RESENHAS DOS TEXTOS DAS UNIDADES TEMÁTICAS: - Formação de professores: campo de pesquisa e...

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    Marcos Farias

    RESENHAS DOS TEXTOS DAS UNIDADES TEMÁTICAS:

    - Formação de professores: campo de pes!"sa e perspec#"$as a#!a"s

    - %rof"ssão docee e as "eraç'es (!ma&as)

    Programa de Pós-Graduação em Educação e Saúde

    da Universidade Federal de São Paulo – Campus:Guarulhos

    !isciplina: Formação "nicial e Con#inuada dosPro$issionais de Ensino nas %reas de Educação eSaúde Superior

    Pro$& 'agali (parecida Silves#rePro$ Um)er#o de ( Pin#o

    São Paulo

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    2015

    Refer*&c"as dos #e+#os rese&(ados:

    !"*"+-PE,E",( . E ( cons#rução do campo da pes/uisa so)re $ormação de pro$essores.úlio Em0lio !ini1-Pereira Re$"s#a da FAEE,A - Educação e Con#emporaneidadeSalvador v 22 n345ul6de1 2478

     *9;( ( *ada su)s#i#ui um )om pro$essor: propos#as para uma revolução no campo da$ormação de pro$essores "*: G(

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     por !ini1-Pereira a par#ir dos es#udos de au#ores diversos como Candau @7HI2 7HIJA

    Feldens @7HI3A San#os @7HH7 7HH2A e ?elis @2447A

     *a dcada J4 a maioria dos es#udos produ1idos eplorava a dimensão #cnica de

    $ormação de pro$essores ou se5a vol#ava-se para /ues#Bes como o)5e#ivos curr0culoes#ra#gias de ensino e avaliação Foi um momen#o in$luenciado pela psicologia

    $undamen#al e pela #ecnologia educacional em /ue a Kn$ase assumida pelas pes/uisas era no

    car%#er #cnico e $uncionalis#a da $ormação e a#uação docen#e *a segunda me#ade dos anos

    J4 esse car%#er #ecnicis#a passar a ser re5ei#ado Por in$luKncia de es#udos $ilosó$icos e

    sociológicos da poca a Educação passa en#ão a ser considerada como pr%#ica social

    conec#ada com o sis#ema pol0#ico e econLmico vigen#e e apr%#ica docen#e passa a ser vis#a

    como pr%#ica educa#iva #rans$ormadora

     *os anos I4 um novo movimen#o de descon#en#amen#o com a $ormação do

     pro$essor desencadeado so)re#udo pela cr0#ica de cunho maris#a e em consonncia com o

    movimen#o da sociedade )rasileira de rompimen#o do au#ori#arismo de 7H3 *esse

    con#e#o as discussBes so)re a $ormação de pro$essores passaram a ser pau#adas em dois

     pon#os no car%#er pol0#ico da pr%#ica pedagógica e no compromisso do educador com as

    classes populares Em)ora os anos I4 #enham sido marcados pelo in#enso de)a#e so)re a

    $ormação de pro$essores !ini1-Pereira ressal#a /ue mui#os dos au#ores da poca

     preocuparam-se em se posicionar con#ra o an#igo modelo de $ormação docen#e o /ue gerou

    an%lises a# cer#o pon#o ingKnuas

    ;s aspec#os microssociais da escola e o $oco no papel dos Dagen#es-su5ei#osD

    marcaram $or#emen#e o pensamen#o educacional nos anos H4 in$luenciados pela crise de

     paradigmas  das ciKncias sociais /ue con$orme eplica !ini1-Pereira surgiu em

    conse/uKncia da perda de validade dos re$erenciais #eóricos ha)i#uais *essa poca a

    discussão so)re a $ormação docen#e passou a valori1ar a pr%#ica co#idiana como lugar decons#rução de sa)eres a privilegiar a $ormação do Dpro$essor-pes/uisadorD e do pro$issional

    re$leivo

    Por $im nos anos 2444 o $oco so)re os Dagen#es-su5ei#osD in#ensi$icado mas o

    discurso prescri#ivo na $ormação docen#e passa a ser cri#icado ;s es#udos da poca passam

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    a se preocupar com a cons#rução da iden#idade docen#e *as palavras de !ini1-Pereira Da

    /ues#ão cen#ral de pes/uisa /ue era Mcomo $ormar o pro$essorNM passou a ser Mcomo nos

    #ornamos educadores@asANMD @p73HA ;s educadores passaram en#ão a ser o $oco das

    inves#igaçBes empreendidas

    ; au#or ainda ressal#a a impor#ncia da produção de pes/uisas so)re o #ema

    iden#idade e pro$issionali1ação docen#e na a#ualidade ao considerar /ue o con#a#o

    in#ercul#ural e in#er-#ico passou a ser )as#an#e comum devido Os r%pidas #rans$ormaçBes

     pelas /uais o mundo #em passado #ais como o desenvolvimen#o cien#0$ico e #ecnológico e a

    in#ernacionali1ação da economia *o en#an#o na con#ramão disso o mundo glo)ali1ado

     possou a disponi)ili1ar ins#rumen#os de homogenei1ação /ue impac#am na diversidade

    cul#ural Com e$ei#o eplica !ini1-Pereira as DdiscussBes no campo a sociologia e da

    an#ropologia procuram en#ender ho5e como as iden#idades cul#urais e #icas es#ão sendo

    $ormadas nas sociedades em #rans$ormaçãoD @p73HA

     *o en#an#o o au#or pro)lema#i1a as pes/uisas produ1idas so)re $ormação de

     pro$essores /ue a)ordam a #em%#ica da iden#idade docen#e Esses es#udos ainda são

     )as#an#es escassos e pass0veis de mui#as cr0#icas so)re#udo no /ue di1 respei#o O $ragilidade

    nos $undamen#os #eóricos e me#odológicos

    !ian#e desse cen%rio em /ue a #em%#ica iden#idade docen#e per#inen#e e relevan#ee em /ue mui#os dos es#udos produ1idos ainda são pass0veis de cr0#icas o au#or apresen#a-

    nos uma agenda de pes/uisa para a $ormação de pro$essores a par#ir das con#ri)uiçBes de

    +eichner @244 244HA !es#aca-se en#ão a impor#ncia de /ue a pes/uisa so)re $ormação

    de pro$essores se5a mul#idisciplinar e Dmul#i-me#odológicaD e /ue com)inem an%lises

    /uan#i#a#ivas e /uali#a#ivas (lm disso a pes/uisa so)re $ormação de pro$essores deve ser 

    vol#ada O Dcompreensão dos v0nculos en#re aspec#os espec0$icos da $ormação docen#e @por 

    eemplo o curr0culo o ensino os programas e as pol0#icasA e o Daprender a ensinarD as pr%#icas dos pro$essores e a aprendi1agem dos es#udan#es so) di$eren#es condiçBes e

    con#e#osD @p77A

    (inda a par#ir das con#ri)uiçBes de +eichner !ini1-Pereira recomenda /ue as

     pes/uisas produ1idas passem por um r0gido processo de avaliação dos pares e ressal#a /ue

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    as pes/uisas produ1idas devem ser capa1es de responder Os seguin#es /ues#Bes: DQuais as

    implicaçBes de nossas pes/uisasN ; /ue elas nos di1em em #ermos do repensar das pr%#icas e

    das pol0#icas de $ormação docen#eND

    (s ideias de !ini1-Pereira sin#e#i1adas a# o momen#o colocam em evidKncia as#rans$ormaçBes /ue o campo de pes/uisa so)re $ormação de pro$essores vem so$rendo ao

    longo do #empo *o#a-se uma so)reposição de discursos so)re#udo das ciKncias sociais

    ancorados nos di$eren#es con#e#os sociais e pol0#icos /ue $oram recon$igurando

    his#oricamen#e a perspec#iva do olhar inves#iga#ivo so)re a $ormação de pro$essores

    culminando na /ues#ão da impor#ncia de es#udos so)re a #em%#ica da iden#idade docen#e

    ?em)remo-nos no en#an#o /ue o campo de $ormação de pro$essores como /ual/uer ou#ro -

    segundo nos di1 =ourdieu dinmico movediço e incons#an#e Por#an#o as ideias

    apresen#adas por !ini1-Pereira não nos coloca em um pon#o de chegada em #erreno sólido

    mas em um con#0nuo movimen#o /ue eige um olhar para o $u#uro e para as #rans$ormaçBes

    /ue nos eige o presen#e

    Encon#ramos esse miran#e para o presen#e e para o $u#uro na revolução propos#a por 

     *óvoa para o campo de $ormação de pro$essores E se encon#ramos nos discursos o impulso

     para as mudanças nas perspec#ivas das pes/uisas so)re a $ormação docen#e 5us#amen#e da

    cr0#ica ao pouco impac#o dos discursos predominan#e nas úl#imas dcadas /ue *óvoa inicia

    suas consideraçBes

    Segundo o au#or vivenciamos uma revolução nos discursos mais do /ue uma

    revolução nas pr%#icas ( revolução apresen#ada por ele por#an#o o)5e#iva romper com essa

     pro)lem%#ica e nesse sen#ido en#endemos /ue as ideias do au#or apresen#adas em s0n#ese a

    seguir podem $ornecer su)s0dios para /ue o pes/uisador possa con$igurar novos o)5e#os de

    es#udo den#ro desse campo e de $orma )as#an#e o#imis#a /uem sa)e con#ri)uir para a

    revolução propos#a por *óvoa

    (s con#radiçBes en#re o discurso e a realidade no campo de $ormação de

     pro$essores são eplicadas por *óvoa a par#ir do pensamen#o de !avid ?a)aree @2448A /ue

     por sua ve1 apresen#a /ua#ro ra1Bes para a não concre#i1ação das in#ençBes presen#es nos

    discursos São elas: @7A o es#a#u#o desvalori1ado dos pro$essores e dos programas de

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    $ormação docen#e> @2A o ensino cons#i#uir-se uma pro$issão complea mas /ue parecer $%cil

     para os ou#ros> @8A a previsi)ilidade e repe#ição dos discursos dos pedagogos> e @3A a visão

    disseminada de /ue os pro$essores e pedagogos são de$ensores do  status quo e ao mesmo

    #empo lu#adores de causas u#ópicas R em respos#a a essas eplicaçBes /ue deno#am

    con#radiçBes e paradoos /ue *óvoa apresen#a /ua#ro $undamen#os para a revolução no

    campo da educação

    ( primeira di1 respei#o O concepção de uma $ormação de pro$essores a par#ir de

    den#ro ou se5a *óvoa con$ere ao pro$essor um lugar predominan#e na $ormação de ou#ros

     pro$essores Ele des#aca /ue ao longo dos anos I4 H4 )em como nos anos recen#es o

    #erreno da $ormação de pro$essores $oi #omado por especialis#as de %reas diversas /ue se por 

    um lado enri/ueceram o campo por ou#ro provocaram o /ue ele chama de Dmarginali1ação

    dos pro$essoresD !ian#e disso ele ressal#a /ue preciso /ue o campo de $ormação de

     pro$essores se inspire na $ormação mdica /ue cons#i#u0da por uma $ormação inicial

    indução e $ormação em serviço !esse modo assegura o au#or seria possivel concre#i1ar 

    uma maior presença dos pro$essores na $ormação da pro$issão

    ( segunda propos#a de *óvoa consis#e na valori1ação do conhecimen#o docen#e

    Para isso ele des#aca /ue preciso conce)er o ensino não como uma a#ividade de

    #ransmissão de um conhecimen#o /ue preeis#e mas como uma a#ividade de criação /ue

    assume o conhecimen#o como uma ma#ria-prima /ue reela)orado a cada a#o pedagógico

     *a es#eira desse pensamen#o ele apresen#a o concei#o de #ransposição deli)era#iva como

    superação ao de #ransposição did%#ica uma ve1 /ue o #ra)alho docen#e implica na

    #rans$ormação dos sa)eres e em uma deli)eração Dis#o uma respos#a a dilemas pessoais

    sociais e cul#uraisD @p3A (inda so)re a valori1ação do #ra)alho docen#e *óvoa a$irma /ue

    Dos pro$essores devem com)a#er a dispersão e valori1ar o seu próprio conhecimen#o

     pro$issional cons#ru0do a par#ir de uma re$leão so)re a pr%#ica e de uma #eori1ação da

    eperiKnciaD @pA

    ( criação de uma nova realidade organi1acional a #erceira propos#a do au#or (

    organi1ação a#ual con$ere O escola e aos pro$essores múl#iplas demandas mui#as ve1es

    a#ri)uindo ao pro$issional docen#e um car%#er mission%rio e salvador *óvoa des#aca Da

     pro#eção do am)ien#e a preservação do pa#rimLnio cul#ural o com)a#e O droga e O

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    #oicodependKncia a educação para a saúde e a educação seual a preparação para lidar 

    com si#uaçBes de emergKncias a promoção de compor#amen#os saud%veis a educação

    alimen#ar a educação para o consumo o com)a#e aos maus #ra#os e O violKncia doms#ica

    a educação a cidadania a prevenção da deli/uKncia 5uvenil e#cD @pA como mui#as dessas

    missBes e dian#e disso propBe uma nova organi1ação em /ue #ais demandas possam ser 

    direcionadas para ou#ros espaços não como $orma de eimir os pro$issionais de #ais

    responsa)ilidades mas como recon$iguração do papel do pro$essor dian#e delas

     *esse sen#ido ele apon#a para as $am0lias )em como para Das comunidades locais

    as associaçBes cul#urais as en#idades la)orais as igre5as os museus as organi1açBes

    cien#0$icas os cen#ros de saúde e os espaços ar#0s#icos e despor#ivosD @pJA como ou#ras

    ins#ncias sociais /ue devem se assumirem como espaços pú)licos de educação ( escola

    en#ão passaria a ser um desses espaços mas não mais o hegemLnico e único Para o

     pro$essor segundo *óvoa essa nova realidade implicaria na cele)ração de um novo

    con#ra#o com a sociedade em /ue a par#icipação e in#ervenção do pro$essor nesses ou#ros

    espaços educa#ivos promoveriam visi)ilidade social e pres#0gio ao #ra)alho docen#e

    R nessa mesma perspec#iva /ue *óvoa apresen#a o /uar#o e úl#imo $undamen#o para

    a sua revolução: o re$orço do espaço pú)lico de educação Em ou#ras palavras ele re$orça

    o pensamen#o de /ue e escola precisa ser si#uada como um pólo de educação den#ro de um

    con5un#o de redes e de ins#i#uiçBes vol#adas O $ormação de crianças e adolescen#es !esse

    modo seria ins#aurado por#an#o um novo con#ra#o social em #orno da educação em /ue

    sociedade chamada para o cumprimen#o de suas o)rigaçBes e a $ormação de pro$essores

    ar#iculada com o de)a#e sociopol0#ico

    Refer*&c"as /"/"o0r1f"cas

    =;U,!"EU Pierre ; campo cien#i$ico "n: ;,

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    For!m ed!cac"o&a ,io de .aneiro v J n 2 p 2-33 a)65un 7HI8

    FE?!E*S Educação de pro$essores: #endKncias /ues#Bes e prioridades) Tec&oo0"a Ed!cac"o&a,io de .aneiro v 78 n 7 p 7-2 nov6de17HI3

    ?(=E,EE !avid @2448A D?i$e #he marginsD 2 3o!r&a of #rac(er Ed!ca#"o& T @74A PP 7-

    ?E?"S "sa)el (lice !o ensino de con#eúdos aos sa)eres do pro$essor: mudanças de idioma pedagógicoN Ed!cação 4 Soc"edade ano TT"" n J3 p 38-I a)r 2447

    S(*