Review/Avaliação Faca Delta Guepardo

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Review Faca Delta Guepardo Esta é uma faca que simplesmente não é possível fazer uma avaliação apenas dos aspectos técnico/construtivos, pois há toda uma carga emocional envolvendo o conceito que esta peça representa, já que ela povoa o imaginário de toda uma geração que assistiu ao filme First Blood – Rambo, na década de 80 e o subseqüente Rambo 2, a Missão! E o mais interessante é que mesmo crianças acima de 12 anos que nunca assistiram aos filmes de Rambo, ficam literalmente fascinadas por este conceito de faca e por esta faca especificamente ( experiência com primos e filhos de amigos )! Mas esta faca da Guepardo não se parece com a criação original de Jimmy Lile para o personagem Rambo; isto é verdade, mas ela é inspirada e quase um clone exato de uma faca de sobrevivência de produção industrial, que à época era acessível aos simples mortais ( mas ainda assim cara ), já que as peças customs tinham e têm até hoje preços proibitivos. A faca em questão é a famosa Aitor Jungle King 1!

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Avaliaçã dos aspectos técnicos

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Review Faca Delta Guepardo

Esta é uma faca que simplesmente não é possível fazer uma avaliação apenas dos aspectos técnico/construtivos, pois há toda uma carga emocional envolvendo o conceito que esta peça representa, já que ela povoa o imaginário de toda uma geração que assistiu ao filme First Blood – Rambo, na década de 80 e o subseqüente Rambo 2, a Missão! E o mais interessante é que mesmo crianças acima de 12 anos que nunca assistiram aos filmes de Rambo, ficam literalmente fascinadas por este conceito de faca e por esta faca especificamente ( experiência com primos e filhos de amigos )!

Mas esta faca da Guepardo não se parece com a criação original de Jimmy Lile para o personagem Rambo; isto é verdade, mas ela é inspirada e quase um clone exato de uma faca de sobrevivência de produção industrial, que à época era acessível aos simples mortais ( mas ainda assim cara ), já que as peças customs tinham e têm até hoje preços proibitivos. A faca em questão é a famosa Aitor Jungle King 1!

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A Delta Guepardo tem exatos 521g de peso, sem os itens de sobrevivência. Parece muito, mas são muito bem distribuídos em seus 36cm de comprimento total, com uma lâmina do tipo clip point com 20,6cm de comprimento, ou 22,2cm se contarmos o receptáculo da empunhadura após a guarda, onde se inicia sua fixação. A espessura da lâmina no dorso é de 5mm,onde ela conta com uma serra para madeira com 22 dentes

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alternados, num comprimento total de 9cm,que são de uma eficiência incrível,já que pela sua disposição não permitem que a madeira embuche e comprometa a capacidade de serrar.

O desbaste da lâmina é do tipo saber grind, o que lhe confere uma robustez extra, já que o grind começa pouco abaixo da metade da lâmina, que por sinal é completamente negra,o que a torna visualmente ainda mais impressionante!

O aço é o 420HC,com dureza que acredito ser ao redor de 55RC ( no meu teste empírico, a quina de sua espinha sofreu uma pequena indentação, um pouco mais pronunciada que a da quina da lâmina de meu SAK Victorinox, cuja dureza é 56RC como padrão ). Acho que vale à pena nos aprofundarmos um pouco mais neste assunto,pois aqui estamos falando da alma da faca, sua lâmina!

Muitos podem achar que o 420HC é um aço inferior e que 55RC é um tanto mole. Entretanto isto é uma falsa impressão originada provavelmente de falsos conceitos. O 420HC é uma aço altamente resistente à corrosão, com tamanhos de grãos relativamente pequenos o que o torna também bastante resistente à fraturas. Com 55RC de dureza, não vou dizer que é impossível quebrá-la, mas a quantidade de esforço e energia necessários para se fazê-lo, torna isso quase impossível em aplicações práticas.

É verdade que sua retenção de fio não é como a de outros aços com durezas superiores, mas o fato de ser extremamente fácil de ser reafiada, de pegar um fio impressionante e se fizermos este fio com uma angulação maior, algo como 25 graus de cada lado, já que é uma faca para aplicação mais pesada, a durabilidade deste fio será mais que satisfatória.

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No quesito utilização pesada é que reside a grande controvérsia deste tipo de conceito de faca, que é o de cabo oco. Muitos especialistas dizem que este é o calcanhar de Aquiles deste tipo de faca, pois ela tende a falhar, quer seja por fratura ou folga justamente na fixação cabo/lâmina!

Isso é verdade em parte, e realmente ocorre com facas como as Commanders da Tramontina ( tenho a 1 e a 2 para comprovar ); mas nas Tramontinas, esta fixação se dá através de um “parafuso” que adentra a empunhadura onde é travado por uma porca.

Já a Delta Guepardo, assim como sua inspiradora Aitor, além da lâmina adentrar primeiro uma espécie de receptáculo destinado justamente a aumentar a área de encaixe no cabo, a Guepardo tem um pequeno tang/espigão de cerca de 3cm de comprimento e cerca de 2,5cm de largura por 5mm de espessura que adentra o cabo, ficando travado no interior deste tamanha a justeza; além disso, há ainda um parafuso do tipo Alen que transfixa a guarda e o tang da lâmina, dando uma real fixação ao conjunto!

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Fiz questão de procurar na internet, e não achei um único relato sequer de uma Aitor Jungle King 1 ou 2 ( a 3 tem cabo em polímero emborrachado e aí já é outra história... ) ter fraturado a lâmina propriamente dita ou falhado na junção lâmina/cabo, mesmo sob árduas condições de uso. E só lembrando que a icônica Aitor usa o aço X42 que é virtualmente idêntico ao 420HC, pois ambos tem 0,46% de C e 13% de Cr e é produzida com dureza variando de 55 a 58RC!

O cabo é de alumínio com 5 anéis texturizados para maior grip, e claro é oco para acomodar uma cápsula com alguns itens de sobrevivência e é terminado por uma peça de alumínio sólido com rosca que acomoda uma bússola para orientação, que juntamente com um anel de borracha garantem a vedação do compartimento.

A bainha é muito básica, sendo em tecido e com um compartimento em plástico que abriga uma pequena pedra de amolar.

A bainha deveria ter ao menos um insert em kydex para melhor proteção da lâmina, e o sistema de presilha da lâmina deveria ser cruzado por sobre a guarda, para realmente impedir qualquer movimentação indesejada desta. Para falar a verdade, esta faca merece a confecção de uma bainha de couro bem acabada e executada, para ficar à altura da faca em si!

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A pedra também deveria ser trocada por uma de carborundum ( não vou nem citar cerâmica ou diamante para não elevar os custos... ), já que ela é de óxido de alumínio, que apesar de eficiente para se afiar, se desgasta até de “se olhar para ela”!

Sem sombra de dúvidas é uma faca para mato e aventura, podendo substituir um pequeno facão, e um par perfeito com as facas Amazon ou Police ou para o canivete Black Hawk! Mas este já é outra história...

Apenas uma observação final: com relação aos itens de sobrevivência, não os levaria no interior do cabo, reservando este para talvez fósforos “qualquer tempo” e chumaços de algodão. Os itens de sobrevivência propriamente ditos, os levaria em bolsa própria presa à bainha ou em uma bolsa de cinto!

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