Resgate 2012 - Carta de Apresentação

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    OMOviMentO estudantil uma fora de mu-

    dana. Fora que parte do senso crtico dos

    estudantes - cujas crticas, posicionamentos e

    anseios abrigam o potencial de agir e, por meio da ao,transformar. Mas esse potencial, para se concretizar, preci-

    sa ser motivado. E, para crescer, precisa de fora. papel

    do XI de Agosto propiciar tais fatores. papel do XI con-

    gregar alunos para descobrir projetos, somar aes para

    juntar fora, usar sua mquina para romper obstculos e,

    assim, operar mudanas.

    A expresso do senso crtico, porm, no deve ser s

    dos poucos envolvidos na poltica acadmica. No deveser exclusiva dos poucos partidos. No deve ficar silencia-

    da no ntimo de cada franciscano.

    Ele deve vir de todos e de cada um.

    Cada ideia, anseio ou projeto de

    cada estudante das Arcadas deve

    ser germinado. Por corriqueira e pe-

    quena que possa parecer, por dife-

    rente e inusitada que possa ser, cada

    centelha de transformao deve ser

    instigada. A fora dos estudantes nasce de sua participao.

    No entanto, aps um ano aptico, as Arcadas vivem

    uma situao bastante diferente. Picuinha a palavra do

    dia. A falta de dilogo, fruto do atual modelo, torna a dis-

    puta partidria desagregadora. Qualquer anseio de partici-

    pao prontamente jogado terra. E, sem a participao

    dos alunos, a fora do Centro Acadmico se esvaiu. Os

    eventos rarearam e ficaram vazios. Os projetos no ganha-

    ram respaldo. Suas aes no encontraram destino. O mais

    nobre anseio por transformao no reuniu foras para se

    viabilizar. Destruir essa barreira o fim ao qual nos volta-

    mos. O XI de Agosto no composto por seus diretores,

    mas por todos os alunos.

    Para que os alunos voltem a participar da poltica aca-dmica, necessrio um ambiente propcio e uma postu-

    ra humilde, fomentadora e aberta do XI de Agosto cujo

    pressuposto bsico seja a institucionalidade. Isto significa,

    sobretudo, saber dar mais valor ao XI que ao partido. Muito

    alm de no vestir uma camiseta ou uma cor, ser institucio-

    nal deixar de usar o Centro Acadmico para consolidar

    interesses puramente eleitorais. Relegar pautas importantes

    para as vsperas das eleies ou utilizar o Centro AcademioXI de Agosto como veculo de propaganda partidria so

    atitudes inadmissveis: no apenas

    afastam os estudantes, mas detur-

    pam e enfraquecem o XI.

    Esse ambiente propcio tam-

    bm , necessariamente, um am-

    biente plural. Vale destacar que

    pluralismo no neutralidade,

    tampouco enseja falta de opinio.

    Significa t-la, mas saber que no a nica, e talvez no

    a melhor. H de se respeitar e, mais do que isso, ceder um

    espao no debate para posicionamentos divergentes. S as-

    sim possvel enriquecer a discusso, tornando-a relevan-

    te para a construo de projetos, posicionamentos e aes.

    O respeito a opinies alheias gesto decorren-

    te tambm da qualidade representativa do XI. Ser repre-

    sentativo entender que as opinies emitidas pela gesto

    vinculam todos os associados e, portanto, no podem ser

    decididas sem sua consulta. A representatividade, porm,

    Carta de Apresentao

    A poltica deve ser plu-

    ral, institucional e re-

    presentativa. Deve ser de

    quem verdadeiramente

    pertence: dos alunos.

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    no se encerra na consulta aos estudantes. Urnas no p-

    tio ou reunies abertas so complementares, mas no su-

    ficientes. Suficiente e adequado envolver os alunos no

    debate, instig-los ativamente a participar em um processo

    em que tenham espao, independentemente de orientaes

    ideolgicas.Evolumos e aprofundamos cada um dos trs pilares

    clssicos do Resgate. Mas tambm descobrimos que os trs

    pilares se confundem, sendo, na verdade, trs facetas de

    uma base nica, slida e indivisvel. Pluralismo, institucio-

    nalidade e representatividade: trs conceitos complemen-

    tares que apontam todos para aquilo que descobrimos ser

    o fim principal de nossa ideologia. Fim

    esse que mais uma vez se repete nessacarta de apresentao: a participao no

    XI de Agosto dos seus associados.

    Partindo dessa premissa, ser

    possvel tornar as Arcadas novamen-

    te vivas, ativas. Com o fomento par-

    ticipao, os alunos contribuem para

    o enriquecimento do ambiente, trazendo So Francisco

    acontecimentos polticos, culturais e acadmicos. Alm

    disso, o pluralismo como postura de gesto essencial para

    as aes promovidas pelo XI. O ano de 2012 ser marca-

    do pelas eleies municipais, o que abre a possibilidade de

    trazermos de volta o debate poltico de qualidade para o

    ambiente da Faculdade. Temos frente a oportunidade de

    pautar a disputa eleitoral por grandes temas que considera-

    mos prioritrios, tanto por nosso carter de estudantes de

    Direito quanto por nossa condio geogrfica na cidade:

    o ano de se discutir centro.

    O poder pblico h muito fecha os olhos para o centro

    de So Paulo. A regio, que j foi o corao da cidade,

    tornou-se apenas um ponto de passagem com o qual as

    pessoas no criam vnculos e em que afloram as mazelas

    da desigualdade brasileira.

    Tambm os debates acerca da Universidade e, especi-

    ficamente, do ensino jurdico, so prioridade para o ano de

    2012, assim como a o processo de reforma das bibliotecas.De um lado, importante debatermos e formarmos con-

    cepes sobre o ensino, pesquisa e extenso nas Arcadas.

    De outro, importante extravasar esse debate para as ou-

    tras Faculdades de Direito e para a sociedade. Com isso

    o debate ganharia em riqueza e a sociedade, em oportuni-

    dade. Oportunidade de discutir o Direito que influencia di-

    retamente na sua organizao. Oportunidade de discutir a

    aplicao dos tributos investidos na Universidade Pblica.E a Faculdade, em sua tradio de excelncia acadmica,

    teria mais uma vez a chance de sair na frente, repensando

    e liderando um processo de mudana no ensino que no

    deixe a excelncia s na tradio.

    Finalmente, o Clube das Arcadas, um dos maiores pro-

    jetos do Centro Acadmico da atualidade, dever voltar a

    ser tratado como prioridade da gesto.

    A possibilidade de consolidao noapenas de um espao esportivo, social e

    cultural, mas tambm de uma fonte de

    receitas permanentes para as entidades,

    permitir a continuidade e o aumento da

    atuao dos alunos junto sociedade.

    Alunos e participao: duas ex-

    presses que permearam o nosso texto e nortearam nosso

    projeto. Mais uma vez repetindo-as, conclumos nossa apre-

    sentao e iniciamos nossa campanha. Pretendemos uma

    gesto plural, representativa, institucional e que reaproxime

    os alunos. O vcuo de participao abre espao para a pi-

    cuinha, para a discusso de baixa qualidade. A participao,

    ao contrrio, abre espao para os interesses dos alunos, para

    suas pautas e para as discusses que lhes dizem respeito. O

    Resgate orientar sua campanha neste sentido e espera que

    os outros partidos faam o mesmo. O XI uma grande fer-

    ramenta de transformao. Que essa ferramenta se faa til.

    Se nossa gesto pretende atrair, que a campanha no afaste

    desde j. Que os partidos faam uma campanha limpa, com

    discusso de projetos e no ataques pessoais. Que os alunos

    participem ativamente do processo eleitoral. Que a poltica

    seja plural, institucional e representativa. Seja de quem ver-

    dadeiramente pertence: dos alunos.

    A falta de dilo-go, fruto do atual

    modelo, torna a

    disputa partidria

    desagregadora.

    2012