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    Problema 1: Qualidade de vida e sade

    1) Entender o conceito de sade atual.

    2) Compreender o papel dos determinantes sociais e econmicos no processo sade-doena e sua

    relao com a qualidade de vida.

    3)

    Estudar OMS e as Conferncias Internacionais de Sade.4)

    Conceituar e compreender a preveno de doenas e a promoo de sade, diferenciando os

    nveis de preveno.

    CONCEITO DE SADE ATUAL

    1948, OMS: Sade o mais completo bem-estar fsico, mental e social e no apenas a ausncia de

    enfermidade.

    CRFB Art. 196: A sade um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e

    econmicas que visem a reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal eigualitrio s aes e servios para a promoo, preveno e recuperao.

    DETERMINANTES DE SADE

    Fatores sociais, econmicos, culturais e ambientais que, embora fora do setor de sade, so

    responsveis pela manuteno da sade.

    As condies mais gerais socioeconmicas, culturais e ambientaisse relacionam com as condies

    de vida e trabalho, as quais incluem habitao, ambiente de trabalho, saneamento, servios de sadee educao. Estas influenciam o estilo de vidacomo o hbito de fumar, a prtica de exerccios fsicos e

    dieta.

    A relao entre os determinantes mais complexa que a simples relao de causa e efeito.

    DSS Diferenas naturais: os DSS so evitveis, enquanto as diferenas naturais so fisiolgicas.

    CMDSS: Comisso da OMS instituda em 2005 por meio da Conferncia Mundial sobre DSS. Lidera

    iniciativas para criar comisses nacionais.

    3 recomendaes: melhorar as condies de vida no dia-a-dia; combater o problema da

    distribuio desigual de poder, dinheiro e recursos; mensurar e compreender as desigualdades

    de sade.

    CNDSS: Foi a primeira comisso nacional, instituda no Brasil em Maro de 2006. Visa mobilizar a

    sociedade e o governo para entender e enfrentar as causas sociais da doena e mortes e reforar o que

    benfico para a sade individual e coletiva.

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    ORGANIZAO MUNDIAL DA SADEOMS

    Agncia das Naes Unidas especializada em sade. Fica em Genebra, na Sua.

    Seu propsito a consecuo dos mais altos padres de sade para todos os povos.

    Responsvel por providenciar lideranas para os principais assuntos de sade globais,

    desenvolver uma agenda de pesquisas, normatizar e regulamentar alguns aspectos, articularpolticas baseadas em evidncias, promover suporte tcnico aos pases e monitorar e avaliar as

    tendncias da sade.

    CONFERNCIAS INTERNACIONAIS DE SADE

    A abertura da China a duas misses de observao de seus servios de sade por especialistas,

    em 1973 e em 1974, e o movimento canadense desenvolvido com o Relatrio Lalonde Uma nova

    perspectiva na sade, reforado pelo Relatrio Epp, 1986, lanaram bases para a nova perspectiva em

    sade formalizada na Conferncia de Alma-Ata, 1978.

    Relatrio Lalonde, 1974: Caracterizou Campo de sade: hbitos de vida, biologia humana, meio

    ambiente e servios de sade. Os servios assistencialistas influenciam pouco no resultado final da

    sade.

    Conferncia Internacional sobre Cuidados PrimriosDeclarao de Alma-Ata, 1978:

    Amplia o conceito de Sade: qualidade de vida + direito humano fundamental e dever de todos

    os setores e povos.

    Desigualdade entre os povos inaceitvel.

    Desenvolvimento econmico e social (prev a ideia de DSS) fundamental para a igualdade e

    realizao da Grande Meta Sade para todos at o ano 2000. Cuidados primrios em sade como 1 nvel de assistncia: inclui educao, alimentao, gua,

    saneamento, cuidados materno-infantis, planejamento familiar, imunizao, preveno e

    controle de doenas, tratamento e fornecimento de medicamentos.

    Destaca a necessidade de deslocar recursos que so investidos em armamentos e conflitos

    militares para fins pacficos e de desenvolvimento.

    Relatrio Epp (Conferncia Alm do Cuidado da Sade, Canad), 1986: introduziu os conceitos

    de poltica pblica saudvel e cidade saudvel, alm de avanar no projeto de Estratgia de Ateno

    Primria, estabelecido em Alma-Ata. Suas noes de empoderamento, participao social e

    descentralizao foram bases para a 1 Conferncia Internacional sobre Promoo de Sade.

    1 Conferncia Internacional sobre Promoo de SadeCarta de Ottawa, 1986:

    Definiu Promoo de Sade e conclamou a todos para defend-la.

    A responsabilidade divide-se entre os indivduos, comunidades e governos, onde cada um

    desses deve tornar suas aes cotidianas mais saudveis e de forma sustentvel

    (Empoderamento, cidades saudveis).

    2 Conferncia Internacional sobre Promoo de SadeDeclarao de Adelaide, 1988:

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    Polticas pblicas saudveis estabelecem um ambiente saudvel e funciona como investimento,

    pois eleva produtividade. Devem tentar combater iniquidades da sade ao reduzir as diferenas

    sociais.

    4 reas prioritrias: sade da mulher, alimentao e nutrio, tabaco e lcool, criando

    ambientes saudveis.

    3 Conferncia Internacional sobre Promoo de SadeDeclarao de Sundsvall, 1991: Ambiente favorvel.

    Justia social para desenvolvimento sustentvel.

    4 aspectos para um ambiente favorvel: dimenso social, dimenso poltica, dimenso

    econmica e fora das mulheres.

    Conferncia Internacional sobre Promoo de SadeDeclarao de Santaf de Bogot, 1992:

    Promoo de sade na Amrica Latina, onde a pobreza, o atraso e a desigualdade social devido

    aos anos da ditadura trouxeram problemas acima da industrializao.

    Aborda corrupo, educao, violncia, entre outros aspectos a serem mudados para a

    Promoo da Sade.

    4 Conferncia Internacional sobre Promoo de SadeDeclarao de Jacarta, 1997:

    Foco no Sculo XXI.

    Incluiu o setor privado no apoio promoo de sade.

    Rede de Megapases: aliana entre os 11 pases mais populosos do mundo para que eles se ajudem.

    Bangladesh, Brasil, China, ndia, Indonsia, Japo, Mxico, Nigria, Paquisto, Rssia e EUA.

    Existem pases de vrios nveis de desenvolvimento.

    5 Conferncia Internacional sobre Promoo de SadeDeclarao do Mxico, 2000:

    Foi uma reunio avaliativa para verificar o que se obteve desde a Declarao de Alma-Ata at o

    incio desse novo sculo.

    Refora a responsabilidade dos governos e da sociedade na promoo da sade.

    6 Conferncia Internacional sobre Promoo de SadeCarta de Bangcoc, 2005:

    Novos determinantes de sade em um mundo globalizado: maiores desigualdade, novos

    padres de consumo, comercializao, comunicao, transporte, urbanizao, mudanas globais

    no meio ambiente.

    A tecnologia trs, alm de desafios, possveis solues.

    7 Conferncia Internacional sobre Promoo de SadeDeclarao de Nairbi, 2009:

    Ateno aos DSS e desigualdade.

    Foco nas doenas no-transmissveis e mentais.

    8 Conferncia Internacional sobre Promoo de SadeDeclarao de Helsique sobre Sade em

    Todas as Polticas, 2013:

    Sade como prioridade, acima de todos os interesses.

    Ao!

    PROMOO DE SADE

    Segundo Leavell & Clarck: Um dos elementos do nvel primrio de ateno em medicina preventiva.

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    Segundo a Carta de Ottawa: Processo de capacitao da comunidade para atuar na melhoria de sua

    qualidade de vida e sade.

    Fortalecimento da autonomia dos sujeitos e grupos sociais (Empoderamento).

    Elaborao de polticas pblicas visando melhorias na qualidade de vida da populao.

    Inclui meio ambiente e elementos fsicos, psicolgicos e sociais Abordagem intersetorial.

    Medidas de promoo de sade no se dirigem a uma determinada doena ou desordem, mas servem

    para aumentar a sade o bem estar gerais. (Leavell & Clarck, 1976)

    PREVENO DE DOENAS

    Ao antecipada, baseada no conhecimento da histria natural a fim de tornar improvvel o

    progresso posterior da doena. (Leavell & Clarck, 1976)

    So intervenes baseadas no conhecimento epidemiolgico moderno com o intuito de evitar

    doenas especficas, reduzindo sua incidncia e prevalncia.

    5 nveis:

    Primordial:Previne o estabelecimento de estilos de vida que aumentem o risco de doenas.

    Ex:Combate ao tabagismo.

    Tem grande impacto, pois tem como alvo um grande nmero de indivduos e um mesmo

    determinante positivo de sade pode proteger vrias doenas.

    Primria: Impede o estabelecimento da doena.

    Ex:Vacinas, ingesto de cido flico e ferro na gravidez.

    Secundria: a deteco precoce da doena, para que se possa aplicar a teraputica e impedir

    consequncias mais graves e reestabelecer a sade.

    Ex:Exames preventivos, rastreio de PA, glicemia e dislipidemia, teste do pezinho.

    Terciria: Ao conjunta da medicina preventiva com a medicina curativa para limitar a progresso e

    evitar consequncias ou complicaes de uma doena j instalada. Tambm procura adaptar o

    doente ao inevitvel e prevenir recorrncias.

    Ex:Quimioterapias, Teraputicas diversas.

    Quartenria: evitar o excesso de intervencionismo mdico, a iatrogenia e a hipermedicalizao,

    alm de promover a autonomia do paciente perante o mdico.

    Classificao ainda nova, no aceita por todos.

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    Problema 2: A sade ontem e hoje...

    1) Compreender a criao, os princpios que regem e as principais leis e portarias do SUS.

    2) Estudar as medidas atuais voltadas para a melhora da sade pblica.

    3)

    Avaliar criticamente os principais avanos e desafios do SUS.

    HISTRIA DA CRIAO DO SUS

    Antes do SUS, a sade estava ligada previdncia social, pela CAPs, Caixa de Aposentadorias e

    Penses, determinada pela Lei Eloy Chaves, de 1923, e s tinham acesso aos servios aqueles que

    trabalhavam de carteira assinada e seus dependentes, dividindo a populao em previdencirios e no-

    previdencirios.

    Tnhamos um Estado autoritrio, controlador e centralizador, e o Sistema de Sade era

    fragmentado, com acesso restrito e sem participao da sociedade nas polticas pblicas.Predominantemente privado.

    O INAMPS Instituto Nacional de Assistncia Mdica da Previdncia Social tinha aes de

    carter contributivo com o Estado. Ele prestava assistncia mdico-hospitalar, enquanto o Ministrio da

    Sade desenvolvia aes de promoo de sade e preveno de doenas, como campanhas de

    vacinao e controle de endemias.

    O movimento da Reforma Sanitria das dcadas de 70/80 levou o INAMPS e os governos

    estaduais a celebrarem convnios, o que criou o Sistema Unificado e Descentralizado de Sade (SUDS).

    Era uma tentativa de SUS, mas ainda sem leis e definies constitucionais. Este foi ento efetivado na

    Constituio Federal de 1988.

    Reforma Sanitria: movimento popular, sem participao social, que reivindicou um sistema de sade

    universal e estatal. Estruturou-se na dcada de 70, junto com a redemocratizao do pas. Culminou na

    8 Conferncia Nacional de Sade, 1986.

    8 Conferncia Nacional de Sade: Conceito ampliado de sade A sade resultante das condies

    de alimentao, habitao, educao renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acessoe posse da terra e acesso aos servios de sade.

    Lanou os princpios doutrinrios do SUS: universalidade, equidade e integralidade.

    Foi a base para as discusses da Assembleia Nacional Constituinte, 1987.

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    PRINCIPIOS E LEGISLAO

    A Constituio Federal de 1988e as Leis Orgnicas da Sade8080/90 e 8142/90 definiram a

    implantao do SUS e as Normas Operacionaisorientaram o processo.

    SISTEMA: No apenas um servio ou rgo, mas trata-se de um conjunto de vrias

    instituies: 3 nveis de governo + setor privado contratado e conveniado.

    NICO:segue em todo o pas os mesmos princpios doutrinrios e organizativos.

    DE SADE: em seu conceito ampliado, biopsicossocial.

    CRFB 88: Redefine o conceito de sade, incorporando novas dimenses.

    O Art. 196 trs o princpio da Universalidade;

    O Art. 197 fala da obrigao do estado de regulamentar e fiscalizar as aes de sade;

    O Art. 198 trata das diretrizes ou princpios organizativos: rede regionalizada (delimitado porregio organizadas por estudos epidemiolgicos) e hierarquizada (dividida em nveis de

    ateno, sistema de referncia e contra-referncia), descentralizao (redistribui o poder entre

    os municpios para facilitar a fiscalizao e o controles) e participao popular (conselhos e

    conferncias de sade Lei 8142/90);

    O Art. 199 fala sobre a participao da iniciativa privada, a qual permitido o executar das

    aes, de forma complementar as aes do governo, com preferncia das entidades

    filantrpicas;

    O Art. 200 determina as atribuies do SUS.

    Leis Orgnicas so leis que promovem ordem. As LOS regulamentam o SUS. So leis

    infraconstitucionais, pois criam infraestrutura para que a constituio entre em vigor.

    Lei 8080/90: Dispe sobre as condies para a promoo, proteo e recuperao da sade, a

    organizao e o funcionamento dos servios correspondentes e d outras providncias.

    A sade um servio pblico determinado por lei. No entanto, possui dupla titularidade, pois o

    setor privado tambm tem poder de execut-lo, embora a funo de regulamentar, fiscalizar e

    controlar caiba somente ao Estado.

    Determina sade como direito do ser humano e dever do Estado. O Estado deve promover

    polticas que atuem sobre os determinantes e condicionantes de sade, dentro os quais incluemalimentao, moradia, educao, saneamento bsico, entre outros.

    Refora a descentralizao O Plano Municipal de Sade a base.

    Trata da gesto dos recursos financeiros e da gratuidade dos servios.

    Trouxe os princpios doutrinrios ou filosficos (universalidade, equidade e integralidade) e os

    princpios organizativos (regionalizao e hierarquizao, descentralizao, participao da

    comunidade).

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    Lei 8142/90: Dispe sobre a participao da comunidade na gesto do SUS e sobre as

    transferncias intergovernamentais de recursos financeiros na rea da sade e d outras

    providncias.

    uma lei que veio reestabelecer os vetos da Lei 8080/90 feita por Fernando Collor.

    Participao da comunidade:

    Conferncia de Sade: ocorre de 4 em 4 anos, por convocao do poder executivo ou doConselho de Sade. Discute as necessidades de sade que sero abordadas no

    planejamento. Permite participao popular.

    Conselho de Sade: Controla a execuo da poltica de sade. Suas decises so

    homologadas pelo chefe do poder de cada esfera do governo. Carter permanente e

    deliberativo. composto por gestores (governo), prestadores e trabalhadores de sade e

    usurios, os quais devem representar 50% dos participantes.

    Determina em que reas sero gastos os recursos do Fundo Nacional de Sade, direcionando

    70% para os muncipios atravs de repasse fundo a fundo.

    As Normas Operacionaisso instrumentos utilizados para definir estratgias e movimentos tticos-

    operacionais. Definem as competncias de cada esfera de governo e os requisitos necessrios para que

    os estados e municpios recebam os Repasses do Fundo Nacional de Sade. Seu contedo definido

    pelo MS (Ministrio da Sade), CONASS (Conselho Nacional de Secretarias de Sade) e CONASEMS

    (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sade).

    Objetivam induzir e estimular mudanas; aprofundar e reorientar a implementao do SUS; definir

    novos objetivos, diretrizes, prioridades; regular as relaes entre os gestores; normatizar o SUS.

    NOB/SUS 01/91:

    Esta NOB contraria o princpio da integralidade da sade, e a efetiva municipalizao das aes e

    servios de sade.

    O Convnio torna-se a forma de repasses dos recursos federais para as outras esferas

    Crdito de confiana

    NOB/SUS 01/93

    A Municipalizao o caminho 9 Conferncia Nacional de Sade, 1992.

    Muncipios como gestores: incipiente, parcial e semi-plena.

    Criou as Comisses Intergestores Bipartite (CIB), Tripartite (CIT) e Regional (CIR).

    NOB/SUS 01/96

    Expanso da descentralizao e nfase nos PSFs.

    Piso da Ateno Bsica: transferncia de recursos financeiros com base per capita.

    Obs:As NOAS so vistas no problema 4, sobre regionalizao.

    Emenda Constitucional n 29, 2000: detalha o repasse mnimo de recurso destinado por cada esfera

    do governo sade. A sade passa a contar com um recurso mnimo e definitivo.

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    Resoluo 399, 2006: Pacto pela Sade. Acordo no qual gestores de cada nvel de governo

    assumem compromissos mtuos sobre as metas e responsabilidades em sade.

    Pacto pela Vida: compromisso com prioridades que influenciam na sade. Ex: Sade do Idoso,

    do Trabalhador, Reduzir mortalidade materna e infantil, Combate ao Cncer de Colo de tero e

    de Mama, Controle de doenas emergentes e endemias. Pacto em Defesa do SUS: defesa dos princpios do SUS. Faz a Carta de Direito dos Usurios.

    Pacto de Gesto: define as responsabilidades sanitrias de cada ente.

    AVANOS E DESAFIOS: no vou escrever. Criticar e enrolar, ns somos bons nisso!

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    Problema 3: A formao profissional que a sociedade demanda hoje...

    1) Compreender o processo histrico da formao mdica no Brasil.

    2) Entender as principais mudanas que ocorreram no curso e as novas Diretrizes Curriculares na

    formao mdica.

    3)

    Compreender o papel e as responsabilidades do mdico no sistema de sade brasileiro.

    PROCESSO HISTRICO

    Em 1808 surgiram as primeiras escolas mdicas, com a finalidade de formar os profissionais

    necessrios para o aparelho do Estado. Durante a 1 repblica, houve a descentralizao e diversificao

    do sistema, com incluso de faculdades particulares. Getlio Vargas criou as primeiras universidades do

    pas.

    Na 2 Repblica, em 1961, foram escritas as Leis de Diretrizes e Bases da Educao Nacional,prevista na CRFB 46. No perodo militar, as universidades eram consideradas locais de subverso e

    mantidas sob vigilncia. No entanto, houve um salto na produo de pesquisas e uma expanso no

    ensino superior das escolas privadas.

    Constituio de 88 + Revoluo Cientfica e Tecnolgica + Internacionalizao da Economia = nova

    Lei de Diretrizes e Bases da Educao no Brasil.

    Na dcada de 90, aes da Associao Brasileira de Educao Mdica (ABEM) promovem discusses

    que resultaram nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduao em Medicina aprovadas

    pela Resoluo n718/2001.

    DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURSO DE GRADUAO EM MEDICINA

    1 pela Resoluo n718/2001.

    2 pela Resoluo n3, de 20 de junho de 2014.

    Perfil do formando:generalista, humanista, crtico e reflexivo; pautado em princpios ticos; atua na

    integralidade da assistncia, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania. Determina competncias e habilidades: capacidade de resoluo de problemas, tomada de

    decises, comunicao (inclusive lngua inglesa), liderana, administrao e gerenciamento,

    educao permanente (aprender a aprender; envolver-se com ensino, pesquisa e extenso).

    Determina as reas de competncia de ateno sade (individual e coletiva) em que o aluno

    deve ser capaz de atuar com iniciativas e aes baseadas em seus conhecimentos e habilidades.

    Determina os contedos curriculares: relacionados com as necessidades de sade da comunidade.

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    Organizao do curso: aluno como sujeito de aprendizagem, dimenses ticas e humansticas,

    prtica desde o incio. Carga horria mnima de 7200h, 6 anos.

    Estgios e atividades complementares: estgio obrigatrio de treinamento em servio, em regime

    de internato. Inclui reas de Clnica Mdica, Cirurgia, Ginecologia-Obstetrcia, Pediatria, Sade

    Coletiva e Sade Mental, nos trs nveis de ateno.

    Acompanhamento e avaliao: avaliaes somativas e formativas.

    O FUTURO MDICO OU O MDICO DO FUTURO?

    Mudanas atuais na medicina devido a avanos tecnolgicos e modo de disseminao do conhecimento:

    Perda do relacionamento paciente-mdico: devido a convnios, seguros de sade e

    encaminhamentos.

    Grande volume e complexidade do conhecimento:leva tendncia da especializao, embora

    a sociedade necessite de generalistas.

    Surgimentos de diversas fontes pagadoras: altera a resolutividade do mdico, no por sua

    incapacidade profissional, mas pelas condies de trabalho.

    Novos Currculos, agora centrados no aluno e no bem estar do paciente: trs estranhamento

    para o aluno, acostumado no ensino pr-universitrio com formato diferente de aprendizado.

    No entanto, mais benfico para a prtica humanista, crtica e reflexiva.

    DECRETO N7385/MS/2010. Institui o Sistema Universidade Aberta do SUSUNA/SUS.

    Visa capacitao e educao permanente dos profissionais do SUS por meio de instituies

    pblicas que oferecem educao distncia.

    Possui o Acervo de Recursos Educacionais em Sade, de livre acesso na internet, e a Plataforma

    Arouca, que um registro dos funcionrios do SUS.

    PORTARIA INTERMINISTERIAL N2087/MS-MEC/2011. Institui o Programa de Valorizao do

    Profissional da Ateno BsicaPROVAB.

    O MS custeia a instalao e manuteno dos profissionais em reas de difcil acesso, alm dos

    Ncleos de Telessade, uma vez que a superviso pode ser distncia.

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    PORTARIA INTERMINISTERIAL N 1369/MS-MEC/2013. Dispe sobre a implementao do Projeto Mais

    Mdicos para o Brasil.

    A formao de recursos humanos uma das atribuies do SUS.

    Considera a necessidade de levar ateno sade e profissionais para reas de difcil acesso e

    populaes de mais vulnerabilidade e pobreza. Finalidade: aperfeioar mdicos na ateno bsica mediante curso de especializao.

    Objetivos especficos: aprimorar a formao mdica no Brasil, promovendo maior experincia

    no campo da prtica, ampliando sua insero nas unidades de atendimento do SUS e

    promovendo trocas de experincias com mdicos estrangeiros.

    No termo de adeso e compromisso dos municpios deve ter uma clusula determinando

    adeso ao Programa de Requalificao de Unidades Bsicas de Sade (Requalifica UBS) em caso

    de infraestrutura inadequada.

    Os mdicos estrangeiros passaro pelo Mdulo de Acolhimento e Avaliao dos Mdicos

    Intercambistas, que consiste em curso de 120h sobre legislao e funcionamento do SUS e

    curso de Lngua Portuguesa. O projeto no cria vnculo empregatcio, mas os mdicos recebem uma bolsa-formao de

    R$10.000,00.

    Os mdicos intercambistas possuem visto de 3 anos, prorrogvel por mais 3 anos.

    MEDIDA PROVISRIA N621: Publicada no mesmo dia que a Portaria N1369, 8/7/2013, tambm disps

    sobre o Programa Mais Mdicos e foi convertida na Lei N12871 no dia 22/10/2013.

    Alm das atividades j citadas, objetivou:

    Aumentar o n de vagas de medicina e residncia mdica no pas, priorizando regies commenor relao mdico/habitante.

    Incluir um novo ciclo na graduao, com 2 anos de atuao na rede pblica.

    CONTRARRAZES PARA O PROGRAMA MAIS MDICOS(Escritas pelo Comit Nacional de Mobilizao

    das Entidades Mdicas).

    No faltam mdicos. O Brasil possui 2 mdicos a cada 1000 habitantes, enquanto no mundo a

    mdia 1,4/1000. Eles esto mal distribudos. As capitais possuem 2x mais mdicos que o

    interior. Onde faltam mdicos, tambm faltam dentistas, enfermeiros, hospitais e postos desade.

    Necessidade de revalidao do diploma estrangeiro. Pases como Canad, Inglaterra e Estados

    Unidos tambm possuem provas semelhantes ao Revalida e as aplicam. Permitir que populaes

    sejam atendidas por profissionais de formao duvidosa consiste numa pseudoassistncia.

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    Abrir mais 12 mil vagas de medicina desnecessrio, pois o Brasil j possui muitas escolas

    mdicas, atrs apenas da ndia. Alm disso, muitas das j existentes, mesmo que credenciadas

    pelo MEC, no possuem infraestrutura mnima para o ensino.

    Aumentar em 2 anos o curso retarda a entrada dos futuros mdicos no mercado de trabalho e

    altera a previso legal de conduta do aluno de medicina, que no pode tomar aes definitiva,

    no tem CRM, no fiscalizado e no pode ser punido.

    A Bolsa-formao pode desestimular profissionais contratados da prefeitura, que recebem 4

    mil, alm de desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

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    Problema 4: Avanando rumo regionalizao da sade

    1. Compreender os conceitos: Superintendncia Regional de Sade (SRS), Plano Diretor de

    Regionalizao (PDR), Plano Diretor de Investimentos (PDI), Programao Pactuada e Integrada

    (PPI), Regio de Sade, Macro e Microrregio, Mdulo Assistencial, Municpio-Polo, Municpio-

    Sede e Fluxo Assistencial + Central de Regulao.2.

    Entender a configurao da regionalizao e da descentralizao das polticas de sade, com

    nfase no Norte de Minas.

    3.

    Estudar os princpios da organizao de Redes de Sade e de Gesto dos Sistemas de Sade

    locais e microrregionais.

    REGIONALIZAO: Surgiu no Reino Unido, com o Relatrio Dawson, em 1920. um dos princpios

    organizativos do SUS.

    NOAS-SUS 01/2001: Objetiva promover maior equidade na distribuio de recursos e no acesso aos

    servios de todos os nveis de ateno.

    3 estratgias articuladas:

    1.

    Plano Diretor de Regionalizao (PDR): processo coordenado pelas Secretarias Estaduais de Sade

    (SES), juntamente com as Secretarias Municipais de Sade (SMS), de delimitao das regies de

    sade e de planejamento das aes e servios de sade com enfoque territorial-populacional. um

    instrumento que orienta a regionalizao.

    Regio de Sade: Instncia regional constituda de um conjunto de municpios com

    caractersticas epidemiolgicas, culturais, econmicas e sociais parecidas, com rede de

    comunicao e transporte compartilhados, que servem como espaos de referncias para o

    planejamento de sade. Deve ter um municpio-sede que atenda totalmente ateno

    secundria. Alguns Estados podem possuir Microrregies ou Macrorregies (as macrorregies

    devem atender ateno terciria).

    Mdulo assistencial: parte de uma Regio de Sade, contendo alguns ou um nico municpio,

    que atende ao 1 nvel de referncia em mdia complexidade. Isso abrange a ateno bsica

    ampliada, alm de laboratrio, radiologia simples, ultrassonografia obsttrica, atendimento

    psicoterpico, fisioterapia, odontologia, leitos para parto normal, clnica mdica e pediatria. Seu

    municpio-sede deve estar habilitado em Gesto Plena de Sistema Municipal (GPSMS). Municpio-polo: apresenta papel de referncia para outros municpios em qualquer nvel de

    ateno.

    Ateno bsica ampliada: conjunto de aes do 1 nvel de ateno em sade que deve ser

    ofertado em todos os municpios: controle da tuberculose e eliminao da hansenase, controle

    da hipertenso e do diabetes, sade da criana, sade da mulher e sade bucal.

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    ESF: parte da ABA que promove integralidade da assistncia e a referncia para demais

    nveis de ateno.

    A ampliao da AB inclui aumento do repasse, que antes era fixo, e passa a ser R$10,50 per

    capita.

    Plano Diretor de Investimento (PDI): identifica prioridades e promove a equalizao na oferta

    de recursos assistenciais.2.

    Fortalecimento da capacidade de gesto do SUS

    Programao Pactuada e Integrada: instrumento que, junto com os Termos de Compromisso

    para a Garantia de Acesso, assegura o acesso da populao aos servios de mdia e alta

    complexidade, mesmo que no existente no municpio. uma ao conjunta das SES e SMS para

    organizar os encaminhamentos dentro de uma rede regionalizada e resolutiva. um processo

    dinmico, que deve ser aprovado pela CIB e estar condizente com o PDR.

    3.

    Reviso dos critrios de habilitao dos municpios e estados

    Para ser habilitado em Gesto Plena da Ateno Bsica Ampliada e receber o PAB ampliado, o

    municpio ser avaliado pela SES, pela CIB e pela Secretaria de Polticas de Sade, do MS.

    Exige a alimentao regular do Sistema de Informaes sobre Oramentos Pblicos em Sade

    (SIOPS).

    Determina que os estados devem apresentar o Plano Estadual de Sade, contendo o PDR, a

    Agenda de Compromissos Estadual e o Quadro de Metas; alm disso, os estados devem

    comprovar por meio do SIOPS que esto obedecendo EC n29.

    Define critrios de desabilitao de estados e municpios.

    NOAS/SUS 01/2002: Refora a NOAS/SUS 01/2001 e acrescenta: os Estados responsabilizam-se pelo

    gerenciamento das unidades pblicas de hemocentros/hemoncleos e laboratrios de referncia paracontrole de qualidade, vigilncia sanitria, vigilncia epidemiolgica e gesto dos

    hemoncleos/hemocentros privados e os laboratrios de sade pblica, controlam o Cadastro Estadual

    de Prestadores, garantem as referncias intermunicipais, controlam a qualidade dos servios, co-

    financiam as aes, investem nas cidades polo, dentre outras aes.

    DECRETO N7508/2011. Regulamenta a Lei 8080/90 para dispor sobre a organizao do SUS, o

    planejamento da sade, a assistncia sade e a articulao interfederativa.

    Redes de ateno sade: Conjunto de aes e servios articulados em nveis de complexidadecrescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistncia. No tem a necessidade de

    seguir limites politico-territoriais.

    Orienta sobre as regies de sade, sobre a hierarquizao, sobre o planejamento da sade,

    sobre a assistncia sade (RENASES e RENAME) e sobre a articulao interfederativa

    (Comisses Intergestores e etc.).

    o RENASES: Relao Nacional de Aes e Servios de Sade.

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    o RENAME: Relao Nacional de Medicamentos Essenciais.

    o Ambos so atualizados a cada 2 anos pelo MS, juntamente com o Formulrio

    Teraputico Nacional e os PCDTs.

    RESOLUO N1/CIT, 29/9/2011. Estabelece diretrizes gerais para a instituio de Regies de Sade.

    RESOLUO N 3070/SES, 30/12/2011. Dispe sobre a organizao dos processos de trabalho das

    Superintendncias Regionais de Sade (SRS)e Gerncias Regionais de Sade (GRS).

    Resoluo apenas do Estado de Minas Gerais.

    As SRS tem a finalidade de apoiar as polticas de sade, fortalecendo a governana da SES.

    Existem em cada Macrorregio, sendo que algumas macrorregies possuem mais de uma SRS.

    Atuam na coordenao e implementao de diversas aes e servios de sade.

    As GRS esto vinculadas a algumas das SRS, contribuindo com a governana regionalizada.

    NVEIS DE ATENO SADE

    O PPI e a Central de Regulao so exemplos de instrumentos que servem para gerenciar os

    movimentos de Referncia (encaminhamento de nvel mais bsico para mais complexo) e Contra-

    referncia (retorno do paciente para nveis mais simples de ateno para acompanhamento). As bases

    cadastrais CADSUS e CNES tambm servem para a regulao.

    ATENO PRIMRIA: Nvel mais bsico de ateno, com pequena densidade tecnolgica e demanda

    profissionais menos especializados, pois as doenas que atende so mais corriqueiras e frequentes.

    a porta de entrada para o paciente.

    Se tiver uma capacidade resolutiva aumentada, pode reduzir a demanda pelos demais nveis de

    ateno.

    Efetivada atravs dos PSFs.

    Aes da Ateno Primria: Controle da tuberculose, eliminao da hansenase, controle da

    hipertenso e do diabetes, aes de sade da criana, da mulher e bucal.

    Aes da Ateno Primria Ampliada: atendimento mdico de urgncia com observao, assistnciadomiciliar, procedimentos especializados, cirurgias ambulatoriais especializadas, aes especializadas

    em odontologia, teste imunolgico de gravidez e eletrocardiograma.

    ATENO SECUNDRIA: Nvel mdio de complexidade, com certa densidade tecnolgica. Nela

    atendem mdicos formados em especialidades bsicas, como Clnica Mdica, Cirurgia Geral, Pediatria e

    Ginecologia-Obstetrcia.

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    onde iniciam os fluxos assistenciais entre os municpios.

    O setor privado tem dominado esse nvel de ateno, o que gera uma oferta limitada para os

    pacientes do SUS.

    De difcil gerncia devido ao grande nmero de pacientes, dificuldade de gesto das agendas

    mdicas e ao controle de cotas, que devem atender demanda e evitar a centralizao.

    Aes da Mdia Complexidade: Urgncia e emergncia, assistncia ao parto, assistncia ao portador

    de deficincia fsica, assistncia a queimados, cirurgia cardaca, sade do idoso, sade do trabalhador e

    sade mental.

    ATENO TERCIRIA:Alto nvel de complexidade e densidade tecnolgica, o que implica alto custo.

    Emprega mdicos formados em subespecialidades.

    Requer aes coordenadas dos trs nveis de governo (municipal, estadual e federal), devido

    alta densidade tecnolgica e custo, economia de escala, escassez de profissionais e

    concentrao da oferta.

    mais fcil de gerir, pois abrange um menor nmero de pacientes e j existe um instrumento de

    controle consolidado, a Autorizao de Procedimentos de Alta Complexidade (APAC).

    Aes de alta complexidade: neurocirurgia, terapia intensiva, assistncia oncolgica, gastroplastia e

    deformidades craniofaciais.

    Obs: Medicamentos de dispensao excepcionais: destinados ao tratamento de patologias

    especficas que atingem um nmero limitado de pacientes, os quais, na maioria das vezes, os utilizam

    por tempo prolongado. Ex: Levodopa+Carbidopa (Parkinson), Lovastatina e Sinvastatina (dislipidemias),

    Ciclosporina (imunossupresso).

    Tripla Carga de doenas que o Brasil possui: doenas infectocontagiosas (agudas), doenas crnico-

    degenerativas e DANTES doenas e agravos no-transmissveis. O Brasil, historicamente, se preparou

    para atender doenas agudas, de curso curto, respondidas por um sistema reativo e com respostas

    episdicas. No entanto, 75% da carga de doena atual so crnicas, o que demanda uma resposta

    proativa, contnua e integrada. Essa Tripla Carganecessita ser respondida por um sistema articulado em

    Redes de Ateno Sade, no mais por um sistema Fragmentado, formado por pontos de ateno

    isolados.

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    Problema 5Proteo e defesa da sade coletiva

    1. Estudar a funo e a importncia das vigilncias epidemiolgica e sanitria.

    2. Entender como ocorre o processo de notificao.

    3.

    Compreender os conceitos bsicos de epidemiologia.

    VIGILNCIA SANITRIA

    Lei 8080, Art.6, 1:Entende-se por vigilncia sanitria um conjunto de aes capaz de eliminar, reduzir

    ou prevenir riscos sade e de intervir nos problemas sanitrios decorrentes do meio ambiente, da

    produo e circulao de bens e da prestao de servios de interesse da sade.

    Atua no controle sanitrio atravs de inspeo (alvar sanitrio), monitoramento da qualidade

    de produtos e servios, investigao de surtos controle de determinantes em seu campo de

    atuao, aprovao de projetos arquitetnicos e licenciamento para estabelecimentos de sade.

    A ao do Estado mediante leis que concedem poder de polcia, isto , de cercear a

    liberdade de alguns pelo bem de todos, s autoridades sanitrias.

    reas de atuao: alimentos, estabelecimentos, medicamentos, infraestrutura fsica,

    monitoramento de propagandas e controle de receiturios.

    ANVISA: instituda pela Lei N9782/1999, uma autarquia do governo, independente, mas atua

    em parceria com o MS. Veio desburocratizar a Vigilncia Sanitria, uma vez que a Secretaria

    Nacional de Vigilncia Sanitria, criada em 1976 e substituda pela ANVISA, era subordinada ao

    MS.

    VIGILNCIA EPIDEMIOLGICA

    Lei 8080, Art.6, 2: Entende-se por vigilncia epidemiolgica um conjunto de aes que proporcionam

    o conhecimento, a deteco ou preveno de qualquer mudana nos fatores determinantes e

    condicionantes de sade individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de

    preveno e controle das doenas e agravos.

    No Brasil, o termo foi usado pela primeira vez na Campanha de Erradicao da Varola, nas

    dcadas de 1960 e 1970. Na dcada de 1980, houve a erradicao da poliomielite.

    5 Conferncia Nacional de Sade, 1975: orientou a criao do Sistema Nacional de Vigilncia

    Epidemiolgica e o Sistema Nacional de Vigilncia Sanitrias, em 1976. As mesmas leistornaram obrigatrias as notificaes de certas doenas.

    Compreende um ciclo de funes intercomplementares: coleta de dados, processamento,

    anlise e interpretao dos dados, recomendao e promoo de aes de preveno e

    controle, avaliao da eficcia e efetividade de tais aes, divulgao das informaes

    pertinentes.

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    VIGILNCIA EM SADE: Pela Portaria N1172/2004, compreende a vigilncia de doenas

    transmissveis, vigilncia de DANTES, vigilncia em sade ambiental e vigilncia da situao de sade.

    Em suma, uma unio de todas as vigilncias com o objetivo de promover a qualidade de vida. O Pacto

    pela Sade, de 2006, unificou as vigilncias.

    NOTIFICAO: Comunicao da ocorrncia de determinada doena ou agravo sade, feita s

    autoridades sanitrias (MS, SES e SMS) por profissionais de sade ou qualquer cidado, para fins de

    adoo de medidas de interveno (Processo informao-deciso-ao).

    A Portaria N1271/2014 definiu a Lista Nacional de Notificao Compulsria de doenas,

    agravos e eventos de sade pblica.

    Os eventos foram separados em notificao semanal, como casos de dengue,

    esquistossomose, hansenase, leishmaniose e bitos, e de notificao imediata, que deve

    ser feito em no mximo 24h pelo meio de comunicao mais rpido. Estas ainda foram

    separadas quanto qual autoridade sanitria deve-se recorrer, se somente SMS, comoacidentes de trabalho, leptospirose e ttano, se SMS e SES, como Chagas, Coqueluche e

    Febre Tifoide, ou se SMS, SES e ainda ao MS, que so emergncias como as doenas

    febris hemorrgicas (re)emergentes, como o caso do Ebola.

    O que define a entrada da doena nessa lista de notificao sua magnitude, potencial de

    disseminao, transcendncia (relevncia), vulnerabilidade, compromissos internacionais

    que determinam sua erradicao ou controle e a ocorrncia de emergncia de sade

    pblica, como epidemias e surtos.

    Os dados coletados so includos no Sistema Nacional de Agravos Notificveis (SINAN).

    Os municpios e estados podem acrescentar doenas nessa lista, desde que com devida

    justificativa e que no venha sobrecarregar o SINAN desnecessariamente.

    O fato de ter Carter Compulsrio implica responsabilidades para os cidados e obrigao para

    os profissionais de sade.

    A notificao deve ser feita simples suspeita, deve ser sigilosa e deve haver a notificao

    negativacaso no ocorra a doena.

    CONCEITOS EPIDEMIOLGICOS

    Populao em risco: que est suscetvel a certa doena ou agravo. o denominador dos clculos de

    prevalncia e incidncia.

    Incidncia:N de novos casos de doena durante um perodo de tempo. Expressa o risco de tornar-

    se doente.

    Taxa de Incidncia:

    Densidade de Incidncia: o denominador conta o total de tempo livre da doena de todos os

    participantes do estudo, de forma aproximada.

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    Incidncia Cumulativa: o denominador a populao em risco no incio do estudo e no muda.

    Mais simples, til para a divulgao de informaes.

    Taxa de ataque:termo frequentemente usado para indicar a incidncia durante uma epidemia.

    Prevalncia: N de casos existentes em um ponto do tempo. Calcula a probabilidade de estar

    doente.

    Taxa de Prevalncia:

    Obs:A relao entre prevalncia e incidncia pode variar de acordo com o tipo da doena a depender

    da letalidade, durao e n de novos casos.

    Em doenas mais frequentes e de menor durao, como a gripe, a incidncia maior que a

    prevalncia. Em doenas de curso mais longo, mas menos frequentes, como o diabetes, a

    prevalncia ser maior que a incidncia.

    Se no h resolutividade e nem grande letalidade, como no caso do diabetes e da hipertenso,

    Letalidade:mede a severidade de uma doena. ()

    Mortalidade: pode ser geral (

    ) ou padronizada por idade, sexo, etc. Ex:

    mortalidade, infantil, materna, entre adultos, at 5 anos, etc.

    teis para doenas de grande letalidade.

    Morbidade: conjunto de determinadas doenas ou agravos.

    Expectativa de vida:N de anos que se espera viver se as taxas atuais de morbimortalidade foremmantidas.

    Fatores de risco: hbitos pessoais ou exposio ambiental associada ao aumento da probabilidade

    de ocorrncia de alguma doena.

    Risco relativo (RR): N de vezes que a pessoa exposta a certo fator de risco tem de chances de

    desenvolver a doena a mais do que a pessoa no exposta.

    Epidemia: ocorrncia de um nmero de casos acima do esperado. Deve ser especificado perodo,

    regio geogrfica e populao. Endemia: doena que apresenta padro de ocorrncia estvel em determinada rea ou grupo

    populacional.

    Pandemia:epidemia com larga distribuio geogrfica, atingindo pases e continentes.

    Surto:ocorrncia de dois ou mais casos epidemiologicamente relacionados que acontecem em um

    espao geogrfico delimitado.

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    Problema 6: Pesquisa: Base para a evoluo da humanidade

    1. Entender a importncia da pesquisa na formao acadmica e na prtica mdica.

    2. Definir Projeto de Pesquisa Multicntrico.

    3.

    Compreender como se articula um projeto de pesquisa, tendo em vista diferentes as

    metodologias e os tipos de desenhos de estudos.4.

    Conhecer as instituies de fomento pesquisa.

    PESQUISA:Investigao e estudo, minuciosos e sistemticos, com o fim de descobrir fatos relativos a

    um campo do conhecimento (Aurlio, 2008).

    Minuciosos e sistemticos: seguem uma Metodologia Cientfica.

    Descobrir fatos: responder questes e produzir conhecimento.

    Objetivo: melhorar o conhecimento (pesquisa pura) ou aplicar o conhecimento com determinadoobjetivo (pesquisa aplicada).

    Projeto de pesquisa:

    Traar um objetivo com o que se pretende descobrir.

    Decidir o tema, delimit-lo, formular um problema.

    A formulao do problema deve ser em forma de pergunta, clara e precisa. Para isso,

    aconselhvel definir operacionalmente os conceitos.

    bom que o problema seja emprico, isto , pode ser estudado objetivamente, suscetvel a

    uma soluo e vivel de ser pesquisado.

    Construir uma hiptese: soluo pergunta do problema.

    Deve haver relaes entre as variveis.

    O pesquisador deve ter conhecimentos prvios (experincia) e genialidade.

    Determinar a metodologia e o desenho de estudo mais adequado para responder a tal

    pergunta.

    Selecionar instrumentos da pesquisa e test-los.

    Planejamento dos aspectos extracientficos: Recursos humanos, materiais e financeiros,

    tempo a ser gasto.

    Execuo da pesquisa:

    Seleo da amostra.

    Coleta de dados.

    Elaborao dos dados: seleo crtica, classificao em categorias e tabulao dos dados em

    tabelas ou grficos.

    Anlise e interpretao.

    Anlise:evidencia a relao entre as variveis dependentes e independentes.

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    Interpretao:expe o significado dos dados apresentados em relao ao objetivo exposto.

    Concluso.

    Relatrio.

    Obs:Problemas Cientficos so aqueles que envolvem variveis que podem ser testadas.

    PROJETO DE PESQUISA MULTICNTRICO: projeto conduzido de acordo com protocolo nico em vrios

    centros de pesquisa, realizadas por um pesquisador responsvel em cada centro. Existe um centro

    coordenador que quem faz o cadastro inicial do projeto no Comit de tica em Pesquisa(CEP).

    METODOLOGIAS DE PESQUISA

    Quanto aos objetivos: exploratria, descritiva ou explicativa.

    Quanto forma de abordagem:

    Qualitativa: avalia a qualidade das informaes, a percepo dos atores sociais. descritiva, no faz

    uso de mtodos e tcnicas estatsticas.

    Quantitativa: utiliza medidas e estatstica. Busca resultados quantificveis.

    Quanto ao mtodo cientfico:

    Indutivo:a partir de dados particulares ou observaes, infere-se uma verdade geral.

    Dedutivo:a partir de duas proposies verdadeira e relacionadas, conclui-se uma 3 proposio,

    tambm verdadeira.

    DESENHOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLGICOS

    Tipos de Estudo

    Observacionais

    Descritivos

    Analticos

    Ecologico

    Transversal

    Caso-Controle

    Coorte

    ExperimentaisEnsaio ClnicoRandomizado

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    Observacionais: o investigador mede sem intervir.

    Descritivo: limita-se a descrever a ocorrncia da doena, sem fazer comparaes. Seriam os Relatos

    de Casos e Srie de Casos.

    Analticos: aborda a relao da sade com outras variveis, para testar hipteses.

    Ecolgico (ou de Correlao): analisa dados globais, secundrios, como mortalidade,

    prevalncia e incidncia, de uma populao inteira, fazendo comparaes para testar hipteses.

    O grande problema o risco de falcia ecolgica, que seria a generalizao de uma

    caracterstica que no se aplica a certos grupos dentro daquela populao.

    Transversal (de Prevalncia ou Seccional): um estudo que mede a prevalncia da doena e

    serve para comparar com a exposio ao fator de risco. fcil, econmico e de durao curta.

    Pode ocorrer a causalidade reversa, em que no se sabe exatamente se o fator de exposio

    veio antes ou depois do aparecimento da doena.

    Caso-controle: estudo longitudinal retrospectivo, que parte da doena (desfecho) para seanalisar a exposio ao fator de risco. Tem-se dois grupos semelhantes, com a nica diferena

    sendo a presena ou no da doena. til para investigar doenas raras. Pode sofrer vis de

    seleo e vis de memria.

    Coorte: estudo longitudinal prospectivo, tem longa durao, complexidade e custo. Parte de

    dois grupos de pessoas separadas pela exposio a algum fator de risco. Estuda o surgimento da

    doena e o desfecho, relacionando com a exposio. til para analisar causas incomuns. Pode

    haver perda do acompanhamento dos participantes.

    Experimentais: testa mudar os determinantes de uma doena. Os efeitos da interveno so medidos

    comparando o desfecho dos grupos experimental e controle. Possui implicaes ticas.

    Ensaio Clnico Randomizado: longitudinal e prospectivo. Analisa intervenes na sade de

    alguns pacientes em particular. Possui alta credibilidade quando os pacientes so separados de

    forma randmica (aleatria) e a observao duplo-cega. Seu custo elevado e pode sofrer

    vis de confuso.

    INSTITUIES DE FOMENTO PESQUISA

    CNPq: Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico

    Agncia do Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT).

    Fomento pesquisa e formao de recursos humanos em pesquisa.

    Bolsas: para alunos de ensino mdio, graduao, ps-graduao, recm-doutores e

    pesquisadores experientes. Podem ser no Brasil ou no Exterior, individuais ou por quotas.

    Auxlios: subsdio a publicaes cientficas, intercmbios cientficos, apoio a projetos de

    pesquisa por meio de editais ou chamadas.

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    Plataforma Integrada Carlos Chagas:contm as informaes sobre as bolsas, auxlios e demais

    processos de projetos.

    Plataforma Lattes:base de dados de Currculos de pesquisadores, de grupos de pesquisa e de

    instituies.

    FAPs: Fundaes de Amparo Pesquisa.

    Esto ligadas aos governos estaduais, presente em 21, das 27 unidades federativas.

    Promove o financiamento de pesquisa e a concesso de bolsas.

    Em Minas Gerais, existe a FAPEMIG.

    CAPES:Coordenao de Aperfeioamento de Pessoas de Nvel Superior.

    Expanso e consolidao da ps-graduao stricto sensu (mestrado e doutorado).

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    Problema 7: Sade baseada em evidncias: elo entre a boa pesquisa cientfica e

    a prtica.

    1. Compreender o que evidncia e sua importncia para a prtica clnica.

    2. Estudar os principais protocolos clnicos.

    3.

    Compreender o que sade/medicina baseada em evidncias.

    PRTICAS CLNICAS BASEADAS EM EVIDNCIAS

    Uso consciencioso e criterioso das melhores evidncias cientficas existentes para tomar uma

    deciso sobre cuidados de um paciente.

    Utiliza ferramentas da epidemiologia clnica, estatstica, metodologia cientfica e informtica

    para unir as pesquisas e conhecimentos disponveis para o uso na tomada de decises.

    4 passos:

    1.

    Formulao de uma pergunta clnica que contenha a situao do paciente e o desfecho de

    interesse. Ela deve ser classificada quanto ao tipo: sobre etiologia da doena, diagnstico,

    tratamento, prognstico ou preveno, para ento se decidir qual o melhor tipo de estudo a ser

    buscado.

    2. Busca de artigos relevantes, iniciando pelo maior nvel de evidncia para o objetivo em questo.

    3.

    Avaliao crtica da literatura (relevncia, confiabilidade e aplicao dos resultados na clnica).

    4.

    Aplicao prtica: deciso clnica.

    A medicina baseada em evidncias (MBE) no garante certeza de resultado, mas diminui apossibilidade de erro. D prioridade a ensaios clnicos no lugar de teorias fisiopatolgicas.

    Evidncia orientada para o paciente (POEM): analisa condies como mortalidade, morbidade

    e qualidade de vida. Os estudos no menos numerosos, mas mais relevantes para a prtica

    clnica.

    Evidncia orientada para a doena (DOE): analisa as condies em termos da fisiopatologia,

    patologia clnica, farmacologia e etiologia.

    A filosofia da BEM se aproxima da metodologia do PBL, pois formam profissionais com esprito

    crtico e aptos a manterem o processo de educao continada.

    NVEIS DE EVIDNCIA

    o que orienta a elaborao dos graus de recomendao de condutas mdicas e refletem o

    grau de certeza e clareza de um estudo. O Nvel de Evidncia varia conforme as inmeras classificaes e

    de acordo com o objetivo do problema.

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    No geral, pode-se classificar os estudos descritivos, como Relatos de Casos, em Evidncia Fraca.

    Estudos observacionais analticos possuem Evidncia Mediana, possuindo ordem crescente dos estudos

    Transversais, Caso-Controle e Coorte. Os Ensaios Clnicos Randomizados possuem Evidncia Forte. As

    Revises Sistemticas e Metanlises so os que possuem as mais altas evidncias.

    Reviso sistemtica: rene de forma organizada resultados de pesquisa clnica de boaqualidade.

    Metanlise: a soma de dois ou mais estudos clnicos muito semelhantes, que acompanha

    algumas revises sistemticas.

    PROTOCOLOS CLNICOS

    So manuais para auxiliarem os mdicos nas tomadas de deciso.

    Estabelecem os critrios diagnsticos de cada doena, o algoritmo de tratamento e

    monitoramento clnico. Geralmente so feitos baseados em evidncias cientficas e prticas de consenso. So

    racionalizados para que fique prtica sua utilizao no dia-a-dia.

    Permitem maior segurana e qualidade na assistncia, ao reduzir a variabilidade da conduta

    clnica e, assim, as chances de erro.

    O mdico no perde sua autonomia de deciso, tendo em vista tambm que cada paciente um

    indivduo nico. No entanto, a prtica baseada em protocolos protegem os mdicos de

    acusaes como negligncia ou m prtica.

    Os Protocolos Clnicos e Diretrizes Teraputicas (PCDTs), elaborado pelo MS em parceria com o

    Hospital Alemo Oswaldo Cruz, so um conjunto de protocolos de vrias doenas determinados porPortarias especficas. So desenvolvidos por um grupo multiprofissional e multinacional cujos

    participantes possuem treinamento em Epidemiologia e conhecimento de Medicina Baseada em

    Evidncias.