Resenha Teologia Biblica (2)

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Resenha Geerhardus Vos (1862-1949), Era um teólogo reformado e um representante muito respeitado em Princeton Teologia. Geerhardus Vos nasceu na Holanda, e veio para os Estados Unidos em 1881 quando possuia 19 anos, e aos 31 anos tornou-se professor de Teologia Bíblica no Princeton Seminary e veio a falecer aos seus 87 anos de idade. Geerhardus Vos comenta na primeira parte do livro, que a Teologia Bíblica lida com a autorrevelação de Deus, sendo que a mesma se encontra registrada na Bíblia e que a revelação é a interpretação da redenção. Vos também diz que o processo de desdobramento da revelação se dá pelo principio de progreção histórica, ou seja, ao longo de um série de atos sucessivos, dividindo assim o curso da revelação em períodos. Dentro do campo da revelação distingue-se a revelação geral (natural) e a revelação especial (sobrenatural). Antes da queda do homem, a revelação geral consistia pela natureza interior, através da conciência religiosa e moral, e a natureza exterior, através das obras da natureza externa, acrescentando assim a revelação especial. Mas após o ser abalado pela entrada do pecado, a revelação natural também é abalada, necessitando de correção, e tal correção vem através da revelação especial, que não somente restaura a percepção de verdades naturais, mas principalmente introduz um novo universo de verdade sobre a redenção do homem. Dentro da revelação especial, temos a revelação especial pré-redentora e a revelação especial redentora. A revelação pré-redentora se trata do processo de prova pelo qual o homem seria elevado a um patamar de religião e bondade mais alto, que se da por quatro principios, a vida em seu potencial máximo, o teste ou provação, a da tentação e pecado, e por último, a morte.

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Geerhardus Vos (1862-1949), Era um teólogo reformado e um representante muito respeitado em Princeton Teologia. Geerhardus Vos nasceu na Holanda, e veio para os Estados Unidos em 1881 quando possuia 19 anos, e aos 31 anos tornou-se professor de Teologia Bíblica no Princeton Seminary e veio a falecer aos seus 87 anos de idade.

Geerhardus Vos comenta na primeira parte do livro, que a Teologia Bíblica lida com a autorrevelação de Deus, sendo que a mesma se encontra registrada na Bíblia e que a revelação é a interpretação da redenção. Vos também diz que o processo de desdobramento da revelação se dá pelo principio de progreção histórica, ou seja, ao longo de um série de atos sucessivos, dividindo assim o curso da revelação em períodos.

Dentro do campo da revelação distingue-se a revelação geral (natural) e a revelação especial (sobrenatural). Antes da queda do homem, a revelação geral consistia pela natureza interior, através da conciência religiosa e moral, e a natureza exterior, através das obras da natureza externa, acrescentando assim a revelação especial. Mas após o ser abalado pela entrada do pecado, a revelação natural também é abalada, necessitando de correção, e tal correção vem através da revelação especial, que não somente restaura a percepção de verdades naturais, mas principalmente introduz um novo universo de verdade sobre a redenção do homem. Dentro da revelação especial, temos a revelação especial pré-redentora e a revelação especial redentora.

A revelação pré-redentora se trata do processo de prova pelo qual o homem seria elevado a um patamar de religião e bondade mais alto, que se da por quatro principios, a vida em seu potencial máximo, o teste ou provação, a da tentação e pecado, e por último, a morte.

A primeira revelação especial redentora se dá no dialogo de Deus com o homem após sua queda, onde foram trazidos ao homem o sentimento de vergonha e culpa, além de ser dirigido ao homem a Justiça e a graça, sendo a justiça demonstrada no aspecto penal das três maldições e a graça na maldição sobre o tentador.

A revelação noaica não esta diretamente relacionada com a redenção, apesar de mais a frente ter um papel importante neste processo, mas esta revelação esta relacionada ao desenvolvimento natural da raça, pela ordenaça de Deus e a promessa feita para toda familia de Noé, todavia a redenção prosseguiu somente pela linhagem de Sem. A revelação Noaica se da em três periodos, o primeiro é o propósito de Deus de instituir uma nova ordem de coisas, o segundo é as medidas tomadas para dar conteúdo e segurança a essa ordem, e o terceiro mostra a confirmação da nova ordem na forma de um berith.

No período entre Noé e os grandes patriarcas, o autor discute quatro pontos, sendo o primeiro as falas proféticas de Noé, onde a profecia é dividida em três partes, a maldição de Canaã filho de Cam, profecia de benção em relação a Sem e profecia de

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benção em relação a Jafé. O segunto ponto é a tabela das nações, terceiro é a confusão das linguas, a última é a eleição dos Semitas.

Deus se revela no periodo patriarcal através da fala e também Deus se deixou ver, ocorrendo uma manifestação visivel, uma Teofania. A forma mais importante de revelação no período patriarcal é através do anjo do SENHOR, tendo como exemplo Gênesis 16.7. Dentro do campo da revelação, o autor destaca três pontos em comum entre os três grandes patriarcas, o primeiro é o principio da eleição, onde Deus escolhe uma familia dentre as outras familias Semíticas, o segundo é a ojetividade dos dons outorgados, tal objetividade esta interligado as três promessas, a familia eleita se tornaria uma grande nação, teria a terra de Canaã como posseção e eles se tornariam uma benção para todos os povos, e o terceiro é as promessas cumpridas sobrenaturalmente.

Segundo Vos, Moisés ocupa um lugar dominante no desenvolvimento da religião no Antigo Testamento, sendo um instrumento para trazer grandes promessas patriacais a um cumprimento inicial, e também foi usado para capacitar Israel a alcançar a unidade nacional. A forma de revelação neste período foi por intermédio da pessoa de Moisés no que diz respeito ao seu relacionamento com Deus e através das formas de revelações que surgem neste período que não vieram diretamente por intermédio de Moises, que são a coluna de fogo e a nuvem, o anjo de Yahweh, o nome de Yahweh e a face de Yahweh. A revelação mosaica esta dividida em, a redenção de Israel do Egito, o berith entre Yahweh e Israel, a organização geral de Israel (teocracia), Decálogo, a lei ritual.

Na segunda parte do livro, o período profético da Revelação, Vos comenta que os ´´profetas eram guardiães da teocracia em desenvolvimento e essa posição era exercida no centro dela - o reino`` (p. 228), com o objetivo era manter este reino humano como uma representação verdadeira do reino de Yahweh, sendo então o profetismo um notavel movimento na revelação do Antigo testamento. O profetismo se divide em dois periodos, o primeiro vai do avivamento profético no tempo de Samuel até os primeiros profetas escritores, e o segundo continua após os primeiros profétas escritores até o fechamento da professia do antigo testamento.

A palavra Hebraica para profeta é “nabhi”, que dentro da esfera da revelação, sendo analizado através de algumas passagens do Antigo Testamento, temos a idéia de que um nabhi` era um pregador regular nomeado por uma divindade superior, carregando na fala a autoridade da divindade superior. O equivalente de nabhi` no grego é dado pela palavra prophetes, ou seja, as duas palavras seriam sinonimos, mas tal pensamento seria enganoso, pois o prophetes grego não se coloca em uma relação direta com a divindade superior como o termo nabhi`.

A história do profetismo começa no tempo de moisés, onde eles representavam a forma predominante de revelação. O relacionamento entre reis e profetas foi modificado à medida que a apostasia se elevava, um em oposição ao outro, onde por parte do rei, os profetas passaram a ser considerados como traidores. Outro acontecimento após este foi também a apostasia dos próprios profetas, levando a um contraste de falsos e

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verdadeiros profétas e falsas e verdadeiras profecias, chegando ao ponto de colocar o ofício em descrédito, Zacarias prediz tal acontecimento. (p. 245). No tempo de Elias e Eliseu Yahweh era somente o Deus nacional de Israel, não era considerado como um ser ético e o único Deus verdadeiro, tal pensamento veio entre os dias de Elias e Eliseu e a época de Amós e Oséias, devido ao problema de ameaça a existência de Israel.

Os profetas creem ser os receptores da revelação de Yahweh para eles, tal recepção da revelação no sentido ´´sólido, literal, objetivo e original da palavra`` (p. 259). Para Kuenen os profetas estavam equivocados em relação ao fato de eles acreditarem na fonte Divina direta da mensagem que eles pregavam, pois segundo Kueren muitas predições não foram cumpridas e seriam impossiveis de serem cumpridas no presente ou no futuro. Outros dois pensamentos a este respeito são as teorias da revelação cerne, e da adivinhação. A primeira tem-se que Deus concedeu somente o cerne, ou seja a parte essencial da verdade, deixando para os profetas através de uma reflexão subjetiva o desenvolvimento deste cerne. A segunda trata-se de adivinhação, que acaba tirando as caracteristicas de exclusividade do conhecimento profético, pois o mesmo é comparado com exemplos extrabíblicos. Os próprios profétas declararam a forma como a verdade veio de Deus para eles, a primeira é a revelação por meio da fala e da audição, tendo dentre muitos outros exemplos, Is 8: 1, 1 Samuel 3: 8,9, entre outros. Outra forma foi a revelação por meio da apresentação e da visão, como por exemplo em Is 6; Jr 1: 11,12, entre outros. Por último temos a revelação por meio de arrebatamento, onde a personalidade inteira do profeta é arrebatada para uma região dos céus, não somente como uma peça do sobrenaturalismo, mas o próprio proféta teria subido ao reino celestial, seja no corpo ou como é mais provável no espirito, Paulo comenta tal assunto em 2Co 12: 1 ao 4.

O profeta recebia a verdade de Deus e a comunicava, dentro desta comunicação da verdade dois pontos se destacam, a fala e os milagres. o termo nabbi da ênfase a comunicação da mensagem pelo profeta através da fala, e o mais natural seria a fala reprodutiva, a importância dos milagres esta relacionado com o efeito que eles reproduzem, a onipotência e oniciência de Deus.

Os ensinamentos dos profetas do século oito podem ser divididos da seguinte forma: A natureza e os atributos de Yahweh; O laço entre Yahweh e Israel; A ruptura do laço (o pecado de Israel); O julgamento e a restauração: escatologia profética.

Dentro dos ensinamentos dos profetas que foram monoteístas, vemos a natureza e os atributos de Yahweh, Onde ele é chamado de Espirito, não no sentido de imaterialidade, mas a energia de vida em Deus. Os atributos de Yahweh podem ser classificados em duas classes a do transcendental e condescendente. Na classe transcendental temos a Onipotência de Yahweh, vemos o poder ilimitado de Yahweh através de Amós, através do nome de Yahweh dos Exércitos, entre outros exemplos. Alem da Onipotência temos a onipresença, eternidade, onisciência e santidade. Além de outro grupo de atributos as emoções e sentimentos, onde temos manifestações da natureza perigosa de Yahweh e também da natureza amistosa e benevolente.

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Outro ensinamento é o laço entre Yahweh e Israel, que consiste em um estreito e único laço, onde Yahweh casou-se com Israel. O termo utilizado para esta relação é berith (aliança), este termo vemos em Oséias e Isaías, Oséias supõe que o casamento e berith com Yahweh são identicos, ensinando-nos que a união é originada por parte de Yahweh, a relação tinha um começo histórico definido, Israel foi deixado livre para entrar nesta união, estabeleceu um relacionamento legalmente definido, o pacto é um berith nacional.

De acordo com o que os profetas, o laço entre Yahweh e Israel, (berith), será suspenso, não de forma irreparável. Os profetas tratam com o pecado concreto de Israel, no sentido de que não existe pecado a não ser contra Deus.