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1 RELATÓRIO DE CONJUNTURA: INDICADORES DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA Setembro de 2008 Nivalde J. de Castro Bernardo Mattos Santana PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS– FINANCEIRAS DO SETOR ELÉTRICO

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RELATÓRIO DE CONJUNTURA:

INDICADORES DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA

Setembro de 2008

Nivalde J. de Castro

Bernardo Mattos Santana

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS–FINANCEIRAS DO SETOR ELÉTRICO

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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES

SOBRE O SETOR ELÉTRICO

RELATÓRIO MENSAL

INDICADORES DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA

SETEMBRO de 2008

Nivalde J. de Castro Bernardo Mattos Santana

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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS – FINANCEIRAS DO SETOR

ELÉTRICO

Índice

1- SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................... 4 2- INFLAÇÃO ...................................................................................................................... 5

2.1 – IGP-M (FGV) ............................................................................................................ 5 2.2 - IPC (Fipe):.................................................................................................................. 6 2.3 - IPCA (IBGE):............................................................................................................. 6

3 – FINANCIAMENTO ....................................................................................................... 7

3.1 – BNDES ...................................................................................................................... 7

4- CÂMBIO ........................................................................................................................... 8 5- JUROS............................................................................................................................... 9 6- BALANÇA COMERCIAL............................................................................................ 10 7- PRODUÇÃO INDUSTRIAL......................................................................................... 11

7.1 – IBGE........................................................................................................................ 11 7.2 - CNI........................................................................................................................... 11 7.3 – FGV ......................................................................................................................... 13

7.4 – FIESP…………...............................................................................................……13 8 - PIB .................................................................................................................................. 14 9- EMPREGO E RENDA .................................................................................................. 16

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Relatório Mensal de Indicadores de Conjuntura Econômica(1)

Nivalde J. de Castro(2) Bernardo Mattos Santana(3)

1 - SUMÁRIO EXECUTIVO1 (*)

No mês de setembro, o IGP-M registrou inflação de 0,11%, índice 0,34 ponto

percentual maior que o mês anterior

Em setembro foi divulgado o IPCA de agosto de 2008. O índice teve alta de

0,28%. No acumulado em 12 meses a inflação registra alta de 6,16%.

A média mensal da cotação do dólar em setembro foi de R$ 1,7988 para compra

e R$ 1,7999 para venda.

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 2,762 bi em setembro. O

resultado foi 20% menor que o registrado em setembro do ano passado. As importações

registraram US$ 17,263 bi e as exportações US$ 20,025 bi.

Os desembolsos totais do BNDES em julho foram de R$ 6,7 bilhões; encerrando

no período de 12 meses em R$ 79,1 bilhões.

A produção industrial em julho cresceu 1,4% em relação a junho, com ajuste

sazonal e 5,4% sem a mesma, segundo o IBGE

A taxa de desemprego diminuiu para 7,6% da população economicamente ativa

(PEA) em agosto, Segundo o IBGE.

(1) Participaram da elaboração deste relatório como pesquisadores Roberto Brandão, Bruna de Souza Turques, Rafhael dos Santos Resende, Diogo Chauke de Souza Magalhães, Débora de Melo Cunha e Luciano Análio Ribeiro. (2) Professor do Instituto de Economia - UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico. (3) Assistente de Pesquisa do GESEL-IE-UFRJ 1 Este Relatório faz parte do Projeto Provedor de Informações Econômica – Financeira do Setor Elétrico desenvolvido para a Diretoria Financeira da ELETROBRAS. As opiniões, análises e conclusões apresentadas são de exclusiva responsabilidade dos autores não expressando posição da ELETROBRAS.

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2- INFLAÇÃO

2.1 – IGP-M (FGV)

No mês de setembro, o IGP-M registrou inflação de 0,11%, índice 0,34 ponto

percentual maior que o mês anterior. No acumulado em 12 meses o IGP-M apresenta

inflação de 12,31%.

O IPA teve inflação de 0,04 %, contra -0,74% no mês passado. O índice

referente aos Bens finais caiu em -0,18%. Em relação aos Bens Intermediários ocorreu

variação de 1,05% e para Matérias-Primas Brutas a variação foi de –1,21%.

O IPC teve deflação registrando -0,06%, contra 0,23% no mês anterior. O grupo

Alimentação, mais uma vez, puxou o índice para baixo encerrando o mês na maior

queda do IPC em -1,04. O grupo Despesas Diversas, por sua vez, foi o que obteve a

maior inflação do índice, pela segunda vez seguida, com 1,26%

O INCC subiu 0,95%, abaixo dos 1,27% de agosto. O grupo Mão-de-Obra

avançou 0,3% contra 0,25% do mês passado. O índice referente a Materiais e Serviços

subiu 1,52% contra 2,18% mês passado.

Tabela 1 Brasil. Evolução dos Índices de Inflação. Outubro 2007 a Setembro 2008.

(em %) Mês IGP-M IPA IPC INCC

out/07 1,05 1,42 0,28 0,51 nov/07 0,69 0,97 0,04 0,36 dez/07 1,76 2,36 0,67 0,59 jan/08 1,09 1,24 0,96 0,38 fev/08 0,53 0,64 0,26 0,4 mar/08 0,74 0,96 0,19 0,66 abr/08 0,69 0,65 0,76 0,87 mai/08 1,61 2,01 0,68 2,02 jun/08 1,98 2,27 0,89 2,67 jul/08 1,76 2,2 0,65 1,42

ago/08 -0,32 -0,74 0,23 1,27 set/08 0,11 0,04 -0,06 0,95

Fonte: FGV

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2.2 - IPC (Fipe):

A inflação no município de São Paulo registrou 0,38% em setembro, mantendo o

mesmo percentual do índice apurado em agosto. Na 1ª quadrissemana apresentou

0,47%, 0,09 ponto percentual acima dos 0,38% de agosto. Na 2ª quadrissemana, o

índice subiu para 0,52%, 0,18 ponto percentual acima do analisado em agosto. Na 3ª

quadrissemana o índice atingiu 0,44%, 0,09 ponto percentual abaixo do registrado no

mês anterior.

No mês, a maior alta foi no grupo Despesas Pessoais (0,81%), seguido do grupo

Habitação (0,72%), variando respectivamente em 0,06 e –0,31 ponto percentual, em

agosto esses grupos também foram os mais altos do IPC .O índice referente ao grupo

Alimentação apresentou deflação, encerrando o mês em –0,32%, foi a segunda vez

seguida que este grupo é o mais baixo, apesar de ter subido 0,17 ponto percentual em

relação ao mês passado, seguido do grupo Educação (0,08%). O grupo Vestuário

apresentou inflação de 0,58%, tal grupo vinha registrando deflação desde julho. Os

grupos Saúde e Transportes completam a lista do índice.

Tabela 2 Brasil. Evolução do IPC da Fipe. Quadrissemanas de Setembro de 2008

(em %) Período IPC-Fipe

1a quadrissemana 0,47 2a quadrissemana 0,52 3a quadrissemana 0,44

Mês 0,38 Fonte: Fipe

2.3 - IPCA (IBGE):

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Em setembro foi divulgado o IPCA de agosto de 2008. O índice teve alta de

0,28%, ante 0,53% em julho. A inflação foi 0,25 ponto percentual maior que a de julho

de 2007. No acumulado em 12 meses a inflação registra alta de 6,16%.

O índice não apresentou grandes disparidades nos números entre os grupos. As

maiores altas foram as dos grupos Habitação, registrando 0,77%, e Despesas Pessoais,

registrando 0,73%. Alimentação e Bebidas apresentou queda e forte variação

comparativamente a julho, registrando -0,18% em agosto, 1,23 ponto percentual menor

que o mês anterior; o grupo Transportes (0,06%) teve baixa inflação. Os outros grupos

Artigos de Residência (0,23%), Vestuário (0,39%), Saúde (0,32%), Educação (0,42%) e

Comunicação (0,69%) fecham o índice.

Por regiões; Belém (0,79%), de Janeiro (0,45%) e São Paulo (0,37%)

apresentaram maiores altas; em contrapartida Curitiba (-0,22%), Salvador (0,01%) e

Recife (0,08%) os menores índices.

Tabela 3

Brasil. Evolução do IPCA. Setembro 2007 a Agosto 2008 (em %)

Mês IPCA setembro 07 0,18 outubro 07 0,3

novembro 07 0,38 dezembro 07 0,74

janeiro 08 0,54 fevereiro 08 0,49

março 08 0,48 abril 08 0,55 maio 08 0,79 junho 08 0,74 julho 08 0,53

agosto 08 0,28 Fonte: IBGE

3 – FINANCIAMENTO

3.1 – BNDES

Os desembolsos totais do BNDES em julho foram de R$ 6,7 bilhões; encerrando

no período de 12 meses em R$ 79,1 bilhões, batendo novamente recorde nos

desembolsos anualizados e 30% superior comparado ao mesmo período anterior. As

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aprovações somaram em julho R$ 7,3 bilhões e R$ 108 bilhões considerando os últimos

12 meses, com alta de 16% na mesma base de comparação. Os enquadramentos e as

consultas ficaram, respectivamente, em R$ 133,2 bilhões (alta de 21%) e R$ 155

bilhões (alta de 26%), ambas as cifras referentes aos 12 meses anteriores encerrado em

junho e comparadas com o período anterior.

Para o setor elétrico, os desembolsos do BNDES aumentaram 92% em 12 meses

findos em julho, em comparação com mesmo período anterior. Este segmento ficou com

R$ 7,83 bi. Somente nos primeiros sete meses do ano, a energia elétrica recebeu R$

3,79 bi em financiamentos. Por sua vez, as aprovações para o setor chegaram a R$ 4,31

bi nos primeiros sete meses do ano e a R$ 12,69 bi em 12 meses, 70% acima do período

anterior. O BNDES divulgou també, que os desembolsos para infra-estrutura cresceram

74% para R$ 32,609 bi em 12 meses, sendo R$ 17,240 bilhões de janeiro a julho deste

ano.

O BNDES aprovou financiamento de R$ 329 milhões para a Companhia de

Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP). Os recursos serão destinados ao

Plano de Investimentos Plurianual, relativo ao período 2008-2010, que inclui obras

referentes à modernização do sistema de transmissão de energia elétrica, melhorias

sistêmicas, reforços e implantação de novos projetos. A participação do BNDES

equivale a 66% do valor total do projeto, de R$ 496,5 milhões. Entre 2003 e agosto de

2008, o Banco já financiou 35 projetos de transmissão, que somaram R$ 6,7 bi e

permitiram investimentos totais de R$ 11 bi.

O forte aquecimento das atividades do setor elétrico forçou o BNDES a refazer

seu orçamento de R$ 8,4 bi, previsto para a área este ano. Somente os pedidos de

financiamento ultrapassaram os R$ 13,5 bi até agosto

4- CÂMBIO

Gráfico 1 Taxa de câmbio – R$/US$ Compra e Venda. Agosto 2008

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1,61,651,7

1,75

1,81,851,9

1,952

1/9/20

08

3/9/20

08

5/9/20

08

7/9/20

08

9/9/20

08

11/9/

2008

13/9/

2008

15/9/

2008

17/9/

2008

19/9/

2008

21/9/

2008

23/9/

2008

25/9/

2008

27/9/

2008

29/9/

2008

Compra Venda

Fonte: Ipea

Em setembro, a cotação do dólar oscilou bastante, apresentando fortes flutuações

ao longo mês e tendências de alta em relação aos meses anteriores. A cotação máxima

foi de R$ 1,9551 para compra e R$ 1,9559 para venda, no dia 29; enquanto o mínimo,

ocorreu no dia 1º, foi de R$ 1,6439 a compra e R$ 1,6447 a venda. A moeda americana

abriu o mês em sua cotação mínima para agosto e encerrou, no dia 30, em R$ 1,9135

para a compra e R$ 1,9143 a venda, a variação no câmbio dentro de setembro foi de

16,4%. A média mensal foi de R$ 1,7988 para compra e R$ 1,7999 para venda.

5- JUROS

Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu, com

cinco votos a favor e três votos pelo aumento em apenas 0,5 ponto percentual, elevar a

Selic em 0,75 ponto percentual para 13,75% ao ano, sem viés. Foi o quarto aumento

seguido na taxa neste ano, o anterior tinha sido de igual magnitude desta e as outras

duas de 0,5 ponto percentual, após um longo período de manutenção da mesma em

11,25% ao ano.

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Em ata divulgada pelo Copom na última reunião, afirma-se que “o Comitê

entende que a preservação da estabilidade monetária é condição necessária para que o

sistema de preços relativos continue sinalizando eficientemente os ajustes necessários

nos padrões de consumo e produção vigentes na economia.”

Na última pesquisa de setembro realizada pelo BC, o Boletim Focus, analistas

do mercado financeiro projetaram a taxa Selic em 14,75% para o final de 2008, a uma

média anual de 12,78% para a taxa básica de juros.

Entidades ligadas a trabalhadores e a empresários criticaram a decisão do

Copom. A Fiesp afirmou em nota que aumentar a taxa Selic para 13,75% ao ano é um

"grave erro", cometido repetitivamente.

O agravamento da crise mundial faz com que o BC considere a possibilidade de

reduzir o ritmo de alta dos juros, embora, por enquanto, prevaleça o cenário de

continuidade do aperto. O Ministério da Fazenda avalia que as últimas medidas

adotadas pelo BC - injetando mais reais na economia e fazendo leilões de dólares-

indicam uma mudança de posição em relação ao cenário econômico, o que pode levar a

uma alta menor na taxa de juros na próxima reunião do Copom em outubro.

6- BALANÇA COMERCIAL

Em setembro, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 2,762 bi, O

resultado foi 20% menor que o registrado em setembro do ano passado.

Na primeira semana do mês, com cinco dias úteis, registrou-se saldo positivo de

US$ 295 milhões.

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Na segunda semana, o país apresentou saldo positivo de US$ 1,257 bi, foi o

maior no mês.

Na terceira semana a balança registrou superávit de US$ 839 milhões e a menor

média por dia útil de exportação US$ 871 milhões.

Na quarta semana o saldo foi negativo de US$ 268 milhões

Na quinta e última semana, com apenas 2 dias úteis, o superávit na balança

comercial foi de US$ 103 milhões.

O mês de setembro contou com 22 dias úteis, teve um total de US$ 20,025 bi de

exportações e US$ 17,263 bi de importações. Foi o segundo maior resultado de

importação e o segundo maior de exportação no ano.

No acumulado do ano até setembro, a balança registrou saldo positivo de US$

19,659 bi, resultado 36,5% inferior ao registrado no mesmo período de 2007; as

exportações foram de US$150,868 bi contra US$131,212 bi de importações

7- PRODUÇÃO INDUSTRIAL

7.1 – IBGE

A produção industrial em julho cresceu 1,4% em relação a junho, com ajuste

sazonal e 5,4% sem a mesma; na comparação com o mesmo mês do ano anterior o

crescimento registrado foi de 8,8%. Nos sete primeiros meses de 2008, a atividade das

indústrias registrou salto de 6,7% em relação ao mesmo período do ano de 2007. Na

base dos últimos 12 meses o crescimento foi de 6,9%.

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Das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE, 4 apresentaram queda na produção

industrial comparado ao mês anterior, foram elas: Nordeste (-0,8%), Ceará (-0,6%),

Pernambuco (-2,7%) e Rio Grande do Sul(-1,2%). Por outro lado; Goiás (3,1%), Pará

(2,6%), Amazonas (2,4%), Minas Gerais (2,5%) e Espírito Santos (2,4%) registraram as

maiores expansões neste tipo de comparação.

Na base de comparação com julho de 2007, todas as regiões pesquisadas

apresentaram expansão na produção industrial; entretanto Santa Catarina (1,6%) e Rio

de Janeiro (2,7%) apresentaram fraco desempenho crescendo abaixo dos 3%. Em

compensação, Espírito Santos (15,8%), Goiás (12,8%), Paraná (11,8%) e São Paulo

(9,8%) registraram vigoroso crescimento na indústria.

Juntamente a expansão da indústria neste mês, a categoria de Bens de capital

teve um crescimento bastante forte, assim como em junho; sua expansão na comparação

com julho de 2007 foi de 23,8%, a categoria Bens Intermediários cresceu 7,6%,

enquanto a de Bens de Consumo 6,3%. Em relação ao mês anterior, o destaque foi para

a categoria de Bens Intermediários com expansão de 1,5% seguido Bens de Capital

1,4% ; Bens de Consumo apresentou retração na produção de -0,2%.

7.2 - CNI

Em agosto, a oferta de vagas de trabalho na indústria cresceu 0,1% na comparação com

julho, na série livre de influências sazonais. Este é o trigésimo terceiro mês consecutivo

de alta no nível de emprego. No acumulado do ano a expansão é de 4,4% em relação ao

mesmo período do ano passado e comparado a agosto de 2007 a expansão atinge 4%.

As horas trabalhadas na indústria assim como a massa de salário real da mesma tiveram

queda na comparação, sem ajustes sazonais, com o mês anterior, as variações foram,

respectivamente, de -0,9% e -2,3%.

O faturamento real da indústria diminuiu, registrando crescimento de -5,6% em agosto

ante o mês anterior na serie dessazonalizada, com destaque para os grupos de Material

Eletrônico e de Comunicação (13,7%) e Outros Equipamento de Transporte (-42,9%).

Ainda assim, no acumulado do ano a expansão foi de 8,2% comparado ao mesmo

período anterior, apesar de ainda alto, o índice registrou queda de 0,8 ponto percentual

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em relação ao mês passado. Na base de comparação com agosto de 2007 o avanço foi

de 0,8%.

A indústria operou, em agosto, com 84,1% da capacidade instalada frente a 83,9% em

julho, na série dessazonalizada. É o maior nível alcançado pelo indicador desde 2003.

Os setores de couros e calçados, metalurgia básica e veículos automotores são os que

mais utilizaram a da capacidade instalada, atingindo acima dos 90%; enquanto matrial

eletrônico e de comunicação apresentou mais capacidade instalada que qualquer outro

setor.

O presidente da CNI, Armando Monteiro Neto destacou a importância da demanda

interna brasileira no atual cenário. "Quando imaginávamos um tranco da crise

internacional, o Brasil apareceu surpreendentemente protegido, com o mercado interno

dando a tônica do crescimento. Esperamos que isso continue em 2009", afirmou Neto. O

empresário prevê que o ano que vem seja menos "inflado" que 2008 em todos os

aspectos. Em relação ao aumento da capacidade produtiva do país, a expectativa é que

também haja uma diminuição no ritmo dos investimentos das empresas

7.3 - FGV

No mês de agosto, a indústria de transformação no Estado de São Paulo apresentou

sinais de queda no desempenho retraindo-se em 2% em relação a julho com ajustes

sazonais, informou a FGV por meio do Sinalizador da Produção Industrial (SPI). O

resultado indica uma desaceleração no ritmo de atividade da produção física industrial

paulista, que havia subido 0,2% no mês anterior. No acumulado de 12 meses, a variação

ficou estável em 9,3%, mostrando haver uma acomodação do nível de atividade da

indústria paulista, informou a FGV.

A confiança do produtor industrial reduziu-se de agosto para setembro em 2,2%, é o que

mostra o Índice de Confiança da Indústria (ICI). O índice calculado pela FGV, caiu de

123 para 120,3 pontos. Na comparação com o índice de setembro de 2007 caiu 1,9%.

O Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) calculado pela FGV registrou em

agosto, sem ajuste sazonal, retração de 0,2 ponto percentual comparado a agosto,

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passando de 86,6% para 86,4%. Comparado a setembro de 2007 o avanço foi de 0,7

ponto percentual.

7.4 – FIESP

O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista cresceu 0,2% em agosto

comparado a julho, sem ajuste sazonal, queda de 2,6 pontos percetuais em relação ao

mês passado, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Com

ajuste sazonal, houve contração do nível de atividade atingindo -3% comparado ao mês

passado, observando-se assim, uma variação negativa de 4,4 pontos percentuais ante

julho. Na comparação com agosto de 2007, a atividade industrial cresceu 3,9%, 5,5

pontos percentuais menor que julho.. No ano, o INA já acumula alta de 8,3% e, em doze

meses o avanço é de 8,5%.

O Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) da indústria de

transformação do Estado São Paulo calculado pela FIESP passou de 83,9 em julho para

82,6 em agosto, na série com ajustes sazonais, índice idêntico ao calculado para o mês

de agosto de 2007. Os setores de Coque, Refino de Petróleo, Combustíveis Nucleares e

Produção de Álcool (98,7%), Metalurgia Básica (95,5%) e Veículos Automotores

(91,1%) registraram os maiores níveis em utilização da capacidade instalada; já os

setores de Material Eletrônico e Equipamento de Comunicação (73,1%) e Equipamento

de Escritório e Informática (75,5%) apresentaram os menores níveis na série sem ajustes

sazonais.

8 – PIB

No segundo trimestre do ano, o resultado do PIB foi de R$ 716,9 bilhões, um

crescimento de 6,1% em relação a igual período do ano passado e de 1,6% em relação

trimestre anterior, divulgou IBGE. No acumulado de 12 meses até junho o PIB cresceu

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6% na comparação com os quatro trimestres imediatamente anteriores, porcentagem

igual ao crescimento registrado no primeiro semestre de 2008, maior expansão

semestral desde 2004, ante mesmo período do ano passado.

Os três setores da economia apresentaram aumento na atividade, principalmente

a Agropecuária, com avanço de 7,1%, seguido da Indústria (5,7%) e dos Serviços

(5,5%). Na Indústria destaque para a Construção Civil que cresceu 9,9%, acompanhado

da Indústria Extrativa e da Indústria de Transformação que cresceram, respectivamente,

5,3% e 4,8%. No setor de Serviços as principais expansões foram dos grupos de

Intermediação Financeira e Seguros (12,7%), Serviços de Informação (9,7%) e

Comércio (8,9%).

O crescimento dos investimentos foi o principal propulsor da expansão do PIB

no segundo trimestre. A Formação Bruta de capital Fixo (FBCF) cresceu 16,2%; o

melhor resultado da série histórica do IBGE iniciada em 1996, o décimo oitavo

trimestre consecutivo de alta e o quinto consecutivo acima dos 14%. Este forte

crescimento refletiu na porcentagem dos investimentos em relação ao PIB que atingiu a

marca de 18,7%.

Segundo cálculos realizados pelo BNDES, a taxa de investimento em relação ao

PIB pode chegar a 19% ao final do ano. Do primeiro para o segundo trimestre a

variação na participação dos investimentos foi de 0,2 ponto percentual e de 1,2 ponto

percentual quando comparado aos meses de abril a junho de 2007.

Segundo a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o investimento em obras de

infra-estrutura continuará crescendo acima do PIB e o Brasil se encontra na situação de

maior fortalecimento dos últimos tempos. "Nós temos não só reservas, como duas

coisas que não tínhamos antes: o crescimento puxado pela demanda interna e

exportações diversificadas", disse Dilma

O consumo das famílias teve crescimento neste período, seguindo as expansões

ocorridas nesta conta nos dezoito trimestres imediatamente anteriores, registrando alta

de 6,7% e atingindo a marca de 61% em relação ao PIB. Já o consumo do governo

cresceu abaixo do PIB, conferindo alta de 5,3%, assim a participação dos gastos

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governamentais como relação do PIB ficou em 15%. As exportações de bens e serviços

tiveram ampliação de 5,1%, enquanto as importações expandiram-se 25,8%.

A carga tributária voltou a registrar recorde, no primeiro semestre deste ano, os

contribuintes pagaram R$ 515,36 bi em tributos aos três níveis de governo, valor 15,9%

superior aos R$ 444,66 bil arrecadados de janeiro a junho de 2007. Como o PIB no

primeiro semestre foi de R$ 1,383 tri, a carga tributária no período foi de 37,27% do

PIB, ou 1,24 ponto percentual superior aos 36,03% do mesmo período do ano passado

Com a divulgação dos dados do PIB do segundo trimestre as expectativas para o

crescimento econômico para o ano de 2008 foram incrementadas, dentre elas a do

Ministro da Fazenda Guido Mantega que refez a estimativa oficial do governo de 5%

para 5,5% ao fim do ano. Inclusive estimativas do Boletim Focus, realizado pelo Banco

Central apontam melhora nas expectativas de expansão de 5,01% para 5,17%.

9- EMPREGO E RENDA

A taxa de desemprego diminuiu para 7,6% da população economicamente ativa (PEA)

em agosto, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) realizada pelo IBGE. Em

relação a julho, a taxa de desocupação apresentou queda de 0,5 ponto percentual, esse é

o menor nível de desemprego registrado no país em 2008, e comparado a agosto do ano

passado a taxa de desemprego apresentou queda substancial de 1,9 ponto percentual.

Segundo ainda o próprio IBGE, o atual desempenho do mercado de trabalho mostra que

esse foi o melhor mês de agosto desde 2002, início das pesquisas. A taxa média de

desemprego este ano até agosto registra 8,2%, índice bem abaixo dos 9,8% no mesmo

período de 2007, e inclusive de todo o ano de 2007 que foi de 9,3%.

O rendimento médio real habitualmente recebido pelos ocupados apresentou

melhora em agosto registrando R$ 1253,70 ante os R$ 1228,11 no mês passado. Este foi

o melhor nível para este índice desde outubro de 2002 quando registrou-se R$ 1258,72

Comparativamente a agosto do ano passado o crescimento do rendimento médio real foi

forte atingindo 5,7%.

Em julho, o emprego na indústria cresceu 2,8% em relação ao mesmo mês do

ano passado, resultando assim no vigésimo quinto mês seguido de crescimento nesta

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base de comparação e encerrando os sete primeiros meses do ano com um avanço de

2,8%, a maior já apurado desde o ínicio da série histórica em 2002. Na comparação com

junho o aumento no pessoal ocupado na indústria foi de 0,7% com ajuste sazonal, é o

maior para a base de comparação desde maio de 2004. O crescimento do emprego

industrial no ano tem perfil generalizado, tendo em vista que houve expansões por todas

as regiões e setores pesuisados. Nos últimos 12 meses encerrados em julho o incremento

no nível de emprego industrial foi de 2,9%, o maior índice desde julho de 2005 e

idêntico ao do mês passado.

A folha de pagamento real por trabalhador da indústria cresceu em 3,9% em

julho em relação ao mesmo mês de 2007, 0,2 ponto percentual menor que o registrado

em junho na mesma base de comparação. A indústria extrativista apresentou incremento

de 5,9% neste índice, contra 3,8% da expansão da folha de pagamento real da indústria

de transformação na mesma base de comparação. Na base anualizada deste indicador

houve aumento de 3,3% comparado aos 12 meses anteriores.

A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou

em 14,5% no mês de agosto, apenas 0,1 ponto percentual menor que em julho, segundo

a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada pela Fundação Seade e Dieese.

Na comparação com agosto passado, a população economicamente ativa (PEA) cresceu

em 1,9%, enquanto o número de desempregados diminuiu em 3,8%. O total de

desempregados nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre,

Salvador, Recife e Distrito Federal caiu para 2,911 mi, número menor em relação ao

mês anterior. O total de ocupados nas seis regiões foi estimado em 17,217 mi,

crescimento de 0,5% em relação a julho.

Por regiões metropolitanas, Recife e Salvador apresentaram, pela segunda vez

consecutiva, os maiores índices de desempregados, respectivamente, 21,3% e 19,9%,

entretanto foram índices menores que o registrados no mês anterior; no outro extremo

está Belo Horizonte com 9,7% de desempregados, no entanto, a capital mineira sofreu

um aumento de 0,1 ponto perecentual no índice em relação ao mês passado. Na

comparação com agosto de 2007, todas as regiões pesquisadas apresentaram índices de

desocupados menor, a única exceção foi Recife, cujo índice cresceu 1,8 ponto

percentual. Distrito Federal (15,9%), Porto Alegre (11,3%) e Belo Horizonte tiveram as

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maiores variações em pontos percentuais, Salvador (19,9%) e São Paulo (14%) também,

porém com variações menores.

Segundo os principais setores de atividade, o nível ocupacional cresceu na

Construção Civil em 2,6%, nos Serviços 0,8% e no Comércio 0,4%, ficou estável na

Indústria e diminuiu no agregado Outros Setores em1,1%.

Em julho, o rendimento médio real dos ocupados diminuiu 0,5% ante junho, foi

a segunda queda consecutiva, e passou a corresponder a R$ 1.156,00 nominalmente,

porém, comparado a julho de 2007, houve um incremento de 4,1% nas regiões

pesquisadas, os maiores aumentos ficaram por conta de Belo Horizonte (12,3%),

Salvador (8,3%) e Distrito Federal (5%) enquanto os piores desempenhos foram

registrados em São Paulo (2,1%) e em Recife (-2,1%).

O mercado de trabalho brasileiro registrou em agosto a criação de 239.123

empregos formais, ou seja, com carteira assinada, segundo os números do Cadastro

Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do

Trabalho e Emprego. Esse é o melhor resultado para agosto desde o início da série

histórica do Caged, em 1992, e representa crescimento de 0,78% em relação ao

registrado em julho deste ano. De acordo com o ministério, houve expansão de 79% em

comparação com os 133.239 empregos anotado em agosto do ano passado. O setor de

serviços foi o que apresentou o melhor desempenho na geração de empregos formais no

País entre janeiro e agosto deste ano.

De acordo com um estudo do Ipea, quase 14 milhões de brasileiros ascenderam

socialmente no país entre 2001 e 2007. Segundo a pesquisa Pobreza e Mudança Social,

10,2 milhões de brasileiros passaram da classe de renda mais baixa (até 545,66 reais)

para a faixa de renda média (de 545,66 a 1.350,82 reais), e 3,6 milhões saltaram da

renda média para a classe mais alta (acima de 1.350,82 reais)..

Segundo a Pesquisa Miséria e a Nova Classe Média na Década da Igualdade

realizada pela FGV, a redução da desigualdade social no Brasil vem propiciando o

surgimento de uma nova classe média, segundo avaliação do economista da FGV

Marcelo Neri., Dados da pesquisa apontam que, em 2007, a classe média cresceu 4,4%

em grande parte por causa do aumento significativo no número de empregos formais.

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Neri, coordenador da pesquisa, explicou que essa nova classe média veio da classe E,

mas não parou na D. Esta nova classe média, segundo a pesquisa, tem renda familiar

entre R$ 1.064 e R$ 4.591 e, em sua maioria, tem carteira de trabalho assinada.