e XI Governos Constitucionais)• 1985 - Presidente da Ordem dos Engenheiros• 1981-1984 - Presidente do Conselho deAdministração dos TLP e CTT• 1974-1981 - Consultor nas áreas da Construção edos Transportes, cinco dos quais exercidos em França • 1974 - Presidente do Conselho de Administração daCompanhia Portuguesa de Transportes Marítimos (CTM )• 1970-1974 - Secretário de Estado dos Transportes eTelecomunicações (Governo do Prof. MarceloCaetano)• 1963-1970 - Membro do Conselho de Administraçãodos Caminhos de Ferro Portugueses ( CP ) e DirectorGeral (1970)• 1964-1969 - Membro do Conselho Directivo doGabinete de Estudos e Planeamento dos TransportesTerrestres (GEPT)• 1963 - Membro do Grupo de Trabalho da OCDEsobre Transportes• 1960-1962 - Assessor do Ministro das Comunicações• 1960-1963 - Profissão Liberal como engenheiro civil• 1959-1960 - Engenheiro da Administração dosPortos do Douro e Leixões

• Condecorações Grã Cruz da Ordem de CristoGrã Cruz da Ordem do Mérito da República daAustriaMedalha de Ouro dos Municípios de Esposende eCabeceiras de BastoMedalha de Honra dos Municípios de Oeiras, Valençado Minho, Monção e Ponte da Barca.

• Principais Estudos e Intervenções Publicadas• O MERCADO DAS TELECOMUNICAÇÕES EM PORTU-GAL, Maxitel Consulting, (Correlator dos RelatóriosAnuais), Lisboa 1996/2000 • A QUESTÃO FERROVIÁRIA, Edição da CP, Lisboa1996• MOBILIDADE URBANA: LIÇÕES DA EXPERIENCIA EMAGLOMERADOS DE MÉDIA/GRANDE DIMENSÃO -Comunicação apresentada ao II EncontroIberoamericano de Engenharia Civil e Construção, S.Salvador da Baia, Brasil 25/27 Abril 1994• EXPANDING HORIZONS, Report by the Comité desSages for Air Transport to the European Commission,January 1994, European Commission, Directorate-General of Transport, Brussels .• AS OBRAS QUE ESTÃO A MUDAR PORTUGAL,Edição do Ministério das Obras Públicas Transportes eComunicações (MOPTC), Março de 1990• UM CONTRIBUTO PARA O BEM-ESTAR SOCIAL,(Opiniões sobre multiplas questões, de Construção,Transportes e Telecomunicações)- Edição doMinistério das Obras Públicas Transportes eComunicações (MOPTC), Volume I (1986) e Volume II(1987),, • A LIBERALIZAÇÃO DO MERCADO DOS TRANS-PORTES E A POSIÇÃO DAS EMPRESAS FERROVIÁRIAS-Comunicação nº34 ao II Colóquio Nacional dosTransportes, Lisboa, Janeiro de 1970• A COORDENAÇÃO DOS TRANSPORTES: “O EXERCI-CIO DE UM PRINCIPE ILUMINADO” Lisboa 1963,Edição do autor.• Vários artigos de opinião em jornais e Revistas.

1. Esta comunicação toma como casoem análise, os Transportes na ÁreaMetropolitana de Lisboa (AML) e asua evolução na 2 ª metade doSéculo XX. E, quando se ocupa dofuturo, procura deduzir as perspec-tivas que se oferecem em cenáriosplausíveis e prováveis.

2. Na AML provou-se, como noutroslados que o Ordenamento doTerritório e os Transportes, inter-agem, num processo de feed-back .Mas se a intervenção nos PoderesPúblicos se revela necessária noOrdenamento ela é supletiva nosTransportes.

3. Na AML actua um complexo deinstituições e de Operadores detransportes que actuam de acordocom a conveniência de cada um,mas sem que um Plano Directoresteja consolidado.São vários os Municípios que actu-am no ordenamento do trânsito ena elaboração de Planos DirectoresMunicipais, enquanto uma Comis-são Coordenadora intervém noPlaneamento da Regional.Uma série de empresas públicas (CP, REFER, CCFL, TT, ML) e outrasentidades públicas (Municípios, IEP,APL e APSS) bem como empresasprivadas (FERTAGUS, LUSOPONTE,BRISA e vários Concessionários delinhas regulares de autocarros emúltiplos operadores de trans-portes de automóveis de aluguer)contribuem para a oferta de difer-entes modos e meios de transportespúblicos, quer no plano das infra-estruturas quer das prestações detransporte.O automóvel privativo inunda otodo o território urbano, agoranuma forma mais disciplinada doque acontecia na décadas de60/70/80, mas ainda longe do dese-jável.

4. Em várias ocasiões ao longo doperíodo que estamos a comentar,existiram iniciativas que mereciammelhor destino do que tiveram.

As que consideramos mais salientesestão no transparente IIO que lhes aconteceu caracterizauma espécie de “revolução aborta-da” que pensamos ser resultadodos Poderes Públicos, em assuntosque requerem tempo, olharemmais para o curto prazo e para osciclos eleitorais, de que para olongo prazo (quem concebe, podenão concretizar; e quem concretizapode não inaugurar..)

5. O primeiro grande choque nostransportes da AML ocorreu com aelectrificação da linha ferroviáriade Sintra e da linha do Norte atéAzambuja.Desse investimento, e do materialcirculante então adiquirido, resul-tou um aumento significativo dacapacidade de transporte nos aces-sos radiais a Lisboa. Com esseaumento, surgiu a rápida con-strução habitacional em todos osarredores da cidade, então servidospelo transporte ferroviário reno-vado.Mas o salto de capacidade, gerouum golpe de boomerang e, passa-dos alguns anos, esgotou-se acapacidade e gerou-se o conges-tionamento ferroviário na linha deSintra (e de Cascais) As décadas de 70/80 foram penosaspara os caminhos de ferro subur-banos da cidade de Lisboa.E os dormitórios criados nosarredores, complicaram a situação.E o automóvel privativo foi asolução para muitos cujos rendi-mentos familiares vinham aumen-tando ao longo nos anos.

6. Em 1958 entrou em exploração doMetropolitano de Lisboa (ML) e asua gradual expansão foi demasia-do lenta.O dimensionamento inicial de com-posições de 2 carruagens foi insufi-ciente.E a passagem para as 4 carruagens,cumulativamente com a expansãoda rede, impunha recursos finan-ceiros que não apareceram na

Page 72: Revista FERXXI - 4º Congresso Nacional - Conclusões

60 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

medida nem na modalidade adequadas (problemaque, em parte, subsiste ainda hoje). Repara-se que entre 1972, quando entrou em serviço aestação de Alvalade e 1987, quando abriu a estação deCidade Universitária, foram 15 anos sem expansão da rede.

7. A CCFL reduziu o número de eléctricos e só não acaboucom eles, dados os mais elevados custos de explo-ração/lugar oferecido serem mais elevados que os dosautocarros, porque o Ministério da tutela o impediu.A retoma em anos mais recentes dos Eléctricos rápidos (e a política de crescimento nos transportes em leitopróprio) é um sinal de inversão de uma situação passada.E não pode ignorar-se quanto a velocidade comercialnos autocarros tem sido condicionada pela presença nacidade de tamanho número de automóveis, apesar deterem sido estabelecidos algumas faixas de circulaçãoapenas para veículos de transporte público.

8. A situação em que se caiu, na AML, após meio século,no que tem de essencial e merece redobrada atençãopode, no meu entender destas coisas, ser sintetizadada forma seguinte :

➞ Planeamento inconsequente;➞ Ordenamento territorial descompensado: falta habi-

tação na cidade e faltam locais de trabalho nosarredores

➞ Trombose urbana causada pelo automóvel➞ Déficts financeiros nos Operadores públicos➞ Ausência de intervenção nos Poderes Locais, receando

os encargos financeiros que uma reversão da situaçãolhes poderiam causar (a teoria do “presente envene-nado”);

➞ Enviezamento da concorrência inter-modal e intra-modal

Transparente I

CLRA=CONCESSIONÁRIOS DE LINHAS REGULARES DE AUTOCARROSALP=AUTOMÓVEIS LIGEIROS DE PASSAGEIROS

Page 73: Revista FERXXI - 4º Congresso Nacional - Conclusões

614º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

ORDENAMENTO NA AML

➞ PLANO DIRECTOR DE LISBOA/1958

(PERDIDO, COMO O PARECER DO PROF. PEREIRA DE MOURA)

➞ COMISSÃO REGIONAL DE TRANSPORTES (1973)

(UM BRILHANTE PARECER DO ENGº CANTO MONIZ QUENINGUEM SEGUIU)

➞ O 1º PROTAML (1991)

(MORTO À NASCENÇA)

➞ OS PDM´S NOS CONCELHOS DA AML (1989-1993)

(A PRESSÃO NOS FUNDOS COMUNITÁRIOS)

➞ OS ESPAÇOS VERDES E OS REGIMES HIDRAULICOS

(OS AVISADOS CONSELHOS DO ARQº RIBEIRO TELES)

➞ A LBTT E A COMISSÃO METROPOLITANA DE TRANS-PORTES (1990)

(ACORDAR DE SONO PROFUNDO ? )

➞ O 2º PROTAML (2002)

(RENOVADAS ESPERANÇAS)

Transparente II

Transparente III

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62 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

COMENTÁRIOS AO PASSADO

➞ A TROMBOSE URBANA FOI FENÓMENO MUNDIAL EERA INEVITÁVEL

➞ A INTENSIDADE DA EMIGRAÇÃO PARA AS CIDADES

➞ A MELHORIA DOS RENDIMENTOS DAS FAMÍLIAS

➞ A ACESSIBILIDADE MÁXIMA PROPORCIONADA PELO AUTO-MÓVEL

➞ OS MENORES CUSTOS DE HABITAÇÃO NAS ÁREAS SUBUR-BANAS

➞ O ABANDONO DA AGRICULTURA TERÁ ESTABILIZADOE AS CIDADES DA PROVÍNCIA AUMENTARAM A SUAATRACTIVIDADE E IMPEDEM EXTRAPOLAÇÕES DOPASSADO PARA O FUTURO.

➞ OS TRANSPORTES PÚBLICOS MELHORARAM, MAS MUI-TO LENTAMENTE, OS PADRÕES DE QUALIDADE.

➞ O POTENCIAL DE TRANSPORTE DOS CAMINHOS DEFERRO, QUANDO NÃO CRESCEU, MANTEVE-SE;

➞ O NÚMERO DE PASSAGEIROS TRANSPORTADOS POR M2 DESOLO UTILIZADO É, DE LONGE, O MAIS ELEVADO ;

➞ A UTILIZAÇÃO DE CARRUAGENS DE 2 PISOS AUMENTOU ACAPACIDADE OFERECIDA;

➞ A FREQUÊNCIA DAS CIRCULAÇÕES TEM AUMENTADO

BASES PARA O FUTURO

➞ ESTABILIDADE E RIGOROSO CUMPRIMENTO DOS PDM’SHARMONIZADOS COM OS PROTAML

➞ O AMBIEMTE EXIGE CUIDADOS: O CO2 É O INIMIGONº1

➞ QUEM SE SERVE DOS TRANSPORTES É QUEM OS DEVEPAGAR

➞ AJUDAS DE ESTADO ÀS EMPRESAS, LIMITADAS À COM-PRA DE PRESTAÇÕES DE SERVIÇO PÚBLICO QUANTITA-TIVAMENTE AVALIADAS, E PAGAS ATRAVÉS DE IMPOS-TOS LOCAIS.

➞ QUEM NÃO TEM RENDIMENTOS COMPATÍVEIS COM ASDESPESAS DE TRANSPORTE DA PROFISSÃO, DEVE TERAPOIO DA SEGURANÇA SOCIAL.

➞ MAIOR PRESENÇA DOS CAMINHOS DE FERRO NASRADIAIS SUBURBANAS E NAS LIGAÇÕES URBANAS DEGRANDE INTENSIDADE DE TRÁFEGO.

➞ AUTORIDES METROPOLITANAS, EM LISBOA E NOPORTO, ALÉM DE ORDENAR O TRÂNSITO DEVEMREGULAR OS TRANSPORTES NAS RESPECTIVAS ÁREAS(REGULAÇÃO ECONOMICA+TÉCNICA)

➞ O OE DEVE COMPARTICIPAR NO FINANCIAMENTO DASINFRAESTRUTURAS.E, QUANTO A APOIOS FINACEIROS, POUCO MAIS...

Transparente IV Transparente V

Transparente VI

EVITANDO AS CONSEQUÊNCIAS,ATACANDO AS CAUSAS

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634º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Financiamento do Transporte Público Urbano: Entre a concorrência e o apoio da Administração Pública

João Marrana e Pedro Morais

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64 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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654º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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66 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

O Actual Regime de Concessões das AMT’s e as Perspectivas de Evolução

Jorge Jacob

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674º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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68 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Sessão C

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694º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Introdução

É, hoje, comummente aceite que omodo ferroviário tem um papel decisi-vo no contributo para o equilíbrio dobinómio mobilidade/acessibilidade,nas grandes áreas metropolitanas. Noentanto, tal pressupõe a oferta deserviços de transporte atractivos, comelevados atributos de frequência,rapidez, segurança e conforto, o queimplica por sua vez o acesso a umainfraestrutura ferroviária de elevadadisponibilidade e performance.Consciente desta realidade, a REFERassumiu o compromisso de desen-volver uma cultura da Qualidade ori-entada para a satisfação de todas aspartes interessadas (clientes, colabo-radores, fornecedores e sociedade emgeral) a custos optimizados (satisfaçãodo accionista - Estado).

Caracterização da empresa

• Enquadramento HistóricoA REFER, E.P.E. , criada pelo Decreto -Lei nº 104/97 de 29 de Abril, surge nalinha de evolução da política comu-nitária de distinção entre as activi-dades de transporte ferroviário e de

gestão da infraestrutura ferroviária,competindo-lhe a gestão da RedeFerroviária Nacional nas suas ver-tentes de construção, conservação, egestão de capacidades, até entãodesempenhadas pela CP - Caminhosde Ferro Portugueses, EP.

• A Actividade de Negócio. Cadeia devalorNa nova configuração do sector fer-roviário nacional, compete à REFERassegurar a comercialização da utiliza-ção da infraestrutura ferroviária juntodo mercado, recorrendo ao conceito detaxa de uso cobrada aos operadoresferroviários, competindo ao InstitutoNacional do Transporte Ferroviário(INTF) a regulação do sector.Em termos genéricos, pode-se repre-sentar o sector ferroviário nacional deacordo com a figura 1.

A gestão dos vários interesses subja-centes e a consequente necessidadede satisfação das diversas entidadesenvolvidas, gera o aparecimento deuma cadeia de valor, de acordo com arepresentação esquemática da Fig. 2 .

Esta representação foca a procura e aoferta geradas no mercado fer-roviário, enfatizando as ligações que

Qualidade Mais na REFER

Pitacas Leonardo

FLORINDO PITACASLEONARDO

• Licenciatura em EngenhariaElectrotécnica "ramo Teleco-municações e Electrónica" peloInstituto Superior Técnico - 1972

• Mestrado em Gestão daQualidade Total nos Serviços,conferido pela UniversidadePolitécnica da Catalunha - 2000

• Curso de Altos Estudos deTransportes (ISTP) - 2000

• Técnico de Sinalização da CP -1975

• Chefe da 7ª Área de Instala-ções Fixas da CP - 1984

• Director da Equipa de Moder-nização da Linha do Norte -1989

• Director Técnico do Projectoda Linha do Norte - 1998

• Director da Área da Qualidadeda REFER - 2000

• Director de Auditoria eSistemas da Qualidade daREFER - 2002

Fig. 1 - Envolvente de Mercado do Sector Ferroviário Nacional

Page 82: Revista FERXXI - 4º Congresso Nacional - Conclusões

70 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

se estabelecem entre as várias entidades envolvidas.Assim, os passageiros e as empresas, clientes finais dacadeia, necessitam de mobilidade, essencialmente com osatributos de rapidez, segurança e conforto. Esta procuraé assegurada pela prestação dos operadores ferroviários,mediante a oferta do serviço de transporte. A prestaçãodeste serviço pressupõe determinados requisitos, comosejam a disponibilidade e a performance, da infraestrutu-ra ferroviária, assegurada pela REFER que por sua vezrecorre aos seus fornecedores a quem compra bens eserviços com determinados requisitos de qualidade.

• Visão, Missão e Política da QualidadeTendo em conta o objectivo de proporcionar ao mercadouma intraestrutura ferroviária de elevada disponibilidadee performance, a REFER definiu a sua Visão e Missão:

VISÃO:A REFER será uma referência europeia na gestão dainfraestrutura ferroviária.

MISSÃO:Construir, conservar e explorar a rede ferroviárianacional, com eficiência e eficácia, garantindo qualidade,fiabilidade e segurança, protegendo o ambiente e con-tribuindo para a maior utilização do Caminho de Ferro.

Em alinhamento com aqueles conceitos a REFER definiu asua Política da Qualidade

POLÍTICA DA QUALIDADE: A REFER, no âmbito da sua actividade de negócio, com-promete-se a desenvolver uma cultura da Qualidade, con-substanciada na implementação dum Sistema de Gestão

da Qualidade, orientada para a satisfação dos seusclientes, colaboradores, fornecedores, e sociedade emgeral, baseado na melhoria contínua, a custos optimiza-dos.Esta Política será materializada através dos ObjectivosEstratégicos seguintes:

1 - Utilizar todos os recursos necessários para garantir queo serviço e os processos que realizamos são seguros,fiáveis e cumprem estritamente todas as especificações ,normas e códigos que lhes sejam aplicáveis.

2 - Colaborar empenhadamente com os nossos clientes,quer internos quer externos, na melhoria contínua doserviço prestado.

3 - Limitar a um mínimo as situações de não conformi-dade, adoptando uma atitude orientada para a Pre-venção, tendo em conta a relação custo - qualidade ea satisfação do cliente.

4 - Promover o desenvolvimento dos colaboradores nosentido da obtenção de elevados níveis de desempe-nho, bem como a sua participação e envolvimento nocumprimento dos objectivos.

5 - Fomentar o pensamento criativo, a aprendizagem per-manente e as actividades de "benchmarking" comocondições de desenvolvimento duma cultura de me-lhoria contínua e de inovação

6 - Incentivar, colaborar e estabelecer relações de con-fiança com os nossos fornecedores que conduzam àmelhoria contínua das suas prestações.

7 - Optimizar permanentemente o processo global degestão da rede ferroviária nacional, mediante umaestratégia orientada para alcançar e manter umaposição de referência a nível europeu na gestão dainfraestrutura ferroviária.

Fig. 2 - Cadeia de valor do Sector Ferroviário Nacional

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714º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

• Organização

Para assegurar o cumprimento da sua missão e dos objec-tivos subjacentes à sua criação, a REFER dotou-se de umaestrutura orgânica que pretende dar resposta às exigên-cias do mercado e que se encontra definida no Manual daOrganização.

Tendo em conta o conjunto de processos necessários àprossecução da actividade da REFER, é possível represen-tar a cadeia de valor intrínseca à organização, eviden-ciando as actividades "core" inerentes, bem como todo oconjunto de actividades de suporte, que possibilitam adisponibilização da infraestrutura aos operadores.

Sistema de Gestão de Qualidade

• A norma NP EN ISO 9001:2000 e a abordagem porprocessos

A norma NP EN ISO 9001:2000 preconiza para as organiza-ções a adopção de uma abordagem por processos com oenfoque na satisfação do cliente e na melhoria contínua.

Para que uma organização funcione de forma eficaz,necessita de identificar e gerir numerosas actividadesinterligadas, constituindo processos. Podemos, então,definir processo como o conjunto de actividadesnecessárias para transformar uma entrada (input) numasaída (output), aplicando recursos e de forma controladapor um procedimento. Frequentemente a saída de umprocesso constitui directamente a entrada do(s)seguinte(s).

A identificação e gestão sistemática dos processos daorganização e as interacções entre eles constitui uma"abordagem por processos".

NP EN ISO 9001:2000

• SGQ da REFER - O Projecto Piloto da Zona Operacionalde Conservação de Lisboa (ZOCL).

Uma das vertentes utilizadas pela REFER para opera-cionalizar a sua Política da Qualidade foi a Imple-mentação de um Sistema de Gestão da Qualidade, segun-do a Norma de referência NP EN ISO 9001:2000, o qualcomeçou numa área piloto - Zona Operacional deConservação de Lisboa -, prevendo-se a sua expansão pro-gressiva a outras áreas da empresa. A fase de Concepçãodo SGQ na ZOCL teve o seu arranque no início de 2001,encontrando-se, actualmente, em fase de implementaçãoe consolidação, prevendo-se alcançar a respectiva certifi-cação a breve prazo. A ZOCL é uma estrutura orgânica da Direcção deConservação e Manutenção que tem a seu cargo, basica-mente, a manutenção da infraestrutura ferroviária daárea metropolitana de Lisboa.

Fig. 3 - Cadeia de valor da REFER

Fig. 4 - Processo(Fonte: ISO/CD2 9000:1999)

Fig. 5 - Modelo de um Sistema de Gestão de Qualidade baseadoem processos

Fig. 6

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72 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

• Estrutura da Qualidade

A gestão do SGQ é assegurada por uma estrutura deComissões da Qualidade interligadas que, face ao estádioactual de desenvolvimento do Sistema tem a configu-ração indicada na fig. 7 .

A CEQ é presidida pelo Presidente do Conselho deAdministração, integrando os restantes membros doConselho e os Directores de 1º nível. As outras Comissõesda Qualidade são presididas pelos Directores dos órgãosrespectivos, integrando as chefias hierárquicas de nívelseguinte. Com vista a facilitar a comunicação, asComissões da Qualidade apresentam uma ligação em cas-cata, através de alguns membros comuns entre si.

• Os Processos do SGQ da ZOCL

O Sistema de Gestão da Qualidade da ZOCL está conce-bido de modo a satisfazer os requisitos da Norma NP ENISO 9001:2000, com realce na focalização no cliente e namelhoria continua e adoptando uma abordagem proces-sual da actividade.

Neste sentido, foram identificados e procedimentadosnove processos dos quais, alguns se desdobram em sub-processos, numa óptica sistémica, dando existência a umarede de processos. Nesta rede estão também integradosos processos do Módulo PM do Sistema SAP relativo àgestão integrada da Conservação já em operação naZOCL.

A actividade da ZOCL caracteriza-se por um conjunto deprocessos sequenciais cuja interligação se indica na fig. 9• Sistema de Gestão da Qualidade (PQ/01)

Trata-se do processo cujo procedimento providencia asorientações para a elaboração da documentação do SGQ,sua disponibilização aos colaboradores e respectivo con-trolo.A documentação do SGQ é disponibilizada aos colabo-radores através do portal REFER online.

• Responsabilidade da Gestão (PQ 02)

O compromisso da gestão de topo é evidenciado atravésdeste processo, garantindo-se a existência de uma Políticada Qualidade e objectivos estratégicos, sendo a sua divul-gação efectuada através de canais de comunicação formais.

Adicionalmente, garante a avaliação da eficácia e eficiên-cia do funcionamento do SGQ, através da revisão doSistema o que permite a sua constante adequação àsmudanças do mercado, realidades da empresa e exigên-cias normativas.

• Gestão de Recursos (PQ 03)

A gestão de topo, através dos canais de comunicaçãoinstituídos, toma consciência das necessidades da empre-sa, disponibilizando os recursos necessários às suas activi-dades e à sua melhoria.No âmbito da actividade da ZOCL tais necessidades são asse-guradas, em termos quantitativos e qualitativos, comoforma de garantir a prestação do serviço de manutenção.

Fig. 7 - Estrutura da Qualidade

Fig . 8 - Correspondência entre secções da Norma e Proce-dimentos da Qualidade

Fig . 9 - Interligação processual do SGQ da ZOCL

Fig. 10 - Documentação do SGQ

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734º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Relativamente aos recursos humanos a ZOCL identifica assuas necessidades de formação através da avaliação dedesempenho que realiza aos seus colaboradores. Após aconcretização do Plano de Formação, a ZOCL avalia aeficácia das acções empreendidas.É também identificada e mantida a Infraestrutura (edifícios,espaços de trabalho e meios associados, equipamentos, hardware, software etc.) e as condições de Ambiente de trabalho.

• Relacionamento com o Cliente (PQ 04)

A ZOCL, através de acções conjuntas com outros órgãos daREFER, estabeleceu as linhas de orientação necessárias àcorrecta compreensão das necessidades dos seus clientes(Exploração, outros Clientes Internos e Terceiras Entidades),as quais constituem "inputs" para o desenho do seu Planode Manutenção. Este Plano constitui uma das peças funda-mentais de um Protocolo que a ZOCL estabelece, anual-mente, com a Exploração, seu principal cliente.A ZOCL estabeleceu canais de comunicação com os seus clientes,por forma a avaliar a sua satisfação, no que concerne à prestaçãodo serviço, e no sentido de garantir o desencadeamento deacções provenientes de reclamações, cujo registo e tratamentoconstitui um dos sub-processos do Sistema.

• Concepção e Desenvolvimento (PQ 05)

Este processo compreende as etapas de concepção e desen-volvimento do serviço de manutenção a prestar, desde aselecção da informação a ser utilizada ("inputs") até à elabo-ração do Plano de Manutenção. A elaboração deste Plano exigeuma grande interacção entre a ZOCL e os seus clientes,nomeadamente a Exploração, tendo em conta os condiciona-mentos da utilização da infraestrutura que o mesmo pressupõe.

• Compras (PQ/06)

Este processo desdobra-se em cinco sub-processos -empreitadas, prestação de serviços, aquisição de equipa-mentos, aquisição de materiais e avaliação de fornece-dores - , através dos quais a ZOCL assegura que o produ-to ou o serviço solicitado estão em conformidade com osrequisitos especificados.

• Programação e Execução (PQ/07)

Trata-se do conjunto de processos, através dos quais aZOCL evidencia a produção e o fornecimento do seuserviço sob condições controladas. Estes processos sãoessencialmente regulados pelo Normativo Técnico.

• Controlo dos Equipamentos de Monitorização eMedição (PQ/08)

Através deste processo são controlados os equipamentos demedição e monitorização, em especial daqueles de que dependea garantia do estado da infraestrutura ferroviária, garantindo-sea sua identificação e calibração bem como outros aspectos comoo seu manuseio para salvaguardar a sua integridade.

• Medição, Análise e Melhoria (PQ/09)

A ZOCL assegura a monitorização da sua actividade,nomeadamente no que diz respeito à satisfação docliente e à monitorização e medição dos processos e doserviço, recorrendo a metodologias adequadas e à real-ização de auditorias ao SGQ. Recolhe e trata informaçãoapropriada para avaliar a adequação e a eficácia do SGQ.

Nesta perspectiva estão definidos objectivos mensuráveispara os processos relevantes do SGQ, aos quais se associ-am indicadores de performance adequados que per-mitem avaliar o seu grau de concretização.

• Dono do Processo

No âmbito do SGQ foi criada a figura de "dono do proces-so". Para cada processo do Sistema foi designado orespectivo "dono" a quem compete zelar pela sua imple-mentação e melhoria contínua, sem necessariamenteassumir responsabilidade hierárquica sobre os colabo-radores envolvidos no processo.

Conclusão

O SGQ implementado na Zona Operacional de Conser-vação de Lisboa, constitui-se como um instrumento degestão suportado numa filosofia de gestão por processoscom o enfoque no cliente e na melhoria contínua.Efectivamente o sistema de processos, desenhado de acor-do com os requisitos da NP EN ISO 9001: 2000, e as respec-tivas interacções deverão ser geridos de modo a perseguira concretização dos objectivos definidos para cada proces-so, com base na análise do comportamento dos indi-cadores de performance associados. Os resultados destaanálise deverão despoletar acções, com responsáveis e"timings" definidos, tendentes a alcançar a melhoria dodesempenho dos processos. Neste ciclo de melhoria con-tínua os "donos dos processos" têm um papel fundamen-tal, dado que ao terem uma visão global das actividadesque os compõem, das suas interacções e dos contributosdos diferentes responsáveis que neles participam, estãoem posição privilegiada para detectar oportunidades demelhoria.

A expansão progressiva do SGQ a outras unidades orgâni-cas da estrutura da REFER, será um importante contributopara o efectivo desenvolvimento de uma cultura daQualidade na empresa.

KPI - Indicadores de Performance - Exemplos

• Índice de disponibilidade da infraestrutura• Tempo médio de reparação de anomalias• Grau de cumprimento do Protocolo ZOCL/Exploração• Custo de utilização da frota• Tempo médio de resolução de reclamações• Valor médio da classificação global de fornecedores• % de sugestões de oportunidades de melhoria implementadas• Grau de eficácia do Plano de Formação realizado

Fig. 11

OBJECTIVOS DA QUALIDADE DA ZOCL para 2003

• Certificação da Zona Operacional de Conservação de Lisboade acordo com o referencial normativo NP EN ISO 9001 : 2000

• Redução do numero de anomalias em 10%• Redução do Orçamento de Exploração em 5%• Implementação dos Indicadores de Produção para definição dos

Tempos Médios de Resposta e de Reparação de Anomalias

Fig. 12

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Compatibilidade do material circulante com a infra/estrutura da REFER

Paulo Godinho Gonçalves

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Irei tentar abordar, embora de uma forma muito breve,sobre o papel fundamental que a Arquitectura deverádesempenhar enquanto elemento orientador de umaperfeita mobilidade entre os vários meios de transporte,naturalmente sem desprimor relativamente à importân-cia das demais disciplinas intervenientes.

Assim, e à medida que o sistema de transportes se densi-fica e evolui, são principalmente as ligações entre osvários módulos de transporte e já não os meios de trans-porte por si, que assumem o papel predominante no mel-horamento da Acessibilidade.

E esse papel é neste caso representado pela PlataformaIntermodal ou simplesmente pelo Interface, como ele-mento orientador e a sua definição é fundamentalmentedo domínio da Arquitectura.

Por um lado, o constante aumento da população bemcomo a sua massificação à volta dos centros urbanos de

grande densidade, tem criado interesse em torno dosmeios de transporte colectivo, como forma de resolver acrescente pressão de maior mobilidade, não só entre oscentros urbanos, mas nos centros urbanos em si mesmos.

Naturalmente e como todos nós constatamos, a utilizaçãodo automóvel como meio de transporte preferencial, criacongestionamentos constantes, em torno dos centrosurbanos e induz o cidadão ao uso dos transportes colec-tivos nas suas deslocações diárias.

Mas no entanto, esta opção faz-se mais pelo desconfortocausado pelos contratempos do transporte individual, doque pelos encantos e apelos do transporte colectivo.

Daí que, mobilidade, conforto e eficiência, serão osaspectos mais necessários para que os cidadãos usem osmeios de transporte público de forma continuada e nãoprocurem a outra alternativa que lhe resta, que é deslo-car-se no seu próprio veículo.

Estabelece-se assim, um princípio cujo cumprimento setorna fundamental entender:

"O cidadão deve utilizar os transportes públicos por essaser de facto a melhor opção, e não por ser uma escolhade um mal menor ".

No entanto, e para que isso aconteça de forma sustenta-da, é necessário criar uma cultura favorável à utilizaçãodo transporte público e à qual não é alheia a noção, porparte de todos os intervenientes activos, de que paraatrair os clientes há que fornecer, de uma forma integra-da, mobilidade, conforto e eficiência.

Por outro lado, o meio ferroviário, por conter a infra-estrutura mais pesada, torna-se assim o local preferencial,para onde acabam por convergir todos os outros meios

A Mobilidade e o TransporteMetropolitano e Regional

A Arquitectura nas Plataformas Intermodais

João Cachola

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854º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

de transporte, o que também se deve prioritariamente, àsua capacidade para deslocar grandes quantidades depassageiros.

É neste contexto que nos surge então o Interface ou aplataforma intermodal, como ponto de contacto e cruza-mento entre os diversos tipos de transporte e normal-mente em torno da Estação Ferroviária.

A plataforma intermodal, enquanto elemento central-izador de um sistema de transportes, não termina no seuespaço físico, transcende-se, relaciona-se com o meio emque se insere, determinando e condicionando os percur-sos, e acaba por ter um raio de interferência muito paraalém do edifício e sua envolvente.

Posto isto, torna-se então necessário definir tipologica-mente as formas como este espaço se vai constituir.

A Plataforma Intermodal como local de intercâmbio, epara poder transmitir uma imagem de eficiência,transparência e modernidade, tem necessariamente queser :

• acessível, • adaptável, • dinâmica,

• luminosa, • confortável, • com percursos bem definidos, inequívocos e

bem sinalizados e • possuir uma estética agradável e apropriada, • podendo até constituir-se como uma marca referencial

num meio urbano descaracterizado.

Mas, para que tal, aconteça é absolutamente necessárioque o transporte colectivo cumpra, por exigência dos uti-lizadores, alguns requisitos mínimos, que na sua ausênciacomprometerão necessariamente a mobilidade dos pas-sageiros:

A Acessibilidade é talvez dos factores mais importantes acontribuir para uma maior procura do transporte colectivo;

É também fundamental que a transferência entre osmeios de transporte se faça de uma forma rápida e clara,sem pontos de conflito no cruzamento dos passageiros.

A Pontualidade e Regularidade dos transportes é outrodos factores de extrema importância. Os horários devemser cumpridos, sob pena de originar maiores justificaçõespara a utilização do transporte individual.

O Preço é outras das variáveis fundamentais.O custo que o cidadão terá de pagar, deverá ser justo, eisto deverá ser visto tanto da perspectiva do utilizadorcomo na perspectiva da empresa de transportadora.

Os padrões de conforto no transporte colectivo tem nece-ssariamente de se aproximar - se não superar - os padrõesque o transporte individual proporciona.

Mas convém aqui realçar que o Conforto de que falamos,não se deve limitar ao meio de transporte em si, oConforto Estético, o terminal é muito importante e nãodeve ser desconsiderado.

Pois um espaço agradável, luminoso e que traduza umaimagem de progresso e modernidade colabora activa-mente na imagem global de organização e eficiência tãonecessárias à criação de uma cultura de utilização dotransporte colectivo.

Por ultimo a Segurança e a Informação são também fun-damentais.

Ou seja, é fundamental que tenhamos percursos seguros,claros com uma leitura fácil e imediata, para qualquer uti-lizador.

A falha de qualquer uma das variáveis referidas, ou detodas, naturalmente motiva e vai necessariamente impul-sionar a utilização do transporte individual.

No entanto, e como nem todas as variáveis de que falam-os são do domínio da arquitectura, põe-se a questão ;

Em que medida poderá então a arquitectura contribuirpara o melhoramento progressivo das plataformas inter-modais?

Importa, então, desenvolver um método que permita aconcepção dos interfaces de uma forma lógica e ordeira.

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86 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

O método para relacionar todas estas variáveis, implicanecessariamente uma abordagem numérica bastanteextensa e cuidada e com o recurso sistemático a elemen-tos de teste, com o objectivo de se atingir uma únicaimagem que simbolize a estação e cuja tradução em ele-mentos arquitectónicos, possa ser praticamente imediata.

O rigor na definição do futuro interface terá obrigatori-amente que ser elaborado de forma multidisciplinar.

Daí que os dados estatísticos a coligir, terão de incluir:. O número de passageiros e o numero de comboios pre-visto; • De onde vêm e para onde pretendem ir; • De que meios de transporte são provenientes; • Que tempo estão dispostos a esperar que tempo de

viagem toleram;• Quanto tempo de transbordo aceitam; • Que serviços necessitam ; • E quanto estão dispostos a pagar.

A velocidade a que se deslocam os passageiros nos átrios,nos acessos e nas plataformas, onde e como se cruzam,que espaço ocupam, individualmente ou em conjunto?

Como se relacionam os diversos fluxos de passageiros,quais as zonas de congestão dentro do interface, quecomércio e serviços são realmente necessários implemen-tar e sua localização?

Deverão ser avaliados os percursos tipo, deverão ser dis-tinguidos os passageiros experientes dos inexperientes,num determinado percurso, deverá ser antecipada e sim-ulada a sua passagem pela estação (sendo naturalmentemais demorada para quem não conhece o local).

Deverão ser avaliadas não só as distâncias psicológicas dospercursos, consoante a hora do dia (passageiros maisapressados de manhã, naturalmente menos pressionadosà tarde), mas também todas as variáveis quantificáveis :

• a quantidade de luz existente; • o ruído acústico e visual;• o excesso de informação visual da sinaléctica, da publi-cidade ou da multiplicidade de percursos;A quantidade de espaço disponível por passageiro, assimcomo as áreas virtuais inutilizáveis em torno de obstácu-los (como equipamentos, mobiliário, pilares, filas nas bil-

heteiras) devendo também serem confrontados os locaisde passagem e de permanência.

Fundamental, será também compreender como se orien-tam e se movimentam os passageiros deficientes, cegos,surdos ou imobilizados em cadeiras de rodas, e isto semnunca esquecer que qualquer cidadão dito "normal" terátambém a sua mobilidade condicionada ao transportargrandes volumes, ou empurrar um carrinho de bebé, ouapenas se não souber compreender a sinaléctica que selhe apresenta.

Este assunto, aliás, já há muito tempo que constitui umapreocupação permanente na nossa actividade, tendo sidoao longo dos últimos anos, tomadas medidas concretasno sentido de proporcionar a melhoria das condições deacessibilidade a todos os cidadãos com mobilidade condi-cionada e com a perfeita noção de que se proporcionar-mos boa acessibilidade a este grupo de cidadãos, todosserão beneficiados com esse facto.

De igual modo têm sido desenvolvidos trabalhos particu-larmente destinados a grupos específicos de deficientes.

A Refer, por exemplo, através de um protocolo com oSecretariado Nacional para a Reabilitação e Integraçãodas Pessoas com Deficiência, desenvolve presentemente eem conjunto com outras empresas de transportes, umestudo cuja finalidade visa garantir aos cegos, através douso de sistemas simples, de marcação de percursos nopavimento, uma mobilidade perfeitamente autónoma,sem contudo estar com isso a criar obstáculos aos estantesgrupos.

Afinal, podemos questionar, que implicações terão todasestas variáveis na definição arquitectónica do interface?

É fundamental criar uma metodologia com recurso sis-temático ao teste dos elementos projectados.

Será por isso prioritário, normalizar os princípios regu-ladores, enquanto que a normalização das soluções dedetalhe, poderá de alguma forma, ser secundarizada.

Isto é, interessa fundamentalmente definir os objectivosprincipais, enquanto as soluções particulares serão anal-isadas caso a caso.

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A análise conjunta de todos estes subsistemas e a suasobreposição, sintetiza-se num desenvolvimento em espi-ral, centrado em testes às várias fases do processo con-ceptual, com vista à sua melhoria continua, o que setraduzirá num produto final adequado às necessidades decada realidade.

No entanto, se por um lado, a materialização arquitec-tónica de tantas variáveis, exige um trabalho de depu-ração permanente, alguma experimentação e muitassoluções para cada caso.

Por outro, o estabelecimento dos princípios a implemen-tar, permite diminuir o número de possibilidades edecisões a tomar, tornando muito mais simples e efi-ciente o resultado final.

Como conclusão, pensamos que :

Com o eventual desenvolvimento do transporte fer-roviário em Portugal, sua densificação e interligação aoutros modos de transporte, tornar-se-á tambémnecessário desenvolvermos os nossos próprios conceitosde plataformas intermodais e interfaces, com o objectivode tornar o transporte público mais atraente.

Importa pensar que a qualidade arquitectónica, ou faltadela, num espaço público, como um interface intermodal,condiciona, enaltece ou transtorna a nossas relações

humanas no seu quotidiano, consoante se revela adequa-do à utilização que se lhe pretende dar, ou não.

E naturalmente em ultima instância, pensamos que aArquitectura deverá contribuirá também, com o seu quin-hão de importância, para o cumprimento do objectivoque se pretende.

Proporcionar um bom serviço de transportes e permitir aocidadão, que por sua melhor opção e de livre vontade,possa deixar o carro em casa.

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A Modernizaçãoda Linha de Sintra

Carla Salgado e Filipe Amorim

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914º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Enquadramento

O Concurso Público Internacional paraadjudicação, em regime de Concessão,do Projecto, da Construção, doFornecimento de Equipamentos e deMaterial Circulante, do Financiamento,da Exploração, da Manutenção e daConservação da Totalidade da Rededo Metropolitano Ligeiro da MargemSul do Tejo foi lançado em 23 deSetembro de 1999, tendo-se realizadonos termos do Decreto – Lei nº 337/99de 24 de Agosto.

A Fase de Negociação decorreu entreMaio de 2001 e Fevereiro de 2002, edurante a mesma foram os concor-rentes chamados a integrar na suaProposta o “Projecto de Requa-lificação do Espaço Canal do Metro Suldo Tejo e dos Espaços PúblicosAdjacentes”, entretanto desenvolvidopelas Câmaras Municipais de Almadae do Seixal.

Em Março de 2002 a Concessão foiadjudicada ao Concorrente MTS sendoa Sociedade Concessionária MTS –

Metro, Transportes do Sul, SA consti-tuída em Abril de 2002.

A empresa tem como accionistasJoaquim Jerónimo, Lda., (empresamãe do Grupo Barraqueiro), respon-sável pelo fornecimento do equipa-mento de bilhética, pela operação emanutenção das infra-estruturas ematerial circulante, Teixeira Duarte,Mota & Companhia, Engil e Sopol,responsáveis pela construção dasinfra-estruturas de longa duração dasua especialidade, Siemens e Meci,sendo a Siemens a construtora efornecedora do material circulante eresponsável pelo equipamento demanutenção e, em conjunto com aMeci, responsável pelas infra-estru-turas eletromecânicas de longaduração.

O Contrato de Concessão foi assinadoem 30 de Julho de 2002, tendo oprazo da Concessão, (30 anos), tidoinicio em 12 Dezembro de 2002 com aemissão da Declaração de ImpacteAmbiental do 2º Estudo de ImpacteAmbiental a que o Projecto foi sub-metido.

ANA CRISTINA TORRESVASCONCELOS CARDOSO

FILIAÇÃO :Henrique Manuel MirandaVasconcelosRita Maria Ferreira TorresVasconcelosDATA NASCIMENTO:23.Jun.1967NACIONALIDADE : PortuguesaMORADA:Rua Professor Azevedo Gomes, 62830-205 BARREIROTELEFONE: 212 154 244ESTADO CIVIL : CasadaB. IDENTIDADE :7994517 de20.11.01 Lisboa

FORMAÇÃO ACADÉMICA

Licenciada em Estatística eInvestigação Operacional, em 1992,pela Faculdade de Ciências de Lisboacom média final de 14 valores(catorze valores).Curso de especialização “ProgramaAvançado de Marketing” (FEV. a JUN.de 1996), ministrado pelo InstitutoPortuguês de Administração eMarketing, com classificação final deMuito Bom.Pós-Graduação em “Altos Estudosde Transportes”, em 1999, peloInstituto Superior de Transportescom média final de 16 valores(dezasseis valores).

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Participação em vários eventos, rela-cionados com as actividades que fuidesenvolvendo na empresa ondetrabalho, e ao sector do transportepúblico de passageiros.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Após o estágio de licenciatura real-izado na Empresa Barraqueiro noâmbito do projecto GIST, prosseguina mesma empresa na divisão deplaneamento (Set.92 a Nov.93)tomando contacto com indicadoresde gestão, exploração e económicosespecíficos da actividade do trans-porte público de passageiros.Entre Nov.93 e Mar.95 fui responsáv-el pelo sector de exploração da zonasuburbana de Santo António dosCavaleiros, tendo tido oportunidadede verificar na prática a dificuldadede planear e cumprir todo o movi-mento de exploração, bem como, deplanear e acompanhar o cumprimen-to do orçamento do centro.Desde Mar.95 desempenho funçõesna Direcção Comercial do GrupoBarraqueiro, tendo como objectivoo acompanhamento, evolução eanálise da actividade de transportesexpressos, (Renex).Desde Nov. 99 que estou ligada aoprocesso do Metropolitano do Suldo Tejo, primeiro em fase de pro-posta, depois em fase de negoci-ação e presentemente em fase deconcretização .

O Projecto do MST - Metro Sul do Tejo

Cristina Vasconcelos

Área de Implementação

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92 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

A Rede de Metropolitano Ligeiro da Margem Sul do Tejo,desenvolver-se-á ao longo de três Concelhos, (Almada,Seixal e Barreiro), e em três fases:

1ª fase: Concelhos de Almada e Seixal ligandoUniversidade da Caparica, Cacilhas e Corroios;

2ª fase: Concelho do Seixal entre Corroios e Fogueteiro;

3ª fase: Concelhos do Seixal e Barreiro com ligações entreFogueteiro, Terminal Fluvial do Seixal, Terminal Fluvial doBarreiro e Apeadeiro do Lavradio, hoje explorado apenaspela CP.

A 1ª Fase da Rede De MetropolitanoLigeiro da Margem Sul do Tejo

A área de implantação da 1ª fase do Metro Sul do Tejoabrange parte dos Concelhos de Almada (Freguesias deAlmada, Cacilhas, Caparica, Cova da Piedade, Feijó, Laranjeiroe Pragal) e do Seixal (Freguesia de Amora e Corroios).

O projecto integra a execução dos trabalhos de requalifi-cação do espaço canal ao longo do traçado e a zona adja-cente ao mesmo, (designado por Plano de Requalificaçãodo Espaço Canal - PREC).

O PREC constitui um plano de requalificação urbana e foielaborado pelas Câmaras Municipais de Almada e Seixal,definindo um modelo de arranjo de espaços exteriores quecontempla espaços pedonais, tipo de pavimentos, tipo deestações, sistemas de iluminação, tipo de mobiliáriourbano, definição de espécies vegetais a implantar, etc...

O Metro Sul do Tejo é um metropolitano de superfície,eléctrico, que circulará nas principais artérias da cidade deAlmada, pela EN10 até Corroios e nas vias urbanas doMonte da Caparica, nomeadamente aproveitando otraçado da via alternativa ao Monte da Caparica.

O traçado foi definido pelas Câmaras Municipais deAlmada e Seixal e, nesta fase, consistirá em 3 linhas.

Linha 1: Cacilhas / Corroios

A Linha 1 tem inicio em Cacilhas e segue por 25 Abril, GilVicente, Forum Cultural, Câmara Municipal de Almada,

Mendes Pinto, Parque da Paz, Alfeite, Bento Gonçalves,Laranjeiro, Miratejo, Casa do Povo até Corroios.

Esta linha servirá 13 estações num total de aproximada-mente 7,207 Km de cumprimento, proporcionando corre-spondência com outros modos de transporte em Cacilhas,(ligação fluvial e rodoviária), Laranjeiro, (ligaçãorodoviária), e Corroios, (ligação ferroviária e rodoviária).

Linha 2: Corroios / Pragal

A Linha 2 tem inicio em Corroios, segue por Casa do Povo,Miratejo, Laranjeiro, Bento Gonçalves, Alfeite, Parque daPaz, Ramalha até Pragal .

Servirá 9 estações, num total de aproximadamente 5,861Km de via, proporcionando correspondência com outrosmodos de transporte em Corroios, (ligação ferroviária erodoviária), Laranjeiro, (ligação rodoviária), e Pragal, (lig-ação ferroviária e rodoviária).

Linha 3: Cacilhas / Universidade da Caparica

A Linha 3 tem inicio em Cacilhas, segue por 25 Abril, GilVicente, Forum Cultural, Câmara Municipal de Almada,Mendes Pinto, Ramalha, Pragal, Boa Esperança, Fomega,Monte da Caparica até Universidade.

Servirá 12 estações, num total de aproximadamente 6,638Km, proporcionando correspondência com outros modosde transporte em Cacilhas, (ligação fluvial e rodoviária), ePragal, (ligação ferroviária e rodoviária).

O Sistema Proposto

O presente projecto irá alterar, de forma radical, o sis-tema de transporte de passageiros na Margem Sul doTejo, na zona compreendida entre Corroios, Cacilhas e aUniversidade da Caparica, passando pelo interior dacidade de Almada e na proximidade das áreas urbanas doLaranjeiro, Miratejo, Corroios, Pragal e Monte daCaparica, pois constitui uma infra-estrutura de transportecolectivo com características estruturantes, inserindoqualidade no sistema, fruto da sua fiabilidade, modulari-dade, capacidade e frequência de circulação.

BarcosTranstejo

ComboioFertagus

ComboioFertagus

CACILHAS

25 DE ABRIL

GIL VICENTE

FORUM CULTURAL

• Linha 1 Cacilhas – Corroios13 estações7,207 km

• Linha 2 Corroios – Pragal9 estações5,861 km

• Linha 3 Cacilhas – Universidade12 estações6,638 km

CM DE ALMADA

MENDES PINTO

PARQUE DA PAZ

ALFEITE

RAMALHAPRAGAL

FOMEGA

UNIVERSIDADEBOA

ESPERANÇAMONTE DACAPARICA BENTO GONÇALVES

LARANJEIRO

MIRATEJO

CASA DO POVO

CORROIOS

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934º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Para além do efeito importante no sistema de trans-portes, este projecto possibilitará também o reordena-mento e requalificação do espaço urbano, o que resultaránuma melhoria substancial da qualidade ambiental e dasegurança de circulação.

O traçado foi desenvolvido com base em critérios deinserção urbana visando assegurar o bom funcionamentode um conjunto de elementos, tais como a circulaçãorodoviária, a circulação pedonal, o estacionamento, asparagens de autocarro e, de uma forma geral, o interfacecom outros modos de transporte.

O carácter estruturante deste projecto manifesta-se pelaintermodalidade criada com os modos rodoviário, (TST –autocarros que hoje asseguram a maioria das ligaçõesentre os dois Concelhos), ferroviário, (Fertagus – travessiado Tejo, ligando actualmente o Fogueteiro à linha de cin-tura ferroviária de Lisboa e, no futuro, o Fogueteiro aoPinhal Novo), e fluvial, (Transtejo – ligação ao Terreiro doPaço e ao Cais do Sodré), que se pretende:

– correcta do ponto de vista físico, no sentido de mini-mizar o impacte decorrente da eventual necessidade detransbordo adicional, com todos os benefícios associa-dos ao tempo de espera, e mudança propriamente dita,com nova procura de lugar sentado;

– correcta do ponto de vista tarifário, e de todo o sistemade bilhética subjacente, eliminando a necessidade depossuir mais um título de transporte e procurando satis-fazer todas as deslocações observadas, a preços atrac-tivos.

A tipologia de serviço teve em conta as estimativas deprocura, permitindo uma oferta com frequência de circu-lações adequada a um serviço com características urbanas:

– O período de exploração diário será das 05H00 às02H00, todos dias da semana, incluindo Domingos eFeriados. As horas de ponta, nos dia úteis, são de 3horas (06H30 – 09H30 / 17H00 – 20H00). O número deveículos por hora, nas horas de ponta da manhã ou datarde, e nos dois sentidos será:

Inverno (8 de Set. a 14 de Jul.) Verão (15 de Jul. a 7 de Set.)

Dias úteis SAB DOM Dias úteis SAB DOM

Linha 1 24 8 6 12 8 6Linha 2 12 8 6 12 8 6Linha 3 16 8 6 12 8 6

O tipo de material circulante adoptado, o modeloCombino® de piso 100% rebaixado, constituído por cincoelementos ligados por articulação, com um comprimentode aproximadamente 33 metros e uma largura de apro-ximadamente 2,65 metros, com capacidade para 225 pas-sageiros, é o que existe de mais adequado às característi-cas técnicas da infra-estrutura prevista.

Salienta-se ainda que na escolha do material circulanteforam também tomados em consideração aspectos comoa atractividade e o moderno design interior, a sobriedadenas linhas e o aspecto exterior, a flexibilidade e modula-

ridade dos vários elementos frontais e centrais consti-tuintes do veículo, bem como aspectos de naturezaeconómica, como sejam a aplicabilidade de componentesestandardizados, modulares e já comprovados noutrasaplicações, construções mecânicas recorrendo ao uso deligas leves de alumínio, obtendo assim uma optimizaçãodos custos de operação e manutenção.

O metropolitano circulará, em via dedicada, onde se si-tuam as duas vias de circulação, (circulação pela direita talcomo o tráfego rodoviário), com aproximadamente 7metros de largura, delimitada por uma guia sobrelevadarelativamente ao pavimento, a instalar nas rodovias exis-tentes. No entanto será possível a transposição desta guiapor veículos automóveis em situação de emergência.

A via terá um desenvolvimento ao mesmo nível da via decirculação rodoviária adjacente, exceptuando algunslocais, designadamente quando se verifica o atravessa-mento em viaduto.

Haverá cruzamentos de nível com o tráfego rodoviário eum sistema de comando de semaforização que atribui,em todas as situações, a prioridade ao metropolitano,garantindo assim um cumprimento rigoroso dos horáriosestabelecidos.

As estações serão de dois tipos: estações de cais central eestações de cais lateral com acesso através de caminhospedestres, equipadas com máquinas de venda de bilhetes,equipamentos de informação aos passageiros e sistemade vigilância vídeo.

O Posto de Comando e Controlo, (PCC), assim como todaa administração do sistema, estarão localizados no Parquede Material e Oficinas (PMO) no qual se efectuarão aindaa manutenção e recolha diária das composições.

A fase de construção do Metro Sul do Tejo terá diversostipos de intervenção que se divide em dois grupos – Obrasem Linha e Obras Pontuais.

As Obras em Linha visam o restabelecimento de serviçosafectados, (águas, esgotos, telefones, etc), a construçãoda plataforma de via e as paragens. As Obras Pontuaisdizem respeito à construção dos viadutos e do PMO.

Durante a construção existirão estaleiros de apoio à obra- um Estaleiro Central, que estará activo durante toda afase de construção e estaleiros de zona e de frente queoperarão em função dos locais de avanço da obra.

Procurou-se com este conjunto de infra-estruturas de longaduração e material circulante, uma solução harmónica quepermita, ao longo da vida da concessão, uma gestão, em ter-mos de manutenção e conservação, sem sobressaltos e comcustos adequados a uma exploração equilibrada do sistema.

O total do investimento associado ao Projecto MST seráde 320 milhões de Euros, correspondendo 55 milhões deEuros ao material circulante, equipamento do PMO ebilhética, e 38 milhões aos arranjos dos espaços exterioresdefinidos no PREC.

O arranque da fase de exploração está previsto para ofinal de 2005.

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94 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

As vantagens da Inserção do MST

O objectivo principal do MST é o transporte de pas-sageiros, proporcionando uma qualidade de serviço dife-renciada.

Esta qualidade será aferida pelo conforto da viagem, afrequência das circulações, a velocidade comercial dasdeslocações, a segurança oferecida nos veículos e estaçõese a disponibilidade geral do serviço.

Para assegurar a qualidade pretendida são fundamentaisos seguintes elementos:

– Uma frota adequada a veículos, (em qualidade e quan-tidade);

– Uma infra-estrutura bem dimensionada;– Um fornecimento fiável de energia eléctrica;– Um sistema de sinalização seguro, que permita o con-

trolo da circulação dos veículos e a prevenção da ocor-rência de possíveis acidentes;

– Equipamentos variados nas estações para informaçãoaos passageiros;

– Uma rede moderna de telecontrolo e telecomunicaçõespara supervisionar e controlar os sistemas;

– Zonas de depósito e oficinas adequadamente equipadaspara a manutenção e estacionamento dos veículos.

A franca melhoria dos níveis de acessibilidade provocadapelo Metro Sul do Tejo e pela sua articulação com osrestantes modos de transporte, (em particular com o EixoFerroviário Norte – Sul e com o Terminal Fluvial deCacilhas), terá impactes significativos no âmbito dodesenvolvimento do território e do dinamismo das activi-dades económicas em toda a área, nomeadamente:

– Melhoria geral das acessibilidades na Margem Sul e damobilidade da população em geral;

– Melhoria das acessibilidades a Lisboa, através da melhorarticulação entre os modos de transporte colectivo pro-porcionada pelo Metro Sul do Tejo;

– Poupança em tempos de percurso, com claras vantagenspara a economia da Região e do País.

– Acréscimo da capacidade e qualidade do transportecolectivo, com melhoria das condições de mobilidade;

– Maior conforto para os que utilizam actualmente o trans-porte colectivo;

– Criação de uma alternativa confortável e fiável ao trans-porte individual;

– Requalificação urbana dos arruamentos onde se desen-volve o Metro Sul do Tejo, com efeitos ao nível do orde-namento do espaço urbano, conforto e melhoria dapercepção estética.

Page 107: Revista FERXXI - 4º Congresso Nacional - Conclusões

954º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

1. Paradigmas, Perplexidades ePerspectivas

Paradigmas

Nos últimos trinta anos, a indústria informática tem alternado atónica entre os “servidores” e os “clientes” ou, noutros termos,entre o “centro” e a “periferia”. Do processamento em “batch”às aplicações “stand-alone” (um problema, uma aplicação), dafilosofia cliente-servidor à Internet, o foco (a moda, dirão uns)tem sido orientada em função dos desenvolvimentos em hard-ware, software e comunicações num dado momento disponíveis.

O paradigma da computação cliente-servidor, por exemplo,tornou-se possível com a fantástica proliferação dos micro-com-putadores e o relativo definhamento dos centros de informáticatradicionais. Era o fim anunciado dos “mainframes”…

Porém, a esta democratização/massificação no acesso ao podercomputacional, correspondeu também uma gigantesca fragmen-tação dos dados, para além do surgimento de dificuldades expo-nenciais na distribuição, instalação e manutenção de equipa-mentos e software que tornam cada “upgrade” um empreendi-mento hercúleo.

A Internet e a tecnologia do browser vieram impor-se nummomento em que as tensões do modelo cliente-servidor eram jámuito significativas provocando o ressurgir do modelo dasgrandes máquinas servidoras centrais (os novos mainframes quetiveram como grande evangelista a Sun Microsystems, com a suadivisa “Thin Clients, Fat Pipes, Big Servers”), desta vez apoiadasem poderosas redes.

É possível, e mesmo provável, que venhamos a assistir a novosmovimentos deste pêndulo que oscila entre o “cliente” e o“servidor”. Não nos surpreenderíamos que visões extremas comoa do “network computer” (apadrinhado pela ORACLE e tambémpela Sun) regressem um dia destes, apesar do estrondoso fracas-so que marcou a sua primeira aparição. De seguir também, comatenção, os desenvolvimentos que o conceito IBM da com-putação “a pedido” (“on-demand computing”) irão trazer nestedomínio.

Perplexidades

Se diversas, quando não divergentes, são as previsões quanto aofuturo paradigma que a indústria das Tecnologias de Informação(TI) irá adoptar, já unânime é a opinião de que o acesso às TI nãosó tenderá a universalizar-se como a intensidade na sua utiliza-ção será crescente. Os esforços dos diferentes governos, enomeadamente o governo português, vêm aliás promovendouma aceleração nesse movimento.

E no entanto, se a indisponibilidade de um dado sistema equiv-ale já hoje, nos seus efeitos e no plano das empresas e das insti-tuições em geral, a um “apagão” no fornecimento de energiaeléctrica, é comum a sensação da insuficiência de retorno ade-quado quanto aos investimentos aplicados em TI.

A tomada de consciência de que a tecnologia é apenas uma dascomponentes dos projectos e a divulgação de estudos [Fortune,Novembro/Dezembro 2002] que indicam que, por cada dólargasto em tecnologia pura, é necessário um dispêndio adicional

de 4 a 10 dólares para pôr essa tecnologia a funcionar (!), provo-ca a erupção de reacções, por vezes virulentas, a referênciascomo “integração de sistemas” ou “interfaces”.

A indústria de TI, é certo, através dos ERP’s (Entreprise ResourcePlanning), formulou uma resposta aos temas da “integração” edos “interfaces” (pelo menos para os módulos que os com-põem…) mas não se observou diferença significativa quanto àimportância e custo dos consultores envolvidos!

De uma forma algo simplista, a transição da era da “informática”para a dos “sistemas de informação” corresponde sensivelmenteao momento de adopção generalizada do modelo de integraçãohorizontal proporcionado pelos “packages” ERP.

Na altura, houve quem não tivesse reparado que esta integraçãoera essencialmente de índole financeira cujos módulos, aliás, esem surpresa, formavam o verdadeiro núcleo desses packages.Daí que, e sem pretender fazer chalaça, diríamos que a adopçãogeneralizada dos ERP’s, a partir de meados dos anos 90, veiosobretudo facilitar a vida dos directores financeiros ao permitir-lhes um melhor controlo da situação advindo da drásticadiminuição de “surpresas” desagradáveis. No plano dos benefici-ados, não esqueçamos também os responsáveis pelos sistemas deinformação que viram uma oportunidade única para se livraremde um emaranhado de aplicações desenvolvidas sob múltiplasplataformas desconexas entre si, que envolviam pesados (e cres-centes) custos de manutenção.

Mas, e o negócio? Alguém se tinha lembrado dele? Na con-strução do edifício ERP, foram os processos de negócio determi-nantes na parametrização adoptada? A tão prometida inte-gração permitia perceber quais os clientes estratégicos para aempresa e o valor que a ela aportavam? Ficaram disponíveis osindicadores chave para a pilotagem da empresa? Haverá quereconhecer que, em muitos casos, as respostas a estas perguntascontinuam a gerar situações de grande incomodidade.

Muitas são as tentativas de explicação para os frequentes casosde insucesso verificados ou, pelo menos, para o defraudar daselevadas expectativas formuladas no início dos projectos deimplementação dos ERP’s. Nesta oportunidade, gostaria dechamar a atenção para uma dessas razões que, na nossa per-spectiva, frequentemente está por detrás destes insucessos: con-tinuar a pensar “verticalmente” e não na cadeia de valor queatravessa transversalmente a organização e que visa servir ocliente. Por outras palavras, tomar a disciplina dos sistemas deinformação como se da velha “informática” se tratasse e deixarque outras prioridades, que não as do negócio, a ele se sobre-pusessem. A alta direcção das empresas não se terá apercebido,em muitos casos, do que se estava a passar.

Uma referência ainda, algo especulativa e provocatória, para umaspecto que, em nossa opinião, tem sido insuficientementecomentado: de que modo poderá um ERP, apenas fundado em“boas práticas”, constituir-se como um factor distintivoestratégico das empresas que o utilizam?

Perspectivas e oportunidades

Se o PC demorou 10 a 15 anos para se afirmar como intérpreteomnipresente e incontornável dos sistemas de informação, a ver-dadeira revolução viria a ocorrer, em período recorde, com adivulgação ao mundo do hipertexto, divulgação essa tornada

O Projecto Refer Online e a adequaçãodas tecnologias aos objectivos do negócio

Eduardo Freitas

Page 108: Revista FERXXI - 4º Congresso Nacional - Conclusões

96 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

possível pelo aparecimento do “browser” que, sucessivamenteenriquecido de novas funcionalidades, escondia uma cada vezmais intrincada complexidade sob a capa de um interfaceamigável e intuitivo. E para espanto de muitos, rapidamente setornou gratuito! Algo fundamental tinha mudado no panoramadas tecnologias de informação.

Era finalmente possível “resolver” o paradoxo intrigante de ossistemas de informação se manterem estanques nos limites físicosda grande maioria das empresas quando o negócio está foranelas! É certo que a ortodoxia veiculada pela cultura organiza-cional foi (ainda o é, em muitos casos), um obstáculo significati-vo na abertura dos sistemas internos das empresas a clientes efornecedores, mas é um facto que a tecnologia que até há bempouco tempo se dispunha também não era a adequada.

A torrente de inovações que se seguiu, nomeadamente a emer-gência e afirmação das tecnologias XML (“Extensible Mark-upLanguage) viriam pouco depois a afastar as dúvidas que aindasubsistiam ao proporcionar uma solução para o estrangulamen-to que representava a troca de informações entre sistemas hete-rogéneos. Trata-se se de recorrer a uma espécie de língua francaque veicula dados estruturados e, em simultâneo, uma descriçãosobre o significado dos mesmos e da sua organização interna,assim obviando ao desenvolvimento de soluções dedicadas, com-plexas e dispendiosas só ao alcance de grandes organizaçõesdada a magnitude dos investimentos necessários. O XML é tam-bém um alicerce fundamental para os “serviços web” (web services) que, além de serem a nova “buzzword” do mercado,têm associada a si a visão da disponibilidade de uma Rede (comoa internet) de serviços tipo “caixa-preta”, publicados (como nasPáginas Amarelas) com um interface bem definido e invocadosde qualquer ponto a partir dessa Rede.

São ainda baseadas em tecnologias XML as soluções para acessoà informação em qualquer lugar, a qualquer hora, independen-temente do dispositivo físico utilizado (PC, telemóvel, PDA, etc.)que estão a fornecer os conteúdos necessários à materializaçãoda revolução sem fios (“wireless”).

Nunca as oportunidades de usar as tecnologias de informaçãocomo alavanca estratégica do negócio proporcionaram tantas eradicais novas oportunidades. A REFER decidiu endereçá-las.

2. O Projecto Refer Online

Após a realização de exercícios de posicionamento estratégico ede “benchmarking” nacional e internacional, em Agosto de2001, é definida pela alta direcção da empresa a visão REFERONLINE (Figura 1), a concretizar-se através do desenvolvimentode um portal corporativo, apontado como um meio privilegiadode interacção da empresa com os seus colaboradores, parceiros,clientes e fornecedores.

Figura 1

A par desta âncora fundamental, são ainda definidos à partidadois grandes pilares constituintes do portal: a adopção de umaplataforma de e-learning (motivada pela dimensão da compo-nente formação na empresa) e o desenvolvimento de um módulode e-procurement no reconhecimento do carácter “comprador”da empresa e que, simultaneamente, adicionava desde logo umacomponente de comunicação com o exterior ao projecto.

A visão de e-transformação completava-se com o desenvolvi-mento de um programa de webização entendido como a sis-temática transposição para um ambiente web dos processos detrabalho da empresa após o seu redesenho e reengenharia.

Em paralelo, para tornar estes projectos possíveis havia tambémque proceder à adequação das diferentes camadas da infra-estrutura tecnológica então existente às exigências que aquelesimpunham.

A esta visão definida pela alta direcção da empresa correspon-deu uma abordagem que, esquematicamente, se procuratraduzir na Figura 2 e que se procurará de seguida descrever comalgum pormenor

Figura 2

Portal corporativo

Dotado de mecanismos de autenticação única (“single sign-on”)associados à definição de diferentes perfis de acesso à infor-mação, o portal corporativo foi desenhado para constituir a“janela” única de acesso aos diferentes sistemas de informaçãoda empresa, sejam eles o SAP R/3, o sistema de recursos humanosGESVEN, a caixa de mail, a plataforma de e-learning, etc., assimcomo as intranets departamentais, ou ainda o acervo documen-tal e classificado nele contido.

Entre as suas funcionalidades destaque ainda para os mecanis-mos de personalização, dos serviços de notificação, dos fóruns dediscussão, da gestão de conteúdos incluindo workflow deaprovação e correspondente motor de pesquisa, de áreas públi-cas e privadas (inclusivamente pessoais).

Hoje, o portal, lançado no início do 4º trimestre de 2002, é já, ede longe, o sistema mais utilizado na REFER, sendo utilizado,numa base diária, por cerca de 1000 colaboradores.

A plataforma escolhida foi a SAPPortals tendo sido factor impor-tante na sua selecção as funcionalidades nativas de integraçãocom o back-office SAP R/3.

A componente e-procurement

Entendido como um projecto piloto, houve primeiro que definiras categorias de bens a eleger (material de economato, equipa-mento e consumíveis de micro-informática). De salientar onecessário trabalho conjunto de colaboração com os fornece-dores no sentido de se elaborarem os catálogos a incluir no sis-tema (seguindo normas standard internacionais). Foi mesmopossível, com um dos fornecedores envolvidos testar, com suces-so, a total desmaterialização da encomenda por recurso a XML.

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974º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

Após quatro meses de projecto, o piloto entrou em produção emOutubro de 2002 preparando-se agora o seu alargamento a out-ras categorias de bens atento o excelente acolhimento quehouve por parte dos utilizadores a que não será alheio o inter-face amigável proporcionado com a adopção da conhecida figu-ra do “carrinho de compras”. Rapidez na colocação da encomen-da no exterior, disponibilização de um “livro de reclamações” eintegração perfeita com o back-office com respeito pelasrestrições orçamentais, são as outras características a salientar.

Também aqui se viria a adoptar uma solução SAP – o EntrepriseBuyer Professional (EBP).

A e-transformação e o papel essencial dos e-projectos

Adoptando a metodologia Cisco no caminho da webização, oprocesso de identificação de oportunidades de e-transformação,que envolveu dezenas de colaboradores das diferentes áreas daempresa, viria a traduzir-se na construção num portfólio de 36iniciativas formatadas de acordo com um “novo” tipo de pro-jectos: o que poderá estar pronto e a funcionar dentro de 90dias? Nasciam assim os e-projectos.

Numa primeira etapa, foram eleitas aquelas iniciativas que sepoderiam dirigir ao maior número de colaboradores da empresacom o intuito de promover activamente a info-inclusão. O e-Competências veio proporcionar a possibilidade de actualizaçãoindividual e online dos respectivos currículos; o e-Helpdesk, acolocação online dos pedidos de ajuda na utilização dos sistemase equipamentos e seguimento da respectiva resolução; o e-LeilãoInterno, o acesso à licitação electrónica e online de bensusados cuja aquisição a empresa assim faculta aos seus colabo-radores.

A estas e outras iniciativas desenvolvidas com recurso a meiosexternos, aliaram-se várias outras de origem exclusivamenteinterna que tornam possível hoje funcionalidades importantesde self-service acessíveis através de um quadro de referência bemdefinido proporcionador de identificação com a empresa – o por-tal corporativo. Assim, está hoje disponível a consulta e actual-ização de dados pessoais (com reflexão automática no sistema derecursos humanos), a consulta aos recibos de vencimento, ainscrição em acções de formação constantes do respectivo plano,a candidatura ao preenchimento de vagas internas (sendo ocaso, também publicitadas no site www.refer.pt) para além da járeferida actualização dos currículos.

A segunda etapa, cujos primeiros resultados começam agora aser visíveis, dirigiu-se aos processos “core” da empresa queenvolvem, directa e indirectamente relações com os clientes daempresa – os operadores ferroviários.

A gestão dos pedidos dos operadores referentes a horários éassim o objecto principal do e-Viriato ocupando-se o e-Post damatéria referente às interdições de via num quadro planeado enegociado com os operadores.

A divulgação digital, interna e externa, dos horários, tabelas develocidade, gráficos de circulação e interdições de via virá acel-erar dramaticamente a circulação da informação e reduzir, deforma significativa, os custos inerentes ao processo actual total-mente baseado no papel.

Em todos estes casos, para além da adopção dos standards previ-amente definidos (tecnologia .NET e base de dados SQL Server)foram promovidas integrações com outros sistemas que, ajusante ou a montante, foram considerados fonte de dados oudestino dos mesmos. Estas integrações envolveram sistemascomo o SAP R/3, o GESVEN (recursos humanos), mas também sis-temas operacionais como o SITRA (Informação de tráfego) ou oVIRIATO (gestão técnica dos horários). Procurou-se, igualmente,sempre que julgado adequado, recorrer ao desenvolvimento deweb-services com o intuito de futura reutilização do código emoutros projectos.

Mas, como processo contínuo e que se pretende em aceleraçãoprogressiva, ao mesmo tempo que decorre o desenvolvimento,prossegue a identificação e avaliação de novos e-projectos acargo dos e-champions dos vários departamentos da empresa.

A infra-estrutura tecnológica – as web foundations

A ambição dos serviços e funcionalidades a veicular exigidos pelavisão REFER ONLINE impunha a detenção de uma infra-estruturatecnológica necessariamente poderosa e fiável que se confronta-va, ao tempo, com uma infra-estrutura “administrativa” que, jáentão, apresentava sinais evidentes de desgaste e esgotamento.

Nesse sentido, tendo presentes os novos serviços que se pre-tendiam lançar e o diagnóstico então efectuado, começou-se pordefinir, formalmente e em documento próprio, o que designá-mos por “Arquitectura Técnica de Referência” que viria a servirde guião para os diferentes projectos tecnológicos que havia quedesenvolver.

Ao nível da rede de dados (Corporate Network), foi definida umanova topologia para a WAN, cujo centro nevrálgico passou a sero datacenter da Refer Telecom na Gare doOriente, e aumentadasignificativamente a largura de banda (nas ligações principaispor um factor 50X). Foram igualmente intervencionadas as redeslocais em muitos casos com substituição integral dos equipamen-tos de switching. Estes projectos decorreram entre Junho eOutubro de 2002.

Na “camada” da Corporate Intranet, foram implementados osserviços de directório do Windows 2000 (vitais para o bom fun-cionamento do portal e em sincronização com o sistema derecursos humanos) em simultâneo ao lançamento da migraçãopara esta plataforma de servidores e clientes. Promoveu-se igual-mente a migração para Exchange 2000 dos serviços de correioelectrónico.

Com o intuito de promover uma uniformização de plataformas econferir solidez e unidade à Web platform igualmente se levou acabo a migração da base de dados Informix do SAP R/3 para SQLServer.

3. Refer Online - Um primeiro balançoe as novas oportunidades

Tudo o que precede foi desenvolvido num ritmo muito vivo – emcerca de um ano -, apesar das múltiplas dependências dos difer-entes projectos entre si que envolveram inclusivamente, amudança do provider para o alojamento dos servidores e gestãoda Corporate Intranet e consequente mudança do datacenter noprincípio de Julho de 2002 (!). No plano dos projectos físicos,foram cumpridos integralmente os objectivos traçados no hori-zonte temporal definido. Quanto ao confronto entre os benefí-cios obtidos e os esperados, é ainda cedo para se efectuar umbalanço efectivo importando agora, antes de mais, estabilizar oedifício construído.

É já possível manter, porém, que a empresa está desperta e actu-ante na idade da Internet tendo mudado uma atitude funda-mental: parafraseando Churchill, no “domínio” REFER, a infor-mação é agora pública, salvo indicação em contrário; passou otempo em que ela era privada e só por excepção pública. Taltraduz a emergência da organização colaborativa por contra-posição a décadas de “sectarismo” funcional. Pensamos tratar-sejá de um imenso benefício.

Decorrendo neste momento, o projecto tecnológico referente àrede de interligação que irá permitir, de forma controlada esegura, abrir os seus sistemas ao exterior, prossegue já o proces-so de configuração do que virá a ser o portal corporativo exter-no que permitirá concretizar, em pleno, a visão REFER ONLINE eabrir caminho para a concretização de um cenário bem maisambicioso – o do RAIL ONLINE.

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Sessão D

98 4º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

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994º Congresso Nacional do Transporte Ferroviário

1. Introdução

Pretendemos com esta apresentaçãodivulgar a experiência e a visão daFertagus, Travessia do Tejo, Trans-portes, SA, enquanto operador detransporte ferroviário de passageiros,de capitais privados, sobre o tema daintermodalidade.

A Fertagus, empresa cujo capital socialé detido pelo Grupo Barraqueiro,venceu o concurso público interna-cional para a exploração ferroviária doEixo Norte / Sul, dados os níveis dequalidade oferecidos, nomeadamenteno que respeita aos seguintes aspectos:

• Intermodalidade• Tempos de percurso• Tarifário• Modelo Financeiro

Na celebração do Contrato deConcessão para a Exploração do

Serviço de Transporte Suburbano dePassageiros no Eixo Ferroviário Norte– Sul foram determinantes as diversascomponentes do serviço de transporteoferecidas aos clientes, designada-mente as que se passam a indicar:

• Transporte ferroviário entre Fogue-teiro e Entrecampos (1ª fase);

• Transporte rodoviário de rebatimen-to sobre as estações da Margem Suldo Tejo (Sulfertagus);

• Parques de Estacionamentos exterio-res e Auto-silos;

• Serviços complementares de apoioaos clientes nas estações da Margemsul do Tejo.

2. O Serviço Ferroviário

O serviço ferroviário desenvolve-senuma extensão de cerca de 21 Km,entre as duas margens do Tejo, deacordo com o seguinte diagrama:

CLARA DUARTEFERREIRA ESQUÍVEL

Idade: 28 anosLicenciada em Economia peloInstituto Superior de Economia eGestão (ISEG - Universidade Técnicade Lisboa), 1992-1996.Em 1996 ingressou na RL,Rodoviária de Lisboa - Gestão eInovação de Transportes, SA, empre-sa que assegura o transporte públi-co rodoviário de passageiros namargem norte de Lisboa, onde esta-giou e desempenhou funções deTécnica na Direcção de Produção de1997 a 1998.Em 1998 entrou para os quadros daFertagus, Travessia do Tejo,Transportes, SA, operador privado queassgura a exploração comercial do EixoFerroviário Norte/Sul, onde de 1998 a1999 foi adjunta do Responsável daDirecção Comercial. De 1999 a 2001assumiu a responsabilidade daDirecção e desde 2002 assume asfunções de Directora Comercial.

PAULO MANUELCARVALHO MARQUES

CERQUEIRA

Idade : 41 anosLicenciado em Engenharia Civil –Transportes e Vias de Comunicaçãopelo Instituto Superior deEngenharia de LisboaIngressou nos Quadros dosCaminhos de Ferro Portugueses, EPem Junho de 1987, onde exerceu asseguintes funções:01/06/87 - 01/09/91 - TécnicoResponsável pelas obras do Serviçode Instalações Fixas da Direcção daLinha de Sintra.01/09/91 – 02/01/92 - Chefe doSector do Comando e Controle daCirculação - Serviço de Transportes -Direcção da Linha de Sintra02/01/92 - 01/07/95 - Adjunto doChefe da 2ª Area de Exploração /Sintra, para o Comando e Controleda Circulação01/07/95 - 27/12/97 - Responsável doComando da Circulação - Area deTráfego - Unidade de Transportes daLinha de Sintra27/12/97 – 10/09/98 - Responsávelpelo Comando da Circulação - Linhade Sintra/Azambuja - Area deTráfego - Unidade Suburbana daGrande Lisboa;10/09/98 – 17/04/2002 – Responsávelpelo Controlo de Tráfego daDirecção de Programação eControlo de TráfegoActualmente, e desde Abril de 2002,exerce as funções de Director deProdução da Fertagus - Travessia doTejo, Transportes, S.A.

FERTAGUS – A experiência de um novoOperador de Transportes

Clara Esquível e Paulo Cerqueira

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Caracteriza-se, quanto à sua oferta comercial mais repre-sentativa, ou seja, a referente ao Horário de Inverno, daseguinte forma:

Tem havido uma evolução da oferta disponibilizada aosclientes, na tentativa de uma permanente adequação àprocura, através da introdução progressiva de comboioscom composições duplas (2 UQE 3500), nomeadamentenos períodos de "ponta" diários, conforme podemosobservar no gráfico seguinte, o qual mostra essa relação,de acordo com as contagens de passageiros efectuadas nopassado mês de Janeiro:

Este serviço é assegurado através da gestão fundamental-mente dos seguintes recursos:

• 18 UQE 3500 (2 pisos)• Pessoal qualificado: aprox. 150 pessoas• Sistema de bilhética magnético, composto por má-

quinas automáticas de venda, bilheteiras manuais esistema de controlo de acessos.

Para avaliação do grau de satisfação dos clientes relativa-mente à globalidade do serviço, têm sido realizadosinquéritos anuais, tendo resultado do último estudo osseguintes atributos como os mais valorizados pelosclientes:

• Pontualidade / Cumprimento de horários - 79%• Segurança do comboio - 75%• Segurança nas estações da Margem Sul - 71% • Frequência de comboios - 71%

De realçar que a estes atributos mais valorizados corres-pondem excelentes níveis de desempenho, que podemser evidenciados através dos seguintes índices:• Índice de Regularidade, que mede a relação entre o

número de comboios realizados e previstos no horárioem vigor, com uma variação mensal entre 0.99 e 1;

• Índice de Pontualidade, cuja evolução se encontrarepresentada no gráfico seguinte:

Este nível de desempenho permitiu alcançar os objectivos,bastante ambiciosos, definidos para 2002 no âmbito daGestão da Qualidade.

Aos atributos mais valorizados pelos clientes e de acordocom os respectivos níveis de qualidade de desempenhodemonstrados, corresponde, numa escala de 1 a 9, aseguinte avaliação de satisfação:• Pontualidade / Cumprimento de horários - 8,4• Rapidez do comboio - 8,1• Segurança do comboio - 8,0• Limpeza do comboio - 7,9

Estes níveis de qualidade do serviço tem permitido umaevolução sustentada da procura, conforme evidencia ográfico seguinte:

3. Integração do Serviço Fertagus

Para a maioria dos cidadãos, a realização de uma deslo-cação implica o recurso a mais do que um modo de trans-porte e, na análise das deslocações dos nossos Clientes,verificamos precisamente tal facto. Tendo em conta ostransportes utilizados a montante e a jusante do com-

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boio, verificamos que, apesar de existir uma parcela signi-ficativa de Clientes que realizam as suas viagens, até àsestações e destas até ao seu destino final, a pé, respecti-vamente 18% e 24%, os restantes Clientes utilizam sem-pre outro, ou outros, Modos de Transporte. Na margemnorte, o Metropolitano assume maior relevo com 52%dos Clientes a transbordarem para este modo, o autocar-ro 16% (Carris) e outro operador de comboios (CP) 5%.Na margem sul, 38% dos Clientes chegam até à estaçãode carro e 46% de autocarro, concretamente 29% nosautocarros da SulFertagus e 17% nos TST.

Assim, constatamos que não é suficiente a oferta apenas dotransporte ferroviário, apesar do seu excelente nível dedesempenho, torna-se necessário oferecer algo mais aosclientes: a integração no sistema de transportes existente.

Garantir a integração de diferentes modos e operadoresde transporte, em síntese estabelecer soluções inter-modais, em detrimento da disputa modal como opçãocria condições para que sejam reconhecidas as vantagensdo transporte público e esse seja uma opção clara porparte das pessoas, levando à conquista de novos Clientes.Tentaremos descrever de que forma a Fertagus estabele-ceu esta integração e ainda uma integração multiserviços.No que respeita à integração no sistema de transporteshá que realçar 3 aspectos principais:

a) A Fertagus actualmente realiza serviço em 7 estaçõesque constituem importantes interfaces, os quais garan-tem a articulação física entre modos de transporte.Temos o privilégio de operar em estações novas, onde,regra geral, existem boas condições de transbordoentre os diferentes modos de transporte, com ambien-tes agradáveis em termos de higiene, segurança, deco-ração e serviços.

Num conjunto de 17 aspectos que poderão influenciar aqualidade global do serviço prestado, os aspectos rela-cionados com os interfaces da Margem Sul surgem em 6º,8º, 12º e 15º lugar em termos de importância para ocliente, respectivamente:

• Segurança das estações - 75%• Limpeza - 55%• Sinalética - 51%• Comodidade das estações - 45%

Relativamente a estes aspectos os clientes apresentambons níveis de satisfação, variando entre 6,8 e 7,6, numaescala de 1 a 9.

b) A garantia da articulação física, nos interfaces, entremodos de transporte é importante, mas não é sufi-ciente para se conseguir a coerência do sistema, torna--se assim fundamental a articulação de serviços, sem-pre com a preocupação de servir os Clientes. Esta inte-gração exige, desde logo, uma atenção permanente ecuidada entre percursos, horários e frequências queminimizem roturas nas conexões intermodais, na medi-da em que a necessidade de transbordo é encarada,regra geral, como um aspecto negativo do sistema detransportes em termos de opção por um determinadomodo. Deste modo, esta coordenação é essencial nosentido de minorar esta percepção negativa por partedos Clientes do sistema.

Efectivamente, a integração de serviços de transporte éum dos aspectos mais relevantes para os Clientes que uti-lizam o sistema de uma forma multimodal. Quando ques-tionados sobre os aspectos a melhorar, no inquérito de2000, 36% dos Clientes da Fertagus que sugeriram melho-rias, referiram-se especificamente às ligações com outrosmodos de transporte. Todos os outros aspectos men-cionados tinham relevância inferior a 10%.

O serviço Fertagus possui, na margem norte, ligações aoMetro na estação de Entrecampos e Sete Rios, com aCarris em qualquer uma das estações e com a CP naestação de Campolide.

Na margem sul, para além do Operador Rodoviário, TST -Transportes Sul do Tejo, ter realizado adaptações na suaoferta de forma a servir as estações, numa óptica de com-plementariedade, a Fertagus, consciente da importância doserviço de ligação às estações, criou um serviço próprio deautocarros, com a colaboração dos TST, a que chamouSulFertagus. Este serviço tem por objectivo reforçar o reba-timento às estações, reccndo os passageiros no interior dosbairros residenciais, em percursos curtos, relativamenterápidos, com boas frequências e horários coordenados como comboio, alimentando o modo ferroviário em interfacesque apresentam, como já referido, bons índices de confor-to e segurança. Ao todo existem 12 linhas SulFertagus,onde, diariamente, são utilizados 43 autocarros.

Da análise de um vasto conjunto de aspectos relacionadocom o serviço rodoviário verificamos que, tal como noserviço do comboio, os aspectos mais valorizados pelosClientes são os relacionados com a Regularidade,Pontualidade, Período de Funcionamento e Segurança.

Atributos Muito GrauImportante Satisfação (1-9)

Período de funcionamento 71% 6,4Segurança de condução 69% 7,1Pontualidade68% 6,9Intervalo de passagem 55% 5,8Rapidez do percurso 50% 7,1

Mas são igualmente os aspectos da Regularidade ePontualidade os que mais dificuldades têm criado naorganização e no planeamento do serviço SulFertagus.

Para fazer face aos inúmeros constrangimentos detráfego tem sido necessário introduzir meios adicionaissem que isso se traduza objectivamente em acréscimo deoferta, representando necessariamente externalidadesnegativas. Assim, o mau funcionamento do tráfegorodoviário leva a uma deficiente utilização dos recursoscom ineficiências económicas e ambientais.

O serviço SulFertagus iniciou-se com 30 autocarros, funcionan-do actualmente com 43 (incluindo articulados), quando em ter-mos de acréscimo de oferta, no que respeita aos quilómetrosrealizados verificou-se apenas um acréscimo de 13%.

A integração de serviços é garantida ainda através dainterligação do comboio com o transporte individual. Estainterligação é igualmente importante, na medida em queproporciona vantagens de flexibilidade e percepção de con-trolo de tempo para a parte da deslocação não pendular.

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Ao todo contamos com cerca de 7000 lugares de esta-cionamento, em parque de superfície e auto-silo, cujoshorários de funcionamento estão ajustados ao período defuncionamento dos comboios e com níveis de qualidade ede serviço definidos pela Fertagus. A taxa de ocupação dosparques de estacionamento ronda actualmente os 70%.

Do total de Clientes, 51% consideram a oferta de esta-cionamento muito importante, avaliando este aspecto,numa escala de 1 a 9, em 7,1.

Actualmente, 38% dos Clientes utilizam o automóvelpara chegar às estações da margem sul.

c) Por último e não menos importante, a integração tari-fária. Para a conseguir foram estabelecidos acordos comdiferentes Operadores de Transporte visando a criaçãode Passes Combinados que privilegiam a intermodali-dade. Por outro lado, proporcionou-se a utilização domesmo título de transporte não só para os utilizadoresregulares, os quais representam 83% da procura daFertagus, como para os ocasionais, ao nível dos BilhetesSimples e Pré-comprados combinados com a SulFertaguse com o Parque de Estacionamento.

Ao nível dos parques de estacionamento, são ainda pro-porcionados descontos especiais para os utilizadores docomboio, existindo tarifas específicas para utilizadores sódo parque.

Verificamos que 54% dos Clientes consideram a variedadede títulos disponíveis muito importante, classificando-acom uma pontuação de 7,5, numa escala de 1 a 9.

A facilidade de aquisição de títulos é considerada muitoimportante por 58% dos inquiridos que avaliam esteaspecto em 7,1.

Para além dos aspectos já referidos, é proporcionada umaintegração a que chamamos de multiserviços. Comple-mentarmente, as estações da Margem Sul possuem 110espaços comerciais, geridos actualmente pela Fertagus,que oferecem serviços e comércio diversos, essenciais nodia à dia das populações. Nas suas deslocações diárias, osClientes podem encontrar nas estações lojas que lhes per-mitem satisfazer outro tipo de necessidades que não asde transporte, sendo também este um aspecto relevantepara a satisfação global do Cliente.

4. Conclusões

O percurso do passageiro é, assim, encarado numa pers-pectiva multimodal, sendo que a integração a estes váriosníveis facilita a cadeia de deslocações do Cliente, desde asua origem até ao destino final.

Face à descrita integração de serviços, foi possível estimular autilização do transporte público, podendo-se estimar quedeixaram de circular na Ponte 25 de Abril 19.000 viaturas/dia,dado que 27% dos clientes da Fertagus realizavam anterior-mente a travessia do Tejo em viatura individual. Esta percenta-gem tem vindo a aumentar ao longo destes 3 anos.

Os Clientes Fertagus caracterizam-se por ser:• Maioritariamente do sexo feminino - 59%

• Jovens e Jovens adultos. 64% dos Clientes têm até 34anos. Apenas 6% têm mais de 55 anos

• 54% pertencem à classe média. Fluxo importante deClientes pertencentes à classe alta - 23%, sendo igual apercentagem dos Clientes da classe média baixa

• Possuem uma escolaridade média / média alta. 75% têmmais do 10º ano e 44% têm grau universitário

• 50% de quadros médios e superiores e 29% de estu-dantes

• 62% têm carro próprio

e avaliaram o serviço Fertagus, com um índice global desatisfação de 4,32, na escala de 1 a 5, tendo 97% dosClientes manifestado a intenção de continuar a utilizar ocomboio.

Para fazer face à cada vez maior necessidade de mobili-dade das pessoas é essencial garantir padrões de quali-dade semelhantes ao nível das interligações entre o trans-porte individual e colectivo, ou entre os vários modos detransporte colectivo, ou seja, garantir intermodalidade noprocesso de deslocação das pessoas.

O Cliente espera a mesma qualidade na cadeia global dasdeslocações, sendo essencial o controlo do tempo de deslo-cação, o destino final e a rapidez de deslocação. Mas a difi-culdade em garantir estes factores ao nível do transportecolectivo rodoviário é muito grande, resultado, em boaparte, da ausência, por parte das entidades competentes,de uma gestão eficaz da via pública e de um correcto oordenamento do território que garanta a necessária fluideze facilidade de circulação dos autocarros. Consequen-temente, este aspecto representa a principal causa para queos níveis de qualidade apresentados pelo transporterodoviário SulFertagus não consigam aproximar-se dos docomboio, não permitindo às empresas alcançar os níveis deperformance desejados pelos clientes.

Como foi visto, os aspectos mais valorizados pelosClientes são indiscutivelmente a regularidade, pontuali-dade e rapidez dos serviços, os quais lhes permitem con-trolar a sua deslocação na globalidade e não apenas emalguma das suas etapas.

Finalizando, a exigência de um sistema de transporteshomogéneo é acompanhada pela necessidade da sua fácilcompreensão. É fundamental um sistema de informações efi-ciente e interligado que proporcione informação sobre todosos serviços ao longo de todo o percurso. Esta informaçãodeve ser garantida não só aos Clientes do sistema de trans-portes integrado, mas também aos potenciais utilizadores.

Quando questionamos os "não Clientes Fertagus" sobreas razões da não utilização do transporte público, nestecaso o comboio, a resposta mais frequente prende-se como desconhecimento de como efectuar a sua deslocaçãodesde a origem até ao destino final.

Julgamos que é esta a vertente que, eventualmente semrecurso a meios muito complexos e onerosos, valerá apena ser objecto da actuação conjunta das diferentesentidades do sector dos transportes.

Deste modo, mesmo que se garantam boas condições deintermodalidade, se as mesmas não forem conveniente-mente divulgadas, dificilmente será possível alterar aopção modal a favor do Transporte Colectivo.

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