REVISTA - crea-to.org.br · Costa Maia, a inspetoria é uma conquista da gestão. Segundo ele, a...
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FAÇA SUA INSCRIÇÃO
DE 29.08 A 01.09
NA SEMANA OFICIAL DA ENGENHARIA E DA
AGRONOMIA, O SISTEMA CONFEA/CREA E
MÚTUA DISCUTE OS TEMAS RELEVANTES
LIGADOS À ÁREA TECNOLÓGICA NACIONAL.
VOCÊ PODE PARTICIPAR!
Palavra do Presidente
Um abraço e boa leitura!
DIRETORIAEng. Civil Marcelo Costa Maia (2015-2017) PresidenteEng. Agrônomo João Alberto Rodrigues Aragão 1º Vice PresidenteEng. Agrônomo Luiz Amado Pereira Júnior 2º Vice PresidenteEng. Civil Luiz Fernando de Paula Machado 1º Diretor AdministrativoEng. Ambiental Benjamin Frederico Anders 2º Diretor AdministrativoEng. Civil Elievan Marques dos Santos 1º Diretor FinanceiroEng. Geólogo Fábio Lúcio Martins Júnior 2º Diretor Financeiro
CONSELHEIROS TITULARESEng. Agro. João Alberto Rodrigues AragãoEng. Civ. Cleidson Dias de SousaEng. Geo. Fábio Lúcio Martins JúniorEng. Agro. Luiz Amado Pereira JúniorEng. Civ. Daybson Dias de Sousa
Eng. Civ. Elievan Marques dos SantosEng. Civ. Luiz Fernando de Paula MachadoEng. Agro. Rafael Odebrecht MassaroEng. Agro. Romilton Brito da PaixãoEng. Amb. Cassius Ferreira GariglioEng. Amb. Benjamin Frederico AndersEng. Agro. Ubiratan Carlos Barreto AraújoEng. Agro. Cid Tacaoca MuraishiEng. Civ. Milton Septimio Alves NetoEng. Elet. Sebastião de Oliveira CamiloEng. Mec. Raimundo José Cordeiro de CarvalhoEng. Civ. Elvan Leão CostaEng. Civ. Valdivino Dias da Silva CONSELHEIROS SUPLENTESEng. Agro. Joseano Carvalho DouradoEng. Civ. Shirlene da Silva MartinsEng. Geo. Marco Cesar Ceballos BonattoEng. Agro. Fernando Fernandes GarciaEng. Civ. Renato Neves dos SantosEng. Civ. Antônio Sávio FilhoEng. Civ. Jefferson Jaime Cassoli
Eng. Agro. José Vieira JucáEng. Agro. Norton Rodrigues de LellisEng. Amb. Loane Ariela Silva CavalcanteEng. Amb. Rafael Marcolino de Souza
ASSESSORA DE COMUNICAÇÃOLeticia Bender
JORNALISTA RESPONSÁVEL Luana Fernanda
PRODUÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃORecords Propaganda
FOTOGRAFIAGlauber Matos
IMPRESSÃOCapital Gráfica
TIRAGEM3.000 exemplares
EXPEDIENTEFAÇA SUA INSCRIÇÃO
DE 29.08 A 01.09
NA SEMANA OFICIAL DA ENGENHARIA E DA
AGRONOMIA, O SISTEMA CONFEA/CREA E
MÚTUA DISCUTE OS TEMAS RELEVANTES
LIGADOS À ÁREA TECNOLÓGICA NACIONAL.
VOCÊ PODE PARTICIPAR!
As Engenharias utilizam o meio ambiente como recurso
de produção e desenvolvimento de serviços fundamentais à
população, desde construção de casas até a obtenção de energia.
E cada vez mais, percebemos a preocupação de profissionais
desta área com processos e práticas sustentáveis.
Utilizar o recurso natural da melhor forma é um dos grandes
objetivos do Engenheiro nas últimas décadas, por meio de
métodos, políticas e tecnologias que buscam o equilíbrio entre o
desenvolvimento e o meio ambiente. Na matéria de capa desta
segunda edição da revista do Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia (CREA-TO), em 2016, tratamos sobre a temática da
responsabilidade ambiental dos profissionais das Engenharias e a
consequências deste tema em todo o planeta atualmente.
Também temos a alegria de anunciar mais uma vitória da
nossa gestão: a construção da nova inspetoria do CREA-TO em
Paraíso do Tocantins, para atender aos profissionais da região.
Saiba mais sobre a conquista nesta edição da revista do Conselho.
Também este ano, nos meses de maio e junho, realizamos
o 9º Congresso Estadual de Profissionais do Tocantins (CEP-
TO), onde nos reunimos para refletir e discutir as questões
das Engenharias, do exercício da prática profissional e seus
desdobramentos. Confira, nesta publicação, quais foram os
resultados e as propostas definidas pelos tocantinenses a serem
encaminhadas ao Congresso Nacional de Profissionais que
acontece em setembro.
Nas próximas páginas temos ainda uma entrevista especial
sobre a modalidade de Agronomia; uma matéria sobre a Certidão
de Acervo Técnico (CAT) e sua relevância documental inclusive
em processos licitatórios; uma reportagem sobre a importância
de entidades de associativismo e representatividade das classes
na Engenharia; e um texto sobre os convênios de fiscalização
indireta formalizados entre o Conselho e órgãos públicos, dentre
outros temas.
Esperamos que os profissionais tocantinenses aproveitem os
conteúdos e saibam que estamos à disposição para colaborações
e sugestões de melhorias.
meio ambienteresíduos sólidos
Sumário
10
05 08
14
03
2519
20
06 24
inspetoriamoderna cat
congressocepPropostas e melhorias para a sociedade
Documento é exigência em processos licitatórios
como comprovação de capacidade técnica
Espaço vai atender profissionais e
sociedade em geral
Editorial
AssociativismoConvênio
Entrevista
Densenvolvimento Normas Técnicas
RC Tocantins
5
A ideia é oferecer um espaço amplo, com mais comodidade,
informação e prestação de serviço para engenheiros, agrônomos,
geógrafos, geólogos, meteorologistas, técnicos e tecnólogos.
Assim o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do
Tocantins (CREA-TO) irá instalar, ainda neste ano, em Paraíso
do Tocantins, cidade localizada a 60 km da Capital, uma nova
inspetoria da autarquia. A obra foi iniciada em março de 2016,
com projeção para ser entregue no final do ano.
Para o presidente do CREA-TO, o engenheiro civil Marcelo
Costa Maia, a inspetoria é uma conquista da gestão. Segundo
ele, a cidade de Paraíso precisa de um lugar que ofereça
melhores instalações para atender as pessoas da área.
“Estamos buscando, em nossa gestão, melhorar o atendimento
do CREA-TO, fazendo ações de reconhecimento e valorização
profissional. Essa construção é um avanço significativo que
trará a visibilidade que o Conselho precisa e merece”, comemora
Marcelo.
A obra, com área total de 183,63m² de construção, contará
com salas de atendimento aos profissionais do sistema,
arquivo, sala de reuniões e auditório com 50 lugares. Todas as
instalações atendem às normas de acessibilidade.
O inspetor da cidade de Paraíso, eng. de minas Manoel
Vieira Fernandes Neto, acredita que a edificação vai ser muito
importante para o município. Isso porque segundo ele, o lugar
será um espaço moderno na área da construção civil, além de
ter instalações amplas e funcionais.
“Com isso, a classe profissional terá um espaço com
informação e prestação de serviço para o profissional que
não precisará se deslocar até Palmas para resolver questões
relacionadas ao Conselho”, ressalta.
Ainda de acordo com o inspetor, a sociedade ganhará um
local onde será possível tirar dúvidas a respeito das profissões
ligadas ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
(CONFEA). No espaço, profissionais e cidadãos também poderão
fazer denúncias, dar sugestões e ainda fazer reclamações.
“O maior benefício para os profissionais, além de uma sede
com toda infraestrutura de atendimento, com sala de reuniões e
até auditório, é a valorização do profissional do Sistema, pois na
região é o único Conselho com uma inspetoria desse tamanho”
comenta Manoel.
Os recursos para a obra são oriundos do Programa
de Desenvolvimento Sustentável (Prodesu) do sistema
CONFEA/CREA e Mútua, que tem como objetivo gerenciar
recursos orçamentários e financeiros para projetos voltados à
implementação de políticas de sustentabilidade. O custo total
da obra está previsto em R$ 323 mil.
Paraíso do TO ganha Inspetoria moderna
Espaço vai atEndEr dEmandasdos profissionais ligados ao sistEma
como chEgarA inspetoria estará localizada na APM nº 40,
loteamento Vila Milena, Avenida Santos Dumont.
INSP
ETO
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Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 002/2016
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Com a intenção de discutir temas voltados para as áreas
da Engenharia e também contribuir para o desenvolvimento
das tecnologias nesses segmentos, o Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia do Tocantins (CREA-TO), realiza
mensalmente, no auditório da sede, em Palmas, palestras
voltadas para profissionais dessas categorias. O projeto é
realizado em parceria com o IPOG-TO.
A ideia do Conselho é promover discussões que
possibilitem desenvolver de forma mais eficaz atividades tanto
de Engenharia como da Agronomia. “Nós engenheiros e futuros
profissionais somos fundamentais para o Brasil e entendendo
isso, precisamos discutir os temas tecnológicos da nossa
área. O CREA-TO realiza momentos como este para reunir os
profissionais e debater sobre estas questões”, ressalta o vice-
presidente do CREA-TO, o engenheiro agrônomo João Alberto
Rodrigues Aragão.
dEbatEEm um desses encontros, a instituição contou com a
participação do palestrante, engenheiro civil e também professor
da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Fabrício
Casarin. No evento, o especialista abordou o sistema de alvenaria
estrutural, em que paredes são feitas por blocos de concreto
que formam a estrutura da construção e suportam a carga e o
DES
ENVO
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ENTO
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peso das próprias paredes, da laje, da cobertura e da ocupação
(pessoas, móveis, objetos da casa). “Na alvenaria estrutural,
falamos na escala de milímetros. A precisão é importante e, por
isso, neste tipo de sistema o preparo técnico dos profissionais
responsáveis pela obra deve ser muito específico ao método”,
explica o engenheiro.
Um dos pontos altos da discussão foi a abordagem dos
aspectos positivos e negativos da alvenaria estrutural. Segundo
Casarin, na maioria das vezes, esse sistema apresenta a
vantagem da economia no custo da obra, inclusive menor gasto
com revestimento. “Também podemos destacar que o tempo de
execução do projeto, nestes casos, é menor, se comparado ao
método construtivo do concreto armado”, aponta o palestrante.
No encontro, também foram destacadas outras vantagens,
como a integração com os sistemas de instalações elétricas
e hidrossanitárias, a técnica executiva simplificada, redução
nas formas, consumo de aço e concreto e a questão do bom
isolamento térmico e acústico.
Já em relação às desvantagens da alvenaria estrutural, o
especialista cita que este método restringe futuras mudanças e
intervenções na edificação, e condiciona a arquitetura, por conta
da paginação que deve ocorrer de acordo com o tamanho dos
blocos. “Certamente não é um sistema que pode ser utilizado em
qualquer tipo de projeto. É mais aconselhado utilizar a alvenaria
estrutural em obras de pequeno e médio porte, como em
terrenos planos, residências com até dois pisos e construções
mais simples”, destaca.
participantEsO estudante Evandro Schmitt acredita que estas palestras
são uma boa oportunidade para reunir profissionais já formados
e ainda em formação e, além disso, contribuem para ampliar
o campo de visão dos profissionais que ainda estão na
universidade.
“O evento também renova conceitos aos já graduados
há mais tempo, enriquece o aprendizado dos estudantes de
Engenharia e ainda contribui com a sociedade, preparando
cada vez mais profissionais capacitados para os desafios da
profissão”, pondera.
Para a recém-formada em engenharia civil, Ludimilla da
Silveira Ferreira, eventos como esse são ricos e ajudam a ampliar
o nível profissional dos participantes. “Os conhecimentos
adquiridos nessa palestra são importantes porque mantêm um
elevado nível de qualidade, frente ao mercado cada vez mais
competitivo e exigente. Estas ações procuram fundamentar
todo esse conteúdo prático com os princípios teóricos, para que
assim possamos ter maior compreensão das informações ao
longo da nossa carreira”, ressalta.
compromissoPara o CREA-TO, a fiscalização, uma das missões do
Conselho, também engloba a promoção de discussões
sobre assuntos relacionados ao exercício profissional. “A
nossa missão é também a valorização profissional. Estamos
promovendo momentos de qualificação e discussão de temas
tecnológicos para fomentar o debate e o aperfeiçoamento do
exercício profissional dos tocantinenses”, pondera o presidente
da autarquia, eng. civil Marcelo Costa Maia.
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ENTO
Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 002/2016
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Regulamentada pela resolução 1.025 de 30 de outubro
de 2009 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
(CONFEA), a Certidão de Acervo Técnico (CAT) é o instrumento
que certifica todas as atividades registradas no Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia do Tocantins (CREA-
TO), constituindo o acervo técnico do profissional, com dados
sobre todas as Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs)
em seu histórico.
A CAT é como um currículo para o profissional, pois é um
documento que demonstra, com fé pública, a experiência do
engenheiro adquirida ao longo de sua carreira. No CREA-TO, em
2015 foram emitidas 399 CAT’s e este ano, até o momento, esse
número já totaliza 107 certidões. Todas elas ficam disponíveis
online no Sistema de Informações Técnicas e Administrativas
do CREA-TO (SITAC) para consulta.
Após a Lei 8.666/93, que determina normas para licitações
e contratos de administração pública, a CAT adquiriu relevância
maior, já que um dos pré-requisitos para participação em
CAT CERTIfICACOm CREDIbIlIDADE A
ExPERIêNCIA DO PROfISSIONAlCER
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Gerente técnica do CREA-TO, Heryka Alves, explica a importância da CAT como comprovação de capacidade técnica do profissional
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qualquer licitação é a apresentação de comprovação de
capacidade técnica. De acordo com o presidente do CREA-TO,
o engenheiro civil Marcelo Costa Maia, muitos profissionais
não têm o conhecimento desta informação, e por conta disso,
não têm tempo hábil para solicitar a CAT e apresentá-la no
processo licitatório.
“Percebemos isso, e sabemos que a CAT é fundamental ao
profissional, principalmente para participação em licitações.
Uma das marcas da nossa gestão é a celeridade na emissão
deste documento, então, se os processos estiverem de acordo
com as exigências legais, o prazo mínimo para emissão da CAT
no CREA-TO é de cinco dias úteis, a partir da data de protocolo
do requerimento”, pontua o presidente.
De acordo com a gerente técnica do CREA-TO, a
engenheira civil Heryka Alves, o profissional pode solicitar a
CAT juntamente com a ART emitida pelo contratante da obra
ou serviço, que é de total responsabilidade dos mesmos.
Ela explica que existem três tipos de Certidões, a CAT com
Atestado, CAT Parcial com Atestado e a CAT sem Atestado.
Para solicitar a CAT o profissional pode realizar o
procedimento pela internet. “É um processo simples, no
ambiente online, por meio de login e senha. Neste local ele
consegue saber qual é a documentação necessária para
requerer a CAT. Durante a solicitação o profissional deve
anexar sua documentação digitalizada e gerar um boleto com
uma taxa para pagamento. Depois da baixa do pagamento, a
certidão é disponibilizada para análise da gerência técnica,
setor do CREA responsável pela verificação. Lembramos
que todo documento inserido e a veracidade do mesmo é de
responsabilidade do profissional”.
Respeitando o artigo 55 da Resolução 1025/09 do
CONFEA, a CAT só póde ser emitida em nome do profissional.
Conforme Instrução Normativa do CREA-TO nº 02/2015, os
documentos necessários para emitir a CAT são: Atestado
Técnico, Contrato, Termo de Recebimento de Obra ou Serviço,
ART de execução e ART de fiscalização.
Segundo Heryka há algumas observações relativas à
documentação. No caso de subcontratação de obra ou serviço,
são exigidos o Atestado Técnico, Contrato original, Contrato de
subempreitada, Anuência do Contratante Original, Termo de
Recebimento de Obra ou Serviço, ART de execução e ART de
supervisão.
“No caso de obra própria, o atestado deve estar
acompanhado de documento público que comprove a
conclusão da obra ou serviço expedido pela Prefeitura, por
agência reguladora ou por órgão ambiental. Em situações
em que a pessoa jurídica não possuir profissional habilitado
com competência para declarar as informações técnicas,
este deverá ser assinado por seu representante legal e estar
acompanhado de laudo técnico e da respectiva ART”, finaliza.
CER
TID
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E AC
ERVO
TéC
NIC
O
Os dois são documentos referentes ao
exercício das atividades dos profissionais
registrados no CREA. Confira as diferenças
entre cada um deles!
art - anotação dE rEsponsabilidadE técnica
É o documento que define, para os efeitos
legais, os responsáveis técnicos por uma
obra ou serviço nas áreas da Engenharia
e da Agronomia, conforme determina a Lei
6.496/77 e a Resolução 425/98 – CONFEA. É
um instrumento básico para a fiscalização do
exercício da profissão, permitindo identificar
se uma obra ou serviço está sendo realizada
por um profissional habilitado. Uma garantia
técnica e contratual ao profissional e ao
cliente na prestação de serviços e/ou obras de
Engenharia e Agronomia.
cat - cErtidão dE acErvo técnico É um documento emitido pelo CREA e
que comprova a experiência do profissional.
Elaborada com base nas ARTs e nos atestados
emitidos pelos clientes, a CAT pode ser
total, quando é expedida após conclusão da
atividade ou se referir a todos os serviços/
obras anotados, ou parcial, para contratos em
andamento, ou parte do acervo registrado.
Qual a diferença entre ART e CAT?Fique por dentro!
Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 002/2016
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9º CEP-TO levantou propostas e discutiu melhorias para os profissionais e sociedade
Buscar ideias para contribuir com o trabalho dos
profissionais do Estado em benefício da sociedade. Esse é um
dos objetivos do Congresso Estadual de Profissionais (CEP),
realizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
(CREA), neste ano, em cinco municípios do Tocantins e também
na Capital. O evento, que em 2016 completou nove edições,
discutiu ainda propostas de melhorias para todo Sistema e
levará mais de dez propostas para o encontro nacional.
O CEP é também um encontro preparatório para o
Congresso Nacional de Profissionais (CNP), que ocorrerá no mês
de setembro, nos dias 02 e 03, em Foz do Iguaçu (PR), reunindo
representantes de todos os CREAs do Brasil.
Na opinião do conselheiro membro da Comissão
Organizador do CEP, o engenheiro civil Elievan Marques,
o Congresso Estadual dos Profissionais tem uma grande
importância para a Engenharia e demais profissões ligadas ao
Sistema. “É uma forma dos engenheiros discutirem os temas
propostos pelos eixos temáticos, melhorando a qualidade do
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nosso trabalho, valorização, defesa e fortalecimento de nossas
profissões e atualização da legislação profissional vigente”,
comentou.
Ainda segundo ele, um dos objetivos do Congresso é
coletar o máximo de propostas e sugestões que estiverem
ligadas aos eixos temáticos ou não, porque de acordo com
ele, todas essas ideias servirão como base para a melhoria do
Sistema.
“Estender essa discussão para as cidades do interior é
levar o CREA para a realidade local do profissional, ouvir seus
anseios, dificuldades e sugestões e, ao mesmo tempo, levar até
eles as novidades e atualização relativas às suas atribuições
profissionais”, pontuou.
discussõEsO Congresso organizou os debates a partir de três temas:
Defesa e Fortalecimento da Engenharia e da Agronomia junto à
Sociedade; Tecnologia e Inovação; Carreira e Prerrogativas da
Engenharia e da Agronomia.
Nessa etapa, foram realizadas as apresentações e
aprovações das propostas compiladas, que, posteriormente,
foram enviadas pelos profissionais, a partir dos cinco
encontros regionais. As propostas aprovadas nesta edição do
CEP-TO seguem para a última etapa, o Congresso Nacional de
Profissionais.
Para o presidente do CREA-TO, o engenheiro civil Marcelo
Costa Maia, o evento foi importante para pontuar demandas
da área. “Este é o momento para expormos e discutirmos
nossas questões e apontarmos propostas e soluções viáveis,
como nós engenheiros bem sabemos e executamos em nosso
dia-a-dia. Sabemos que temos muito a melhorar e contamos
com a contribuição de todos. Este trabalho colaborativo é
fundamental para a melhoria da nossa área, especialmente da
questão tecnológica”, afirmou.
cidadEsCom o tema central ‘O Sistema CONFEA/CREA e Mútua em
defesa da Engenharia e da Agronomia brasileiras’, o congresso
foi realizado nas cidades de Gurupi, Araguaína, Araguatins,
Guaraí, Paraíso e Palmas, durante os meses de maio e junho. Na
Capital mais de 100 profissionais da Engenharia, Agronomia,
Geologia, Geografia e Meteorologia participaram do evento.
O coordenador do 9º CEP-TO, o engenheiro ambiental
Cassius Ferreira Gariglio, acredita que as discussões e
propostas levantadas nos eventos regionais e estadual
foram bastante proveitosas. “Uma das marcas do CEP é a
possibilidade de transformação, a abertura para a reflexão e
a proposição de melhorias. Acredito que terminamos esta fase
estadual com grandes proposituras e iremos representar o
Tocantins em um ótimo nível de discussão e entendimento da
contribuição da Engenharia e Agronomia para o país”, frisou.
participantEsNa opinião do engenheiro ambiental Túlio Martins Dias,
que participou do evento, o congresso teve grande importância
para os profissionais porque buscou melhorar o relacionamento
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Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 002/2016
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do Sistema com os engenheiros e sociedade em geral. “A gente
espera que as propostas aprovadas sejam atendidas para que
o Congresso tenha realmente a sua representatividade. O CEP
também foi interessante para estreitar as relações com os
profissionais. É o primeiro congresso que participei e achei
bastante proveitoso”, comentou.
Túlio foi um dos delegados eleitos para representar o
Tocantins na etapa nacional. “Estou bastante animado e
confiante que nossas propostas, que são interessantes, sejam
aprovadas lá”, finalizou.
Já para o engenheiro civil Flávio Roldão de Carvalho Lelis,
também eleito delegado, o encontro oportunizou um momento
para que os profissionais colocassem suas opiniões e críticas
em relação ao Sistema, com o objetivo de propor melhorias.
“Achei muito bacana, porque ressaltou aspectos que eu achava
interessante para a nossa categoria”, explicou.
A Mútua (Caixa de Assistência dos Profissionais dos
CREAs), também esteve presente como apoiadora do CEP.
Representada pelo diretor financeiro, o engenheiro civil
Gerson Taguatinga, e pelo diretor administrativo, o engenheiro
mecânico, civil e de segurança do trabalho, Júlio Fialkoski, a
instituição realizou uma palestra sobre seu histórico, forma de
atuação, benefícios, convênios e serviços, além dos principais
projetos e plano de ação da atual diretoria.
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o cEpO CEP foi realizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Tocantins (CREA-TO) em
parceria com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) e a Caixa de Assistência aos Profissionais do CREA (MÚTUA). O objetivo foi criar um espaço de discussão entre os profissionais, a fim de definir estratégias, planos e programas de atuação, por meio da proposição de mudanças nos normativos que regulamentam o exercício da profissão.
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Confira aqui algumas das propostas aprovadas pelo 9º CEP-TO que irãopara análise no Congresso Nacional em setembro:
Criar a disciplina ‘Legislação Profissional e Sistema CONFEA/CREA’ na grade curricular acadêmica e estabelecê-la como obrigatória;
Estabelecer que a Fiscalização do Conselho tenha poder de embargo;
Estabelecer exame de suficiência para obtenção de registro;
Eleição direta para inspetores;
Suspensão da Resolução número 1.073;
Criação de aplicativos para smartphone e android para serviços e denúncias;
Criação da Câmara Nacional de Engenharia Ambiental.
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Como alavancar a tecnologia e ao mesmotempo preservar o meio ambiente?Engenheiros precisam enfrentar este desafio
O que são resíduos sólidos? Podemos definir como
resíduos sólidos tudo aquilo que genericamente chamamos
de lixo, como, por exemplo, materiais sólidos considerados
sem utilidade, supérfluos ou perigosos, gerados pela
atividade humana e que devem ser descartados ou
eliminados.
A preocupação com estes resíduos vem sendo discutida
há algumas décadas nas esferas nacionais e internacionais,
devido à expansão da consciência coletiva com relação
ao meio ambiente. Ou seja, a complexidade das atuais
demandas ambientais, sociais e econômicas, induz a um
novo posicionamento dos três níveis: governo, sociedade
civil e iniciativa privada. Todos precisam se envolver com
essa temática.
Segundo o coordenador da Comissão do Meio Ambiente
e Desenvolvimento do Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia do Tocantins (CREA-TO), o engenheiro ambiental
Cassius Gariglio, a aprovação da Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), após vinte e um anos de discussões no
Congresso Nacional, marcou o início de uma forte articulação
institucional envolvendo os três entes federados - União,
Estados e Municípios, o setor produtivo e a sociedade em geral
- pela busca de soluções para os problemas na gestão resíduos
sólidos que comprometem a qualidade de vida dos brasileiros.
“A educação ambiental assume a sua parte no
enfrentamento dessa crise radicalizando seu compromisso com
mudanças de valores, comportamentos, sentimentos e atitudes,
que devem se realizar junto à totalidade dos habitantes de cada
A destinação correta de resíduos sólidos é o caminho irreversível para sustentabilidade do planeta.
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base territorial, de forma permanente, continuada e para todos”,
frisou.
Na opinião do engenheiro, essa é uma educação que se
propõe a fomentar processos continuados que possibilitem o
respeito à diversidade biológica, cultural e étnica. “Tudo isso
agregado juntamente com o fortalecimento da resistência
da sociedade a um modelo devastador das relações de seres
humanos entre si e destes com o meio ambiente”, completou.
Mas qual seria o papel do Engenheiro nos serviços de
Engenharia ao modificar o meio ambiente e ao mesmo tempo
depender dele, sempre priorizando a sua preservação? Para
Cassius, a sustentabilidade ambiental, dentro dos projetos
da área, juntamente com a ética profissional fortalecem a
base da responsabilidade na Engenharia. “A necessidade de
preservar o meio ambiente promovendo o desenvolvimento
sustentável apresenta-se como padrão esperado na formação
dos engenheiros, sendo assim as discussões acerca da
responsabilidade ambiental na sua formação, enfatizando o
que seria essa responsabilidade, podemos colocar: os fatores
que comprometem o meio ambiente, o papel da universidade
no desenvolvimento da responsabilidade ambiental e por
fim a importância da mesma na formação dos engenheiros”,
comentou.
dEsEnvolvimEnto sustEntávElPorém, quando se pensa em desenvolvimento há sempre
o desafio da conservação ecológica, e, ao mesmo tempo, a
necessidade de alavancar os avanços tecnológicos. Diante
disso surge a dúvida: como construir de maneira sustentável?
Antes de tudo é bom ressaltar que o conceito de sustentabilidade
começou a ser elaborado em 1972 na Conferência das Nações
Unidas sobre o meio ambiente, realizada em Estocolmo na
Suíça. A convenção reuniu representantes governamentais,
líderes empresariais, representantes da sociedade organizada
e membros da comissão mundial sobre meio ambiente e
desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU).
Na oportunidade foram discutidas medidas que chamassem
atenção internacional para as questões da degradação
ambiental.
Uma dessas soluções para o ‘construir sustentável’ são
os certificados chamados de ‘selos verdes’, desenvolvidos por
engenheiros civis. Eles são destinados a avaliar os impactos
ambientais das edificações e são instrumentos relevantes
para incentivar a prática de construções sustentáveis, pois
despertam os construtores a produzirem de forma responsável
ambientalmente, e com isso, acabam criando uma forma
de mostrar ao consumidor destas edificações que elas são
construídas com respeito ao meio ambiente.
Para o engenheiro ambiental Benjamin Frederico Anders
o uso racional dos recursos naturais e a destinação dos
resíduos produzidos geram o desenvolvimento sustentável. Ou
seja, o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da
geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as
necessidades das futuras gerações.
“O desenvolvimento sustentável depende de planejamento
e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos.
Constantemente o termo ‘desenvolvimento sustentável’ é
confundido com crescimento econômico, o qual é imprescindível
o consumo dos recursos naturais, direta ou indiretamente. No
entanto esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável,
tendo em vista que acaba por levar ao esgotamento dos recursos
naturais dos quais a humanidade depende”, ressaltou.
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ENTE
Aterro sanitário de Palmas: disposição ambientalmente adequada para os resíduos sólidos
Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 002/2016
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políticasDe acordo com o engenheiro, a PNRS foi um documento
que marcou o início de articulações sobre esse tema envolvendo
os mais diversos setores em busca de soluções para os resíduos
sólidos. Para ele, o projeto estabelece princípios, objetivos,
diretrizes, metas e ações, além de instrumentos como os
Planos de Resíduos Sólidos (nacional, estadual e municipal),
os quais abordam os diversos tipos de resíduos gerados e suas
alternativas de gerenciamento.
Benjamin acredita que o principal propósito da PNRS vem
a ser o encerramento de atividades nos lixões dos municípios
brasileiros. Na época, a lei estabeleceu que o prazo para tal ação
seria o fim do ano de 2014.
De acordo com o engenheiro, em substituição aos
lixões, os municípios deveriam implantar aterros sanitários,
onde é desenvolvido um trabalho de engenharia para evitar a
contaminação dos lençóis freáticos. Nestes locais, o chorume
é coletado e tratado e há a queima do gás metano, que pode ser
aproveitado para geração de energia elétrica.
Depois de seis anos, desde a criação da lei, a pergunta que
se faz é: a Política Nacional de Resíduos Sólidos fracassou?
Benjamin acredita que sim. Segundo ele, a Engenharia trabalha
com números e dados do Ministério do Meio Ambiente, revelam
que dos 5.570 municípios brasileiros, apenas 2.215 (39,8%)
dispõem os rejeitos de maneira ambientalmente adequada.
“Esses elementos já servem como indicativo para o fracasso,
tendo em vista que deveríamos estar com índice de 100%.
O governo, talvez em tentativas de não se dar por vencido,
constantemente prorroga o prazo para o encerramento dos
lixões. O atual prazo é até o fim do ano de 2021”, explicou.
Segundo o engenheiro, a primeira fase do projeto, com
fim em 2014, permitiu que muitos municípios chegassem
a apresentar seus Planos Municipais de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos. Estes projetos fazem um diagnóstico total
dos resíduos em cada município, bem como estabelecem ações,
metas e prazos para o destinamento correto dos mesmos. No
entanto, devido à falta de projetos e recursos financeiros, as
ações não foram executadas e nunca saíram do papel.
“Apesar do fracasso, nem tudo está perdido. A Política
Nacional de Resíduos Sólidos é um documento de grande
teor técnico e de eficiência. No entanto, devem-se associar
a outros dois pilares: recursos financeiros e corpo técnico de
engenheiros”, disse.
plano dE gErEnciamEntoHoje o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
do Tocantins (CREA-TO) também vem formatando um plano
de gerenciamento dos recursos sólidos e a primeira etapa,
o descarte de bens móveis inutilizados, já foi realizada pelo
Conselho. A ação foi idealizada por meio da Comissão de Meio
Ambiente e Desenvolvimento (CMAD) do CREA-TO, que após
decisão plenária, abriu procedimento para iniciar as tratativas
administrativas para o descarte dos materiais. Dentre alguns
dos recicláveis de madeira e também metálicos, estão cadeiras
e mesas, ar-condicionado, nobreaks, monitor, CPU e outros.
O presidente do CREA-TO, engenheiro civil Marcelo Costa
Maia, comemora mais este compromisso com a engenharia
pública. “Nos preocupamos com a situação do descarte destes
materiais e também queremos ser exemplo de ações que dizem
respeito às áreas da engenharia. Quero parabenizar a todos
os envolvidos: os colaboradores do Conselho, conselheiros e
especialmente a Comissão que levou esse desafio a sério e hoje,
temos a primeira etapa concretizada”, comenta Marcelo.
crEa-toE para tentar mudar, no Tocantins, o Conselho não deixa
de atuar nessa área. Por aqui, o CREA-TO realiza palestras
e workshops sobre os temas ambientais relacionados a
O desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos.
MEI
O A
MBI
ENTE
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RC Tocantins
Engenharia. Na instituição são debatidos assuntos como:
Licenciamento Ambiental e suas Interfaces, Fiscalização e
Meio Ambiente, Monitoramento Ambiental, Monitoramento
de Empreendimentos e Inspeção Ambiental.
“Nestas discussões levamos aos profissionais destas
áreas e de órgãos ambientais o que há de novo e interessante
para o desenvolvimento dos serviços de Engenharia no meio
ambiente”, ponderou o presidente.
Ainda conforme o gestor, o planejamento e execução dos
mais diversos serviços de engenharia são fundamentais para
o desenvolvimento dos meios urbano e rural.
“A legislação e as normas técnicas estão ao nosso
alcance, e são diretrizes para nos orientar quanto à realização
dos serviços sem degradar o meio ambiente. Temos que
utilizar o recurso ambiental ao nosso favor, pensando na
execução de um serviço e no bem-estar da sociedade que
depende deste ambiente”, disse.
univErsidadEPropor uma ampliação de ações de responsabilidade
fiscal e inserir um projeto de gestão ambiental no desempenho
das atividades dos alunos é uma das propostas da Faculdade
Católica do Tocantins. Em todos os cursos que envolvem
a temática do meio ambiente, a grade é composta pela
disciplina de Educação Ambiental. Na opinião do professor
de Engenharia Ambiental da universidade, Thiago Bandeira,
o desenvolvimento sustentável é composto por um meio
ambiente equilibrado, economicamente viável e socialmente
justo e os alunos precisam ter contato com isso ainda durante
o curso.
“A faculdade incentiva e fomenta projetos e ações
sustentáveis e práticas que visam criar hábitos e
responsabilidades nos estudantes sobre as ações atuais e
futuras. Nosso papel é também sensibilizar e conscientizar
sobre a sustentabilidade”.
Conforme o professor, a academia desenvolve há dois
anos o Programa de Educação Ambiental (PEA), um projeto
permanente que tem trazido resultados muito importantes
para a instituição. “O projeto visa principalmente difundir as
práticas compatíveis com as premissas do desenvolvimento
sustentável por meio da educação e da gestão ambiental na
universidade”, ressaltou.
Entre as ações realizadas está a destinação correta de
resíduos recicláveis, trilha ecológica, distribuição de mudas
de viveiro, capacitação e sensibilização ambiental de alunos
e colaboradores, além de outras vivências.
“Incentivar a educação ambiental em todos os níveis
do ensino e a conscientização pública para a preservação do
meio ambiente já é um passo muito importante. A mudança
de atitude só pode ser verificada se a população for educada,
ou seja, se estiver consciente dos meios que a levem a uma
postura mais correta para com a natureza”.
colEta sElEtivaCaminhando devagar e sempre, a capital mais nova
do Brasil já possui algumas iniciativas de coleta seletiva,
como por exemplo, o estabelecimento de pontos de coleta
voluntária de materiais recicláveis. Esses locais recebem
materiais como: papel, papelão, plástico, pilhas, dentre
outros. “Pequenas iniciativas muitas vezes se tornam de
grande eficiência para mudar nossa cidade e transformá-la
em um lugar melhor”, finalizou Thiago.
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MBI
ENTE
Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 002/2016
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3ª CAMPANHA DE CONCILIAÇÃO
01º de junho a 30 de setembro
aproveite essa oportunidade e regularize-se no seu Conselho
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RC Tocantins
19
Parceria entre CREA e órgãos públicos ajuda a reforçar a fiscalização
CO
NVê
NIO
Buscando uma troca maior de informações para auxiliar
na fiscalização do exercício profissional, inspeção ambiental e
responsabilidade técnica pela execução de projetos ambientais,
desde novembro de 2015 um convênio firmado entre o Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia do Tocantins (CREA-TO) e
Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), está em vigor. A
parceria entre os órgãos ainda deve durar por dois anos.
A assinatura do convênio foi realizada durante o II Workshop
de Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizado pela Comissão
de Meio Ambiente e Desenvolvimento do CREA-TO em novembro
último.
O presidente do CREA-TO, o engenheiro civil Marcelo Costa
Maia lembra que o Conselho realiza fiscalizações diretas (por
meio de visitas a obras ou serviços que envolvem a Engenharia)
e de forma indireta (através de consultas em sites, cartórios,
nos Diários Oficiais e outros). “O convênio entre os órgãos vai
viabilizar justamente a fiscalização indireta, possibilitando
assim a consulta no banco de dados das duas instituições de
informações sobre o profissional”, explica.
Assim pode-se descobrir, por exemplo, se determinado
profissional responsável por projeto ambiental tem atribuição
para tal atividade. O convênio também permite que o caminho
inverso seja realizado, ou seja, há essa troca de informações
junto ao CREA, que verifica se o profissional está em dia com
o Conselho, se ele consta como responsável técnico daquele
serviço e se as informações prestadas estão corretas.
minas E gEologia Firmado em abril deste ano, o convênio entre CREA e
Departamento Nacional de Produção Mineral no Tocantins
(DNPM-TO) tem como objetivo reforçar a fiscalização na área de
geologia e mineração.
A parceria, também com vigência de dois anos,
funciona como um sistema de consulta entre os órgãos, com
compartilhamento de informações sobre as atividades de
empresas e dos profissionais da área de geologia e mineração,
sempre observando a legislação. Dessa forma o Conselho tem,
por exemplo, acesso mútuo, para verificar se em serviços deste
segmento, o responsável técnico emitiu ou não a Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART) ou se o profissional está em dia
com suas obrigações no CREA-TO.
ministério públicoCom a intenção de promover condições para integração dos
entes públicos, um acordo assinado entre o CREA e o Ministério
Público Estadual, quer também garantir a promoção da união
de entidades públicas e privadas na cadeia agroalimentar
de produtos hortifrutícolas e/ou outros alimentos de origem
vegetal. A parceria visa ainda reunir informações para a
definição de estratégias conjuntas e integradas para orientar
e implementar políticas públicas, monitorar e fiscalizar o uso e
aplicação de agrotóxicos e afins.
Isso tudo é realizado através de medidas que permitem
o devido rastreamento da origem e análise de resíduos
agrotóxicos, o que fortalece a economia agrícola e garante o
direito básico à saúde dos agricultores, dos consumidores e da
sociedade em geral, bem como promove a todos o direito a um
meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado.
bEnEfíciosApesar de fazer sentido na esfera burocrática, na prática,
quem ganha com a assinatura destes convênios? Segundo o
presidente do Conselho, quem se beneficia é o profissional
habilitado. “Com a parceria na fiscalização e a mesma sendo
realizada de forma ativa, o profissional que trabalha com ética
e de forma legal é valorizado, pois há monitoramento das ações
onde o leigo ou profissional irregular são punidos e direcionados
a regularizar-se com questões do exercício profissional. A
sociedade também é beneficiada, pois recebe serviços de
profissionais que possuem atribuições e conhecimento para
planejar e executar serviços de Engenharia com garantia de
qualidade”, finaliza.
Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 002/2016
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Entrevista:
Com 67 anos de idade, Roberto Jorge Sahium
é natural de Goiânia (GO). Formado em Agronomia
pela Universidade Federal de Goiás (UFG), tem pós-
graduação em Irrigação e Drenagem, pelo Centro
de Capacitacion Bonito Juarez, no México e é pós-
graduado em Política Estratégica. Especialista em
piscicultura, atua há 40 anos em Agronomia. Participou
da implantação do primeiro projeto de irrigação
e drenagem de Goiás, em 1978 e já no Tocantins,
após ocupar diversos cargos no Ruraltins, passou
a responder pela presidência do órgão em 2001. De
2003 a 2010 esteve à frente da Secretaria Estadual da
Agricultura e hoje, o agrônomo atua como Secretário
Municipal do Desenvolvimento Rural de Palmas. Ele
se define um homem apaixonado pela profissão e diz
que se nascesse de novo, escolheria novamente essa
carreira. Nesta edição conversamos com Sahium e
falamos sobre a Agronomia, o futuro dessa profissão
e as dificuldades que enfrentou para chegar até aqui.
MODALIDADE
AGRONOMIA
vamos começar falando um pouco sobre o senhor. conte-nos a
sua origem. desde pequeno o senhor tinha contato com o campo?
Desde criança tive contato com o campo. Sou de família
de agricultores. Meu pai, quando eu tinha cinco anos foi estudar
Engenharia Eletrônica na Argentina. Naquela época só existia o curso
lá e a gente foi morar na casa do meu avô. Passei a conviver com esse
mundo agrícola. Meu avô foi o primeiro plantador de café no Centro-
Oeste brasileiro, em Inhumas (GO). E na região de Goiânia ele foi o
primeiro a plantar alho. Convivi com isso, no meio rural, no meio de
plantios, tanto do café, como do alho e depois conhecendo outras
culturas. Minha casa era esse mundo de agricultura, de produção e de
verduras principalmente.
Então seu envolvimento com a agronomia veio de família?
Acredito que sim. Fui contaminado desde criança, ali, na lida do
campo. E depois fiz o primário na cidade e em seguida fui estudar
eletromecânica na escola técnica federal. Fiquei sete anos lá, como
interno. Depois me formei e logo em seguida voltei para a atividade
rural. Em seguida ingressei no Exército e depois entrei na escola de
Agronomia e estou aqui, até hoje, militando nessa área. Mas minha
origem é muito forte, ela é muito marcada. Toda minha vida foi com
origem bem rural, bem tradicional, do campo mesmo.
como foi que a agronomia entrou na sua vida? Quais os motivos
o levaram a decidir pelo curso?
Meu pai queria que eu fizesse Engenharia Elétrica, inclusive o
primeiro vestibular que fiz foi para essa área, passei, mas vi que aquilo
não era o que eu queria. Queria mexer com a agricultura e máquinas
agrícolas. Meu avô (quem plantou a semente rural em mim), era muito
envolvido com equipamentos e máquinas. Naquela época a gente
tinha uma pequena oficina em casa. Transformávamos tratores em
equipamentos para fazer tijolo, por exemplo. Vivi tudo isso e não
tinha outro jeito a não ser gostar de Agronomia. Fui sendo formado
agrônomo desde criança.
durante a universidade, como foi sua experiência acadêmica? do
que você mais gostou?
Gostava muito da área de irrigação. Já na escola técnica gostava
de bombas, turbinas com água... Isso me chamava muito à atenção, a
parte de Engenharia Hidráulica e depois a Engenharia como um todo,
ou seja, construções rurais. Melhorar os aspectos dos galpões, dos
RC Tocantins
21
ENTR
EVIS
TAcurrais. Quando estudava tinha tudo planejado pra fazer isso no
futuro. Hoje sou um Engenheiro Agrônomo muito voltado para
as questões da Engenharia Agrícola.
Quais os projetos que o senhor desenvolveu nessa área?
Foram vários. Por exemplo, quando era estudante criei um
pulverizador, em 1971. Ganhei o primeiro prêmio de Física em
Goiás. Vendi os direitos (a patente) desse equipamento e hoje
ele está no mercado. Devido à minha vida no café, eu sabia das
doenças, via as dificuldades. Então criamos um pulverizador
motorizado, mas que poderia ser tracionado por cavalos.
Reconheço que foi uma coisa útil. A gente fazia muita coisa lá
em casa. Lembro-me de uma vez que nós transformamos uma
moto, uma C125 (que hoje ninguém nem sabe que existia) em
um pequeno tratorzinho agrícola.
Em sua opinião, quais as características que alguém que
deseja cursar agronomia precisa ter?
O feeling da vida rural. Hoje nós temos muita gente formando
em Engenharia Agronômica, mas porque quer fazer um curso de
Engenharia, aí depois vai para a Agronomia e não sabe nem o
que está fazendo ali e nós temos muitos exemplos assim, talvez
pela facilidade das universidades. Mas o que precisa ter é o
feeling, essa coisa com o campo, esse contato, o gostar da vida
rural. Eu, por exemplo, se tivesse que voltar tudo de novo, o curso
que faria novamente seria Engenharia Agronômica. Acho que se
voltar em outra vida eu seria engenheiro agrônomo novamente.
Se existe um “trem” que nunca me arrependi foi de ter escolhido
essa profissão e quero fazer isso até o resto da minha vida.
além de atuar como Engenheiro agrônomo, você também
já foi secretário de agricultura Estadual. como tem sido a sua
jornada profissional?
Fui o primeiro professor de uma escola que foi aberta em
Goiás, em 1977, para formar engenheiros e trabalhar com a
agricultura irrigada. Fui chefe de irrigação do primeiro projeto
do Centro-Oeste brasileiro e também chefe da equipe que
selecionou as áreas para fazer o projeto Formoso, o Projeto Alto
Paraíso e o Projeto Rio dos Bois, ou seja, eu já vinha participando
de tudo isso. Depois dei uma parada, fui para a iniciativa privada
e participei da construção de vários armazéns. Depois voltei para
o Estado através de concurso e fui diretor do Ruraltins. Passei a
ser presidente do Naturatins, depois secretário de Estado por
dois mandatos. Do mesmo jeito fui também várias vezes técnico
de laboratórios do interior.
como foi a experiência à frente da gestão pública?
Cada secretaria tem um diferencial. No Ruraltins tínhamos
mais contato com os técnicos. Depois fui presidente e comecei
a comandar todo sistema de assistência técnica e rural. Cada
vez vai aumentando a dimensão, mas aquilo que aprendemos no
campo melhorou. Muitas vezes eu tinha mais facilidade porque
já conhecia aqueles problemas do campo, da base, facilitou
bastante. Com a chegada à Secretaria da Agricultura o foco
muda, porque a secretaria não é executiva, ela é de políticas
públicas. Ela organiza toda a questão política do governo e
por isso tem um papel diferenciado. Na Agricultura é preciso
estimular as pessoas e muitas vezes profissionalizá-las para
produzir. E isso é muito amplo. Dentro de um grão de arroz, por
exemplo, tem muita mais tecnologia do que uma caminhonete
chique. E todas essas tecnologias quem coloca é o agrônomo.
Então como não gostar de uma profissão dessas? Bom,
mas voltando ao campo da secretaria é preciso fomentar os
conhecimentos. É preciso levar isso para o núcleo dos técnicos,
“Quero que o CREA cresça, porque se ele cresce, eu também estou crescendo. O Conselho pra mim é tudo. Por que eu sou um
engenheiro do Brasil. Existe algo mais lindo do que essa expressão? Tenho uma satisfação muito grande. E eu já falei: se eu voltar no mundo de novo eu vou ser agrônomo. Vou ser do CREA e quero
pertencer ao sistema CONFEA, porque é um Sistema que me representa no Brasil e no mundo.”
Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 002/2016
22
para o núcleo do produtor e do consumidor e é preciso provocar
isso dentro dessas áreas. O papel da agricultura é transformar um
produto em celebridade, para que as pessoas comam, gostem e
saibam que aquilo tem tecnologia e conhecimento. Já a secretaria
do município é um órgão de assistência técnica e extensão rural,
ela é muito parecida com o Ruraltins, mas é restrita ao município.
O varejo é muito grande e a gente trabalha mais. As pessoas
vêm cobrar na fonte e é preciso trabalhar esse dia-a-dia. Nós
buscamos tecnologias em faculdades, como a Unitins Agro. Então
pegamos essa tecnologia e a colocamos em um formato que é
possível ser levada ao produtor.
o senhor foi um dos indicados para o prêmio de medalha
do mérito do sistema confEa/crEa e mútua. como o senhor vê
essa conquista?
Essa indicação é uma conquista do Tocantins. Há muitos
anos estou aqui, sou um produto do meio. Sou um agrônomo do
meio do Tocantins, do sertão brasileiro. Pra mim é um prêmio para
nós sertanejos, para nós que sofremos muito aqui para dividir
esse Estado e ter todas essas conquistas. O Tocantins também
teve sua base de preparação, aqui não surgiu do nada. Ele não
surgiu apenas quando foi decretado, antes mesmo disso já existia
a lavoura, a pecuária, o arroz, o feijão e já estavam trabalhando
com soja. Tudo isso já estávamos fazendo. Quando as pessoas
chegaram aqui ninguém morreu de fome por falta de comida,
porque nós já estávamos aqui produzindo comida para esse
povo. Então nós preparamos esse estado para que ele pudesse
acontecer. Mas houve uma base, um preparo, principalmente
para nós que labutamos no campo, o engenheiro agrônomo, os
produtores e todo o segmento do meio rural. Então esse prêmio
não é meu, esse prêmio é de todos os sertanejos do Tocantins.
pensando nos jovens que ainda estão na universidade, para
o senhor, como é o mercado de trabalho neste setor atualmente?
Esse é um detalhe porque as nossas escolas continuam com
um padrão atrasadíssimo. Eu que sou velho não tenho a cabeça
atrasada delas. As nossas escolas precisam formar esses jovens
e colocar a mecatrônica, não é só ficar o dia inteiro olhando as
redes sociais, tem que aproveitar esses equipamentos, afim de
que essas ferramentas possam auxiliar o produtor. Esses jovens
são os futuros agrônomos que vão ajudar os produtores. E a
nossa agricultura está envelhecendo, os velhos estão morrendo
e a agricultura de certa forma também está indo porque os
jovens não se interessam em ficar. Então essas escolas precisam
mudar. Há uma deficiência na formação dos novos agrônomos.
Mesmo que eles tenham computador, isso é pouco, nós temos
que colocar robôs. Ensinar esses jovens a fazer um trator robô,
um pulverizador abastecido com energia solar. Ensinar esses
jovens a usar uma pulverização eletrostática, que gasta menos
água, temos que fazer tudo isso e essas escolas ainda estão
atrasadas. A agricultura familiar está carente de conhecimento
e esses jovens precisam começar a ter criatividade. O mercado
exige isso. A mecatrônica tem que se aproximar da agronomia e a
agronomia da mecatrônica. Não tem como mais as duas andarem
desassociadas e está faltando esse link. Eu queria ter mais dias de
vida e ficar brigando para aproximar essas duas áreas.
falando em tecnologia. como ela atua no desenvolvimento
de novas técnicas para a agricultura?
Em tudo. Você vai ter competitividade no que você faz se
você tiver como gastar a menor área, produzir com mais qualidade
e em maior quantidade, gastar menos recursos financeiros e
menos energia e também pensar em um detalhe: inclusão social,
econômica e ambiental. Tudo isso precisa de mecanismo e o
mecanismo que está aí é a tecnologia que nós precisamos criar.
Não podemos mais trabalhar só pensando na força bruta. Temos
que aproveitar as mentes inteligentes e botar para fazer algo útil.
Botar para fazer uma vassoura mecânica, uma vassoura para
misturar café e até para quebrar cacau. Percebeu o tanto de coisas
que podemos fazer?
vivemos em um planeta com sete bilhões de pessoas e uma
das funções da agronomia é desenvolver a tecnologia no combate
a pragas, adubação, à conservação do solo com o objetivo de
aumentar a produtividade de alimentos e de produtos. Qual a sua
ENTR
EVIS
TA
RC Tocantins
23
perspectiva de futuro para a profissão?
Daqui a alguns dias seremos 10, 12 bilhões de cidadãos.
Essa é a profissão do presente para manter o futuro. Se nós
não tivermos essa profissão agora do presente, o futuro não
vai existir. Porque o futuro é a comida. É a alimentação. Como
você vai chegar ao futuro se você não tem comida? E nós temos
capacidade, nós da agronomia, com tecnologia e conhecimento
temos condição de abastecer essa
população. Se o Brasil desperdiçasse
menos comida, se desse um
upgrade nas tecnologias, nós não
precisaríamos desmatar um hectare
a mais, nenhum metro quadrado a
mais. As terras que nós temos são
suficientes para colocarmos quase o
dobro da produção que temos hoje.
o senhor acredita que no futuro
pode faltar comida para a população?
Não, não vai faltar. Porque sempre vai existir inteligência e
gente que trabalha para isso nunca acontecer.
Qual o setor da agronomia mais promissor atualmente? Em
que investir?
Considero a nanotecnologia algo bem promissor. Também
considero a genética, algo que ainda temos muito a trabalhar,
lapidar. E não precisa dessa preocupação das pessoas com os
transgênicos, porque eles vão ser a solução.
uma grande preocupação da sociedade é o mal que os
transgênicos podem causar. o que o senhor acha deles?
Depende. Tem muitos cardiologistas que são bons e tratam
do coração e tem muitos que não tratam do coração, então isso
depende de quem vai fabricar o transgênico. Agora o produto
em si é a solução do mundo. É a solução para usarmos menos
inseticida, aumentar a produtividade, gastar menos água e
energia. Não estou falando de um transgênico tipo ‘Frankenstein’,
estou falando transgênico de segurança alimentar com todos os
critérios técnicos para que possamos ter comida saudável e em
quantidade satisfatória. A biotecnologia é também o futuro, é o
desenvolvimento. Também precisamos respeitar mais a terra,
assim como nossos antepassados, que a cultuavam. Eles a
protegiam muito mais do que a gente e isso é um grande desafio.
Outro grande desafio, que vai ser uma solução não só para o
meio rural, é a utilização do lixo doméstico e sua transformação
em adubo, que é riquíssimo. Precisamos deixar de construir um
aterro sanitário atrás do outro. Precisamos transformar tudo de
novo. Precisamos aproveitar os insetos e fungos e bactérias ao
nosso favor. Precisamos utilizar a natureza que é muito sábia.
um dos grandes desafios no brasil é crescer e, ao mesmo
tempo, se adequar ao modelo sustentável de mundo. será
preciso expandir a agropecuária sem desmatar a amazônia,
suplementar a geração de
energia, investir bilhões em
infraestrutura — desde a
básica, como saneamento,
até a modernização de portos
e aeroportos. como o senhor
acredita que a Engenharia
agronômica pode alcançar
esse desenvolvimento sem
destruir tanto os recursos
naturais?
Você falou tudo. Nós não precisamos desmatar nenhum
metro quadrado. O que nós temos de área é o suficiente, o que
precisa é de tecnologia e também políticas públicas voltadas
para a pesquisa. A pesquisa foi abandonada, assim como a
extensão rural no Brasil. Sou agrônomo e sou extensionista e
a extensão rural é uma vocação, é um sacerdócio. No entanto,
as pessoas estão perdendo esse sacerdócio e entrando para um
mundo muito capitalista. Não sou contra o capitalismo, mas é
preciso ter um ‘certo’ freio nisso. Vejo que a agronomia tem tudo
para canalizar isso aí, não precisa desmatar. É só ter tecnologia e
nós temos, falta só aplicar.
Qual a importância do conselho regional de Engenharia e
agronomia do tocantins (crEa-to) na carreira do senhor?
Uma das grandes satisfações que tenho é de fazer um
projeto e anotar a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica)
do CREA. Isso significa que estou realizando alguma coisa. Tem
muita gente que critica o CREA, eu faço o contrário. Quero que o
CREA cresça, porque se ele cresce, eu também estou crescendo.
O Conselho pra mim é tudo. Por que eu sou um engenheiro do
Brasil. Existe algo mais lindo do que essa expressão? Tenho uma
satisfação muito grande. E eu já falei: se eu voltar no mundo de
novo eu vou ser agrônomo. Vou ser do CREA e quero pertencer
ao sistema CONFEA, porque é um sistema que me representa no
Brasil e no mundo.
Daqui a alguns dias seremos 10, 12 bilhões de cidadãos. Essa é a profissão do presente para
manter o futuro. Se nós não tivermos essa profissão agora do presente, o futuro não vai existir. Porque o futuro é a comida. É a alimentação. Como você vai chegar ao futuro se você não tem comida? E nós temos capacidade, nós da agronomia, com
tecnologia e conhecimento temos condição de abastecer essa população.
ENTR
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24
Quem pensa que as regras da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) servem apenas como orientação
para formatação de trabalhos acadêmicos e para atormentar
universitários que estão concluindo suas monografias, se
enganou.
Na Engenharia, as normas da ABNT servem como diretrizes
técnicas de como realizar serviços específicos da profissão. Na
área da construção civil, por exemplo, dentre várias categorias,
as normas são relacionadas ao desempenho, projetos e
especificação de materiais e sistemas construtivos, controle
tecnológico, execução de serviços, viabilidade, contratação,
gestão e manutenção.
Com a globalização dos mercados e a grande troca de
mercadorias, produtos e serviços entre países, percebeu-se a
necessidade de uniformizar critérios e estabelecer procedimentos
de execução de serviços e assim por diante.
A busca por estes padrões resultou na criação de
regras internacionais, como a International Organization
for Standardization (ISO) e a International Electrotechnical
Commission (IEC).
Na ISO o Brasil é representado justamente pela ABNT,
sociedade civil sem fins lucrativos, que determina normas
técnicas com base em critérios próprios, tentando atender as
demandas de todos os participantes.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia do Tocantins (CREA-TO), o engenheiro civil Marcelo
Costa Maia, apesar de o órgão fiscalizar o exercício da profissão
e não a parte técnica da execução de um serviço, os engenheiros
que fazem parte do Sistema CONFEA/CREA devem respeitar as
normas estabelecidas pela ABNT.
“Devemos entender estas diretrizes como um referencial,
pois cumprir estas normas é obrigatório, inclusive está previsto
em leis e instrumentos legais. Certamente a sociedade ganha
serviços de qualidade, em todas as áreas, quando o engenheiro se
atenta às normas da ABNT”, explica Marcelo.
rEgrasCriadas para assegurar a consonância de todo o setor, as
normas têm como objetivo reduzir as vulnerabilidades técnicas,
com o intuito de garantir conforto e sustentabilidade aos
empreendimentos. Com o cumprimento destes parâmetros, o
consumidor tem a certeza de que vai receber um produto de
qualidade, com segurança jurídica tanto para as empresas,
quanto para os profissionais envolvidos na edificação.
dEscontosDe acordo com o presidente, os profissionais registrados no
CREA-TO podem ter acesso à norma pelo catálogo disponibilizado
pela ABNT, por meio de um convênio estabelecido entre o CREA e
a Associação. “Com o convênio, profissionais adimplentes com
o CONFEA/CREA têm acesso às normas técnicas via internet
com um desconto especial de 50%. Aos associados à Mútua, o
desconto é de 60%”, explica.
Ainda conforme Marcelo, por ser de uso e conhecimento
obrigatório do profissional, o acesso às normas técnicas com
desconto é um grande benefício, tanto para o engenheiro quanto
para a sociedade, pois facilita o acesso a diretrizes que são
fundamentais à prática profissional.
NO
Rm
AS T
éCN
ICAS
Normas da AbNTsão parâmetros paraprofissionais da Engenharia
Acesse o sitewww.abntcatalogo.com.br/confea
e faça bom uso das normas técnicas.
25
Quando trabalhadores se unem em associações
representativas, que podem ser cooperativas, sindicatos, órgãos
de classe ou qualquer outra organização que represente os
interesses daqueles respectivos profissionais, estabelece-se
então uma forma de associativismo.
A mobilização coletiva em busca da defesa das prioridades
dos trabalhadores ganha força e assim, alcançar objetivos fica
mais fácil quando a luta por eles é feita em parceria ou por meio
de uma entidade associativa.
No que diz respeito à classe profissional das engenharias,
no Tocantins, quatro entidades têm cadeira no plenário do
CREA-TO e representam os trabalhadores: a Associação dos
Engenheiros Agrônomos do Tocantins (AEA-TO), a Associação
de Engenheiros Ambientais do Tocantins (AMBTO), a Associação
dos Engenheiros, Arquitetos e Tecnólogos do Tocantins (AEA) e
o Sindicato dos Engenheiros, Arquitetos e Geólogos no Estado
do Tocantins (SEAGETO).
Segundo o presidente da AEA-TO, o engenheiro agrônomo
Cid Tacaoca Muraishi, as conquistas acontecem porque o
trabalho é feito com a força da associação, que busca melhorar
e dar oportunidade para o profissional.
“O Conselho tem a função de fiscalizar. O Sindicato tem a
atribuição de lutar para garantir os direitos dos trabalhadores
perante as empresas e órgãos em que eles atuam. Já as
associações, que além de unir estes profissionais, tem a
responsabilidade de capacitá-los, oferecer cursos, atualizá-los
e unir a classe em prol da profissão. É isso que tentamos fazer”,
explica Cid.
As associações - sociedades civis sem fins lucrativos -
são organizações democráticas, que por meio de um grupo de
pessoas ou entidades, lutam por interesses em comuns, sejam
eles econômicos, sociais, filantrópicos, científicos, políticos ou
culturais.
“Todas as capacitações que proporcionamos são o
resultado de solicitações dos próprios associados ou de uma
pesquisa que fazemos sobre o que o mercado está solicitando
do profissional atualmente”, comenta.
Para o presidente, participar de uma associação gera ganhos
diretos e indiretos e traz benefícios para quem decide se juntar
a eles. “Fazemos reuniões onde trocamos idéias, experiências.
Além de termos um cartão do associado que oferece descontos
especiais e diferenciados no comércio”, esclarece.
parcEria Em primEiro lugarTambém na vertente do associativismo, no caso dos
Sindicatos, os objetivos e propósitos são um pouco diferentes
das associações, é o que explica o presidente do Sindicato dos
Engenheiros, Arquitetos e Geólogos no Estado do Tocantins
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Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 002/2016
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(SEAGETO), o engenheiro agrônomo João Alberto Rodrigues.
“A finalidade do sindicato é também a valorização do
profissional, mas atuamos para garantir que os direitos dos
trabalhadores sejam respeitados. Cuidamos da relação
trabalho x emprego. Lutamos pelos direitos trabalhistas e pelo
direito do exercício da profissão e buscamos a valorização dos
engenheiros, tanto empregados quanto autônomos”, conta.
Para João Alberto, porém, o reconhecimento da classe só
pode ser alcançado com a união da mesma, se houver trabalho
em conjunto e força coletiva direcionada para este propósito.
Na opinião do engenheiro, falta esclarecimento para os
profissionais das reais ações do sindicato, sobre o que eles
fazem de verdade e como é sua atuação. “Temos trabalhado
com a realização de palestras, tanto nas universidades quanto
nos locais de trabalho com o intuito de esclarecer qual é o
papel do sindicato para o profissional e qual o impacto do seu
trabalho na sociedade. Queremos levar conscientização sobre
o exercício da profissão”, pontua.
EnvolvimEntoDe acordo com o presidente da Associação dos
Engenheiros, Arquitetos e Tecnólogos do Tocantins (AEA),
engenheiro civil Milton Septímio Alves, apesar de todo o
trabalho da associação, o que falta entre os profissionais da
Engenharia é o envolvimento com as causas de todo o Sistema
CONFEA/CREA e Mútua. Para ele muitos profissionais travam
muitas lutas no campo individual e poucas no coletivo. “Acho
que falta aos profissionais participar mais dentro do Sistema
para entender como é complexo. Falta também a participação
de profissionais novos, precisamos de renovação. Estou dentro
do sistema há doze anos e vejo que há essa necessidade de
maior rotatividade”, esclarece.
Para ele, a quantidade de entidades representativas ainda
é pouca. “Se há representatividade no plenário do CREA, se
temos muitos profissionais dentro do Sistema, temos uma
base mais consolidada”, diz.
modalidadE profissionalEm algumas situações, os profissionais podem se reunir
em associações delimitadas por formação acadêmica, caso da
Associação de Engenheiros Ambientais do Tocantins (AMBTO).
De acordo com o presidente da AMBTO, o engenheiro
ambiental Rafael Marcolino, a associação luta pela valorização
do profissional da área de Engenharia Ambiental. “Estamos
buscando a representatividade e lutando pelos nossos
direitos. A partir do momento que você se associa, você
fortalece uma classe específica para ela conseguir conquistar
espaço tanto no mercado de trabalho, quanto na execução das
suas atribuições”, diz.
Segundo o presidente, as parcerias concretizadas
entre órgãos e entidades também são importantes para o
desenvolvimento das associações. Para ele, o relacionamento
entre CREA e AMBTO é a prova de que a comunicação sempre
gera bons resultados.
“Temos o apoio total do Conselho, tanto do presidente
Marcelo Costa Maia, quanto da diretoria. Temos conseguido
ganhar espaço, sem passar por cima das pessoas, mas pelo
que estamos fazendo de bom”, afirma.
rEprEsEntatividadERafael conta que hoje a AMBTO trabalha para ajudar a
desenvolver políticas públicas que podem mudar não apenas
a vida do engenheiro ambiental, mas a cidade como um
todo. Atualmente a associação integra a pauta do Conselho
Municipal do Meio Ambiente, do Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano e Habitação de Palmas e do Comitê
de Bacias Hidrográficas da Usina do Lajeado.
“Nosso engajamento tem o objetivo de defender os
interesses tanto do meio ambiente, quanto da sociedade em si.
É um trabalho que fazemos não apenas para o associado, mas
em prol da população em geral. Isso forma uma cadeia que
nos permite expandir a teoria da Engenharia Ambiental para
o país inteiro. Acredito mesmo que todo mundo pode fazer a
diferença e que a nossa associação pode ajudar a mudar o
mundo de verdade”, finaliza.
aEa – to associação dos Engenheiros agrônomos do tocantinsSite: www.aeato.org.brFacebook: www.facebook.com/aeato.tocantinsLocal: 601 Sul Conjunto 01, Lote 10/ Av.Teotônio Segurado - Plano Diretor Sul aEa - associação dos Engenheiros, arquitetos e tecnólogos do Estado do tocantinsLocal: Avenida Tocantins, Nº 1030 - Centro de AraguaínaFone: (63) 3414-5153 ambto – associação de Engenheiros ambientais do toEmail: [email protected]: Quadra 602 Sul Lote 16, Sala 3 - Edifício Nogueira - Avenida Teotônio Segurado sEagEto – sindicato dos Engenheiros, arquitetos e geólogos no Estado do tocantinsSite: www.seageto.org.brEmail: [email protected] / [email protected]
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