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revisão linguagem juridica

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Universidade Veiga de Almeida

Curso de Direito

Disciplina: Linguagem Jurdica

Professora: Anne Morais / Graziela MotaReviso A1

Defender o idioma, como a floresta

Imagino se os jovens leitores da Folha conhecem o episdio, de 1937, em que o grande advogado Sobral Pinto, designado para defender o preso poltico Harry Berger, achou que seu cliente estava sendo to maltratado nas masmorras do Estado Novo que devia ser amparado pela Lei de Proteo dos Animais. Minha reflexo veio a partir do artigo "A lei do rato", assinado por Fernando Rodrigues na edio de 1/9/03 (Opinio, pg. A2). O articulista critica meu projeto de defesa da lngua portuguesa, j chamado de Lei Aldo Rebelo.

A conexo entre os dois episdios se ver adiante, mas convm deixar patente que quem est debaixo de vara o idioma.

Legislar acerca da lngua no imprprio nem novo. O Brasil faz isso desde 1931. Est em vigor uma antiga e democrtica poltica lingustica, que nos diz como escrever, acentuar e pluralizar palavras, como usar o hfen, empregar as maisculas e o apstrofo. No escrevemos "extranjeiro", com x e j, porque assim o determina o "Formulrio Ortogrfico", de 1943, que estabeleceu as regras para a preparao do "Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa" e, neste, adota-se a grafia estrangeiro. lei. Os desordeiros podem no gostar, mas temos normas minuciosas at para os ditongos.

Se vedada a ortografia pessoal, no h o que estranhar na iniciativa de impedir a descaracterizao ostensiva que corri a lngua portuguesa vista de todos. O apoio que recebi indica que largas parcelas do povo brasileiro esto irritadas com o vendaval de palavras estrangeiras a desbancar o vernculo dos letreiros de ruas, dos cartazes de lojas, das instrues de eletrodomsticos. Ou seja, da comunicao direta do dia-a-dia. Conheo gente que viu a inscrio "push" na sada do aeroporto, puxou e bateu com a cara na porta. Que "modernidade" nos conduz a escrever push em vez de empurre?

Tentam nos convencer de que o mundo j no tem fronteiras, mas que se diga isso a quem luta inutilmente por um visto de entrada em determinados pases. Argumentam que idioma no questo de Estado, e sim de mercado, e a lei da oferta e da procura que deveria reger o vocabulrio. A patranha ilude quem acredita na gerao espontnea do mercado, que , em verdade, manejado pelos monoplios. O linguista americano Steven Fischer j nos advertiu: "O lema hoje "aprenda ingls e prospere, ou ignore e padea'". Quem sabe esconde-se nesse comercial o desejo secreto de nos cobrarem royalties por palavra importada, como j os pagamos por molho de sanduche.

O uso de royalty, anglicismo sem similar vernculo, serve aqui para desarmar os que confundem defesa do idioma com blindagem de dicionrio. um trusmo repetir que incentivamos a atualizao da lngua, mas segundo nosso brevirio. Temos regras para aportuguesar as palavras incorporadas ao acervo nacional, como fizemos em centenas de casos, entre eles trusmo, do ingls "truism". Se escrevo royalty sem sinal de bastardo, seja entre aspas ou em itlico, porque a palavra figura, com essa grafia espria, no nosso vocabulrio ortogrfico oficial. bem-vinda, mas tem de se adaptar para entrar. H muitos casos extravagantes, como best-seller, "breakfast", "browser", e-mail, "file", "girl", "meeting" etc. At nosso alfabeto de 23 letras (no temos k, w nem y) desdenhado. Um dos objetivos do meu projeto de lei, negligenciado pelas diatribes urdidas contra ele, a reviso do vocabulrio ortogrfico para adaptao, ao gnio do idioma, dos monstrengos adventcios que l foram enfiados. Circulam como se o Brasil fosse terra de ningum, na qual os estrangeiros, a comear das palavras, podem invocar o arrogante instituto da exterritorialidade, segundo o qual tm o direito de serem regidos pelos usos e costumes de seu pas mesmo quando fora dele.

A tradio lxica do Brasil, que o projeto busca resgatar, a vernaculizao, no a transcrio. Em pocas de maior altivez, adaptvamos at nomes prprios, e por isso ainda hoje chamamos os reis da Frana de Lus e no Louis, e o heri mtico da Sua Wilhelm Tell de Guilherme Tell. Quem acha que zelo de subdesenvolvido, saiba que os americanos o chamam de William e os franceses, de Guillaume Tell.

H um excesso de indicaes, portanto, de que a defesa da lngua portuguesa faz sentido enquanto oportuna. No ritmo em que est sendo chacinada no Brasil, corremos o risco de ter que copiar o advogado Sobral Pinto e invocar as leis de defesa do ecossistema para proteg-la da devastao. "A Torre de Babel foi uma bno", disse o linguista francs Claude Hagge, ao enaltecer a variedade de idiomas. Um smbolo nacional, o pau-brasil, extinto nas matas desde 1920, sobrevive em parques e reservas. Tambm muitas palavras e expresses portuguesas, de belo som e suave escrita, s restam nos dicionrios, porque os devastadores usam a motosserra da linguagem para ceifar "jovem" e nos impingir "teen".

(Folha de So Paulo, 23 set. 2003)

Aldo Rebelo, 47, jornalista, deputado federal pelo PC do B-SP, o lder do governo na Cmara dos Deputados. conhecido por sua forte postura nacionalista.1. No primeiro pargrafo do texto, o receptor da mensagem :

a) o articulista

b) os leitores da Folha

c) Fernando Rodrigues

d) Sobral Pinto

e) Harry Berger

2. Na passagem Tentam nos convencer de que o mundo j no tem fronteiras, mas que se diga isso a quem luta inutilmente por um visto de entrada em determinados pases., a funo de linguagem empregada :

a) metalingustica

b) emotivac) apelativad) fticae) conotativa3. Qual o ponto de vista do autor do texto, e quais argumentos ele utiliza para defend-lo?

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4. Ao uso de que vcio de linguagem o texto faz uma crtica?

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5. Identifique os elementos da comunicao referentes ao texto acima.

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____________________________________________________________________________________6. Comente a relao do contedo do texto com a imagem e os interesses do emissor.____________________________________________________________________________________

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O incrvel e o inacreditvel

Incrvel e inacreditvel querem dizer a mesma coisa e no querem. Incrvel elogio. Voc acha incrvel o que difcil de acreditar de to bom. J inacreditvel o que voc se recusa a acreditar de to nefasto, nefrio e nefando a linha mdia do Execrvel Futebol Clube.

Incrvel qualquer demonstrao de um talento superior, seja o daquela moa por quem ningum d nada e abre a boca e canta como um anjo, o do mirrado reserva que entra em campo e sai driblando tudo, inclusive a bandeirinha do crner, o do mgico que tira moedas do nariz e transforma lenos em pombas brancas, o do escrito. que torneia frases como se as esculpisse.

Inacreditvel seria o Jair Bolsonaro na presidncia da Comisso de Direitos Humanos da Cmara em substituio ao Feliciano, uma ilustrao viva da frase ir de mal a pior.

Incrvel a graa da neta que sai danando ao som da Bachiana n 5 do Villa-Lobos como se no tivesse s cinco anos, o ator que nos toca e a atriz que nos faz rir ou chorar s com um jeito da boca, o quadro que encanta e o pr de sol que enleva.

Inacreditvel , depois de dois mil anos de civilizao crist, existir gente que ama seus filhos e seus cachorros e se emociona com a novela e mesmo assim defende o vigilantismo brutal, como se fazer justia fosse enfrentar a barbrie com a barbrie, e salvar uma sociedade fosse embrutec-la at a autodestruio.

Incrvel, realmente incrvel, o brasileiro que leva uma vida decente mesmo que tudo sua volta o chame para o desespero e a desforra.

Inacreditvel que a reao mais forte vinda de mdicos estrangeiros para suprir a falta de atendimento no interior do Brasil, e a explorao da questo dos cubanos insatisfeitos para sabotar o programa, venha justamente de associaes mdicas.

Incrvel um solo do Yamandu.

Inacreditvel este vero.

Vocabulrio:

Vigilantismo: fazer justia com as prprias mos.

7) O autor constri o texto a partir do recurso sinttico denominado anfora, que consiste na repetio de mesma palavra ou expresso no incio de frases ou versos. Sabendo que no existem sinnimos com significados idnticos na lngua, como incrvel e inacreditvel, justifique a opo de Verssimo pelo uso desse recurso sinttico. (1,0)

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________8) A onda de ataques a supostos criminosos e moradores de rua em diversos bairros do Rio boa parte deles, menores de idade por parte de grupos que se autointitulam justiceiros vem se tornando rotina. A sede de fazer justia com as prprias mos preocupa autoridades. (...) Um caso no Aterro do Flamengo sexta-feira levantou a discusso: um adolescente de 15 anos foi torturado e preso nu a um poste, com tranca de bicicleta no pescoo. No incio da noite de ontem, em depoimento na 9 DP (Catete), o menor, que tem trs passagens pela polcia, revelou ter sido agredido por cerca de 30 homens, um deles armado com pistola. (O Dia acessado em 10/02/2014). O episdio acima se conecta expresso vigilantismo brutal usada por Verssimo. Sendo assim, observe o 5 pargrafo e identifique que elementos(s) textual(is) (so) essencial(is) para a relao de contradio que se estabelece neste trecho. (1,0)

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9) No quarto pargrafo, temos o uso predominante de uma funo de linguagem. Identifique-a, apontando o porqu de sua escolha.______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________10) Leia a seo Dos Fatos da petio inicial abaixo e faa o que se pede.

DOS FATOS

A reclamante trabalhou para a reclamada desde o dia 20/04/2009 at o dia 15/08/2014 quando foi demitida.

A reclamante trabalhava das 8h at 20h, de segunda a sbado, na funo de empregada domstica, mediante a remunerao mensal de (2) salrio mnimo.

Durante todo o contrato de trabalho, a reclamante, no recebeu corretamente os valores a ttulo de salrios, j que, embora contratada para receber R$ 1.500, somente a reclamante recebia o valor relativo a R$ 1.300, acarretando, consequentemente, crdito em favor da reclamante.

Tendo sido a reclamante demitida imotivadamente, no houve prvia denncia do pacto laboral, no recebendo at a presente data, suas verbas rescisrias, assim como as remuneraes relativas aos meses de junho e julho de agosto.

Tambm, durante todo o contrato de trabalho, a reclamante no recebeu qualquer pagamento a ttulo de gratificao natalina.

Da mesma forma, durante o contrato de trabalho da reclamante, a reclamante no gozou de frias e nem ao menos recebeu o pagamento do tero constitucional.

A Reclamada, por fim, no obstante a prestao habitual dos servios da reclamante, tambm, negou-se a anotar a relao de emprego na Carteira Profissional da reclamante.

a) Identifique, na seo Dos Fatos, todos os elementos da narrativa.____________________________________________________________________________________

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b) Reescreva a seo Dos Fatos de maneira a eliminar a repetio excessiva da palavra reclamante. ____________________________________________________________________________________

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