Revista APAVT nº 36 | 2013

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REVISTA APAVT · Nº36 · 2013 1

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A Revista dos Agentes de Viagens

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Pedro Costa Ferreira,Presidente da Direcção da APAVT

ASSOCIATIVISMO,INTERNACIONALIZAÇÃO ECONCORRÊNCIA

Caros colegas,

1. CONGRESSO - O ASSOCIATIVISMO

VIVE-SE… ASSOCIANDO-NOS !

Está à porta o… congresso da APAVT, este ano

em Angra do Heroísmo.

Já se sabe, o congresso da APAVT não é

apenas mais um congresso, uma vez que

espelha o posicionamento dos agentes de

viagens na cadeia de valor do turismo, uma

posição de charneira, com relacionamento

directo com a procura, meios de transporte e

destinos turísticos.

É por isso que o nosso congresso não é apenas

mais uma discussão de temas mais ou menos

actuais; é "o" congresso do ano, onde todos nos

encontramos; entre nós, com os nossos

fornecedores e num determinado destino

turístico.

Este ano nos Açores.

Teremos, deste modo, um congresso na

natureza em estado puro.

O programa que foi delineado, os temas e os

palestrantes, os momentos de lazer e o palco

onde tudo se desenrolará, a ilha da Terceira, são

com toda a certeza razões mais do que

suficientes para uma adesão alargada de

associados e parceiros. O preço também…

E de facto, "chegamos" ao dia de hoje com mais

inscrições do que em igual dia do ano anterior,

ano onde se bateram vários recordes de

adesão, estabelecidos há muitos anos -- boas

notícias, portanto!

Faltará chamar a atenção para a mais

importante razão para participarmos do nosso

congresso. O facto de o associativismo só se

poder viver, associando-nos aos actos

associativos, emprestando-lhes a visão de cada

um, permitindo que as conclusões integrem a

diversidade do universo empresarial e a

legitimidade que só se alcança com o desafio do

contraditório.

Vemo-nos nos Açores!

2. O DESAFIO DAS RELAÇÕES

INTERNACIONAIS - SEGUE-SE A

ALEMANHA!

É público e notório, o esforço que esta direcção

da associação tem real izado na vertente

internacional.

O Brasil, o Oriente, com olhar especial para

Macau, e a Europa, através da ECTAA, têm

constituído as apostas mais visíveis deste foco

nas relações internacionais.

A este propósito, pela primeira vez na história

da APAVT, esta associação esteve presente no

congresso deste ano da DRV, associação alemã

das agências de viagens, a convite do seu

presidente, Jürgen Büchy.

Foi uma importante oportunidade de explorar

novas vias de contacto, que certamente darão

estrado a novos negócios para as agências de

viagens portuguesas e a novos turistas para o

nosso País.

Mas, antes disso, este convite foi já um

importante registo da visibilidade internacional

da APAVT, que corresponde a um trabalho

estruturado e continuado no board da ECTAA,

mas também à visibi l idade do nosso país

enquanto destino turístico, visibilidade à qual só

podemos associar o trabalho extraordinário que

vem sendo realizado pelas nossas agências de

incoming.

Ah, já me esquecia!... O mês passado tivemos

a oportunidade de visitar exactamente a sede

da DRV, em Berl im, a convite do seu

Presidente. Nessa altura, tivemos o grato

prazer de perceber que, no espaço económico

alemão, cerca de 91% dos pacotes turísticos são

vendidos por… agências de viagens

tradicionais!...

Continuamos a ser, todos os dias, apontados

como um negócio em extinção -- Será que os

alemães vão deixar de passar férias?

Hum… talvez fosse em busca de outra conclusão

- O Mundo está tão moderno, que voltou a

necessitar, de forma absolutamente notória, das

agências de viagens!!!

E assim, da Alemanha, vieram boas notícias!!!...

3. A RYANAIR É IMPORTANTE? SIM,

MAS PARA O PAÍS A TAP É-O MUITO

MAIS!!!...

A APAVT não tem qualquer preconceito

relativamente às low-cost.

Hoje, qualquer estudante mal preparado sabe

que o transporte aéreo não está mais dividido

entre low-cost e tradicionais, é composto de

várias propostas híbridas, que evoluíram dos

quadros de partida mais extremados, e que,

fruto da concorrência e das exigências do

consumidor, se foram aproximando.

Então, não estamos à partida, contra a entrada

da Ryanair no aeroporto de Lisboa.

Desde que se prove que as condições de

utilização são iguais às restantes companhias de

aviação presentes no aeroporto.

Assunto que, por sinal, está pouco claro no

mercado, não parecendo existir vontade de o

clari f icar, situação que não poderá deixar

ninguém confortável.

Temos o melhor treinador do mundo mas

achamos que é mal-educado; temos o melhor

jogador do mundo, mas achamos que o Messi é

melhor; recebemos como ninguém, pois há logo

quem diga que somos é servis…

Pois também parece haver no País quem insista

que temos uma companhia aérea, a TAP, com

poder a mais.

Tenho uma boa proposta para resolvermos a

situação. Deixemos, como tanto gostam, o

mercado funcionar o que, neste caso, significará

deixar de se apoiar só as low cost, impedindo

assim a introdução de desigualdades de

concorrência no mercado.

Nessa altura, teremos em Portugal uma TAP

com o poder "certo", do ponto de vista do

movimento do mercado. Um poder maior do

que o actual, não tenham dúvidas.

E quem traz a concorrência à colação, cada vez

que ataca a TAP, teria certamente uma surpresa

(ou talvez não, ou talvez não…)…

Encontramo-nos nos Açores!

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REVISTA APAVTDirector Editorial:Paulo [email protected]

Redacção:Guilherme Pereira da SilvaTel. 21 3142256 / Fax. 21 [email protected]

Colaborações:Sebastião Boavida,Silvério do Canto(Agência PressTur),Frédéric Frère

Fotograf ia:Rafael G. Antunes, Arquivos APAVT,Turismo dos Açores e arquivoTravelport, Anabela Mourato, FunchalDaily Photo e Raquel Wise/Ambitur

Edição Gráfica e Layout:Pedro António e Maria Duarte

Publicidade:Helena [email protected] 3142256

Impressão e Acabamento:MX3-Artes Gráficas, Lda.Rua Alto do Sintra - Sintra ComercialPark Armazem 16 Fracção Q2635-446 Rio de Mouro

Tiragem:3.000 exemplaresDistribuição: APAVT

Propriedade:APAVT-Associação Portuguesa dasAgências de Viagens e TurismoRua Duque de Palmela, 2-1º Dtº1250-098 LisboaTel. 21 3553010 / Fax. 21 [email protected]. no ICS como nº 122699

Presidente da Direcção:Pedro Costa Ferreira

Conselho Editorial:Pedro Costa Ferreira, João Welsh,

Filipe Machado Santos, Rui

Colmonero, Paulo Brehm

Nota do Editor: Os artigos deopinião são da responsabilidadeexclusiva dos seus autores.

Nº 36 - 2013 - WWW.APAVTNET.PT

CAPA

Luiz Mór (TAP): :

"Completa-se a estratégiade cobrir o Brasil inteiro"Está entusiasmado com o lançamento de novas rotaspara o norte do Brasil e para a Europa, bem como doreforço para África. Em entrevista à REVISTA APAVT,o vice-presidente da TAP, Luiz Mór, fala ainda dasrelações da transportadora com os agentes de

viagens, designadamente sobre os porquês da redução de comissões e dosprazos de pagamento.

Congresso: À terceira, é na TerceiraDestino preferido da APAVT em 2013 (e no próximo ano da ECTAA), os Açoresacolhem pela terceira vez a magna reunião do turismo nacional. À terceira éna Terceira, e por isso é em Angra do Heroísmo, até 9 de dezembro, que ocongresso dos agentes de viagens portugueses vai decorrer, sob o tema "NovosRumos, Outra Atitude".

MENSAGEM DO PRESIDENTE

EDITORIAL

ESTATÍSTICA

NOTÍCIAS

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Pág.3

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Pág. 22○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Pág.6

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Pág. 18

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Pág.5 Pág.12

Estatísticas do TurismoNavegação (quase) à derivaO que vale o turismo para a nossa economia, quantos turistas nos visitam, deonde e como são, quantas noites e onde ficam instalados, quanto e ondegastam, as respostas a estas e outras questões são fundamentais para quemelhor possamos gerir os nossos negócios. Será que sabemos tudo?

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Pág. 34

Companhias aéreas híbridas: uma nova realidadeentre as lowcost e as tradicionaisEstima-se que, em 2015, um em cada três lugares vendidos em voos comerciaisseja da responsabilidade de companhias low-cost. No sentido de chegar a cadavez mais passageiros, as transportadoras de baixo custo estão a adotar práticasdas companhias tradicionais, surgindo um novo conceito, o da companhia híbrida.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○Pág. 45

Check-OutNasceu em Setembro, num dos bairros mais genuínos de Lisboa, a mais recenteunidade de quatro estrelas da Memmo Hotels, o Memmo Alfama.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○Pág. 36

Reservas hoteleiras nos GDS:o mundo à distância de um "click"Desenhados para facilitar as reservas de aviação pelos agentes de viagens, nasquais se tornaram a sua primeira opção, os GDS's oferecem também a capacidadede aceitar reservas hoteleiras. De que forma tem evoluído esta ferramenta e quevantagens oferece, a agentes e hoteleiros. Fomos ouvir os responsáveis daTravelport e do Amadeus.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○Pág. 40

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editorial congresso vai começar. Mais do que o momento alto daassociação, os congressos da APAVT constituem, na

prática, os mais importantes fóruns de debate turísticonacional, sobretudo pela natureza da própria atividade dosagentes de viagens, que é a única a estabelecer pontes comtodos os fornecedores da oferta turística. Espera-se um"grande" congresso. A direção da APAVT conseguiu vencer odesafio de levar à Terceira, uma das ilhas do arquipélago que éeste ano o "Destino Preferido da APAVT", cerca de 500congressistas a um preço verdadeiramente competitivo. Nestaedição da revista damos conta do programa do congresso, queuma vez mais vai reunir um conjunto de oradores de primeiralinha, numa agenda de trabalhos e social que promete umaceso debate, mas também momentos de grande animação.Este foi também o momento para dar, uma vez mais, voz aovice-presidente da TAP, Luiz Mór. A expansão no Brasil, as lowcost, a redução das comissões e dos prazos de pagamento,são tudo questões a que não se furtou, numa entrevista quemerece a melhor atenção. Também, nesta edição, damosatenção a questões como a da reserva de hotéis nos GDS's, asalterações legislativas no âmbito das relações laborais, umartigo sobre o estado das estatísticas de turismo em Portugal,a venda de low costs através do sistema Travelport e a opiniãode Vítor Costa sobre como o processo de reorganizaçãoregional do turismo deu mais força a Lisboa. Em conjunto comas páginas de análise estatística e o noticiário, é nossaconvicção termos aqui boas razões para continuar a merecer avossa atenção. Importa dizer que, além da distribuição regularda revista, vamos também oferecer este número a todos osparticipantes no congresso.Este ano foi, provavelmente, o mais difícil de todos desde que

iniciámos este projeto. Muitas empresas, sob fortesdificuldades, optam por reduzir o seu investimentopublicitário, ou o leque de títulos onde investem. É certo queperdemos um par de anunciantes, mas mantivemos asmesmas condições, pontualmente reduzindo o número depáginas levadas à estampa. São as vicissitudes do negócio.Aos que ficam, parabéns pelo esforço, acreditamos que valea pena. A REVISTA APAVT não é uma publicação como asdemais. Nem pior, nem melhor, apenas diferente. Se o seutarget são os agentes de viagens e os operadores turísticos,não temos concorrência. A associação não representatodos, mas representa os que contam - mais de 90% donegócio turístico. É com estes que comunicamos, e nos casosdas grandes organizações, através de mais do que umexemplar. Não há balcão de um associado que não receba,pelo menos, uma revista. Esta é a diferença. Somos maiscaros? Talvez. Mas oferecemos o que nenhuma outraoferece e, diga-se em abono da verdade, não cobramos maisdo que o justo preço, pois que este é um projeto sem finslucrativos. Aproveito, assim, esta edição, para agradecer oapoio continuado de todos os nossos anunciantes, fazendovotos para que os que nos deixaram possam regressar, e osque nunca nos consideraram nas suas opções, possam fazê-lo agora. Ainda vêm muito a tempo de aproveitar o que temospara lhes oferecer.

Desejando a todos um Santo Natal, votos de boas leituras emelhores negócios.

O

Paulo Brehm

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Análise Estatística

Vendas de voos pelas agências portuguesasestão 36 milhões de euros acima de 2012Outubro foi mais um mês de aumentoacentuado das vendas de voos regularespelas agências de viagens portuguesas(BSP), em 7,5% ou 5,6 milhões de euros,com a qual no conjunto dos primeiros dezmeses deste ano há um aumentoacumulado de 36 milhões (+5,2%), deacordo com os dados a que o PressTURteve acesso.A informação mostra que como tem sidohabitual, o aumento das vendas BSP (doinglês para Billing and Settlement Plan,sistema gerido pela IATA, através do qualas agências de viagens pagam àscompanhias aéreas os bilhetes de voosregulares reservados em GDS) dasagências portuguesas em outubro foisuportado pelas vendas de voosinternacionais, mas com a novidade depela pr imeira vez desde pelo menosiníc ios de 2012 a queda das vendasdomésticos ter ficado em um dígito.Os dados a que o PressTUR teve acessoindicam que em outubro, as vendas de

voos internacionais aumentaram 8,4% ou5,8 mi lhões de euros, para 74,89milhões, e as vendas de voos domésticostiveram uma queda em 4,8% ou 260 mileuros, para 5,1 milhões. Desde pelomenos inícios de 2012 que as vendas devoos domésticos estavam com quedashomólogas mensais a dois dígitos, o quefaz de outubro uma exceção, mas que,ainda assim, não evita que tenha sido omês em que a 'fatia' do doméstico atingiuo nível mais baixo, tendo representadoapenas 6,4% das vendas totais.Isto acontece pelo aumento das vendasinternacionais, que as fontes doPressTUR, tanto da aviação como dasagências de viagens, dizem ser reflexode um aumento das viagens de negóciospelos esforços que as empresasportuguesas estão a fazer paracolocarem os seus produtos noestrangeiro e, por essa via,compensarem a contração do mercadodoméstico.

Esta tendência, bem como uma maiorconcentração das viagens de lazer emvoos regulares, pela redução da ofertacharter, explicam que este ano as vendasnos dez meses de janeiro a outubroestarem com o quarto maior montante desempre, apenas atrás dos 'anos de ouro'de 2006 a 2008.Até outubro, as vendas BSP somam732,86 milhões de euros, em alta de5,2% ou 36 milhões relativamente aoperíodo homólogo de 2012 e também4,4% ou 30,8 milhões acima de 2011.Estes aumentos vêm da evolução dasvendas de voos internacionais, queascendem 674,4 milhões de euros (92%do total), superando o período homólogode 2012 em 7,1% ou 44,6 milhões e acimade 2011 em 10,1% ou 61,9 milhões.Já em vendas de voos domésticos, o totaldos primeiros dez meses deste ano é de58,4 milhões, abaixo de 2012 em 12,7%ou 8,5 milhões e abaixo de 2011 em34,7% ou 31 milhões.

ESViagens mantém-se o maior grupo mas Abreu encurta distânciaA holding ESViagens conserva a liderançados grupos portugueses em vendas BSPPortugal nos primeiros nove meses desteano, com 112,2 milhões de euros, o queequivale a 17,2% das vendas totais, masenquanto baixa a quota em 0,6 pontos, anº 2, a Abreu, sobe 0,4 pontos, para14,3%, com 93 milhões de euros.Os dados a que o PressTUR teve acessoindicam que enquanto as vendas BSPcresceram 4,9% ou 30,5 mi lhões deeuros nos meses de janeiro a setembro,para 652,8 mi lhões, as vendas dasagências do grupo ESViagens tiveram umaumento em 1,3% ou 1,4 milhões e aAbreu teve +8,3% ou mais 7,1 milhões.Em nº 3 mantém-se o grupo Go4Travel,com 86,4 milhões de euros, que cresceuquase a par do mercado (+5% ou mais4,1 milhões), mantendo a sua quota em13,3%, à frente do conjunto Geostar,com 56,6 milhões, que teve uma quedaem 4,3% ou 2,5 milhões, e da eDreams,com 33,3 milhões, em alta de 30,5% ou7,8 milhões.Estes também já eram os cinco maioresgrupos nos primeiros nove meses de2012, tal como acontece nos cinco gruposseguintes, à exceção da Alive, que subiuda 19ª para a 9ª posição.A segunda metade do Top10 é integradapela Travelstore, com 19,4 milhões, emqueda de 5,7% ou 1,2 milhões, pelaAtlântida, com 18,3 milhões, +3% ou

mais 0,5 milhões que há um ano, a CorteInglés, com 17,3 milhões, +15,9% oumais 2,4 mi lhões, a Al ive, com 13,4milhões, +372,8% ou mais 10,6 milhões,e a Escalatur, com 10,7 milhões, +7,7%ou mais 0,8 milhões.Com montantes de vendas acima dos dezmilhões de euros nos primeiros novemeses deste ano estão ainda aConsolidador, com 10,7 milhões, +18,2%ou mais 1,6 mi lhões que no períodohomólogo de 2012, a Sottotour, com 10,4milhões, +40% ou mais três milhões, aCosmos, com dez milhões, -12,1% oumenos 1,4 milhões.Segue-se um grupo de quatroorganizações com vendas entre cincomilhões e dez milhões de euros, do qualfazem parte a TUI, com 9,8 milhões,+29,3% ou mais 2,2 milhões que nosprimeiros nove meses de 2012, aCooltravel, com 7,6 milhões, +9,4% oumais 0,7 milhões, a Halcón Viagens, comsete mi lhões, +2,2% ou mais 0,15milhões, e a Turangra, com 6,9 milhões,+0,5% ou mais cerca de 40 mil euros.Por 'chapas', a líder é a Abreu, com 93milhões (+8,3% ou mais 7,1 milhões), àfrente da Geostar, com 56,4 milhões (-3,3% ou menos dois milhões), a TopPartner (ES Viagens), com 55 milhões (-1,9% ou menos um milhão), a eDreams,com 33,3 milhões (+30,5% ou mais 7,8milhões), e a Top Atlântico (ES Viagens),

com 23,4 milhões (+2,8% ou mais 0,6milhões).Seguem-se a Travelstore, com 19,4milhões (-5,7% ou menos 1,2 milhões), aAtlântida, com 18,3 milhões (+3% oumais 0,5 milhões), a Corte Inglés, com17,3 mi lhões (+15,9% ou mais 2,4milhões), a Carlson Wagonl i t (ESViagens), com 13,8 milhões (+2,4% oumais 0,3 milhões), e a Alive, com 13,4milhões (+372,8% ou mais 10,6 milhões).A Alive, que no ano passado ainda tinhauma actividade reduzida é a agência quemais ganha quota de mercado, com umaumento de 1,6 pontos, para 2,1%,seguindo-se a eDreams, com mais umponto, para 5,1%, e o operadorSolférias, com +0,8 pontos, para 1,5%,já que teve um aumento das vendas BSPem 106,4% ou 5,1 milhões de euros, para9,9 milhões.A Solférias ascendeu assim à liderançados operadores turísticos em vendas BSP,à frente da Turangra (sem descontar aactividade como agência de viagens e asvendas Soltrópico), com 6,9 milhões deeuros (+0,5%), e Nortravel, com 5,8milhões (+1,8% ou mais 0,1 milhões).No grupo Go4Travel, a líder é a ClubTour,com dez milhões (+15% ou mais 1,3milhões que em 2012), e depois a TQTravel, com 7,6 milhões (+16% ou maisum milhão), e a Wide Travel, com 7,2milhões (+11,1% ou mais 0,7 milhões).

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Análise Estatística

Aeroporto de Lisboa está cada vez mais TAP e low costs dos grandes grupos europeusO Aeroporto de Lisboa somou mais 532,1 milpassageiros nos dez meses de Janeiro aOutubro, 344,9 mil pelo crescimento da TAP e97,7 mil pelo crescimento dos três grandesgrupos aéreos europeus (Lufthansa, AirFrance-KLM e IAG), mas neste caso peloaumento em 164,5 mil das suas low cost,porque as suas principais companhias aéreasestão com menos 66,8 mil - mostra o balançoaté Outubro a que o PressTUR teve acesso.Os dados a que o PressTUR teve acessoindicam que a TAP consolida nestes primeirosdez meses a liderança do Aeroporto deLisboa, com 8,05 milhões de embarques edesembarques, em alta de 4,5%, com a qualganha 0,2 pontos de quota de mercado,subindo para 58,8%.Depois vem a easyJet, primeira low cost a teruma base em Lisboa, mas que tem atéOutubro um 'magro' aumento do número depassageiros (+1,6% ou mais 24,2 mil, para1,553 milhões), pelo que a sua quota demercado baixa 0,3 pontos, para 11,3%.Em terceiro lugar vem a Lufthansa, que semantém a maior das 'tradicionais' europeias,ainda que tendo uma queda de 11,8% ou63,5 mil passageiros, para 474,7 mil.O grupo Lufthansa, no entanto, tem umligeiro crescimento em Lisboa, pois quer aSwiss quer a Germwings somam maispassageiros que há um ano,respectivamente mais 61 mil (+62,3%, para158,9 mil) e mais 6,9 mil (+7,5%, para 99mil), pelo que o conjunto do grupo tem umaumento em 0,6% ou 4,5 mil, para 732,8 mil(5,3% do total do Aeroporto, -0,2 pontosque há um ano).

O grupo Air France-KLM é o que tem o maiorcrescimento entre os maiores grupos aéreoseuropeus, em 12,4% ou 86,5 mil, para 784,5mil embarques e desembarques, o que lhe dáuma quota de mercado de 5,7%, em alta de0,8 pontos com a qual ultrapassa o grupoLufthansa.Para esta evolução contou principalmente alow cost Transavia.com, com um aumento em76,2% ou 107,3 mil, para 284,1 mil, que sópor si compensou a queda da Air France, em9,1% ou praticamente 33 mil, para 329 mil,tanto mais quanto também a KLM tevecrescimento, em 6,2% ou 12,2 mil, para207,4 mil.O IAG, por sua vez, tem um aumento dosembarques e desembarques em Lisboa em0,9% ou 6,7 mil, para 784,9 mil, apesar daqueda de 53,2 mil em voos da Iberia (-15,9%, para 282 mil), porque a BritishAirways tem um aumento em 4,3% ou 9,6mil, para 235,3 mil, mas, sobretudo, porque aVueling aumenta 23,1% ou 50,2 mil, para267,5 mil.O IAG mantém assim, ainda que por pequenamargem, a liderança dos grandes gruposaéreos em Lisboa com 5,7% do total deembarques e desembarques, mas em quedade 0,2 pontos.Os dados a que o PressTUR teve acessomostram que a evolução nos primeiros dezmeses deste ano dos três grandes grupoaéreos foi marcada por quedas das suascompanhias aéreas tradicionalmente maisfortes (Lufthansa e Swiss, no grupoLufthansa, Air France e KLM, no grupo AirFrance-KLM, e British Airways e Iberia, no

IAG) e crescimento das suas low cost(Germwings do grupo Lufthansa,Transavia.com do grupo Air France-KLM eVueling do IAG).Em conjunto, Lufthansa, Swiss, Air France,KLM, British Airways e Iberia transportaramde e para Lisboa 1,687 milhões depassageiros nos meses de Janeiro aOutubro, tendo uma queda de 3,8% ou 66,8mil, enquanto Germanwings, Transavia.come Vueling aumentaram 36,5% ou 164,5 mil,para 614,7 mil.As seis 'tradicionais', reconhecidas por teremdas mais poderosas máquinas de marketing,representaram assim 12,3% do total depassageiros do Aeroporto de Lisboa, menosum ponto que no período homólogo de 2012 emenos 1,9 pontos que em 2011.As low costs destes grupos, por sua vez,atingem uma quota de mercado de 4,5%,quando nos primeiros dez meses de 2012tinham 3,4% e em 2011 tinham 2,7%.Assim, com os três grandes grupos aéreoseuropeus, via as suas low cost, a atingirem16,8% de quota de mercado em Lisboa(16,7% em 2012 e 16,9% em 2011), e com aTAP a atingir 58,8% (58,5% em 2012 e57,3% em 2011), em conjunto estastransportadoras atingem uma quota demercado de 75,6%, que compara com75,3% em 2012 e 74,3% em 2011.O balanço por tipos de companhias aoperaram no Aeroporto de Lisboa a que oPressTUR teve acesso indica que de Janeiroa Outubro teve 13,544 milhões depassageiros em voos regulares, 61% em'tradicionais' portuguesas (+0,2 pontos),

21,7% em 'tradicionais' estrangeiras (-0,6 pontos) e 16,1% em low cost (+0,9pontos), em que inclui easyJet,Germanwings, Norwegian,transavia.com e Vueling.Mas no caso das 'tradicionais'portuguesas, o aumento em 3,5%,para 8,36 milhões de passageiros, épenalizado pela evolução em baixa daSATA Internacional (-0,4% ou menos1,4 mil passageiros, para 341,1 mil),enquanto nas low cost, o aumento em10%, para 2,2 milhões, é penalizadopela easyJet, que apenas cresceu1,6%.No caso das 'tradicionais' estrangeiras,o crescimento assenta em grandemedida na Emirates (+202,4% ou mais98,6 mil, para 147,3 mil, mas porque em2012 o voo apenas começou emmeados de Julho), na angolana TAAG(+12,6% u mais 18,4 mil, para 164,7mil), na marroquina Royal Air Maroc(+47,2% ou mais 15,8 mil, para 49,2mil) e na turca Tukish Airlines (+20,5%ou mais 14,1 mil, para 82,6 mil).

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Análise Estatística

França ultrapassa Espanha no Aeroporto de Lisboa e em Outubro também superoutráfego domésticoFrança foi a maior origem/destino depassageiros no Aeroporto de Lisboa no mês deOutubro, à frente, inclusive, do movimento emvoos domésticos e, dessa forma, consolidou-secomo o mercado internacional mais importantenos primeiros dez meses deste ano, destronandoEspanha, de acordo com o balanço até Outubroa que o PressTUR teve acesso.Os voos de e para França transportaram emOutubro 177,3 mil passageiros, em alta de14,4%, com a qual superaram por 12,2 mil omovimento em voos domésticos, apesar denestes também ter havido aumento em 1,3% ou2,1 mil, para 165 mil, e relativamente a Espanha,que em Outubro era a origem/destino líder,tiveram mais 16,7 mil, neste caso porque omovimento em voos de e para Espanha baixou7,7% ou 13,4 mil, para 160,6 mil.A fechar o Top5 das origens/destino com maistráfego em Outubro estão a Alemanha, com139,3 mil (+2,1% ou mais 2,9 mil que em 2012), eo Brasil, com 136,7 mil (+1,5% ou mais dois mil).Os dados a que o PressTUR teve acessomostram que no mês de Outubro, Espanha foi aúnica das dez principais origens/destinos a terqueda do movimento de passageiros e que omaior crescimento em percentagem foi dasligações com a Suíça, com +16,8% (mais 12,2mil, para 84,7 mil), seguindo-se os voos de epara França e, depois, Holanda, com +13,7%ou mais 8,9 mil, para praticamente 74 mil, umtotal que é 51,5% superior ao de Outubro de2011.

Do Top10 das origens/destinos em Outubrofazem ainda parte o Reino Unido, com 118,1 milpassageiros (+3,8% ou mais 4,4 mil que em2012), Itália, com 86,2 mil (+3,1% ou mais 2,6mil), e os Estados Unidos, com 38,3 mil (+10,4%ou mais 3,6 mil).Nos dez meses de Janeiro a Outubro, os voosdomésticos foram os que mais passageirosgeraram para o Aeroporto de Lisboa, com umtotal de 1,662 milhões, mais cerca de dez mil queos voos de e para França, que tiveram um totalde 1,652 milhões, mas enquanto em domésticoshá uma queda em 0,8% ou 12,6 mil, nas ligaçõescom França há um aumento em 9,9% ou 148,7mil.Tanto os domésticos com as ligações comFrança ultrapassaram o movimento em voos dee para Espanha, que há um ano era a origem/destino líder, mas que tem este ano uma quedade 11,1% ou 190,3 mil, para 1,521 milhões.A seguir a Espanha vem o Brasil, com 1,253milhões, que significa uma estagnação em baixade 0,1% (menos 729 passageiros), e a fechar oTop10 está a Alemanha, com 1,204 milhões, emalta de 2,9% ou 34 mil.Depois vêm o Reino Unido, com 1,111 milhõesde passageiros (+5,6% ou mais 59 mil), Itália,com 832,7 mil (+3,5% ou mais 28,4 mil), Suíça,com 795,5 mil (+15,9% ou mais 109,2 mil),Holanda, com 630,4 mil (+17,1% ou mais 92,2mil), e Estados Unidos, com 351 mil (+3,9% oumais 13 mil).Entre as origens/destinos fora da Europa,

depois do Brasil e Estados Unidos, a maior éAngola, com 322,8 mil passageiros (+3,3% oumais 10,2 mil), à frente de Cabo Verde, com 211mil (+2,8% ou mais 5,7 mil), e Emirados ÁrabesUnidos, com 147,3 mil (+200,2%, que reflete ofacto do voo da Emirates para o Dubai apenaster começado em Julho de 2012, emboraquando se compara Outubro deste ano com odo ano passado se verifique um aumento em42,2% ou 5,1 mil passageiros, para 17,4 mil).Esse efeito do começo do voo da Emiratesapenas em Julho de 2012 coloca os Emiradoscomo a terceira origem/destino em aumento donúmero de passageiros em Lisboa até Outubro,depois de França (mais 148,7 mil) e da Suíça(mais 109,2 mil).Seguem-se a Holanda, com mais 92,2 mil, oReino Unido, com mais 59 mil, Dinamarca, commais 42,6 mil (+32,8%, para 172,4 mil),Alemanha, com mais 34 mil, Itália, com mais 28,4mil, Marrocos, com mais 27,2 mil (+32,4%, para111,3 mil), e Roménia, com mais 24,9 mil(+103,1%, para 49 mil).A maior queda é Espanha, com menos 190,3 mil,seguindo-se Grécia, uma vez que a TAP cessou arota de Atenas, com menos 30 mil (-90,9%, paratrês mil), e República Dominicana e México,destinos tradicionalmente em charter e que esteano foram penalizados pelo desaparecimentodos operadores da Orizonia, tendodecréscimos de, respetivamente, 23 mil (-48,1%, para 24,8 mil) e 22,8 mil passageiros (-53,3%, para 20 mil).

Quartos de alojamento turístico português rendem +5,2% de Janeiro a SetembroAs unidades de alojamento turísticoportuguesas obtiveram de Janeiro aSetembro uma média de 36,2 euros dereceita de quartos por quarto disponível(RevPAR), em alta de 5,2% ou 1,8 eurosrelativamente aos primeiros nove meses de2012, de acordo com dados publicados peloTurismo de Portugal (TP).A informação do TP apenas especifica aevolução da taxa de ocupação, indicando umaumento em 1,7 pontos (+3,1%), para56,4%, mas a partir desses dados é possívelver que a subida da RevPAR também sedeve, ainda que de forma menossignificativa, a um aumento do preço médiodos quartos, em 2,1% ou 1,3 euros, para64,2%.As três regiões onde os estabelecimentos dealojamento turístico estão com maioressubidas da RevPAR este ano são Madeira,Açores e Algarve, que são precisamente asque têm as subidas mais fortes da taxa deocupação.Os estabelecimentos da Madeira têm umaumento da RevPAR em 10,9% ou 3,7euros, para 37,8 euros, embora o preço

médio de quartos tenho um aumento deapenas 0,8% ou 0,5 euros, para 56,1 euros,porque a taxa de ocupação sobe 6,1 pontos(+10%), para 67,4%.Mais flagrante é o caso dos Açores, onde aRevPAR sobe 6,8% ou 1,7 euros, para 26,8euros, apesar do preço médio de quartos ter aqueda mais forte destes nove meses, em 3,2%ou 1,7 euros, para 52 euros, porque a taxamédia de ocupação sobe 4,8 pontos (+10,3%),para 51,5%.Já no Algarve, a 'distribuição' é mais equilibrada,embora com prevalência da evolução da taxa deocupação. A RevPAR nesta região sobe 6,2%ou 2,7 euros, para 46,3 euros, por subida dataxa de ocupação em três pontos (+5%), para63,5%, e aumento do preço médio dos quartosem 1,2% ou 0,8 euros, para 72,9 euros.Os estabelecimento da região de Lisboa são osque têm o quarto aumento mais forte daRevPAR nos primeiros nove meses deste ano,em 5,6% ou 2,5 euros, para 47,5 euros, mascom a particularidade de o principal factor tersido a subida do preço médio, em 3,9% ou 2,8euros, para 73 euros, embora também aocupação tenha melhorado, em um ponto

(+1,6%), para 65,1%.Uma situação semelhante ocorre no Porto eNorte de Portugal, onde a RevPAR sobe 4,3%ou 1,1 euros, para 26,6 euros, por subida dataxa de ocupação em 0,8 pontos (+1,7%),para 47,6%, e aumento do preço médio dosquartos em 2,6% ou 1,4 euros, para 55,9euros.Centro e Alentejo são as únicas regiões ondenestes nove meses os estabelecimentos dealojamento turístico têm quedas da RevPAR,porque também são as únicas a ter quedas dastaxas de ocupação.No Centro a RevPAR baixa 3,3% ou 0,6 euros,para 17,8 euros, por queda da taxa deocupação em 1,2 pontos (-3,1%), para 37,3%,e uma ligeira descida do preço médio dequartos, em 0,1% ou 0,1 euros, para 47,7euros.No Alentejo, a queda da RevPAR, em 3,1%ou 0,8 euros, para 24,9 euros, vemexclusivamente da descida da taxa deocupação, que baixa 2,4 pontos (-5,6%)para 40,7%, 'anulando' assim a subida dopreço médio dos quartos em 2,6% ou 1,6euros, para 61,2 euros.

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Análise Estatística

A hotelaria portuguesa superou este ano, pelaprimeira vez e por grande margem, a marca de 20milhões de dormidas no Verão (Junho aSetembro), apesar de uma estagnação em baixa domercado dos residentes em Portugal, porquealcançou mais um milhão de dormidas de turistasestrangeiros, de acordo com os mais recentesdados do INE.Os estabelecimentos hoteleiros portugueses, deacordo com esses dados, tiveram nos quatro mesesda época estival um total de 20,836 milhões dedormidas, mais 1,04 milhões ou 5,3% que noperíodo homólogo de 2012, que era o anteriorrecorde para a época alta.Na base deste recorde estiveram os 14,4 milhões dedormidas de turistas estrangeiros, em alta de 7,9%ou 1,055 milhões relativamente ao períodohomólogo de 2012, para a qual contribuíramdecisivamente os mercados do Reino Unido, daAlemanha e de França.De residentes no Reino Unido, a hotelariaportuguesa teve mais 293,7 mil dormidas que háum ano (+9,2%, para 3,496 milhões), de residentesna Alemanha teve mais 163,4 mil (+10,4%, para1,721 milhões) e de França teve mais 159,1 mil(+13,4%, para 1,342 milhões).Entre os mercados que também contribuíram parao novo recorde na época estival conta-se ainda,com alguma surpresa, pela situação económicaque está a viver, a vizinha Espanha, com mais 61,8mil dormidas na hotelaria portuguesa (+3,6%, para

Hotelaria portuguesa faz melhor Verão de semprecom mais um milhão de dormidas de estrangeiros

1,78 milhões), que assim se manteve como osegundo maior mercado emissor, depois do ReinoUnido.Contributos positivos tiveram ainda os mercadosdos Estados Unidos, que foi o que teve o maiorcrescimento percentual entre os maioresemissores, com mais 57,2 mil dormidas(+19,3%, para 354,3 mil), da Irlanda, com mais51,7 mil dormidas (+8,4%, para 664,5 mil), doBrasil, com mais 34,8 mil dormidas (+7,5%, para498,4 mil), e da Bélgica, com mais 7,8 mildormidas (+2,3%, para 349,5 mil).O maior contributo, porém, foi o do conjunto dosmercados não especificados (fora do Top10 dosemissores), com um aumento de 330,3 mil dormidas(+13,8%, para 2,722 milhões), que por si só maisque compensou as quedas de Itália, em 51,7 mildormidas (-11%, para 419,3 mil), e da Holanda, em51,3 mil dormidas (-4,6%, para 498,4 mil), bemcomo do mercado dos residentes em Portugal, em15,7 mil dormidas (-0,2%, para 6,435 milhões).Os dados do INE mostram, assim, que os mercadosinternacionais atingiram na época estival deste anoa maior percentagem desde pelo menos 2008 dototal de dormidas na hotelaria portuguesa, com69,1%, +2,3 pontos que no período homólogo de2012.Os mercados internacionais que mais reforçaram asua preponderância, depois dos 'emergentes' (forado Top10), que representaram 13,1% das dormidasda época estival (mais um ponto que há uma ano),

foram o Reino Unido, com +0,6 pontos, para16,8%, França, com +0,5 pontos, para 6,4%,Alemanha, com +0,4 pontos, para 8,3%, e EstadosUnidos, com +0,2 pontos, para 1,7%.Subidas menores tiveram o Brasil (+0,05 pontos,para 2,4%) e a Irlanda (+0,09 pontos, para 3,2%),enquanto Espanha (-0,1 pontos, para 8,4%),Holanda (-0,5 pontos, para 5,1%), Itália (-0,4pontos, para 2%) e Bélgica (-0,05 pontos, para1,7%) baixaram.No mês de Setembro, em que a hotelariaportuguesa teve 4,81 milhões de dormidas, em altade 5,1% ou 233 mil, os maior aumentos foram daspernoitas de britânicos, em 75,4 mil (+8,8%, para937 mil), e de alemães, em praticamente 62 mil(+13,9%, para 507,5 mil).A hotelaria portuguesa teve ainda aumentos dedormidas em Setembro de espanhóis (+7,4% oumais 22,1 mil, para 322,4 mil), França (+7,1% oumais 18 mil, para 271,8 mil), Brasil (+10,1% ou mais12,1 mil, para 132,3 mil), Estados Unidos (+4,1%ou mais 3,7 mil, para 92,9 mil), Bélgica (+4,6% oumais 3,6 mil, para 81,7 mil), e do conjunto dosoutros emissores fora do Top10 (+13,1% ou mais79,6 mil, para 686 mil).Em baixa, além do mercado dos residentes emPortugal (-1,2% ou menos 15,9 mil, para 1,329milhões), estiveram a Holanda (-6,3% ou menos15,2 mil, para 225,8 mil), Irlanda (-2,3% ou menos3,5 mil, para 146,1 mil) e Itália (-10,5% ou menosnove mil, para 77,2 mil).

Hotéis de 4 e 5-estrelas concentram 78,8% do aumento das dormidas em SetembroA hotelaria portuguesa teve este ano o melhor mês deSetembro de sempre em número de dormidas, com4,81 milhões, em alta de 5,1% ou 233 mil face a 2012,para 4,81 milhões, com a particularidade docrescimento se ter concentrado em 78,8% nos hotéisde topo de gama de 5 e 4-estrelas, o que deveriaapontar para um aumento mais forte dos proveitos pordormida, e não para a queda em 0,7% indicada pelosdados do INE.A informação do Instituto mostra que os hotéis 5-estrelas foram mesmo as unidades que tiveram omaior aumento percentual do número de dormidas,com +16,5%, que significou mais 80,8 mil que há umano, atingindo um total de 571,58 mil.Logo a seguir veio o aumento em 7,6% das dormidasnos 4-estrelas, que foram os que tiveram o maioraumento em valor absoluto no mês, em 102,77 mil,para 1,455 milhões.Assim, os hotéis de 4-estrelas foram os alojamentosonde se realizaram 30,3% das dormidas nosestabelecimentos hoteleiros portugueses emSetembro, mais 0,7 pontos que há um ano, e os 5-estrelas atingiram uma 'fatia' de 11,9%, em alta de 1,2pontos.Em perda, embora também tenham registadoaumentos do número de dormidas, mas abaixo doaumento médio, estiveram os hotéis de 3-estrelas (-

0,4 pontos, para 13,6%), os hotéis-apartamentos (-0,5pontos, para 15,8%) e, em menor medida, osapartamentos turísticos (-0,2 pontos, para 11,2%) e osaldeamentos turísticos (-0,1 pontos, para 4,7%).De acordo com os dados do INE, à excepção dos"outros alojamentos", que tiveram uma queda dasdormidas em 9,9%, todas as categorias especificadastiveram aumentos em Setembro, dois deles a doisdígitos, o dos hotéis 5-estrelas, em 16,5%, e o dasPousadas, em 10,4%, para 45,2 mil.Seguiram-se, ainda com aumentos acima do aumentomédio do mês (5,1%), os hotéis 4-estrelas, com+7,6%, para 1,455 milhões, os hotéis 2 e 2-estrela,com +7,3%, para 287,7 mil, e os hotéis-apartamentosde 5-estrelas, com +6,1%, para 50,4 mil.Com aumentos abaixo da média mês estiveram osapartamentos turísticos, com +3,7%, para 539,9 mil,os aldeamentos turísticos, com +2,8%, para 225,8 mil,os hotéis-apartamentos de 4-estrelas, com +2,4%,para 529,3 mil, os hotéis de 3-estrelas, com +2,2%,para 652,2mil, e os hotéis-apartamentos de 3 e 2-estrelas, com +0,4%, para 178,8 mil.O INE não publica os valores de proveitos porcategorias, mas apenas a RevPAR, pela qual épossível ter a indicação de que o êxito em dormidas dos5-estrelas não teve tradução pelo menos em receitamédia de quartos por quarto disponível.

Segundo esses dados, embora a RevPAR média dosector tenha aumentado 2,5% em Setembro, para40,7 euros, entre os hotéis o melhor resultado foi o dos4-estrelas, que mantiveram os mesmos 46,60 eurosde Setembro de 2012.De resto, todas as outras categorias de hotéis tiveramquedas, de 3,4% nos 5-estrelas, para 82,50 euros, de1,4% nos 3-estrelas, para 28,90 euros, e de 4,3%,para 22,10, nos 2 e 1-estrela, para 22,10 euros.Já nos hotéis-apartamentos estão a melhor variaçãodo mês, em 17,3%, para 50,10 euros, nos 5-estrelas,e a segunda melhor, em 7,6%, para 49,30 euros, nos4-estrelas, enquanto nos 3 e 2-estrelas houve umadescida de 2,7%, para 32,90 euros.Com aumento da RevPAR acima do aumento médiodo mês estiveram também as Pousadas, com+6,5%, para 62 euros, e os apartamento turísticos,com +6,4%, para 28,40 euros.Em queda esteve a RevPAR dos aldeamentosturísticos, que tiveram uma descida de 2,1%, para32,40 euros.Os dados do INE, porém, não permitem ver a que sedeveram as subidas e descidas da RevPAR,designadamente se por aumentos ou descidas dospreços e/ou se por aumento do número de quartos nomercado que levasse a queda das taxas de ocupaçãoapesar do aumento do número de dormidas.

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Análise Estatística

Preço médio da hotelaria de Lisboa é o que mais sobe até SetembroA hotelaria de Lisboa foi a que teve amaior queda do preço médio de quartosno mês de Setembro, com uma descidade 8,2%, mas ainda assim no conjuntodos primeiros nove meses não só semantém acima do período homólogo de2012, como tem a variação mais forte,em 3,9%, de acordo com os dados maisrecentes publicados pelo Turismo dePortugal.A informação indica que de Janeiro aSetembro a hotelaria de Lisboa teve umaumento da RevPAR (receita média dequartos por quarto disponível ou preçomédio de quartos ponderado pela taxade ocupação) em 5,6%, para 47,5euros, com aumento da taxa deocupação dos quartos em um ponto,para 65,1%, que são os níveis maise levados destes ind icadores nestesnove meses.A partir destes dados é possível calcularque o preço médio dos quartos foi de 73euros, também o valor mais elevado doPaís, e em alta de 3,9% relativamenteao per íodo homólogo de 2012, quetambém é a variação mais forte.Em Setembro, porém, como já o indicavamos dados do INE divulgados no final dasemana passada, a hotelaria da região dacapital teve a maior queda de rentabilidadede todas as regiões, com a RevPAR abaixar 2,5 euros, e exclusivamente peladescida do preço médio.De acordo com os dados publicados peloTurismo de Portugal (TP), a hotelaria daregião de Lisboa teve uma queda daRevPAR em Setembro de 4% ou 2,5euros, para 59,5 euros, embora a taxade ocupação tivesse subido 3,6 pontos,para 82,5%, at ingindo o valor maiselevado do mês de todo o País.

Esta evolução da ocupação o que indicaé que a descida da RevPAR em Lisboa nomês de Setembro foi, portanto, pelaqueda do preço médio, que teve umadesc ida de 8,2% ou 6,5 euros porquarto, para 72,1 euros.Os dados do TP também permitemconfirmar que foi principalmente estaevolução em Lisboa que levou a que opreço médio de quartos da oferta totalde alojamento tur íst ico em Portugaltenha baixado em Setembro, na ordemde 3,8% ou 2,5 euros, para 62,9 euros,embora o sector tenha sido 'salvo' poruma subida da taxa de ocupação em 3,8pontos, para 72,3%, com a qual aRevPAR subiu 1,6% ou 0,7 euros, para45,5 euros.Pelos dados do TP, descidas de preçomédio da hote lar ia ocorreram emSetembro, além de Lisboa, no Centro,em 5,2% ou 2,5 euros, para 44,9 euros,e no Algarve, em 0,9% ou 0,6 euros,para 71,6 euros.No caso do Centro, essa descida dopreço médio conduziu a uma descida daRevPAR em 6% ou 1,4 euros, para 21,9euros, tanto mais quanto a ocupaçãotambém baixou 0,4 pontos, para 48,8%.No Algarve, porém, a subida daocupação em 3,2 pontos, para 82,3%,permitiu que apesar da descida do preçomédio a RevPAR tenha aumentado 2,3%ou 1,8 euros, para 58,9 euros.Al iás, g lobalmente, os dados do TPindicam que os estabelecimentos dealojamento turístico 'salvaram' o mês deSetembro pela ocupação dos quartos,que subiu 3,8 pontos, para uma taxamédia de 72,3%, o que permitiu queapesar da descida do preço médio dequartos em 3,8% ou 2,5 euros, para

62,9 euros, a RevPAR tivesse subido1,6% ou 0,7 euros, para 45,5 euros.As regiões que mais impulsionaram asubida da taxa média de ocupação emSetembro foram os Açores e a Madeira,com subidas de 9,6 pontos, para 68,4%,e de 6,4 pontos, para 79,2%,respetivamente, e com a particularidadede em ambos os casos também teremocorr ido subida do preço médio dosquartos.Na Madeira a subida foi quase pelamargem mínima, em 0,2% ou 0,1 euros,para 54,8 euros, o que associado àsubida da ocupação deu um aumento daRevPAR em 9% ou 3,6 euros, para 43,4euros.Os estabelecimentos do Açores foram osque t iveram o maior aumento daRevPAR, em 20,1% ou 6,1 euros, para36,4 euros, porque em cima da subida daocupação aumentaram o preço médio dequartos em 3,3% ou 1,7 euros, para53,2 euros.Depois dos Açores e da Madeira, a maiorsubida da RevPAR no mês de Setembrofoi em 6,4% ou 2,1 euros, para 35euros, no Porto e Norte de Portugal, porsubida da taxa de ocupação em 3,4pontos, para 63,5%, e aumento dopreço médio de quartos em 0,7% ou 0,4euros, para 55,1 euros.A maior subida do preço médio dequartos do mês de Setembro foi dosestabelec imentos de a lo jamentoturístico do Alentejo, com um aumentode 9,9% ou 5,6 euros, para 61,8 euros,o que, aliás, lhes permitiu ter uma subidada RevPAR em 2,6% ou 0,8 euros, para31,2 euros, embora tivessem a maiorqueda do mês da taxa de ocupação, em3,6 pontos, para 50,5%.

Lisboa teve em Outubro o melhor mês de sempre em passageiros de cruzeirosO Porto de Lisboa teve em outubro o melhor mês de sempre emnúmero de passageiros de cruzeiros, superando pela primeira vez os90 mil, com 96.261, mais 9,2 mil ou mais 10,7% que o anteriormáximo mensal, que datava de Outubro de 2011, de acordo comdados da APL. Relativamente a Outubro de 2012, o Porto de Lisboateve um aumento do total de passageiros de cruzeiros em 16% ou13.254, embora tivesse registado o mesmo número de escalas denavios (49), o que significa que o número médio de passageiros pornavio teve um aumento em 16%.Os dados da APL indicam que o aumento do número de passageirosde cruzeiro em Outubro resultou de um incremento em 12.042(+15,6%) dos passageiros em trânsito, que foram 89.346, etambém de um aumento em 1.212 dos passageiros que iniciaram eterminaram cruzeiros na capital portuguesa.Em Outubro, segundo esses dados, houve um aumento em 41,2%ou 1.107 passageiros que desembarcaram em Lisboa, totalizando2.793, e subiu 3,5% ou 105 o número dos que embarcaram emcruzeiros, para 3.126.

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Análise Estatística

Cruzeiros em Lisboa mais próximos do recorde previsto para este ano pela APLLisboa somou de Janeiro a Outubro 470.475passageiros de cruzeiro, que é um novo máximopara os primeiros dez meses de um ano eaproxima o Porto da capital de um novo recordeanual, superando a marca de 522,6 mil atingidaem 2012, como previsto recentemente pelaAPL.De acordo com essas previsões, em 2013 oPorto de Lisboa concluirá 2013 com um aumentodas escalas em 15%, para 360, e terá +8% depassageiros, atingindo um total de 565 mil.Até Outubro, o Porto de Lisboa soma 314escalas, estando a 46 do total previsto pelaAPL, que só para este mês de Novembro temprogramadas 45, mais 12 que no mês homólogode 2012. Em passageiros, os dados da APL atéOutubro indicam que ainda lhe faltam cerca de94,5 mil para o objetivo anunciado para o anode 2013, mas também mostram um aumentomaior que o estimado pela gestora.Até Outubro, o Porto de Lisboa está com umaumento do total de passageiros em 9,9%(mais 42.230), com aumentos de 9,8% nospassageiros em trânsito e de 10,6% nos queiniciam ou terminam cruzeiros na capitalportuguesa.Em valor absoluto o maior aumento é nospassageiros em trânsito, que são mais 38.354que nos primeiros dez meses de 2012,totalizando 430.048, que é também um recordepara este período do ano.Em embarques e desembarques, os dados daAPL indicam aumentos, respetivamente, de919, para 19.728, e de 2.957, para 20.699,mas nestas casos ainda abaixo do que severificou nos anos de 2009 e 2010, em quegrande número de portugueses aproveitoupromoções de cruzeiros com partida e/ouchegada a Lisboa.

Cruzeiros na Madeira acentuam quedas nos meses de Setembro e OutubroO Porto da Madeira teve quedas do númerode passageiros de cruzeiro de 29,4% e20,1% nos meses de Setembro e Outubro,respetivamente, pelo que no conjunto dosprimeiros dez meses deste ano a quedaagravou-se em relação aos 17,9% atéAgosto, situando-se em 19%, de acordocom dados da Administração dos Portos daRegião Autónoma da Madeira (APRAM).Depois de quatro meses consecutivos, deMaio a Agosto, em que esteve a recuperardas quedas no primeiro quadrimestre doano, o Porto do Funchal retornou àsquebras em Setembro, em 7,2 milpassageiros, para 17.329, e em Outubro,em 14,4 mil, para 57.553.Assim, depois de ter terminado o primeiroquadrimestre com uma queda de 77,4 milpassageiros, da qual recuperou nos quatromeses seguintes, com um aumento de 20,9mil, com o qual reduziu a queda de Janeiro a

Agosto para 56,4 mil, agora, com os dadosde Setembro e Outubro tem um aumentodessa diferença para 78 mil, que dá aindicação de que no ano irá ficar abaixo de2012.No início deste mês, em comunicado, aAPRAM avançou que "Novembro continua aafirmar-se como um dos meses de maiormovimento no Porto do Funchal" e indicavaque esperava 55 escalas e 151 milpassageiros, o que a confirmar-se, emborasendo um aumento em 15,8% relativamenteao mês homólogo de 2012, ainda deixará oPorto do Funchal no acumulado de Janeiro aNovembro abaixo de 2012 em 12,2% ou 62mil passageiros.Os dados da APRAM para o período deJaneiro a Outubro indicam que o Porto doFunchal recebeu 189 escalas, menos 36 quehá um ano, e que tem decréscimos de 71,4mil passageiros em trânsito (-17,8%), para

330.116, de 3,4 mil embarques (-70,2%),para 1.436, e de 3,3 mil desembarques (-68%), para 1.560.Em Setembro, o Porto do Funchal teve oitoescalas e 17.329 passageiros, incluindo seteembarques, sete desembarques e 17.315trânsitos, ficando abaixo do mês homólogode 2012 em oito escalas e 7,2 milpassageiros (-29,4%), com menos 226embarques (-97%), menos 166desembarques (-96%) e menos 6,8 miltrânsitos (-28,3%).Em Outubro a situação repetiu-se, como Porto do Funchal a ter 27 escalas,menos 12 que há um ano, e 57.553passageiros, menos 14,4 mil (-20,1%)que no mês homólogo de 2012, commenos 87 embarques (-61,7%, para54), menos 36 desembarques (-29%,para 88) e menos 14,3 trâns i tos (-20%, para 57.411).

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APAVT nos organismosregionais de turismo

No seguimento da Lei 33/2013, queestabeleceu o novo regime jurídico das áreasregionais de turismo, bem como daorganização e funcionamento das entidadesregionais de turismo (E.R.T.s), estas foram avotos, tendo a APAVT assegurado que, denorte a sul do País, terá uma presença ativaem todos estes organismos.Assim, a associação integra o Conselho deMarketing da E.R.T. Porto e Norte dePortugal, órgão onde se faz representar porTito Silva, o delegado da APAVT na região.No Centro de Portugal, é o presidente da

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associação, Pedro Costa Ferreira, quem fazparte do Conselho de Marketing da respetivaE.R.T. Nesta região, acrescente-se, aAPAVT está também representada naA.R.P.T., através de Vitor Osório, delegadoda associação na região.Mais a sul, a APAVT integra também oConselho de Marketing da Entidade Regionalde Turismo da Região de Lisboa, sendo aírepresentada por Eduarda Neves, diretorada associação, e na direção da ATL, que é aARPT desta região, Pedro Costa Ferreira éum dos vogais, também em representação

A TAP reforçou, neste período de InvernoIATA, a sua operação para a Alemanha, commais cinco frequências por semana, no total,entre Lisboa e alguns dos destinos servidosnesse mercado, chegando ao voo diárioquer para Berlim quer para Dusseldórfia,com mais duas frequências do que noInverno passado, e atingindo os 11 voos porsemana no caso de Hamburgo. Também paraa Áustria, a transportadora nacionalaumentou o número de voos oferecidos,passando a operar diariamente para Viena,com mais duas frequências face ao Inverno2012.No total, a TAP passou a disponibilizar 54voos por semana entre Portugal e Alemanhaao longo do Inverno IATA deste ano, dosquais, 11 frequências para Munique, 18 paraFrankfurt, 11 para Hamburgo e setefrequências tanto para Berlim como paraDusseldórfia.Desde o início deste ano e até ao mês deJulho (inclusive), a companhia transportoujá mais de 378.600 passageiros no conjuntodas linhas operadas entre Portugal e aAlemanha, o que traduz um crescimento de22 por cento do tráfego, e perto de 45 milpassageiros no caso de Viena, o querepresenta um crescimento de 17%.

da APAVT. No Alentejo, embora não estejadiretamente representada na E.R.T., aAPAVT integra os corpos sociais da A.R.P.T.,através de João Luis Moita, da Citur.Finalmente, o delegado da APAVT noAlgarve, Luis Tavares, representa aassociação no Conselho de Marketing daE.R.T. desta região, a que preside, estandoagendadas para o dia 3 de dezembro aseleições para a A.T.A., onde se espera que aassociação tenha um lugar, a ser ocupadopor um dos vice-presidentes, DuarteCorreia.

APAVT "apresenta" Açores aembaixadores Latino-Americanos

O presidente da APAVT, Pedro CostaFerreira, esteve presente num eventoorganizado pelo Instituto para a Promoção eDesenvolvimento da América Latina (IPDAL),que reuniu 13 embaixadores, o secretário deEstado dos Negócios Estrangeiros e daCooperação, Luis Campos Ferreira, bemcomo outros convidados.Pedro Costa Ferreira aproveitou aoportunidade para falar aos diplomatassobre os Açores, explicando que oarquipélago é este ano o "Destino Preferido"da associação e que irá também acolher, na

TAP reforçacapacidade para

Alemanha e Áustriailha Terceira, o próximo congresso, para oqual os convidou.Todos os embaixadores, bem como osecretário de Estado, foram presenteadoscom exemplares do livro "Açores em VistaAérea", gentilmente cedidos pelo Turismodos Açores.No dia de abertura do congresso da APAVT,a associação organiza, em colaboração como IPDAL, um Almoço da Diplomacia em Angrado Heroísmo, onde estarão presentes cercade 20 diplomatas e o secretário de Estado doTurismo.

CTP debate Algarve na sua II CimeiraA Confederação do Turismo Português (CTP)realizou, a 22 de Novembro, a sua 2ª Cimeirado Turismo, subordinada ao tema "Algarve:Construir o Futuro"."Sazonalidade - Ameaça ou Oportunidade?"e "Turismo Residencial - Estratégia deDesenvolvimento para o Algarve" foram osdois painéis de debate realizados, que

promoveram a reflexão e o debate sobrequestões estratégicas para o sector noAlgarve. Como convidado especial, esteve omagnata norte-americano da Comunicação,Steve Forbes. O Primeiro-Ministro, o ministroda Economia e o secretário de Estado doTurismo marcaram também presença nestacimeira.

Corinthia Hotel Lisboa tem novo diretor geralReuben Mifsud é o novo diretor geraldo hotel Corinthia Lisboa, unidade de5-estrelas com 518 quartos, centro decongressos e Spa . Reuben M i f sudchega à capital portuguesa depois de

uma carreira com mais de 14 anos deexperiência hoteleira, nomeadamentena Líbia e em Malta, onde era diretorgeral no Marina Hotel Corinthia BeachResort.

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Macau prepara-se para receber o Ano do CavaloMacau prepara-se para receber o Ano do CavaloMacau prepara-se para receber o Ano do CavaloMacau prepara-se para receber o Ano do CavaloMacau prepara-se para receber o Ano do CavaloTodos os anos, o Ano Novo écelebrado duas vezes em Macau:enquanto que a data do Ano Novode acordo com o nosso calendário éimóvel, a do Ano Novo Chinêsnunca cai no mesmo dia por seguiro calendário lunar. Em 2014, oprimeiro dia do Ano Novo Chinêsserá 31 de Janeiro, quando o signodo Cavalo tomará o lugar daSerpente. É uma das melhoresalturas para visitar Macau, paravivenciar as múlt iplasmanifestações coloridas da festaque também é conhecida como"Festa da Primavera". Além disso,a temperatura amena e a baixahumidade da estaçãocorrespondem mais ao gostoeuropeu do que os verões quentese húmidos.Uma tradição de vários milhares de anos, oAno Novo é a festividade mais importantepara os chineses, cuja celebração seestende por 15 dias e deixa toda a cidadevisivelmente alterada. Nas praças públicase nas casas particulares predominam ascores vermelha e dourada e ruídosensurdecedores, que simbolizam a vidapor terem sido usados, em temposlendários, para afugentar um monstroantropófago. Desde então os chinesesdecoram as portas das suas casas com

SATA aumenta oferta para EstadosUnidos e Canadá

Desde o final do mês de Outubro - InvernoIATA - a SATA reforçou as ligações dosAçores com os Estados Unidos e Canadá,com mais uma rotação semanal paraBoston e Toronto, número que seráincrementado gradualmente até aosmeses de julho e agosto, altura em queSATA voará diariamente de Ponta Delgadapara Boston e seis vezes por semana dePonta Delgada para Toronto.O sistema de preços dos bilhetes paraBoston e Toronto passa a estar baseadonuma segmentação das suas classes,

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consoante a oferta efetiva de serviços,como sejam, por exemplo, a bagagem e oserviço a bordo no decorrer da viagem.As tarifas para estes dois destinostambém vão sofrer transformações,através da introdução de uma lógica queassenta no serviço que é efetivamenteprestado, o que permitirá reduções quepodem variar entre os 16% e os 57%relativamente às atuais tarifas. Os novosmodelos tarifários baseiam-se nopressuposto de que as diversas classes deprodutos estão sempre disponíveis até à

venda do último lugar no respetivo voo,variando apenas o seu preço consoante aprocura registada.Assim, nesta lógica assente no serviço queé efetivamente prestado, passarão aexistir, para além das atuais classes"Economy" e "Plus", três novos produtos:a tarifa "No luggage" e a "Discount", queterão limitações ao nível da bagagem atransportar e ainda a tarifa "Confort" queprevê embarque prioritário, acesso aoslounges Sata Plus e alterações de viagemsem penalizações, entre outros aspetos.

papéis vermelhos e inscrições com desejosde prosperidade. Continua a tradição delançar fogo-de-artifício e de rebentarpanchões, de todos os tamanhos e emgrandes quantidades, para manter osmaus espíritos afastados.Um dos pontos altos é a dança de dragão,com proporções gigantes, pelos lugaresmais importantes da cidade. Omanuseamento do dragão chega aenvolver centenas de pessoas e atrai

espectadores aos milhares. Os templos,abertos toda a noite, enchem-se depessoas, munidas de paus de incenso detamanho e cheiro desconhecidos entrenós. Os adivinhos não têm mãos a medirde tantas solicitações. É desejo de toda agente saber o que o Ano do Cavalo trará…Os restaurantes servem pratos comnomes auspiciosos e preços baseados nosnúmeros de sorte 8 e 9. Não há melhoraltura do que esta para Sentir Macau!

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PTZINE- Uma nova revista on-lineA PTZINE [Portugal Travel Magazine] já está on-line. Acessível naappstore da Apple desde o passado dia 22 Outubro, a PT ZINE é aprimeira revista de viagens sobre Portugal escrita em língua inglesae dirigida ao mercado global com distribuição em IPAD.

A Revista estápresente na "banca derevistas" nos IPAD's,podendo ser instaladagratuitamente. Dosdiferentes númerossemanais uns serãogratuitos e outrosterão um preçosimbólico. A cadasemana, aqueles queinstalarem a revistareceberão umanotificação de novonúmero, à sexta-feira,dia de saída.O objetivo da publicação é claro: mostrar opaís ao Mundo e contribuir para o aumentodo número de visitantes. Cada númeroaborda um tema concreto, em jeito de"dossier", que pode ser uma região, umacidade - ou um bairro, um ângulo específicodessa cidade - uma vila, uma aldeia, umapraia, um roteiro, um evento capaz de atrairo interesse dos viajantes.A estrutura da revista compreende umareportagem principal, seguida de duas outrês reportagens complementares sobre otema de capa; esta é a área inspiracional,pretendendo "vender" razões, histórias emotivos para procurar Portugal. Seguem-sesecções que funcionam como guia prático eonde encontramos sugestões de alojamento(hotéis, resorts, pousadas, turismos rurais,hostels...) e restauração, compras eatividades (passeios, visitas) relacionadascom o destino focado. Esta é a área de guiae consultor para quem nos visita, de opiniãoe informação útil aos viajantes.A ideia dos responsáveis é cobrirem atotalidade de Portugal continental e as ilhasda Madeira e dos Açores, sem prejuízo de

futuros desenvolvimentos.Nas palavras do diretor da revista, AndréPipa (ex-Volta ao Mundo), encontramos arazão da revista: "O que nos move, o quenos faz correr? Uma palavra, um país:Portugal. O nosso objetivo é mostrar-vosPortugal. Os seus atrativos, as suasespecificidades, os seus segredos, ashistórias que achamos que vale a penacontar. A PT Zine éuma revista deviagens e culturageográfica dedicada aum dos países maisfascinantes daEuropa. Pensada,escrita e fotografadapor portugueses...mas dirigida aoMundo. Um velhohábito nosso de 500anos. Os númerosnão mentem. Portugalrecebe mais de 13milhões de turistaspor ano, sendo um

dos 20 países mais visitados do Mundo. Anossa pergunta é esta: por que razão numuniverso de centenas de milhões deviajantes, só 13 milhões têm esse privilégio?"Editada pela LXConsult, dirigida por RaúlGonçalves (ex netviagens), a PTZINE apostanuma imagem gráfica forte (design da Dicase Pistas), assente em fotografias de grandefôlego, e na qualidade das reportagens einformações para cativar os leitores e osanunciantes. André Pipa e Maria Sarmentoestão à frente de uma rede decolaboradores, que nos vão dandodiferentes especialidades e sabores.Alexandra Figueiredo, responsável deMarketing e Publicidade diz-nos que apromoção da revista, essencialmente digital,procurará em poucos meses atingir umalarga audiência de futuros visitantes donosso País. Os possuidores de IPAD têm umperfil A B, C+, pelo que a revista se dirige aum perfil de quem viaja e com hábitos deconsumo, tornando-se um bom instrumentode publicidade para quem pretende atingir osnossos potenciais visitantes.

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Lisboa é a 40ª cidademais reputada do mundo

Lisboa é a 40ª cidade mais reputada domundo, de acordo com o estudo City RepTrak 2013, promovido pelo ReputationInstitute. A capital portuguesa figura no TOP100 das cidades mundiais com melhorreputação, lista que resulta da opinião demais de 22 mil pessoas dos países do G8,entre Janeiro e Fevereiro de 2013.Lisboa registou 67,08 pontos, um resultadomuito semelhante a cidades comoWashington (EUA), Orlando (EUA), Milão(Itália), Perth (Austrália) e Berlim(Alemanha). Os inquiridos valorizam nacidade de Lisboa o seu "ambiente apelativo",uma dimensão que tem como atributos "abeleza da cidade" e "a oferta de umavariedade de experiências atractivas, comoa gastronomia, o desporto, a arquitectura eo entretenimento".As cidades europeias lideram o rankingcom um índice de reputação médio de69,8 pontos, quase dois pontos acima da

média das cidades da América do Norte(68,1). As cidades da Ásia-Pacífico têm,em média, uma reputação de 57,3pontos, enquanto a média das cidades

latino--americanas é de 55,5 pontos. Ascidades com os piores índices dereputação são as africanas, com umamédia de 53,2 pontos.

Oásis Atlântico Salinas Sea já abriuO Grupo Oásis Atlântico Hotels & Resorts jáabriu o seu primeiro cinco estrelas na Ilha doSal, em Cabo Verde. O Oásis AtlânticoSalinas Sea abriu em soft opening no final de

Setembro, estando situado na primeira linhada Praia de Santa Maria, a melhor praia doSal, mesmo ao lado do Oásis AtlânticoBelorizonte.

A unidade, que representou uminvestimento de 30 milhões de euros,disponibiliza um total de 338 quartos,piscinas, Spa e sala de conferências, entreoutros serviços.Este é o quarto hotel do grupo português emCabo Verde, onde já tem o Oásis AtlânticoBelorizonte também na Ilha do Sal, o OásisAtlântico Praiamar na llha de Santiago e oOásis Atlântico Porto Grande, na Ilha de SãoVicente. Neste momento, este últimoencontra-se em remodelação, um projectoque está a abranger os 50 quartos do hotel,estando os primeiros quartos renovados jádisponíveis, com uma nova decoração queincide sobre novos equipamentos emateriais. As obras de remodelaçãoabrangem novos materiais nas casas-de-banho de todos os quartos, novostelevisores LCD e uma nova imagem queaposta em tons mais sóbrios e discretos decinzento.

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Saúde e Medicina do Viajante

Novas vantagens paraassociadosAs viagens para destinos tropicais e subtropicais estão a aumentar,aumentando também os riscos de saúde a elas associados. Se temclientes para estes destinos, pode usufruir das condições especiaisque a APAVT protocolou com a GO Healthcare, oferecendo um apoiodiferenciado aos viajantes.

"Cerca de 50% dos viajantes em trabalho oulazer que se deslocam para destinossubtropicais têm um problema de saúde,sendo que 15% chega mesmo a necessitarde assistência médica", afirma o professorJoão Luís Batista, consultor científico da GoHealthcare, empresa especializada emsaúde e medicina do viajante, detentora damarca GOandBack, com quem a APAVTestabeleceu um protocolo no início destemês. "Este facto tem atualmente ainda maisrelevância em Portugal, na medida em quetemos cada vez mais pessoas a emigrar, ou adeslocarem-se em trabalho para os PALOP.Os riscos para a saúde são evidentes se nãoforem tomadas medidas adicionais deprevenção", acrescenta o reconhecidoespecialista em Medicina Tropical e Medicinado Viajante.Através deste protocolo, os associadospassam a beneficiar de condições especiaisde acesso ao vasto portefólio de serviços eprodutos no domínio da saúde e medicina doviajante disponibilizados pela GOHealthcare, designadamente consultas aoviajante, serviços médicos e kits de viagem,

entre outros. As condições estão disponíveisno APAVTNET, na área reservada aassociados, em "protocolos".Para o presidente da APAVT, Pedro CostaFerreira, "a informação e os serviços na áreada saúde do viajante são inegavelmenteimportantes para a nossa atividade, peloque este protocolo, ao dotar os nossosassociados de uma acrescida capacidadepara prestar um ainda melhor serviço aosseus clientes, em condições muito especiais,constitui mais um benefício da condição demembros da APAVT"."Por outro lado, acrescenta Pedro CostaFerreira, o aumento das viagens paradestinos como, por exemplo, Angola eMoçambique, sobretudo na área docorporate, que implicam muitas vezesdeslocações para zonas não turísticas, commaior potencial de exposição a riscos para asaúde, torna este tipo de cuidados aindamais relevantes e oportunos".Quer agentes de viagens como operadoresturísticos têm, efetivamente, umaresponsabilidade importante na salvaguardada saúde dos viajantes, sendo do seuinteresse que o viajante tenha o mínimo deproblemas na viagem ou na estadia noestrangeiro. Neste contexto, o contactocom o viajante, antes da viagem,proporciona uma oportunidade única para oinformar e aconselhar sobre a situaçãoespecífica de cada país a visitar em trabalhoou lazer.Os serviços desenhados para a GOandBACKpelo Professor João Luis Batista sãoassegurados por uma equipa de médicos eenfermeiros especializados em medicinatropical sob a sua coordenação.

Serviços ProtocoladosConsultas• Viajante e Medicina Tropical• Viajante Pós-Viagem• Especialidade Tratamento de Fobias• Nutrição em Viagem

Formação• Workshops sobre Medicina Tropical/V iajante• Curso Básico de Primeiros Socorros• Curso Avançado de Primeiros Socorros• Curso de Suporte Básico de Vida• Formação Básica para o Viajante• Formação não-médica – Preparação deTrabalho Internacional• Formação não-médica – Comportamento eGestão de Crises

Produtos• Kit Médico (tamanhos S, M, L)• Dispositivos Médicos (Pulseira anti-enjooe meias anti-emólicas)• Testes rápidos (Malária, Dengue)• Livros de Saúde (V iagens internacionais eSaúde)• Documentação Informativa (PassaporteGoandBack)• Parafarmácia do V iajante (MNSRM,Produtos Biocidas, Dispositivos Médicos)

Nota: Consulte os preços protocolados naárea reservada a associados do APAVTNET

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XXXIX CONGRESSO APAVT

À terceira é na TerceiraDestino preferido da APAVT em 2013 (e no próximo ano da ECTAA),os Açores acolhem pela terceira vez a magna reunião do turismonacional. À terceira é na Terceira, e por isso é em Angra do Heroísmo,até 9 de dezembro, que o congresso dos agentes de viagensportugueses vai decorrer, sob o tema "Novos Rumos, Outra Atitude".

Associativismo

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uase meio milhar de congressistas,mais de uma vintena de oradores de

reconhecido mérito, outros tantosjornalistas, quatro dias de muito trabalhomas, também, de muito lazer. Dentro e forado plenário, são muitas as oportunidadespara fazer e rever amizades, para conhecerou simplesmente revisitar a ilha Terceira.No primeiro dia, logo após as intervençõesda cerimónia de abertura, tempo para ouvirCésar Gonçalves, partner da consultoraPriceWaterhouseCoopers, fazer a pré-apresentação do estudo "Desafios doTurismo Português", elaborado para a LIDEPortugal, bem como Elói D'Ávila de Oliveira, opatrão da Flytour, que é o maior grupobrasileiro de agências de viagens, com umafaturação anual de dois mil milhões dedólares, falar sobre a sua própriaexperiência e percurso profissional.

SEXTA-FEIRA,SEGUNDO DIA DE TRABALHOSDe manhã, congressistas e acompanhantes,em traje confortável, reúnem-se no Centrode Congressos, para dar início a uma inéditasessão ao ar livre, destinada a experimentaruma forma criativa de se conhecer umdestino, um exemplo dos novos rumos naoferta turística. Finda a manhã, o almoço élivre, sugerindo-se aproveitem as ofertasespeciais que os hotéis dos congressosdisponibilizam para o efeito. À tarde,regresso ao Centro de Congressos. A umasessão sobre "Outra Atitude", a cargo deVitória Monteiro, da 5P's, seguem-se doispainéis: um sobre o "Destino Açores", queconta com uma apresentação de Rui Amén,promotor da ATA, e o debate entre FranciscoGil, presidente da mesma organização,Francisco Silva, professor na ESHTE quecentrou no arquipélago açoriano a sua tesede doutoramento, Noel Josephides,presidente do operador Sunvil ecoincidentemente presidente da ABTA, aassociação britânica de agentes de viagens,e Ricardo Santos Costa, da agência TouchTravel, sobre possíveis soluções para odesenvolvimento sustentável do Turismo dosAçores. O outro painel é dedicado ao temada "Gestão de Vendas", pretendendo-seavaliar questões como a seleção econtratação de pessoal, os incentivos e amotivação dos vendedores, e acoordenação dos esforços de vendas. Tendo

como keynote speaker maria Manuel Seabrada Costa, da PwC, o debate, moderado porpor Carlos Costa, da CS Hotels, conta com aparticipação de Francisco Teixeira, da Melair,João Barbosa, da Best Travel, e Maria deLurdes Diniz, da Wide Travel.

SÁBADO, DIA DOS CAPÍTULOS,EXCLUSIVO A MEMBROSEnquanto uns partem, logo de manhã, parauma visita à ilha, os membros dos CapítulosSetoriais da APAVT dedicam meio-dia aodebate de temas específicos a cada subsetorde atividade, no hotel Terceira Mar,juntando-se ao resto do grupo à hora dealmoço. Comum aos Capítulos daDistribuição, Operadores e Incoming, amanhã começa com uma apresentação, acargo do secretário-Geral da ECTAA, MichelDe Blust, sobre o Tourism Link, uma novaplataforma especialmente desenhada paradesenvolver o negócio das empresaseuropeias. Em seguida, uma apresentaçãosobre a proposta de Diretiva dos PacotesTurísticos, apresentada pelo consultorjurídico da associação, Rui Colmonero, aosCapítulos da Distribuição e Operadores.O Incoming segue com uma apresentação deLuis Matoso, administrador do Turismo dePortugal, sobre a promoção turística em2014, além de uma outra, pelo presidente daAPAVT, sobre o projeto BTL/ABAV nopróximo ano. O capítulo da Distribuição e ode Cruzeiros seguem com uma agenda que,à data de fecho desta edição, ainda não eraconhecida.

DOMINGO, ÚLTIMO DIA DO CONGRESSOO futuro da promoção turística irá ocupartoda a manhã. Iniciando-se com um painelintitulado "Promoção: Novos Rumos", quetem como keynote speaker Vitor Costa, daATL, o debate sobre o novo sistema nacionalde promoção turística, moderado porFrancisco Sá Nogueira, da PortugalRes,segue-se com a participação de Luis Matoso,do Turismo de Portugal, Paulo Monge, doshotéis SANA e Pedro Morgado, da AbreuDMC.Logo após esta sessão, lugar a umaapresentação sobre o Turismo da Croácia,pela diretora deste organismo oficial, MeriMatesic.A seguir ao almoço, que irá decorrer no hotelTerceira Mar, oferecido conjuntamente pela

APAVT e pelo Turismo do Alentejo, ostrabalhos retomam apenas às 17h30, emtraje formal, para a última apresentação docongresso. "Portugal: Novos Rumos, OutraAtitude", é o tema da conversa do jornalistae autor José Gomes Ferreira. Logo depois,inicia-se a sessão oficial de encerramentoonde estão previstas intervenções dopresidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira,do presidente da CTP, Francisco Calheiros, edo secretário Regional do Turismo eTransportes dos Açores, Vítor Fraga.

AGENDA SOCIALNo primeiro dia, o jantar de boas-vindas éoferecido pelo Governo Regional dosAçores, na Quinta Nasce Água, ao som daorquestra Angra Jazz. Na sexta-feira, édia do jantar TAP Portugal, que terá lugarno Clube de Golfe da Ilha Terceira, com umespetáculo de Mónica Ferraz, sábado é odia do jantar Travelport, que este anoentregou à cantora Áurea aresponsabil idade da animação, naAcademia da juventude da Praia daVitória, e finalmente, no domingo, o jantarde encerramento é oferecido pela SATA,no Clube Musical Angrense.Quanto a almoços, na sexta é oferecido pelaAPAVT no hotel Terceira Mar, no Sábadohaverá um, oferecido pelo Governo Regionaldos Açores, com animação típica da Culturada Ilha Terceira, na Ribeirinha, e no Domingohá um outro, no hotel Terceira Mar.

AS NOITES DO CONGRESSOPara os noctívagos, a noite promete.No sábado , es tá p rogramada uma"A f te r Pa r ty " , o fe r ta dat ranspor tadora UTC, na AzoresFactory, antiga fábrica do pirolito, e nodomingo, está agendada uma "DiscoParty", na Pousada de São Sebastião.

VIVER A TERCEIRASábado é dia de visita à ilha. Com saída pelas10h00, o passeio passa pelo Algar doCarvão, monumento natural regional, ondeos visitantes podem descer a 100 metros deprofundidade e observar estalactites e umapequena lagoa de águas cristalinas. O diasegue-se com o almoço na Ribeirinha,freguesia da Ilha Terceira, com animaçãotípica da Ilha Terceira, antes do regresso aoshotéis.

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Associativismo

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Quinta | 5 DezChegada dos Congressistas a Angra do HeroísmoTransferes do Aeroporto para os hotéis

16H15 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos17h00 Sessão Oficial de Abertura

Nota: Fato Escuro18h00 Sessão: DESAFIOS DO TURISMO PORTUGUÊS

Orador: César Gonçalves, Partner, PwC18h45 Sessão: UMA QUESTÃO DE ATITUDE

Orador: Elói D’Ávila de Oliveira, Presidente, Flytour19h30 Fim da Sessão

Transferes do Centro de Congressos para o local do jantar20h30 Jantar de Boas-Vindas oferecido pelo Governo Regional

dos Açores, na Quinta Nasce Água, animado pelo AngraJazz.Transferes de regresso aos hotéis

Sexta | 6 Dez08h30 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos

Nota: Roupa e calçado confortáveis 09h00 Sessão: PRODUTO TURÍSTICO, NOVOS RUMOS –

Atividade OutdoorNota: Aberta a acompanhantes

12h30 Fim da Sessão13h00 Almoço - hotel Terceira Mar14h30 Transferes para o Centro de Congressos. Para Acompanhantes,

os transferes vão para os hotéis.15H00 Sessão: OUTRA ATITUDE

Orador: Vitória Monteiro, 5P´s16H00 - Sessão: DESTINO AÇORES

Apresentação: Rui Ámen, ATAOradores: Francisco Gil, ATAFrancisco Silva, EHSTENoel Josephides, SUNVILRicardo Santos Costa, Touch Travel Group

17h15 Coffee-break17H30 Sessão: GESTÃO DE VENDAS

Keynote speaker: Maria Manuel Seabra Costa, PwCModerador: Carlos Costa, CS HotelsOradores: Francisco Teixeira, MelairJoão Barbosa, Best TravelMaria de Lurdes Diniz, Wide Travel

18h45 Fim da SessãoTransferes de regresso aos hotéis

20h15 Transferes para o local do jantar (Congressistas eAcompanhantes)

21h00 Jantar TAP Portugal, no Clube de Golfe da Terceira,com espetáculo de Mónica FerrazTransferes de regresso aos hotéis / Disco

Sábado | 7 Dez09h30: REUNIÕES DE CAPÍTULOS (exclusivo para membros)

(no Hotel Terceira Mar)Incoming, Operadores, Distribuição, CruzeirosFindas as reuniões, transferes para o local de almoço

10h00 VIVER A TERCEIRAVisita ao ALGAR DO CARVÃO

14h00 Almoço c/animação típica da Cultura da Ilha Terceira, naRibeirinhaRegresso aos hotéis

19h30 Transferes para o local do jantar20h30 Jantar TRAVELPORT, na Academia da Juventude da Praia

da Vitória, com espetáculo de ÁureaTransferes de regresso aos hotéis/local da After-Party

24h00 AFTER-PARTY, oferecida pela UTC, no Azores FactoryTransferes de regresso aos hotéis

Domingo | 8 Dez08h30 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos09h00 Sessão: PROMOÇÃO, NOVOS RUMOS

Keynote speaker: Vitor Costa, ATLModerador: Francisco Sá Nogueira, PortugalResOradores: Luis Matoso, Turismo de PortugalPaulo Monge, Sana HotéisPedro Morgado, Abreu DMC

10h30 Coffee-Break11h00 Sessão: PROMOÇÃO, CASE STUDY INTERNACIONAL

Keynote speaker: Meri Matesic, Turismo Croácia12h30 Fim de sessão

Transferes para o local do almoço. Para Acompanhantes, ostransferes saem dos hotéis.

13h00 Almoço oferecido pela Região de Turismo do Alentejo e pelaAPAVT, no hotel Terceira MarTransferes para os restantes hotéis

17h00 Transferes dos hotéis para o Centro de CongressosNota: Fato escuro

17h30 Sessão: PORTUGAL, NOVOS RUMOS, OUTRA ATITUDEKeynote speaker: José Gomes Ferreira, jornalista e autor

18h30 Sessão Oficial de Encerramento19h30 Transferes para o local do Jantar20h00 Jantar de Encerramento oferecido pela SATA,

no Clube Musical AngrenseTransferes de regresso aos hotéis/Pousada de São.SebastiãoDisco Party na Pousada de São SebastiãoTransferes de regresso aos hotéis

Segunda | 9 DezPequeno-almoço (último serviço do congresso)Check-out - Transferes para o Aeroporto

PROGRAMA OFICIALDO CONGRESSO

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Quinta | 5 DezChegada dos Congressistas a Angra do HeroísmoTransferes do Aeroporto para os hotéis

16H15 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos17h00 Sessão Oficial de Abertura

Nota: Fato Escuro19H30 Transferes do Centro de Congressos para o local de jantar20h30 Jantar de Boas-Vindas oferecido pelo Governo Regional dos

Açores, na Quinta Nasce Água, animado pelo Angra Jazz.Transferes de regresso aos hotéis

Sexta | 6 Dez08h30 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos

Nota: Roupa e calçado confortáveis 09h00 Sessão: PRODUTO TURÍSTICO, NOVOS RUMOS - Atividade

OutdoorNota: Aberta a acompanhantes

12h30 Fim da Sessão13h00 Almoço no hotel Terceira Mar

Tarde livre 20h15 Transferes para o local do jantar 21h00 Jantar TAP Portugal, no Clube de Golfe da Terceira, com

espetáculo de Mónica FerrazTransferes de regresso aos hotéis

Sábado | 7 Dez10h00 VIVER A TERCEIRA

Visita ao ALGAR DO CARVÃO14h00 Almoço c/animação típica da Cultura da Ilha Terceira, na

Ribeirinha

Regresso aos hotéis19h30 Transferes para o local do jantar20h30 Jantar TRAVELPORT, na Academia da Juventude da Praia da

Vitória, com espetáculo de ÁureaTransferes de regresso aos hotéis/local da After-Party

24h00 AFTER-PARTY, oferecida pela UTC, no Azores Factory, com apresença dos Dj's Black & White Connection e Zé Pedro dosXutos e PontapésTransferes de regresso aos hotéis

Domingo | 8 Dez10h00 Transferes de ida e volta à Quinta do Martelo, classificada de

Utilidade Turística pelo Governo Regional dos Açores13h00 Almoço oferecido pela Região de Turismo do Alentejo e pela

APAVT, no hotel Terceira MarTransferes para os restantes hotéis

17h45 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos18h30 Sessão Oficial de Encerramento

Nota: Fato Escuro19h30 Transferes para o local do Jantar20h00 Jantar de Encerramento oferecido pela SATA, no Clube Musical

AngrenseTransferes de regresso aos hotéis/Pousada de São.SebastiãoDisco Party na Pousada de São Sebastião, oferecida por estaunidadeTransferes de regresso aos hotéis

Segunda | 9 DezPequeno-almoço (último serviço do congresso)Check-outTransferes para o Aeroporto

PROGRAMA PARAACOMPANHANTES

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Está entusiasmado com olançamento de novas rotas parao norte do Brasil e para a Europa,bem como do reforço para África,mas preocupado com a distorçãoprovocada pelos apoios dados àslow costs, com a falta de apoiodo Turismo de Portugal às suasnovas operações, enfim, com ofuturo do turismo português. Ementrevista à REVISTA APAVT, ovice-presidente da TAP, Luiz Mór,fala ainda das relações datransportadora com os agentesde viagens, designadamentesobre os porquês da redução decomissões e dos prazos depagamento.

Luiz Mór (TAP):"Completa-se a estratégiade cobrir o Brasil inteiro"Entrevista: Paulo Brehm - Fotos: Raquel Wise

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Entrevista

orquê Manaus e Belém?Não me lembro de tanto entusiasmo

como com o lançamento de novos destinospara Manaus e Belém. Primeiro, porquecomplementa a estratégia da TAP do Brasil.Durante muito tempo dizia-se que faltava osul e o norte. Resolveu-se o sul com PortoAlegre e agora resolveu-se o norte.Completa-se a estratégia no sentido decobrir o Brasil inteiro, doze cidades de sul anorte. Segundo, e principal, a Amazónia éuma marca já estabelecida nos sonhos daspessoas.

Isso ajuda…Provavelmente o mundo inteiro sabe que aAmazónia existe, sabe que é a últimafronteira para o exotismo, a naturezaintocada. Existe uma infraestrutura comexcelente qualidade, tanto em Belém comoem Manaus, hotéis de todos os tipos, algunsdentro da floresta e até alguns nas árvores euma gastronomia fantástica. Mas sempre foipara poucos, dada a dificuldade de acesso,era trabalhoso, era caro, demorava tempochegar lá.

Não era para todos…Para muito poucos. De repente, alterámostudo, é um novo paradigma. Colocámos aAmazónia a nove horas de voo de Lisboa, daEuropa, num voo direto para Manaus. ParaBelém, no regresso, sete horas. Sendo queManaus - Belém são duas horas, será um voocircular: Lisboa-Manaus, Manaus-Belém,Belém-Lisboa. Não há direitos de tráfegoManaus-Belém, mas pode-se organizar umaentrada por Manaus e saída por Belém. Enada impede que se combinem essas cidadescom outras. Quem embarca em Manaus fazescala em Belém e só desembarca em Lisboa.Mas há outras alternativas em diversosvoos, de diversas companhias. É um voodiurno por cima da floresta. De repentetrazemos para o público europeu a Amazóniacomo um destino possível e acho que isso vaiter uma repercussão profunda. Ao fazer issodemocratizamos o acesso à Amazónia paraos europeus, é um processo imparável.

Como descreveria estes destinos?Tem algumas características que diferenciamestes destinos. Manaus é um destino maisestabelecido internacionalmente, com umapresença bastante ativa em todos os

mercados da Europa, existe já uma tradiçãoantiga de turistas. Em pequenasquantidades, mas de todo mundo. É umacidade metrópole com uma indústria muitosofisticada, muito grande porque é uma zonafranca, onde estão instaladas umaquantidade de mega marcas, de fábricas queabastecem todo o Brasil, o que criou tráfegode negócio. Existem hotéis com espaço paracongressos, infraestruturas para viagens deincentivo, é um mercado com uma boasofisticação. Manaus criou uma alternativapara a população que é trabalhar naindústria, criou educação em universidades,e tudo isso enquanto 98% da floresta foipreservada. Está tudo concentrado emManaus, que tem uma classe média pujante,mas com grandes dificuldades de sair para aEuropa.

E Belém?Pará é um estado diferente, é a porta deentrada do rio Amazonas, tem umafantástica ilha fluvial, Marajó, que é maior doque Portugal inteiro, existem praias fluviaisjá classificadas por uma revista americanacomo das melhores do mundo, é uma mecados grandes chefes do mundo inteiro, quevão para lá conhecer os produtos, agastronomia. É também um estado muitopróximo de Portugal, que os portuguesesvão ter muito gosto em descobrir. Há mais de30 cidades com nomes de cidadesportuguesas, é muito bonito reconhecer otraço português na arquitetura, na cultura ecidades como Belém, Alter do Chão ouBragança.

Já falaram com os Operadores?O mercado está já a movimentar-se, aspróprias secretarias de turismo estaduaistêm feito contato com operadores, vão teruma presença diferenciada na próxima BTL enós vamos fazer um projeto em conjunto. Anossa próxima etapa é levar lá todos osnossos delegados para conhecer melhor oproduto, fazer reuniões com hoteleiros, com

agências de viagens, fazer um plano depromoção da Amazónia na Europa. AEmbratur vai participar nesse processo depromoção, desde propaganda direta para oconsumidor final, marketing digital, fam tripcom agentes e operadores de toda aEuropa, press trip, road show, estar nasfeiras, na BTL, FITUR, WTM e ITB, nomínimo.

O envolvimento da Embratur éimportante…Sim e agora vão ter maior capacidade porquevão voltar a estabelecer escritórios naEuropa. Mas também junto com a APAVTvamos continuar a trabalhar na ideia de asagências e operadores portuguesesoferecerem aos brasileiros o seu know howda Europa. Se os brasileiros daquela regiãovierem para a Europa, que venham comagências de viagens portuguesas. É esse onosso objetivo.

Quando se inicia o voo? Em junho?A 3 de junho porque queremos aproveitar oinício da Copa do Mundo, até porque Manausé uma das sedes do evento. Mas não só porcausa da Copa, porque isso é só um mês,mas por causa dos investimentos que estãoacontecendo em Manaus decorrentes daCopa e que estão a melhorar o destino, comoé o caso do próprio aeroporto, que está abeneficiar de uma reforma muito profunda eque estará pronto em janeiro, antes donosso voo.

Porquê agora?No contexto do nosso compromisso com oacionista, construímos planos estratégicos.Esse plano para os próximos anos foi ogrande instrumento no processo deapresentação da TAP para os investidores.O que se vende é o futuro, pois ninguémcompra o passado de uma empresa. Éevidente que essa documentação sempretem que ser sujeita a auditoria para ver se ofuturo que prevemos é concretizável. Etemos tido muito cuidado desde o início emque tínhamos como objetivo no primeiro anoa redução do prejuízo para metade e depoiso break even, o que cumprimos. Apesar detodas as dificuldades conjunturais temosprocurado cumprir os planos estratégicosnos seus grandes números. E o planoestratégico previa esse crescimento.

P"Democratizamos o acesso à

Amazónia para os europeus, é

um processo imparável"

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Entrevista

Precisamos crescer, mas precisamos dachegada dos aviões, pois estamos atingindoo limite desse crescimento. Temos crescidoem função do aumento do load factor e docrescimento do índice de utilização dosaviões, que estão no limite. Acho issoextremamente positivo. Para a TAP ocrescimento é a única forma de ganharescala, reduzir custos e continuarcompetindo. E para Portugal é importante namedida em que crescemos sobretudoassentes na receita exterior, como empresaexportadora, gerando emprego emPortugal. A contribuição da TAP em Portugalsempre foi importante e neste momento éainda mais. Somos a empresa que mais vaicontratar nos próximos tempos, estando jáem curso o processo de recrutamento.

E para África, quais os planos?Temos crescido nos últimos tempos paraÁfr ica, mas o nosso objet ivo éseriamente continuar a crescer em taxaselevadas. Teve um tempo em que África

era quase só Luanda, mas odesenvolvimento noutros países temgerado outras oportunidades. Maputo écada vez mais uma rota importante, CaboVerde é um destino pelo qual temos umgrande carinho e estamos começandocom a quarta i lha de Cabo Verde,Boavista. A outra rota é Tânger, aterceira cidade de Marrocos. Não temosainda as decisões para o ano que vemmas exist i rão novas rotas e maisfrequências para outros países.

E a Europa?É provavelmente a área geográfica ondeiremos crescer mais. Oportunamenteteremos novidades…

Este crescimento reforça o hub deLisboa?É uma questão de dimensão. 60% dosnossos passageiros estão no intraeuropeue, por exemplo, 15% são nos voos do Brasil.Desses 15%, 70% conectam, o que querdizer que podem não ficar na ida ou na volta.Isso mostra claramente que o nosso grandevolume é o ponto a ponto no intraeuropeu.Nós não teríamos conseguido ir para o lesteou para cidades menores se não tivéssemoscontributo da conexão. Nós não teríamosconseguido aumentar o número de ofertasque aumentámos para os destinostradicionais se não fosse o contributo daconexão. Então a conexão é o que viabiliza arede, o ponto-a-ponto. Ao colocar mais umvoo, mesmo que tenha uma parte desse vooem conexão, para viabilizar sempre vou teruma parte maior de ponto-a-ponto.

Neste contexto, como vê a entrada daRyanair em Lisboa?As low cost são um dado da realidade.

"O grande problema dos

agentes de viagens é o crédito

que dão para os seus clientes"

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Entrevista

Vieram para ficar, alteraram para melhor umasérie de coisas. Um destino com aimportância turística de Portugal não podeestar à margem desse fenómeno.Dificilmente será um grande destino sem tertambém um contributo das low cost. A TAPtem de ter competência para concorrer, nãopode ser protegida. Nunca defendemos aproteção, fomos os primeiros a defender aliberalização do aeroporto da Madeira,porque além de haver muito mal-entendido,era a melhor forma de servir a Região. Diziamque a TAP era subsidiada, quando era opassageiro que era subsidiado via TAP, queantecipadamente dava o desconto e só aposteriori recebia isso que chamavam desubsídio. E para receber tinha ainda umenorme trabalho administrativo. Este novomodelo é muito melhor porque subsidiadiretamente o residente e permite umaliberdade tarifária muito maior. A TAP precisaestar sujeita a concorrência e nós não temosnenhum medo, competimos de uma maneiradura onde estamos presentes e competimoscom low cost. E continuamos a crescer, e atécrescemos mais que as low cost. Noacumulado de agosto, a Companhia cresceuem Lisboa treze vezes mais que a Easyjet.Não existe um problema de concorrência.

Qual é, então, o problema da Ryanair?É importante conhecer o fenómeno das lowcost, as suas vantagens e desvantagens,como País, no sentido de se tirar o melhorpartido. São empresas que trazem umcontributo importante mas que têmdeterminadas características que podem serprejudiciais. É muito diferente falar de lowcost no Porto, em Lisboa ou Faro. Porprincípio somos contra subsídios quedistorçam a concorrência, a exemplo dahotelaria que se debate por uma competiçãojusta com o alojamento não licenciado. Temde haver regras iguais para todos. Nãoaceitamos esse processo de subsidiaçãopara as low costs que altera a concorrência.A generalidade dos subsídios dados até hojebeneficiaram essencialmente as low cost.

Mas já receberam apoios…Sim, num determinado momento, em algumanovas rotas que abrimos, tivemos, não umapoio direto, mas um acordo para promoveras novas rotas lá fora onde tivemos de daruma contribuição. Uma parte foi nossa,

outra do Turismo de Portugal, e fizemos umacampanha conjunta, mas pagámo-la toda esó depois recebemos a parte deles. Portantofoi uma campanha objetivamente paradesenvolver o destino de Portugal, em que aTAP gastou mais do que se não tivessehavido a campanha. Não estou a dizer quenão valeu a pena. É, aliás, esse modelo quetenho defendido, um modelo que ajude napromoção do destino, não é um subsídiodireto para o passageiro transportado, emque se acaba subsidiando inclusive oregresso do passageiro português. Isto foiaprovado em determinado momento e nuncamais foi repetido. Chamo a atenção para ofacto de o modelo que tem sido aplicado naslow costs ser diferente. Não só não é omesmo como as low cost, numa série grandede casos, não cumpriram o prometido eficaram com o dinheiro. Isso aconteceu naMadeira e em Faro, claramente. Portugal

pagou para uma determinada low costdezassete rotas em Faro e muito poucotempo depois, 15 foram abandonadas.

Sem penalização…Provavelmente. Não posso confirmar porquenão há informação. A primeira coisa pela qualme bato é que tem de haver concorrência,mas justa, não pode haver distorção domercado.

Tem pedidos novos apoios?Sim, mas recebemos respostas negativas emtodas as candidaturas. No caso de Miami,por exemplo, quando fizemos o nossopedido, o que TAP pretendia é que nosajudassem a promover Portugal na Florida, efoi-nos dito que os EUA não eramprioritários. Acho isso um equívoco muitogrande, pois a possibilidade de Portugalcrescer nos EUA é muito grande. Agora, oargumento é que tem que se pedir comantecipação, e que tem que se negociarantes do anuncio das novas rotas, e que sósão apoiadas as rotas que o Turismo dePortugal definir como prioritárias. Naverdade, a lógica aplicada coloca-nos àmargem, o que é evidente pelo resultadoobjetivo que se tem verificado nos últimostempos. Lamento isso, lamento porque nãoqueremos ajuda, não queremos subsídio, oque sempre me bati é que se faça promoçãode Portugal nos destinos que estamosabrindo, nos mercados que estamosabrindo, pois trata-se normalmente doreforço de mercados tradicionais ou demercados novos em que há um grandepotencial de fluxos de tráfego para Portugal.

Como é diálogo com o TdP?É normal, mas acho que podia havermelhores resultados aproveitando a força daTAP em muitos mercados. A estratégiaparece ser: "onde está a TAP não é precisofazer nada porque eles já cobrem". Éverdade que Portugal não pode depender sóda companhia nacional, mas deve aproveitara sua rede, potenciar o que a TAP ofereceevitando contribuir para a distorção daconcorrência em prejuízo da companhianacional, a ponto de a poder colocar emrisco.

Como vê a entrada da Ryanair emLisboa? Diz-se que não foi

"Não só é zero (a comissão na

Europa), como eu acho que no

futuro vai ser zero em Portugal"

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Entrevista

acompanhada de subsídio, mas pelanatureza da Ryanair chegará a alturaem que ela apresentará uma fatura.Como assim?Por natureza, a Ryanair é subsídio-dependente. Não é normal que noaeroporto principal convivam as empresasde hub e uma revoada de low cost. Ondeisso acontece fragi l iza-se a empresaprincipal, é o que está acontecendo emMadrid, cujo aeroporto tem já uma quebrade 20% nos últimos dois anos.

Mas já temos low costs nosaeroportos principais…No aeroporto do Porto, a contribuição dabase da Ryanair é notável.Absolutamente notável, e portanto, apreocupação no Porto é que o turismo nãoperca esse ganho que tem lá. Mas épreciso conhecer as fragi l idades domodelo na sua aplicação. Diria que sãoduas: a primeira é um aeroportoextremamente muito sofisticado (temos

orgulho de ter sido mais do que uma vezconsiderado o melhor aeroporto daeuropa) para uma operação low cost. Qualé a consequência disto? É um aeroportodeficitário e não há qualquer lógica denegócio que permita manter uma situaçãodestas durante muito tempo. Chega umaaltura em que os problemas vêm ao decima. Tendo consciência deste facto oGoverno, no processo de privatização,defendeu a manutenção das taxas noaeroporto, porque uma das tendênciasque poderia se supor natural, numaempresa que comprasse o conjunto da

ANA, era começar a diminuir o défice noaeroporto do Porto. Por outro lado,consta igualmente o objetivo de reduzir opreço das taxas no aeroporto da Madeiraaté chegar ao mesmo nível do aeroportode Lisboa. Assim, como é que se paga essenegócio? Com o aeroporto de Lisboa. Qualé a consequência? Uma é que aumentou opreço em Lisboa, e já aumentou duasvezes este ano. E vamos chegar ao iníciode 2014 já com 9% no acumulado dejaneiro em relação a janeiro do ano quevem. Para o futuro, o que está previsto écontinuar essa lógica, a qual poderáafetar a competitividade do aeroporto deLisboa e, por consequência, criar maispressão sobre a TAP. Ao aumentar oscustos das empresas que operam noaeroporto de Lisboa, em especial astradicionais cujo peso já vem sendoenfraquecido pelo distorção da concorrênciaprovocada pelo efeito da política desubsídios, afeta-se a atratividade da capitalcomo destino turístico.

"A Ryanair é uma subsídio-

dependente que aumenta a

parada na medida em que

aumenta a dependência dela"

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Sendo os maiores clientes da ANA,estão então a subsidiar os outrosaeroportos?Sim, essa é a primeira questão. E a segundaé: o aeroporto de Lisboa depende do hub daTAP. 60% da operação do aeroporto deLisboa é da companhia nacional. Por outrolado, convém não esquecer que a segundamaior receita do aeroporto de Lisboa é aárea comercial. Ora, a área comercial éalimentada por passageiros. Designam-seestas receitas como não-aviação, mas éreceita de passageiros gerados pelascompanhias de aviação que estamos a falar.E é principalmente pelos intercontinentais.Temos dados que mostram que ointraeuropeu compra pouco nas zonas deembarque ou seja os brasileiros, osangolanos, os russos, os americanos, entreoutros, são os que mais gastam. Portanto, acaracterística de ser um aeroportointercontinental e não um regional é o quedefine o processo superavitário doaeroporto de Lisboa. Se olharmos para o queuma consultora chamou aos aeroportos daTroika - Atenas, Dublin, Madrid e Lisboa - oúnico que cresce é o de Lisboa, e a únicadiferença que este tem dos outros é apresença de uma empresa de bandeira forteque continua crescendo. O papel da TAP éessencial para o aeroporto de Lisboacontinuar a crescer e uma TAP forte noaeroporto de Lisboa é o que garante asubsidiação dos outros aeroportos

Mas o aumento dos 9% de taxasafeta não só a TAP, mas também vaiser um constrangimento para asoutras, incluindo as low cost…Li recentemente uma entrevista de umresponsável da Vinci, na qual se afirma queum dos seus objetivos em Lisboa é ocrescimento das low cost. Parece sercontraditório porque existe umaincompatibilidade entre crescimento de lowcost e aumento de taxas, a não ser que estese repercuta de forma diferente entre osdiversos operadores. O sucedido com aeasyjet não nos deixa muito descansados.Isso é que me preocupa, mais do que aconcorrência com a Ryanair. Esta low costnão voa entre aeroportos principais, a suaoperação tem utilizado basicamenteaeroportos secundários, até criando tráfegoque não existia, sendo um produtodiferente. Veja-se a sua operação no Porto,que não concorre diretamente com a da TAP,são operações que atendem arcos dedestinos diferentes, são absolutamentecomplementares. Aliás, a TAP é importanteno Porto porque, além do mais, é um fatormoderador da Ryanair.

Como assim?É sabido que a Ryanair gosta de operarsózinha em aeroportos, porque aumenta oseu poder de negociação. É uma subsídio-dependente que aumenta a parada namedida em que aumenta a dependência

Entrevista

"O aeroporto de Lisboa depende

hoje da TAP"

dela. A desigualdade de condições provocoujá o abandono de diversos operadorestradicionais. De um modo geral é umaempresa muito predadora. Costumo dizerque "onde ela entra, não nasce grama". Masa TAP não tirou a sua operação no Porto coma entrada da Ryanair. Além do mais,oferecemos destinos que regra geral aRyanair não oferece, e se oferece é paraaeroportos diferentes, normalmente muitosdistantes dos aeroportos principais.

E em Faro?No caso de Faro, o problema é de outranatureza, é um desafio de buscar uma formade poder conviver os três modelos:tradicional, charter e low cost. As empresastradicionais e as charter fazem parte de umecossistema que se mantém em equilíbrio. Oscharter operam de uma maneira muitopositiva, atendendo os picos de demanda emalta temporada, as tradicionais mantêm umaoferta de ano todo, que é muito importantepara a baixa temporada, o problema das lowcosts aí é que têm uma grande capacidadede criação de demanda adicional, mas temuma mobilidade superior e portanto elasparam ao menor sinal de quebra de tráfego.

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No outro dia, sobre a questão do Algarve,um hoteleiro me falou que falta avião para oAlgarve no Inverno e eu disse-lhe que nãofalta avião. O que falta é passageiro. Porquemesmo as empresas low cost têm deixadoaviões no chão no inverno por falta depassageiros. E é uma coisa muito dura parauma companhia aérea deixar um ativo tãocaro como esse parado. Não havendogeração de tráfego, nem para pagar ovariável, então o grande desafio é deprocura, não é um desafio de transporte.Quando nós resolvermos o problema daprocura, o transporte acontece, existeavião sobrando, as próprias empresas lowcost estão aí para isso.

Voltando a Lisboa…Tem um fenómeno novo a acontecer que éa transferência do tráfego intraeuropeupelas grandes empresas de aviaçãoeuropeias para as suas low cost. Entãoquem irá crescer no aeroporto de Lisboanão são as low cost tradicionalmentesubsidiadas, Ryanair e Easyjet. Quem irácrescer e está já a crescer são as low costao serviço das grandes empresas aéreas.Transavia, Vueling e GermanWings. Noaeroporto de Lisboa este crescimento énotório, são as empresas que crescem no

aeroporto de Lisboa. No acumulado deagosto, a Vueling cresceu 26%, aTransavia cresceu 82% e a German Wingscresceu 8,5%. No mesmo período, aeasyjet cresceu 1,7%, e a TAP 4,6%.Quem garante dimensão ao crescimentodo aeroporto de Lisboa é a TAP. Oaeroporto de Lisboa cresceu até setembro420 mil passageiros, dos quais 276 milforam gerados pela companhia nacional.Todas as outras juntas crescem 143 mil.Mas percentualmente o maior crescimentoé destas três low costs que referi. Mastem de se compreender que essecrescimento é à custa da queda daLufthansa, que cai 12,6%, da Air France,que cai 9,4% e da Iberia, que cai 16%.

Então mas o crescimento não passapelas low costs "reais"?Não, o crescimento é garantido pela TAPque, aliás, aumentou nos últimos a sua quotade mercado. O que está havendo é umatransferência nas empresas tradicionais doseu tráfego para suas low cost. Nestesentido, provavelmente teremos no futuromais e mais transporte daquilo quetradicionalmente se chama de low cost, quehoje está começando a ficar crescentementemuito difícil de diferenciar.

Porquê?Porque o que é importante para o mercado epara o consumidor não é a empresa ser lowcost, mas a empresa ser low fare. Oimportante é haver tarifas baixas. E oimportante é as empresas que dão essastarifas baixas serem empresas sólidas, quecontinuem no tempo, que sejam viáveis parater a capacidade de continuar a crescer.Neste sentido a TAP oferece tarifas baixas,ou seja compete também pelo preço. Veja-seo caso da Madeira, que é o mais fácil decomparar. Só duas empresas, a TAP e aEasyjet, operando numa convivêncianormal. É uma boa empresa que nósrespeitamos, não tenho nenhuma dúvida, éuma mega empresa, nós somos pequenosperto deles. A TAP tem que ter tarifascompetitivas. E tem.

Apesar de que não beneficiaram dosmesmos apoios…Exatamente. E é essa a questão. Não podehaver distorção de mercado.

Num outro tema, qual o peso dasagências de viagens em Portugal?A relação geral com as agências de viagens émuito friendly, muito boa, muito fácil, emtodos os países em que a TAP opera, emborasejam diferentes dependendo dos países emque nos organizamos. Na maior parte dosmercados europeus, existe um crescendomuito grande através de online travelagencies, que é uma agência de viagens masé de natureza diferente, e, nesses casos, otipo de relacionamento é diferente, oprocesso é diferente. No caso do Brasil opeso dos consolidadores é muito grande,quer dizer, varia muito de país para país.

E em Portugal?No caso de Portugal cerca de 70% da vendaé feita através das agências de viagens.Nem poderia deixar de ser porque aquiexiste uma relação diferente com asagências de viagens. Isso cria uma

Entrevista

"As empresas tradicionais e as

charter fazem parte de um

ecossistema que se mantém em

equilíbrio"

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vantagem competitiva, essa relação especialcom os agentes de viagens portugueses quea TAP tem todo o interesse em continuar apreservar.

Apesar disso, baixou a remuneração.Não é um contrassenso?Baixou a comissão, não a remuneração e éesta que interessa. O que aconteceu foi queem, conjunto, historicamente, a TAP e aAPAVT, encontraram uma forma deremuneração e fez-se a transição de umaforma faseada, transitória, dando tempopara o mercado se ajustar. De um modelo deremuneração baseado na comissão parataxa de emissão, cobrando direto do cliente,o que coloca o mercado numa perspetivamais correta, pois afinal a agência trabalhapara o consumidor e não para a companhiade aviação, em relação à qual é um agentedistribuidor. Isso foi feito de uma forma muitotranquila, extremamente controlada,faseada, e muito bem-sucedida. Nós,porque acompanhamos o mercado, sabemosque isso representou até um aumento deganhos.

Estamos a falar da redução de 9%para 1%...Insisto, da comissão e não da remuneração.Exatamente, foi uma mudança do modelo. Ecriou-se uma taxa de emissão, para facilitar.Uma das dificuldades desse processo seria acanibalização, mas isso é a dinâmicacompetitiva das agências. Isso já aconteciacom a comissão, na medida em que asagências de viagens entravam numadinâmica autofágica, repassando acomissão. Eu disse-o num congresso daAPAVT, e aqui na revista, "quero que vocêsentendam que a leitura das companhiasaéreas, não só da TAP, é que enquantovocês tiverem repassando comissão, acomissão está demais". Quem passacomissão é sinal de que tem comissãosobrando. Esse é um argumento bom numprocesso de discussão, mas no fundo eucompreendo que existam dinâmicas quemesmo não querendo isso, acaba sendoobrigatório, mesmo que seja no médio prazoum suicídio. Para sinalizar isto e sinalizar umvalor que preservasse um ganho dosagentes de viagens, foi criada uma taxa querepresentava, na época, 9% da tarifamédia. Essa tarifa média certamente caiu de

lá para cá, e no entanto nunca se mexeunisso. Esse é o primeiro dado dapreocupação que nós temos de preservar.Cria inclusive alguma dificuldade competitivapara a TAP, porque tem concorrentes quenão cobram taxa de emissão. Portanto,mesmo com esta aparente dificuldade, que éreal, olhando para o contexto, isto vale aboa relação que temos com as agências deviagens.

Mas porquê esta redução agora?Foi feito um acordo de redução faseada, comdatas e valores, e foi escrito e acordado queesse 1% iria ser mexido se a situação sealterasse nos mercados concorrenciais, nocaso, Espanha e França. Nesses mercadosessa mudança foi feita, para 0,4% e 0,5%,respetivamente, e portanto durante algumtempo ainda convivemos com essadiferença. Mas pelas pressões havidas adiscussão foi levada para a APAVT, porquepor acordo nós tínhamos o direito de fazeressa alteração, chegámos a notificá-la,porque era algo que estava dentro já doacordo. A APAVT ficou preocupada pelasituação das agências, do mercado e houveuma longa negociação. E chegou-se então aum novo acordo. Essa é que é a verdade, umacordo de passar, do 1% ao 0,5%, tambémfaseado no tempo, num tempo muito maislongo do que o que se estava precisando eesperando, mas priorizou-se na TAP manteressa boa vontade e essa compreensão comos problemas e esse relacionamento. Achoque essa mudança de 1 para 0,5% nãoaltera em nada a essência do nosso modelode remuneração, não altera em nada anossa relação com as agências de viagens,pelo contrário, a maneira como foi feitamostra o profundo e mútuo respeito econsideração.

Qual é a remuneração média naEuropa?

Zero. Como no futuro deverá ser zerotambém em Portugal. Não está em cima damesa agora, portanto não é algo eminente.Achamos que isto que temos é o queprecisamos neste momento.

Esta redução era incontornável?Essa redução de comissão eraabsolutamente incontornável. Temosdificuldades crescentes de competição emfunção de custo. E não temos muitos custosgerenciáveis. Portanto o custo dadistribuição é um custo bastante importantepara nós. Ele não é tanto mais na parte decomissões porque a grande barreira dacomissão era no Brasil e isso foi resolvido noano passado, hoje é GDS, e a taxa deemissão de cartão de crédito, que também éum custo importante para nós.

Cartão de crédito?Foi achado num primeiro momento que sepoderia resolver o problema que tínhamos,introduzindo uma taxa de emissão para opagamento com cartão de crédito, aexemplo do que já se faz na venda pelainternet, e note-se que nós temos um custode venda pela internet muito mais baixo doque via agente de viagens. Basicamente porcausa do GDS. E esse diferencial aumentounos últimos tempos porque nós cobramosuma taxa de utilização de cartão de créditona internet. E não cobramos via indireta.Isso seria algo mais tranquilo mas depoisverificámos durante o processo que não, aAPAVT em nome das agências de viagensdisse que isso era algo que trazia umadificuldade muito grande, principalmente nomomento em que se estavam reduzindo osprazos de pagamento. Aprendemos isso e foiretirada essa questão.

E a redução dos prazos depagamento. Porquê?Não há dúvida que uma redução de prazocoloca pressão nos agentes de viagens.Reconhecemos e respeitamos isso. Oprocesso foi começado pela IATA a nívelinternacional, pelo aumento do risco nomundo inteiro, e pelo própriodesenvolvimento da tecnologia, que permiteque as coisas hoje sejam muito mais rápidas.Nós assumimos um papel importante, tantonós como a APAVT, e a negociação foi feitade uma maneira diferente do que a IATA

Entrevista

"Porque mesmo as empresas

low cost têm deixado aviões no

chão no inverno por falta de

passageiros"

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queria, mas foi atingido um equilíbrio que foibastante razoável. Apesar de compreendere respeitar a pressão que isso coloca nosagentes de viagens, eu chamava a atençãopara o facto de esse não ser o grandeproblema dos agentes de viagens nestaquestão.

Qual é, então?O grande problema dos agentes de viagensé o crédito que dão para os seus clientes. Eexiste uma dinâmica perversa aí, e inclusiveautofágica, muito parecida com a quehavia no repasse da comissão. Talvez essapressão da IATA agora possa ajudar aorganizar o grande problema. Acho que foiaí que nós compreendemos o problema dacobrança da taxa sobre o cartão decrédito. Porque uma das saídas dosclientes, corporativos, das agências deviagens, para diminuir o risco de crédito aocliente, é introduzir o cartão de crédito,porque o parcelamento, o atraso ouqualquer coisa assim, passa a ser entre ocliente e o seu cartão de crédito. Então

Entrevista

existe todo o interesse do mercado napotencial utilização do cartão de crédito.Nós compreendemos isso e retiramos até aproposta da taxa, o momento erainadequado. Foi uma redução faseada,não é o que a IATA queria, não é o que aAPAVT queria, mas o diálogo e asnegociações levaram a bom porto. É umprocesso muito melhor para os agentes deviagens do que originalmente estavamontado. E acho que, na validade desseacordo, estão acontecendo na Europamovimentos muito mais radicais que esse.Adia-se esse processo e dá-se tempo parao agente de viagens começar a organizaro problema do crédito na outra ponta, queé onde o problema está.

Como avalia a relação com os agentesde viagens?Existe uma confiança recíproca muitogrande, porque temos consciência dainterdependência muito forte eaprendemos muito cedo que, já que temosde conviver, vamos fazer disso uma boa

coisa para nós. E o apoio mútuo vai muitoalém dessa relação, vejo a APAVTdefendendo os interesses da TAP e a TAPdefendendo os interesses dos agentes deviagens portugueses. O próprio trabalhoconjunto que estamos fazendo no Brasilmostra isto. Procuramos construir novaspossibilidades de negócio para os agentesde viagens portugueses. De todas asvezes que precisamos de parcerias noexterior nós estamos junto para tentarconstruir isso, e onde tem agentes deviagens portugueses, fora do País, é aesses que nós damos prioridade eprotegemos nas suas relações. Existe umarelação que vai muito além, muito além, aprópria APAVT tem feito ao longo dotempo exposições e defesas que aobrigam a expor-se, que representam naprática uma defesa da TAP. E isso decorreda sofist icação das instituições queentendem que um depende do outro, queo bem-estar de um depende do bem-estardo outro. É uma visão parti lhada doTurismo.

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Estatística

Estatísticas do Turismo

Navegação (quase) à derivaO que vale o turismo para a nossa economia, quantos turistas nosvisitam, de onde e como são, quantas noites e onde ficam instalados,quanto e onde gastam, as respostas a estas e outras questões sãofundamentais para que melhor possamos gerir os nossos negócios.Será que sabemos tudo?

eja a nível macro, seja a nível micro, noplano da gestão política e na gestão das

empresas, a análise estatística constitui umaferramenta indispensável para os processosde tomada de decisões. Num contexto emque a velocidade das novas tecnologiasconduz a competitividade a limitesimpensáveis há uns anos, torna-se aindamais relevante a necessidade de elementosque possibilitem aos governantes e gestoresser melhores decisores, quer na definição deestratégias de longo prazo, quer no minuto-a-minuto dos negócios."Antigamente não existiam estatísticas, peloque tinham de recorrer às mentiras",afirmava o economista e escritor StephenLeacock. Independentemente da verdade,ou da ironia, da afirmação, o facto é que aeconomia depende de estatísticas e, nesteparticular, pelo menos no que diz respeito aoturismo, Portugal está longe de ter o queprecisa.Desconhece-se, por exemplo, qual ocontributo do Turismo para o ProdutoInterno Bruto (PIB) ou quantos turistas nosvisitam. Se o primeiro indicador é, acima detudo, importante para sustentar a defesaestratégica do Turismo enquanto atividadeeconómica, e para melhor aferir e afinar aspolíticas setoriais, o segundo é fundamentalpara um mais alargado conjunto de análises,quer para o Estado como para as empresas.

QUANTOS TURISTAS NOS VISITAM?A pergunta de um milhão de dólares. Naverdade, ninguém sabe ao certo. Desde ofim dos controlos fronteiriços, já lá vãoquase 20 anos, que é impossível acontabilização do número de turistas que nosvisitam. Restam-nos, assim, estimativas,

S mais ou menos próximas da realidade. Asituação em Portugal não é diferente damaioria dos outros países da União Europeia,mas o facto é que as estatísticas no nossoPaís nunca são nem fáceis de conseguir, nematempadas. Em Espanha, por exemplo, oFRONTUR e o EGATUR, estudos sobre onúmero de visitantes e turistas, no primeirocaso, e de gastos, no segundo, levados acabo pelo Instituto de Estudos Turísticos,são exemplos de boas práticas nestedomínio.

CONTA SATÉLITE DO TURISMO- SOL DE POUCA DURA"A Conta Satélite do Turismo é umaferramenta de trabalho absolutamentedecisiva para quem investe e trabalha nosector em Portugal" afirmava em 2006 oentão secretário de Estado do Turismo,Bernardo Trindade, na apresentação dosprimeiros resultados desta análiseestatística, que se previa viessem a sercontrolados trimestralmente. A medida foiaplaudida pelo setor, que há muito areclamava, tendo mesmo a "necessidadeabsoluta da sua implementação" sido umadas conclusões do congresso da APAVT noano anterior, em Florianópolis. Sol de poucadura, quatro anos depois, em 2010, oInstituto Nacional de Estatística publicava aúltima informação com as contas do turismo.Ao mediatismo das apresentações de 2006sucedeu-se um aparente secretismo do fimda Conta. "O INE decidiu não proceder àatualização da Conta Satélite do Turismo coma regularidade até então (2010) praticada",disse à Revista APAVT fonte oficial doInstituto Nacional de Estatística, justificandoa decisão pelo facto de que "uma das

principais fontes de informação da Conta, oInquérito aos Gastos do Turismo, foimomentaneamente interrompida e porquese perspetiva a alteração da base dasContas Nacionais com a adoção do SEC2010(Sistema Europeu de Contabilidade)".Ou seja, desde há quase três anos que nãose conhecem os resultados do Turismo nascontas nacionais, e desconhece-se quandovoltarão a ser conhecidos. De acordo com amesma fonte do INE, foi lançada este anouma nova vaga do Inquérito aos Gastos doTurismo, "esperando-se que os respetivosresultados possam contribuir para a referidamudança de base das Contas Nacionais,podendo também permitir, futuramente,uma atualização da Conta Satélite no quadroda nova base". No entanto, o organismooficial de estatística adverte que "essaeventual atualização estará condicionadapela necessária definição de prioridades noplano de atividades do INE tendo emconsideração que várias Contas Satéliteterão de ser adaptadas às alterações nasContas Nacionais decorrentes da adoção donovo SEC2010". Por outras palavras, há queesperar pela definição de prioridades.

QUAL É ENTÃO O CONTRIBUTODO TURISMO PARA O PIB NACIONAL?"Os dados que estamos a utilizar (9,2% doPIB) foram publicados em 2011 comestatísticas de 2010" afirma à revista APAVTfonte da Secretaria de Estado do Turismo,acrescentando que "só esta metodologiaConta Satélite do Turismo é que nos avalia deforma completa", acrescentando tratar-sede uma "metodologia usada noutros países,como a Espanha, e que nos permitecomparar com outros países."

Texto: Paulo Brehm

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Estatística

A ausência de contas oficiais, porém, nãotem impedido que muitos responsáveis dosetor refiram, nos seus discursos eintervenções, valores indicativos para opeso do turismo no PIB, situando-omormente entre os 9% e os 10%. Aevolução deste indicador, note-se, dependenão só das contas do turismo como daevolução da economia no seu todo, já que,por exemplo, se o PIB nacional decresce,como tem vindo a acontecer desde 2010,bastaria ao turismo manter a mesmaperformance para que nas contas nacionaisganhasse maior peso.

EM QUE FICAMOS?O World Travel and Tourism Council (WTTC)publica regularmente um estudo sobre oimpacto económico das viagens e turismo,em colaboração com a Oxford Economics,com base em dados e estimativas sobre ospaíses em análise. Relativamente a Portugal,o relatório refere que em 2012 o contributodireto do Turismo para o PIB nacional foi de5,7%, e o total (direto e indireto), foi de15,9%. A secretaria de Estado do Turismo,no entanto, considera que estes indicadores"estão sobreavaliados", pelo que a perguntapermanece sem resposta.

UMA QUESTÃO DE CULTURAAlém das estatísticas oficiais nacionais, é umfacto que o setor empresarial,

nomeadamente o das agências de viagens,não é pródigo na divulgação de dados daatividade. A própria APAVT, em diversasocasiões, tentou junto dos seus associadosreunir diversos indicadores que lhepermitissem construir, para benefício detodos, análises de desempenho, tendências,etc., sem nunca, até à data, ter qualquersucesso. "O segredo é a alma do negócio"constitui, aparentemente, um quase dogmapara muitos, mesmo quando se tratam dedados de acesso público como, por exemplo,através da declaração IES, ou questões deavaliação de tendências, que não implicam arevelação de dados comerciais. Por outrolado, assenta também na falta doreconhecimento de importância da análiseestatística como ferramenta de gestão,como transparece da falta de disponibilidadeda maioria em colaborar com este tipo deestudos e inquéritos. Parece ser, acima detudo, uma questão de cultura empresarial.

RIGOR: PRECISA-SESe a questão da ausência de estatísticas éum desafio, outro, igualmente importante, éo do rigor e relevância da estatística ou doseu tratamento. Senão, veja-se:

PASSAGEIROS DE CRUZEIROSComo já referimos nesta revista, em ediçõesanteriores, os relatórios de estatísticas decruzeiros oficiais constituem um bom

exemplo desta afirmação. Sem prejuízo dese reconhecer positivo o facto de o setordispor de dados sobre o número de navios decruzeiros que escalam os portos nacionais,ou dados indicativos sobre o número decruzeiristas que visitam as cidadesportuárias, a comunicação em torno destesnúmeros enferma, quase sempre, de faltade rigor. O facto é que os númerosdivulgados pelos portos, acerca de turistasde cruzeiros que visitam o nosso País, nãorefletem a realidade, ainda que asdiferenças sejam, eventualmente - ninguémsabe em rigor - pequenas. As estatísticasoficiais revelam o número de passageirosque os navios de cruzeiro transportam, oque não significa que todos desembarquempara visitar as cidades. Por outro lado,ignoram o número de tripulantes dessesnavios que aproveitam a escala para fazerturismo. Em rigor, poderia dizer-se que xpassageiros "passaram" pelos portos, mas éincorreto considera-los, a todos, visitantesda cidade. Com base em estimativas degasto médio de passageiro de cruzeiro,sejam feitas com base em inquéritos nosportos de escala, sejam com base emestudos internacionais, verifica-se quemuitas vezes se publicam números queresultam de uma multiplicação em que um dosfatores não é correto. Seria útil, pelo menos,que se salvaguardassem estas nuances nacomunicação feita pelas autoridadescompetentes.

HÓSPEDES DA HOTELARIAO número de hóspedes da hotelaria nacionalé um dos indicadores produzidos pelo INE, deinegável utilidade. No entanto, padecetambém de alguma falta de objetividade,dado que em alguns casos contabilizamúltiplos da mesma pessoa. Ou seja, se umturista brasileiro, por exemplo, entra emPortugal, passa uma noite num hotel deLisboa, segue para Fátima onde faz o check-in noutra unidade para passar outra noite,continua para o Porto onde passa o resto dotempo num terceiro hotel, o resultado é queas estatísticas o vão contabilizar como sendotrês hóspedes diferentes. Sendo certo que,no panorama total, estes casos terão poucopeso, não deixa de ser uma realidade comuma todos quantos fazem no nosso País ochamado touring, falseando, ou pelo menosconferindo menos rigor, às estatísticas.

BANCO DE PORTUGAL: NOVO SISTEMA DE REPORTEO acompanhamento da integração das agências de viagens e operadores turísticos no sistema de

reporte de informação ao Banco de Portugal no âmbito das estatísticas externas - COPE,

Comunicação de Operações e Posições com o Exterior - é um exercício complexo. Desde logo,

pela dificuldade em identificar a população reportante: apenas devem reportar mensalmente as

entidades que se classifiquem como agências de viagens, i.e. que estabeleçam uma relação direta

com o cliente final, e que tenham um volume de operações anuais superiores a 100 mil euros.

Até à data, aproximadamente 400 empresas classificadas na CAE 791 estão registadas na Área de

Empresa, das quais cerca de 300 reportam informação regularmente. São reportadas com

classificação estatística de turismo operações mensais que totalizam cerca de 38 milhões de euros,

com valores mais elevados no mês de maio (efeito Páscoa) e nos meses de verão. A generalidade

da informação reportada apresenta uma qualidade aceitável, sendo possível identificar alguns

erros mais comuns, associados a um desconhecimento quanto ao momento do reporte e ao

preenchimento de alguns campos essenciais como a identificação do país de residência do cliente

(país de contraparte) e de destino da viagem (país do ativo financeiro).

O trabalho com as agências de viagens está ainda em curso, quer através da realização de ações

de formação, quer dos contatos bilaterais com as empresas, para a sua integração no sistema de

reporte e melhoria da qualidade da informação reportada. Neste âmbito, é essencial que as

agências de viagens e operadores turísticos tomem conhecimento das especificidades do reporte

que lhes é solicitado, as quais estão refletidas no capítulo 8.3 do Manual de Procedimentos.

Fonte: Depto. Estatística/BdP

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Tecnologia

s companhias aéreas de baixo custoconstituem, atualmente, um

importante elemento da indústria do turismo.De acordo com dados do Center for Aviation,neste momento, um em cada quatro lugaresvendidos em voos comerciais é low-cost.Este é um valor que tende a aumentar: se,

A em 2001, as companhias de baixo custovendiam um em cada oito lugares, estima-seque, em 2015, um terço do mercado será daresponsabilidade das low-cost.Os resultados de sucesso tornaram aspráticas das low-cost uma influência paratodas as companhias. A abordagem

inovadora em relação às tecnologias deinformação, distribuição e serviços detransporte de passageiros, tornaram-seexemplos alternativos para as práticas atéentão adotadas. São várias ascaracterísticas que definem umatransportadora de baixo custo: elevada

Companhias aéreas híbridas:

Uma nova realidade entre aslowcost e as tradicionaisEstima-se que, em 2015, um em cada três lugares vendidos em vooscomerciais seja da responsabilidade de companhias low-cost. Nosentido de chegar a cada vez mais passageiros, as transportadorasde baixo custo estão a adotar práticas das companhias tradicionais,surgindo um novo conceito, o da companhia híbrida.

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Tecnologia

taxa de ocupação dos lugares, configuraçãode apenas uma classe, um único modelo deavião, entre outros. No entanto, do pontode vista de um fornecedor tecnológico, háum elemento que se destaca: o facto de aslow-cost distribuírem, tradicionalmente, osseus conteúdos on-line.Ora, enquanto o modelo on-line funcionabem para as viagens em lazer e voosdomésticos, caso a companhia low-costqueira que os seus conteúdos cheguem aosclientes corporate são necessários acordosde distribuição com terceiros e, até, adotaralgumas práticas das companhiastradicionais. Muitas low-cost já seaperceberam que, para maximizar o lucro,têm de disponibilizar os conteúdos para omaior número possível de potenciaispassageiros. Mantendo a sua génese, ouseja, o segmento on-line como a principalestratégia de distribuição, torna-seimperativo alargar o alcance e atrair clientesmaiores rendimentos, o que supõe marcarpresença em diversos canais de distribuição.É assim que surge um novo conceito: acompanhia aérea híbrida. Este é o tipo detransportadora que opera, em simultâneo,com os princípios das companhias low-cost edas transportadoras de serviço regularcompleto. A Traveport está a trabalhar comuma nova definição de híbrido, colocando oenfoque, especificamente, na distribuição.Para a multinacional de turismo, uma"transportadora híbrida" é uma companhiaaérea que pode oferecer conteúdos atravésde um interface de programação deaplicativos e, também, através dastecnologias tradicionais da indústria. Assim,este tipo de companhia usufrui da vantagemde usar a interface de programação deaplicativos, que facilita a gestão dinâmica dereceitas, necessária para rápidas mudançasem produtos e rotas num espaço cada vezmais competitivo, ao mesmo tempo quebeneficia do tradicional sistema dedistribuição, o GDS.

ADAPTAÇÃO DASSOLUÇÕES TECNOLÓGICASA Travelport incorpora, através de soluçõescomo a Travelport Merchandising Plataform,diferentes tecnologias num único visor, o quepermite às companhias low-cost aceder a ummaior leque de clientes sem sacrificar adistribuição on-line. Para Ian Heywood, vice-

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Tecnologia

presidente de airline startegy da Travelport,"há cada vez mais tipos diferentes decompanhias aéreas: das ultra low-cost àstransportadoras de serviço completo, hácentenas pelo meio". De acordo com oresponsável, esta nova realidade prova que"há a necessidade de combinar flexibilidade,opção e retalho numa única plataforma,adequada a todos os canais de distribuição".Neste momento, a Travelport já trabalhacom 15 das companhias aéreas de baixo

custo que integram o top 25. Os produtos daTravelport fazem a ponte entre companhiasaéreas, agências e outros players daindústria. De uma perspetiva deinvestigação e tecnologia, o objetivo damultinacional é o de aliviar as companhiasaéreas de processos tecnológicos ou legaisrestritos, garantindo a oferta, agregação ecomercialização dos conteúdos de formafavorável às agências de viagem.As companhias aéreas de baixo custo estão

sub-representadas nos canais GDS porrazões históricas, comerciais e culturais. Nomomento em que os voos de baixo custosão, em muitas das situações, uma primeiraopção, a Travelport acredita que os agentesde viagem pretendem disponibilizar osconteúdos low-cost da maneira maisfavorável para todos os players, ou seja,de uma maneira que dá à companhia aéreacontrolo, mas sem comprometer os serviçosdisponíveis para os agentes de viagem.

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Reservas hoteleiras nos GDS:O mundo à distânciade um "click"Desenhados para facilitar as reservas de aviação pelos agentes de viagens, nas quais se tornaram a suaprimeira opção, os GDS's oferecem também a capacidade de aceitar reservas hoteleiras. De que formatem evoluído esta ferramenta e que vantagens oferece, a agentes e hoteleiros. Fomos ouvir osresponsáveis da Travelport e do Amadeus.

" osso adiantar que, ao longo dosúltimos cinco anos, tem havido uma

evolução significativa no volume de reservasem hotéis efetuadas através da Travelport",afirma o diretor regional do GDS paraPortugal, António Loureiro que, tal comoMiguel Quintas, diretor regional doAmadeus, invoca imperativos de ordem legalpara se escusar a precisar números.O facto é que ambos assumem a aposta nahotelaria. "O mercado hoteleiro sempre foivisto como grande potencial de negócio paraos GDS's. Por várias razões, entre as quaisalgumas estratégicas, os GDS's ainda não seposicionaram como grandes players nestemercado, tal como o fazem com a aviação,por exemplo. No entanto, esta opção nuncafoi descartada no futuro, particularmentedentro da Amadeus", diz Quintas. "Adistribuição hoteleira constitui um dos pilaresdo futuro da distribuição", conclui, por seulado, António Loureiro. Os inventários sãoexpressivos. O Amadeus oferece "cerca de300.000 hotéis", presentes em todo omundo e "2.878 propriedades em Portugal",a Travelport oferece globalmente "cerca de450.000 propriedades", destacando que"90% das cadeias hoteleiras portuguesasestão incluídas na solução e são distribuídasde forma global."

HOTELARIA VS. AVIAÇÃOAs reservas hoteleiras não terão ainda, nosGDS's, a expressão da aviação. Tal deve-se,na opinião de Miguel Quintas, "à nãoexistência de uma entidade que faça agestão de pagamentos e recebimentos

"P

Análise

(clearing) nesta área, tal como a aviação temo BSP", já que, em termos de qualidade equantidade de conteúdos, os GDS's têmcapacidade de suprir grande parte dasnecessidades hoteleiras do mundo,particularmente na área do Corporate. "Poroutro lado, continua o diretor regional doAmadeus, temos também de considerar queo turismo é uma atividade muito relacional.Neste sentido, as centrais de reservas

hoteleiras tradicionais primam por terequipas comerciais junto dos seus clientesque lhes dão apoio comercial, técnico eformação - e este sistema tem funcionadomuito bem - enquanto que os GDS sãoapenas veículos de distribuição entreterceiros - Hotéis e Agentes de Viagens."

QUEM COMPRA O QUÊ?Com maior preponderância das agências

Antóno Loureiro-Travelport

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especializadas no segmento corporate, osprincipais destinos reservados nos GDS's emPortugal, são, no caso do Amadeus, "ReinoUnido, Espanha e Itália com respetivamente22%, 11% e 8% de peso no total dasreservas", e "França, Reino Unido, Espanhae Itália", no caso da Travelport.

QUAIS SÃO AS VANTAGENSPARA O AGENTE DE VIAGENS?Desde logo, o facto de terem centenas demilhares de unidades de alojamento em todoo mundo, de fácil reserva, acessíveis online,e na maior parte das vezes, "ao melhor preçodo mercado". Todas as reservas, gestão decontas e pagamentos de comissões,mensalmente, são geridos através de umaúnica aplicação, um único ecrã o que lhesagiliza o trabalho, aumentando capacidadede gerar receitas e aumentando aprodutividade. Tudo integrado com osexpedientes dos clientes e que lhes permitegerir a informação de forma correta e célere.

E PARA OS HOTELEIROS?"Ao disponibilizar a oferta num GDS, aunidade hoteleira coloca os seus serviços àdisposição de milhares de agentes de viagemem todo o mundo, que podem, a qualquermomento, reservar os quartos, em temporeal, com a melhor tarifa", afirma AntónioLoureiro, acrescentando que "um estudorecente, divulgado pela TravelClick, mostrouque os GDS são o canal de reservas de hotéismais utilizado pelas agências de viagens, etambém o que mais viu aumentar a suautilização. Prevê-se que este ano asagências realizem 58 milhões de reservas dehotéis, quase 12 vezes mais que há doisanos. O estudo revelou ainda que autilização destes sistemas para reservarhotéis aumentou 14 por cento, e que alémdos GDS só houve aumento da utilização doswebsites dos hotéis e cadeias hoteleiras, naordem dos 3 por cento."Para Miguel Quintas, as vantagens são"variadíssimas, das quais destaco emprimeiro lugar o facto de distribuírem as suasunidades com o sistema líder mundial dereservas presente em mais de 195 países, e92.000 agências de viagens. Em segundolugar e contrariamente ao que se podepensar, os GDS's são a forma mais rentávelde um hotel se distribuir, chegando a sercerca de 30% mais rentável que venda via

Análise

Agência de Viagens Online, por exemplo.Finalmente, pela simplicidade de processosde quem compra e vende, nomeadamenteao nível da facilidade da reserva eintegração e gestão da informação."

GDS'S VS. OUTROS SISTEMASDE DISTRIBUIÇÃOPara Miguel Quintas, "falamos de sistemasdiferentes, embora ambos disponibilizemhotéis para vender. No entanto, os GDS'ssão apenas veículos/canais de distribuição,enquanto que as centrais de reservas sãoparte integrante do negócio, porquanto sãoquem compra e vende o produto. Tambémpor esta razão, as rentabilidades associadasà venda em cada canal são diferentes paratodos os participantes (comprador,vendedor e intermediário). Assim sendo, ocliente deverá decidir aquilo que se aplicamelhor à sua realidade". António Loureiro,por seu lado, afirma que "As soluções daTravelport agregam o maior número deofertas possível, disponíveis em diferentescanais. A Travelport tem inúmeras parceriascom agregadores como, por exemplo, comBooking.com, Agoda, Hotels.com eLateRooms. Este tipo de acordos possibilita

aos utilizadores do Travelport Rooms andMore o acesso a praticamente todas asunidades hoteleiras, nomeadamenteaquelas a que não têm acesso através deoutros canais de intermediação".

QUE FERRAMENTAS?A Travelport oferece a solução TravelportRooms and MoreTM, "o motor de reservas dehotel B2B líder de mercado". Disponível em68 países, permite aos agentes de viagensparceiros da Travelport "a reserva entre umaoferta alargada de alojamentoscomissionáveis e a possibilidade de tirarpartido do crescimento do setor hoteleiro.Desde o lançamento, em Julho de 2011, oportal tem vindo a dinamizar e diversificar asua oferta. O Travelport Rooms and MoreTMestá disponível em seis línguas (inglês,francês, alemão, italiano, espanhol epolaco)." O Amadeus "tem, por enquanto,dois sistemas de reservas de hotel no seusistema. O tradicional GDS, em que se utilizao modo críptico para realizar reservas, e oHotel Plus, que é um ambiente Windows/gráfico, muito "user friendly", que permitereservas por mapas, preços, estrelas, tipode quartos, etc.".

Miguel Quintas - Amadeus

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Alterações legislativasno âmbito das relações laboraisA Lei n.º 69/2013, de 30 de Agosto vem alterar o Código do Trabalho ao aprovar,entre outras medidas, o novo regime aplicável às compensações devidas aotrabalhador pela cessação do Contrato de Trabalho. Já a Lei n.º 70/2013, de 30de Agosto cria dois institutos cuja existência visa assegurar o direito dostrabalhadores a receber efetivamente metade da compensação devida por lei.

Legislação

m 1 de Outubro de 2013 entrouem vigor uma nova fórmula que

permi te redução do va lo r dascompensações devidas em quase todosos casos de cessação do contrato detrabalho, com exclusão das situaçõesre la t i vas a desped imentosconsiderados ilícitos.Este novo regime está previsto na Lein .º 69/2013 e é ap l i cáve l àscompensações devidas ao trabalhador

E pela cessação do Cont ra to deTrabalho.A regra, agora, privilegia os 12 dias deretr ibuição-base e diuturnidades porano de antiguidade, sendo aplicável,de imediato aos Contratos de Trabalhocelebrados após o dia 1 de Outubro de2013. No entanto, e como é habitualna técn ica leg is la t iva adotada pe lonosso Ordenamento Jur íd ico, ex isteum regime transitório para as relações

laborais já constituídas, sejam elas atermo ou sem termo, que acaba porconstituir uma exceção face à regraacima enunciada.Tal levou a uma complicada soma dasparce las que cons t i tuem acompensação a a t r i bu i r aotrabalhador, no caso de cessação doContrato de Trabalho, e cuja análise éfacilitada pela elaboração dos quadrosanexos:

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Legislação

Já a Lei n.º 70/2013, de 30 de Agosto,veio criar os Fundos de Compensação doTrabalho (FCT) e o Fundo de Garantia deCompensação do Trabalho (FGCT), quevisam assegurar o direito dostrabalhadores a receber, efetivamente,pelo menos, metade da compensaçãodevida por lei.Estes Fundos aplicam-se a todos oscontratos de trabalho (exceto os de muitocurta duração) celebrados após arespetiva entrada em vigor (1 de Outubrode 2013).

São Fundos de adesão individual eobrigatória por parte do empregador,podendo este optar entre o FCT (fundo decapitalização), aderindo automaticamenteao FGCT (fundo de natureza mutualista),e o ME (Mecanismo Equivalente).Iniciam a respetiva atividade na data deentrada em vigor dos respetivosregulamentos de gestão, sendo fundoscom personalidade jurídica própria egeridos por entidades constituídas para oefeito.Quanto ao ME, apenas pode serconstituído pelo Empregador junto deinstituições sujeitas a supervisão doBanco de Portugal ou do Instituto deSeguros de Portugal, desde quelegalmente autorizadas a exercer agestão e comercial ização desseinstrumento.Assim, o empregador é obrigado a aderirao FCT, salvo se optar por adesão à ME,opção que é feita em bloco em qualquerum dos casos, considerando a totalidadedos trabalhadores e manifestada até àdata de início de execução dos respetivoscontratos de trabalho.O FCT é um fundo de capital izaçãoindividual, que visa garantir o pagamentoaté metade do valor da compensaçãodevida ao trabalhador pela cessação doseu Contrato de Trabalho (calculada nostermos do art.º 366º do Código doTrabalho), e que responde até ao limitedos montantes entregues peloempregador e eventual valorizaçãopositiva.Já o FGCT visa garantir o valor necessárioà cobertura de metade do valor dacompensação devida por cessação docontrato de trabalho calculada nos termos

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Legislação

do artigo 366.º do Código do Trabalho,subtraído do montante já pago peloempregador ao trabalhador.O FGCT não responde por qualquer valorsempre que o empregador já tenha pagoao trabalhador valor igual ou superior ametade da compensação devida porcessação do contrato de trabalhocalculada nos termos do artigo 366.º doCódigo do Trabalho.A adesão ao FCT ou ao ME, que deveocorrer até à data de início da execuçãodo respetivo Contrato de Trabalho,determina, para o empregador, aobrigatoriedade do pagamento dasrespetivas entregas, quer para o FCT,quer para o FGCT, durante o período deexecução do contrato de trabalho, salvonos períodos em que inexista contagem deantiguidade.A adesão implica, assim, a obrigatoriedadede efetuar os seguintespagamentos:a) Para o FCT - 0,925% daretribuição base ediuturnidades de cadatrabalhador abrangido;b) Para o FGCT - 0,075%da retribuição base ediuturnidades de cadatrabalhador abrangidopelo FCT ou ME.O pagamento é efetuadopor meios eletrónicos(homebanking) ou porMult ibanco, doze vezespor ano, mensalmente,nos prazos previstos paraos pagamentos dequotizações econtribuições junto dasegurança social erespeitam a dozeretribuições base mensaise diuturnidades por cadatrabalhador.Em caso de cessação doContrato de Trabalho, oempregador pode solicitarao FCT, com umaantecedência máxima de20 dias face à data dacessação, o reembolso dosaldo da conta de registoindividual izado do

respetivo trabalhador, incluindo a possívelvalorização positiva (caso a cessação doContrato de Trabalho não impliquequalquer compensação, calculada nostermos do art.º 366º do Código doTrabalho, o montante reverteintegralmente para o empregador).Esta adesão finda com a cessação daatividade do empregador junto daSegurança Social.A adesão a estes Fundos está prevista naPortaria 29-A/2013, de 30 de Setembro, eé efetuada pelo empregador mediantedeclaração no sít io eletrónicowww.fundoscompensacao.pt. Oempregador deve comunicar a admissãode cada trabalhador que venha a seradmitido até à data do início de execuçãodo respectivo contrato.

AS ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS

AGORA REFERIDAS AINDA INCLUEM:a) Alteração da Lei 3/2012 10 de Janeiro,que através da Proposta de Lei n.º 168/XII, a aguardar votação na especialidade,prevê que os contratos de trabalho a termocerto que, até dois anos após a entrada emvigor da presente lei, atinjam os limitesmáximos previstos no Código do Trabalhopossam ser objeto de mais duas renovaçõesextraordinárias;b) Caução no âmbito do Trabalho Temporário- Os créditos dos trabalhadores temporárioscom Contrato celebrado após a entrada emvigor da Lei n.º 69/2013, de 30 de Agosto,garantidos por caução, não incluem acompensação por cessação do Contrato;c) Está previsto, ainda, que a eliminação dosferiados do Corpo de Deus, 5 de Outubro, 1de Novembro e 1 de Dezembro fica sujeita auma reavaliação obrigatória num períodonão superior a cinco anos.

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Legislação

Um hotel genuinamente alfacinha

Memmo AlfamaNasceu em Setembro, num dos bairros mais genuínos de Lisboa, a mais recente unidade de quatroestrelas da Memmo Hotels, mesmo junto à Sé Catedral e ao Castelo de São Jorge.

er fe i t amente in teg rado nadinâmica do bairro de Alfama, o

hotel procura estimular o sentido decomunidade através do contacto comas gentes e hábi tos loca is . O novoMemmo A l fama t ransp i rahospita l idade, contemporaneidade eoriginalidade, e quer que os hóspedesse sintam em casa apostando, por isso,numa decoração s imples , natura l eminimalista. E para que a chegada sejao mais natura l poss íve l , é poss íve lfazer o check-in em qualquer ponto dohotel, sem pressões nem obrigações.Isto, por exemplo, enquanto aproveitapara retirar um livro da sala de estarou beber a lgo do l oya l t y f r i dge ,disponível 24 horas por dia.São 42 quartos com cores neutras e

têx te i s b rancos , mas onde L i sboaaparece sempre de uma forma subtil,quer seja através de quadros de Adade Cas t ro , Amá l i a e ou t raspersona l i dades do fado , ou dopitoresco eléctr ico 28. Os hóspedespodem optar entre os Alfama rooms,com vistas sobre Alfama e o rio Tejo eos A l fama Super ior, quartos duplosmais espaçosos. Os quartos Terracetêm acesso a um terraço comum comum pequeno deck de made i ra porquarto e os quartos Pat io oferecemvistas para a rua e/ou para o pátio dohote l . Ex i s tem a inda os quar tosMansard, na mansarda do hotel, comvistas limitadas a partir do interior mascom janelas de tecto que permitemadmirar Alfama e o rio.

Ao dispor dos clientes existe ainda umWine Bar & Terrace, no primeiro piso dohotel, decorado em tons de preto evermelho, e onde o mármore brancodomina. A pisc ina exter ior, em tonsverme lhos também, in tegra -se napa i sagem de te lhados do ba i r roalfacinha. Para que a capital não fiquenunca esquec ida, o Memmo Al famad ispõe de uma área mais in t imis taded i cada à L i sbon S to ry, onde épossível ficar a par de informações quepermi tem ao hóspede exp lo ra r acidade.

[email protected]

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O processo de reorganização regionaldo turismo que agora termina foi

demasiado longo e polémico. O futuro dirá seele trouxe algum valor acrescentado para aatividade das empresas.Na prática, veremos que melhoria para adinamização dos valores e recursos turísticosregionais resultará da atividade das ERTs ecomo irá funcionar a promoção turísticaregional, agora bicéfala: promoçãointernacional a cargo das ARPT,s (entidadesprivadas com participação pública) epromoção no mercado interno e"transfronteiriço com Espanha" (!) a cargodas ERT,s (entidades públicas comparticipação privada).Uma coisa é certa: este sistema só podefuncionar se os atores regionais, em especialMunicípios e Empresas, se entenderem parauma adequada concertação estratégica,uma real convergência de ação e umagovernance partilhada.A alternativa não pode ser a concentraçãode responsabilidades na administraçãopública central porque isso significaria umavisão distante da realidade, em especial numpaís em que a riqueza do turismo deriva dosseus produtos diversificados, intimamenteligados a destinos regionais.É neste quadro que se insere a soluçãoencontrada para Lisboa.À partida, era o "caso mais difícil", porquealiava a presença de uma instituiçãoprestigiada e consolidada, a ATL, com aobrigatoriedade legal da criação de uma ERT,num território sem tradição de existência deregiões de turismo. Esta situação eraagravada pela coincidência de âmbitoterritorial das duas entidades.Aparentemente estava criado o caldo decultura para um futuro de "concorrência", desobreposições, de conflitos decompetências, de desperdício de fundospúblicos e privados e, até, de prejuízo para aimagem do destino. Lembro o exemplo váriasvezes repetido sobre o risco de cair noridículo tendo numa feira internacional comoa FITUR a presença de duas "Lisboas", cada

A

uma com o seu stand!Tendo consciência desta situação, os atoresmais relevantes, municípios e associações,construíram uma solução que não só vaievitar os riscos como contém algumasvirtualidades que podem ser potenciadas afavor do turismo na região.As duas entidades, ATL e ERT, manterão asua existência individual mas irão "remar" nomesmo sentido: a governance será cruzada,o espaço físico em grande parte partilhado,os recursos financeiros e humanos colocadosao serviço da mesma estratégia, os planosde ação repartidos.Pela primeira vez a promoção será unificada,independentemente do mercado alvo e dequem executa ou colabora na execução dasações. Por exemplo, pela primeira vez ostand da região de Lisboa na BTL será único,albergando a diversidade institucional e daoferta existente.A solução encontrada permitirá também umdesenvolvimento regional mais equilibrado,promovendo a coesão interna. Não se tratade nivelar por baixo, nem de qualquerperspectiva de "Robin dos Bosques", mas deencontrar soluções que valorizem o principalativo que é a Cidade de Lisboa, o destino

Vitor CostaTurismo de Lisboa

turístico consolidado que é Cascais, a marcainternacional Sintra e, ao mesmo tempo,promovam o desenvolvimento da sub-regiãoPenínsula de Setúbal e dos restantesmunicípios com mais ou menos vocaçãoturística e com mais ou menosrepresentatividade.Não se pretende resolver qualquer"quadratura do círculo", mas sim ter umavisão comum, definir estratégias adequadasque os atores públicos e privados assumamcomo suas, delinear e executar programasde ação viáveis e ter uma governaçãoparticipada, aberta e empenhada.Se a solução encontrada para Lisboa tiversucesso, a visão regional do Turismo terámais força e isso resultará em benefício detodos, começando pelas empresas quedesenvolvem a sua atividade no turismo.Importa aqui sublinhar o papel nesteprocesso de várias associações, entre asquais a APAVT, que desde a primeira hora seenvolveu, exercendo a sua forte"magistratura de influência" e participandonas várias instâncias.

Resta agora pôr mãos à obra, com renovadoentusiasmo.

A visão regional de Lisboaganha força

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