Revista dos Bancários 11 - set. 2011

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 1 Leia as matérias completas em www.bancariospe.org.br DOS Bancários Revista Ano I - Nº 11 - Setembro de 2011 Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco As negociações da Campanha Nacional dos Bancários entraram na reta final. Nos próximos dias, os funcionários saberão se os bancos vão atender as reivindicações ou se haverá mais uma greve CHEGOU A HORA H

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Revista dos Bancários

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 1

Leia as matérias completas em www.bancariospe.org.br

DOS BancáriosRevista

Ano I - Nº 11 - Setembro de 2011 Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco

As negociações da Campanha Nacional dos Bancários entraram na reta final. Nos próximos dias, os funcionários saberão se os bancos vão atender as reivindicações ou se haverá mais uma greve

CHEGOU AHORA H

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2 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Opinião Editorial

>>É claro que os bancários querem aumento real de salários. Mas também querem o fim do assédio moral e das metas abusivas, mais segurança e igualdade de oportunidades

Mais do que dinheiro

DOS BancáriosRevista

Redação: Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-00Fone: 3316.4233 / 3316.4221Correio eletrônico: [email protected]ítio na rede: www.bancariospe.org.br

Presidenta: Jaqueline MelloSecretária de Comunicação: Anabele SilvaJornalista responsável: Fábio Jammal MakhoulConselho editorial: Josenildo dos Santos (Fio), Geraldo Times, Tereza Souza e Jaqueline MelloRedação: Fabiana Coelho e Fábio Jammal MakhoulProjeto visual e diagramação: Libório Melo e Bruno LombardiFoto da capa: Ivaldo BezerraImpressão: NGE GráficaTiragem: 10.000 exemplares

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

ÍndiceCampanha Nacional

Meio ambiente

Entrevista: Ricardo Berzoini

Marcha das Margaridas

Grito dos excluídos

Bancário Artista

Dicas de Cultura

Dia do Folclore

Conheça Pernambuco

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Muitas pessoas ainda perguntam por que os bancários chamam a sua campanha salarial de Campanha Nacional. Essa mudança de nomenclatura foi feita pela

categoria em 2005, quando os trabalhadores consolida-ram sua estratégia de unificação da campanha, juntando os funcionários de bancos públicos e privados, que até então negociavam separadamente.

Além de unificar a Campanha, os bancários passa-ram também a dar muito mais ênfase para as reivin-dicações que não tratam apenas da parte financeira, como o reajuste salarial, a participação nos lucros e

resultados e os vales alimenta-ção e refeição.

Quer dizer que as reivindica-ções sociais, de saúde e de con-dições de trabalho, por exemplo, são tão importantes quantos as cláusulas econômicas.

É claro que os bancários que-rem aumento real de salários. Mas também querem o fim do assédio moral e das metas abu-sivas, mais segurança e igual-dade de oportunidades, com o fim da discriminação contra bancários negros, mulheres e portadores de deficiência.

Além disso, vale lembrar que os bancários são a única categoria de trabalhadores no Brasil que pos-sui uma Convenção Coletiva Nacional, que garante os mesmos direitos para todos os funcionários de bancos do país.

Por isso, a Campanha Nacional dos Bancários tem a responsabilidade, não só de servir de exemplo para outras categorias, mas também de balizar as nego-ciações entre todos os patrões e empregados do país.

IMPORTANTE A Campanha Nacional está entrando numa fase decisiva. Acompanhe diariamente as novidades pelo site do Sindicato (www.bancariospe.org.br), discuta com seus colegas e participe da mobilização.

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 3REVISTA DOS BANCÁRIOS 3

Depois de passar os últimos quatro meses focados na Campanha Nacional, os bancários entram no mês

de setembro vivendo um momento de decisão. As negociações com os bancos entram na reta final e os trabalhadores já começam a se preparar para uma possível greve, caso as discussões não avancem.

A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, destaca que os bancários apostam

A horada decisão

Negociações com os bancos entram na reta final e bancários já se preparam para uma possível greve

na mesa de negociação para resolver os impasses. “Mas se os bancos endurecerem, vamos encampar mais uma greve. Temos uma série de reivindicações importantes, que precisam ser atendidas. E condições para isso os bancos têm”, comenta Jaqueline.

A pauta de reivindicações dos bancários foi entregue aos bancos no dia 12 de agosto. De lá para cá, patrões e empregados já se reuniram cinco vezes para nego-ciar as demandas dos trabalhadores.

“Assim como nos anos anteriores, dividimos as negociações por temas. Nas duas primeiras rodadas, discutimos nossas reivindicações sobre emprego e as cláusulas sociais. Em seguida, debatemos nossas demandas sobre saúde, condições de trabalho e remuneração”, conta Jaqueline.

Acompanhe o resultados das negociações e os próximos passos da Campanha Nacional, em tempo real, pelo site do Sindicato: www.bancariospe.org.br. >>

Capa Campanha Nacional

Lançamento da Campanha Nacional no Recife, em 10 de agosto

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4 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Banco do Brasil - Casa Amarela

Capa Campanha Nacional

Um mês de luta

BNB Recife - Centro

Bradesco - Camaragibe Itaú - Jaboatão

Os bancários de Pernambuco lançaram oficialmente a Campanha Nacional no dia 10 de agosto. De lá para

cá, o Sindicato e os trabalhadores já realizaram dezenas de manifestações e protestos para pressionar os bancos na mesa de negociação.

Em quase 30 dias de Campanha, a caravana do Sindicato já passou pelo centro do Recife, por Casa Amarela, Caxangá e pela região de Boa Viagem, na capital, e por Paulista, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, Olinda, São Lorenço, Cabo e Ipojuca, na região metropolitana do Recife.

No interior do Estado, o Sindicato

esteve em cerca de 30 municípios da região de Serra Talhada e Arcoverde e, a partir do dia 12 de setembro, a caravana sai de Araripina e percorre as principais cidades do interior até a Região Metropolitana do Recife.

FoRtALECENDo A MoBILIzAçãoPara a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, agora é

hora de os bancários esquentarem a mobilização para mostrar aos bancos todo o poder de pressão da categoria.

“Estamos na reta final das negociações e precisamos mos-trar força para os bancos. As instituições financeiras, infelizmente, só atendem nossas reivindicações quando percebem que seus funcionários têm condições de construir uma greve forte”, comenta Jaqueline.

A sindicalista explica que nos últimos sete anos os bancários saíram vitoriosos de todas as Campanhas Nacionais porque fizeram grandes greves. “E este ano não deve ser diferente. Temos de estar preparados para cruzar os braços por tempo indeterminado, caso as negociações não avancem”, afirma Jaqueline.

Caravana do Sindicato já passou por dezenas de cidades, do sertão ao litoral, paraesquentar a mobilização dos bancários e prepará-los para uma possível greve

JAQUELINE MELLO

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REAJUSTE SALARIAL: 12,8% (que garante

aumento real de 5%)

PLR: Três salários mais R$ 4.500

PISO: Equivalente ao salário mínimo do dieese

(R$ 2.297,51)

VALES REFEIÇÃO E ALIMENTAÇÃO E AUXÍLIO

CRECHE/BABÁ: R$ 545 cada

CONTRATAÇÃO DA REMUNERAÇÃO TOTAL:

Incorporar ao salário todas as verbas que os

bancários recebem

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR: Fundo de

pensão para os bancários em todos os bancos

EMPREGO DECENTE: Plano de cargos e salários

para todos, fim das metas abusivas, combate ao

assédio moral, segurança contra assaltos, garantia

contra dispensas imotivadas, mais contratações,

fim da rotatividade, reversão das terceirizações,

inclusão bancária, igualdade de oportunidades e

aposentadoria digna

PrinciPais reivindicações

Capa Campanha Nacional

BNB Recife - Centro

Itaú - Jaboatão Santander - Paulista

HSBC - olinda

FoToS: IVALdo BEzERRA E BETo oLIVEIRA

GRANDES ExPECtAtIvASPor onde passa, a caravana do Sindicato tem ganhado apoio

dos bancários, que manifestam as melhores expectativas pos-síveis para a Campanha Nacional deste ano.

“Espero que a gente consiga garantir todos os nossos objetivos. Estou bastante animado e acreditando muito no trabalho do Sindicato”, diz Francisco Belartino, funcionário do Bradesco Camaragibe.

A opinião de Francisco é compartilhada pela bancária da Caixa de Casa Amarela, Adriana Auxiliadora. “A nossa expec-tativa para a Campanha Nacional deste a ano é muito grande. Estamos num momento difícil, com a troca da presidência da Caixa, mas espero que a gente consiga pelo menos a metade das reivindicações”, comenta.

Já a bancária do Santander Camaragibe, Maria José, diz que “todo ano a categoria realmente conta muito com o Sindicato, acredita muito, e eu espero que o desfecho da nossa Campanha seja o melhor possível”.

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Capa Campanha Nacional

Bancários ganham apoio dos clientes

“Os poucos bancários que trabalham na agência nos atendem muito bem. Mas o número não é suficiente para atender rápido. É preciso contratar mais funcionários urgentemente, até porque uma andorinha só não faz verão”. Maria do Socorro, aposentada, cliente do Bradesco Paulista

“A quantidade de funcionários aqui é muito escassa. É preciso que o banco contrate mais funcionários”.Lucilene Maria da Silva, comerciária, cliente do Bradesco da Sete de Setembro, no Recife

“A gente chega quando abre a agência, às 10h, e só sai por volta das 13h. Além disso, os juros e tarifas são muito altos, é um roubo”.Rosa Maria do Nascimento, servidora pública, cliente do BB Jaboatão

“A agência Camaragibe é muito custosa para nos atender. Mesmo sentados a demora é grande. Há espaço físico para a unidade ter mais bancários, mas os guichês estão vazios”.Ivonildo Marques, professor, cliente do BB Camaragibe

“Nós não temos um banheiro nesses bancos daqui. Somos obrigadas a passar a metade da manhã numa fila e não temos um banheiro. Não temos atendimento digno, temos de esperar horas para sermos atendidas porque não tem funcionário suficiente. É um absurdo o que os bancos fazem com a gente”.Marta de Souza da Silva dona de casa, cliente Bradesco Casa Amarela

“Eu acho que tem de contratar mais pessoal. É pouca gente para muitos usuários. Eu passo a maior parte do tempo numa fila; são duas, três horas aqui nesse banco”.Regina Alves dos Anjos, servidora pública, cliente da Caixa Casa Amarela

“O atendimento no Banco do Brasil é horrível, precário. Cheguei aqui às onze e sete, já são meio-dia e meia e eu ainda estou aguardando para ser atendido”.Arapoam Amazonas, servidor público, cliente do Banco do Brasil de Camaragibe

A caravana do Sindicato tem ganhado apoio dos clientes em todos os bancos que visitou. A falta de funcionários é a principal reclamação. Confira algumas declarações

Diretora do Sindicato, Suzineide Rodrigues (acima), entrega panfleto da Campanha preparado especialmente para os clientes, no BB de Camaragibe

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Circulam diariamente pelo estado de Pernambuco dois milhões de veículos. Só no Recife, são 553.236 carros,

ônibus e motos registrados pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito) no ano de 2011. Deste total, menos de 2% são transportes públicos. Juntos, auto-móveis e motocicletas respondem por mais de 60% da frota pernambucana. Na capital, este índice sobe para 83%. Para forçar a sociedade e o poder público a re-pensar suas formas de locomoção, 22 de setembro é dia de deixar o carro em casa.

O Dia Mundial Sem Carro é um movi-mento que começou em algumas cidades da Europa nos últimos anos do século 20 e, desde então, vem se espalhando pelo mundo. A data é, não apenas um convite para que cada um repense suas escolhas mas, principalmente, um meio de pressionar as autoridades a investi-rem em sistemas de transporte público de qualidade.

Pesquisa da Fundação Dom Cabral aponta que, sem investimentos, São Paulo vai praticamente parar daqui a quatro anos. Avenidas do Rio de Janeiro ficarão intransitáveis em oito anos e Belo Horizonte e Porto Alegre terão lentidão per-manente em suas vias daqui a 12 anos.

De acordo com o diretor-superintendente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Marcos Bicalho dos Santos, em entrevista ao portal Ecodesenvolvimento, seriam necessários cerca de R$ 10 bilhões anuais, por pelo menos uma década, para criar um sistema de transporte público eficiente em todas as cerca de 50 cidades do país com mais de 500 mil habitantes.

Significa, entre outras coisas, estações de metrô com estacionamentos para bicicletas e carros, interligadas a linhas de ônibus, que trafegam por corredores exclusivos. Significa, também, investir em ciclovias e infraestrutura que favoreça os ciclistas. Na capital dinamarquesa, Copenhague, existem hoje 50 mil bicicletas contra 40 mil automóveis. Mas nem sempre foi assim.

Para que a população se convencesse a abandonar os carros, foi preciso investir em ações como: criação de uma malha consistente e conectada de ciclovias, esta-cionamentos gratuitos para bicicletas, integração com outros meios de transportes, separação física de carros, bicicletas e pedestres, entre outras facilidades. Só nos últimos três anos, foram investidos cerca de R$ 50 milhões em ações deste tipo.

Mas o Dia Mundial Sem Carro é, também, um convite para que cada um reflita sobre suas formas de locomoção nos espaços urbanos. E encontre, não apenas no dia 22 de setembro mas cotidianamente, alternativas mais sustentáveis para o transporte individual.

Redação, com informações do portal www.ecodesenvolvimento.org

Deixe o carro em casaVinte e dois de setembro será o Dia Mundial Sem Carro, um convite para a população repensar suas escolhas e protestar por mais investimentos no transporte público

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>>O Sindicato não só apoia o projeto de Berzoini como está trabalhando para que a proposta seja aprovada pelo Congresso Nacional

Entrevista Ricardo Berzoini

‘BC funciona como sindicato de banqueiros’Deputado federal Ricardo Berzoini apresenta projeto que incorpora as propostas do Sindicato para acabar com as mazelas do correspondente bancário

Berzoini: bancários têm de lutar por um sistema financeiro melhor

A luta do Sindicato contra as mazelas dos correspondentes bancários ganhou um aliado de peso. O deputado federal Ricar-

do Berzoini (PT-SP) acaba de apresentar na Câmara o Projeto de Decreto Legislativo nº 214/2011 que tem por objetivo revogar as recentes resoluções do Banco Central, que tratam da figura do correspondente bancário. Na prática, se aprovada no Con-gresso Nacional, a medida acaba com as autorizações dadas para o funcionamento dos correspondentes bancários.

Berzoini, que é funcionário do Ban-co do Brasil e ex-presidente da antiga Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT) e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, justifica que as resoluções do BC invadem a competência exclusiva da União para legislar sobre Direito do

Trabalho, prevista no Artigo 22, inciso I da Constituição Federal, por per-mitir a criação de “bancários infor-mais”, que realizam as mesmas ativida-des, mas sem contar com as proteções legais e os direitos da categoria - uma

forma de precarização do trabalho.“Quando observamos em detalhes a lis-

ta das atividades prestadas (pelos corres-pondentes), percebemos tratar-se de uma verdadeira ‘filial’ da contratante”, afirma o parlamentar. Além disso, o deputado argumenta que as resoluções têm efeitos na questão da legalidade da terceirização de serviços bancários, que também está fora das atribuições do BC.

O Sindicato não só apoia o projeto de Berzoini como está trabalhando para que a proposta seja aprovada (leia mais no box da página ao lado). O projeto do deputado vai ao encontro da proposta da categoria, aprovada na Conferência Nacional, que visa promover a inclusão bancária de toda a população brasileira, de forma que todos os serviços financeiros para a sociedade sejam prestados em agências e postos de atendimento, oferecidos por bancários. O objetivo da categoria é transformar os correspondentes em pequenas agências e postos de atendimento.

Para Berzoini, hoje, a última função do corresponde bancário é universalizar os serviços. “Os bancos querem única e exclu-sivamente reduzir custos e enfraquecer a categoria bancária. Não podemos permitir que isso aconteça”, explica o deputado.

Na na página ao lado, Berzoini comenta os principais aspectos do projeto.

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Entrevista Ricardo Berzoini

CoRRESPoNDENtES São PARA REDuzIR CuStoS

“A última função do corresponde bancário é universalizar os serviços. Os bancos querem úni-ca e exclusivamente reduzir custos e enfraquecer a categoria bancária. Não podemos permitir que isso aconteça. A atuação do BC, legislando através de medidas próprias e impondo regras sem passar pelo Congresso, vai de encontro à existência de um governo popular e democrático”.

SINDICAto DoS BANCoS“O Banco Central tem atuado como um verdadei-

ro sindicato dos banqueiros e não está interessado em defender os anseios da sociedade. A atual taxa oficial de 12,5% de juros vem freando os investi-mentos estrangeiros. O nosso atual sistema finan-ceiro esfola a micro e pequena empresa, o cliente de baixa renda e enche o bolso dos banqueiros”.

BANCáRIoS São ExEMPLo“A atuação dos bancários para pressionar e não

permitir que a política nefasta do BC continue prejudicando o desenvolvimento e os interesses da sociedade brasileira serve como modelo de organização sindical. Nós, da categoria bancária,

temos a obrigação de ter a coragem de colocar as questões de médio e longo prazo no centro da Campanha 2011 e questionar qual sistema finan-ceiro queremos que se relacione com a sociedade”.

BANCoS PúBLICoS“A atuação dos bancos públicos no incentivo ao

desenvolvimento social também está muito aquém do ideal. Essas instituições não realizam nem 20% do seu potencial. Falta no embate político a energia necessária pra fazer a condução desses bancos no incentivo de uma política que vá ao encontro do desenvolvimento tecnológico que o Brasil precisa. Não adianta um processo desenvolvimentista, se temos uma política instrumental de concentração de renda e riqueza”.

CAMPANHA NACIoNAL“Estou otimista com a Campanha Nacional dos

Bancários. Nós temos de trabalhar a curto prazo nas questões salariais, agindo com pressão e fa-zendo as mobilizações necessárias. E a médio e longo prazo temos de criar um caldo de cultura para enfrentar essa linha do BC, que age mais como defensor dos banqueiros do que nos inte-resse sociais”.

Cerca de 700 bancários de várias regiões do país, inclusive Pernambuco, promoveram no dia 16 de agosto uma lavagem da rampa principal de acesso do Banco Central, em Brasília, num ato simbólico de descarrego contra as resoluções da instituição que ampliam as funções dos correspondentes e precarizam o trabalho bancário.

“O BC está mais preocupado com os bancos que com a sociedade”, disse a presidenta do Sindi-cato, Jaqueline Mello, em cima de um caminhão de som, durante o ato.

Na parte da tarde, o Sindicato e os bancários participaram de uma audiência pública na Câmara dos Deputados e denunciaram o desvio de função do BC.

Sindicato na pressão contra as resoluções do BC

Protesto dos bancários faz descarrego no BC. No destaque, Jaqueline durante o ato em Brasília

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Cidadania Direitos

Somos todosMargaridas!Mais de 80 mil pessoas, a grande maioria mulheres, marcham em Brasília para garantir mais direitos. Presidenta Dilma atende uma parte das reivindicações das “Margaridas”

Por Fabiana Coelho

O encontro entre a camponesa Edith e sua filha Eleonora Costa, bancária e diretora do Sindicato, foi um retrato simbólico da união

do urbano e do rural na 4ª edição da Marcha das Margaridas, realizada em Brasília no dia 17 do mês passado. Estavam ali mais de 80 mil mulheres, a maioria camponesas, mas muitas da cidade. E alguns homens também.

O que elas pedem, mesmo quando voltado diretamente para o campo, repercute em todo o país. Reforma agrária, alimentação sem agrotóxico, apoio à agricultura familiar, creches, programas de combate à violência contra a mulher... nada que diga respeito apenas ao meio rural. Afinal, “o que o campo planta, a cidade janta”, diziam as Margaridas.

As bancárias de Pernambuco estavam lá: Jaqueline Mello, presidenta do Sindicato; Suzineide Rodrigues, secretária de Finan-ças; Teresa Souza, secretária de Formação; Sandra Albuquerque, secretária da Mulher e a diretora Eleonora Costa. Os bancários de Pernambuco também estavam lá, represen-tados pelo secretário de Bancos Privados, Geraldo Times. “Igualdade de oportunidades e qualidade de vida é para todos: homens, mulheres, do campo, da cidade... E é muito importante que nós, os homens, também façamos parte desta discussão”, diz Geraldo.

Eleonora viveu com sua mãe até os 18 anos no Engenho Santa Rosa, em São Lourenço da Mata. Quando era tempo de escola, ficava na casa da tia, na cidade. Nas férias, voltava AG

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Cidadania Direitos

Milhares de pessoas vão tomar as ruas do centro do Recife, no dia 7 de setembro, para realizar o 17º Grito dos Excluídos. o Sindicato, que participa da organização do evento, vai marcar presença no protesto, cuja concentração será na Praça oswaldo Cruz.

de acordo com o diretor do Sindicato, Ronaldo Batista, o lema do ato este ano é: Pela vida grita a Terra... Por direitos, todos nós!. “Queremos colocar em pauta temas importantes, como um projeto sustentável que priorize a defesa da vida para todos, além da garantia, ampliação e universalização dos direitos de todos cidadãos”, conta.

o 17º Grito dos Excluídos acontece no Brasil inteiro, todos os anos, no dia 7 de setem-bro. o objetivo é mostrar que ainda falta muito para conquistar a independência de fato.

GRIto DoS ExCLuÍDoS AGItA RECIFE No DIA 7

ao sítio. A mãe e o tio produziam para os outros, mas tinham direito a um pequeno lote, onde plantavam para subsistência. Foi com 26 anos que Eleonora começou sua carreira como bancária, primeiro no Brades-co. Depois, no Bandepe. Graças a isso, ela pôde comprar de volta para a mãe o pedaço de terra que tinha sido vendido depois da morte do tio.

Militante do campo, lá estava Dona Edith, no meio das Margaridas. Militante da cida-de, lá estava Eleonora. E o mais incrível: conseguiram se encontrar, no meio de 80 mil mulheres. Mulheres idosas, jovens, com crianças no colo, de chinelo, enfrentaram milhares de quilômetros para, nem que seja por um dia, saírem da exclusão e se torna-rem visíveis. “A garra, a força e o poder de esperança destas mulheres é algo que sempre me emociona. São pessoas que economizam durante vários meses e caminham longas jornadas, dormindo sob lonas, enfrentando filas...”, diz Teresa que já acompanha a Marcha desde 2000, como representante da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

A primeira Marcha das Margaridas acon-teceu há onze anos em homenagem à sindi-calista Margarida Maria Alves, assassinada em 1983, na Paraíba. “É impressionante esta capacidade de transformar um fato trágico em fermento para organização e mobiliza-ção. E é muito bonito ver mulheres, jovens e crianças sentindo-se capazes de serem ouvidos, sujeitos de sua própria história”, afirma Jaqueline.

A marcha ocorre de quatro em quatro anos e cresce a cada edição. A última tinha

registrado a presença de 30 mil mulheres. Este ano, havia 73 mil inscritas, sem falar nas que não foram registradas. E Brasília parou para ouvi-las. Nos hotéis, no Congresso Nacional, nas rádios e jornais, as Margaridas fizeram-se notar.

Este ano, a grande expectativa era a che-gada da presidenta Dilma, primeira mulher a conduzir o destino do país. Ela demorou, gerou ansiedade, mas chegou. Trouxe algu-mas respostas. Disse que tentaria atingir o índice de 30% de alimentos fornecidos pela agricultura familiar para merendas escolares. Garantiu que 30% do total disponível de crédito para agricultura familiar iria para as mulheres. Propôs a criação de um grupo de trabalho para definir critérios para implan-tação de creches no campo. Afirmou que seriam construídos dez centros de enfrenta-mento à violência contra mulheres e que o crédito de Apoio a Mulher, linha de finan-ciamento sob responsabilidade do Ministério

de Desenvolvimento Agrário, passaria de R$ 2,4 mil para R$ 3 mil.

Da pauta de 150 itens, muita coisa ficou de fora. Nada foi dito, por exemplo, sobre a regulação dos agrotóxicos ou atualização dos índices de produtividade. Em relação à Reforma Agrária, ela apenas se comprometeu com a criação de uma comissão interminis-terial, com participação dos movimentos sociais. E queixas não faltam. Desde que Dilma assumiu, apenas um decreto de desa-propriação para reforma agrária foi emitido. O orçamento deste ano do Incra, de R$ 500 milhões, já foi todo executado, mas com desapropriações que tinham sido decretadas no governo anterior.

Todas as pendências passam a ser com-bustível para novas batalhas. “E estas lutas não são apenas das mulheres. A gente precisa resgatar a ideia de que um trabalhador fortale-ce o outro, porque a luta é de classes, não de categorias”, opina Sandra Albuquerque.

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Delegação dos Bancários de Pernambuco na Marcha

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Todas as artes se encontram na tela

Cultura Bancário artista

Bancário da Caixa, Castilho produz filmes nas horas vagas e promete se dedicar exclusivamente à arte quando se aposentar

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Neste mês de setembro, o curta de ficção “Amada”, do pernambucano e bancário da Caixa Jorge Castilho,

estará em dois festivais: a 38ª Jornada Internacional de Cinema da Bahia, que reúne filmes de praticamente todos os continentes, e o 5º Festival Cinema na Floresta, do município de Nova Floresta, Mato Grosso. O filme de Castilho, que contou com apoio do Sindicato, recria de forma ficcional uma história bastante real para milhares de mulheres: a violência.

A relação do bancário com o cinema é recente: pouco mais de dois anos. No

entanto, muito intensa: além de “Amada”, Castilho já produziu outros três docu-mentários, sempre em dobradinha com sua companheira Jaqueline, a Jake Vieira. O filme “Isto é o que eu queria falar” resgata lembranças e percepções de um alemão que era criança durante a segunda guerra. “Piedade” e “Cori, o sonho de uma cidade” mostram o surgimento de duas cidades de Goiás – Goiana e Maurilândia – por meio do relato dos primeiros moradores. Além destas produções, já existem outras duas engatilhadas: um documentário e uma ficção.

Se o flerte de Castilho com o cinema começou há poucos anos, sua relação com a arte vem do berço. Sobrinho de Almira Castilho, compositora e parceira de Jackson do Pandeiro, ele foi impulsionado desde cedo para a vida de artista. É musico; fez teatro e dança; aprendeu fotografia. “No cinema, todas estas artes se encontram: a música, a fotografia, o teatro. É como se fosse a culminância deste meu percurso com as artes”, diz o bancário.

Como músico, ele toca flauta e sax, já se apresentou com artistas como Jurail-des da Cruz e venceu vários festivais – inclusive da Caixa. Como ator, fez parte do grupo do Bandepe, do grupo de teatro da Caixa em Goiás; do grupo Martins Cererê, também em Goiás. “A arte faz parte de minha vida desde sempre. Quando adolescente, eu gazeava aula para ir pesquisar na Fundação Joaquim Nabuco porque sempre gostei de folclore e cultura brasileira”, conta.

Com uma jornada de oito horas no banco, ele dá a receita para fazer render o seu tempo: “Sempre fiz tudo à noite: teatro, dança, curso de fotografia, música... Quan-to aos filmes, Jaqueline me ajuda na produção e a gente grava nos fins de semana. Quando eu me aposentar, quero me dedicar exclusivamente à arte”.

Castilho, durante as filmagens de “Amada”,

com a atriz Ingra Liberato

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Cultura Dicas

viva a diversidade!EVENTOS

vIII Bienal Internacional do Livro de Pernambuco

“Por um Pernambuco sem homofobia: a mudança começa em você”: eis o lema da 10ª Parada da Diversidade do estado, que acontece no próximo dia 18 de setembro, na Avenida Boa Viagem. A concentração será no Parque Dona Lindu, onde a cantora Wanessa Camargo fará um show. De lá, cerca de doze trios elétricos seguem pela avenida até a Padaria Boa Viagem. A expectativa dos realizadores é juntar um público de cerca de 400 mil pessoas. Na semana que antecede o evento, o governo do estado promove, na 1ª Vara da Família, Fórum Joana Bezerra, uma cerimônia Coletiva para oficialização da união estável. Segundo Rildo Veras, assessor especial para Diversidade Sexual, 15 casais já tinham confirmado sua participação.

CDsRECoMENDADoS

Entre os dias 23 de setembro e 2 de outubro, será realizado mais um capítulo da Bienal Internacional do Livro de Pernam-buco. Com o tema “Literatura e Cidadania”, a Bienal chega à sua 8ª edição, no pavilhão de exposições do Centro de Conven-ções de Pernambuco, em Olinda. O poeta recifense Mauro Mota e o escritor cearense Ronaldo Correia de Brito serão os homena-geados. O evento já é considerado a terceira maior feira literária do País, atrás apenas das de São Paulo e Rio de Janeiro. Nas duas últimas edições, foram mais de 500 mil pessoas. Para mais informações, acesse: www.bienalpernambuco.com.

Rabequeiros de PEO CD “Rabequeiros de Pernambuco” presta

homenagem aos Mestres Mané Pitunga, Manoel Salustiano e Mané Gomes e reúne 24 rabequeiros do estado. Por enquanto, só está à venda na Loja Passa Disco, no Shopping Sítio da Trindade.

olindanceAs letras simples e um swing que mistura sal-

sa, brega e uma pitadinha de rock dão o tom no novo CD da Academia da Berlinda. Quem quiser, pode conferir pela Internet: http://soundcloud.com/yurirabid/sets/academia-da-berlinda-olindance.

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Cultura Dia do Folclore

Sacis, mulas-sem-cabeça, Iara, Boto, Bumba-meu-boi são ape-nas algumas das figuras da nossa cultura popular. No último dia

22 de agosto, o Brasil – de tantas lendas e mitos – comemorou o Dia do Folclore.

Para a data não passar em branco, o Sindicato convocou, na última edição da revista, os filhos dos bancários para

o frevo de MilenaFilha de bancária, apequena artista ouviu o chamado do Sindicato e fez sua homenagem àcultura popular

desenharem sua personagem preferida da cultura popular. A pequena artista Milena, de 7 anos, filha da bancária Michele Duarte, não perdeu

tempo e foi a primeira a enviar um desenho, que está publicado acima. Milena, que tem alma de artista, escolheu como tema da sua pintura o frevo, que faz parte da cultura pernambucana e do Brasil.

Sua mãe conta que quando Milena vai almoçar com os pais, no hotel que fica perto à sua casa, adora olhar as obras de arte. Também já fez balé, mas o que gosta mesmo é do desenho e da pintura. E nisso é estimulada pela mãezona: “Ela guarda uma caixa com papel colorido, lápis, tesoura... e também compra telas para a gente pintar. Então, pintamos juntas enquanto o papai assiste o jogo. Depois, ela guarda todos os nossos quadros”, conta Michele.

SACI NA CoPAUm grupo de artistas, jornalistas e intelectuais estão em franca campanha para que o

Saci seja o mascote da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. A cam-panha já está em muitos blogues e foi lançada pela Associação Sociedade dos Observa-dores de Saci (Sosaci), criada em 2003 na cidade de São Luiz do Paraitinga (SP).

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vistas são paradisíacas. É possível cruzar de Suape a Gaibu, passando pelas praias de Calhetas e Paraíso e visitando locais como a Igreja Nossa Senhora de Nazaré, ruínas do Convento Carmelita e Forte Castelo do Mar, construções do século XVI e XVII. Quem preferir, pode fazer o trajeto de buggy e até estender o percurso e abarcar as praias de Enseada dos Corais, Pedra do Xaréu, Paiva e Itapuama, onde dá pra tomar um relaxante banho de argila.

Há também os passeios ecológicos, com trilhas pelas matas de Camaçari, Zumbi, Cumaru e Duas Lagoas, com banhos refrescantes em riachos, lagoas ou na cachoeira do Gurjaú. Quem é adepto do turismo de aventura, vale subir o Mirante da Pedra da Pimen-ta, voar de asa delta ou fazer rapel e escalada em meio a uma paisagem deslumbrante.

A área urbana também merece uma visita, para que se possa apreciar a arquitetura das igrejas e casarios, assim como o artesanato produzido pelos moradores. Há, também, o passeio para o Engenho Massangana, conjunto arquitetônico do século XIX, que hoje abriga um museu – com visitas guiadas e exposições.

Enfim, são tantas as opções que não dá pra fazer tudo de uma vez só. Mas, se você só dispõe de um dia, é só escolher o roteiro. Para mais informações sobre hotéis, pousadas, contato com bugueiros, empresas e guias turísticos, acesse: www.cabo.pe.gov.br/turismo_2.asp

Turismo Conheça Pernambuco

História, ciência e marNem tudo é mar no Cabo

de Santo Agostinho. Não obstante a beleza de suas nove praias, o município se

orgulha por ser o único lugar do país onde existem rochas graníticas de 102 milhões de anos. Dizem, também, que foi lá que o navegador espanhol Vincente Pinzón ancorou pela primeira vez no Brasil, em janeiro de 1500, antes da es-quadra de Pedro Álvares de Cabral. Mas, independente da confirmação deste fato, não faltam riquezas históricas ao Cabo de Santo Agostinho. Não faltam, também, opções ecológicas: mirantes, mangue-zais, cachoeiras, riachos e reservas.

Para os mais dispostos, a caminhada pelas rochas é uma boa opção. Do alto, as

Cabo de Santo Agostinho

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Praia de Nazaré tem paisagem paradisíaca

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CAMPANHA DE SINDICALIZAÇÃO 2011CAMPANHA DE SINDICALIZAÇÃO 2011

Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Só existe uma coisa pior do que uma guerra entre alienígenas e o exército americano: enfrentar os banqueiros brasileiros.

Só existe uma coisa pior do que uma guerra entre alienígenas e o exército americano: enfrentar os banqueiros brasileiros.

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