RESUMO 1[1]

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A DOCÊNCIA, AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E A HUMILHAÇÃO: CONCEITO E PRÁTICA 1JESSICA DAVID MENDONCA, 2BETHÂNIA CABRERA DE SOUZA, 3ROSA MONICA MATIAS, 4NEIDE BRITO CARBELIM, 5JORGE ANTÔNIO VIEIRA 1Discente do Curso de Psicologia UNIPAR/Umuarama, bolsista do PIBIC/UNIPAR 2Discente do Curso de Psicologia UNIPAR/Umuarama, participante do PIC/UNIPAR 3Discente do Curso de Pedagogia UNIPAR/Umuarama, participante do PIC/UNIPAR 4Discente do Curso de Psicologia UNIPAR/Umuarama, bolsista do PIBIC/UNIPAR 5Docente da UNIPAR/Umuarama, orientador dos programas PIBIC/UNIPAR e PIC/UNIPAR Introdução: O trabalho é resultado de uma pesquisa participante do PIBIC sobre a humilhação, fenômeno recorrente na pratica docente atual e um tipo de violência que fere a honra (ALENCAR; LA TAILLE, 2007). A humilhação é pesquisada por diversos pesquisadores: Alencar (2007); La Taille (1996); Araújo (1998); Coleta e Miranda (2002). Objetivos: Investigar a humilhação como fenômeno da relação interpessoal entre professores e estudantes, em relação a ética docente. Métodos: Pesquisa bibliográfica; aplicação de entrevistas semiestruradas em cinco professores da rede pública de ensino fundamental/médio. Resultados: Na coleta de dados há uma discrepância de sentidos entre as compreensões dos docentes sobre humilhação. Os sujeitos compreendem a humilhação associado à vergonha e os relatos mostram que a prática da humilhação é uma estratégia pedagógica, embora seja negada, e também é relacionada como prática de alunos. Todos os entrevistados concordam que a prática da humilhação fere a ética profissional e o respeito é a melhor forma de mostra autoridade. Referente a práticas punitivas em alunos que cometessem delitos, nos relatos houve divergências de sentidos, consideradas como merecedoras ou não, os relatos mostram que a humilhação causa consequências danosas e não é repreendida por aqueles que assistem o fenômeno. Discussão: A humilhação consiste em gerar no outro o sentimento de inferioridade e rebaixamento moral e da honra, geralmente ocorre de maneira consciente e intencional, resultando de uma vontade de ser superior ao outro (LA TAILLE, 1996). O professor que humilha os alunos busca mostrar que possui o comando da sala, porém não relaciona a humilhação como ataque a honra, mas sim com vergonha, pois a vergonha surge a partir do

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A DOCÊNCIA, AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E A HUMILHAÇÃO: CONCEITO E PRÁTICA 

  

1JESSICA DAVID MENDONCA, 2BETHÂNIA CABRERA DE SOUZA, 3ROSA MONICA MATIAS, 4NEIDE BRITO CARBELIM, 5JORGE ANTÔNIO VIEIRA    

  

1Discente do Curso de Psicologia UNIPAR/Umuarama, bolsista do PIBIC/UNIPAR 

2Discente do Curso de Psicologia UNIPAR/Umuarama, participante do PIC/UNIPAR 

3Discente do Curso de Pedagogia UNIPAR/Umuarama, participante do PIC/UNIPAR 

4Discente do Curso de Psicologia UNIPAR/Umuarama, bolsista do PIBIC/UNIPAR 

5Docente da UNIPAR/Umuarama, orientador dos programas PIBIC/UNIPAR e PIC/UNIPAR 

  

Introdução: O trabalho é resultado de uma pesquisa participante do PIBIC sobre a humilhação, fenômeno recorrente na pratica docente atual e um tipo de violência que fere a honra (ALENCAR; LA TAILLE, 2007). A humilhação é pesquisada por diversos pesquisadores: Alencar (2007); La Taille (1996); Araújo (1998); Coleta e Miranda (2002). 

Objetivos: Investigar a humilhação como fenômeno da relação interpessoal entre professores e estudantes, em relação a ética docente. 

Métodos: Pesquisa bibliográfica; aplicação de entrevistas semiestruradas em cinco professores da rede pública de ensino fundamental/médio. 

Resultados: Na coleta de dados há uma discrepância de sentidos entre as compreensões dos docentes sobre humilhação. Os sujeitos compreendem a humilhação associado à vergonha e os relatos mostram que a prática da humilhação é uma estratégia pedagógica, embora seja negada, e também é relacionada como prática de alunos. Todos os entrevistados concordam que a prática da humilhação fere a ética profissional e o respeito é a melhor forma de mostra autoridade. Referente a práticas punitivas em alunos que cometessem delitos, nos relatos houve divergências de sentidos, consideradas como merecedoras ou não, os relatos mostram que a humilhação causa consequências danosas e não é repreendida por aqueles que assistem o fenômeno. 

Discussão: A humilhação consiste em gerar no outro o sentimento de inferioridade e rebaixamento moral e da honra, geralmente ocorre de maneira consciente e intencional, resultando de uma vontade de ser superior ao outro (LA TAILLE, 1996). O professor que humilha os alunos busca mostrar que possui o comando da sala, porém não relaciona a humilhação como ataque a honra, mas sim com vergonha, pois a vergonha surge a partir do 

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olhar do outro e em uma perspectiva negativa, gera sentimento de inferioridade (ARAÚJO, 1998). A humilhação pode ocorrer por defesa, pois o humilhador nem sempre assume a culpa (COLETA; MIRANDA, 2002), o que justifica o fato dos docentes negarem a humilhação e apenas visualizarem a prática entre alunos, afirmando que usam de outros métodos, como o respeito, para mostrarem autoridade, além de consideraram a prática como algo que fere a ética profissional, segundo Alencar e La Taille (2007), a falta de respeito gera humilhação. Quanto às práticas punitivas que não são consideradas humilhantes e sim merecedoras, esses autores explicam que é comum não se condenar a humilhação por achar que vítima mereceu a mesma, e a omissão pública frente à humilhação é um fator recorrente. A humilhação traz consequências danosas para o desenvolvimento pessoal e nas relações intersubjetivas, pois descontrói o auto respeito (ALENCAR; LA TAILLE, 2007). 

Conclusão: Os professores não se veem como praticantes de humilhação, não associam o fenômeno da humilhação com conceito de honra do sujeito, mas a associam com a vergonha. A humilhação desconstruí o auto respeito e o respeito mutuo e a prática da humilhação tem se mostrado prejudicial ao desenvolvimento humano.  

  

 

  

Referências:  

ALENCAR, H. M.; LA TAILLE, Y. Humilhação: o desrespeito no rebaixamento moral. Arquivos brasileiros de psicologia. v. 59, n. 2, 2007. 

ARAUJO, U. F. O sentimento de vergonha como regulador moral. Tese de doutorado. São Paulo: IP/USP, 1998. 

LA TAILLE, Y. Os conceitos de humilhação em crianças de 7 e 12 anos de idade. In: TRINDADE, Z. A.; CAMINO, C. Cognição social e juízo moral. Rio de Janeiro: ANPEPP, 1996. 

COLETA, J. A. D.; MIRANDA, H. C. N. Rebaixamento cognitivo, a agressão verbal e outros constrangimentos e humilhações: o assédio moral na educação superior. [2002?]