Resenha do livro ética da necessidade e outros desafios

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    Pr-Reitoria AcadmicaCurso de Educao Fsica

    tica

    Autor: Eduardo Figueiredo FialhoOrientador: Vicente Srgio Brasil Fernandes

    Braslia DF2016

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    SumrioIntroduo ..................................................................................................................................... 3

    Desenvolvimento .......................................................................................................................... 4

    Concluso ...................................................................................................................................... 7

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    Introduo

    O trabalho a seguir tem como objetivo discutir e apresentar as questeslevantadas na aula da disciplina de tica da Universidade Catlica de Braslia,sobre os temas ticas, moral e razo, e como estes foram entendidos pelosgregos: Plato e Aristteles, pelos monges da idade mdia: Santo agostinho eSo Tomadas de Aquino e na modernidade por Kant.

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    Desenvolvimento

    As ideias de tica e moral surgem pela primeira vez com Plato no sculo4 antes de cristo, estas eram entendidas de modo muito diferente de comoentendemos hoje. Plato um pensador dualista o que significa que ele divide omundo em dois, e neste caso na sua famosa alegoria da caverna ele apresentaesta diviso como o mundo das sensaes, este sendo estar dentro da caverna,e o mundo das ideias, este seria estar fora da caverna, sendo ento o mundodas ideias o real e verdadeiro, o lugar onde tudo imutvel, permanente, certoe verdadeiro, e este o mundo das sensaes um mundo que nos induz ao erro,ao falso. Entendo o mundo desta forma Plato cria uma desvalorizao domundo das sensaes em prol do mundo das ideias, e esta mesma diviso seaplica a nos, sendo que em ns o que faria parte do mundo das sensaes seriao nosso corpo, e este esta suscetvel ao erro, e portanto de acordo com Platono deveramos nos orientar por ele, mas sim pela parte em nos quecorresponde ao mundo das ideias, esta seria a alma, e atravs da razo, atravsdo pensar, entraramos em contato com o mundo da ideias, e neste est a tica.

    A tica aqui entendida como aquilo que faz os homens se comportaremda forma correta, ela o princpio que rege os seres humanos pelo certo, e istoseria independente de cultura, formao e et. J a moral seria entendida comoeste princpio se traduziria atravs das sociedades em forma de normas, regras

    e condutas, porm se os homens estivessem totalmente voltados para a alma,para a tica a moral seria desnecessria.

    Logo aps Plato que ir dar novo entendimento para tica o seudiscpulo Aristteles, este que entende o ser tico como aquele homem que estem harmonia com o cosmos, e portanto no seu lugar natural e devido, a isto eledenominou de estado de Eudaimonia, que viria a ser o encaixe de terminado serno seu lugar certo no cosmos, e portanto este ento iria ser tico e correto.Aristteles tem uma abordagem diferente de Plato principalmente no que dizrespeito a como entender o mundo, enquanto que para Plato a verdade e atica estavam para o mundo das ideias, para Aristteles no havia tal coisa, eeste dizia que o entendimento do mundo se d atravs do prprio mundo, umabela ilustrao desta diferena est no quadro Escola de Atenas, do artistarenascentista Rafael, que ao centro da pintura esta Plato apontando para cimacomo quem diz que aquilo que tem valor est acima, no mundo das ideias,enquanto que ao seu lado est Aristteles com a palma da mo virada para baixocomo quem diz: No a verdade est aqui mesmo

    Aps a queda da cultura grega, ascendncia romana e depois quedadesta tambm, veio a idade mdia, esta que ficou conhecida como idade dastrevas por conta da censura do conhecimento que houve na poca, apesar de

    vrios autores discordarem do uso deste termo.

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    Na idade mdia os monastrios das igrejas catlicas se tornaram o quese poderia entender como armazm do conhecimento, uma vez que vrios doslivros que haviam em bibliotecas de Roma e do territrio em volta, foram tiradosdas bibliotecas e levados para os monastrios por conta do medo dos mongesque estes fossem queimados pelos brbaros.

    As ideias de Plato e Aristteles foram as que mais foram preservadas eas que mais se possuem registros e a isto se deve do fato de que Aristteles foiprofessor de Alexandre o Grande, este que conquistou quase todo o territrio dapoca e por conta disto os ensinamentos do seu professor e do professor de seuprofessor, Plato, foram preservados, estes foram bastante estudados por ummonge que recebeu o nome de Santo Agostinho, este atravs dos estudos dePlato e Aristteles interpretou vrias das ideias destes dois aos moldes docatolicismo. O pensamento de Plato de mundo das ideias foi traduzido emSanto Agostinho como Cidade de Deus, e o princpio de tica, que seria de onde

    viria o bem e a orientao das boas aes nos homens, este foi entendido comoDeus, isto foi entendido desta forma por conta de um questionamento que SantoAgostinho possua que era: Como Deus que todo bom pode ter criado o ser

    humano que faz tanto mal?. Como resposta a este problema ele entendeu que

    a maldade no seria criao de Deus, mas sim ausncia de Deus, tal qual aausncia de Luz e trevas e com relao a ideia de eudaimonia e encaixe nocosmos de Aristteles, est por sua vez foi entendida como misso de Deus, ouseja a grosso modo, as ideias de Plato e Aristteles continuaram com SantoAgostinho, sendo as mesmas, apenas com uma nova roupagem e comoferramenta de apologtica crista, e aqui a tica entendida como estar em

    contato com Deus, tal como para Plato seria estar em contato com o mundodas ideias.

    Uma frase conhecida deste filosofo : Ame e faa o que quiser est

    tambm veio das ideias platnicas, mais especificamente de um dilogo comFedro, no texto: O banquete, este defende que o amor o que necessrio parahaver uma boa sociedade, porque em uma cidade de amantes, todos buscariamfazer o bem um para o outro, e no haveria necessidade de regulamento, parasanto agostinho, aquele que tivesse o amor de Deus, no precisaria de moral,uma vez que ele no iria fazer mal algum, por isso a frase Ame e faa o que

    quiser

    So Tomas de Aquino, tal como Santo Agostinho faz tambm a divisoentre corpo e alma, porm eles se diferem em alguns aspectos, para Tomas, aalma e corpo no esto separados completamente como diria Agostinho, e ohomem composto de ambos, outra diferena que Agostinha tentouracionalizar sobre a f, tinha o entendimento que Deus no seria apenas algocrvel, mas tambm demonstrvel, Tomas no aceitava essa ideia e acreditavaque a f era uma virtude. So Tomas fala sobre a lei natural, esta a que mais seassemelha a ideia de tica de Plato que diz que pela razo tendemos a buscaro bem e evitar o mal, A lei eterna que seria o plano de Deus, e a Lei dos homens,

    leis criadas para impedir que o homem faa o mal, funcionando como: Na falta

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    do amor de deus, de se estar alinhado com a bondade divina, que haja a lei paraimpedir que o homem faa o mal.

    J na modernidade com Kant, o entendimento sobre moral e tica ganhamnovo entendimento, Kant tido como o filosofo da razo, e com ele que o

    entendimento moral toma um rumo novo atravs da reflexo sobre determinadaao sobre os imperativos hipottico e categrico, estes a grosso modo foramos princpios orientadores que Kant conseguiu achar para descobrir como sedeve agir, o hipottico seria algo como: Em caso de querer X devo fazer Y. Emexemplo: Em caso de que querer emagrecer devo fazer dieta, por isso imperativohipottico, porque lida com hipteses, entretanto este no servia para resolverconflitos, eis que Kant surge com o imperativo categrico, este que deveriaorientar as aes morais: Faa de tal modo a desejar que sua ao se torne leiuniversal, em outras palavras, seria o entendimento da regra de ouro quepermeia vrias religies, o popular trate os outros como voc gostaria de ser

    tratado.Kant traz consigo uma seria de implicaes para a moral, uma delas a

    falta de interesse de ganho de quem pratica a ao, uma vez que se certo atofor feito por desejo de algum ganho, ou medo de alguma perda, este ento serconduzido justamente pensando em si prprio, e no ter em si boa vontade, demodo que se a moral for entendida de tal como como vem sido entendida, e asaes boas devem ser feitas por prprio benefcio, isso acarreta uma srie deproblemas, porque no momento em que uma ao m lhe trouxer maisvantagens, assim o indivduo ira realiza-la, tal qual seria a lgica pragmtica deMaquiavel, porm em kant a moral e desinteressada, de modo que a aocorreta de ser feita, por ela ser a correta, e no por um eventual ganho, de modoque Kant rompe com os pensadores da idade mdia porque ele acredita que sea ao moral guiada pelo desejo do paraso, ou por medo do inferno, estaento no moral em nada, apenas auto interesse transvertido , portanto fazero certo por causa de Deus, como seria de acordo com as ideias dos pensadoresda idade mdia, no seria um ato moral.

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    Concluso

    Podemos perceber que o entendimento sobre tica e moral divergem deacordo com autor e tempo histrico, sendo estes no conceitos fixospermanentes, mas que so construes sociais, e que em cada temposuscitaram reflexes interessantes sobre como devemos viver e conviver emsociedade, de modo a criar uma sociedade harmoniosa e justa.

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