Revista Fecomercio Nov-Dez2014

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    INFORMEFecomrcio PE NOV/DEZ 2014

    L VEM CHEGANDOo vero...A ltima edio do ano da revista Informe Fecomrcio-PEtraz uma reportagem especial sobre o perodo mais esperadodo ano: o vero. A matria d dicas de como aproveitar bemesta poca, garantindo a diverso da temporada e a sadepara driblar a estao mais quente. A revista ouviu mdicosespecialistas, como nutricionista, ginecologista, oftalmolo-gista, otorrinolaringologista e dermatologista, para garantiraos leitores um vero com sade.

    No mundo das artes, a revista fez um passeio pelo universograndioso da cultura geek, que vem ganhando cada vez maisespao no Recife. A matria faz um roteiro completo dos es-paos de maior destaque no cenrio local. As tendncias dosegmento tambm podem ser conferidas. E por falar em pas-

    seio, a ltima reportagem da srie Tesouros de Pernambucomostra as belezas naturais de Triunfo, que tem muita hist-ria para contar. A matria ainda d dicas de como explorara vizinha Serra Talhada, que tem crescido com o chamadoturismo interativo.

    Ainda nesta edio, destaque para a matria sobre os est-dios de beleza especializados em um nico tipo de servio.A revista foi em busca das tendncias de mercado para co-nhecer melhor como funcionam esses espaos e o que maischama a ateno dos consumidores.

    Outro destaque est na reportagem especial de gastronomia

    sobre os pequenos produtores, gura cada vez mais presente mesa, inclusive sendo ressaltado nos cardpios com a alcu-nha de pequeno produtor. Uma entrevista com a melhordo mundo, a chef Helena Rizzo, que defende a relao como pequeno produtor, fecha com chave de ouro a publicao,que passar a ter novo projeto grco e editorial em 2015.

    Boa leitura!

    Josias Albuquerque

    Presidente do Sistema Fecomrcio/Senac/Sesc-PE

    e 1 vice-presidente da CNC

    [email protected]

    EDITORIAL

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    4 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    SUMRIO

    EXPEDIENTEINFORME FECOMRCIO PEPresidente Josias Silva de Albuquerque1 Vice-Presidente Frederico Penna Leal; 2 Vice-Presidente Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho; 3 Vice-PresidenteAlex de Oliveira da Costa; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comrcio AtacadistaRudi Marco Maggioni; Vice-Presidentep/ Assuntos do Comrcio Varejista Joaquim de Castro Filho; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comrcio de Agentes Autnomos Jos Ramon PipaFerreira; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comrcio Armazenador Jos Carlos Raposo Barbosa; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comrcio deTurismo e Hospitalidade Eduardo Costa Cavalcanti; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comrcio de Servios de Sade Ozeas Gomes da Silva; 1

    Dir.-secretrio Joo de Barros e Silva; 2 Dir.-secretrio Jos Carlos da Silva; 3 Dir.-secretrio Joo Maciel de Lima Neto; 1 Dir.-tesoureiroJos Loureno Custdio da Silva; 2 Dir.-Tesoureiro Roberto Wagner Cavalcanti de Siqueira; 3 Dir.-TesoureiraAna Maria Caldas de Barrose Silva; Dir. p/ Assuntos TributriosAlberes Haniery Patricio Lopes; Dir. p/ Assuntos Sindicais Francisco Jos Mourato da Cruz; Dir. p/ Assuntosde Relaes do Trabalho Jos Carlos de Santana; Dir. p/ Assuntos de Desenvolvimento Comercial Eduardo Melo Cato; Dir. p/ Assuntos de CrditoManoel Santos; Dir. p/ Assuntos de ConsumoMrio Luis de Barros Mawad; Dir. p/ Assuntos de Turismo Carlos Maurcio Meira de OliveiraPeriquito; Dir. p/ Assuntos do Setor Pblico Milton Tavares de Melo Jnior; Dir. p/ Assuntos do Comrcio Exterior Celso Jordo CavalcantiConselho Fiscal - Efetivos: Joo Lima Cavalcanti Filho, Joo Jernimo da Silva Filho, Jos Cipriano de Souza.SINDICATOS FILIADOSSind. do Comrcio de Vendedores Ambulantes do Recife, Olinda e Jaboato - Tel.: 3224.5180 Pres. Jos CiprianoSind. do Comrcio Varejista de Catende, Palmares e gua Preta - Tel.: 3661.0775 Pres. Jos Jorge; Sind. do Comrcio de Vendedores Ambulantesde Caruaru - Tel.: 3721.5985 Pres. Jos Carlos da Silva; Sind. dos Lojistas no Comrcio do Recife - Tel.: 3222.2416 Pres. Frederico Penna LealSind. do Comrcio Varejista de Gneros Alimentcios do Recife - Tel.: 3221.8538 Pres. Jos Loureno Custdio da Silva; Sind. do Comrcio Varejistade Produtos Farmacuticos do Estado de Pernambuco - Tel.: 3231.5164 Pres. Ozeas Gomes da Silva; Sind. do Comrcio Varejista dos Feirantesdo Estado de Pernambuco - Tel.: 3446.3662 Pres. Joo Jernimo da Silva Filho; Sind. do Comrcio Varejista de Materiais Eltricos e AparelhosEletrodomsticos do Recife - Tel.: 3222.2416 Pres. Jos Carlos da Silva; Sind. do Comrcio Varejista de Garanhuns - Tel.: 3761.0148 Pres. Joode Barros e Silva; Sind. do Comrcio de Hortifrutigranjeiros, Flores e Plantas do Estado de Pernambuco - Tel.: 3252.1313 Pres.Alex de Oliveira

    da Costa; Sind. do Comrcio de Jaboato dos Guararapes - Tel.: 3476.2666 Pres. Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho; Sind. do ComrcioVarejista de Maquinismos, Ferragens e Tintas do Estado de Pernambuco - Tel.: 3221.7091 Pres. Celso Jordo Cavalcanti; Sind. do Comrcio Varejistade Petrolina - Tel.: 3861.2333 Pres. Joaquim de Castro Filho; Sind. dos Lojistas do Comrcio de Caruaru - Tel.: 3722.4070 Pres. Alberes LopesSind. do Comrcio de Autopeas do Estado de Pernambuco - Tel.: 3471.0507 Pres. Jos Carlos de Santana; Sind. dos Representantes Comerciaise Empresas de Representaes Comerciais de Pernambuco - Tel.: 3226.1839 Pres. Ramon Pipa; Sind. das Empresas de Comrcio e Servios do EixoNorte - Tel.: 3371.8119 Pres. Milton Tavares de Melo Jnior; Sind. do Comrcio Varejista de Calados do Recife - Pres. Joo Maciel.

    CONSELHO EDITORIAL Lucila Nastassia, Michele Cruz,Antnio Tine Jos Oswaldo RamosCoordenao-Geral/Edio LucilaNastassiaReportagensAmanda Meira,Eduardo Sena,Ericka Farias,Juliana ngela,Manuella Antunese Priscila Miranda (DuplaComunicao) Diagramao Daniele Torres eLuiza Barrocas FotosAgncia Rodrigo Moreira Reviso Larcio LutibergueImpresso

    GrficaFlamar Tiragem7.000 exemplares

    Sede Provisria: Rua do Sossego, 264, Boa Vista, Recife, Pernambuco, CEP 50050-080 Tel.: (81) 3231.5393 - Fax: (81) 3222.9498,

    www.fecomercio-pe.com.br, [email protected]. Obs.: Os artigos desta revista no refletem necessariamente a opinio da publicao.

    Combinar sal, mar e solrequer cuidados

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    Srie Tesouros de Pernambuco:

    Triunfo

    4 Notas

    8 Cenrios e desafios econmicos para 2015

    10 Da palha da cana para a macroeconomia

    20 Helena Rizzo e os pequenos produtores

    30 Mercado de beleza pede segmentao

    34Comrcio Exterior o curso da vez

    36Pr-Criana: resgate e transformao

    40Tecnologia em prol da sustentabilidade

    44O promissor mercado Geek no Recife

    ARTIGOS

    economiaem pauta

    ouvidoriaem pauta

    jurdicoem pauta

    tributrioem pauta

    artigode opinio

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    6 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    NOTASREELEITO PRESIDENTEDA CNC

    O empresrio Antonio Oliveira Santos foi re-eleito presidente da Confederao Nacionaldo Comrcio de Bens, Servios e Turismo(CNC) para o perodo 2014-2018. Na vota-o, seguida de apurao em reunio doConselho de Representantes na CNC emBraslia, a Chapa 1, liderada por OliveiraSantos, obteve 26 dos 28 votos vlidos das27 Federaes do Comrcio dos Estados edo Distrito Federal e das sete FederaesNacionais filiadas.

    A nova diretoria tomou posse em novembro.Josias Albuquerque, que era vice-presidenteadministrativo, o novo primeiro vice-presi-dente; Jos Evaristo dos Santos o segundovice-presidente; e o tambm vice-presidenteLarcio Oliveira assume a terceira vice-presi-dncia. Darci Piana agora o vice-presidenteadministrativo e Luiz Gil Siuffo continuar

    frente da vice-presidncia financeira da CNC.

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    FECOMRCIO-PE PROMOVE FRUMSOBRE AS LEIS DO BEM E DA INOVAO

    A Lei do Bem (Lei 11.196/05) e a Lei de Inovao (Lei 10.973/04)concedem incentivos fiscais para empresrios investirem em tec-nologia. Essas concesses tm contribudo para despertar nomeio empresarial a necessidade de melhorar a gesto tecnolgica,alm de estimular a aproximao entre micros, pequenas, mdiase grandes empresas. Com o objetivo de disseminar informaesmais especficas sobre o incremento, o Sistema Fecomrcio-PE, viaInstituto Fecomrcio-PE, promoveu o frum Principais IncentivosFiscais da Lei do Bem e da Lei de Inovao. O evento, realizado emGoiana, foi direcionado a empresrios e interessados pelo tema.Empresas pernambucanas que j foram beneficiadas pelas con-cesses apresentaram as novas tecnologias e os resultados posi-

    tivos obtidos aps os investimentos.

    TROCA-TROCA DE LIVROS

    Com o objetivo de incentivar a leitura, o Sesc Pernambuco promo-ve, em janeiro, a dcima edio da Feira Sesc do Troca-Troca deLivros. O projeto acontecer no dia 24 de janeiro, no Ginsio WilsonCampos, da unidade de Santo Amaro, das 8h s 11h. Para recebero cupom de participao para o evento, o interessado dever doarum livro didtico em alguma das bibliotecas do Sesc Santa Rita,Santo Amaro, Casa Amarela ou Piedade, no perodo de 5 a 20 de

    janeiro. Cada l ivro d direito a um cupom para ser trocado no diada Feira. Os leitores podem participar com at 30 livros.

    ESTUDANDO EM JANEIRO

    Para muita gente, janeiro ms de frias. Perodo para aproveitar o tempo livre e desempenhar atividades de descanso e lazer. Mas, tabm pode ser uma boa oportunidade para quem pretende investir em estudo ou conhecimento de uma lngua estrangeira. A unidadeServio Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), localizada no bairro de Santo Amaro, por exemplo, est com inscries aberpara cursos de idiomas. Os interessados em aprender ingls, espanhol, italiano ou francs devem realizar a matrcula presencialmenportando RG, CPF e comprovante de residncia. Com vagas limitadas, o curso tem carga horria de 4 horas dirias, de segunda a sta, totalizando 80 horas/aula. Com turmas no perodo da manh, tarde ou noite, as aulas so um intensivo do nvel bsico, equivaleao mdulo que a instituio oferece aos sbados ou trs vezes na semana. O curso de frias est previsto para iniciar no dia cinco

    janeiro. Mais informaes atravs do nmero: 3413.6726.

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    10 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    QUAL A REAL SITUAO DA ECONOMIA BRASILEIRA?Queda do investimento, da conanados investidores e do PIB esta ltimainuenciada pela desacelerao dos in-vestimentos e pela diminuio das ati-

    vidades , com uma situao econmicadifcil, diante de possvel alta do dlar,seguida de queda da conana do con-sumidor. A economia do Brasil passapor momento delicado.

    MAS OS NDICES DE EMPREGABILIDADE ESTO BEM. ISSO NO RETARDA UM POUCO UM PIOR CENRIO?A economia do Brasil est bem estag-nada. Apesar de o emprego estar mui-to bem, a tendncia diminuir a rendareal dos trabalhadores, j aumentada

    nos ltimos anos. Como h uma es-cassez de mo de obra, porque menospessoas esto entrando no mercado detrabalho, isso faz com que a massa realdo trabalho continue aumentando. Mas medida que o pas no investe, o em-prego sente. Hoje quem est seguran-do a economia brasileira o consumodas famlias, porque o emprego aindaest favorvel.

    Carlos Thadeufala sobre cenrioeconmicodoBrasil no Recife

    As eleies ainda no tinham sidorealizadas quando o economistachefe da Confederao Nacionaldo Comrcio de Bens, Servios eTurismo (CNC), Carlos Thadeu,

    esteve no Recife para uma palestrano Senac. No evento, realizado pela

    Fecomrcio-PE para empresrioslocais, ele foi categrico ao armar

    que, independentemente do resultadodas eleies, 2015 ser um ano deajustes e desaos. No entanto,

    apesar de requerer ateno, o cenrioest longe de ser catastrco.

    Para o Nordeste, o economistaaconselha cautela e controle.

    por Amanda Meira

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    EM CURTO PRAZO, O QUE TEMOS NOFRONT?Para este segundo semestre haver umapossvel recuperao, com queda nopreo dos alimentos e recuperao docomrcio. Com o pagamento do dci-

    mo terceiro salrio, ocorre o aumen-to do poder de compra, e isso aquecea economia. O Natal ser a redenopara o comrcio.

    SE O CONSUMO DAS FAMLIAS ESTSEGURANDO A ECONOMIA DO PAS, HORA DE DAR MAIS CRDITO AOSCONSUMIDORES?Qualquer poltica em que o governo in-centive a negociao de dvidas impor-tante para dar flego e fazer com que asempresas continuem investindo. Nochegamos ao ponto ainda de uma crisede dvida no pas, estamos longe disso.Mas no adianta forar os bancos a abrircrdito se as pessoas no podem pagarporque esto endividadas.

    QUAL O PRINCIPAL DESAFIO DE UMPOSSVEL NOVO GOVERNO DE DILMA?Ser investir. O pas no est em umasituao to grave quanto nas dcadasde 1980 e 1990 e ainda tem condiesde atrair recursos, por isso bom fazer

    algo imediatamente. preciso contro-lar juros e a inao de maneira maiscontundente.

    O QUE O SENHOR ACONSELHA AOS EMPRESRIOS DO COMRCIO PARA O PRXIMO ANO?Considerando essa conjuntura e o aumento de ta-rifas esperado para 2015, acredito que os empre-srios no devam acumular estoques desneces-srios, no apenas pelo alto custo dessa falha degesto, mas tambm porque esse dinheiro pode-r ser investido no mercado de capitais, que estremunerando bem, especialmente na renda xa.

    E PARA OS EMPRESRIOS NORDESTINOS EPERNAMBUCANOS, ALGUMA RECOMENDAO ESPECIAL?Embora o Nordeste seja impactado pelo movi-mento nacional de estagnao, que deve durarmais um tempo, a situao local ameniza essesimpactos. Por aqui, bem como no Norte do pas,existe uma transferncia de renda, bem como in-vestimentos em obras pblicas e privadas, quemovimentam o mercado de trabalho, e a depen-

    dncia da indstria menor. Porm precisose manter alerta e com a gesto muito enxuta,cortando gastos e evitando acmulo de estoque.

    O pas no est emuma situao to gravequanto nas dcadasde 1980 e 1990 eainda tem condiesde atrair recursos, porisso bom fazer algoimediatamente.

    Hoje o que estsegurando a economiabrasileira o consumodas famlias

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    12 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    Muito alm dos 21 anos, Fernanda Karla de Pontes tinha,acima de tudo, muita disposio para aprender quando ba-teu na porta da fbrica da MM Special/Marie Merci, emItamb, na Zona da Mata Norte pernambucana, pedindo um

    emprego. Mesmo sem nunca ter pego numa agulha, no seintimidou com sua prpria falta de experincia com costurapara pleitear uma vaga na confeco de roupas femininas.Assumiu as limitaes, participou do curso de capacitaode novas costureiras promovido pela empresa, aprendeu, sedesenvolveu e hoje, aos 27, atua como encarregada do setorde preparao da fbrica. Foi uma grande vitria para mim,que nunca pensei em ter uma prosso como essa, conta.

    Esse hiato de seis anos que modicou denitivamente a vidade Fernanda , guardadas as devidas propores, uma met-fora do momento econmico daquela regio onde ela traba-lha. que nesses mesmos trs pares de anos, sem aparente

    vocao para negcios, a Mata Norte do Estado passou poruma transformao socioeconmica pautada no desenvol-vimento, sobretudo com a chegada de empresas de grandeporte, como Fiat, Ambev, Hemobrs e Vivix.

    Para se ter uma ideia desse boom de investimentos na regio,estima-se que em 2020 o PIB de Pernambuco seja 6,5% maiorsomente por causa da implantao da montadora italiana porl. A projeo faz parte de um estudo divulgado no ltimoms de outubro pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento

    Marcada historicamente pelo cultivo da cana-de-acar,regio passa por reconfigurao e o novo smbolo de

    desenvolvimento econmico do Estado

    Fbrica de roupas produz mil peasdiariamente

    por Eduardo Sena

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    Econmico e prev tambm que o PIB percapita em Goiana, Igarassu e Itapissuma,que centraro a fbrica da Fiat e o par-que de sistemistas, salte de R$ 12,8 milpara 26 mil em um prazo de seis anos.

    O diagnstico deve se transformar emum plano de aes para atender in-

    fraestrutura necessria no conjunto dedez cidades que sero impactadas peloempreendimento. Entretanto, vale su-

    blinhar que o desenvolvimento no ,como est sendo posto, de hoje. A pr-pria MM Special/Marie Merci, quel em 2008 empregou Fernanda, umexemplo. que ainda no tempo em queas mulheres da Zona da Mata Norteeram criadas para serem donas de casa,a empresria Mrcia Moura pegou o ca-minho contrrio dos hbitos da pocae, com uma viso frente do seu tem-po, ergueu com o dinheiro que lucrouvendendo galinhas na feira, em 1985,no Engenho Pangau, em Itamb, umaconfeco de roupas femininas. Comoreza a cartilha das empresas, nasceu pe-quena, com seis funcionrias incluin-do a prpria Mrcia.

    Hoje, aps 29 anos, e com cerca de 300funcionrios diretos e 150 indiretos, a f-

    brica de roupas no vestiu apenas pesso-as, mas, sobretudo, o desenvolvimento

    social e econmico da regio. Instaladaem uma propriedade de aproximada-mente 1,5 mil hectares, com cerca de3 mil m de rea construda, a fbrica cuja produo mensal de 30 mil pe-as evitou o xodo rural e criou umanova congurao de vida para os habi-tantes daquela rea. Sobretudo quandoo assunto empoderamento feminino.

    que vizinha ao Engenho Pangau esta vila de Caric, distrito daquele mu-nicpio, que cresceu e se desenvolveu

    a partir da empresa. Enquanto os ho-mens tinham na agricultura da cana-de-

    -acar a principal fonte de renda, asmulheres passaram a se dedicar

    indstria da moda. Dentro daSecretaria da Mulher daqui de

    Itamb o que mais lutamos pela independncia

    Formao prossional o pilar de sustentao da MM Special/

    Marie Merci, que coleciona at trs geraes de funcionrios damesma famlia e que tem muitos colaboradores com mais de 20anos de empresa. Como o crescimento de uma confeco passaessencialmente pela mo humana, por meio de tcnicas de costu-ra, a MM investe em uma escola de costura, pagando um salriomnimo para que as mulheres a frequente.

    econmicae social das mulhe-res do municpio, o que umpasso para reduzir os casos de violn-cia domstica. E no distrito de Caric ePangau no temos essa preocupao,porque toda mulher j trabalhou, traba-lha e tem portas abertas para trabalharna MM Special/Marie Merci, conta asecretria da Mulher de Itamb, ricaBorges.

    GOIANA

    Itamb

    Aliana

    Timbaba

    Itamarac

    Abreu e Lima

    Itapissuma

    Itaquitinga

    Ferreiros

    Condado

    Igarassu

    Camutanga

    Araoiaba

    Paulista

    Mrcia Mouracomandafbrica e escolade costura naregio

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    14 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    SAIBA MAIS

    Tambm implantada dentro do canavial, em um total de 1,4mil hectares, a unidade fabril da Fiat em Goiana, vizinha aItamb, deve produzir at 250 mil veculos por ano. Para isso,a montadora est investindo R$ 5,1 bilhes no projeto. A ter-raplanagem nem terminou, e a futura fbrica da Fiat, previstapara 2015, j muda a rotina da cidade, tambm localizada naZona da Mata Norte pernambucana, cuja principal atividadeeconmica o cultivo da cana-de-acar.

    Mas o cenrio est mudando. Nas ruas do munic-pio, distante 66 km do Recife, nem precisa procurarmuito para encontrar pilhas de tijolos em frente acasas em reforma. Anal de contas, quando prontaa fbrica deve empregar 4,5 mil pessoas. E mesmocom as operaes previstas para iniciar apenas noano que vem, empresrios dos setores imobiliriode hospedagem e de alimentao j sentem os pri-

    meiros reexos na economia.

    o caso de Joselito Marinho, dono de uma pousada eque acaba de construir mais trs unidades em GoianaEm cinco anos, espero recuperar os R$ 2 milhesque investi nessas operaes. Tem gente alugando aprpria casa e indo para cidades com aluguel mais

    barato, conta. Em tempo, um estudo da Secretariade Desenvolvimento Econmico de Pernambuco aponta quea projeo demogrca na regio passar de 510,3 mil habitantes (registrados em 2010) para 564,5 mil at 2020.

    De olho nesse dcit de imveis, quatro construtoras formaram um consrcio para construir um bairro planejado de 50hectares e investimento de R$ 1 bilho. O local ter polo jurdico, Unidade de Pronto Atendimento (UPA), shoppinghotis e 2,2 mil unidades residenciais.

    A PROSPERIDADE NA PALHA DA CANA

    Alm da Fiat, outras14 fbricas fornecedo-ras devem formar um

    polo automotivo emGoiana, composto porcentros de treina-mento e pesquisa,pista de testese campo deprovas.

    Goianatam-

    bm estru-tura um polo

    farmacoqumi-

    co, encabeado pelaEmpresa Brasileirade Hemoderivadose Biotecnologia(Hemobrs), do go-verno federal.

    O ServioNacional deAprendizagem

    Industrial (Senai)pretende investir cer-ca de R$ 30 milhesna construo de uma

    escola tcnica vol-tada exclusiva-

    mente para opolo.

    Segundo oDepartamentoEstadual deTrnsito dePernambuco

    (Detran-PE),a frota local sal-tou de 15.576veculos em 2010para 19.721 noano passado um aumento de27%, maior queos 16% do Recife.

    A CompanhiaBrasileira de VidrosPlanos est inves-tindo R$ 770 mi-lhes para cons-

    truir uma fbrica.Outras seis empre-sas devem se ins-talar na cidade.

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    Quem trafega pela rodovia BR-101 Norte no sentido Recife a JooPessoa percebe a velocidade das transformaes pelas quais tmpassado reas situadas no entorno dos ncleos urbanos das cidadesde Itapissuma, Igarassu e, sobretudo, Goiana. s margens da refe-rida rodovia, a construo de empreendimentos de grande portechama a ateno: automveis, hemoderivados, vidros e bebidas.

    Em operao, essas indstrias proporcionaro importante incre-mento no Produto Interno Bruto dos municpios da Mata Norte

    que recebero os novos empreendimentos: tal qual ocorrido emIpojuca, o produto por trabalhador (PIB per capita) dever au-mentar muito. Efeitos indiretos adviro junto com a agregaolocal de valor: novos empregos sero criados, modificando o pa-dro de oferta de trabalho em relao estrutura atual, pautadana predominncia do comrcio, de servios e, em poucos casos,de atividades industriais.

    Como consequncia, haver um incremento substancial na massasalarial em circulao na economia local, uma vez que os empregosgerados devem requerer melhor qualificao dos trabalhadorese, portanto, resultaro no pagamento de maiores salrios. O cha-mado efeito renda uma das bases da acelerao do consumo

    das famlias brasileiras nos ltimos anos dever ser acionado,embora seja necessrio considerar que nem toda a renda geradanos novos empreendimentos dever ser gasta na regio: a proxi-midade de cidades como Joo Pessoa e Recife deve ser atrativapara alguns trabalhadores, que se deslocaro diariamente entreo local de residncia e as fbricas em que atuaro.

    Mesmo assim, considerando a dinamizao econmica iminen-te na regio, cabe perguntar: o que poder surgir em termos deoportunidades para os estabelecimentos situados na Mata Nortea partir do maior consumo?

    Em primeiro lugar, o aumento quantitativo da renda levar aquecimento da procura por bens e servios que j eram demadados: o caso, por exemplo, dos alimentos. Em segundo lugaliteratura econmica mostra que, com o aumento do rendimendos trabalhadores, um novo padro de gasto surge como decrncia da maior capacidade de poupana dessas pessoas. Comaiores salrios, h uma sofisticao na cesta de bens e serviconsumidos, alm de, eventualmente, ser possvel constituir umreserva monetria para gasto futuro, a poupana.

    Nos supermercados, em vez de adquirir apenas os produtos primeira necessidade, como o feijo, o arroz e a carne, as famldevero incluir nas compras produtos como chocolates, vinhoqueijos mais finos. No segmento automotivo, a aquisio de vculos dever se fazer acompanhada da compra de equipamentde som, rodas e outros acessrios. Outros exemplos poderiam scitados, apenas para demonstrar que o efeito renda represenno apenas um aumento da circulao monetria, como tambuma diversificao no padro de consumo.

    Nesse sentido, tendo em vista os impactos diretos e indiretos grados pelos empreendimentos industriais, fundamental que

    empresas locais ou que estejam em vias de instalao na MaNorte sobretudo no setor varejista definam estratgias vtadas canalizao do potencial de fornecimento para os novempreendimentos e/ou para atendimento demanda em noescala e escopo. Inovao nos aspectos gerenciais das lojas (admnistrao e finanas), melhoria do padro de atendimento e ofede novos produtos e servios so aspectos que devero consna agenda empresarial.

    Oportunidadesde negcios na

    Mata Norte

    economia em pauta

    Osmil GalindoConsultor econmico do Centro de

    Pesquisa da [email protected]

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    Sol a pino. Calor de mais de 30 graus.Estrada emoldurada pelo marrom da

    vegetao seca. O cenrio denuncia:estamos no Serto pernambucano. Masnosso destino uma cidade que destoados esteretipos associados caatinga. medida que nos aproximamos do mu-nicpio de Triunfo, que ca no Serto doPaje, dentro de um brejo, a 1.004 me-tros de altitude e a 402 km do Recife, jpercebemos essa paisagem se modicar.O marrom dos galhos secos d lugarao verde das plantaes de bananeira,canaviais, cafezais. A altitude e a vastavegetao proporcionam um clima de

    montanha que tornou o municpio co-nhecido como Osis do Serto. Noinverno os termmetros marcam abai-xo dos 8 graus. E para l que muitaspessoas vo em busca de temperaturasamenas, lazer, belas paisagens, hist-ria e cultura.

    Logo na subida que leva cidade, a pri-meira paisagem. Do alto, a viso para-lisante, a sensao que as outras serras

    que rodeiam o municpio vigiavam nossopercurso. E as surpresas visuais conti-

    nuam ao entrarmos no centro e nos de-pararmos com uma arquitetura que nosegue o padro das casas tipicamentesertanejas. As construes de Triunforeceberam inuncia dos colonizado-res europeus e dos ricos comerciantes.Casares, sobrados, igrejas, conventose escolas do m do sculo XIX e inciodo sculo XX enchem de charme as ruase ladeiras com seus janeles, fachadascoloridas e ornamentos variados commotivos orais, geomtricos e religio-sos. Em timo estado de conservao,

    o antigo casario do Centro de Triunfotem cores vibrantes e pinturas que re-alam seus detalhes.

    O cenrio histrico se completa com aimponncia do Cineteatro Guarany. Omonumento, feito em rocha e leo de ba-leia, comeou a ser construdo em 1919pelos primos Manoel Siqueira Campos eCarolino de Arruda Campos, prsperoscomerciantes da cidade que tinham uma

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    viso vanguardista. Conta-se, inclusive,que o teatro foi inaugurado apenas em1922 para coincidir com a Semana de ArteModerna de So Paulo. A histria bemcoerente com o clima de efervescnciacultural que encontramos ao andar porTriunfo: no raro nos depararmos com

    grupos teatrais, danarinos ou cineas-tas gravando ou ensaiando nmeros aserem exibidos no Cineteatro Guarany.

    E as sensaes se misturam nesse passeiopelo Centro da cidade, que tambm pro-porciona um clima de romantismo como Lago Joo Barbosa Sitnio, palco parao passeio nos pedalinhos e no telefrico.O passeio no telefrico leva as pessoasdo Centro at o Alto da Serra, onde cao Centro de Turismo e Lazer do Sesc,uma das maiores colnias de frias emPernambuco do Sistema Fecomrcio. Doalto do telefrico, tem-se uma vista de-talhada e ainda mais bonita de Triunfo.

    E foi nesse passeio pelo Centro que umacasa em especial nos chamou ateno.Bem em frente ao lago, ela atrai os olha-res de turistas e visitantes, seguindo alinha do casario histrico e ornamen-tada por flores em tons de rosa quecombinam com a pintura da fachada.Na varanda, uma simptica senhora

    em sua cadeira de balano contempla

    a cidade. O que no imaginvamos eraque, ao entrar na casa e conversar coma proprietria, dona Diana Rodrigues,iramos novamente mergulhar na hist-ria de Triunfo. A professora, escritora epesquisadora de 70 anos de idade umcone da cidade e sua casa um acer-vo de fotos encantador. Quando ela sedeu conta, o que eram apenas mveis,objetos e fotograas de famlia havia setransformado em atrativo para morado-res, estudantes, turistas e interessadosna histria da cidade. Hoje a residn-cia da professora aposentada transfor-

    mou-se no Museu Fotogrco de Dona

    Diana e recebeu, recentemente, o ttulode Patrimnio Histrico e Literrio dePernambuco.

    Eu queria um lugar em que eu pudesse ter meu mundo, juntar meus objetosminhas recordaes, e minha casa fose transformando no s na histria daminha famlia, mas tambm em fontede pesquisa sobre a histria de TriunfoTenho orgulho de morar em uma ci-dade to bonita, pacata, em que todomundo se conhece, conta dona DianaEnquanto conversava conosco e decla-

    rava seu amor pela cidade, dona Dianaera interrompida por um aceno ou cum-primento dos moradores que passavamIsso congura o que ela falava sobre olugar acolhedor, pacato, onde todos seconhecem. De fato, a calmaria da cidade outro atrativo. As cadeiras nas cal-adas e as portas abertas ilustram umarealidade de uma cidade com um ndice de criminalidade praticamente nulo

    Eu queria um lugarem que eu pudesse termeu mundo (...)

    Dona Diana

    Cineteatro Guarany

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    Sem funcionalidade, por falta de presa cadeia da cidade foi transformada Fbrica de Criao Popular. Localiza

    na Praa da Bandeira, o prdio da anga cadeia foi doado ao Sesc, que, depoda reforma, utiliza o espao para capcitao e formao cultural. L tambh uma galeria de arte, onde possvconferir exposies de artistas pernam

    bucanos e brasileiros.

    Alm da casa de dona Diana, existe eTriunfo outra residncia repleta de htria. No Stio Almas, a casa-grande petencente famlia Timteo uma verddeira relquia do cangao. O imvel construdo parte em terras da Parabparte em terras pernambucanas e serv

    de refgio para Lampio e seu bando. A casa conserva aina originalidade arquitetnica, objetos do incio do sculo Xcomo mveis, gramofone, imagens sacras, pinturas, utenlios e fotograas. O quarto onde Lampio dormia ainda esintacto. No jardim, uma capela e as lpides dos tmulos dmembros da famlia. Tudo converge para um clima de htria e mistrio. A casa est aberta a visitao.

    Alm do cangao, outra marca de Triunfo a cana-de-acO cheiro do melao fervendo no tacho nos convidou a conh

    cer um dos mais famosos engenhos da regio, o Engenho SPedro. L vimos de perto a confeco da rapadura e da cchaa Triumpho, destilada em alambique e envelhecida e

    barris de carvalho. Esses produtos fazem sucesso no Brae no exterior.

    Alm desses atrativos, a cidade cota com eventos o ano todo, com festapresentaes culturais e shows. O Napromovido pelo Sesc um espetclo parte, chegando a ser comparacom o Natal Luz da cidade gacde Gramado.

    1: Antiga cadeia da cidade virou Fbrica dCriao Popular

    2: Capela do Stio Almas repleta de histre misticismo

    3: Confeco da rapadura no engenho SPedro

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    C o m o c h e g a rDE CARRO PARA TRIUNFO: Saindodo Recife, pegar a BR-232 e, na altura doquilmetro 360, distrito Stio dos Nunes,seguir em direo cidade de Flores. Emseguida, pegar a PE-320, onde as placasde orientao indicam o caminho at oportal de entrada da cidade.

    DE CARRO PARA SERRA TALHADA:Saindo do Recife, pegar a BR-232 at oquilmetro 411.

    DE NIBUS:H empresas que fazemo trajeto Recife/Triunfo e Recife/SerraTalhada no Terminal Integrado dePassageiros (TIP). Telefone: (81) 3207-1088. H nibus saindo todos os diaspara as duas cidades em horrios varia-dos. Os preos das passagens tambmvariam e vo de R$ 50,00 a R$ 80,00.

    Ecoturismo Para os amantes da natu-reza e estudantes de arqueologia, his-tria e geograa, estradas estreitas quesaem da cidade de Triunfo levam a tri-lhas rurais, localizadas a cerca de 9 kmdo Centro, onde possvel ver grutas,furnas e mirantes. A primeira parada

    desse passeio a Cacimba de Joo Neco.Construda por Joo Neco durante umaseca no ano de 1932, tem profundidadede aproximadamente 30 metros. Peladiculdade de descer para pegar gua,

    Joo Neco cavou um tnel perpendicularpara ter acesso gua da cacimba, queainda hoje fornece gua s famlias dostio. Vale a pena entrar no tnel e sen-tir a gua fresca brotando das pedras.

    A Furna dos Holandeses o segundo ponto desse passeio rural. Conta-se que,fugindo da Batalha dos Guararapes, um grupo encontrou essa superposio de

    blocos rochosos, com rea interna de 30 metros de largura e dois metros de altura, e l permaneceu escondido. O ponto nal da trilha ver o pr do sol noPico do Papagaio, ponto mais alto de Pernambuco, com altitude mdia de 1.260metros. Ao anoitecer, l de cima, possvel avistar outras cidades do Serto doPaje. Na pedra smbolo do pico, h uma escultura de um careta, gura tpi

    ca do Carnaval e do folclore triunfense, marca do local. O indicado que essepasseio seja feito em companhia de um guia e em carros do tipo caminhonetes.

    D i c a s d e h o s p e d a g e m

    Alm do Centro de Turismo eLazer do Sesc, Triunfo contacom 29 pousadas e dois ho-tis, com dirias variando deR$100 a R$300.

    Quem quiser opes maiseconmicas pode se hospe-dar em um dos trs albergues

    da cidade. O preo da diria em mdiaR$25.

    Informaes sobre serviosde guias e passeios poss-vel obter nas recepes doshotis, pousadas e albergues.

    Careta no Pico do Papagaio

    Cacimba de Joo Neco

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    Para viver o SertoO MUNICPIO DE SERRA TALHADA UM POTENCIAL DO CHAMADO TURISMO INTERATIVO

    Atualmente observa-se que o turismoest cada vez menos contemplativo. Ouseja, as pessoas viajam no apenas paraobservar. Busca-se, alm de contemplar,vivenciar as experincias e a cultura dolocal. o chamado turismo interativo.E a cidade de Serra Talhada no Sertodo Paje tem potencial nesse sentido.

    Localizada a 415 km do Recife, SerraTalhada tem sua histria ligada ao canga-o, pois cidade natal de Lampio. Almdesse forte aspecto, o municpio oferecea oportunidade do turismo pedaggicoe interativo, por meio do turismo rural.Estudiosos da caatinga ou interessadosem viver um pouco o modo de vida dosertanejo encontram em Serra Talhada aFazenda Barreiros e a Fazenda do Barode Paje. Nesses locais a caatinga, o ce-nrio, os objetos e o modo de vida doSerto pernambucano esto preservadosem suas caractersticas naturais (relevoe vegetao nativa), peculiaridades his-

    tricas e costumes rurais.H cerca de 150 anos, a Fazenda Barreirosera ponto de chegada e partida de

    tropeiros, que tangiam gado do Porto do Recife at o Serto. Nessa propriedde, o visitante encontrar uma gastronomia tpica e participar da confeco bode enterrado, prato tpico dos cangaceiros criado pelo prprio Lampio, qcozinhava a comida embaixo da terra para no deixar rastros para as volantepoliciais da poca, que o perseguiam.

    O visitante tambm ter a oportunidade de vivenciar outras experincias tipcamente sertanejas, como demonstraes sobre a aplicao de vegetais nativna culinria e na cura de doenas. Tambm conhecer mtodos rudimentares cultivo, extrao do ltex da manioba, mtodos de processamento da mandioem casas de farinha rsticas e mecanizadas, noes de preservao ambientasobrevivncia na caatinga. Tambm possvel ter acesso a um acervo de objetque fazem parte da histria, dos costumes e das tradies locais, como armas caa e outros artefatos (armadilhas), implementos agrcolas, utenslios de cermica, couro e bras naturais e ainda artesanato e especiarias.

    Para oferecer essa experincia, agncias de turismo do Recife j contam com undades em Serra Talhada que agendam as visitas. Alm desse turismo rural, hoportunidade de conhecer um pouco mais da histria do cangao fazendo a tlha Nas Pegadas de Lampio e conhecendo o Museu do Cangao. Os servi

    so oferecidos pela Fundao CultuCabras de Lampio, que agenda os paseios e as visitas de grupos ao museO percurso da trilha sai do Centro cidade e passa por pontos como as rnas da casa de Z Saturnino, primeiinimigo de Lampio, e o Stio Passagedas Pedras, local onde est a casa onnasceu a gura mais famosa do canga

    Quem no se interessa pelo turismo iterativo das fazendas pode experimetar a culinria sertaneja nos restaurantda cidade, que servem comidas tpiccomo mugunz salgado, carne de bodtilpia, arroz vermelho, ou arroz da tera, como conhecido no Serto.

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    22 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    Num luxuoso jantar em um hotel, tonababesco quanto, da cidade do Riode Janeiro, no comecinho dos anos de1980, o chef francs Laurent Suaudeau(recm-chegado ao pas com a missode desenvolver a gastronomia local) foiinterpelado pelo matre do recinto: Sporcos comem abbora, chef. O cozi-nheiro no desistiu, serviu o jerimumpara a alta sociedade carioca e termi-nou a noite aplaudido. Lembro que ochamei, apontei para as pessoas e disse:

    Olha s como os porcos esto se com-portando, conta Laurent.

    Essa lgica, felizmente, foi subvertida.Hoje j se sai de casa para comer insu-mos tpicos sem aquele olhar de pre-conceito. E mais do que isso. Passamospor um processo de territorializaodo ingrediente, em que, do ponto devista gastronmico, a tendncia uti-lizar cada vez mais produtos da terrapara cozinhar. O produto chega maisfresco, com qualidade superior e ain-

    da levantamos uma bandeira, explicao chef Csar Santos, que h mais de 20anos atua como embaixador da gastro-nomia pernambucana.

    O cozinheiro, alis e a propsito, o con-sultor do projeto Na Estrada: Sabores dePernambuco. Promovido pelo Senac-PE

    O novo pilar dacozinha brasileira

    em parceria com o Sebrae, a iniciativavai microrregies do Estado identi-car e promover o potencial gastron-mico delas, capacitando desde peque-nos produtores at bares e restaurantes.Quando se fala em viajar, a comida um dos programas tursticos. Muitasvezes, a tradio alimentar o prpriomote da viagem. Estruturar o setor dealimentao para bem receber esses tu-ristas uma tarefa inadivel, diz MariaGorei Gomes, gerente de operaes

    do Senac-PE.Na terceira etapa da segunda ediodo projeto, no ltimo ms de outubro,os municpios de Bezerros, Caruaru eGravat puderam comprovar a mximade que os elementos regionais podem, edevem, ser mais bem executados na ditaalta gastronomia. Popularesco e prosaicona Capital do Agreste, o bolinho mata-fome, por exemplo, se transformou emum crumble da chef Luciana Sultanume acompanhou uma musse de queijo de

    coalho com crocante de castanha de caju.A linha entre o que popular e chique muito tnue, s vai depender do usoe da apresentao. Luxo mesmo, na erada industrializao, ter produto fresco.E isso que queremos cada vez mais mesa, destaca a cozinheira.

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    O PEQUENO PRODUTOR

    Figura cada vez mais presente mesamesmo, inclusive sendo ressaltado noscardpios, a alcunha de pequeno pro-dutor. parte da moda, uma questode sustentabilidade gastroeconmicaque entra em cena. Aqui em Pernambucoum dos nomes mais emblemticos nessesentido a Fazenda Vrzea da Ona, emTaquaritinga do Norte, onde a produtoraTatiana Peebles cultiva o caf Yaguara etem feito experimentos com carne sunada sua prpria criao orgnica.

    No Recife a fazenda fornece seus produtos(caf e cortes sunos curados) para ende-reos nobres, como Ponte Nova, Quina doFuturo e Prouvot cozinha.bar. O sabor ea textura so diferentes do que voc en-contra no mercado. uma iguaria. E s assim porque no produzido em escalaindustrial, defende Julio Prouvot, eleitochef revelao do ano pela revista Prazeresda Mesa. Segundo o chef, o objetivo esse,cada vez mais agregar aos pequenos pro-

    dutores lista de fornecedores, procuran-do o melhor possvel.

    Os produtos da Yaguara tm feito tantafama que at o chef Andr Mifano, do ba-dalado restaurante Vito, em So Paulo, foiao interior do Estado conhecer a confec-o dos produtos. obrigao da gente[chef] saber de onde a comida est vindo,essa ligao importante, no s para co-nhecer e ter certeza de que um produtode boa qualidade, mas tambm pela res-ponsabilidade social que o cerca. Como

    cozinheiro responsvel, quero ver comoo produto plantado, tratado, como aspessoas que colhem so tratadas. Querome conectar completamente comida,aana Mifano.

    De Taquaritinga do Norte, no Agreste doEstado, partem insumos que fazem fama

    nos endereos gastronmicos mais famososdo Brasil. Caf e cortes sunos so destaque

    Tatiana

    Peebles

    /

    Cortesia

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    24 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    A MELHOR DO MUNDO TAMBMLEVANTA ESSA BANDEIRA

    Nome mais aguardado da edio 2014 doMesa ao Vivo Pernambuco, que movimen-

    tou o Senac no ltimo ms de outubro, achef Helena Rizzo, eleita a Melhor Chef

    Mulher do Mundo pelo Prmio VeuveClicquot, segundo os jurados do ranking Os50 Melhores Restaurantes, originalmenteconhecido como The Worlds 50 Best, rea-lizado pela revista inglesa The Restaurant,tambm defende a relao com o tpico e o

    pequeno produtor. Em sua passagem pelacapital pernambucana, ela falou revistaInforme Fecomrcio.

    POR MUITO TEMPO SE FALOUNO DESENVOLVIMENTO DETCNICAS GASTRONMICAS,EM SEGUIDA, PESQUISA DEINGREDIENTES. HOJE TEMOS UMCENRIO EM QUE O TRABALHOEM PARCERIA COM OS PEQUENOSPRODUTORES O NOVONORTE. COMO VOC AVALIA AIMPORTNCIA DESSA AO?Quase tudo o que a gente consome vemde pequeno produtor. Mas no sou eu, o movimento de quem trabalha com

    isso na cozinha. O caminho se envol-ver cada vez mais com o alimento. Paraa gente que cozinha, esse contato coma terra, com o trabalho desenvolvido, vital. E penso que esse movimentoacontece de maneira natural e h ganade todos os lados: da turma do campo,que quer crescer, e do cozinheiro, queprecisa dos melhores insumos.

    VOC UTILIZA ALGUMINSUMO DE PEQUENOSPRODUTORES DO NORDESTE?

    Sim, trabalho com a araruta do seu Pedro,l do Recncavo Baiano. E existem ou-tros, com certeza. Uso muito caju. NoMan, fao um ceviche de caju e o cajuamigo, que um bombom de cajunacom cachaa e com manteiga de cacauem volta e sal.

    POR TRS DOS SALES, AGASTRONOMIA CUMPRE QUETIPO DE FUNO SOCIAL?A comida. Ela um elo entre o homeme a natureza. Comea no prprio restau-rante. A gente emprega pessoas, trocaconhecimento, ensina, recebe de volta. parte disso, h toda essa questo doalimento, do valor dele, de como traba-lhar. Comea ali e vai para fora com arelao com os produtores.

    O GESTUAL TO IMPORTANTE

    QUANTO A QUALIDADEDO INGREDIENTE?Tanto na cozinha quanto na arte, gesto a coisa mais importante. Conseguimosextrair o melhor de um produto s pelo

    jeito como a gente toca nele.

    AINDA H MUITO PARA SEEXPLORAR NAS TRADIESCULINRIAS BRASILEIRAS?Sim, muito! Temos muitas histrias, mui-tos Brasis no Brasil. necessrio mui-ta pesquisa, e precisamos de incentivo

    nessa questo. preciso tratar comidacomo cultura.

    O QUE TE PARTICULARIZACOMO A MELHOR CHEFMULHER DO MUNDO?No sei.

    ENTO QUAIS PILARES FORMAMUM BOM COZINHEIRO?Dedicao, ateno e paixo.

    Chef HelenaRizzo estatenta aosltimos gritosde tendnciana cozinha

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    ouvidoria em pauta

    Fernando SoaresOuvidor do Sesc-PE

    [email protected]

    O Sesc-PE, atravs da sua ouvidoria, a nica existente entre osdepartamentos regionais do Sesc no Brasil, foi representado noXVII Congresso Brasileiro de Ouvidores/Ombudsman, realizadoem Florianpolis-SC de 18 a 20 de agosto, sob o patrocnio daAssociao Brasileira de Ouvidores/Ombudsman (ABO).

    Tradicionalmente, a ABO rene todos os anos seus associados, dasdiversas seccionais e profissionais da rea, em um congresso queapresenta tendncias e aperfeioamento do instituto da ouvidoria

    no Brasil. Ficou demonstrado no congresso que a ouvidoria bra-sileira, consolidada em seus princpios e fundamentos em todosos nveis de governo e nas mais diversas empresas privadas, con-ta com a decisiva atuao da ABO, criada em 16 de novembro de1995; a Lei Federal 12.632/2012 consagra o dia 16 de maro comoo Dia Nacional do Ouvidor em reconhecimento ao trabalho dosouvidores brasileiros.

    O compromisso de fortalecer o respeito aos direitos das pesso-as consumidoras ou usurias de produtos e servios privados epblicos foi evidenciado pelos acalorados debates ocorridos du-rante a extensa programao de palestras e oficinas temticas.Autoridades e personalidades do mais alto nvel de conhecimen-

    to, no setor pblico e no empresariado, apresentaram e debate-ram em trs painis e cinco oficinas o tema geral do congresso:As Dimenses da Ouvidoria Brasileira.

    Participaram dos painis Ouvidorias Pblicas, OuvidorOrganizacionais e As Ouvidorias e a Preveno de Conflitos coo Consumidor, entre outras personalidades, o ouvidor-geral Unio, Jos Eduardo Romo; o ouvidor pblico de Curitiba, cidaonde foi criada a primeira ouvidoria pblica do Brasil; a ouvidoorganizacional da empresa Jernimo Martins, de Portugal, SusaCampos; a ouvidora da Unicamp, Adriana Eugnia Alvim Barreio ex-diretor executivo da Fundao Procon-SP, Paulo Ges; e o ovidor do Bradesco, Nairo Vidal.

    Oficinas temticas abordaram assuntos pertinentes: OuvidorPblicas Sistmicas e Setoriais, Ouvidorias de SetorRegulamentados Financeiras, Planos de Sade, SeguroConcessionrias, Ouvidorias Privadas Voluntrias IndstrComrcio, Servios, Ouvidorias do Sistema Judicial, MinistPblico e Defensorias, Ouvidorias Organizacionais EmpresaUniversidades. Ilustres especialistas, como Fabio Caldeira (MinGerais), Marcel Mascarenhas dos Santos (Bacen), Luciana Galv(Brasilprev), Denise Bernardo (Grupo Paschoalotto) e Genette Trip(Internacional Ombudsman Association), debateram os temespecficos das oficinas. Os relatrios desses especialistas foraapresentados na reunio plenria da assembleia-geral de enc

    ramento, onde tambm foi escolhida a sede do XVIII Congresa cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. O XVII CongresBrasileiro de Ouvidores/Ombudsman foi um sucesso!

    CongressoBrasileiro de

    Ouvidores

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    PRODUOEduardo SenaFOTOSRodrigo MoreiraMODELOMaria Cndida de PaulaDESIGNDaniele Torres

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    L vem chegando o vero / No tremda estao da luz / um pintor pas-sageiro / Colorindo o mundo inteiro /Derramando seus azuis. Bonita tanto namsica Estao da Luz, de Alceu Valena,quanto nas beiras de mares e piscinas, apoca mais quente do ano tambm podetrazer muitos perigos sade. Anal decontas, a reboque da poesia do sal e sol,

    a incidncia mais forte dos raios solarese a predisposio para mergulhos dei-xam a populao mais expostas a doen-as tpicas deste perodo. A temperaturamais elevada vem acompanhada de mu-danas no meio ambiente e na siologiado corpo humano, que podem resultarem males como desidratao, intoxica-o, insolao, micose, entre outros pa-res de doenas.

    Os incmodos que podem surgir jun-tamente com o vero se devem com-

    binao de exposio excessiva ao sol,maior umidade e m alimentao, bemcomo o consumo exagerado de lcool efrituras. Anal, para ns pernambuca-nos, repertrio de praia tem que ter cer-veja gelada e acepipes que passam porleo. Isso sem falar no sdio, presenteno sal, um dos grandes perigos da poca

    Os dois lados

    da estao maisamadaPerodo mais aguardado do ano tambm o que traz

    mais riscos para a sade. Com um pouco de cuidado,

    dissabores podem ser driblados

    por favorecer a reteno de lquidos nocorpo, visto que a perda de lquido peloorganismo j um fator presente da es-tao. Por isso mesmo, e s para comeode conversa, os veranistas de planto quepretendem aproveitar esse perodo comuma grande exibio ao sol precisam -car atentos ao comportamento do corpoe adotar alguns cuidados apropriados.

    Para a mdica Isabel Oliveira, clnica-geral do Hospital Santa Joana, muitasdoenas provenientes do vero so de-correntes da ida frequente praia, almda conhecida virose. A micose, a inso-lao, a hepatite, a diarreia, as queima-duras de pele e a desidratao so resul-tado de uma grande quantidade de sole alimentao indevida. Tambm existenessa poca uma propagao de inse-tos, o que causa o aumento de virosese dengue, relata. A prossional ainda

    esclarece que, nas idas praia, deve-seter cuidado com os alimentos vendidos,os horrios de sol mais forte, os lugaresque so adequados para banho, a pro-teo e a hidratao. Sobretudo quan-do o pblico em questo so crianas eidosos, enfatiza.

    por Eduardo Sena

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    28 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    Pele sensvelou seca

    rea comcouro cabeludoou pelos

    TIPOS DE RAIOS SOLARES

    Pele oleosa,mista oucom acne

    GEL CREMEE SERUM(PRODUTOS SEM OLEO)

    Pele comtendncia amanchas

    CREME(FILTRO COM BASE)

    UVAResponsvel pelo bronzeadoe por manchas e rugas

    Mdio grau de intensidadeNo bloqueado totalmentecom protetor solar

    UVBDeixa a pele vermelha e queimadaAjuda na fabricao da vitamina DAumenta o risco de cncerAbundante no horrio das 10h s 16hAlto grau de intensidade

    INFRAVERMELHOProvoca sensao de calorCausador do envelhecimentoBaixo grau de intensidade

    Como se pode notar, o bem-estar passa necessaria-mente por uma boa alimentao e pelo consumo

    de lquidos, como gua e sucos. Adotar esseshbitos a regra nmero um de quem quer

    curtir o perodo com sade. Alguns ali-

    mentos no podem faltar no nosso car-dpio durante a alta estao. Devemossempre ingerir frutas ricas em lqui-dos para hidratar o corpo, licope-no para proteger o organismo daradiao solar e enzimas digesti-vas, explica a nutricionista doHospital Santa Joana Ana Sophia.

    Ela tambm diz que a alta tem-peratura favorece a perda h-drica por meio do suor e que a

    recuperao com gua deve ser

    constante, j que o resfriamento docorpo realizado pelo suor. Manter

    a hidratao fundamental para se-gurar o metabolismo em ordem e tam-

    bm para evitar problemas como tonturae presso baixa. Outra forma investir em

    frutas e legumes. A prossional ainda ressal-ta mais alimentos que podem ser privilegiados na

    estao, como cereais integrais e carnes magras, umavez que so mais facilmente digeridos.

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    Furnculos, impetigos(infeco superficialna pele), foliculites,manchas escurecidas

    e at cncer de peleso algumas das do-enas dermatolgicas

    que podem ser ocasio-nadas pelo casamento da

    forte incidncia dos raiosultravioleta com ambientes

    midos. Segundo a dermatologistaPerla Gomes, o aumento do calor e datranspirao contribui para a prolifera-o de bactrias e fungos. a estaodo ano em que as pessoas se dedicammais ao lazer, passando mais tempo comroupas midas em contato com o cor-po, alm de contato direto dos ps comareia, o que contribui para desenvolverdoenas de pele, ressalta.

    O fungo gosta de umidade, logo mantera pele seca a melhor forma que exis-

    te para evitar a propa-gao de invasores.

    Tambm aconse-lhado usar bar-reira fsica com

    p r o t e o s o -lar, como ltros,roupas, chapus eculos, completa.A dermatologista

    ainda mencio-na outras ati-

    tudes pre-

    ventivas para ter um vero com sade: tomar vriosbanhos ao dia e usar roupas leves e de fcil transpi-rao. Evitar roupas de banhos midas em contatoprolongado com a pele e sempre cobrir as cadeirasde praias ou piscinas tambm so hbitos que de-vem ser adotados.

    Falando em hbitos, alis, sabe aquele costume desair do mar e car o resto do dia com roupa de ba-nho? Subtraia-o da sua rotina de vero. O uso pro-longado de peas midas e tecidos sintticos umgrande problema para a regio genital. Esses h-

    bitos aumentam a temperatura e a umidade da re-gio genital, propiciando condies mais favorveispara o crescimento de fungos, bactrias, vrus e pro-tozorios. A exposio ao cloro da piscina tambmpode interferir nessa umidade. Por isso essa umapoca propcia para o surgimento mais frequente decorrimentos, explica o ginecologista do HospitalSanta Joana Carlos Leite.

    Ainda segundo Leite, as mulheres devem ter um

    maior cuidado com a higiene ntima, em especialno perodo da menstruao. A alta temperaturaaumenta a eliminao de lquido, por meio do suor,por isso recomendamos a utilizao de roupas maisleves e calcinha de algodo para evitar irritaesou alergias, recomenda. O asseio durante o dia muito importante, como tambm o uso do saboneteneutro e a troca de absorventes a cada quatro horas.e anti-UVB, recomenda.

    O aumento do calor e datranspirao contribui para osurgimento de doenas de pele

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    30 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    O aumento da temperatura no vero,estao do ano em que a Terra est maisprxima do Sol, fazendo com que os diassejam mais longos que as noites, faz comque as pessoas procurem realizar ati-vidades ao ar livre, como passeios empraias e piscinas. Refrescar-se o lemada poca. Por isso no difcil percebero crescimento pela prtica do mergulhoem suas diversas formas.

    sabido que existem vrias maneirasde mergulhar. Algumas crianas, porexemplo, exercem uma forma conside-rada recreativa. Aquela realizada emmomentos de lazer, como em clubes epraias. Uma segunda maneira a autno-ma, em que pessoas utilizam nadadeiras

    para submergirem parcialmente. Outra variao aprossional, em que so feitos por empresas e ins-trutores, com equipamento de respirao e imersototal na gua do mar.

    Contudo, para todas elas, os adeptos precisam estaratentos aos cuidados com o corpo na hora de reali-zar a atividade. E a umidade, frequente nesse am-

    biente, o que contribui para doenas em regiesdo corpo como olhos e ouvidos. O oftalmologistado Hospital Memorial So Jos Fbio Casa Nova

    informa que a gua do mar ou o cloro da piscinapode causar irritao nos olhos e o contato com agua contaminada pode causar conjuntivite.

    Nesta poca existe uma maior incidncia de conjun-tivite viral e bacteriana. Como a gua do mar ou pis-cina pode causar irritao nos olhos, recomendamos

    Reproduo // Faceboo

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    que as pessoas evitem abri-los embaixo dgua. Emalguns casos, indicado o uso de colrios lubrican-tes, indica. Ainda segundo o mdico, a exposio aosol pode causar irritao, vermelhido ou doenas delongo prazo relacionadas idade. Para esses casos, indicado como medida preventiva o uso de culosescuros com ltro anti-UVA e anti-UVB, recomenda.

    Segundo o scio e instrutor da empresa Aquticos Centro de Mergulhos, Gabriel Kaer, durante aestao do sal e sol que se intensica a procura pelomergulho, uma vez que estamos falando do perodocom melhores condies de realizar a atividade, j quea gua est mais cristalina e o mar mais calmo. Paraalgumas pessoas, a chegada do vero um convite aventura. E para quem prefere praia o mergulho uma das atividades mais procuradas. Alm da inte-rao com a natureza, ele proporciona o afastamentodo caos das grandes cidades, um ambiente tranquiloe novas amizades, aana Kaer.

    O otorrinolaringologista Marcelo Mendona explicaque o contato em excesso da orelha com a gua podeocasionar alguns inconvenientes, como inamaes e

    infeces no ouvido. A umidade o principal fatorpara o surgimento de uma infeco no ouvido, comoa otite. E banho de mar e piscina pode aumentar essaincidncia, frisa. O contato tambm pode ocasionarirritao, inamao na pele e sensao de coceira.Ele ainda esclarece que a gua ruim para o ouvidopor diminuir as defesas dele, facilitando a entrada de

    bactrias e fungos. Devemos evitar o contato brus-co do ouvido com a gua, resume. De acordo comKaer, os principais cuidados para se aventurar nofundo do mar, em um mergulho, so problemas desade, idade para cada atividade, monitoramento dotempo do mergulho, profundidade e quantidade de

    gs disponvel. No existe preocupao especcaem relao aos olhos e ouvidos na hora do mergu-lho. Os olhos cam protegidos pela mscara o tempotodo em ambiente seco e os ouvidos tm que estar emcontato com a gua para permitir a equalizao dapresso interna deles, minimiza o instrutor.

    Durante o vero, a busca pelobronzeado perfeito o sonho dealgumas mulheres e homens

    tambm. E para conseguir uma corsaudvel que dure at o invernoo grande aliado a alimentao.Ou seja, antes de se expor ao sole correr o risco de adquirir umainsolao, importante estar

    atento aos aspectos nutricionaisdo que pode ser ingerido nesseperodo. Alimentos ricos em

    betacaroteno auxiliam noprocesso de bronzeamento emanuteno da cor saudvel.So eles: abbora, cenoura,

    laranja, manga e tomate. A dica aproveitar e servir-se de alimentos

    ricos em mega, que auxiliana absoro do betacaroteno,como linhaa e nozes, explica

    a nutricionista Ana Sophia.

    A prossional lembra aindaque, antes de se expor ao sol, preciso estar bem hidratado ese alimentar de forma leve, semgordura. A manga, a cenourae a abbora so bons para umbronzeado saudvel, alm de

    serem alimentos integrais ricos

    em nutrientes e de aumentarema saciedade, esmia. AnaSophia tambm diz que, aps aida praia ou piscina, deve-se consumir alimentos ricos em

    ferro e em vitaminas A e C.

    gua do mar ou o cloro dapiscina pode causar irritao

    nos olhos e conjuntivite

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    32 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    Mais qualidade no servio, agilidade no atendimento e pro-dutos diferenciados. isso que prometem os empreendi-mentos tendncia do momento: os estdios especializadosem um nico tipo de servio. Nada de sales generalistas.Muitos novos empresrios buscam hoje mirar um nico ni-cho. Depilao, design de sobrancelhas, manicure. Seja qualfor a rea escolhida, o objetivo sempre trazer mais e me-

    lhores solues para o mesmo ritual de beleza.Analista tcnico e gestor de projetos do SebraePernambuco, Thiago Suruagy conrma a hipteseHoje podemos, sim, considerar que h duas verten-tes no mercado. A primeira delas so os tradicionaissales, que oferecem tudo em um s lugar, e a segun-da a estratgia por focar apenas um servio. Paraele, as causas para esta deciso comercial podem servrias, mas, em grande parte dos casos, acaba sendonanceira. Se voc tem recursos limitados, mas quer

    fazer algo com qualidade, mais indicado especializarPrecisa de menos prossionais, menos espao, menos

    equipamentos.

    Apesar de ser tendncia potencialmente de sucesso, Thiagofaz um alerta: Um estdio especializado no pode fazerapenas o bsico. Tem que inovar, utilizar produtos no tocomuns no mercado geral. O cliente que vai at ele exigen-te, procura excelncia.

    Especializao

    beleza

    a ordem da vezno mundo da

    Thiago Suruagy,analista tcnico e gestor deprojetos do Sebrae-PE

    por Manuella Antunes

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    Quem concorda a empresriaPaula Ardanza. Proprietria doClub Bardot esmalteria loca-lizada na Zona Sul do Recife ,ela conta que acredita ser, este,o grande lo de oportunidadedo mercado atualmente. Antesde tudo, preciso car claro que

    para um espao ser consideradoum nail bar deve disponibilizar

    mais de 500 esmaltes diferentespara suas clientes, diz.

    Paula conta que o pblico que frequen-ta o seu Club Bardot est em busca de

    produtos importados, perfeio no servio,economia de tempo e um ambiente tranquilo

    para fazer as unhas e, enquanto isso, experimentarum drinque ou outro. Elas no querem o barulho do secador de cabelo ou ocheiro dos produtos qumicos enquanto cuidam das mos. Alm do fato de queum salo investir numa grande quantidade de esmaltes e acessrios para unhasno algo fcil.

    A jornada da esmalteria deu to certo que, namesma casa, mas em ambientes completa-

    mente separados, a empresria resolveuabrir uma escovaria ou dry bar, como onegcio conhecido pelo mundo. Aescova uma tradio muito forteentre as brasileiras. E nem sempreelas querem enfrentar a agitaode um salo para cuidar do cabe-lo, explica, acrescentando que,em Nova Iorque, esta tendncia

    j febre. Teremos cinco ou seisnalizaes de escovas e faremoshidratao. No tenho nenhumainteno de trabalhar com nada

    alm disso.

    Investir em franquias da rea de belezae esttica tambm outra tendncia emvoga. Proprietria da Depyl Action, uma dasprimeiras casas de depilao do Recife, RoseMary Alves acredita que apostar na expertise a

    Paula Ardanza,proprietriado ClubBardot

    RoseMary Alves,

    proprietria daDepyl Action

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    34 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    melhor forma de conquistar hoje umaclientela el. Com nossa chegada nacidade, esta atividade deixou de serrelegada a uma salinha nos fundosdo salo.

    Mas seria este o m dos grandes sa-les? De acordo com os empresrios darea, no. H 20 anos no mercado, SgliaWanderley acredita que h, sim, espaopara todo mundo. Meu cliente quer como-didade, quer encontrar tudo que precisa numnico lugar seguro e de fcil acesso, comenta.

    Para ela, o grande diferencial dos grandes centros debeleza, hoje em dia, investir na qualidade dos prossionais.Vivemos na sociedade da informao. Temos que oferecer um servio compa-tvel com o que vendemos nas redes sociais. Alm disso, um mimo ou outrotambm so diferenciais. O melhor cappuccino, um ch mae feito na hora eguloseimas para as crianas so detalhes que delizam.

    Tanto verdade que Thiago Suruagy, todos os anos, coordena o projeto que acom-panha sales a expandir ou a desenvolver o que j existe. Ao todo, o Sebrae jatendeu mais de 400 sales. Para estes empreendimentos, buscar diferenciaistambm importante. No Brasil vemos casos de grandes centros de beleza que

    desenvolveram linhas prprias de cosmticos, por exemplo, naliza.

    CURSOS DO SENAC

    CAPACITAO Cabeleireiro (500 horas) Cabeleireiro assistente (200 horas) Maquiador, manicure, pedi-

    cure, depilao (160 horas)

    APERFEIOAMENTO Design de sobrancelha com

    henna / penteado / colora-o / corte e escova (45 horas)

    Automaquiagem (20 horas)

    Fonte: Marcela Angelo gerente daunidade de imagem pessoal do Senac

    SgliaWanderley,

    proprietria doSglia - Centro deBeleza

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    Em palestras ou debates e tambm em reunies especficascom clientes, frequentemente temos nos deparado com abor-dagens sobre as dificuldades enfrentadas pelos gestores, preci-samente, para um adequado entendimento da gama de tribu-tos que envolvem a formao dos preos na compra e na vendade produtos ou de servios. Na compra, a dificuldade identi-ficar aquele tributo que gera ou no o crdito que ajusta paramenos o seu preo de custo; na venda, a dificuldade quanto adequada tipificao do fato gerador dos tributos pela sada

    do produto ou servio, tributos que so fundamentais para aformao do preo final.

    Considerando a elevada carga tributria aplicada e praticadaem nosso pas, carregada ainda pela alta complexidade quantoao seu entendimento, podemos facilmente concluir que, almdo conhecimento especfico da legislao e do negcio emfoco, de fundamental importncia uma perfeita conjugaode esforo e vontade genuna entre as reas contbil, tributria,fiscal e comercial visando definir um justo preo final de vendae evitar contingncias fiscais futuras.

    Posta em prtica a busca constante de perfeita interao en-

    tre as reas contbil, tributria, fiscal e comercial, dois efeitosbenficos surgem de imediato e naturalmente: (i) consideran-do a forte necessidade de reunir condies de competir nomercado sempre muito disputado, definir preo final justo ealinhado com a atividade operacional fundamental para ga-rantir a capacidade de crescimento sustentvel do negcio; e(ii) considerando o adequado alinhamento da rea operacionalcom a rea contbil, tributria, fiscal e comercial, alm de ga-rantir o justo preo final e evitar futuras contingncias fiscais,muito contribui para cumprir a Lei da Transparncia Fiscal e,

    Transparnciafiscal: a lei e a

    regulamentao

    tributrio em pauta

    Luis RodriguesAssessor tributrio da Fecomrcio-PE

    [email protected]

    provavelmente, um importante passo para implantao boas regras de governana corporativa, especialmente quato ao cumprimento das normas contbeis, tributrias e fiscem sentido amplo.

    Os gestores das diversas reas devem entender que necesrio interagir de tal forma que assegure sintonia de proptos. A comunicao aberta e a troca de informaes entrecomercial e a contabilidade, bem como o tributrio e o fisc

    so fundamentais para o sucesso do negcio. No mais amissvel atuao dissociada entre tais setores ou atividadpois so frequentes e cada dia mais complexas as mudannas reas tributria e fiscal, que, quase sempre e imediatamete, influenciam e respingam na formao de preo. Do mesmmodo o mercado tambm pode exigir mudanas de postuque venham a clamar por uma reviso de procedimentos nreas tributria e fiscal, por exemplo, a fim de tornar os premais competitivos em face do novo entrante com nova linde produtos concorrentes ou similares.

    Concluindo, o alinhamento entre comercial, contabilidade, fical e tributrio fundamental para que, alm da prtica efet

    do cumprimento das obrigaes fiscais e tributrias alinhacom a busca do lucro adequado ao retorno do investimento negcio em foco, tambm seja alcanada a definio de prefinal justo para quem produz ou fornece e para quem consompropiciando, assim, a segurana e a firmeza necessrias parcontinuidade e o sucesso do negcio ou do empreendimen

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    36 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    Ar te

    a

    Negociarde

    ONDE ESTUDAR Entre as funes doprossional dessa rea est a anlise dastendncias do mercado. Elaborar estra-tgias, mirando a lucratividade do ne-gcio, alm de denir o transporte maisadequado so atividades tambm desen-volvidas. A cultura de exportao ain-da embrionria em Pernambuco, mas

    o mercado promissor. Existe carnciade prossionais qualicados no setor,destaca o coordenador da graduaoem bacharelado em administrao daFaculdade Senac Pernambuco, SrgioAlmeida.

    Comrcio exterior rea promissora para jovens

    graduandos. Mercado de trabalho est carente

    de profissionais qualificados

    A cultura de exportao ainda

    embrionria em Pernambuco,mas o mercado promissorSrgio Almeida,

    coordenador da graduao em administrao

    da Faculdade Senac Pernambuco

    Mesmo com a economia crescendo em ritmo lento, obtendoalta de apenas 2,3% em 2013, o Brasil entrou denitivamen-te na rota das grandes negociaes internacionais. Grandesempresas tm se instalado no pas atradas pela ascenso daclasse mdia, o que gerou um mercado de consumo muitomais atrativo. Essa nova realidade fez surgir a demanda deuma nova categoria de prossionais capacitados para faze-rem as grandes transaes. O mercado promissor e os bons

    salrios oferecidos tm chamado ateno de muitos estu-dantes, que buscam qualicao para ingressar na rea docomrcio exterior.

    Para Celso Jordo Cavalcanti, diretor da Fecomrcio-PE paraassuntos do comrcio exterior, a formao desse tipo de es-pecialista tem ligao direta com a expanso da economiado pas. Nenhuma nao consegue desenvolver-se sem umcomrcio exterior forte. O Brasil precisa se tornar um expor-tador altura de suas potencialidades e, para isso, precisaabrir o seu mercado interno para a concorrncia internacio-nal, comprando o que melhor e mais barato para consumoda populao e reexportao, destaca o diretor.

    H muita carncia de prossionais de comrcio exterior nos em Pernambuco, mas tambm em todo o pas, arma Celso

    Jordo Cavalcanti. A funo explora tcnicas utilizadas narelao de compra e venda de produtos e servios com em-presas do exterior ou rgos governamentais de outros pa-ses. O prossional de comrcio exterior o operador desseuxo. Quanto mais preparados, melhores os resultados paraa sociedade, completa o representante da Fecomrcio-PE.

    por Ericka Farias

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    O curso, que tem durao de oito pe-rodos, tem foco em comrcio exterior.Os ltimos dois semestres apresentamcadeiras voltadas para a rea. Algunsalunos j entram com essa inteno,mas muitos so despertados para essarea durante as aulas. Vrios possuemum perl mais aberto a novas culturase j trazem domnio de lnguas estran-geiras, diz o coordenador.

    Ao nal das aulas, o estudante estarapto a desenvolver competncias ne-cessrias formulao de estratgias denegcio, ao desenvolvimento e utiliza-o de sistema de controle gerencial e desistemas de controles de tarefas. A reade atuao do prossional ampla. Elepode atuar em organizaes pblicas eprivadas, empresas de micro a grandeporte ou, ainda, empresas do ramo in-

    dustrial, comercial, de servios e orga-nizaes sem ns lucrativos. Alm daqualidade dos professores, o destaquedesse curso o nmero de alunos porturma, que de, no mximo, 40, armaTerezinha Ferraz, diretora regional daFaculdade Senac Pernambuco.

    Dentro desse perfil est a estudante Vivyanne Garzieraluna do oitavo perodo do curso de bacharelado em aministrao da Faculdade Senac Pernambuco. Eu cursacomrcio exterior em Petrolina. Quando me mudei paraRecife, z opo pela graduao por ter foco na rea, ama. Acompanhar processos de exportao, fazer contacom fornecedores e scalizar a venda dos produtos so gumas das atividades desenvolvidas por Vivyanne no strabalho como coordenadora da Fox Consultoria e Comrc

    Exterior. Entrei como estagiria e acabei sendo contrataantes mesmo da formatura. No me imagino fazendo outcoisa, explica Vivyanne.

    O bacharelado em administrao da Faculdade SenPernambuco oferece 80 vagas divididas nos horrios dmanh e da noite. A seleo feita atravs de vestibulOutras informaes e a grade curricular completa do cuso esto disponveis atravs no site hp://www.pe.senac.

    Marketing global, economia internacio-nal, direito internacional e legislaoaduaneira so algumas das disciplinastrabalhadas durante os oito perodos docurso. Apesar de ter foco em comrcio

    exterior, o curso oferece as cadeiras cls-sicas da graduao em administrao,como gesto de marketing, empreende-dorismo e contabilidade gerencial. Ofato de ser voltado para uma determi-nada rea no exclui as demais. O curso timo para todos aqueles que querematuar nos mais diversos nichos da admi-nistrao, destaca a diretora regional.

    De estagiria a coordenadora:

    Vivyanne Garziera j atua na rea efoi contratada antes da formatura

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    38 NOV/DEZ 2014 INFORMEFecomrcio PE

    Como a maioria das crianas, VanessaMaria gostava de desenhar e pintar. Como passar do tempo, a menina percebeuque a necessidade de se expressar atravsdas artes plsticas ia alm das brincadei-ras infantis, era uma paixo, um talentoque precisava ser desenvolvido, lapida-do. Moradora do Alto Santa Terezinha,Zona Norte do Recife, Vanessa no en-controu na sua comunidade o incentivo

    de que precisava para desenvolver suaarte. Frequentando ocinas oferecidasem ONGs de outros bairros, a garotacomeou a amadurecer artisticamen-te, mas foi no Movimento Pr-Criana(MPC) que se encontrou como artista,educadora, empreendedora e cidad.Eu sempre soube que queria ser artistaplstica, mas aqui no Pr-Criana apren-di a ser mais que isso. Aprendi a ser um

    agente multiplicador. Alm de aprimorar meu talento, de expressar meus sentimentos atravs das artes, desenvolva capacidade de instigar outras pessoasa tambm fazerem isso, diz Vanessa.

    Ela entrou como aluna no curso de cermica do Espao Maria Helena Marinhono Recife Antigo, uma das unidades doMPC. Trs anos depois, j atuava como

    monitora e, em seguida, foi contratadapela ONG para ser educadora. Hojeaos 24 anos, Vanessa ceramista e daulas nas unidades do MPC no RecifeAntigo e no bairro dos Coelhos. Os ensinamentos tambm serviram de basepara que ela fundasse, junto com umaamiga, a Associao Joo de Barro, queproduz e vende peas de cermica. Paramelhorar a apresentao dos produtos

    Cultura, arte e esporte so utilizados como instrumentos que transformam

    a vida de alunos e educadores no Movimento Pr-Criana

    Eu sempre soube quequeria ser artista

    plstica, mas aqui no

    Pr-Criana aprendia ser mais que issoVanessa Maria,

    educadora do Pr-Criana

    Histrias de resgate por Juliana ngela

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    INFORMEFecomrcio PE NOV/DEZ 2014

    aos clientes e estimular seus negcios,Vanessa fez vestibular e est matricu-lada no curso de design grco. Parteda minha mensalidade custeada peloMovimento Pr-Criana, que, alm deensinar um ofcio, trabalha na humani-zao do indivduo, pois olha o outrocom respeito e acredita que podemos

    chegar muito mais longe do que ima-ginamos, destaca.

    Quem tambm no imaginava que po-deria chegar mais longe Jos RobertoArajo, que, antes de entrar para a ins-tituio, era um adolescente rebelde quetinha tudo para ser um adulto perturba-do, conforme ele mesmo diz. Chegueiaqui aos 14 anos e tive o lado prossio-nal e pessoal desenvolvido. Se no fosseo trabalho dos educadores, psiclogos,assistentes sociais, eu continuaria comesse comportamento complicado e talvezme tornasse um jovem problemtico,declara. Ele fez aulas de pintura, almde curso de corte e costura, e hoje repas-sa esse aprendizado como funcionriodo Movimento Pr-Criana na unidadedo Recife Antigo. Jos Roberto no parapor a e, com o apoio do MPC, pretendecursar faculdade de moda.

    Vanessa Maria e Jos Roberto so exem-plos de pessoas cujas histrias de vida

    foram diretamente inuenciadas pelo MPC. Essa entidde sem ns lucrativos existe h 21 anos e atua na RegiMetropolitana do Recife promovendo cidadania para criaas, jovens e adultos, principalmente de reas mais carentO MPC conta com uma unidade no Recife Antigo, uma ePiedade e outra no bairro dos Coelhos e recebe alunos dcinco aos 18 anos, utilizando arte, cultura e esporte comelementos transformadores de vida. So oferecidos curs

    de canto e coral, violino, violoncelo, percusso, bal clssicdana popular, artes plsticas, porcelana, cermica, teatro, lturizao, capoeira e jud. Alm disso, os alunos com mais 15 anos de idade contam com cursos tcnicos de marcenarpedreiro, serigraa, informtica, ajudante de cozinha, eletrnica, artesanato, culinria, manicure, bijuteria e cabeleireienquanto as crianas so contempladas com futebol, judxadrez. As mes dos alunos do MPC tambm no cam fora. Por meio do projeto Mos de Mes, elas participam ocinas de reciclagem, onde aprendem a confeccionar bsas, aventais e gurinos.

    COMPLEMENTANDO PARA O MUNDO Com foco educao complementar, trabalhamos a formao integdo ser humano. Alm do ensino da arte, aplicamos o quchamamos de humanidades. Nosso objetivo primordial n que nossos alunos se tornem msicos, danarinos ou arttas prossionais. Se isso acontecer, timo, mas o principafazer com que eles aprendam a lidar com os desaos da viquando sarem daqui, explica Camila Nogueira, gestora unidade do Recife Antigo. Mas no raro que as duas coisaconteam com os alunos do MPC. Muitos deles, alm sair preparados para os desaos da vida, tambm brilhaprossionalmente por meio da arte. Foi o que aconteceu coo bailarino Wanderson Wanderley, que morava em Olin

    e foi aluno do MPC. Ele passou por uma seleo e recebuma bolsa para estudar bal na ustria, onde atuou combailarino prossional. Atualmente mona Alemanha e bailarino da DeutscOper Berlin.

    A coordenadora pedaggica Selma Alvressalta que uma importante contribuido MPC auxiliar as crianas e adolescetes a encontrarem sua identidade. A prposta de trabalhar com arte faz com qucriana e o adolescente olhem para si memos, diz Selma. Aprendendo a olhar pa

    si mesma, Stephany Larissa descobriu-bailarina. Aos 10 anos comeou as aulas bal clssico no MPC e hoje, aos 17, se ppara para prestar vestibular e cursar danna universidade. Graas ao MovimenPr-Criana descobri que quero fazer dana a minha prosso. Acredito qusem o MPC, eu estaria sem rumo, des

    bafa Stephany, que atualmente d aulas dana para crianas do bairro onde mo

    O objetivo doMovimento Pr-Criana no formar

    artistas profissionais,mas fazer comque as crianasaprendam a lidarcom desafios

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    ENSINANDO E APRENDENDO Mas no s com os alunos

    que acontece esse processo de autodescobrimento. Antes delecionar dana e ser educador no Movimento Pr-Criana,Ramalho Jnior era funcionrio de uma fbrica e diz que nes-sa poca no encontrava seu lugar na sociedade. Apaguei damemria o antigo Ramalho Jnior, porque aquele de antesno era eu, no era minha identidade. Depois do Pr-Crianaeu me encontrei. Eu ajudei os alunos e eles me ajudaram. Naverdade, acho que foram eles que zeram o meu resgate eno s eu que z o resgate deles, relata o educador.

    E o discurso dos outros professores no destoa do de RamalhoJnior. Para os educadores do MPC, lecionar na instituio mais do que ensinar tcnicas de msica, dana e artes, crescer como pessoa aprendendo tambm com os alunos. Agente se envolve com essas crianas, que muitas vezes vmde realidades sofridas. Aqui diferente de outros lugares,aonde voc chega, d o contedo e vai embora. Vivenciamosas histrias, tentando ajudar da forma que possvel, comoprofessor, pai, conselheiro, amigo, e isso nos faz evoluir mui-to como ser humano, revela Crisstomo Santos, professorde msica do MPC e que est frente da orquestra de cordasformada pelos alunos da unidade do Recife Antigo. Nossotrabalho segue a linha do acolhimento, dando oportunida-de. Eu quero que um dia essas crianas se lembrem de mimcomo um amigo e como algum que lhes repassou conheci-

    mento, completa Elias de Oliveira, professor de canto, corale auta doce na mesma unidade.

    Para renascer das cinzas

    APS INCNDIO, O MOVIMENTO PRCRIANA LUTAPARA RECUPERAR O PRDIO DA UNIDADE DOS COELHOS

    No ltimo dia 25 de agosto, centenas de crianas tiveram

    seus projetos interrompidos por um incndio de gran-des propores que atingiu a unidade do MovimentoPr-Criana no bairro dos Coelhos, no Recife. As cha-mas comprometeram 80% das atividades realizadasno prdio.

    Nos locais destrudos funcionavam bibliotecas commais de dois mil livros, salas de vdeo e o departamento administrativo do projeto. Paredes, telhado, mveie equipamentos foram completamente danificadosNo houve feridos, mas 612 crianas e adolescentes queeram atendidos pelo MPC foram prejudicados. No local eram oferecidos cursos prossionalizantes, aula deartesanato, teatro, dana, canto, alm de atendimentopsicossocial e prticas esportivas.

    Esto sendo realizadas campanhas para reconstruir oque foi atingido pelas chamas e comprar novos equi-pamentos, como computadores, mveis, brinquedos, li-vros e todo o estoque de alimentos. As pessoas podemajudar de vrias formas, doando mveis, materiais deescritrio, livros, brinquedos ou depositando qualquequantia em dinheiro.

    PARA AJUDAR O

    MOVIMENTO PRCRIANA

    Banco do Brasilagncia 1833-3, conta 18816-6

    Bradescoagncia 0290-9, conta 74151-5

    Caixa Econmica Federalagncia 2348, conta 245-6,op. 003, CNPJ 02539347/0001-32

    Mais Informaes

    pelo telefone (81) 3412-8989ou pelo site www.movi-mentoprocrianca.org.br

    Biblioteca funcionavano local destrudo peloincndio que atingiuprdio do MovimentoPr-Criana

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    Na concepo da Confederao Nacional do Comrcio de Bens,Servios e Turismo (CNC), um quadro preocupante para os em-presrios e, consequentemente, para a economia do pas estse desenhando com a implantao do eSocial, complexo siste-ma de escriturao fiscal digital que pretende obrigar todos osempregadores (pessoas fsicas e jurdicas) a prestar informaestributrias, trabalhistas, previdencirias e de folha de pagamen-to ao governo federal via internet.A ideia que o Ministrio do Trabalho e Emprego, a Caixa

    Econmica Federal, o INSS, a Receita Federal, o Conselho Curadordo FGTS e a Justia do Trabalho passem a obter, em tempo real,informaes do dia a dia das empresas. Esto a includas, comoexemplos, admisso de funcionrios, alteraes salariais, afasta-mento, horas extras pagas, exposio do funcionrio a agentesnocivos, entre outros.Entre os resultados esperados, destacam-se o aumento da arre-cadao espontnea, a participao do trabalhador no auxlio fiscalizao das obrigaes trabalhistas e previdencirias, a re-duo de fraudes na concesso de benefcios previdencirios edo seguro-desemprego e a ampliao da produtividade dos r-gos fiscalizadores. Os impactos desse sistema sero to grandesquanto os da instituio da Consolidao das Leis Trabalhistas,

    dos tempos de Getlio Vargas.No que novas leis sejam criadas, mas, com o Big Brother tra-balhista, a tendncia que o cumprimento das j existentes sejamais efetivo. Ou seja, acordos informais realizados entre patrese empregados devem ser reduzidos significativamente. Quantoaos prazos, ficou claro que a transmisso dos eventos do eSocial

    O eSocial

    jurdico em pauta

    Jos Almeida de QueirozConsultor da Presidncia do Sistema Fecomrcio-PE

    [email protected]

    para as grandes e mdias empresas com faturamento anual sperior a R$ 3,6 milhes dever ser feita seis meses contados ms da disponibilizao do ambiente de testes, que, por sua vser liberado no semestre seguinte ao da publicao do Manude Orientao do eSocial.O eSocial, do jeito que est sendo conduzido, implicar a refmulao de vrios processos internos das empresas, como alteo do sistema de gesto, treinamento de pessoal e contratade recursos humanos, o que aumentar excessivamente o cus

    operacional dos empreendimentos. Segundo estudos realizdos pela CNC, os custos, somente para as empresas do setor comrcio de bens, servios e turismo, podem chegar a mais R$ 5 bilhes. H outras inadequaes igualmente preocupates, detectadas no exame feito pela CNC na documentao qadiciona ao Sistema Pblico de Escriturao Digital (Sped) o cptulo das obrigaes trabalhistas, previdencirias e fiscais eSocial , tornando a informatizao via nica para transmissde dados ao governo pelos empregadores do Brasil.Em muitas localidades no h sequer disponibilidade de acesadequado internet, o que impossibilitaria um grande nmede empresas de cumprir suas obrigaes, deixando-as sujeitamultas vultosas que no tero condies de pagar, em um quad

    de gesto j bastante onerada pelo atual sistema tributrio pas. A Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE) vai abuma consulta pblica eletrnica por 30 dias para desenvolvee-Social voltado para as micros e pequenas empresas. No nomodelo, sero unificados o recolhimento de tributos e as obgaes que precisam ser cumpridas pelas MPEs.

  • 7/24/2019 Revista Fecomercio Nov-Dez2014

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    O que hoje de ltima gerao daquia alguns meses no passar de um dis-positivo ultrapassado, diante da rapi-dez dos avanos tecnolgicos. Entopor que no aliar os objetos preser-vao ambiental, causa necessria paraa sobrevivncia de todos? Em novem-

    bro, o Painel Intergovernamental sobreMudanas Climticas (IPCC) divulgouque a temperatura mdia na superfcieterrestre aumentou 0,85 grau Celsius de1880 a 2012, com a concentrao de ga-ses de efeito estufa na atmosfera maiordos ltimos 800 mil anos. um aler-ta para que os pases quadrupliquemo uso de energias renovveis at 2050.Ignorar esse ultimato provocar danos

    graves, generalizados e irreversveis,segundo o relatrio.

    Atualmente os governos gastam cerca deUS$ 600 bilhes por ano no subsdio aoconsumo de carvo. Ao mesmo tempo,menos de US$ 400 bilhes so investidosanualmente no mundo em polticas dereduo de emisses ou em outra for-ma de enfrentar as mudanas climti-cas. Diante disso, o uso de tecnologiasque captem energias limpas urgente.E no Brasil, mesmo a passos lentos, osgovernos esto estimulando iniciativaspara o desenvolvimento de sistemas eequipamentos de energias renovveis,como a solar e a elica.

    Tecnologias se aliam a aes ecolgicas e ajudam na

    preservao do meio ambiente

    divulgao/Ascom ADEFN

    por Priscila Miranda

    SUSTENTABILIDADE

    HIGH TECH

  • 7/24/2019 Revista Fecomercio Nov-Dez2014

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    Em Pernambuco, a Secretaria de Cincia e Tecnologia est investindo nessa rea.Um projeto no arquiplago de Fernando de Noronha, administrado pelo rgo,realiza a captao de energia solar. uma parceria com a Celpe inaugurada em

    junho deste ano. Temos uma planta que atende a um total de 6% da demandamensal da ilha. Um segundo equipamento cobrir 10% da necessidade do local,arma o secretrio Jos Bertoi. Segundo Bertoi, o objetivo do projeto na ilha

    que ela seja, muito em breve, autossustentvel energeticamente.

    Estamos trabalhando tambm com a reutilizao de resduos slidos, atravsde um edital da Chesf, que est em fase de aprovao. O processo elimina boaparte do lixo, que levado para o Recife porque no h aterro sanitrio na ilha,diz Bertoi.

    Outras parcerias pblico-privadas investem em modelos de sustentabilidade. A Itaipava ArenPernambuco, por exemplo, recebeu o primeiro sistema de gerao fotovoltaico do Estado, em 201Com potncia instalada de 1 megawa pico (MW/p) e capacidade suciente para gerar 1.500 MWpor ano, equivalente ao consumo de seis mil habitantes, a usina atende 30% do uso de energia eltca do estdio, localizado em So Loureno da Mata.

    A usina um projeto de pesquisa e desenvolvimento realizado pela Agncia Nacional de EnergEltrica (Aneel) em parceria com a Celpe, a Odebrecht e a Coelba. Alm de ajudar no fornecimento eletricidade, aquecemos gua com a energia das placas solares e no gastamos com o aquecimento d

    vestirios, explica a engenheira responsvel pela manuteno da Arena Pernambuco, Marlia Becha

    Com um investimento de R$ 10 milhes, a usina possui 3.652 painis solares fotovoltaicos, que catam a luz emitida pelo sol e a convertem em energia eltrica. A energia produzida entregue ao stema eltrico do estdio, e o que no for utilizado pela arena ser injetado na rede de distribuio Celpe. Alm do aproveitamento de uma fonte renovvel, os sistemas de gerao solar reduzem pdas por transmisso e distribuio, uma vez que a energia consumida no local onde produzida

    Itaipava Arena Pernambuco temprimeiro sistema de geraofotovoltaico do Estado. Energia nutilizada pelo estdio injetada nrede da Celpe

  • 7/24/2019 Revista Fecomercio Nov-Dez2014

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    INFORMAO VERDE

    Softwares, computadores e tecnologia da informao tambmesto se adequando a padres que agridem menos o meio am

    biente. Prossionais da rea que desenvolvem equipamentosverdes podem conquistar certicados importantes e agregarvalor ao produto criado e prpria carreira.

    Surgiu no mercado a certicao Green IT Citizen, que composta por diversas prticas que orientam o prossionacerticado a ter uma viso sistmica, desde qual empresavai oferecer o menor custo at se o equipamento produzidopossui metais pesados, se h baixo consumo de energia eltrica e at se o fabricante tem uma poltica de recuperaodos produtos usados, arma o professor de tecnologia dainformao Humberto Caetano.

    Pesquisas apontam que 80% dos executivos declaram que asiniciativas de TI verde tm crescido com grande relevncianas suas organizaes. Outro fato apontado pelo Instituto

    sem Fronteiras, que destaca o aumento de 500