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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL ROSIMARI BONISSONI RESÍDUOS MADEIREIROS EM SERRRARIAS DE DOIS MUNICÍPIOS DO MÉDIO NORTE DE MATO GROSSO CUIABÁ MT 2017

Transcript of RESÍDUOS MADEIREIROS EM SERRRARIAS DE DOIS MUNICÍPIOS DO ... · Ao Mario, por ser tão...

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

ROSIMARI BONISSONI

RESÍDUOS MADEIREIROS EM SERRRARIAS DE DOIS

MUNICÍPIOS DO MÉDIO NORTE DE MATO GROSSO

CUIABÁ – MT

2017

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ROSIMARI BONISSONI

RESÍDUOS MADEIREIROS EM SERRARIAS DE DOIS

MUNICÍPIOS DO MÉDIO NORTE DE MATO GROSSO

Orientadora: Profª. Zaíra Morais dos Santos

Hurtado de Mendoza

Monografia apresentada à Disciplina de Trabalho de Curso do Departamento de Engenharia Florestal, Faculdade de Engenharia Florestal – Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal.

CUIABÁ-MT

2017

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AGRADECIMENTOS

À Deus por ter-me dado saúde, coragem e sabedoria para enfrentar

os obstáculos, permitindo-me seguir sempre em frente e jamais desistir.

À Universidade Federal de Mato Grosso, todo corpo docente, em

especial os docentes da Faculdade de Engenharia Florestal, direção e

técnicos, pela oportunidade de realizar este trabalho e pelo aprendizado e

conhecimento adquirido.

À professora Zaíra, pela amizade, pela orientação, dedicação,

paciência e por todo aprendizado durante a graduação.

À Dani, pela amizade, pela paciência, pelo apoio e suporte, por ter

aceitado compor a banca.

Ao Tiago, pela ajuda, paciência e suporte no desenvolvimento

deste estudo.

Ao professor Pedro, por todo aprendizado, por aceitar a participar

da banca examinadora.

À professora Daniele, pela ajuda, pelo suporte e por ceder espaço

para a realização desse trabalho.

Aos meus pais, que sempre me apoiaram e torceram muito pelo

meu sucesso.

Aos meus irmãos Raquel, Richard e Gabriel, por todo amor,

incentivo e suporte nessa caminhada, eu os amo muito.

Ao Mario, por ser tão companheiro, por todo amor, por sempre me

ajudar, me incentivar e por ser paciente, por apoiar cada decisão minha, a

quem eu tenho um imenso amor.

À toda minha família, minha base, que sempre esteve ao meu lado

em cada passo dado.

Às minhas primas, Kelyn e Ellyn, bem como meus tios Elso e Rose,

por toda ajuda durante esses anos, pelo apoio, pelo companheirismo e amor

dedicado.

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Aos meus tios, Ricardo e Rita pela ajuda na coleta dos dados, todo

suporte e apoio.

Aos meus amigos, por compartilharem comigo momentos de

alegria, de tristeza, por estarem sempre comigo nessa caminhada, me

incentivando e me apoiando, vocês foram essenciais, obrigada!

E a todos, que, de alguma forma contribuíram para a conclusão de

mais uma etapa na minha vida, agradeço!

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................... 7

RESUMO ....................................................................................................... 8

ABSTRACT ................................................................................................... 9

1.INTRODUÇÃO .......................................................................................... 10

2.REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 12

2.1.RESÍDUOS FLORESTAIS .................................................................. 12

2.2.DESDOBRO DA MADEIRA E OS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ... 15

2.3. MATÉRIA – PRIMA ............................................................................ 19

3.MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................... 22

4.1. ORIGEM DAS TORAS ....................................................................... 25

4.2. ESPÉCIES UTILIZADAS ................................................................... 26

4.3. DIÂMETRO MÉDIO DAS TORAS ...................................................... 27

4.4. – MAQUINÁRIO UTILIZADO ............................................................. 27

4.5. – VOLUME DE RESÍDUO GERADO ................................................. 30

4.6. – TIPO DE RESÍDUO GERADO ........................................................ 32

4.7.- DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS ..................................................... 33

5.CONCLUSÕES ......................................................................................... 36

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 37

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA LEVANTAMENTO DOS

DADOS ........................................................................................................ 23

FIGURA 2 - ORIGEM DAS TORAS UTILIZADAS ........................................ 25

FIGURA 3 - PRINCIPAIS ESPÉCIES UTILIZADAS ..................................... 26

FIGURA 4 - DIÂMETRO MÉDIO DAS TORAS UTILIZADAS ....................... 27

FIGURA 5 - MAQUINÁRIO UTILIZADO PELAS SERRARIAS ..................... 28

FIGURA 6 - EQUIPAMENTO QUE MAIS GERA RESÍDUO ........................ 29

FIGURA 7 - PORCENTAGEM MÉDIO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS ...... 31

FIGURA 8 - TIPOS DE RESÍDUOS GERADOS PELAS SERRARIAS ........ 32

FIGURA 9 - DESTINAÇÃO DADA AOS RESÍDUOS DAS SERRARIAS ..... 34

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RESUMO

BONISSONI, Rosimari. Resíduos Madeireiros em serrarias de dois municípios do Médio Norte de Mato Grosso. 2017. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. Orientadora: Profª. Zaíra Morais dos Santos Hurtado de Mendoza.

Este trabalho teve como objetivo realizar o levantamento da geração de

resíduos em serrarias da região médio norte de Mato Grosso, através da

aplicação de questionários. O presente estudo foi realizado nos municípios de

Tapurah e Itanhangá, na Região Médio Norte do Estado de Mato Grosso. Para

a realização da pesquisa foi aplicado um questionário “in loco” na forma de

entrevista individual com os representantes de cada empresa. Foram colhidas

informações de 10 serrarias, contendo a produção, o tipo e a destinação dos

resíduos madeireiros, equipamentos utilizados no desdobro, e a quantidade

de resíduos gerado por cada uma destas. Foi possível levantar o percentual

médio de resíduos gerados, equipamentos utilizados, a destinação dada para

cada tipo de resíduos nas empresas, bem como a matéria prima utilizada. Os

resultados obtidos foram satisfatórios, pois todos os objetivos foram

alcançados. Através do estudo realizado, verificou-se que os proprietários

apresentavam dificuldades para realizar a destinação de seus resíduos.

Diante disso, recomenda-se a elaboração de planos informativos sobre o

descarte e aproveitamento de resíduos, contribuindo para a melhoria dessa

região.

Palavras-chaves: madeira, indústria madeireira, desdobro, destinação.

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ABSTRACT

BONISSONI, Rosimari. Resíduos Madeireiros em serrarias de dois municípios do Médio Norte de Mato Grosso. 2017. Monografia (Degree in Forestry Enginnering) – Federal University of Mato Grosso, Cuiabá-MT. Advisor: Professora Zaíra Morais dos Santos Hurtado de Mendoza.

This work had as objective realize the generation waste survey, in

sawmills at the medium north region of Mato Grosso, through of questionnaire

application. The present study was realized at Tapurah and Itanhangá

counties, at the north medium of Mato Grosso state. For conducting the

research was applied a questionnaire in loco at the format of individual

interview with the representatives of each company. The evaluated objectives

were: the production of wood residues, destination of residues, kinds of

generated residues, the equipment used at the breakdown and which one

generated more waste. Altogether were interviewed 10 sawmills. Through the

application of questionnaires was possible to collect the average percentage

of the generated waste, the machinery and the equipment used, the

destination given for each type of residues at the companies, as well the raw

material used. It is concluded that the results obtained through the application

of questionnaires were satisfied because all the objectives were reached.

However, as the data were not quantified, the results are not accurate, but only

an estimate reported by the owners of the timber industries. Through the study

realized, it was verified that the owners presented difficulties to carry out the

destination of their waste, knowing that, it is possible to prepare informative

plans on the disposal and use of waste, contributing to the improvement of this

region.

Key words: Wood, timber industry, unfolding, destination.

10

1.INTRODUÇÃO

Um volume significativo de resíduos é gerado anualmente pelas

indústrias de base florestal durante suas fases operacionais, uma

consequência direta do processamento primário ou secundário de toras de

madeira, independentemente do tipo de indústria madeireira. O baixo

rendimento no processamento da madeira nas empresas do setor madeireiro

no Estado do Mato Grosso, tem ocasionado o desperdício de uma enorme

quantidade de madeira, mesmo em pequenas serrarias ou marcenarias.

Grande parte dessas empresas, que utilizam madeira de florestas

nativas como matéria prima, se encontram em regiões próximas às florestas,

onde o acesso é precário, o que torna deficiente a fiscalização da destinação

correta dos resíduos produzidos. Devido à ausência de conhecimento dos

proprietários em relação as possíveis formas de aproveitamento e sobre como

descartar corretamente esses resíduos, algumas empresas acumulam

toneladas de resíduos madeireiros em seus pátios, ocasionando grandes

impactos ambientais.

Em razão da fiscalização deficiente, alguns proprietários acabam

limpando seus pátios de maneira irregular, transferindo para os arredores ou

incinerando, sem o devido controle ambiental, trazendo sérios problemas ao

meio ambiente.

A questão do aproveitamento de resíduos é muito discutida no meio

científico, principalmente devido a grande preocupação mundial com consumo

de recursos naturais, produção de resíduos e sua contribuição na emissão de

poluentes relacionada com aquecimento global, ocasionando pressões do

mercado para adequação ambiental. E existem diversas alternativas para a

destinação correta desses resíduos, seu uso pode ser aproveitado para fins

energéticos ou ser incorporados na fabricação de outros produtos, tais como

pelletes, painéis e chapas de madeira.

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O aproveitamento, é visto como uma alternativa muito eficiente e

tem contribuído para a racionalização dos recursos florestais. A destinação

desses resíduos de forma racional reúne vantagens ambientais e econômicas,

pois representa uma opção para diversificar e aumentar a renda do

empreendedor, além de contribuir para adequação ambiental do

gerenciamento de resíduos.

Algumas empresas, tem adotado tecnologias para aproveitar seus

descartes industriais, dessa forma conseguem aumentar o lucro da empresa,

garantindo-lhes diferenças econômicas, ao mesmo tempo que preservam sua

imagem junto à sociedade, contribuindo para a conservação e preservação do

meio ambiente.

O uso de questionários para realização de pesquisas no setor

madeireiro é visto como uma ferramenta útil na obtenção de dados. Após sua

aplicação, é possível criar um banco de dados da região em estudo para as

futuras tomadas de decisões, portanto de fundamental importância para

melhorias na gestão desse do setor madeireiro. Diante disso, o presente

estudo objetivou estudar a atual situação dos resíduos gerados pelas

serrarias, localizadas em dois municípios da Região Médio Norte do Estado

de Mato Grosso, através da aplicação de questionários.

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2.REVISÃO DE LITERATURA

2.1.RESÍDUOS FLORESTAIS

De acordo com o SEBRAE (2017), resíduos são as partes que

sobram de processos derivados das atividades humanas e animal e de

processos produtivos como a matéria orgânica, o lixo doméstico, os efluentes

industriais e os gases liberados em processos industriais ou por motores.

Resíduo florestal é definido como todo e qualquer material

resultante da colheita ou do processamento da madeira e/ou de outros

recursos florestais que permanece sem utilização definida ao longo do

processo, por limitações tecnológicas ou de mercados, sendo descartado

durante a produção (ULIANA, 2005).

Resíduos industriais florestais são definidos como os subprodutos

decorrentes do desdobro primário e secundário como também da utilização

da madeira (ARAUJO, 2003). Quirino (2004) define como resíduo das

indústrias de base madeireira as sobras que ocorrem no processamento

mecânico, físico ou químico, os quais não são incorporados ao produto final.

Tais resíduos apresentam diversas classificações. Os resíduos da

colheita florestal podem ser compostos por galhos, copa, casca, raiz, árvores

mortas, árvores abatidas acidentalmente, cepas, cipós, outras espécies não

arbóreas danificadas e/ou abandonadas. Os resíduos do processamento

mecânico da madeira podem conter costaneira, pó, serragem, maravalha,

cavaco, tocos, pontas e aparas; contaminados ou não por produtos químicos

do tratamento da madeira, cola, tinta e verniz. (ULIANA, 2005).

De acordo com Quirino (2004), os resíduos das madeireiras são

genericamente classificados como: cascas, aparas, cepilhos, serragem,

cavacos e cinzas produzidos ao longo do processo de produção.

Segundo Fontes (1994), com base nas suas características

morfológicas, os resíduos dessas indústrias são classificados como: cavacos

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- partículas com dimensões máximas de 50 × 20 mm, em geral provenientes

do uso de picadores; maravalhas - resíduo com menos de 2,5 mm; serragem

- partículas de madeira com dimensões entre 0,5 e 2,5 mm, provenientes do

uso de serras; pó - resíduos menores que 0,5 mm; lenha - resíduos de

maiores dimensões, composto.

Dutra; Nascimento; Numazawa (2005), classificaram os resíduos

da indústria madeireira como:

a) Serragem – resíduos originados da operação de serras, encontrados

em todos os tipos de indústrias madeireiras e moveleiras, com exceção

das laminadoras de toras;

b) Cepilho – também muito conhecido por maravalha, resíduos gerados

pelas plainas nos processos de serrarias ou marcenarias. Após certos

processos que também serão aplainados, a madeira será utilizada na

fabricação de móveis, portas, janelas, pisos, forros, e estruturas para

telhados;

c) Lenha – típico dos resíduos de maiores volumes e com uma tendência

em gerar novos produtos de menores dimensões. São gerados em

todas as madeireiras, e compostos da lenha: costaneiras, aparas,

refilos, topos de toras e restos de laminados.

Os resíduos são gerados ao longo de toda a cadeia produtiva. A

quantidade e os tipos gerados variam com as características da floresta,

da espécie, da natureza da matéria prima, do produto, do grau de

processamento, da eficiência do processo de transformação (ULIANA,

2005).

A quantidade e os tipos gerados, também podem variar de acordo

com os tipos de máquinas empregadas pela indústria, número de operações

do processamento, qualificação da mão-de-obra (ULIANA, 2005).

A maior quantidade de resíduos gerados é uma consequência do

desdobro primário e secundário das toras. O volume de resíduos gerados

pode-se expressar como a diferença entre o volume de madeira em toras que

entra na serraria e o volume de madeira serrada produzida. Considerando-se

os resíduos gerados pelo processo produtivo, como cascas, costaneiras,

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refilos, aparas e serragem, seria irracional não promover o aproveitamento

máximo desses subprodutos do beneficiamento primário da madeira. Tais

resíduos, em um primeiro momento, são tidos como rejeitos no processo, mas

seguramente podem sair da serraria como matéria-prima para produção de

pasta e celulose e chapas de composição, bem como promover a

autossuficiência energética da própria indústria (FONTES, 1994).

Segundo Machado (2014), com a sanção da Política Nacional de

Resíduos Sólidos, todos que trabalham no setor das indústrias de madeiras

precisam dar uma destinação final ambientalmente adequada para seus

resíduos. Seja qual for a solução técnica adotada por essas empresas, ela

deve obedecer a ordem de prioridade no gerenciamento de resíduos

estabelecida pela Lei 12.305/2010 Art. 9°, que diz:

“Art.9º Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos,

deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração,

redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos

e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

§ 1º Poderão ser utilizadas tecnologias visando à

recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que

tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com

a implantação de programa de monitoramento de emissão de

gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.

§ 2º A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as

Políticas de Resíduos Sólidos dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios serão compatíveis com o disposto no caput e no §

1o deste artigo e com as demais diretrizes estabelecidas nesta

Lei.’’

A reciclagem ou o reaproveitamento é uma oportunidade de

transformar em novos produtos, os resíduos normalmente considerados como

lixo. Como exemplo, a fabricação de móveis e objetos de madeira, fabricação

de briquetes e pellets, dentre outros. Esse processo é uma importante fonte

de faturamento para a indústria, uma vez que reduz os gastos com deposição

e armazenagem (ZOLDAN e LIMA, 2012).

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A indústria madeireira, utiliza os resíduos (serragem, maravalha e

cascas) para gerar energia térmica ou elétrica através da queima, com a

finalidade de se obter uma fonte renovável de energia, capaz de substituir os

combustíveis fósseis tradicionalmente usados. A biomassa, nesse contexto

energético se estabelece como fonte de energia limpa e renovável

(VASCONCELLOS, 2002).

Um resíduo ligno-celulósico pode ser reutilizado como matéria-

prima em processos diferentes aos de origem, sendo transformados em

partículas e tornando-se materiais aglomerados, constituindo desse modo

placas a base de madeira. (ZOLDAN e LIMA, 2012).

Outra forma de aproveitamento dos resíduos é como combustível

sólido. O aproveitamento é realizado diretamente no processo ou beneficiado

com briquetagem, isto é, a compactação das partículas formando um briquete,

podendo tomar várias formas e medidas. Pode-se obter outras fontes de

reaproveitamento da biomassa, que são os resíduos ligno-celulósico que

podem ser retirados das cascas de árvores e de todos os seus derivados

(ZOLDAN e LIMA, 2012).

2.2.DESDOBRO DA MADEIRA E OS EQUIPAMENTOS

UTILIZADOS

Pode-se definir o desdobro como o primeiro estágio efetivo de

industrialização da madeira, na qual se obtém diversos produtos em seções

típicas para cada aplicação. É uma operação que permite um melhor

aproveitamento da madeira, além de lhe conferir maior versatilidade para

inúmeros usos (REMADE, 2013).

Segundo Ponce (1993), o desdobro é o processo onde as toras são

convertidas em produtos úteis de madeira, através da aplicação de um ou

mais processos mecânicos, que as transformam em peças menores, dando-

lhes forma, tamanho e superfície requeridos para cada um de seus usos.

De acordo com Menezes (1998), o desdobro é um processo

eficiente e proveitoso que permite obter maior volume de material útil e valioso

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da tora através de processos mecânicos, de forma a satisfazer especificações

de qualidade, dimensões e acabamento.

Rocha (2002), afirma que o desdobro principal é realizado com

equipamentos pesados e necessitam de uma grande quantidade de energia,

onde sua principal função é reduzir o tamanho das toras em peças de fácil

trabalhabilidade as quais serão serradas novamente em operações

secundárias. Segundo o autor, no desdobro principal, as toras podem ser

transformadas em blocos, semi-blocos, pranchões, pranchas, tábuas ou

quando realizado o destopo ainda no pátio de toras, toras de comprimento

menor. Normalmente, neste desdobro as serras são classificadas como serras

alternativas ou de quadro, serras de fita, serras circulares e serras

destopadeiras.

O desdobro secundário é realizado logo após o desdobro principal.

É nessa etapa que as peças têm o seu tamanho reduzido ou até mesmo

adquirem seu tamanho final. As serras circulares são as mais utilizadas para

o desdobro secundário. Em algumas operações, é comum o uso de serras

fitas de pequeno porte (ROCHA, 2002).

As operações de desdobro secundário são divididas em:

resserragem, onde a espessura da peça que saiu do desdobro principal é

diminuída, geralmente feita por serras circulares duplas; refilo ou canteagem,

que é realizado para diminuir a largura das peças; destopo, onde as peças

ganham seu comprimento final com a retirada de defeitos das extremidades

das peças; e o reaproveitamento, que é a operação de desdobro de peças já

consideradas resíduos (ROCHA, 2002).

As máquinas e equipamentos utilizados no desdobro principal são

serras de quadro ou alternativas; serras circulares; serras de fita e carro porta

toras. A utilização desses equipamentos é capaz de gerar produtos e

subprodutos, tais como: semiblocos, blocos, pranchões, tábuas, costaneiras,

serragem e cavacos (ROCHA, 2002).

A máquina mais versátil e mais empregada para o desdobro de

toras é a serra de fita (VITAL, 2008), pois desdobra toras de diâmetros e

densidades diferentes, com espessura de corte reduzida. Essa máquina

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exerce função imprescindível na serraria, pois é a primeira do fluxo produtivo

(ABREU et al, 2005).

Carmo (1999), afirma que dentre os diferentes modelos de serra de

fita, as mais utilizadas são a vertical simples, a dupla ou geminada e serra de

fita horizontal.

O carro porta toras é indispensável na operação de uma serraria.

Tal equipamento possui a função de conduzir as toras até a máquina de

desdobro (GARCIA, 2013).

Nas serrarias em geral, estão presentes as serras circulares. O uso

destas máquinas no desdobro principal é pertinente em toras de pequenos

diâmetros e matéria prima de baixo custo, devido à grande perda por

serragem e por sua baixa versatilidade (GARCIA, 2013).

As serras circulares permitem a utilização de dois eixos, permitindo

a redução das dimensões (diâmetro e espessura) dos discos, aumento da

altura de corte e maior qualidade da madeira serrada (ROCHA, 2002).

Dentre os equipamentos existentes, segundo dados do SEBRAE

(2017), os mais utilizados para o desdobro da madeira em serrarias de

pequeno e médio porte são:

a) Serra-circular: é perfeita para trabalhos médios e leves em madeira,

com ótimo desempenho e durabilidade. Equipamento de corte de

madeira a partir de um disco ou lâmina de metal e uma mesa de

sustentação.

b) Serra-fita: é uma serra que é instalada numa máquina cuja fita de serra

se movimenta continuamente, pela rotação de volantes e polias

acionadas por um motor elétrico. A serra de fita tem uma versatilidade

de trabalho muito grande, podendo realizar quaisquer tipos de cortes

retos ou irregulares, tais como círculos ou ondulações. Também pode

ser utilizada para o corte de materiais muito espessos, difíceis de serem

cortados na serra circular. Pode ser de dois tipos: horizontal e vertical.

c) Destopadeira: é o equipamento ideal para igualar a madeira, a máquina

possui uma serra com deslocamento horizontal posicionada dentro de

uma capota de proteção, o que proporciona total segurança para o

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operador.

Um sistema de desdobro convencional consiste em se desdobrar

toras sem classificação e sem uma definição exata de um modelo de corte

para cada classe diâmétrica. Tal condição, na maioria das vezes, induz a um

baixo aproveitamento da tora, propiciando uma maior geração de

subprodutos, muitas vezes considerados resíduos do processo (ROCHA,

2002).

O Brasil ainda possui um grande número de serrarias que utilizam

o sistema convencional de desdobro, em que as toras são desdobradas de

acordo com critérios escolhidos pelo operador da máquina principal, ou seja,

é ele quem define a melhor maneira de se desdobrar uma tora. Dessa

maneira, podem ocorrer elevadas perdas de matéria-prima, devido à ausência

de tecnologias apropriadas para o desdobro das toras, encarecendo o

processo, em função de que há a necessidade de se consumir maior volume

de matéria-prima para produzir a mesma quantidade de produto serrado,

(ROCHA et al., 2005).

No que diz respeito aos resíduos do processamento de madeira em

serrarias, existe a possibilidade de melhor utilização da matéria-prima

madeireira por meio da utilização de melhores técnicas, equipamentos e

processos. A utilização da madeira deve ser feita da forma mais racional

possível, buscando sempre o máximo rendimento e desenvolvendo novos

produtos como alternativa para os resíduos, pois, apesar de ser um recurso

natural renovável, a reposição florestal acarreta custos significativos

(VALÉRIO et al., 2007).

A eficiência técnica e econômica dos processos de transformação

do recurso florestal em produtos é fator básico para a sobrevivência da

indústria madeireira. A indústria de transformação da madeira que não estiver

preocupada em melhorar seus rendimentos e, consequentemente, viabilizar

seus custos de produção, dando uma utilização total aos resíduos gerados no

processo, assume um sério risco de perder em competitividade e paralisar as

suas atividades (BIASI, 2005).

Os métodos utilizados em serrarias, no desdobro da madeira,

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podem comprometer os lucros desejados e o baixo custo em outras etapas da

cadeia produtiva, que é resultado de sua melhor dinâmica e desempenho.

Devido a isso, o processo de desdobro deve ser cuidadosamente analisado,

sendo de grande importância que cada operário tenha sua função bem

definida, pois em processos não-otimizados, a produtividade e o rendimento

irão depender de seu nível de especialização. Estudos sobre o

aproveitamento em serraria demonstram que decisões sobre o ótimo

aproveitamento das toras e o processamento de madeira podem levar ao

aumento de 10% a 25% no rendimento da madeira processada (VALÉRIO et

al., 2007).

2.3. MATÉRIA – PRIMA

Dentre as principais atividades econômicas da região amazônica

destacam-se a exploração e o processamento industrial da madeira

juntamente com a mineração e a agropecuária (LOPES, 2010).

De acordo com Lopes (2010), construção das estradas permitindo

o acesso às áreas densas juntamente com a ausência de restrição ambiental

e o esgotamento da madeira na região sul do país possibilitaram o

crescimento do setor madeireiro na região Amazônica. O resultado disso foi a

formação de pólos madeireiros ao longo das rodovias decorrente de

aglomerações de empresas madeireiras em centros urbanos. Esses pólos

concentram-se em locais que dispõem de serviços tais como: energia, saúde,

comunicação e serviço bancário.

A atividade extrativista da madeira no Mato Grosso teve início nos

anos quarenta. Nessa época não havia qualquer noção de preservação e

conservação de espécies que posteriormente sofreram extinção devido à

demasiada atividade extrativista. Um fato que facilitou o transporte desses

produtos extraídos da floresta foi a construção de rodovias federais assim

como BR-364, BR-163 e anteriormente a BR-070 que permitiu a ligação dos

estados de São Paulo e Mato Grosso. Desse modo os extratores de toras

passaram a arrendar terras para que pudessem extrair espécies que viriam a

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ser comercializadas com alto valor no mercado moveleiro tais como: mogno,

pau-ferro e posteriormente a cerejeira. O processo do arrendamento baseava-

se em escolher as espécies com as melhores características para depois

derrubá-las. Essas características eram: caule reto, cerne firme e sem defeitos

que pudessem ser usadas na indústria de laminação da madeira (MARTA,

2007).

A indústria madeireira é a quarta economia do estado com um PIB

de 57.294.192, ou seja, 15% do PIB industrial do Estado. (CIPEM, 2012).

Visando permanecer no mercado, o setor vem buscando a diversidade na

produção de produtos advindos da madeira, sendo os principais produtos

florestais comercializados pelo estado a madeira in natura (toras), madeira

serrada (bloco de filé, pranchas, tabuas, vigas, caibros, ripas, sarrafo, ripão,

réguas, pontaletes, barra de cama não beneficiada, aproveitamento pré-

cortado, balancis para cerca, lascas mourão palanque, poste e outros) e

madeira beneficiada (portas, janelas, casas pré-fabricadas, cabos de

vassoura, cabos para ferramentas torneados, assoalhos, deck, forro, parede,

lambril, barra de cama beneficiada, jogos de batentes e portais, cruzetas,

cantoneira, rodapé, molduras, taco liso, palets, pré-cortados, dormentes,

madeira laminada faqueada ou torneada, madeira compensada e laminada,

entre outros) (SEFAZ, 2015).

O Estado possui vantagem competitiva, em relação aos países

concorrentes, pela qualidade e diversidade de sua oferta florestal (REMADE,

2001).

No período de 2006 a 2010 a exploração madeireira em toras no

estado do Mato Grosso alcançou um total de 56,2 milhões de metros cúbicos

equivalentes a 2,6 bilhões de reais, valores estes distribuídos entre os 3

principais pólos madeireiros: Pólo madeireiro de Colniza agrupando os

municípios Juína, Colniza, Nova Bandeirantes, Cotriguaçu, Nova Monte

Verde, Tabaporã, Porto dos Gaúchos, Juruena, Aripuanã e Juara; Pólo

madeireiro de Sinop agrupando os municípios Marcelândia, Claudia, Sinop,

Feliz Natal, Vera, Santa Carmem, União do Sul, Sorriso e São José do Rio

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Claro e pólo madeireiro de Alta Floresta agrupando os municípios Apiacás,

Alta Floresta, Itaúba, Matupá, Pararaíta e Guarantã do Norte (LOPES, 2010).

Em relação aos principais problemas ambientais, os encontrados

na região são a exploração ilegal de madeira em tora ou comércio de madeira

serrada, proveniente de serrarias móveis instaladas dentro da floresta; prática

de desmatamentos para implantação de pastagens; pesca predatória e a

captura, transporte e tráfico de animais silvestres (REMADE, 2001).

No que se refere as espécies utilizadas, no período de 2004 a 2010

em termos de volume, as dez principais espécies comercializadas foram

Qualea sp, (Cambará), Goupia glabra (Cupiúba), Erisma uncinatum

(Cedrinho), Mezilaurus itauba (Itaúba), Hymenolobium sp (Angelim), Apuleia

sp (Garapeira), Manilkara sp (Maçaranduba), Cordia goeldiana (Freijó),

Dipteryx sp (Cumbarú), Trattinickia sp (Amescla), sendo que estas respondem

por 88% do total comercializado (RIBEIRO, 2013).

De acordo com Ribeiro (2013), as espécies com maior valor de

receita em Mato Grosso nos anos entre 2004 a 2010 foram a Qualea sp

(Cambará), Goupia glabra (Cupiúba), Mezilaurus itauba (Itaúba), e Erisma

uncinatum (Cedrinho), que são responsáveis por 63,04% da receita obtida

pelos produtores.

22

3.MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi realizado nos municípios de Tapurah e

Itanhangá, na Região Médio Norte do Estado de Mato Grosso.

O município de Tapurah localiza-se a uma latitude 12º 43’ 41’’ Sul e

longitude 056º 30’ 10’’ Oeste, estando a uma altitude de 393 m. Possuí uma

precipitação média anual de 2.000 mm, com intensidade máxima entre janeiro

e março. A temperatura média anual é de 25ºC, com máxima de 40ºC e

mínima de 4ºC. Tapurah está aproximadamente 412 km distante da capital

Cuiabá, com acesso pelas rodovias BR-163/364 e MT-338, (IBGE, 2016).

Itanhangá situa-se a uma latitude 12º 14’ 7’’ Sul e longitude 56º 38’ 33’’

Oeste, em uma altitude de 345 m. O município é cortado pela BR-242, estando

a aproximadamente 475 km distante da capital, pode ser acessado pelas

rodovias BR-163/364 e MT-338. Apresenta uma precipitação média anual de

2.176 mm, com intensidade no mês de fevereiro e temperatura média anual

de 25,4ºC, (IBGE,2016).

Para a realização da pesquisa foi feito um levantamento junto ao

SINDINORTE (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Médio Norte do Estado

de Mato Grosso) dos dois municípios escolhidos, para fins de verificação dos

endereços e telefones das empresas que foram convidadas para participarem

da pesquisa. Nas empresas que aceitaram o convite, foi aplicado “in loco” um

questionário (Figura 1), adaptado de Gorgonha (2015), na forma de entrevista

individual com os representantes de cada empresa.

Os tópicos avaliados foram: produção, o tipo e a destinação dos

resíduos madeireiros, equipamentos utilizados nos desdobros, e por fim, qual

o percentual de resíduos que está sendo gerado por cada empresa. Ao todo

foram entrevistadas 10 serrarias. Após o levantamento, os dados foram

analisados utilizando-se estatística descritiva.

23

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT

FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL – FENF

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Orientadora: Profª Zaíra Morais S. H. Mendoza

Discente: Rosimari Bonissoni

Questionário informativo para levantamento de pesquisa, com finalidade acadêmica,

sobre as características gerais das madeireiras de Tapurah – MT e Itanhangá – MT.

Tamanho da empresa:

( ) Pequena

( ) Média

( ) Grande

1) Há quanto tempo a empresa está operando?

_________________________________________________________.

2) Qual o número de funcionários?

_________________________________________________________.

3) A empresa possui algum tipo de registro: IBAMA ou SEMA?

( ) Sim.

( ) Não.

4) Quais os principais produtos produzidos pela empresa:

( ) Tábuas ( ) Pranchas

( ) Ripas ( ) Caibros

( ) Vigas ( ) Outros: __________________________.

5) Qual o volume de madeira processada por essa empresa mensalmente?

_________________________________________________________.

6) Qual a origem das toras de madeira?

( ) Mata própria

( ) Mata de terceiros

( ) Compra de diversos fornecedores

( ) Outra (s):_______________________________________________.

7) Quais são as espécies de madeira comercializadas?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

8) O diâmetro médio das toras processadas na empresa situa-se:

( ) entre 40 e 50 cm de diâmetro

( ) entre 50 e 60 cm de diâmetro

( ) acima de 60 cm de diâmetro

( ) outro diâmetro. Qual? _____________ cm.

9) O comprimento médio das toras que são processadas é de: _______m.

10) Qual (is) o (s) tipo (s) de serra (s) e equipamento (s) utilizado (s) pela serraria

para desdobro da madeira:

( ) serra fita principal ( ) plaina múltipla

( ) serra fita dupla ( ) serra refiladeira

Continua...

FIGURA 1 - QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA LEVANTAMENTO DOS DADOS

24

FIGURA 1 - Cont.

( ) serra principal circular ( ) serra destopadeira

( ) serra circular dupla ( ) serra circular múltipla

( ) plaina simples ( ) outros:________________.

11) É realizada a secagem da madeira verde ( ) Não realiza secagem. ( ) Sim, secagem ao ar livre. ( ) Sim, secagem com estufa. ( ) Sim, outro método:_____________________.

12) Qual o percentual de resíduo gerado no desdobro da madeira? ( ) Menos de 25%. ( ) Entre 25 a 50%. ( ) Entre 50 a 75%. ( ) Não tem noção do volume de resíduos.

13) Quais são os resíduos gerados? ( ) serapilheira ( ) maravalha ( ) costaneira ( ) cavacos e cascas ( ) outros:__________________.

14) Qual equipamento produz mais resíduos? _______________________. 15) Idade dos equipamentos:

( ) menos de 10 anos ( ) 10-30 anos ( ) mais que 30 anos

16) Que destino é dado aos resíduos? ( ) São vendidos para fins energéticos. ( ) São doados para terceiros. ( ) Permanecem depositados no pátio da empresa. ( ) São queimados na serraria. ( ) Outros:________________________________________________.

17) Qual a dificuldade encontrada para o não aproveitamento dos resíduos dentro da serraria? __________________________________________

_________________________________________________________. 18) Qual o destino do produto final?

( ) indústria moveleira ( ) construção civil ( ) outros: _____________________________________.

19) Mercado consumidor do produto final ( ) Interior de MT ( ) Região Norte ( ) Região Sul ( ) Região Nordeste ( ) Região Centro-Oeste ( ) Região Sudeste

20) Treinamentos e capacitação dos operários? ( ) Sim. Qual (is)? __________________________________________. ( ) Não.

21) Tem filial (is) em outras regiões? ( ) Sim. Onde? ____________________________________________. ( ) Não.

22) Interesse empresarial na realização de cursos, palestras e treinamentos de capacitação para seus funcionários:

( ) Processos de secagem. ( ) Rendimento do produto. ( ) Qualidade do produto. ( ) Destinação de resíduos. ( ) Segurança do trabalho. ( ) Outros.

25

4.1. ORIGEM DAS TORAS

Quanto a origem das toras de madeira, 58% das empresas

madeireiras utilizam toras provenientes da mata de terceiros, enquanto 25%

utilizam de diversos fornecedores e apenas 17% alegam que utilizam toras de

mata própria. Tais valores são expressados na Figura 2.

FIGURA 2 - ORIGEM DAS TORAS UTILIZADAS

Gorgonha (2015), utilizando a mesma metodologia do referido

trabalho no município de Nova Maringá-MT, constatou que 60% das indústrias

madeireiras consomem de floresta nativa manejada da propriedade de

terceiros, enquanto 40% das indústrias utilizam toras oriundas de mata

própria, valor este superior ao estudo em questão.

Em um estudo semelhante realizado no município de Alta Floresta-

MT, Santos et. al., (2012), verificaram que 87,5% das empresas utilizavam

toras provenientes de mata nativa de terceiros, e que apenas 12,5%

utilizavam toras de mata nativa própria. Os valores obtidos neste trabalho são

inferiores aos trabalhos citados anteriormente. Observa-se que em todos os

trabalhos grande parte das toras são oriundas de floresta nativa manejada da

propriedade de terceiros.

17%

58%

25%

Mata Própria Mata de Terceiros Diversos Fornecedores

26

4.2. ESPÉCIES UTILIZADAS

As espécies levadas em consideração foram somente as citadas

durante a entrevista. A maioria das serrarias entrevistadas trabalham com as

mesmas espécies. As espécies citadas são típicas da região e apresentam

características muito apreciadas pelo setor (Figura 3).

FIGURA 3 - PRINCIPAIS ESPÉCIES UTILIZADAS

Verificou-se que as espécies florestais mais utilizadas como fonte

de matéria prima pelas serrarias foram Cambará, Cedrinho e Champanhe. Os

resultados obtidos são semelhantes aos encontrados por Gorgonha (2015),

que em seu trabalho constatou que as espécies mais utilizadas pelas serrarias

no município de Nova Maringá-MT, foram Amescla, Cambará e Cedrinho, e

também semelhante aos resultados obtidos por Melo et. al., (2016), realizado

no município de Sorriso-MT, onde constataram que a espécie mais utilizada

nessa região foi o Cambará.

Além das espécies já mencionadas, algumas serrarias utilizam

toras de outras espécies, como Peroba, Guanandi, Sucupira, Morcegueira,

angelim, todas são consideradas típicas da região. Apenas uma empresa não

informou quais são as espécies utilizadas como fonte de matéria prima.

Cambará Cedrinho Champanhe Angelim

Peroba Cedro Garapeira Sucupira

Morcegueira Guanandi Angelim-Pedra

27

4.3. DIÂMETRO MÉDIO DAS TORAS

No que se refere aos diâmetros médios das toras utilizadas, 56%

das serrarias utilizam toras com diâmetro entre 50 a 60 cm, 31% das

serrarias utilizam entre 40 a 50 cm, e somente 13% utilizam toras com

diâmetros superiores a 60 cm (Figura 4).

FIGURA 4 - DIÂMETRO MÉDIO DAS TORAS UTILIZADAS

Os valores médios obtidos no referido trabalho se diferem dos

encontrados por Gorgonha (2015), que em um estudo similar verificou que

67% das serrarias exploravam toras com um diâmetro entre 40 a 50 cm, 22%

consumiam entre 50 a 60 cm e apenas 11% exploravam espécies com

diâmetros acima de 60 cm.

4.4. – MAQUINÁRIO UTILIZADO

A Figura 5 apresenta os principais maquinários e equipamentos

utilizados pelas empresas

31%

56%

13%

40 a 50 cm 50 a 60 cm ≥ 60 cm

28

FIGURA 5 - MAQUINÁRIO UTILIZADO PELAS SERRARIAS

Das 10 serrarias em estudo, 31% utilizavam a serra fita, 24%

utilizavam serra destopadeira, o mesmo percentual utilizava serra circular,

18% utilizavam serra refiladeira, apenas 3% das serrais utilizava

desempenadeira, e em nenhuma serraria utilizava-se plaina. As máquinas e

equipamentos utilizados pelas serrarias em estudo, são semelhantes as

levantadas por Biasi (2005), que em um estudo avaliou a eficiência no

desdobro de toras de três espécies tropicais em tábuas. A serraria examinada

era equipada com serra de fita vertical combinada com carro portatoras

mecânico, serra circular, refiladeira e serra destopadeira.

Os resultados obtidos por Batista et al., (2015), também são

semelhantes ao do estudo em questão, os autores ao avaliaram o

desempenho de uma serraria de pequeno porte na região sul do Espírito

Santo, observaram que a serraria avaliada era composta por uma serra de fita

vertical combinada com um carro porta-toras mecânico e três serras circulares

nas operações de desdobro.

No que diz respeito aos equipamentos, notou-se que em massa, as

serrarias possuíam equipamentos desgastados pelo tempo de uso e que

esses eram controlados por operadores sem nenhum tipo capacitação

específica. Sabe-se que a porcentagem de resíduos está diretamente

31%

24%

18%

24%

0% 3%

Serra Fita Serra Circular Serra Refiladeira

Serra Destopadeira Plaina Desempenadeira

29

relacionada com a situação em que se encontra os equipamentos,

equipamentos desgastados tendem a gerar mais resíduos.

Na visita realizada para o levantamento dos dados, observou-se

que maiores quantidades de resíduos eram geradas através do

desdobramento primário das toras e que em tal operação, na maioria das

serrarias, se utilizava a serra fita.

De todos os maquinários utilizados em uma serraria, há aqueles

que geram maior volume de resíduos. Na Figura 6 são demonstrados os

maquinários que mais geram resíduo em cada empresa, segundo os

proprietários.

FIGURA 6 - EQUIPAMENTO QUE MAIS GERA RESÍDUO

Através da avaliação da Figura 6, pode-se perceber que 90% das

serrarias consideraram a serra fita como o equipamento que mais gera

resíduo e penas 10% consideraram a serra circular.

A manutenção é um dos fatores que influencia no rendimento e na

qualidade da madeira. Equipamentos bem cuidados pela manutenção

preventiva, tendem a aumentar o rendimento e consequentemente diminuir a

geração de resíduos. Observou-se que nas serrarias em estudo, algumas

realizavam o processo de afiação constantemente na serra fita, todavia em

90%

10%

Serra Fita Serra Circular

30

outras serrarias não se notou nenhum tipo de operação de afiação. A falta

desse processo, pode afetar diretamente no rendimento da madeira, que

ocasiona o aumento de resíduos gerados por esse equipamento.

Batista et al., (2013), avaliando o desempenho de uma serraria, no

distrito de Mundo Novo, município de Dores do Rio Preto, no Estado do

Espírito Santo, notaram que parte da redução da eficiência da empresa se

dava devido ao sistema de desdobro tangencial, com sucessivos cortes

longitudinais em serra fita, onde nesse equipamento, o carro porta toras faz

muitos movimentos de avanço e retorno e, na menor parte do tempo, esse

avanço corresponde à produção de madeira gerada, e como consequência

acaba gerando mais resíduos.

Nas serrarias em estudo, as toras foram serradas em uma máquina

de serra de fita; no início do processo de serragem (desdobro primário), a tora

foi acomodada sobre o carro porta-toras e eram serradas as primeiras tábuas.

Após essa etapa, a tora era rolada e repetindo-se o procedimento até que a

tora ficasse em uma forma de semibloco, após isto, a tora era serrada até o

fim. Foi observado que a serra fita por ser utilizada no processo de desdobro

primário, onde se realiza os primeiros cortes, gerava mais resíduos que os

demais equipamentos, daí a classificação como o equipamento que gera mais

resíduo, exceto uma serraria, onde o proprietário alegou que a serra circular

era o equipamento que mais gerava resíduo.

4.5. – VOLUME DE RESÍDUO GERADO

Na Figura 7 são apresentadas as porcentagens médias que cada

empresa gera de resíduos oriundos do desdobro da madeira, segundo os

respectivos proprietários.

31

FIGURA 7 - PORCENTAGEM MÉDIO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS

Verifica-se na Figura 7, que em 7 das 10 empresas analisadas, os

valores de resíduo estão entre 25% e 50%; outras 2 produzem menos que

25% de resíduos; e apenas uma desconhece a quantidade gerada. Nenhuma

serraria apresentou valores superiores a 50% de resíduos. Os valores

encontrados são semelhantes ao de Melo et al. (2016), que quantificaram o

rendimento em madeira serrada de uma serraria no município de Sorriso-MT,

e concluíram que as perdas de madeira em resíduos foram em média de 48%,

porém se diferem do valor encontrado por Dutra et al., (2006), que objetivando

quantificar os resíduos de uma serraria no município de Moju-PA, observaram

que são produzidos em média 63,50% de resíduos pela empresa.

Sabe-se que as quantidades de resíduos produzidos variam de

acordo com muitos fatores, tais como o operador e a forma como realiza a

operação do desdobro, a situação em que se encontra o maquinário, a

espécie utilizada, o produto que se deseja obter, dentre outros. Por exemplo,

a obtenção de tábuas mais finas requer maior quantidade de cortes, o que

aumenta o desperdício em forma de serragem (BRAND, et al, 2002).

O uso de toras de madeira nativa faz com que não tenha padrão

quanto às características do tronco bem como as espécies que serão

processadas, com isso nem sempre as indústrias madeireiras estarão

2,00

7,00

1,00

≤25% 25%>X≤50% NÃO SABE

32

equipadas o suficiente para que haja maior aproveitamento da madeira (BIASI

e ROCHA, 2007).

O conhecimento dos resíduos gerados por uma empresa tem

importância tanto econômica quanto ambiental, pois se espera maior retorno

econômico durante todo o processo produtivo e menor impacto ambiental

(CERQUEIRA et al, 2012).

4.6. – TIPO DE RESÍDUO GERADO

Os resíduos provenientes do desdobro da madeira são

classificados, segundo Fontes (1994), como: a) serragem (pó de serra); b)

Maravalha e c) lenha (costaneiras, refilos). Além dos resíduos citados pelo

autor, as serrais apresentavam outros tipos de resíduos, como serapilheira,

cavacos e cascas.

Na Figura 8, estão aresentados os tipos de resíduos produzidos

pelas serrarias.

FIGURA 8 - TIPOS DE RESÍDUOS GERADOS PELAS SERRARIAS

Constatou-se que 35% das serrarias geram pó de serra, 31%

geram costaneiras, 17% geram cavacos e cascas, 10% geram serapilheira e

apenas 7 % geram maravalha (Figura 8). Os valores obtidos no estudo são

10%

7%

31%

17%

35%

Serapilheira Maravalha Costaneira

Cavacos e Cascas Pó de Serra

33

semelhantes aos encontrados por Cerqueira et al. (2012), em um estudo

realizado em Eunápolis-BA, onde constataram que os principais resíduos

gerados pelas serrarias foram serragem (36,17%), lenha (25,53%),

maravalhas (23,40%) e cavacos (12,77%). Tais valores se diferem dos

encontrado por Dutra et al., (2006), que objetivando quantificar os resíduos de

uma serraria no município de Moju-PA, constataram que o maior percentual

de resíduos formados naquela região se constituiu de aparas com 50,4%,

seguidos por costaneiras com 33,9% e serragem com 15,7%.

Melo et al (2012), em um estudo em Belém-PA, verificaram que o

maior percentual de resíduos formados se constituiu de aparas, seguidas por

costaneiras e serragem, se diferenciando dos resultados encontrados no

estudo, onde o maior percentual se constituiu por pó de serra.

O tipo de produto (tábuas, pontaletes, ripas e outros) gerado varia

de acordo com o diâmetro das toras e com a demanda. A geração de um

determinado produto é feita a partir da tomada de decisões do operador da

máquina principal (BATISTA et al., 2013). Tais variações acabam

influenciando os tipos de produtos gerados bem como os tipos de subprodutos

gerados (resíduos). Os tipos de resíduos gerados estão ligados diretamente

ao tipo de processamento empregado na indústria (PAIXÃO et al., 2014).

4.7.- DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS

Os resíduos madeireiros gerados nas serrarias, podem apresentar

diversas destinações. Na Figura 9, estão presentes os principais destinos

dado aos resíduos por cada empresa.

34

FIGURA 9 - DESTINAÇÃO DADA AOS RESÍDUOS DAS SERRARIAS

Constatou-se que a maioria das empresas (37%) realiza a venda

dos resíduos e que esses são para fins energéticos, 32% doam seus resíduos

para terceiros, 26% depositam os resíduos no pátio da empresa e somente

5% realiza a queima dos resíduos. Os destinos dados aos resíduos neste

trabalho, se assemelham aos destinos encontrados por Cerqueira et al.,

(2012), onde constataram que 55% das empresas vendiam seus resíduos

para a geração de energia em cerâmicas próximas ao município, 17%

realizavam a venda dos resíduos para utilização em baias de animal, 16%

doavam a interessados, 8% descartavam nos lixões e 2% utilizavam para

confecção de pequenos artefatos de madeira.

Brand et al., (2002), objetivando a caracterização dos resíduos de uma

serraria, analisaram que todos os resíduos produzidos pela empresa são

destinados para geração de energia. Melo et al., (2012), analisando uma

serraria no município de Belém-PA, verificaram que os resíduos originados no

processo produtivo têm sua destinação relacionada ao respectivo valor agora,

onde lenha e serragem eram vendidas para fábricas de cerâmicas de tijolos,

as costaneiras e aparas eram vendidas para pequenas movelarias próxima à

serraria.

Na visita às empresas, verificou-se que algumas delas estavam

37%

32%

26%

5%

Vendidos (Fins Energéticos) Doados (Terceiros)

Depositados no Pátio Queimados na Serraria

35

com seus pátios limpos, sem acúmulo de resíduos, outras acumulavam parte

de resíduos, alguns prontos para venda (como é o caso da lenha quando é

enfardada) e, grande parte, acumulava em seus pátios toneladas de resíduos,

onde os mesmos estavam geravam desconforto aos funcionários e até

mesmo aos proprietários.

Apenas dois proprietários, afirmaram estar dando conta de fazer a

destinação completa de seus resíduos. Das diversas destinações, um

proprietário afirmou que fabricam pellets e que esses são vendidos para

armazéns próximos, gerando um incremento em caixa. Outra empresa

possuía um secador para a serragem, onde após seca, era vendida para fins

energéticos, a lenha também era vendida e os demais resíduos eram

queimados para secar o pó de serra.

Das empresas que estavam com toneladas de resíduos

acumulados nos pátios, todas informaram uma mesma justificativa, que

possuíam dificuldades para destinar seus resíduos, pois não havia comércio,

e que até mesmo quando ofereciam doações para as indústrias que utilizavam

os resíduos com fins energéticos, eram recusados pois ainda assim teriam

despesas com o transporte. Um proprietário afirma que a única forma de

manter seu pátio limpo era doando os resíduos para indústrias próximas ou

para terceiros e arcando com todas as despesas para retirada e transporte

dos mesmos.

Verificou-se que maioria dos proprietários, principalmente os das

empresas com grande acúmulo de resíduo, desconheciam ou sabiam muito

pouco sobre as diversas formas de aproveitamento dos resíduos. Zoldan e

Lima (2012), afirmaram que a reciclagem ou o reaproveitamento é uma

oportunidade de transformar em novos produtos, matérias-primas

normalmente consideradas como lixo. Esse processo é uma importante fonte

de faturamento para a indústria, uma vez que reduz os gastos com deposição

e armazenagem. Para tais empresas em estudo se faz necessária uma

melhora da gestão dos resíduos gerados, pois a destinação dos resíduos não

está sendo feita de forma mais lucrativa e sustentável.

36

5.CONCLUSÕES

Conclui-se que foi possível levantar o percentual médio de resíduos

gerados, os equipamentos utilizados e a destinação dada para cada tipo de

resíduos nas empresas, bem como a matéria prima utilizada, através da

aplicação de questionários.

Os resultados obtidos não são precisos, podendo evidenciar

alguma distorção dos dados reais, pois a resposta informada no questionário

foi de forma subjetiva.

Através do estudo realizado, verificou-se que os proprietários

apresentavam dificuldades para realizar a destinação de seus resíduos.

Essa pesquisa servirá de subsídio para incrementar futuramente, o

descarte e aproveitamento dos resíduos desses dois municípios.

37

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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38

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