Remoções rurais

7/23/2019 Remoções rurais

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XXX ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE CIÊNCIAS SOCIAIS

EIXO: Remoções urbanas e rurais

Letícia Costa Silva1

AS FRENTES DA MIGRA!O NO MUNIC"#IO DE MARA$%&#A

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo fazer uma breve abordagem sobre os

processos migratórios ocorridos na cidade de Marabá localizada no território

do Sudeste !araense" !or conta do seu alto grau de urbaniza#$o e

desenvolvimento econ%mico a cidade & um dos maiores pontos de migra#$o da

regi$o" Ent$o ser$o analisadas duas formas de migra#$o presente nomunicípio a primeira representa o deslocamento de pessoas para o burgo

agrícola 'ue deu origem ( cidade migrantes em sua maioria provenientes da

regi$o nordeste do país" ) segunda forma & a migra#$o urbano*rural 'ue se

intensifica a partir da d&cada de +, com a implanta#$o dos grandes projetos

agropecuários e minerais na regi$o )maz%nica"

Será discutido tamb&m sobre o desenvolvimento econ%mico 'ue ocorreu

em Marabá 'ue atraiu milhares de migrante como o ciclo do 'ue abriu omercado de m$o de obra barata na regi$o amaz%nica atraindo levas de

pessoas observaremos se esse progresso 'ue ocorreu na economia e

conse'uentemente na urbaniza#$o de Marabá 'ue faz dela uma das cidades

mais importante do estado do !ará está acontecendo em todas as esferas da

sociedade como a sa-de saneamento moradia se há políticas p-blicas 'ue

1 .raduanda do curso de Ci/ncias Sociais da 0aculdade de Ci/ncias Sociais )raguaia*ocantins da2niversidade 0ederal do Sul e Sudeste do !ará* 2340ESS!)" E*mail5 leticia67,,819:hotmail"com"

mailto:[email protected]

mailto:[email protected]



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au;ilie amparem os migrantes rec&m*chegados ou se se esses servi#os est$o

a'u&m do esperado em rela#$o a esse progresso econ%mico ocorrido"

) compreens$o dessas 'uest<es será trabalhada e;clusivamenteatrav&s de revis$o bibliográfica leituras de clássicos 'ue discutem a regi$o

amaz%nica como5 =&bette >7,,9? EMM4 >18@@? AEL=B >18+7? al&m da

43D)DE >7,,8?" E trabalhos científicos 'ue se tornaram relevantes para

a abordagem do tema" Sendo usado tamb&m dado do 4F.E >4nstituto Frasileiro

de .eografia e Estatística? sobre a demografia de Marabá do período de 18+,

a 7,1,"

)trav&s da pes'uisa conclui*se 'ue desde a forma#$o do povoado 'uedeu origem ( cidade se tem a entrada de muitos migrantes de outras regi<es

do país em busca de terra para trabalhar no entanto os migrantes se

depararam com a concentra#$o fundiária" ) reprodu#$o social dessas pessoas

& travada pela concentra#$o de terras advindas do latif-ndio desse modo o

campon/s sofre uma migra#$o fo#ada ele & obrigado a migrar para a cidade

em busca de melhores condi#<es de vida chegando lá encontram tamb&m

uma realidade n$o muito propicia para a sua reprodu#$o pois passa a sofrer com a infraestrutura precária na cidade a falta de trabalho e de espa#o

passando a morar nas periferias em moradias em p&ssimas condi#<es e se

tornando reserva de m$o*de*obra barata dos grandes projetos ou no servi#o

comercial e;istente na cidade"

#ALA'RAS&C(A'E: Migra#$oG )maz%niaG eprodu#$o social"



3

INTRODU!O

3este trabalho será feita uma breve abordagem sobre os processos

migratórios históricos ocorridos na cidade Marabá localizada no Sudeste

!araense na regi$o 3orte do país" )nalisaremos duas formas de migra#$o

ocorrida na primeira tem*se o deslocamento de pessoas para o burgo agrícola

'ue deu origem ( cidade migrantes na sua maioria provenientes da regi$o

nordeste do país" ) segunda forma & a migra#$o urbano*rural 'ue se

intensifica a partir da d&cada de +, com a implanta#$o dos grandes projetos

agropecuários e minerais na regi$o )maz%nica o 'ue ocasionou uma forte

urbaniza#$o em Marabá5

Marabá vem se constituindo locus de um intenso processo detransforma#<es" ais transforma#<es est$o relacionadas aosnovos pap&is e;ercidos por esta cidade paraense no conte;toda rede urbana oriental amaz%nica bem como em raz$o dedinHmicas urbanas inerentes ( inser#$o da regi$o amaz%nicano conte;to de divis$o social e territorial do trabalho">BD4.2ES 7,1, p" 7+?

)ssim será discutido tamb&m um pouco sobre o processo histórico e

econ%mico do município e a sua peculiaridade como cidade m&dia tornando*se

um pólo atrativo de migrantes al&m disso perceber como esse avan#o na

economia e urbaniza#$o de Marabá fez dela uma das cidades mais importante

do estado !ará no entanto observar 'ue esse progresso n$o está

acontecendo em todos campos da sociedade como a sa-de saneamento

moradia dentre outros 'ue continuam sendo servi#os precários no município"

METODOLOGIA

3o desenvolvimento do artigo IDuas frentes da migra#$o no município

de MarabáJ foi empregada a pes'uisa bibliográfica como recurso

metodológico"

0oi utilizada a leitura de clássicos 'ue discutem a regi$o amaz%nica

como5 =&bette >7,,9? EMM4 >18@@? AEL=B >18+7? al&m da 43D)DE

>7,,8? trabalhado durante a disciplina" Dentre outros trabalhos científicos 'ue



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se tornaram relevantes para a abordagem do tema" Sendo utilizados tamb&m

dados do 4F.E >4nstituto Frasileiro de .eografia e Estatística? sobre a

demografia de Marabá do período de 18+, a 7,1,"

#RIMEIRA FRENTE DA MIGRA!O: FORMA!O DE MARA$%

Marabá & um dos maiores pontos de migra#$o da regi$o segundo o

4F.E o município de Marabá tem atualmente uma área territorial de

1K"17@91 m7 e uma popula#$o em 7,1N de 7K1" @@K habitantes" Sendo

considerada uma cidade m&dia por conta de sua localiza#$o estrat&gica e sua

economia na regi$o" Cidades m&dias s$o5

)'uelas 'ue assumem um determinado papel na estruturaurbana regional como centro sub*regional n$o sendosimplesmente centros locais mas 'ue s$o capazes depolarizar um n-mero significativo de centros menores earticular rela#<es de toda ordem como anteparo e suporte (smetrópoles regionais n$o compondo junto com estas umaunidade funcional contínua eOou contígua> 43D)DE 7,,@ apud 43D)DEG!EE4) 7,,+ p" N19?

) cidade tem sua origem em meados de 1@89 com o burgo agrícola

pró;imo ao rio 4tacai-nas formado pelo chefe político Carlos .omes Leit$o e

por famílias vindas de .oiás" B burgo de 4tacai-nas concentrava sua for#a de

trabalho em atividades ligadas ( agricultura ao e;trativismo da castanha*do*

pará ( cria#$o de gado e de outros animais >AEL=B 18+7?" !ercebem*se aí

as primeiras migra#<es para a futura cidade de Marabá"

Eram va'ueiros agricultores comerciantes e antigosproprietários de terra de .oiás e Maranh$o 'ue segundo oviajante Pvieram para ali espontaneamente só lamentando osinconvenientes da pobreza 'ue & e;trema a eles por terem sidoespoliados de seus bens com a guerra civil da Foa Aista">EMM4 18@@ p" 7N?

Logo após a forma#$o do burgo agrícola foi descoberto o caucho

>variedade local da seringueira da )maz%nia da 'ual era e;traído o láte;

mat&ria prima da borracha? assim o burgo volta a sua atividade econ%mica

para a sua e;tra#$o" 3a verdade essa descoberta vai gerar uma intensa



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migra#$o para essa área especialmente por parte de maranhenses goianos e

cearenses pois a &poca era de pleno auge da borracha na )maz%nia

>EMM418@@?" )lguns moradores do burgo se deslocam ocupando o pontal

formado pelo rio 4tacai-nas e o rio ocantins local estrat&gico para o

e;trativismo e a comercializa#$o" 3esse pontal formou*se um n-cleo a partir de

uma casa comercial fundada por um maranhense chamado 0rancisco Coelho

em 1@8@ cujo nome passou a designar o futuro povoado5 Marabá" >)LME4D)

7,,@?" !assando a ser tamb&m o local de aviamento da regi$o" ) transfer/ncia

do Furgo para o povoado de Marabá consagra o fim da col%nia agrícola e sua

substitui#$o por um centro eminentemente comercial" Ela marca tamb&m o

declínio do mando de Carlos Leit$o >EMM4 18@@?"

Marabá & desmembrado do município de S$o o$o do )raguaia em

181N e passa a ser município paraense" B caucho foi a principal atividade

econ%mica do município at& 187, no entanto entra em decad/ncia por conta

da crise da borracha resultado da concorr/ncia asiática" Ent$o Marabá

direciona a sua economia para a e;tra#$o da castanha*do*pará uma atividade

já e;ercida na regi$o mas sem muita visibilidade at& o declínio do caucho" B

trabalho nos castanhais atraiu migrantes e alavancou novamente a economia

do município formando uma oligar'uia local"

) economia e;trativa da castanha 'ue propricia a alguns ocontrole do trabalho e da produ#$o vai dar uma conota#$oparticular ao processo de forma#$o da sociedade local em 'uegrupo representantes do capital mercantil passam a e;ercer aapropria#$o econ%mica Q 'ue pela e;tra#$o do lucro comercialsob diferentes formas 'ue pela e;plora#$o do trabalho noscastanhais*dando*lhes condi#<es para o e;ercício dadomina#$o política local tonando meio de controle at& mesmoda apropria#$o da terra nas áreas de castanhais apoiadanessa economia florescente durante várias d&cadas" >EMM418@@ p" +?

!or conta da notoriedade da castanha o município de Marabá alcan#a o

primeiro lugar como produtor >"""? em 181@ produzia apenas 1 98R do total da

castanha no Estado em 187+ passa a produzir ,R desse total" >EMM4 18@@?

Marabá & elevado ( categoria de cidade em 187N" Com popula#$o de >"""?

apro;imadamente 7",,, pessoas" Era composta de índios e colonos entre



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estes >"""? trabalhadores da castanha 'ue em sua maioria eram migrantes

principalmente do Maranh$o e de .oiás >EMM4 18@@?"

3a d&cada de K, com o arrendamento perpetuo do aforamento dos

castanhais come#a*se combinado com a castanha a amplia#$o de pastagens

e cria#$o de gado" ) pecuariza#$o ainda n$o tinha tanta importHncia na

economia como a castanha entretanto a partir da d&cada de +, a e;tra#$o da

castanha come#a a declinar e a pecuária se torna o carro chefe da economia

no Sudeste !araense com vultosos incentivos do governo voltados para os

projetos agropecuários"

Com a IBpera#$o )maz%niaJ >18? os cr&ditosgovernamentais ao setor privado passavam a alcan#ar at& +KRdos recursos necessários ( implanta#$o dos projetos" )l&m daa#$o da S2D)M foram desenvolvidos projetos nacionais comimpactos regionais como o !rograma de 4ntegra#$o 3acional>!43 responsável pela constru#$o da rodoviaransamaz%nica?o !rograma de edistribui#$o de erras >!roterra? e o próprio 4!3D" Bs incentivos fiscais inicialmente restritos ( ind-strialogo migraram acentuadamente para a pecuária provocandointensa busca por terras para a conforma#$o de fazendas" !araisso os grandes proprietários recorreram aos mais variadosm&todos legais ou n$o" >M)2ESG M)2ES 7,1, p"N?

)inda nos anos K, Marabá sofre um intenso flu;o de migrantes muitos

vindos do Maranh$o em busca de trabalho na e;tra#$o da castanha no

garimpo ou mesmo ( procura de terra para trabalhar" ) atividade artesanal e

manufatureira se desenvolveu na cidade mas n$o se compara ao rendimento

da e;tra#$o da castanha e da pecuária" ) abertura da estrada !)*+, em 188

'ue liga Marabá ( rodovia Fel&m*Frasília facilita a entrada de migrantesfazendo com 'ue se desenvolva o processo de urbaniza#$o da cidade" !ois o

com&rcio local dei;a de ser dependente do abastecimento de Fel&m com a

abertura das estradas"

Dentro desse processo a valoriza#$o das terras em fun#$o dapro;imidade com o ei;o rodoviário da Fel&m*Frasília come#oua atrair investidores como forma de proteger o capital dainfla#$o 'ue crescia na &poca" Come#ava o processo deinser#$o da natureza local dentro dos princípios vigentes de

uma economia de mercado via integra#$o com o Centro*Sul>"""?" Muitos imóveis dentro da cidade eram alugados trazendopara os donos uma renda importante uma vez 'ue o espa#o



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físico caminhava para o esgotamento e o incrementopopulacional" >)LME4D) 7,,@ p" KN?"

Esse grande crescimento demográfico pode ser observado na tabela5

#o)u*aç+o ,o,a* -e Marab. nos Censos -emo/r.0i1os 23456&76368

Ano #o)u*aç+o

18+, 79" 9+9 hab"

18@, K8"@@1 hab"

1881 17N"@ hab"

7,,, 1@",7, hab"

7,1, 7NN"8 hab"

0onte5 4F.E

Muitos foram atraídos tamb&m pela constru#$o da ransamaz%nica em

18+, e pelo projeto de coloniza#$o oficial do !43 >!lano de 4ntegra#$o

3acional? e do 43C) >4nstituto 3acional de Coloniza#$o e eforma )grária? o

projeto de instalar colonos em fai;as de terras a 1,, 'uil%metros de cada lado

das rodovias federais mas logo essa coloniza#$o dirigida foi abandonada pelos

programas pelo fato de n$o darem au;ílio no da instala#$o desses colonos"

B 4nstituto criado em 18+, era para Coloniza#$o e eforma )grária dando a entender 'ue era só e mesma coisa colonizar e fazer reforma agrária" Só fez coloniza#$o" B governo federalabriu na'uele ano a rodovia ransamaz%nica com a promessade ali assentar 1,,",,, famílias camponesas mas depoisdesistiu da'uele propósito e estimulou as grandespropriedades" Deu*se ent$o o 'ue chamam um processo deconcentra#$o de terra5 os grandes compram os lotes doscolonos juntam e aumentam sua área" Bnde se podia ter 1",,,colonos há apenas 1, fazendas5 concentrou*se" >=TFEE7,,9p" N8?

.rande parte desse intenso flu;o migratório & resultado dos programas

al&m dos programas oficiais de coloniza#$o 'ue deslocou camponeses e

trabalhadores da regi$o nordeste e centro*sul almejando conseguir terra para

produzir outro fator de atra#$o foi as obras de infraestrutura e as atividades de

e;plora#$o de madeira e min&rio" ) partir da d&cada de +, houve a entrada nomunicípio de novos agentes do sistema capitalista os grandes projetos como



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e;emplo o .rande Carajás e o capital o capital financeiro de empresas

privadas como o Fanco Famerindius"

) popula#$o migrante era vista como um recurso humano a ser

aproveitado para as atividades produtivas 'ue viessem abeneficiar a regi$o" Marabá deveria ser um Iceleiro de m$o*de*obraJ para as obras e projetos 'ue viriam na se'U/ncia dae;plora#$o do ferro em Carajás" >)LME4D) 7,,@ p" 1++?

) partir da d&cada de +, 'uando como resultado da !olíticade 4ntegra#$o 3acional a terra dei;a de ser monopólio doscomerciantes da castanha para ser compartilhada comempresas capitalistas estatais >como a companhia Aale do ioDoce? ou privadas >como o Fanco Famerindus? ou ser apropriada para a constru#$o da rodovia ransamaz%nica comvista ( coloniza#$o pelo 43C) >4nstituto 3acional de

Coloniza#$o e eforma )grária? e posteriormente pelo .E)>.rupo E;ecutivo de erras do )raguaia*ocantins? ou aindapara ser tomada pelos garimpeiros sob a fiscaliza#$o doServi#o 3acional de 4nvestiga#$o*S34 como na Serra !elada">"""?" Mas a e;pans$o do capital acompanha*se doaprofundamento das contradi#<es sociais 'ue se traduz por um vasto movimento de e;puls$o de trabalhadores da terra detodas as regi<es do !aís e sua migra#$o para o 3orte" )lheios( história da regi$o e n$o integrados ( sua estruturaoligár'uica esses trabalhadores tentam con'uistar sua terrapor meio da luta tanto com os oligarcas 'uanto com os novosgrupos econ%micos >EMM4 1888 p" 1?

SEGUNDA FRENTE DA MIGRA!O: O ÊXODO RURAL

) outra forma de migra#$o analisada nesse trabalho & /;odo rural

ocorrido em Marabá a saída do campon/s para o centro urbano" ) partir dos

anos +, >"""? ocorreu uma urbaniza#$o crescente em fun#$o da impossibilidade

de fi;a#$o de grande parte dessa popula#$o nas áreas rurais em fun#$o da

falta de apoio do Estado aos pe'uenos produtores" >)LME4D) 7,,@?"

T difícil para os migrantes 'ue procuram terra para produzir ou para os

camponeses já instalados e os locais se fi;arem na área rural em Marabá"

!ois há uma concentra#$o de terras nas m$os dos grandes latifundiários e

empresários al&m disso os camponeses sofrem tamb&m uma intensa disputa

de espa#o com esses diversos atores programas federais grandes empresas

dentre outros 'ue se implantaram na regi$o o 'ue ocasionou grandes conflitos

fundiários" De 18@K a 7,,8 de todos os assassinatos havidos no campo

brasileiro NR ocorreram na )maz%nia" amb&m & na regi$o 'ue o Estado



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mais determina pris<es nos conflitos agrários5 K7R do total do Frasil"

>M)2ESG M)2ES 7,1,?"

)ssim sofrendo com a concorr/ncia dos grandes latif-ndios e com os

conflitos agrários o habitante da área rural sofre uma migra#$o for#ada pois

v/ na ida para a área urbana uma estrat&gia de melhorar sua condi#$o de vida

e mais difícil ainda & para os migrantes de outras regi<es 'ue chegam com

esperan#as de terras para cultivar no entanto caem na frustra#$o de migrar

novamente para outro município ou se dirigir aos centros urbanos como afirma

=&bette5

Calculamos 'ue um ter#o dos migrantes >"""? tinham resididoat& ent$o em 9 K ou mais municípios diferentes" B tempo deresid/ncia no -ltimo município n$o passava em m&dia K anos Qo 'ue n$o permite pensar em termos de fi;a#$o e estabilidade">=TFEE 7,,9 p" NN9?

Bs migrantes 'ue dei;am a agricultura adotam as maisdiversas ocupa#<es5 garimpeiro vendedor ambulante alfaiatepedreiro carpinteiro feirante barbeiro cobrador policialsapateiro vigia comerciante mecHnico va'ueiro carroceiroetc" Muitos mudaram de Pprofiss$oV duas tr/s ou mais vezesconforme as oportunidades de necessidades" Mais da metadese dirigiu para o 'ue poderíamos chamar por eufemismo de

atividade comercialG pouco menos de um ter#o para atividadesligadas ( constru#$o civil" >=TFEE 7,,9 p" NN+?

Em rela#$o a esse /;odo pode*se observar na tabela5

#o)u*aç+o urbana e rura* -e Marab. nos Censos -emo/r.0i1os 23456&76368

Ano #o)u*aç+o urbana #o)u*aç+o rura*

18+, 19"K8 hab" 8"8,K hab"

18@, 91"+K7 hab" 1,"178 hab"

1881 1,7"9NK hab" 71"7NN hab"

7,,, 1N9"N+N hab" NN"9+ hab"

7,1, 1@"7+, hab" 9+"N88 hab"

0onte5 4F.E

Essa maior parte de contingente populacional concentrado na área

urbana +@R pode advir de fatores como a for#a e;pulsora das áreas de

concentra#$o de terras e a concorr/ncia com os latifundiários 'ue dificultam ou

at& mesmo impossibilitam a reprodu#$o social e econ%mica do campon/s na



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agricultura familiar fazendo a ida para a cidade seja a solu#$o mais lógica para

os seus problemas"

!ra onde vais o colono privado da terraW !osso responder com

precis$o no 'ue diz respeito ( área minuciosamentepes'uisada da Fel&m*Frasília vai engrossar as fileiras dapopula#$o marginalizada na periferia das capitais e dascidades do interior para ali sobreviver de subemprego">=TFEE 7,,K p" NN?

B 'ue se nota & a n$o perman/ncia do homem na terra em &poca

nenhuma na história a )maz%nia acolheu levas t$o grandes de homens sem

raízes sem fi;a#$o verdadeiros n%mades" B 'ue se fi;a sim na )maz%nia &

a especula#$o a grilagem e a viol/ncia >=TFFEE 7,,9?" Muitos desses

migrantes s$o em sua maioria jovens 'ue veem na cidade uma forma de ter

uma vida melhor 'ue a de seus pais no campo entretanto acabam se

tornando reserva de for#a de trabalho mal remunerada no setor de com&rcio e

servi#os 'ue comp<e K1R da economia da cidade >43D)DE 7,,8? ou

na implanta#$o de grandes projetos minerais na regi$o 'ue contribui em 9,R

na economia do município >43D)DE 7,,8?" )carretando assim para

Marabá um intenso incha#o populacional e moradias precárias"

Diferentemente das demais cidades m&dias do !aís 'uetendem a apresentar uma melhor 'ualifica#$o do trabalho e umnível mais elevado de 'ualidade de vida de sua popula#$o nocaso da cidade de Marabá ela tende a apresentar empobrecimento de sua popula#$o e condi#<es de vida urbanaprecárias" >43D)DE 7,,@ p" NKK?

)ssim observa*se 'ue apesar de Marabá ser considerada uma das

cidades mais desenvolvidas do estado !ará este desenvolvimento n$o

aconteceu em todas as esferas da sociedade marabaense aspectos sociais

como moradia saneamento sa-de dentre outros continuam a'u&m do

esperado para uma cidade do porte de Marabá"

!or conta de sua importante localiza#$o no território do Sudeste

!araense Marabá se tornou uma importante cidade para a )maz%nia com

características de cidade m&dia atraindo levas de pessoas de muitas regi<es

do país principalmente a regi$o nordeste"



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CONSIDERA9ES FINAIS

!or conta de sua importante localiza#$o no território do Sudeste

!araense Marabá se tornou uma importante cidade para a )maz%nia com

características de cidade m&dia atraindo levas de pessoas de muitas regi<es

do país principalmente a regi$o nordeste"

!ercebe*se 'ue desde a forma#$o do povoado 'ue deu origem ( cidade

se tem a entrada de muitos migrantes vindos do Maranh$o .oiás dentre

outros Estados primeiro em busca de trabalho na e;tra#$o do caucho depois

da castanha e posteriormente atraídos pelas falsas promessas

governamentais em busca de terras para produzirG em todos esses momentos

os migrantes camponeses se depararam com a concentra#$o fundiária"

) reprodu#$o social dessas pessoas & travada pela concentra#$o de

terras advindas do latif-ndio desse modo o campon/s sofre uma migra#$o

fo#ada ele & obrigado a migar para a cidade em busca de melhores condi#<es

de vida chegando lá se depara tamb&m com uma realidade n$o muito propiciapara a sua reprodu#$o pois passa a sofrer com a infraestrutura precária na

cidade a falta de trabalho e de espa#o passando a morar nas periferias em

moradias em p&ssimas condi#<es e se tornando reserva de m$o*de*obra

barata dos grandes projetos ou no servi#o comercial e;istente na cidade"

Desse modo um dos grandes desafios das autoridades do município & o

de pensar formas 'ue d/ condi#<es do morador da área rural de Marabá se

reproduzir tanto economicamente 'uanto socialmente já 'ue a e;puls$o cada

vez maior desses trabalhadores só contribui com para os problemas

vivenciados pela sociedade atual" Bcorrendo a partir do momento em 'ue resta

para eles apenas a possibilidade de sobreviv/ncia na área urbana

especialmente os jovens 'ue veem na cidade possibilidades de estudos e

lazer indo assim fazer parte do incha#o populacional desemprego

criminalidade entre outras mazelas e;istentes nas cidades"



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$I$LIOGRAFIA UTILIADA

)LME4D) os& onas" A 1i-a-e -e Marab. sob os im)a1,os -os )ro;e,os/o<ernamen,ais= S$o !aulo" 7,,@" os& onas )lmeida" Disserta#$o deMestrado apresentado ao !rograma de !ós*.radua#$o em =istória Econ%micado Departamento de =istória da 00LC= da 2S!" S$o !aulo" 7,,@"



13

EMM4 Marília 0erreia" A O*i/ar>uia -o To1an,ins e o -om?nio -osCas,an@aisO Marilia 0erreira Emmi" 6 7" Ed" Aer" E amp" 6Fel&m5 20!)O3)E)18@@"

=XFEE ean= Cruan-o a 0ron,eira: B6 anos -e es,u-o -o 1am)esina,ona Amania. Fel&m5 Edufpa 7,,9 >Aolume5 4 e 44?"

I$GE= Ins,i,u,o $rasi*eiro -e Geo/ra0ia e Es,a,?s,i1a= Disponível em5http5OOYYY"ibge"gov"br "

4)M2) !aulo Choji= Cas,an@ais na,i<os -e Marab.#A: 0a,ores -e-e)re-aç+o e bases )ara a sua )reser<aç+o" Fel&m" EMF)!)*C!)218@9" N7 p" i1ust" >EMF)!)*C!)2" Documentos" N,?"

M)2ES .ilbertoG M)2ES 4ndira ocha" #o*?,i1as #b*i1as eCon0*i,os Fun-i.rios no Es,a-o -o #ar. 7,1,"

M4C=ELB4 0ernando" Lu,a )e*a Terra e Assen,amen,os no Su-es,e -o#ar." )ntropolítica >200? v" 7 p" 79K*7@ 7,1,"

BD4.2ES uvenildo Cardoso" Marab.: 1en,ra*i-a-e urbana -e uma1i-a-e m-ia )araense 7,1,"

43D)DE Saint*Clair" Marab.: No<os a/en,es e1onmi1os e no<as1en,ra*i-a-es urbano re/ionais no Su-es,e #araense" 4n5 43D)DE etall" >org?" !e'uenas e m&dias cidades na )maz%nia5 Fel&m5 0)SEO20!) 7,,8"

AEL=B B" ." Fren,es -e e)ans+o e es,ru,ura a/r.ria: es,u-o -o)ro1esso -e )ene,raç+o numa .rea -a Transamani1a " io de aneiro5Zahar 18+7"

http://www.ibge.gov.br/



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