Reproduzir ou Produzir

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Reproduzir ou Produzir? Máquinas ou Seres Humanos? "A máquina não livra o trabalhador de trabalho, mas de conteúdo..é trabalho morto que domina e suga a força de trabalho viva ". (Marx) O capitalismo mostra-se de fácil adaptação diante de diferentes situações vividas ao longo das décadas, mediante o avanço das tecnologias, dos modelos econômicos dinâmicos, da globalização vigente. Situações essas quem conduzem a um antagonismo irredutível entre as duas classes principais da sociedade capitalista: a burguesia e o proletariado (o empresariado e os assalariados). Segundo o marxismo, o capitalismo encerra uma contradição fundamental entre o caráter social da produção e o caráter privado da apropriação, o trabalhador cria mais valor do que aquilo que lhe foi pago. O caráter social da produção se expressa pela divisão técnica do trabalho, organização metódica existente no interior de cada empresa, que impõe aos trabalhadores uma atuação solidária e coordenada. Força de trabalho essa que se produz alienante na qual o capitalismo apóia-se para estabelecer as suas relações de exploração. Autores tais como: Braverman e Adam Smitt explicam o porque da pormenorização do trabalho, afirmando que não há sentido trabalhar individualmente e que isso aumenta a destreza, economiza tempo, e facilita abreviando tempo e trabalho. Segundo Taylor: "Não deve-se pensar em nada que diga respeito ao seu trabalho. Outros é que pensam por você...[nesse] sistema, tudo vem pensado, estudado, preparado, cabendo ao trabalhador apenas executar" . Nesse sistema existem os que pensam e aqueles que executam. A 1ª análise completa a respeito do trabalho foi feita por Taylor, incluindo tempos e movimentos – divisão e subdivisão de todos os movimentos necessários à execução de uma tarefa, séries ordenadas de movimentos simples, a qual havia a determinação de um tempo médio para execução. O operário assim perde sua liberdade e iniciativa de estabelecer a sua maneira de trabalhar e passa a ser confinado a execução automática, repetitiva e padronizada. Apesar dessas características da produção, os meios de produção constituem propriedade privada do capitalista. O produto do trabalho social, portanto, se incorpora a essa propriedade. Sendo que, o que cria valor é a parte do capital investida em força de trabalho, isto é, o capital variável. A diferença entre o capital investido na produção e o valor de venda dos produtos, a mais-valia (lucro), apropriada pelo capitalista, não é outra coisa além de valor criado pelo trabalho. Para Taylor era necessário nesse sistema dispensar os indispensáveis, o sistema faz-se e/ou compõe-se dos substituíveis. O motor humano seria apenas a propulsão a maquina sem que este fadigue e possa produzir sempre. Mediante essa análise prévia do que vem a ser o chamado capitalismo, é que podemos analisar as relações estabelecidas, dentro desse processo e do que foi gerado a partir dele, levando em consideração a ótica escolar e a ótica empresarial, tendo a oportunidade de conceber as idéias de homem, sociedade e educação, nessa complexa teia das relações sociais. Paralela ao capitalismo e decorrente dele, a CLT é definida, Direitos trabalhistas são instituídos, o sistema S é criado para a qualificação no processo de exploração.

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Reproduzir ou Produzir? Máquinas ou Seres Humanos?"A máquina não livra o trabalhador de trabalho, mas de conteúdo..é trabalho morto que domina e suga a força de trabalho viva ". (Marx)

O capitalismo mostra-se de fácil adaptação diante de diferentes situações vividas ao longo das décadas, mediante o avanço das tecnologias, dos modelos econômicos dinâmicos, da globalização vigente. Situações essas quem conduzem a um antagonismo irredutível entre as duas classes principais da sociedade capitalista: a burguesia e o proletariado (o empresariado e os assalariados).

Segundo o marxismo, o capitalismo encerra uma contradição fundamental entre o caráter social da produção e o caráter privado da apropriação, o trabalhador cria mais valor do que aquilo que lhe foi pago.

O caráter social da produção se expressa pela divisão técnica do trabalho, organização metódica existente no interior de cada empresa, que impõe aos trabalhadores uma atuação solidária e coordenada. Força de trabalho essa que se produz alienante na qual o capitalismo apóia-se para estabelecer as suas relações de exploração.

Autores tais como: Braverman e Adam Smitt explicam o porque da pormenorização do trabalho, afirmando que não há sentido trabalhar individualmente e que isso aumenta a destreza, economiza tempo, e facilita abreviando tempo e trabalho.

Segundo Taylor:

"Não deve-se pensar em nada que diga respeito ao seu trabalho. Outros é que pensam por você...[nesse] sistema, tudo vem pensado, estudado,

preparado, cabendo ao trabalhador apenas executar" .

Nesse sistema existem os que pensam e aqueles que executam.

A 1ª análise completa a respeito do trabalho foi feita por Taylor, incluindo tempos e movimentos – divisão e subdivisão de todos os movimentos necessários à execução de uma tarefa, séries ordenadas de movimentos simples, a qual havia a determinação de um tempo médio para execução. O operário assim perde sua liberdade e iniciativa de estabelecer a sua maneira de trabalhar e passa a ser confinado a execução automática, repetitiva e padronizada.

Apesar dessas características da produção, os meios de produção constituem propriedade privada do capitalista. O produto do trabalho social, portanto, se incorpora a essa propriedade. Sendo que, o que cria valor é a parte do capital investida em força de trabalho, isto é, o capital variável. A diferença entre o capital investido na produção e o valor de venda dos produtos, a mais-valia (lucro), apropriada pelo capitalista, não é outra coisa além de valor criado pelo trabalho.

Para Taylor era necessário nesse sistema dispensar os indispensáveis, o sistema faz-se e/ou compõe-se dos substituíveis. O motor humano seria apenas a propulsão a maquina sem que este fadigue e possa produzir sempre.

Mediante essa análise prévia do que vem a ser o chamado capitalismo, é que podemos analisar as relações estabelecidas, dentro desse processo e do que foi gerado a partir dele, levando em consideração a ótica escolar e a ótica empresarial, tendo a oportunidade de conceber as idéias de homem, sociedade e educação, nessa complexa teia das relações sociais.

Paralela ao capitalismo e decorrente dele, a CLT é definida, Direitos trabalhistas são instituídos, o sistema S é criado para a qualificação no processo de exploração.

Sebastião Salgado, economista e fotógrafo em seu livro "O espectro da esperança" nos apresenta fotos do mundo globalizado. Tentando nos fazer entender que há solução para o que vivemos. Argumenta que a fotografia é uma forma de mostrar em fração de segundos o que durante anos não foi visto nas estatísticas e noticiários, que são as emoções das pessoas que realmente sofrem por esse processo de exploração que é o capitalismo, onde de 5 pessoas apenas uma é beneficiada pelo sistema. Nesse emaranhado de idéias e situações o que acabamos vendo são os fatos e não o que realmente houve para que aquilo fosse assim, a relação passado- presente- futuro, para que assim possamos verdadeiramente compreender definir e redefinir a possibilidade de desenvolvimento educacional.

Esta administração cientifica não morreu, ela está submetida constantemente a novas inovações como afirma I. Chiavenato.

Por razões econômicas: os novos sistemas de produção (o pós-fordismo) requerem níveis de escolaridade muito superiores ao do capitalismo tradicional.

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Não nos enganemos: o que antes defendíamos como um direito, que hoje é visualizado apenas como uma necessidade para o funcionamento. global de um sistema econômico . O computador, a televisão (tv’s a cabo) e telecomunicações invadem e transformam organizações e pessoas por onde passam. É a era digital e o homem com o seu grande poder: o capital intelectual.

A era da informação década de 90, graças ao tremendo impacto promovido pelo desenvolvimento tecnológico e pela tecnologia da informação, o capital financeiro cede lugar para o capital intelectual, que a partir de agora é a nova riqueza.

A tecnologia serve e escraviza, onde vive-se em um mundo que a relatividade e a interconectividade reinam no sentido de que tudo é imprevisível, o que será o limite diante de uma sociedade que vive e se alimenta de bens intangíveis das pessoas para propiciar e criar bens tangíveis, num vampirismo que acaba retrocedendo em termos de valores humanos. Nesse processo ganha força constante, a idéia do profissional do futuro que deverá articular-se em vários níveis de conhecimento para que assim possa desenvolver o seu trabalho.

Surge a preocupação com os cursos de formação dos educadores, pois com essa estrutura de produção surge a necessidade de redefinir os sistemas educacionais, em que a escola neste cenário também é atingida pela turbulência da enxurrada de informações.

Os financiamentos iniciais do BIRD ao MEC, em especial (déc. 70), concederam a educação o papel de crescimento voltado a industria, profissionalizando ao mesmo tempo em que educava. As chamadas políticas compensatórias vinham para aliviar as possíveis tensões sociais decorrentes.

Sendo assim:

"A importância do ensino profissional voltado diretamente para a formação de mão-de-obra qualificada, capaz de gerar efeitos mais duradouros sobre a economia [...] enfoque adaptativo de educação para a pobreza no contexto da segmentação do mercado de trabalho". Dourado

É notório mesmo que em um momento diferente, os resultados alcançados não passam de compensatórios, onde o co-financiamento além de ser um processo complicado, é ineficaz. Sem que esse possa dar lugar ao tão desejado desenvolvimento por mudanças qualitativas e humanitárias, que venham mudar as estruturas vigentes nesta realidade de ensino.

Deixando-nos dependente de uma estrutura que ao invés de contribuir para o nosso desenvolvimento, acaba por constituir-se no maior entrave dos recursos nacionais.

A permanente e urgente atualização dos professores é necessária, pois este é um tempo em que as habilidades de seus alunos já os ultrapassaram. Eles diferentes da nossa geração onde tínhamos acesso apenas a algo tátil, tal como o livro eles são estimulados a todo instante.

Seus alunos estão na era digital, e você no analógico. Devendo assim, transformar o ensino funcional em um ensino critico e transformador a respeito daquilo que se vive.

A Globalização está inserida nesses fenômenos econômicos, na era da informação e do conhecimento, nas comunicações, na pobreza de muitos e na riqueza de poucos, possui um tremendo potencial para criar soluções e riquezas num ritmo alucinante, podendo ter conseqüências drásticas, onde pessoas Inseridas no processo não sabem sequer quem são e muito menos o que existe por trás da realidade que vivem.

Como educar, se existem pessoas que sequer tem o direito de viver dignamente? Os quais não são sujeitos da própria realidade vivida? Vivendo num mundo de exploração que sequer respeita os tão chamados direitos iguais, na qual o lucro é mais importante que a espécie humana?

Avanços tecnológicos e científicos provocam mudanças no modo de produção, afetando diretamente a estrutura social -os paradigmas- culturais, políticos e/ou econômicos, sugindo a partir daí novas demandas que provocam mudanças diretas na educação. A educação muda em decorrência da sociedade. Mudanças que ocorreram no mundo do trabalho e a organização desta influenciam diretamente na estrutura educacional.

Economia dinâmica e globalizada, onde o profissional do futuro terá de saber articular-se em vários níveis de conhecimento para que assim desenvolva o seu trabalho. Onde a educação deverá ser concebida a partir desta lógica, como sendo fator importante de transformação racional: conscientizando e qualificando.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA

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CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7 Ed. Ver. E atual.RJ: Elsevier, 2003.

DOURADO, Luiz Fernandes. A Reforma do Estado e as Políticas de Formação de Professores nos Anos 1990. In: Dourado, Luiz Fernandes & PARO, Vitor (Orgs.). Políticas Públicas e Educação Básica. São Paulo: Editora Xamã, 2001.

FERRERO, Emília. Atualidade De Jean Piaget. Tradução: Ernani Rosa. Porto Alegre

FONSECA, Marília, Et al. Gestão Democrática da Educação: desafios contemporâneos/ Dalila Andrade Oliveira (org.). Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1997.

PARO, Vitor Henrique. Administração Escolar; introdução crítica. SP: Ed. Cortez, 2000.