Resenha - Os Pobres e Seu Dinheiro - Stuart Rutherford

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Os Pobres e seu Dinheiro: Resenha Edmar Roberto Prandini – julho de 2007 O texto com que trabalhamos nesta resenha, Los Pobres y sy Dinero 1 , de Stuart Rutherford, foi publicado, originalmente em inglês, no ano 2000. Desde 1998, partes deles haviam circulado pela internet. Uma versão dos capítulos um e dois circulou em 1998, e em fevereiro de 1999, uma versão de todo o texto foi publicado pelo Programa de Investigação de Finanças e Desenvolvimento do Instituto para a Política e Gestão do Desenvolvimento da Universidade de Manschester. Deste modo, o autor pode ainda acumular alguns debates, esclarecimentos e aportes conceituais resultantes da discussão. Até o presente momento, não temos informação de sua publicação em português. Já no prefácio da publicação, Rotherford apresenta seu objetivo com este estudo: “Este ensayo versa sobre cómo los pobres en paises en vias de desarrollo administran su dinero. Describe como manejan sus ahorros, desde guardar sus billetes debajo de los tablones del piso hasta manejar sofisticados clubes de ahorros y préstamo. Presenta la variedad de prestamistas y recaudadores de depositos que sirven a los pobres, inclyendo a las nuevas instituiciones de microfinanciamiento (IMFs), bancos semiformales o formales que se especializan en trabajar con clientes pobres” (p. 11) O texto está dividido em seis capítulos. O primeiro capítulo, sobre “A Necessidade de Poupar” 2 examina o fato de que, ainda que tenham ganhos pequenos ou irregulares, muitas vezes os pobres necessitam 1 RUTHERFORD, Stuart. Los Pobres y su Dinero. Tequisquiapan(Mexico), La Colmena Milenaria, 2002. Trad. Original The poor and Their Money, 2000 2 La Necesidad de Ahorrar p.17-31

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Os Pobres e seu Dinheiro: Resenha Edmar Roberto Prandini julho de 2007O texto com que trabalhamos nesta resenha, Los Pobres y sy Dinero1, de StuartRutherford, foi publicado, originalmente em ingls, no ano !!!" Desde 1##$, partes delesha%iam circulado pela internet" &ma %ers'o dos cap(tulos um e dois circulou em 1##$, eemfe%ereirode1###, uma%ers'odetodootextofoi publicadopeloProgramade)n%estiga*'ode+inan*aseDesen%ol%imentodo)nstitutoparaaPol(ticae,est'odoDesen%ol%imentoda&ni%ersidadede-anschester" Destemodo, oautor podeaindaacumular alguns debates, esclarecimentos e aportes conceituais resultantes dadiscuss'o" .t/ o presente momento, n'o temos informa*'o de sua publica*'o emportugus"01 no pref1cio da publica*'o, Rotherford apresenta seu ob2eti%o com este estudo3Esteensayoversasobrecmolospobresenpaisesenviasdedesarrollo administran su dinero. Describe como manejan sus ahorros desde!uardar sus billetes debajo de los tablones del piso hasta manejar so"isticadosclubes de ahorros y pr#stamo. Presenta la variedad de prestamistas yrecaudadores de depositos $ue sirven a los pobres inclyendo a las nuevasinstituiciones de micro"inanciamiento %&'(s) bancos semi"ormales o "ormales$ue se especiali*an en trabajar con clientes pobres+ %p. ,,)O texto est1 di%idido em seis cap(tulos" O primeiro cap(tulo, sobre 4.5ecessidade dePoupar6

examina ofatode que,ainda que tenham ganhos pequenos ou irregulares, muitas %e7es os pobres necessitam1R&89:R+ORD, Stuart" Los Pobres y su Dinero" 8equisquiapan;-exico unaestrate!ia$uelasdi"erenciar.pidamente de las instituiciones como bancos $ue buscan la >permanencia yel crescimiento>. ?o obstante si se toman ciertas precauciones los clubes deahorros se pueden convertir en instituiciones permanentes como lo handemonstrado las cooperativas e7itosas+ %p.@A) O =apitulo inicia a abordagem das organi7a*Aes que administram as poupan*as deoutros" ToqueRotherforddenominade .dministradoresePro%edores" Paraele, os4administradores6 incluem as organi7a*Aes n'o lucrati%as como igre2as, templos, gruposde 2o%ens ou mulheres, ou associa*Aes suficientemente est1%eis para administrarpequenos clubes de poupan*a e empr/stimos para seus sCcios" 8amb/mexistemadministradoresqueorgani7amasROS=.sparaosoutros, emtrocadeumaquota"Pro%edores, por sua %e7, s'o pessoas que %endem ser%i*os financeiros n'o registradosaos pobres3 podem ser os agiotas ou arrecadadores de poupan*a" 5este cap(tulo, o autor%ai analisar o caso dos administradores"5o caso dosadministradores, especialmenteno caso daquelasorgani7a*Aes decar1ter religioso, Rutherford encontrou casos de fundos de poupan*a para matrimUnio1! eoutrosaindaoferecemsegurosparaenterros" :msuasobser%a*Aes, RutherfordpUdeobser%ar importantes capacidades de identificar c1lculos atuarias precisos baseados na1!De%e?se lembrar que em muitos pa(ses / frequente a necessidade do pagamento de dotes, al/m dosdispndios com cerimUnias e rituais" experincia dacomunidade sobreosnDmeros de falecimentos em dado per(odo"=ombase na obser%a*'o emp(rica, identificaram que um seguro para enterros queen%ol%essem as fam(lias dos associados de%eria trabalhar com um numero m/dio de L!!sCcios, parapoder gerar excedentessuficientesparan'oredu7ir ofundoquandodanecessidade de reali7ar saques dado o falecimento de algum benefici1rio" Os pro%edores s'o aqueles que disponibili7am recursos na forma de antecipa*Aes,porexemplo, dofluxodedepCsitosoudeati%os" Oequi%alentenoRrasil poderiaserchamado de antecipa*'o de recebereis, tais como promissCrias, duplicatas, cheques pr/?datadosouaindadireitos2untoFsadministradorasdecartAesdecr/dito" 91aindaaantecipa*'o coma hipoteca como garantia e finalmente a compra antecipada daprodu*'oagr(cola" :mtodosestescasos, apro%is'oderecursos/essencial paragarantirquesepossa reali7ara ati%idadegeradoraderecursos paraopagamentodo%alor pro%isionado" Para Rutherford, o estudo que reali7ou propicia %erificar uma grande %ariedade demaneiras mediante quais as necessidades b1sicas de intermedia*'o financeira para aspessoaspobress'osanadas" Doseupontode%ista, esteconhecimentotemcomoconseqGncia abrir no%as questAes em que se de%e pensar3a< Ierifica?se qu'o d(spares / a distribui*'o dos ser%i*os dispon(%eis para estaspessoas, ouse2a, h1muitoafa7er, dopontode%istageogr1fico, paradisponibili7arigualmente a oferta desses ser%i*os em todos os lugaresBb< .inda que os ser%i*os se2am di%ersificados, tal di%ersidade n'o est1 distribu(daequanimente em termos de oferta a todos os pobres, o que implica na necessidade deque aqueles que reali7ama intermedia*'o ampliemo escopo de suas ati%idades,cobrindo com no%as op*Aes ao seu benefici1rioBc. Bl!unos seempie*an allamar>instituiciones demicro"inanciamiento> %&'(s otras si!uensiendoE?Fsoa!encias !ubernamentales+ %p.,0A)O que a pesquisa de Rutherford obser%ou / que muitas das a*Aes deste tipo deorgani7a*Aes promotoras dos ser%i*os financeiros aos pobres fa7em reprodu7 em muitasde suas caracter(sticas as a*Aes que os prCprios pobres foram criando para dar conta desuas necessidades" .ssim, h1 muitas proximidades com os modelos das ROS=.s ou das.ssocia*Aes de Poupan*a e =r/dito" -as h1 tamb/m diferen*as que importam salientar3a< priori7a?seacomposi*'odosgrupospelasmulheresB b< existemmecanismosderota*'o da lideran*a formal, com Cb%io interesse em promo%er um processo educati%oB c