Resenha O Lado Feio Do Amor
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Título: O Lado Feio do Amor (Ugly Love)
Autor: Colleen Hoover
Editora: Galera
Páginas: 336
Onde costumo comprar (Opções de livro impresso): Saraiva
Sinopse: Quando Tate Collins se muda para o apartamento de seu irmão, Corbin, a
fim de se dedicar ao mestrado em enfermagem, não imaginava conhecer o lado feio do
amor. Um relacionamento onde companheirismo e cumplicidade não são prioridades.
E o sexo parece ser o único objetivo. Mas Miles Archer, piloto de avião, vizinho e
melhor amigo de Corbin, sabe ser persuasivo… apesar da armadura emocional que
usa para esconder um passado de dor.
O que Miles e Tate sentem não é amor à primeira vista, mas uma atração
incontrolável. Em pouco tempo não conseguem mais resistir e se entregam ao desejo.
O rapaz impõe duas regras: sem perguntas sobre o passado e sem esperanças para o
futuro. Será um relacionamento casual. Eles têm a sintonia perfeita. Tate prometeu
não se apaixonar. Mas vai descobrir que nenhuma regra é capaz de controlar o amor e
o desejo.
Muito havia ouvido falar deste livro, mas não estava animada para lê-lo em inglês ou
procurar uma tradução não oficial – até porque não sou a maior fã de livros digitais. Como
gostei bastante de outro livro da autora, Um Caso Perdido (tem resenha dele aqui), não
hesitei em comprá-lo assim que o vi na prateleira da livraria. Tomada pela curiosidade
acerca da história, pausei a leitura do último livro do Diário da Princesa (aos vinte um
anos, ainda sou fã da Meg Cabot e tive que ler o 11º livro da série para honrar a minha
infância/adolescência), e simplesmente devorei-o. Ainda que esteja na última fase da
faculdade e sem tempo algum, terminei de lê-lo em dois dias (o que é bastante rápido para
a minha vida atual, considerando o tempo que gasto com faculdade e estágio). Não direi
que é um livro extraordinário, pois não é. A história não possui nada de excepcional, e
achei a parte trágica um tanto forçada. A leitura porém é bastante agradável e quase
impossível de ser interrompida.
No dia em que chega ao apartamento do irmão, Tate Collins conhece Miles Archer. A
apresentação não é a mais convencional, e Tate acaba sendo confundida por Rachel,
alguma mulher a quem Miles, aparentemente, fez algo muito ruim. O que ele fez
exatamente não importa quando Tate começa a se sentir atraída por aqueles lindos olhos
azuis. Ela não quer gostar dele e nem precisa; é apenas uma atração física. E quando Miles
decide ignorar os anos em que não tem contato com uma mulher e beijar Tate, esta
simplesmente se entrega à relação, mesmo com as duas condições impostas por ele: nada
de perguntas sobre o passado e nada de pensar em um futuro.
Aos 18 anos, Miles conheceu Rachel e se apaixonou loucamente por ela, bem como ela
por ele. Talvez, contudo, eles não estivessem destinados a ficar juntos. Não bastasse a
oposição dos pais deles, um acidente fez questão de marcar e mudar suas vidas para
sempre. Foi neste momento que Miles prometeu a si que jamais iria viver o amor
novamente, pois vivenciar o seu lado bonito significava, também, se expor ao seu lado
feio. Agora, embora não consiga ficar longe de Tate, ele sabe que a está machucando e
que, por mais que deseje, não conseguirá dar mais de si a ela. Tate, porém, mantém a
esperança de que algo irá mudar, mesmo com todos os ferimentos que Miles carrega e
que causa a ela. Tate percebe, ao longo desta jornada, que está irremediavelmente
apaixonada e que, mesmo que Miles a machuque, não consegue não pensar em um futuro.
” – O amor nem sempre é bonito, Tate. Às vezes, você passa o tempo inteiro desejando
que um dia ele mude. Que melhore. E aí, antes que perceba, você já voltou para a estaca
zero e perdeu o seu coração em um lugar do caminho.”
O livro é intercalado entre cenas atuais, narradas por Tate, e cenas do passado de Miles.
Sobre estas cenas, achei criativo o modo como foram contadas. Elas se iniciam como
qualquer narrativa, até que Miles conhece Rachel, tornando sua vida em um poema. A
narração segue em formato de poema até que o lado bonito do amor desaparece,
demonstrando a intensidade dos sentimentos de Miles. Esta narrativa paralela me dividiu,
pois não sabia de qual romance gostava mais, embora soubesse que, para o atual romance
acontecer, o antigo, com certeza, iria acabar de um modo trágico.
De um modo geral, os personagens são bem escritos. Não vemos aqui uma infantilização
dos personagens, o que, por vezes, ocorre em romances com personagens por volta dos
vinte anos. Tate tem 23 anos, tem sua vida profissional e acadêmica, encontrando um
espaço para Miles em seus intervalos. Ela é consciente do que faz e até, bastante madura.
Ela está diante de um relacionamento que poderia ser considerado abusivo, não fosse a
proposta inicial de que não haveria envolvimento emocional. Collins, por sua vez, não é
um homem controlador que manipula Tate, fazendo com que esta, ingenuamente se
apaixone. Assim, as cenas do romance são envolventes, sem apelarem para um
romantismo extremamente machista e irreal
O final, embora seja o esperado, traz uma surpresa. Revelado o que fez Miles desistir do
amor, ele percebe que a única forma de superar a sua dor é encontrar alguém que
compartilhe a mesma história feia que ele, enfrentando, assim, toda a culpa que carrega.
Miles sabe que a dor nunca poderá ser apagada, mas talvez o lado bonito do amor ainda
possa se sobressair ao lado feio.
“[…] – Você acha que roubou a chance que aquela garota tinha de ser feliz, e até
confrontar esse passado, nunca vai seguir em frente. Vai ficar revivendo aquela noite por
todo santo dia, até o dia em que morrer, a não ser que vá ver com seus próprios olhos que
ela está bem. Talvez, assim, consiga perceber que não é nada de errado em você, também,
ser feliz.
[…] – Sei que a ideia de confrontar o passado o deixa apavorado. É algo que apavora todo
homem. Mas, às vezes, não é algo que fazemos por nós mesmo. É algo que fazemos pelas
pessoas que amamos mais do que a nós mesmos.
Recomendo a leitura à quem deseje um romance agradável e atraente e com uma reflexão
leve e bonita. Verifiquei alguns erros de edição, mas nada que atrapalhasse a leitura, a
qual, como já foi dito, é bastante rápida. Espero que gostem.
A diferença entre o lado bonito e o lado feio do amor é que o lado bonito é bem mais leve.
A pessoa se sente como se estivesse flutuando. ele ergue a pessoa. Carrega-a consigo.
[…]
As partes feias do amor são pesadas demais para se mudarem de volta para Phoenix. As
partes feias doa mor não são capazes de erguer uma pessoa.
Elas puxam você para baixo.
Elas prendem você lá embaixo
Afogam você […]
Então você abre mão dele. Abre mão de tudo. Nunca mais quer amar novamente, não
importa o tipo de amor, porque não vale a pena sentir o amor feio de novo por nenhum
tipo de amor.
Um projeto de filme estava sendo desenvolvido, mas ainda há poucas informações a
respeito. O personagem Miles Archer seria interpretado pelo canadense Nick Bateman.