Relatório Psicossocial

Nome:Maria Helena Rodrigues

Data de nascimento :15 -10 -77 Prontuário:060021480, 00

CPF O13 004 579-OO, RG:6.04678.8 Endereço:Rua Campos Jordão 76 Bairro Chã Grande Salgueiro –Pernambuco.

Data de admissão no CAPS: 26/ 05/ 2008 Hipótese diagnóstica segundo dados do prontuário: F20 Esquema medicamentoso: ZIPREXA

Atendendo solicitação da Gerência do Distrito Sanitário IV,o CAPS Celso Brandão compareceu em 14 de maio de 2008 ao Centro de Apoio a Família para discussão do caso da senhora Maria Helena Rodrigues. Estiveram presentes as Assistentes Sociais Maria Regina Lopes representando o CAPS Celso Brandão, Izabel Matos psicóloga, pelo distrito sanitário IV,bem com a Senhora Berta Paixão Coordenadora da Saúde da Criança e do Adolescente do referido distrito e o Conselheiro Tutelar Alex Lima. As Irmãs e o companheiro da Sr Marilene, também compareceram ao local.O caso nos foi trazido pela equipe do Centro de Apoio Familiar Ivana Nunes assistente social e Roberta Campos, psicóloga.Na discussão estavam presentes também as Defensoras Públicas Silvia Lemos e Pollyana Terra.Naquela ocasião nos foi relatado que a senhora Maria Helena Rodrigues, segundo os autos do processo 001-2006.03.3057-8 que a mesma responde na 1ª Vara da Infância dos Crimes Contra Criança e Adolescente por crime de agressão física a sua filha Ana Patrícia de 6 anos de idade e que a mesma já havia sido internada no Hospital Ulisses Pernambucano. Diante da gravidade e complexidade da situação solicitaram um parecer do CAPS sobre as condições psicossociais da usuária que está na eminência de perder a guarda das filhas menores de 6,4 e 3 anos de idade respectivamente Ana Patrícia dos Santos,Ana Roberta dos Santos e Maria Cecília dos Santos. Após discussão do caso com a equipe do Centro de Apoio a Família uma escuta preliminar aos familiares

presentes na audiência ,o CAPS sugeriu uma visita domiciliar em parceria com o PSF e em seguida rediscutir a intervenção a partir de uma abordagem psicossocial a usuária com o objetivo de identificar as possíveis intervenções necessárias.De início na ocasião da visita domiciliar percebemos que a usuária estava em pleno surto psicótico,apresentava delírios persecutórios em relação a vizinhança,ao esposo,familiares e bem como em relação aos cuidados das filhas na creche e escola. O que de certo modo caracterizava uma conduta de isolamento social;entretanto sua autonomia e afeto estavam preservados.Assim como o cuidado com as filhas era notório. Na visita observamos também que a família encontrava-se em situação de extrema vulnerabilidade social inclusive de segurança alimentar.Apesar da desconfiança aparente ao nos receber a senhora Helena Rodrigues, foi receptiva e cooperativa na abordagem inicial, abordagem está feita em conjunto com a ACS do PSF Irmã Joana senhora Alana Pedrosa.Naquela ocasião não houve resistência quando sugerimos a usuária uma avaliação médica no PSF e no CAPS com a Psiquiatra.Após esses cuidados médicos iniciais, a usuária vem fazendo uso da medicação de forma correta,bem como mantém as pactuações feitas, quanto a ida das crianças a escola e creche.É visível o afeto e carinho com as filhas. Evidenciamos melhoras na relação da usuária com o seu companheiro inclusive já admitindo uma possível convivência maritalmente.Percebemos, também que o efeito medicamentoso e a intervenção psicossocial vem contribuindo para uma resposta positiva no tratamento.Em atendimento , a usuária relata fatos que evidenciam um longo estado de sofrimento psíquico que na realidade teve início ainda na sua adolescência. A falta de acesso ao tratamento, rede sociofamiliar fragilizada e sobrevivendo em situação de risco social e vulnerabilidade ,inclusive com vivência anterior de rua a problemática se acentuou.

Com base nos princípios da reforma psiquiátrica, tendo como norte a Lei 10.216/01 , e a Política Nacional de Assistência Social cujas diretrizes indicam um cuidado ampliado ,de inserção e proteção social em meio aberto o CAPS Celso Brandão traçou inicialmente o seguinte Projeto Terapêutico,podendo este ser revisto e reavaliado mediante conduta psicossocial. A intervenção contextualiza :Conhecimentos da história de vida da usuária, tratamento anterior,hipótese diagnóstica,escuta aos familiares e construção de vínculos terapêuticos com base numa clínica ampliada de cuidados integrais ,interdisciplinares e intersetoriais na

perspectiva de um acolhimento ,tratamento e inserção social . Deste modo alguns encaminhamentos estão sendo realizados: Articulação com o PSF para monitoramento no Território em conjunto com o CAPS, admissão no CAPS,parceria com o Conselho Tutelar para inserção das crianças na creche e na escola, requerimento ao INSS para aquisição do acesso ao BPC LOAS,investimento terapêutico na escuta do sofrimento psíquico da usuária,trabalhando inclusive a relação de cuidado com as filhas, reconstrução dos vínculos familiares e encaminhamento das filhas de Maria Helena para avaliação no CAPS I Paulo Bastos da Rocha especialmente a filha mais velha, Ana Patrícia dos Santos para acolhimento e avaliação.

A referida usuária continua em tratamento no CAPS,onde vem aderindo a contento a proposta terapêutica,freqüentando a unidade duas vezes por semana no cuidado semi intensivo dia.

Atenciosamente,

Regina Lopes e Verônica Freitas

Assistente Social Psicóloga