RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS: TESTES DE...
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RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS:
TESTES DE SENSIBILIDADE
Em 1928, Alexander Fleming observou a inibição do crescimento
de S. aureus ao redor das colônias de um fungo (Penicillium
notatum) que havia contaminado a placa.
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RESISTÊNCIA INTRÍNSECA OU ADQUIRIDA:
Emprego generalizado e indiscriminado de antibióticos
Originada por mutação ou transferência genética
MUTAÇÕES: mutações pontuais, transposição de segmentos
de genes, inserções, deleções, inversões
TRANSFERÊNCIA GENÉTICA: plasmídeos, bacteriófagos,
transposição de genes (do plasmídeo para o cromossomo)
MECANISMOS DE RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS
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As bactérias se tornam resistentes por meio de 4 mecanismos: I
I. Destruição ou inativação da droga por enzimas bacterianas
As β-lactamases destroem o local de ligação dos antimicrobianos
β-lactâmicos (proteínas de ligação da penicilina ou PLPs).
Ex. Staphylococcus aureus e penicilinas.
II. Prevenção da penetração dentro do MO (contra tetraciclinas)
Ocorre alteração na porina específica da membrana celular.
Bacilos Gram-negativos à penicilina, eritromicina, clindamicina e
vancomicina e pela resistência de Pseudomonas aeruginosa ao
trimetoprim e imipenem.
.
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III. Alteração dos sítios alvos das drogas (troca de aas contra
macrolídeos)
Staphylococcus aureus resistente à oxacilina e estafilococos
coagulase-negativos resistente à antibimicrobianos β-lactâmicos.
Um gene transportado por plasmídeo ou por transposon codifica uma
enzima que inativa os alvos ou altera a ligação dos antimicrobianos
como ocorre com eritromicina e clindamicina.
IV. Efluxo rápido (ejeção) que bombeia a droga para fora da
célula antes do efeito iniciar.
A resistência às tetraciclinas codificada por plasmídeos em
Escherichia coli resulta deste efluxo ativo.
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PLAMÍDEOS E TRANSPOSONS
Plasmídeo são fragmentos de DNA auto-replicantes, circulares,
contendo genes.
Fatores R (resistência): De importância médica. Plasmídeos que
transferem características de resistência à antibióticos, metais
pesados e toxinas celulares.
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TESTES DE SENSIBILIDADE MICROBIANA
O padrão de sensibilidade de muitos microrganismos geralmente
é previsível.
O médico deve saber a sensibilidade de um patógeno antes do
tratamento por antibióticos.
Após a identificação do patógeno (gênero e espécie) é
fundamental a determinação da terapia.
A susceptibilidade de um MO pode mudar com o tempo ou
mesmo durante a terapia.
A freqüência de antibióticos no ambiente hospitalar e na
comunidade aumentou a resistência de muitos patógenos
importantes em humanos como Staphylococcus aureus e
Neisseria gonorrhoeae.
Os testes de susceptibilidade são indicados quando:
(1) O microrganismo envolvido é frequentemente resistente às
drogas antimicrobianas (ex. bactérias gram-negativas
entéricas);
(2) Um processo infeccioso é mortal se não tratado
especificamente;
(3) Em certas infecções que requerem o uso de drogas que são
rapidamente bactericidas.
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DUAS CATEGORIAS DE TESTES
Diluição em Caldo de CulturaMétodo do disco de difusão
Qualitativos (disco de difusão) Quantitativos (valor CIM ou MIC)
Fita com gradiente: Etest
TESTE DE DIFUSÃO EM DISCO
Utiliza um disco com papel de filtro impregnado com
antimicrobiano colocado sobre o ágar.
A leitura da área de inibição é feita com medição do diâmetro (Ø)
do halo em milímetros.
Três categorias de resultados
são utilizados:
Sensível
Sensibilidade intermediária
Resistente
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São armazenados sob refrigeração (2 a 8° C) e possuem validade
de um ano. Antes do uso manter fora da geladeira de 1 a 2 horas.
Ambas as faces são impressas com a sigla do antibiótico,
separados em cores de acordo com seu grupo.
Os discos para antibiogramas são acondicionados em cartuchos
com 50 unidades cada, em uma embalagem protegida contra a
umidade por sílica.
Antibiótico Concentração em disco (µg)
Amicacina 30
Amoxicillina 25
Ampicillina 10
Azitromicina 15
Bacitracina 130
Cefaclor 30
Cefalexina 30
Clindamicina 2
Eritromicina 5
Gentamicina 10
Imipenem 10
Rifampicina 2
Tetraciclina 10
Trimetropim 2,5
Vancomicina 30
As concentração são conforme as indicações da NCCLS
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Meios padronizados proporcionam resultados reproduzíveis.
O ICSST (International Collaborative Study of Susceptibility Testing)
recomenda que o meio deverá:
Ter alta qualidade,
Possibilitar o crescimento da maioria dos patógenos
Não ser antagonista dos agentes antimicrobianos empregados
Deverá ser isotônico
Não alterar o pH significativamente durante o crescimento
microbiano.
FATORES QUE INFLUENCIAM O TESTE
MEIO DE CULTURA
Ágar Mueller-Hinton (método Kirby-Bauer) NCCLS (National
Committee for Clinical Laboratory Standards)
Streptococcus, S. aureus e E. coli necessitam de piridoxina;
Sangue lisado para Neisseria spp. e Streptococcus.
MEIO DE CULTURA
Afeta o Ø do halo, ou seja, um meio com pouca profundidade
aumenta a difusão e o tamanho do halo.
Ideal 25 mL de meio em placa de 90 mm de Ø, ou 4 mm de
profundidade.
PROFUNDIDADE DO ÁGAR
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Em média o pH deverá ser estável em torno de 7,2 a 7,4.
Aminoglicosídeos, macrolídeos, lincomicina, e cefalosporinas =
melhor em pH alcalino.
Tetraciclina, meticilina, novobiocina e pirazinamida = melhor em pH
ácido.
Para evitar que o inóculo cresça antes da colocação do disco ou
ocorrer a pré-difusão do antimicrobiano, o inoculo deverá:
Ser semeado após 15 minutos da preparação da placa de ágar.
Aguardar mais 15 minutos e colocar o disco.
Passados mais 15 minutos, incubar com as placas invertidas.
pH
PRÉ-DIFUSÃO E PRÉ-INCUBAÇÃO
Procedimentos padrões requer o uso de concentrações
padronizadas de inóculo em solução salina estéril.
Utiliza-se uma escala de Mac Farland de 0,5 para comparação visual.
Nesta escala há aproximadamente 1,5 x 108 unidades formadoras de
colônias (UFC)/mL.
Umedecer um swab na solução com bactérias padronizada e semear
na placa de Mueller-Hilton.
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TESTE DE DIFUSÃO EM DISCO
Após a semeadura, adicionar os discos de antibióticos.
As placas são incubadas de 30 a 37C, com leitura de 16 a 24
horas, com ou sem CO2 (dependendo do patógeno).
Uma placa de 90 mm poderá ter 6 discos, um representante de
cada classe e a escolha é pelo menos ativo.
Utilizar uma cepa padrão como controle (S. aureus NCTC 6571; E.
coli NCTC 10418).
MÉTODO QUALITATIVO DO DISCO DE DIFUSÃO
Sensibilidade ao antibiótico numa
concentração fixa em disco
SR
Zona de inibição
Zona de inibição=
Sensível ao quimioterápico.
Sem halo ou zona de
inibição= Resistente.
Determinação do diâmetro do halo de
inibição
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Sensíveis: As bactérias são sensíveis às doses comuns.
Resistente: Não é provável que as
bactérias respondam à terapêutica com o antibiótico.
Sensibilidade intermediária ou Sensibilidade
Dose Dependente (SDD): Depende da
concentrações alcançadas no sítio infeccioso ou
se o MO é sensível à terapêutica de infecções
sistêmicas no caso de altas doses do antibiótico.
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Cepa bacteriana resistente (?????????????)
Ao invés de disco, usa-se uma fita graduada contendo
antimicrobiano. Determina:
Sensibilidade ao antibiótico;
Concentração de antibiótico: MIC=Concentração Inibitória Mínima*
QUANTITATIVOS: Etest
*Concentração inibitória mínima (MIC): concentração que resulta
em 99% de inibição (mínimo que deve atingir o sítio de ação).
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Campana et al., 2011
Cultura
em caldo
Cultura em caldo + Tetraciclina µg/mL
1248163264
MIC= 4 µg/mL
Determinada com uma mistura da droga antimicrobiana + meio
líquido + inóculo padronizado.
O teste em caldo determina a Concentração Inibitória Mínima
de uma droga (CIM ou MIC).
TESTES DE DILUIÇÃO EM CALDOS DE CULTURAS
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Podem ser usados em sistemas de automação ou
de leitura de placa de ELISA.
Suscetibilidade ao voriconazol de espécies Candida a um agente
antifúngico.
Discos impregnados com 1 µg de voriconazol são usados para
testar a suscetibilidade de leveduras.
Concentração Inibitória Mínima
(CIM em µg/mL)
Suscetível
(S)
Suscetibilidade
Dose-dependente (S-DD)
Resistente
(R)
≤ 1,0 2,0 ≥ 4,0
Difusão do Disco
(zona de diâmetro em mm)
Suscetível
(S)
Suscetibilidade
Dose-dependente (S-DD)
Resistente
(R)
≥17 14-16 ≤ 13